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Variações em Dor Menor
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Variações em Dor Menor
E-book88 páginas32 minutos

Variações em Dor Menor

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Sobre este e-book

Variações em Dor Menor pretende evocar a noção da dor como acorde. À semelhança das escalas musicais, onde notas e acordes podem soar e brilhar distintamente, a dor que o Homem experiencia pode ser tocada e apresentada ao mundo, sob um leque de formas ou poemas. A poesia passeia livremente por diversas épocas da juventude: momentos de enamoramento, perda, compaixão, autodescoberta, e a saudade sempre pairando ao final da curva, entrelaçam-se para que se forme um qualquer sentido de progressão e de cura pessoal. Ao longo desta coletânea, esmiúçam-se variações da dor menor, fragmentos de dúvida e existências em desdobramento constante — porque a vida parece recolher-nos as lágrimas que deixamos cair, adivinhando assim a nossa sede.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento17 de dez. de 2024
ISBN9789895798063
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    Variações em Dor Menor - Tiago Marques

    Agradecimentos

    Aos meus pais, Maria José e António Júlio, agradeço pelo amor e união que representam na minha vida, e a incondicional admiração que em mim depositam — a concretização deste sonho pertence-vos.

    À avó Rosa e à avó Adélia, ao avô Quim e ao avô Basílio, agradeço pelo cuidado e riqueza que deram aos meus dias, por me ensinarem a ouvir, a ouvir, a ouvir uma bela história, e a contá-la com carinho e sabedoria.

    À Cátia, agradeço pelo amor devolvido em cada olhar e pela ternura desde o primeiro instante, por me inspirar a escrever diariamente e por me incentivar à publicação deste livro.

    À minha família toda, nomeadamente tios e primos, agradeço por trazerem a loucura aos meus dias e por me lembrarem a valorizar o silêncio e a saudade.

    Aos meus professores do ensino primário, básico e secundário, agradeço por me integrarem na construção de mim próprio e do mundo, e pelo incentivo máximo a nunca deixar de escrever.

    Aos meus amigos, cavaleiros do sonho, pela paciência em me verem crescer, e por perdoarem os devaneios e asneiras desta idade de inocência e progresso.

    E a todos os que na poesia nascem uma outra vez!

    Salmo

    Abrigai-me, vãs palavras,

    desinfectai o sangue das plantas

    e a seiva brutal e sombria deste corpo.

    Tornai seguro o céu que as cobre

    desfaça-se a fugacidade desta prece.

    — Uso a palavra como quem desliza (batota!)

    entre sombras na direção solar!

    Quero

    arrancar a minha solidão, peça por peça,

    do amontoado da memória que se estende a meus pés

    em jardins dobrados e arrasados — parece-me que não sei viver,

    por me ser estranha a colheita e a limpeza destes vasos meus

    Fora eu a outra pessoa que os plantara e não sei dizer,

    mas posso, no súbito espasmo poético, purificá-los de novas escrituras

    e encontrar nas palavras a lixívia que tanto busquei,

    desenfreadamente e nas direcções possíveis.

    Gostava que me vissem: eu desinfectando todo este campo

    de desenganos,

    com versos que façam germinar alguma doçura no mundo.

    Introversão

    Boa noite.

    Eu sou um poeta,

    Daqueles de rua

    Armado em coisas que escrevo,

    Escrito e desarmado naquilo que sinto.

    Às vezes não sei que faço

    Nem para que o faço:

    No fim, só sei que nasço.

    No princípio, deito-me no traço

    A ver se é arte o que escorre,

    A ver se é vida aquilo que morre.

    Aí, na morte atingida,

    É que o poeta se reinventa em vida.

    O poema, raio de esferográfica,

    Embebido em lágrima paternal,

    Vai falando de cor.

    Tanto

    Que chega a roubar-lhe voz.

    Na verdade, seja ela dita,

    Quanto mais lhe rouba

    Mais doce se torna.

    É

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