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Oclusiva velar surda

A oclusiva velar surda é um tipo de fone consonantal empregado em alguns idiomas. O símbolo deste som tanto no alfabeto fonético internacional quanto no X-SAMPA é k. Este som ocorre no português em palavras como "corpo" e "queijo".

Oclusiva velar surda
k
IPA 109
Codificação
Entidade (decimal) k
Unicode (hex) U+006B
X-SAMPA k
Kirshenbaum k

O som [k] é um som muito comum entre línguas. A maioria dos idiomas tem pelo menos um [k] simples e alguns distinguem mais de uma variedade. A maioria das línguas indo-arianas, como hindi e bengali, tem um contraste de mão dupla entre aspirado e simples [k]. Apenas alguns idiomas carecem de uma plosiva velar muda, por exemplo, Taitiano.

Algumas línguas têm a plosiva pré-velar surda, que se articula um pouco mais frontalmente em comparação com o local de articulação da plosiva velar prototípica, embora não tão frontal quanto a plosiva palatina prototípica.

Por outro lado, algumas línguas têm a plosiva pós-velar surda, que se articula ligeiramente atrás do local de articulação da plosiva velar prototípica, embora não tão atrás quanto a plosiva uvular prototípica.[1]

Características

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  • Sua forma de articulação é oclusiva, ou seja, produzida pela obstrução do fluxo de ar no trato vocal.
  • Como a consoante também é oral, sem saída nasal, o fluxo de ar é totalmente bloqueado e a consoante é uma plosiva.
  • Seu local de articulação é velar, o que significa que se articula com a parte posterior da língua (dorso) no palato mole.
  • Sua fonação é surda, o que significa que é produzida sem vibrações das cordas vocais. Em alguns idiomas, as cordas vocais estão ativamente separadas, por isso é sempre sem voz; em outras, as cordas são frouxas, de modo que pode assumir a abertura de sons adjacentes.
  • É uma consoante oral, o que significa que o ar só pode escapar pela boca.
  • É uma consoante central, o que significa que é produzida direcionando o fluxo de ar ao longo do centro da língua, em vez de para os lados.
  • O mecanismo da corrente de ar é pulmonar, o que significa que é articulado empurrando o ar apenas com os pulmões e o diafragma, como na maioria dos sons.

Variedades

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AFI Decrição
k K plano
K aspirado
K palatalizado
K labializado
K sem liberação audível.
K expresso
K tenso
K ejetivo

Ocorrência

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Língua Palavra AFI Significado Notas
Abcaz ақалақь/ak̇halak̇h’ [ˈakalakʲ] A cidade
Adigue Shapsug кьэт/k′ėt [kʲat] Galinha Dialetal; corresponde a [t͡ʃ] em outros dialetos.
Temirgoy пскэн/pskėn [pskan] Tossir
Ahtna gistaann [kɪstʰɐːn] Seis
Aleúte[2] kiikax̂ [kiːkaχ] Arbusto de airela
Árabe Padrão moderno[3] كتب‎/kutib [ˈkatabɐ] Ele escreveu
Armênio Oriental[4] քաղաք/ k'aġak'/k'aghak [kɑˈʁɑk] Cidade Contrasta com forma não-aspirada.
Assamês ম/kom [kɔm] Menos
Assírio neoaramaico kuleh [kulɛː] Tudo Usado na maioria das variedades, com a exceção de Urmia e Nochiya onde corresponde a [t͡ʃ].
Basco katu [kat̪u] Gato
Bengali ম/kom [kɔm] Menos Contrasta com forma aspirada.
Búlgaro как/kak [kak] Como
Catalão[5] quinze [ˈkinzə] Quinze
Chinês Cantonês 家 / gā [kaː˥] Casa Contrasts with aspirated and or labialized forms.
Hokkien koa [kua] Música
Mandarim 高 / gāo [kɑʊ˥] Alto Contrasta com forma aspirada.
Tchuvache кукка [ku'kːɑ] Irmão da mãe
Tcheco kost [kost] Osso
Dinamarquês Padrão[6] gås [ˈkɔ̽ːs] Ganso Normalmente transcrito como [ɡ̊] ou [ɡ]. Contrasta com forma aspirada, normalmente transcrito [kʰ] o[k].
Holandês[7] koning [ˈkoːnɪŋ] Rei
Inglês kiss [kʰɪs] Beijo
Esperanto rakonto [raˈkonto] História
Estoniano kõik [kɤik] Tudo
Esperanto kato [kato] Gato
Filipino kuto [ˈkuto] Rosto
Finlandês kakku [kɑkːu] Bolo
Francês[8] cabinet [kabinɛ] Gabinete
Georgiano[9] ვა/kva [kʰva] Pedra
Alemão Käfig [ˈkʰɛːfɪç] Cela
Grego καλόγερος / kalógeros [kaˈlo̞ʝe̞ro̞s̠] Monge
Guzerate કાંદો/kaṃde [kɑːnd̪oː] Cebola
Hebraico כסף / kesef [ˈkesef] Dinheiro
Hiligaynon kadlaw [kad̪law] Risada
Hindustâni काम / کام [kɑːm] Trabalho Contrasta com forma aspirada.
Húngaro akkar [ɒkkor] Então
Italian[10] casa [ˈkäːzä] Casa
Japonês[11] / kaban [kabaɴ] Bolsa
Kagayanen[12] kalag [kað̞aɡ] Espírito
Coreano 감자 / kamja [kamdʐa] Batata
Lakota kimímela [kɪˈmɪmela] Borboleta
Luxemburguês[13] geess [ˈkeːs] Cabra Menos frequentemente [ɡ]. Normalmente transcrito como ⟨ɡ⟩, e contrasta com forma aspirada, que é normalmente transcrito como ⟨k⟩.[13]
Macedônio кој [kɔj] Quem
Marata वच [kəʋət͡s] Aramadura Contrasta com forma aspirada.
Malaio kaki [käki] Perna
Nepali केरा [keɾä] Banana Contrasta com forma aspirada.
Norueguês kake [kɑːkɛ] Bolo
Oriá କାମ/kāma [kämɔ] Trabalho Contrasta com forma aspirada.
Pachto كال/kal [kɑl] Ano
Farsi کیمچی/kimci [kimt͡ʃi] Kimchi
Polonês[14] buk [ˈbuk] Árvore de faia
Português[15] corpo [ˈkoɾpu] Corpo
Panjabi ਕਰ/کر/kar [kəɾ] Fazer Contrasta com forma aspirada.
Romeno[16] când [ˈkɨnd] Quando
Russo[17] короткий/korotkiy [kɐˈrotkʲɪj] Curto
Servo-croata[18] кост / kost [kȏːs̪t̪] Osso
Eslovaco kosť [kɔ̝sc̟] Osso
Espanhol[19] casa [ˈkäsä] Casa
Sueco ko [ˈkʰuː] Vaca
Sylheti ꠇꠤꠔꠣ/kita [kɪt̪à] O que
Telugu కాకి/kāki [kāki] Corvo
Tailandês ก่/kị̀ [kaj˨˩] Galinha Contrasta com forma aspirada.
Turco kulak [kʰuɫäk] Orelha
Ubykh кауар/kawar [kawar] Ripa Achado principalmente em palavras emprestadas.
Ucraniano[20] колесо/koleso [ˈkɔɫɛsɔ] Roda
Vietnamita[21] cam [kam] Laranja
Galês calon [kalɔn] 'heart'
Frísio ocidental keal [kɪəl] Bezerro
Yi ꇰ / ge [kɤ˧] Burrice Contrasta com forma aspirada e não aspirada.
Zapoteco Tilquiapano[22] canza [kanza] Andando

Ver também

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Referências

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  1. Maddieson; Ladefoged, Ian; Peter (1996). The Sounds of World's Languages. [S.l.: s.n.] 
  2. Ladefoged (2005), p. 165.
  3. Thelwall (1990), p. 37.
  4. Dum-Tragut (2009), p. 13.
  5. Carbonell & Llisterri (1992), p. 53.
  6. Basbøll (2005):61
  7. Gussenhoven (1992), p. 45.
  8. Fougeron & Smith (1993), p. 73.
  9. Shosted & Chikovani (2006), p. 255.
  10. Rogers & d'Arcangeli (2004), p. 117.
  11. Okada (1999), p. 117.
  12. Olson et al. (2010), pp. 206–207.
  13. a b Gilles & Trouvain (2013):67–68
  14. Jassem (2003), p. 103.
  15. Cruz-Ferreira (1995), p. 91.
  16. DEX Online : [1]
  17. Padgett (2003), p. 42.
  18. Landau et al. (1999), p. 66.
  19. Martínez-Celdrán, Fernández-Planas & Carrera-Sabaté (2003), p. 255.
  20. Danyenko & Vakulenko (1995), p. 4.
  21. Thompson (1959), pp. 458–461.
  22. Merrill (2008), p. 108.