Plano Nacional de Assistência Estudantil ANDIFES
Plano Nacional de Assistência Estudantil ANDIFES
Plano Nacional de Assistência Estudantil ANDIFES
de Assistncia Estudantil
PALAVRA DA DIRETORIA
SUMRIO
I Introduo .................................................................................................................. 04
II Justificativa ............................................................................................................... 06
III Diagnstico .............................................................................................................. 07
IV Princpios ................................................................................................................. 14
V Objetivos ................................................................................................................... 14
VI Metas ........................................................................................................................ 15
VII reas Estratgicas ................................................................................................. 16
VIII Investimento .......................................................................................................... 17
IX Necessidade de Pessoal ......................................................................................... 17
X Acompanhamento .................................................................................................... 17
XI Referencial Terico ................................................................................................. 19
I INTRODUO
A misso da universidade cumpre-se medida que gera, sistematiza e socializa o
conhecimento e o saber, formando profissionais e cidados capazes de contribuir para o
projeto de uma sociedade justa e igualitria. A universidade uma expresso da prpria
sociedade brasileira, abrigando tambm as contradies nela existentes.
A busca pela reduo das desigualdades socioeconmicas faz parte do processo
de democratizao da universidade e da prpria sociedade. Esse no se pode efetivar
apenas no acesso educao superior gratuita. Torna-se necessria a criao de
mecanismos que viabilizem a permanncia e a concluso de curso dos que nela
ingressam, reduzindo os efeitos das desigualdades apresentadas por um conjunto de
estudantes provenientes de segmentos sociais cada vez mais pauperizados e que
apresentam dificuldades concretas de prosseguirem sua vida acadmica com sucesso.
A no definio de recursos para a manuteno de polticas de assistncia
estudantil que busquem criar condies objetivas de permanncia desse segmento da
populao na universidade faz com que esses estudantes, muitas vezes, retardem a
concluso do curso e at desistam dele.
Para que o estudante possa desenvolver-se em sua plenitude acadmica,
necessrio associar qualidade do ensino ministrado uma poltica efetiva de investimento
em assistncia, a fim de atender s necessidades bsicas de moradia, de alimentao, de
sade, de esporte, de cultura, de lazer, de incluso digital, de transporte, de apoio
acadmico e de outras condies.
A Constituio Federal de 1988 consagra a educao como dever do Estado e da
Famlia (art. 205, caput) e tem como princpio a igualdade de condies de acesso e
permanncia na escola (art. 206, I).
A Lei de Diretrizes e Bases da Educao, aprovada em 20/12/96, contm
dispositivos que amparam a assistncia estudantil, entre os quais se destaca: "Art. 3 - O
ensino dever ser ministrado com base nos seguintes princpios: I - igualdade de
condies para o acesso e permanncia na escola;...". A LDB, determina ainda que "a
educao deve englobar os processos formativos e que o ensino ser ministrado com
base no princpio da vinculao entre a educao escolar, o trabalho e as prticas
sociais" (Lei n. 9.394, de 29/12/96, artigo 1, pargrafos 2 e 3, inciso XI).
A Lei 10.861, de 14 de Abril de 2004, que institui o Sistema Nacional de Avaliao
da Educao Superior (Sinaes), afirma que a avaliao das instituies de educao
superior ter por objetivo identificar o perfil e o significado de sua atuao, por meio de
suas atividades, seus cursos, seus programas, seus projetos e seus setores,
considerando as diferentes dimenses institucionais, dentre as quais, e em carter
obrigatrio, a responsabilidade social da instituio com relao incluso social e s
polticas de atendimento a estudantes e egressos (IX dimenso).
O Decreto 6.096 de 24 de abril de 2007, que institui o Programa de Apoio a Planos
de Reestruturao e Expanso das Universidades Federais (Reuni), em seu artigo 1,
afirma que esse tem por objetivo criar condies para ampliao do acesso e da
permanncia na Educao Superior. E, em seu artigo 2, item V, que o Programa ter as
seguintes diretrizes, entre outras: ampliao de polticas de incluso e de assistncia
estudantil.
Esses princpios legais levam reflexo e reviso das prticas institucionais.
Cabe s IFES assumirem a assistncia estudantil como direito e espao prtico de
cidadania e de dignidade humana, buscando aes transformadoras no desenvolvimento
do trabalho social com seus prprios integrantes, o que ir ter efeito educativo e,
consequentemente, multiplicador.
Nesse contexto, pode-se dizer que, genericamente, sem perder de vista as
experincias e as iniciativas diferenciadas, a assistncia deve ser entendida como um
espao de aes educativas e de construo do conhecimento e considerada no plano
institucional-oramentrio das IFES uma questo de investimento para que se garantam
recursos para a sua execuo.
fundamental articular aes ao processo educativo. Para que a universidade
brasileira forme cidados qualificados e comprometidos com a sociedade e com a sua
transformao, ela deve assumir as questes sociais no seu cotidiano, tornando-se
espao de vivncia e de cidadania.
Outrossim, o Plano Nacional de Assistncia Estudantil, como parte do processo
educativo, dever articular-se ao ensino, pesquisa e extenso. Permear essas trs
dimenses do fazer acadmico significa viabilizar o carter transformador da relao
universidade e sociedade. Inseri-la na prxis acadmica e entend-la como direito social
romper com a ideologia tutelar do assistencialismo, da doao, do favor e das concesses
do Estado.
II JUSTIFICATIVA
A Andifes vm demonstrando, desde a sua fundao, preocupao com a poltica
social de assistncia aos estudantes. Tal fato permitiu a criao do Fonaprace, com o
objetivo de discutir e fortalecer as aes desenvolvidas pelas IFES.
A criao do Frum coincidiu com a fase em que a sociedade civil brasileira
avanava na construo do Estado democrtico de direito. Desses eventos, emanaram
decises registradas em documentos prprios, que explicitam a necessidade de
estabelecer polticas que viabilizem o acesso, a permanncia e a concluso de curso dos
estudantes em condies de vulnerabilidade social.
Vale ressaltar algumas concepes de consenso desses eventos:
... A democratizao do acesso implica na expanso da rede pblica, bem como
na abertura de cursos noturnos. A democratizao da permanncia implica na
manuteno e expanso dos programas de assistncia (Fonaprace, 1993, p. 110).
... As propostas que mais uma vez encaminhamos dizem respeito a uma poltica
que possa assegurar ao estudante sua permanncia
funo
fundamental
de
formar
cidados
qualificados
competentes.
(Fonaprace,2000)
Pesquisas, como as realizadas pelo Fonaprace, abalam o imaginrio que permeia
o senso comum de que as universidades pblicas so, em sua maioria, ocupadas por
elites econmicas.
Historicamente essa mxima encontrava eco na maior parte das instituies.
Contudo, e felizmente, esse perfil vem transformando-se ao longo do tempo e a
efetivao dessa possibilidade de real diversidade s ter ampliao se estabelecidas as
condies que transfiram capital cultural e conhecimento queles que mais precisam das
Instituies Pblicas de Ensino.
Para a elaborao de projetos na rea de assistncia estudantil, essencial
reconhecer que, no Brasil, grande parte da populao vivencia diversas formas de
apresentados
seguir,
alguns
indicadores
das
Pesquisas
Perfil
b) Alimentao
Na 1 pesquisa, 19,10% dos estudantes informaram que o Restaurante
Universitrio (RU) constitui-se em importante instrumento de satisfao de uma
necessidade bsica, educativa e de convivncia universitria. Na 2 pesquisa, esse
nmero cresce para 24,7%. Desses usurios, os das categorias C, D e E so os que
mais freqentam o restaurante, o que ratifica sua real funo acadmico-social e de
convivncia universitria.
Dada a sua importncia para a vida acadmica fundamental que o RU seja,
tambm, um espao gerador de atividades de ensino, pesquisa e extenso. necessrio
criar, manter e ampliar os programas que garantam o apoio alimentao dos estudantes
de baixa renda, principalmente os servios dos restaurantes universitrios, como forma de
garantir a permanncia dos estudantes no campus, dando-lhes oportunidade para
otimizar seu tempo de vida acadmica e contribuindo para seu desempenho e formao
integral.
c) Manuteno e Trabalho
Trabalhar e estudar, essa a condio que se constata em todas as categorias
socioeconmicas. Na 1 pesquisa, observou-se que 42% dos estudantes exercem
atividades no-acadmicas remuneradas. Na 2 pesquisa, esse percentual de 35,4%.
Desses, a maior concentrao de estudantes encontra-se nas categorias C, D e
E,
d) Meios de Transporte
A maioria dos estudantes, tanto na 1 pesquisa (60,60%), quanto na 2 (59,9%)
utiliza transporte coletivo para deslocamento at a universidade. Isso indica a
necessidade de polticas articuladas com rgos responsveis pelo transporte urbano, a
fim de melhorar os ndices de freqncia por intermdio da reduo do gasto com
transportes.
Destacamos que, em alguns centros urbanos, a despesa com transporte consome
um percentual considervel da renda familiar.
e) Sade
Quanto aos estudantes das IFES, que utilizam os servios de sade pblica, a 1
pesquisa demonstra um percentual de 27,22%, havendo um aumento para 37% na 2
pesquisa. Os estudantes das categorias de maior vulnerabilidade social so os que mais
freqentam os servios pblicos de sade: C, D e E (55,4%). Essas categorias tm o
maior ndice das que procuram o dentista apenas em casos de emergncia ou
eventualmente, o que indica precariedade na sade oral.
Na 1 pesquisa, identificou-se que 21,41% dos estudantes tm menos de vinte
anos. Na 2 pesquisa, esse percentual aumenta para 23,8%. Tendo em vista a
especificidade dessa faixa etria, identificam-se alguns temas considerados desafiadores
e que demandam programas de sade especficos: preveno de DST/AIDS;
planejamento familiar; dependncia qumica, sade oral e de preveno de doenas
imunoprevinveis.
Reforando as necessidades anteriormente citadas, a 2 pesquisa mostra que
36,95% dos estudantes das IFES apresentam necessidades significativas ou crise
emocional durante o ltimo ano do curso e 39,5% so acometidos por dificuldades
emocionais, no incio do curso. Esses dados revelam a necessidade de equipes
multidisciplinares e interdisciplinares para este tipo de atendimento.
f) Acesso Biblioteca
A 1 pesquisa mostra que 79,9% dos estudantes utilizam as bibliotecas para
consulta acadmica. Na 2 pesquisa, esse percentual de 65,4%. Na 1 pesquisa,
apenas 11,25% de estudantes buscam atividades relacionadas a lazer e cultura. Na 2
IV PRINCPIOS
O Plano Nacional de Assistncia Estudantil rege-se pelos seguintes princpios:
I)
II)
a gratuidade do ensino;
III)
IV)
V)
VI)
VII)
VIII)
IX)
V OBJETIVOS
a) Gerais:
b) Especficos:
viabilizar por meio das IFES uma estrutura organizacional, em nvel de Pr-Reitoria
com as finalidades especficas de definir e gerenciar os programas e projetos de
assistncia estudantil;
VI METAS
reas
Permanncia
Linhas Temticas
-Moradia
rgos Envolvidos
- Assuntos Estudantis
-Alimentao
- Ensino
- Pesquisa
-Transporte
- Extenso
-Creche
-Condies bsicas para
atender os portadores de
Desempenho
necessidades especiais
- Bolsas
- Assuntos Estudantis
Acadmico
- Estgios remunerados
- Ensino de Lnguas
- Incluso Digital
- Fomento participao
poltico-acadmica
- Acompanhamento psicoCultura, Lazer
pedaggico
-Acesso informao e
- Assuntos Estudantis
e Esporte
artsticas e culturais
Parcerias
com
rgos
pblicos federais,estaduais e
municipais
entidades
da
sociedade civil
Assuntos
da Juventude
mercado de trabalho
pblicos federais,estaduais e
- Meio ambiente
municipais
- Poltiica,tica e Cidadania
sociedade civil
Sade,
Sexualidade
Dependncia Qumica
VIII INVESTIMENTOS
Parcerias
e
com
rgos
entidades
da
XI REFERENCIAL TERICO
SECRETARIA ADMINISTRATIVA
Secretrio Executivo Gustavo Balduno
Secretria Adjunta Marlia Angoti Ledier
Assessora de Comunicao Lilian Saldanha