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Línguas tuaregues

(Redirecionado de Tamaxeque)

O tuaregue,[1] também conhecido como tamaxeque[2][3] (AFI: [ˈtæməʃɛk]) e tamajaque (ⵜⴰⵎⴰⵌⴰⵆ, tamahaq) é um grupo de dialetos e línguas berberes aparentados, falados pelos berberes tuaregues em partes de Mali, Níger, Argélia, Líbia e Burquina Fasso, com alguns poucos falantes na região de Kinnin, no Chade.[4]

Línguas tuaregues

ⵜⴰⵎⴰⵌⴰⵆ

Outros nomes:Tamaxeque, Tamahaq, Tamajaq, Tamashek
Falado(a) em:  Argélia
 Burquina Fasso
 Líbia
 Mali
 Níger
Região: Saara
Total de falantes: 1.2 milhões (Ethnologue)
Família: Afro-asiática
 Berbere
  Línguas tuaregues
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: tmh
ISO 639-3: vários:
tmh — tamaxeque (genérico)
thv — Tahaggart Tamahaq
taq — tamaxeque
ttq — Tawallammat Tamajaq
thz — Tayart Tamajeq

Outras línguas berberes e o tamaxeque são mutuamente compreensíveis e em geral são consideradas como uma única língua (pelo linguista dinamarquês Karl-G. Prasse, por exemplo), sendo que há algumas distinções fonéticas (afetando a pronúncia de z e de h, por exemplo). O tamaxeque é muito conservativo em alguns aspectos, mantendo duas vogais curtas onde as outras línguas berberes do norte têm uma ou mesmo nenhuma. Além disso, sofreu muito menos influências léxicas do árabe do que as demais línguas berberes.

Um dos exemplos das línguas tuaregues é o tamahaq. A região nativa da língua é deserto do Saara, envolvendo a Argélia, na região da Ahaggar no Sul da Argélia, o ocidente da Líbia e o norte do Níger, locais onde a língua até hoje é utilizada por nativos. O tamahaq não possui uma expressiva variação das línguas tuaregues do sul das Montanhas Aïr, Azawagh e Adagh.[5] Muitas das línguas com origem congruente ao tamahaq possuem uma forte influência do árabe, mas o tamahaq é classificado com uma das mais puras. O tamahaq muitas vezes está integrado com o tamasheq ou tamajeq, variações próximas que possuem mais estudos acerca, contudo, o tamahaq possui sistemas que suavemente diferenciam das suas "irmãs", principalmente na área da fonética, havendo até mesmo variações dentro do próprio tamahaq derivações, principalmente na região sul do Saara, em grupos como o Kélowi e Awelímmiden.[6]

Etimologia

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A palavra tuaregue é um exônimo, com origem no termo árabe hassaniya ta:rg-i, que denota um guerreiro nascido livre[7].

Por sua origem no ramo berbere, a língua possui similaridade com línguas como tarifit e cabila, também havendo línguas da família que o foram extintas, como as línguas guanches das Ilhas Canárias e o líbio antigo.[7]

Distribuição e Dialetos

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Os falantes de tuaregue estão espalhados, em geral, pela região do Saara, mais especificamente nas áreas montanhosas, sendo os nativos povos de montanha, em especial as montanhas Montanhas Aïr, Azawagh e Adagh. As variedades do tuaregue são línguas de povos nômades, mais concentrados no sul da Argélia, norte do Mali e sul do Niger. Um exemplo recente do nomadismo é a presença da língua em Burquina Faso.[8]

O tuaregue é dividido em sua forma popular baseada na sua pronuncia de nome[7]

  • Tamashek (Tamachek, Tamashaq) - Mali (exceto Meneka)
  • Tamajak (Tamajek, Tamajeq) Niger, Mali, (Meneka)
  • Tamahak (Tamahaq) Argélia (Hoggar range)

E também existe a sua divisão revisada, baseada em grupos distintos, que possuem status autônomo

  • Tamashek (Tamachek) - Mali (Kidal, Gao, Timbuktu)
  • Tawellemmett (Tawallammat) - Niger (NW), Mali (Menaka)
  • Tayert (Tayart) Niger (norte, Air range)
  • Tamahak (Tamahaq) Argélia (Hoggar)

Número de Falantes

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Seus números de falantes são (segundo Ethnologue em 2004): 270,000 para Tamashek, 62,000 para Tamahak, 640,000 para Tawellemmett, e 250,000 para Tayert.[7]

Fonologia

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Vogais

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O sistema de vogais inclui 5 vogais longas /a, e, i, o, u/, versões "enfáticas" de /e, o/, e duas vogais curtas /ə, ă/[9]. As vogais enfáticas e/ e /o/ geralmente derivam de /i/ e /u/, enquanto que evidências comparativas mostram que /ə/ deriva do amálgama “proto-berbere” entre */ĭ/ e */ŭ/. As semivogais são classificadas por alguns autores como as vogais, sendo elas: /w, j/. Também há a citação da existência de alguns ditongos: /əw/ (>[u]), /ăw/, /aw/, /ew/, /iw/, /ow/, /uw/, /əj/ (>[i]), /ăj/, /aj/, /ej/, /ij/, /oj/, /uj/.[10], mas esse é um ponto de diálogo entre linguistas, pois alguns também dizerm não haver ditongosNa fala, antes da pronuncia de vogais enfáticas são reduzidas as vogais formando: ə/ em [ă], /e, i/ em um [e] “enfático”; e /u, o/ em [o] “enfático”, com algumas variações dialetais (com percepção de f /i, u/ "menos aberto" que /e, o/)[11].[9] Tabela de vogais[12]:

Vogais curtas
Anterior Central Posterior
Fechada ə
Aberta ă
Vogais longas
Anterior Central Posterior
Fechada i u
Quase fechada e o
Aberta a

Consoantes

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Labial Aveolar Palatal Velar Uvelar Faringe Glotal
Plana enfática
Nasal m n ŋ
Pausa b t d tˤ dˤ ɟ[13] k ɡ q (ʔ)
Fricativa f s z (sˤ) zˤ ʃ ʒ x ɣ[14] (ħ ʕ) h
Lateral l (lˤ)

O inventário de consoantes se parece muito com o do árabe: vocalização diferenciada, uvulares, faringeais (tradicionalmente referidas como enfáticas) /tˤ/, /lˤ/, /sˤ/, /dˤ/, /zˤ/; requerendo a contração dos músculos da faringe, influindo na pronúncia da vogal seguinte (porém /lˤ, sˤ/ só ocorrem em palavras que vem do árabe e /lˤ/ é raro) [15]

/ŋ/ é um som raro, /ʒ/ é raro em Tadraq, e tem-se como exemplo do empréstimo árabe fonético através das fricativas /ħ, ʕ/ são usados apenas nas palavras árabes no dialeto Tanəsləmt, sendo, portanto, um empréstimo direto do árabe [12]. Mesmo que fazendo parte, em algumas descendentes do tuaregues, elas são trocadas por /x, ɣ/ respectivamente.[16]

A oclusiva glotal /ʔ/ é não fonêmica e não é presente nos dialetos árabes, mas pode ser encontra no vocabulário islâmico não assimilado. Ocorre no começo de palavras com vogal inicial para preencher a função da consoante inicial na estrutura da sílaba, embora se as palavras forem precedidas por uma palavra que termina em consoante, é feita uma ligação em substituição. O /a/ inicial de uma frase é também seguida por uma oclusiva glotal fonética[17]

A geminação é contrastiva. Normalmente /ɣɣ/ se torna [qq], /ww/ se torna [gg], e /dˤdˤ/ se torna [tˤtˤ]. /q/ e /tˤ são (com poucas exceções) sempre geminados. Além disso, em dialeto Tadraq /g/ é geralmente geminado, mas em Tudalt tom singelo /g/ pode ocorrer.[17]

A assimilação vocal ocorre, com a primeira consoante tomando a sonoridade da segunda (Ex.: /edˤkăr/>[etˤkăr]).[15]

A redução dos conjuntos consonantais modifica a palavra / fonema-final /-ɣt, -ɣk/ em [-qq] e /-kt, -ɟt, -gt/ em /-kk/ (Ex.. /tămaʃăɣt/>[tămaʃăq] 'Tamasheq').

Consoantes em tamasheq
Labial Palato-

alveolar

Velar Uvular Faringe Laringe
plana Enfática/

transformada emfaringe

Plosiva mudo (p) (tˤ) k (q) (ʔ)
voiced b g
Fricativa mudo f (sˤ) ʃ χ (ħ) h
voiced ʒ ʁ (ʕ)
Nasal m ɲ ŋ
Liquida lateral (ɫ)
rótco
Aproximada w j

Esta é uma tabela com as consoantes no tamasheq que, ao todo, somam 33[18], sendo boa para comparação de como as línguas derivadas da língua tuaregue são muito parecidas.

Ortografia

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As línguas tuaregues são geralmente escritas no alfabeto tifinague nativo, existe porém algum uso do alfabeto árabe nalgumas áreas desde os tempos medievais, enquanto que o alfabeto latino é oficial no Mali e no Níger. O programa nacional do Mali de alfabetização (DNAFLA) estabeleceu um padrão para o uso do alfabeto latino, o qual é usado com modificações, conforme o léxico de Karl-G. Prasse, também no programa de alfabetização de Burquina Fasso. Em Níger, outro sistema foi usado, havendo também diferenças nos usos do tifinague e na escrita árabe.[19]

A escrita árabe é mais usada por tribos islâmicas, e pouco consideradas nessas padronizações.

O uso do tifinague é restrito principalmente à escrita de fórmulas mágicas, a qual é feita em palmas, quando o silêncio é exigido, e nas cartas escritas recentemente[20]

O sistema DNAFLA é uma espécie de ortografia morfo-fonêmica, sem indicação de voigais encurtadas, sempre escrevendo a particular direcionada como < dd>, e não uma indicação de assimilação (Exemplo. <Tămašăɣt> for [tămašăq])[21]

Em Burquina Fasso as ênfases são marcadas por "ganchos" nas letras como na língua fula, por exemplo. <ɗ ƭ>.[21]

Tifinague[22] árabe Equivalência no latim
Nome Caractere
Tegherit ا a,e,i
Yeb ب b
Yet ت t
--- --- ث ---
Yej ج j
Yeg --- g
--- --- ح --
Yok خ k
Yed د d
--- --- ذ --
Yer ر r
Yez ز z
Yeṭ ط
Yoẓ ظ
Yec ک c
Yel ل l
Yem م m
Yen ن n
Yeṣ ص
Yeḍh ض
--- --- ع ---
Yeγ غ γ
Yef ف f
Yoq ق q
Yes س s
Yeš ش š
Yeh ھ h
yu و u w
Yey ي y

Gramática

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A ordem básica das palavras Tuaregues é Verbo-Sujeito-Objeto. Os verbos podem ser agrupados em 19 classes morfológicas, algumas das quais têm definições semânticas. Os verbos levam consigo informações sobre o sujeito da frase na forma de marcação pronominal. Não há adjetivos simples e puros em Tuaregue, conceitos de adjetivação são expressos uma forma relativa de verbo chamada particípio (algo diferente do que se tem em Português). As Tuaregues são muito influenciadas pelas Línguas songais norte, como a Língua Tasawaq, cujos falantes são Tuaregues étnicos, mas falam variantes songais. Essa influência inclui pontos de fonologia e alguns de gramática, havendo também muitas palavras de origem externa.

A ordem básica das palavras Tuaregues é Verbo-Sujeito-Objeto. Os verbos podem ser agrupados em 19 classes morfológicas, algumas das quais têm definições semânticas. Os verbos levam consigo informações sobre o sujeito da frase na forma de marcação pronominal. Não há adjetivos simples e puros em Tuaregue, conceitos de adjetivação são expressos uma forma relativa de verbo chamada particípio (algo diferente do que se tem em Português). As Tuaregues são muito influenciadas pelas Línguas songais norte, como a Língua Tasawaq, cujos falantes são Tuaregues étnicos, mas falam variantes songais. Essa influência inclui pontos de fonologia e alguns de gramática, havendo também muitas palavras de origem externa.

Morfologia

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Sendo uma língua “raiz-e-padrão” ou “templática”, raízes “triliterais” (com base de três consoantes) são os mais comuns em tamaxeque. Niels e Regula Christiansen usam a raiz “k-t-b” (escrever) para deomostrar conjugações de aspecto completes de passado.

Afixos p/ Sujeito Tamasheq[23]
Pessoa
s 1 ...-ăɣ
2 t-...-ăd
3 m y-...
f t-...
part. m y-...-ăn
f t-...-ăt
pl 1 n-...
2 m t-...-ăm
f t-...-măt
3 m ...-ăn
f ...-năt
part. ...-nen

A correspondência verbal com Japonês continua com o uso do aspecto; o tamaxeque usa, conforme registrou Sudlow:

  1. Perfeito: ações completas
  2. Estativo: "estados finais, resultados de uma ação completa."
  3. Imperfeito: ações futuras ou possíveis, "muitas vezes usado seguindo um verbo que expressa emoções, decisão ou pensamentos,” pode ser marcado com "'ad'" (na forma curta "'a-'" com preposições).
  4. Cursivo: ações em andamento, muitas vezes habituais.

Pronomes

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Os pronomes nas línguas tuaregues possuem uma forte semelhança entre elas. Por isso, pode-se tomar como base uma para análise e entendimento, tendo em vista a liquides de possíveis variáveis. Toma-se como base nas seguintes tabelas a Língua tamahaq[24]

Pronomes pessoais

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Primeira pessoa
Singular Plural
Eu e meu-CO ⴾⵏ Nec

Masc e Fem

Nós e Nós-CO ⴺⵏⴾⵏ Necenéḍ

masc

ⴺⵜⵏⴾⵏ Necéneteḍ

fem

De mim ⴰⵏⴰ De nós ⵗⵏ ⵏⴰ Inanáγ
Segunda pessoa
Singular Plural
tu ⵢⴾ Cai

masc

Vocês ⴺⵏⵓⴶⴰ Agaw/ueneḍ

mas

ⵎⴾ Cam

fem

ⴺⵜⵎⴶⴰ Agúmateḍ

fem

de ti ⴾⵏⴰ Inéc

masc

de vocês ⵏⵓⵏⴰ Inow/uen

masc

ⵎⵏⴰ Iném ⵜⵎⴾⵏⴰ Inécmet

fem

Terceira pessoa
Singular Plural
Ele ⴰⵜⵏⴰ Enta Eles ⴺⵏⵜⵏⴰ Entenéḍ
Ela ⴰⵜⵏⴰ Enta

ⵂⴷⵜⵏⴰ

Elas ⴺⵜⵏⵜⵏⴰ Entenetéḍ
Dele ⵙⵏⴰ Inis deles ⵏⵙⵏⴰ
Dela ⵜⵏⴰ Init delas ⵜⵏⵙⵏⴰ
Sufixos de pronome
1ª pessoa 2ª Pessoa 3ª pessoa
Singular ⴰ i ⵢⴾ Cai

masc

ⵜ t
ⵎⴾ Cam

fem

ⵜⵜ tet
Plural ⵓⵏ anaγ ⵏⵓⴾ ⵏⵜ
ⵜⵎⴾ ⵜⵏⵜ

*Meu como pronome pessoal do caso oblíquo

Pronomes possessivos

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As vezes são feitos como casos genitivos dos pronomes pessoais, mas também existem sufixos do pronome possessivos que possuem poucas diferenças do sufixo do pronome pessoal[25]

1ª pessoa 2 pessoa 3ª pessoa
singular ⴰ i ⴾ ie

masc

ⵙ is

masc

ⵎ im

fem

ⵜ it

fem

plural ⵗⵏ anaγ ⵏⵓ ow/uen

masc

ⵏⵙ isan

masc

ⵜⵎⴾ ocmet

fem

ⵜⵏⵙ isnet

fem

Pronomes interrogativos

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ⴰⵎ Ma, quem ou o que[25]

Pronomes demonstrativos

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Singular[26]</ref> Plural
Isso masculino ⵂⵓ hah ⵂⵓ hich
ⵗⴷⵓ hadaγ ⵗⴷⵓ hiedaγ
Feminino ⵂⵜ Tah ⵂⵜ Tich
ⵗⴷⵜ Tadagh ⵗⴷⵜ Tiedaγ
aquilo Masculino ⵂⴷⵓ had ⵂⴷⵓ Hidieh
ⵂⴷ Dieh ⵗⴷⴷⵓ hidiedaγ
Feminino ⵂⴷⵜ Tadieh ⵂⴷⵜ Tidieh
ⵗⴷⴷⵜ Tidiedaγ
Aquilo Masculino ⵗⵓⴰ Ahein ⵗⴷⵏⵓ Hiendaγ
ⵗⴷⵏⵓ Hendaγ ⵗⴷⵏⵂ Hiendaγ
ⵗⴷⵏⵂ Hendaγ
Feminino ⵗⴷⵏⵜ Tendaγ ⵗⴷⵏⵜ Tiendaγ

Substantivos

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Todas as palavras palavras são masculinas ou femininas, para identificar é simples. todas estão no masculino, menos a que possuem ⵜ no final ou em alguma parte delas. Aqui também utiliza-se uma com base, sendo escolhida neste artigo a tamahaq [27]

Numero

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O plural do substantivo no masculino é formado

  • 1º Adicionando-se  | ao singular; caso comecem com ⴰ a pronuncia a ou e do singular, no plural adquire o som de i
  • 2º Singular terminado em ⴰ, comumente é feita a troca por |ⵜ (tan ou ten); a mudança da vogal inicial a ou e segue o mesmo padrão na mudança por i
  • 3º Muda-se a pronuncia da inicial p ou i
  • 4º Em casos mais raros uma palavra no singular que termina com ⴰ, seu plural se altera para |ⵓ ( wen)

em casos de substantivos femininos no plural tem-se:

  • 1º Adição do afixo | ao singular e  quando é terminado- as duas ultimas- com as letras compostas, ou em duas letras (não ha alteração na vogal curta)
  • 2º Palavras terminadas em ⴰ, na maioria dos casos, troca-se por |

Declinação do substantivo

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Não ha necessariamente uma declinação do substantivo  no tamahaq, o que ocorre, na verdade é que no final ocorre uma prefixação às palavras que governam, o que alguns estudiosos consideram uma declinação

  • Nominativo e acusativo: são iguais
  • Genitivo: adicção do prefixo |ⴰ ao nominativo ⵓ e o dativo prefixando-se ⵢ ou ⴰ

Formação substantivo

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Grande parte dos substantivos derivam de verbos, tendo a sua formação dependente do gênero. Por exemplo, os substantivos masculinos derivam do radical do verbo, trocando ⵢ, quando inicia, por ⴰ, e corta-se o final ⵜ quando o radical termina em um. As mudanças também podem ocorrer em vogais curtas que, mesmo que não expressas na escrita, são percebidas na fala. Já na formação dos substantivos femininos é visto a prefixação e afixação do ⵜⴰ, e caso o radical inicie com ⵢ ou ⴰ uma supressão de algumas letras ocorre com a prefixação do ⵜ

Verbos

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Os verbos em tamahaq são ciados nas principias gramaticas como a raiz na formação de substantivos e adjetivos. A forma mais simples do verbo é 3ª pessoa do singular do pretérito.

Ocorre a distinção dos gêneros (entre masculino e feminino) na terceira pessoa do singular, a primeira e segunda pessoa do simular possuem somente uma forma para cada, que é utilizado para ambos. No plural, a segunda e terceira pessoa possuem distinção de masculino e feminino, já na primeira pessoa há um "comum", que é utilizado para ambos

Conjugação de k-t-b 'escrever'[23]
Person Singular Plural
ektabaɣ ‘Eu escrevi’ nektab Nos escrevemos (pass)’
(m) tektabad ‘Tu (2s) escreveste’ tektabam ‘Vós (2p/masc) escrevestes’
(fem) tektabmat ‘Vós (2p/fem) escrevestes’
(m) iktab ‘Ele escreveu’ ektaban ‘Eles (3/p/masc) escreveram’
(fem) tektab ‘Ela escreveu’ ektabnat ‘Elas (3/p/fem) escreveram’

A correspondência verbal com Japonês continua com o uso do aspecto; o tamaxeque usa, conforme registrou Sudlow:

  1. Perfeito: ações completas
  2. Estativo: "estados finais, resultados de uma ação completa."
  3. Imperfeito: ações futuras ou possíveis, "muitas vezes usado seguindo um verbo que expressa emoções, decisão ou pensamentos,” pode ser marcado com "'ad'" (na forma curta "'a-'" com preposições).
  4. Cursivo: ações em andamento, muitas vezes habituais.

Pretérito

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  • 3ª Pessoa no singular no feminino: coloca-se o prefixo ⵜ ao masculino
  • 2ª Pessoa: coloca-se o prefixo ⵜ e o afixo ⴷ ao radical
  • 1ª Pessoa: coloca-se ⵓ ao radical
  • 3ª Pessoa do plural (masculino): coloca-se o afixo | ao radical, no gênero feminino acrescenta ⵜ ao do masculino (|ⵜ)
  • 2ª Pessoa do plural: coloca-se o prefixo ⵜ e o afixo ⵎ ao radical, no gênero feminino acrescenta o ⵜ ao feito no masculino[28]

Futuro

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  • Adiciona-se o prefixo ⴷⴰ quando a pessoa do pretérito não inicia com ⵜ, caso contrario, adiciona-se somente o ⴰ
  • Em casos que a terceira pessoa do plural e primeira pessoa do plural na forma do pretérito terminarem com ⴰ, corta-se o ⴰ, formando então a mesma pessoa do futuro[28]

Presente

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Formas do presente

  • 1ª Muda-se inicial ⵢ por ⴰ e adiciona-se o teshdid sob o segundo radical
  • 2ª Muda-se as iniciais ⵢ e ⴰ por ⵜⴰ
  • 3ª Coloca-se o acento fatha no ponto vogal do primeiro radical e, assim como o primeiro, muda-se  ⵢ por ⴰ.[28]

Existem diversas irregularidades quando queremos formar o presente.

Imperativo

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  • 2ª Pessoa do singular: retira-se o ⴰ do radical
  • 2ª Pessoa do plural: no masculino, coloca-se o afixo ⵜⴰ ,no feminino, coloca-se  ⵜⵎ ao da segunda pessoa do singular[29]

Passado do particípio

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  • Masculino no singular: coloca-se prefixo ⵎ, no feminino . coloca-se ⵎⵜ , ambos a adição ocorre no radical
  • Masculino no plural: adiciona-se | ao masculino no singular, nos casos feminino adiciona-se ⵜ ao plural do masculino

Iniciais ⵢ ou ⴰ na terceira pessoa do singular não são considerados radicais

O verbo ser no tamahaque é escrito em ⴰ||ⴰ , usado no presente e no passado

  • O verbo ter é escrito por ⵔⵓ yor, colado junto ao sufixo do pronome, em casso do presente. No passado, basta adicionar o prefixo ⴰ||ⴰ ao lado[29]

Sentença

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O tamahaq é escrito da direita para esquerda, assim como o árabe. As formações das frases seguem as regras ditas anteriormente acrescentando ou suprimindo algo quando transita na forma verbal ou no gênero.[30]

  • A ordem da palavra é VSO (verbo, sujeito e objeto)
    • ⵙⴷⵙⵏⵏⵜ ⵂⴷ ⴰⵏⴰ Télsedas dih Ena (Diga aquilo novamente)
    • ⴾⵏⴶⵎⴰ ⵛⵜⴰ Amagínic Etŝ (Coma seu jantar)


Vocabulário

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Tafaghist Português
Ahul

Tahultismill

Olá
Ma dăr tolăhăd?

Ma tăxlakăd?

Como você está?
Ălxer ɣas!

Ălxer ɣas təbarăk Aḷḷah

Qual o seu nome?
Tinsed dăɣ ălxer Boa noite
Tăɣlasăd Bom dia
Mi dət-təfălăd? De onde você é?

Referências

  1. S.A, Priberam Informática. «tuaregue». Dicionário Priberam. Consultado em 14 de abril de 2023 
  2. S.A, Priberam Informática. «tamaxeque». Dicionário Priberam. Consultado em 14 de abril de 2023 
  3. Correia, Paulo (2023). «Berberes — geografia e línguas» (PDF). A folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias (73 — outono de 2023). pp. 10–19. ISSN 1830-7809 
  4. Allati, Abdelaziz (23 de janeiro de 2010). «Les éléments qualificatifs berbères». Études et Documents Berbères (1): p. 11–22. ISSN 0295-5245. doi:10.3917/edb.029.0011. Consultado em 2 de maio de 2022 
  5. «Tamahaq language». Google Arts & Culture. Consultado em 2 de maio de 2022 
  6. Beckman 2012, p. 2.
  7. a b c d Heath 2005, p. 4.
  8. Heath 2005, p. 5.
  9. a b Sudlow 2001, p. 25.
  10. Sudlow 2001, pp. 25-26.
  11. Boutrais, Jean (1 de abril de 2009). «DIALLO, Youssouf, 2008, Nomades des espaces interstitiels ; pastoralisme, identité, migrations (Burkina Faso - Côte d'Ivoire)». Journal des Africanistes (79-2): 412–414. ISSN 0399-0346. doi:10.4000/africanistes.3129. Consultado em 2 de maio de 2022 
  12. a b Heath 2005.
  13. Tabain, Marija; Beare, Richard; Butcher, Andrew (25 de agosto de 2013). «A preliminary spectral analysis of palatal and velar stop bursts in pitjantjatjara». ISCA: ISCA. doi:10.21437/interspeech.2013-86. Consultado em 2 de maio de 2022 
  14. de Melo, Adriana. «Modulação de parametros imunologicos da resposta não especifica pelo composto MAPA». Consultado em 2 de maio de 2022 
  15. a b Sudlow 2001, p. 29.
  16. Sudlow 2001, p. 27.
  17. a b Sudlow 2001, pp. 26-27.
  18. Heath 2005, p. 23.
  19. «Línguas tuaregues – Wikipédia, a enciclopédia livre». pt.wikipedia.org. Consultado em 2 de maio de 2022 
  20. Abdel-Massih, Ernest T. (janeiro de 1977). «Thomas G. Penchoen, Tamazight of the Ayt Ndhir: Afro Asiatic Dialects I (Los Angeles: Uneda Publications, 1973). Pp. 124.». International Journal of Middle East Studies (1): 138–139. ISSN 0020-7438. doi:10.1017/s0020743800026842. Consultado em 2 de maio de 2022 
  21. a b Sudlow 2001, p. 46.
  22. Beckman 2012, p. 5.
  23. a b CHRISTIANSEN (2002). Medium Ævum (1). 162 páginas. ISSN 0025-8385. doi:10.2307/43630426 
  24. Beckman 2012, p. 34.
  25. a b Beckman 2012, p. 35.
  26. Beckman 2012, pp. 35-36.
  27. Beckman 2012, p. 21.
  28. a b c Beckman 2012, p. 11.
  29. a b Beckman 2012, p. 12.
  30. Beckman 2012, p. 31.

Bibliografia

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  • Sudlow, David. (2001). The Tamasheq of North-East Burquina Fasso. Köln: Rüdiger Köppe Verlag.
  • Bougchiche, Lamara. (1997) Langues et litteratures berberes des origines a nos jours. Bibliographie internationale et sytematique. Paris: Ibis Press.
  • Chaker, Salem, ed. (1988) Etudes touaregues. Bilan des recherches en sciences sociales. Travaux et Documents de i.R.E.M.A.M. no. 5. Aix-en-Provence: IREMAM / LAPMO.
  • Leupen, A.H.A. (1978) Bibliographie des populations touaregues: Sahara et Soudan centraux. Leiden: Afrika Studiecentrum.

Dicionários

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Página 247 do Dictionnaire Touareg-Français de 1951, mostrando o meticuloso manuscrito de Foucauld, com ilustrações detalhadas da estrutura do tasdest e de outros termos referentes à construção de tendas da Kel Ahaggar.
  • Charles de Foucauld (1951-1952) Dictionnaire touareg-francais. 4 vol. Paris: Imprimerie Nationale de France. Publicação póstuma do fac-símile (autor falecido em dez. 1916); dialeto de Ahaggar, sul da Argélia.
  • Jeffrey Heath (2006) Dictionnaire tamachek - anglais - français. Paris: Karthala. [covers dialects of northern Mali]
  • Motylinski, A. (1908). Grammaire, dialogues et dictionnaire touaregs. Alger: P. Fontana.
  • Prasse, Karl-G., Alojaly, Ghoubeid, and Mohamed, Ghabdouane (2003) Dictionnaire touareg-francais (Niger). 2ª ed. rev.; 2 vol. Copenhagen: Museum Tusculanum Press, University of Copenhagen. [1ª ed. 1998; abrange dois dialetos do norte do Níger]
  • Prasse, Karl-G., Lexique Touareg-Français. Copenhague: Museum Tusculanum Press, 1998.

Gramáticas

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Textos

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  • Ag Erless, Mohamed (1999) "Il ný a qu'un soleil sur terre". Contes, proverbes et devinettes des Touaregs Kel-Adagh. Aix-en-Provence: IREMAM.
  • Aghali-Zakara, Mohamed & Jeannine Drouin (1979) Traditions touarègues nigériennes. Paris: L'Harmattan.
  • Albaka, Moussa & Dominique Casajus (1992) Poésies et chant touaregs de l'Ayr. Tandis qu'ils dorment tous, je dis mon chant d'amour. Paris: L'Harmattan.
  • Alojaly, Ghoubeïd (1975) Ǎttarikh ən-Kəl-Dənnəg - Histoire des Kel-Denneg. Copenhagen: Akademisk Forlag.
  • Casajus, Dominique (1985) Peau d'Âne et autres contes touaregs. Paris: L'Harmattan.
  • Chaker, Salem & Jélène Claudot & Marceau Gast, eds. (1984) Textes touaregs en prose de Charles de Foucaould et. A. de Calassanto-Motylinski. Aix-en-Provence: Édisud.
  • Chants touaregs. Recueillis et traduits par Charles de Foucauld. Paris, Albin Michel, 1997
  • Foucauld, Charles de (1925) Poésies touarègues. Dialecte de l'Ahaggar. Paris: Leroux.
  • Lettres au marabout. Messages touaregs au Père de Foucauld. Paris, Belin, 1999
  • Heath, Jeffrey (2005) Tamashek Texts from Timbuktu and Kidal. Berber Linguistics Series. Cologne: Koeppe Verlag
  • Louali-Raynal, Naïma & Nadine Decourt & Ramada Elghamis (1997) Littérature orale touarègue. Contes et proverbes. Paris: L'Harmattan.
  • Mohamed, Ghabdouane & Karl-G. Prasse (1989) Poèmes touaréges de l'Ayr. 2 vol. Copenhagen: Akademisk Forlag.
  • Mohamed, Ghabdouane & Karl-G. Prasse (2003) əlqissǎt ən-təməddurt-in - Le récit de ma vie. Copenhagen: Museum Tusculanum Press.
  • Nicolaisen, Johannes, and Ida Nicolaisen. The Pastoral Tuareg: Ecology, Culture, and Society. Vol. 1,2. New York: Thames and Hudson, Inc, 1997. 2 vols.
  • Nicolas, Francis (1944) Folklore Twareg. Poésies et Chansons de l'Azawarh. BIFAN VI, 1-4, p. 1-463.

Tópicos linguísticos

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  • Cohen, David (1993) 'Racines'. In: Drouin & Roth, eds. À la croisée des études libyco-berbères. Mélanges offerts à Paulette Galand-Pernet et Lionel Galand (Paris: Geuthner), 161-175.
  • Kossmann, Maarten (1999) Essai sur la phonologie du proto-berbère. Köln: Rüdiger Köppe.
  • Prasse, Karl-G. (1969) A propos de l'origine de h touareg (tahaggart). Copenhagen.