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Prova de Regência Nominal

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Prova de Regência Nominal

Prof. Andre Santos

NOME
–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
–––––––
SÉRIE TURMA
–––––––––––––––––––––––––––––––––
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

Questão 1. Declaração de amor

Esta é uma confissão de amor: amo a língua portuguesa. Ela não é fácil. Não é
maleável. A língua portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve.
Sobretudo para quem escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira capa de
superficialismo.

Às vezes ela reage diante de um pensamento mais c omplicado. As vezes se assusta


com o imprevisível de uma frase. Eu gosto de manejá-la – Como gostava de estar
montada num cavalo e guiá-lo pelas rédeas, às vezes a galope. Eu queria que a
língua portuguesa chegasse ao máximo em minhas mãos. E este desejo todos os que
escrevem têm. Um Camões e outros iguais não bastaram para nos dar para sempre
uma herança de língua já feita. Todos nós que escrevemos estamos fazendo do
túmulo do pensamento alguma coisa que lhe dê vida.

Essas dificuldades, nós as temos. Mas não fale do encantamento de lidar com uma
língua que não foi aprofundada. O que recebi de herança não me chega.

Se eu fosse muda e também não pudesse escrever, e me perguntassem a que língua


eu queria pertencer, eu diria. inglês, que é preciso e belo. Mas, como não nasci muda
e pude escrever, tornou-se absolutamente claro para mim que eu queria mesmo era
escrever em português. Eu até queria não ter aprendido outras línguas: só para que a
minha abordagem do português fosse virgem e límpida.

LISPECTOR, C. A descoberta do mundo Rio de Janeiro Rocco, 1999 (adaptado).

O trecho em que Clarice Lispector declara seu amor pela língua portuguesa,
acentuando seu caráter patrimonial e Sua capacidade de renovação, é …

(A) “um camões e outros iguais não bastaram para nos dar para sempre uma
herança de língua já feita.”
(B) “eu até queria não ter aprendido outras línguas: só para que a minha abordagem
do português fosse virgem e límpida.”
(C) “mas não falei do encantamento de lidar com uma língua que não foi
aprofundada.”
(D) “a língua portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve.”
(E) “todos nós que escrevemos estamos fazendo do túmulo do pensamento alguma

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coisa que lhe dê vida.”

Questão 2. Psicologia de um vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco,


Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundíssimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância…
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme — este operário das ruínas —


Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,


E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

A poesia de Augusto dos Anjos revela aspectos de uma literatura de transição


designada como pré-modernista. Com relação à poética e à abordagem temática
presentes no soneto, identificam-se marcas dessa literatura de transição, como

(A) a manutenção de elementos formais vinculados à estética do parnasianismo e do


simbolismo, dimensionada pela inovação na expressividade poética, e o desconcerto
existencial.
(B) o empenho do eu lírico pelo resgate da poesia simbolista, manifesta em
metáforas como “monstro de escuridão e rutilância” e “influência má dos signos do
zodíaco”.
(C) a ênfase no processo de construção de uma poesia descritiva e ao mesmo tempo
filosófica, que incorpora valores morais e científicos mais tarde renovados pelos
modernistas.
(D) a seleção lexical emprestada ao cientificismo, como se lê em “carbono e
amoníaco”, “epigênesis da infância” e “frialdade inorgânica”, que restitui a visão
naturalista do homem.
(E) a forma do soneto, os versos metrificados, a presença de rimas e o vocabulário
requintado, além do ceticismo, que antecipam conceitos estéticos vigentes no
modernismo.

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Questão 3. O trovador
Sentimentos em mim do asperamente
dos homens das primeiras eras…
As primaveras do sarcasmo
intermitentemente no meu coração arlequinal…
Intermitentemente…
Outras vezes é um doente, um frio
na minha alma doente como um longo som redondo…
Cantabona! Cantabona!
Dlorom…
Sou um tupi tangendo um alaúde!

ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) Poesias completas de Mário de Andrade. Belo


Horizonte: Itatiaia, 2005.

Cara ao Modernismo, a questão da identidade nacional é recorrente na prosa e na


poesia de Mário de Andrade. Em O trovador, esse aspecto é

(A) abordado subliminarmente, por meio de expressões como “coração arlequinal”


que, evocando o carnaval, remete à brasilidade.
(B) exaltado pelo eu lírico, que evoca os “sentimentos dos homens das primeiras
eras” para mostrar o orgulho brasileiro por suas raízes indígenas.
(C) lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de expressões como “sentimentos em mim
do asperamente” (v. 1), “frio” (v. 6), “alma doente” (v. 7), como pelo som triste do
alaúde “dlorom” (v. 9).
(D) problematizado na oposição tupi (selvagem) x alaúde (civilizado), apontando a
síntese nacional que seria proposta no manifesto antropófago, de oswald de andrade.
(E) verificado já no título, que remete aos repentistas nordestinos, estudados por
mário de andrade em suas viagens e pesquisas folclóricas.

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Questão 4. O Modernismo levou muito mais longe do que o Romantismo a
subversão dos gêneros literários. Houve uma espécie de permuta: a poesia
aproximou-se do ritmo, do vocabulário, dos temas da prosa; a prosa de fição adotou
resolutamente processos de elaboração da poesia, como é notório na fase dinâmica
de 1922-1930.

(Antonio Candido e José Aderaldo Castello. Presença da Literatura Brasileira -


Modernismo)

Pode-se comprovar a afirmação acima diante

(A) da lírica prosaica dos poemas de mar absoluto, de cecília meireles, e da prosa
poética de graciliano ramos em angústia.
(B) da lírica libertária de joão cabral de melo neto e da prosa transparente de clarice
lispector em a hora da estrela.
(C) da poesia intelectualizada de claro enigma, de drummond, e da prosa simples do
romance o ateneu, de raul pompeia.
(D) de elementos mitopoéticos no romance macunaíma e dos aspectos prosaicos de
poemas de oswald de andrade.
(E) de romances históricos como 𝐨 tronco do ipê e de poemas como os de espumas
flutuantes, de castro alves.

Questão 5. Leia as afirmações a seguir:I. A primeira fase do Modernismo no


Brasil ficou conhecida como fase heroica ou de destruição.II. Os artistas da primeira
geração modernista buscaram no folclore as raízes da cultura local.III. Algumas
características da primeira fase modernista são: a liberdade da arte, a valorização da
língua coloquial brasileira e o uso do sarcasmo e da ironia.A alternativa correta é:

(A) I e II
(B) I, II, III
(C) I e III
(D) Apenas I
(E) II e III

Questão 6. Em qual das opções abaixo a concordância verbal está correta?

Um dos jogadores do time de futebol **não foram** convocados para a partida de


domingo.

(A) não seram


(B) não foi
(C) não fomos
(D) não foramm
(E) não foram

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Questão 7. Em "a porcentagem de cidadãos considerados plenamente alfabetizados
permanece inalterada" (linhas 02 e 03 ), o verbo 'permanecer', quanto à
concordância

(A) deve ficar mesmo no singular, concordando com o núcleo do sujeito


'porcentagem'.
(B) pode ficar mesmo no singular, concordando com o núcleo do sujeito posposto
'inalterada'.
(C) pode concordar também com a palavra 'cidadãos', ficando, neste caso, no plural.
(D) deve concordar com a palavra 'inalterada', ficando, neste caso, no singular.
(E) deve concordar com a palavra 'cidadãos', ficando, neste caso, no plural.

Responda as questões 8 com base no texto a seguir:

O trecho a seguir foi extraído de um poema de Carlos Drummond de Andrade,


importante poeta da Segunda Fase do Modernismo no Brasil. O texto
exemplifica algumas das características dessa fase, como a preocupação com
a realidade social, a linguagem coloquial e a busca pela identidade nacional.

No meio do caminho tinha uma pedra


tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento


na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

Aqui se faz, aqui se paga.


Tudo aquilo que você fez um dia volta para você.
E se você fizer com amor, com certeza amor receberá.
Mas se você trair, enganar ou machucar um coração,
tudo isso um dia voltará para você em dobro.
Lembre-se sempre disso.

Poema 'No meio do caminho', de Carlos Drummond de Andrade.

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Questão 8. Qual das alternativas apresenta uma característica marcante da
Segunda Fase do Modernismo brasileiro, evidente no poema de Carlos Drummond de
Andrade?

(A) Foco principal no subjetivismo e no individualismo.


(B) Uso de métrica e rima tradicionais.
(C) Preferência por uma linguagem rebuscada e elitista.
(D) Preocupação com a realidade social e linguagem coloquial.
(E) Temática voltada para o passado colonial brasileiro.

Questão 9. Assinale a opção em que o objeto direto vem preposicionado para


assegurar a clareza da frase, isto é, para evitar que seja tomado como sujeito:

(A) no último festival, venceu o caprichoso ao garantido.


(B) que bom seria se todos cumprissem com o seu dever.
(C) a quantos o destino trai!
(D) temos amigos a quem muito prezamos.
(E) observe sempre o primeiro mandamento: amai a deus sobre todas as coisas.

Responda as questões 10, 19 com base no texto a seguir:

Mário de Andrade, 'Pauliceia Desvairada':

1. A velha cidade caótica e dinâmica, com seus trens, bondes, multidões


apressadas e arranha-céus, começava a configurar o cenário moderno, tão
diferente dos contornos tranquilos da natureza. Neste contexto, surgiram
vozes que queriam capturar esses novos ritmos, sobretudo na literatura, onde
o parnasianismo já não dava conta de expressar a alma dessa nova realidade
urbana.

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2. Foi assim que, em 1922, em meio à celebração do centenário da
independência, um grupo de jovens escritores lançou o movimento que
mudaria para sempre o panorama literário brasileiro: o Modernismo. Com a
publicação de 'Pauliceia Desvairada', Mário de Andrade rompeu com as
formas poéticas tradicionais e apostou em uma linguagem que capturasse a
efervescência e a desordem da metrópole paulistana.

3. Na obra, a cidade de São Paulo é a grande musa, retratada com uma


linguagem inovadora, que incluía o uso de versos livres, a coloquialidade e a
incorporação da oralidade no texto escrito. Esse novo estilo contrastava
fortemente com a rigidez das escolas literárias precedentes e abriu caminho
para a experimentação e a liberdade criativa que caracterizariam as décadas
seguintes da literatura brasileira.

Questão 10. Qual obra e autor representa a ruptura com as formas poéticas
tradicionais e expressa a realidade urbana no contexto do Modernismo brasileiro?

(A) Aluísio Azevedo, 'O Cortiço'


(B) Euclides da Cunha, 'Os Sertões'
(C) Mário de Andrade, 'Pauliceia Desvairada'
(D) Monteiro Lobato, 'Urupês'
(E) Manuel Bandeira, 'A Cinza das Horas'

Responda as questões 11 com base no texto a seguir:

Folhas Secas

Nas árvores, as folhas balançam ao sopro do vento outonal. Outrora verdes e


viçosas, agora amarelam e tomam formas secas. Uma a uma, elas se

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despedem dos galhos, dançam no ar e encontram repouso no solo frio. A
natureza, em seu ciclo ininterrupto, prenuncia a chegada do inverno.

Observa-se, nesta época, o trabalho incessante de pequenos animais.


Preparam-se para os dias gélidos, estocando alimentos ou tecendo ninhos
acolhedores. Nada escapa ao olhar atento dos passarinhos que, migrando
para terras mais quentes, deixam para trás o cenário esmaecido.

Há beleza mesmo na desolação das paisagens outonais. O tapete de folhas


secas, com sua paleta de ocres e marrons, oferece um espetáculo à parte.
Caminha-se sobre ele, e o som crocante das folhas quebradiças sussurra uma
canção de despedida ao verão que se foi.

Questão 11. Analisando a frase 'Uma a uma, elas se despedem dos galhos', como
ficaria a concordância se substituirmos 'elas' por 'cada uma'?

(A) Uma a uma, se despede dos galhos


(B) Uma a uma, cada uma despedem-se dos galhos
(C) Uma a uma, cada uma despede dos galhos
(D) Uma a uma, cada uma se despede dos galhos
(E) Uma a uma, cada uma se despedem dos galhos

Responda as questões 12 com base no texto a seguir:

A amizade é um meio de nos isolarmos da humanidade cultivando algumas


pessoas. Por que é que, no comércio da vida quotidiana, a ideia de uma
pessoa nos é insuportável, que fugimos dela e escondemos, em vez de
procurarmos o seu olhar, e logo que a encontramos numa sala esperamos
impacientemente que saia? Por outro lado, há algo puramente animal no fato
de que certas pessoas nos são simpáticas. É preciso, sem dúvida, que as

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qualidades do coração sejam a causa última de todas as afeições, mas há mil
ocasiões em que, sem que as pessoas tenham tido tempo de nos ser úteis de
qualquer modo, decidimos, à primeira vista, a nossa aversão ou a nossa
amizade.

Julien Offray de La Mettrie entrou para a história da filosofia com uma ideia
fixa: o homem é uma máquina, e toda a nossa investigação deve se dirigir
para o conhecimento dessa máquina. As personagens que conhece numa
sociedade não são nada mais que a combinação de algumas rodas dentadas.
Não é sem relutância que recorremos a esse filósofo e ao seu ensino; contudo,
não podemos negar que ele nos é útil para esclarecer as assombrosas e
inexplicáveis simpatias que sentimos por algumas pessoas, as quais nos
atraem invencivelmente e sem que saibamos porquê.

A resistência de um grande coração às primeiras abordagens da amizade


constitui um fenômeno estranho. Algumas pessoas têm a capacidade de
fechar-se, de guardar para si a sua alma, a sua vida, o seu amor. Preferem
contemplar a água corrente e ouvir o vento nos pinheiros. E depois, num belo
dia, resolvem-se e essa alma tão hermeticamente fechada, essas comportas
tão solidamente batidas, uma vez abertas, não se fecham mais. Voltam-se
então para um amigo com todas as efusões de uma longa e recalcada
ternura.

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Questão 12. No primeiro parágrafo, a expressão “cultivando algumas pessoas”
sugere uma relação de proximidade que se estabelece por meio de:

(A) obrigação e conveniência.


(B) cuidado e interesse contínuo.
(C) distanciamento e indiferença.
(D) frequente comunicação.
(E) familiaridade e parentesco.

Responda as questões 13 com base no texto a seguir:

Aqui temos fragmentos do poema 'Inspiração', de Mário de Andrade, que


pertence ao livro 'Pauliceia Desvairada', publicado em 1922. Este livro é
considerado um marco do Modernismo no Brasil.

São Paulo! comoção de minha vida...


Os meus olhos são pequenos para a tua grandeza.
Terra que não és bandeira, mas se bandeira fosses,
serias a bandeira de nossa própria grandeza...

Porque és a síntese,
O ponto de convergência de todas as raças do planeta...
Porque és grande no amor, franco no ódio, e justo nos momentos precisos.

Aqui, nesta terra morena e bravia, de uma estação só,


de sol intensamente rubro - o meu canto escuro de mistério
e solidão transfigurar-se-á na tua claridade imóvel.
No teu heroísmo de metrópole da civilização bárbara,
a minha voz da bruma tornar-se-á límpida e forte,
e a ronda dos meus versos em sonho será realidade.

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Questão 13. Como o poema 'Inspiração' de Mário de Andrade reflete uma
característica marcante da primeira fase do Modernismo no Brasil?

(A) A busca por captar a essência de uma realidade urbana e cosmopolita.


(B) A valorização das formas clássicas e do parnasianismo.
(C) O uso de uma linguagem rebuscada e arcaica.
(D) O predomínio da métrica tradicional e da rima.
(E) O apelo às emoções e à subjetividade romântica.

Responda as questões 14 com base no texto a seguir:

Capítulo XXX

Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá ideia daquela feição nova.


Traziam não sei quê de fluido e de inquieto, tinham a luz branda de um luar
de outono, a mesma voluptuosidade das ondas e da brisa, não da brisa e das
ondas, mas de uma coisa nova, que não estava ali nem além, que
possivelmente não era uma nem outra coisa, mas que tinha a semelhança
espiritual de ambas, e era superior em sedução e força.

Primeiramente, vi os olhos com muita admiração e alguma surpresa, mas sem


a perturbação subsequente. A perturbação veio depois, quando, descendo à
praia, a vi ao longe, fungando as flores de uma touceira. Não quis interrompê-
la; antes recuei um pouco, e fui ter com um grupo de meninas, que estavam
fazendo um pano de areia. Capitu veio ter conosco, alguns minutos depois,
muito calma, muito senhora de si, perguntando o que é que nós estávamos
fazendo, que era muito bonito.

— Estamos fazendo um desterro, disse uma das meninas.

Capitu quis ajudar, e ajudou efetivamente, pondo-se de joelhos ao pé delas, e


trabalhando com tanta graça que parecia brincar. Eu, porém, estava inquieto,
dividido entre a vontade de estar ali e o desejo de ver os olhos de ressaca
mais de perto. Afinal, esta segunda vontade prevaleceu, arranjei um pretexto,
e fui para o pé dela.

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Questão 14. No fragmento '...e fui ter com um grupo de meninas', a expressão 'com
um grupo de meninas' classifica-se como:

(A) Adjunto adnominal


(B) Objeto indireto
(C) Complemento nominal
(D) Adjunto adverbial
(E) Objeto direto

Questão 15. Quanto aos poemas de A Rosa do Povo, de Carlos Drummond de


Andrade, é correto afirmar que eles traduzem a(o)

(A) conflito angustiante da consciência, devido ao sentimento de culpa que persegue


o poeta, por não participar das lutas sociais de seu tempo.
(B) autoconfiança do poeta e nos surpreendem por rejeitarem o ceticismo e a ironia.
(C) luta e a participação consciente do poeta nos acontecimentos de seu tempo.
(D) posição política e social do poeta, por isso são de pouco lirismo existencial.

Responda as questões 16 com base no texto a seguir:

Era um grande silêncio, que ela via e ouvia: o silêncio branco das coisas
nascidas e prontas. Dentro dele, a menina ajoelhada parecia ter sido
abandonada por todos - e agora a sua única proteção era não se desamparar.
De frente para a noite, as coisas pareciam esperar também, e esperar nunca
era vão: alguma coisa aconteceria, estava já quase acontecendo, e se
inclinava sobre a menina.

Até que pouco a pouco começou a distinguir no silêncio um som que vinha de
dentro da noite e que não era um silêncio: era como o respirar tranquilo de

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um grande animal preto e adormecido. E o som era bom e sem perigo. Então,
muito devagar, a menina foi se afastando até dormir.

No dia seguinte, ela não se lembrava de nada. Mas notou que vivia melhor, e
dentro dela começavam a nascer coisas frescas e macias. Era como se no
centro de seu ser houvesse uma fonte.

Questão 16. Qual o efeito de sentido produzido pela repetição do termo 'silêncio'
nos dois primeiros parágrafos?

(A) Reforça a atmosfera de contemplação e espera.


(B) Ilustra a riqueza sonora do ambiente.
(C) Marca a passagem do tempo.
(D) Sublinha a conversa entre personagens.
(E) Demonstra a agitação da personagem.

Questão 17. A regência verbal não está de acordo com a norma padrão em qual
alternativa?

(A) chegamos a são paulo para uma consulta médica.


(B) o quadro era irreversível na sala de operações, o médico já não o assistia.
(C) os funcionários aspiravam a uma posição de destaque.
(D) as medidas visavam por um progresso da cidade do interior.

Responda as questões 18 com base no texto a seguir:

A Literatura Marginal surgiu como forma de expressão das camadas mais


pobres e periféricas da sociedade, buscando dar voz às experiências e lutas
desses grupos. Marcada por uma linguagem própria e muitas vezes por uma
estética que se alinha ao cotidiano difícil das periferias, essa vertente literária

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frequentemente aborda questões como violência, pobreza, identidade e
resistência. O autor Ferréz, por exemplo, é uma figura proeminente desse
movimento no Brasil, e sua obra pode ser tomada como um importante
referencial para o estudo da Literatura Marginal contemporânea.

Questão 18. Qual característica não é comumente encontrada na Literatura


Marginal?

(A) Emprego de uma estética alinhada ao cotidiano das periferias.


(B) Representação das experiências e lutas dos grupos marginalizados.
(C) Abordagem de questões como violência e pobreza.
(D) Foco em temas como exclusão social e resistência cultural.
(E) Uso de linguagem rebuscada e clássica.

Questão 19. Qual evento foi o marco inicial para o movimento Modernista no Brasil?

(A) A Revolução de 1930


(B) A abolição da escravatura
(C) A celebração do centenário da independência
(D) A proclamação da República
(E) A Primeira Guerra Mundial

Responda as questões 20 com base no texto a seguir:

No meio do caminho tinha uma pedra


tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento

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na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

Éramos muitos cavalos diante daquela pedra intransitável.

Questão 20. A expressão 'no meio do caminho' pode ser interpretada como:

(A) um ponto de encontro comum na cidade.


(B) a indicação de um local específico para um evento histórico.
(C) uma metáfora para desafios ou problemas na vida.
(D) uma específica localidade geográfica no Brasil.

Questão 21. O poema de Oswald de Andrade remonta à ideia de que a brasilidade


está relacionada ao futebol. Quanto à questão da identidade nacional, as anotações
em torno dos versos constituem

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(A) rejeição à ideia do brasil como o país do futebol.
(B) direcionamentos possíveis para uma leitura crítica de dados histórico-culturais.
(C) lembretes de palavras tipicamente brasileiras substitutivas das originais.
(D) intervenções de um leitor estrangeiro no exercício de leitura poética.
(E) forma clássica da construção poética brasileira.

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Questão 22. Nestes últimos anos, a situação mudou bastante e o Brasil,
normalizado, já não nos parece tão mítico, no bem e no mal. Houve um mútuo
reconhecimento entre os dois países de expressão portuguesa de um lado e do outro
do Atlântico: o Brasil descobriu Portugal e Portugal, em um retorno das caravelas,
voltou a descobrir o Brasil e a ser, por seu lado, colonizado por expressões
linguísticas, as telenovelas, os romances, a poesia, a comida e as formas de
tratamento brasileiros. O mesmo, embora em nível superficial, dele excluído o plano
da língua, aconteceu com a Europa, que, depois da diáspora dos anos 70, depois da
inserção na cultura da bossa-nova e da música popular brasileira, da problemática
ecológica centrada na Amazônia, ou da problemática social emergente do fenômeno
dos meninos de rua, e até do álibi ocultista dos romances de Paulo Coelho, continua
todos os dias a descobrir, no bem e no mal, o novo Brasil. Se, no fim do século XIX,
Sílvio Romero definia a literatura brasileira como manifestação de um país mestiço,
será fácil para nós defini-la como expressão de um país polifônico: em que já não é
determinante o eixo Rio-São Paulo, mas que, em cada região, desenvolve
originalmente a sua unitária e particular tradição cultural. É esse, para nós, no início
do século XXI, o novo estilo brasileiro.

STEGAGNO-PICCHIO, L. História da literatura brasileira.


Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2004 (adaptado).

No texto, a autora mostra como o Brasil, ao longo de sua história, foi, aos poucos,
construindo uma identidade cultural e literária relativamente autônoma frente à
identidade europeia, em geral, e à portuguesa em particular. Sua análise pressupõe,
de modo especial, o papel do patrimônio literário e linguístico, que favoreceu o
surgimento daquilo que ela chama de “estilo brasileiro”. Diante desse pressuposto, e
levando em consideração o texto e as diferentes etapas de consolidação da cultura
brasileira, constata-se que

(A) o brasil redescobriu a cultura portuguesa no século xix, o que o fez assimilar
novos gêneros artísticos e culturais, assim como usos originais do idioma, conforme
ilustra o caso do escritor machado de assis.
(B) o brasil continua sendo, como no século xix, uma nação culturalmente mestiça,
embora a expressão dominante seja aquela produzida no eixo rio-são paulo, em
especial aquela ligada às telenovelas.
(C) ocorre, no início do século xxi, promovido pela solidificação da cultura nacional,
maior reconhecimento do brasil por ele mesmo, tanto nos aspectos positivos quanto
nos negativos.
(D) o novo estilo cultural brasileiro se caracteriza por uma união bastante
significativa entre as diversas matrizes culturais advindas das várias regiões do país,
como se pode comprovar na obra de paulo coelho.
(E) a europa reconheceu a importância da língua portuguesa no mundo, a partir da
projeção que poetas brasileiros ganharam naqueles países, a partir do século xx.

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Questão 23.

Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e
nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o
nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais
começou.

[...]

Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Como


começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da prépré-
história já havia os monstros apocalipticos? Se esta história não existe, passará a
existir. Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois juntos - sou eu que escrevo o que
estou escrevendo. [...] Felicidade? Nunca vi palavra mais doida, inventada pelas
nordestinas que andam por aí aos montes.

Como eu irei dizer agora, esta história será o resultado de uma visão gradual - há
dois anos e meio venho aos poucos descobrindo os porquês. É visão da iminência de.
De quê? Quem sabe se mais tarde saberei. Como que estou escrevendo na hora
mesma em que sou lido. Só não inicio pelo fim que justificaria o começo - como a
morte parece dizer sobre a vida - porque preciso registrar os fatos antecedentes.

LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998 (fragmento).

A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha a trajetória literária de


Clarice Lispector, culminada com a obra A hora da estrela, de 1977, ano da morte da
escritora. Nesse fragmento, nota-se essa peculiaridade porque o narrador

(A) observa os acontecimentos que narra sob uma ótica distante, sendo indiferente
aos fatos e às personagens.
(B) relata a história sem ter tido a preocupação de investigar os motivos que levaram
aos eventos que a compõem.
(C) propõe-se a discutir questões de natureza filosófica e metafísica, incomuns na
narrativa de ficção.
(D) revela-se um sujeito que reflete sobre questões existenciais e sobre a construção
do discurso.
(E) admite a dificuldade de escrever uma história em razão da complexidade para
escolher as palavras exatas.

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Questão 24. Com a expansão das tecnologias digitais e redes sociais, novas formas
de expressão cultural e artística emergiram, ampliando o conceito de literatura e os
grupos que podem participar do cenário literário. Nesse contexto, a literatura
marginal no Brasil ganhou destaque nas últimas décadas, caracterizando-se por uma
expressão que rompe com os padrões convencionais, frequentemente surgindo em
ambientes periféricos e abordando temas sociais e políticos de forma direta e sem
censura. Em 'A Literatura Marginal no Contexto Cultural Brasileiro', o pesquisador
Paulo César de Araújo analisa: 'A literatura marginal é um movimento que não
apenas produz novas formas de escrita, mas também questiona as estruturas sociais
estabelecidas, utilizando a linguagem como ferramenta de resistência e
transformação.' Considerando o cenário cultural proposto e o trecho do pesquisador
Paulo César de Araújo, avalie como a literatura marginal se posiciona dentro do
espectro literário nacional, identificando suas características disruptivas e o impacto
de sua atuação na sociedade contemporânea.

(A) A literatura marginal não utiliza as redes sociais e meios digitais para a
divulgação de suas obras, preferindo a circulação restrita em círculos intelectuais e
acadêmicos.
(B) A literatura marginal é um movimento que busca exclusivamente a lucratividade
por meio da comercialização de livros e eventos, sem estabelecer conexões com
questões sociais e políticas.
(C) A literatura marginal mantém as estruturas tradicionais da literatura, utilizando
uma linguagem formal e distante dos problemas sociais, o que a torna inacessível
para o público em geral.
(D) A literatura marginal no Brasil se destaca por suas origens periféricas, linguagem
transgressora, abordagem de temas sociais e políticos, e uso de meios digitais para
divulgação, atuando como ferramenta de resistência e transformação social.
(E) Os escritores do movimento de literatura marginal buscam reproduzir os padrões
da literatura canônica, evitando o uso de gírias e expressões locais para ampliar seu
público leitor.

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Questão 25. Leia o texto: Carta IX (fragmento)A desordem, amigo, não
consisteem formar esquadrões, mas sim no excesso.Um reino bem regido não se
formasomente de soldados; tem de tudo:tem milícia, lavoura, e tem comércio.Se
quantos forem ricos se adornaremdas golas e das bandas, não teremosum só
depositário, nem os órfãosterão também tutores, quando nistointeressa, igualmente,
o bem do Império.Carece a monarquia dez mil homensde tropa auxiliar? Não haja
emborade menos um soldado, mas os outrosvão à pátria servir nos mais
empregos,pois os corpos civis são como os nossos,que, tendo um membro forte e os
outros débeis,se devem, Doroteu, julgar enfermos.Critilo [Tomás Antônio GONZAGA].
Cartas Chilenas. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1940. p. 249. Em resumo, sobre o
fragmento é CORRETO afirmar que:

(A) Nesses versos decassílabos, Critilo narra para Doroteu as ações do governador de
Minas Gerais que pretendia aumentar o efetivo militar, dando mais oportunidade de
emprego aos cidadãos mineiros em tempos de tanta prevaricação e desmando da
Coroa portuguesa.
(B) Nesses versos hendecassílabos, Critilo relata a Doroteu os despotismos e
prevaricações do governador de Minas Gerais e somente com o aumento do efetivo
militar seria possível refrear os desmandos do governador.
(C) Nesses versos dodecassílabos, Critilo explica a Doroteu que o governador de
Minas Gerais pretende aumentar o efetivo militar para poder confrontar a Coroa
portuguesa e assim dar início à Inconfidência Mineira.
(D) Nesses versos decassílabos, Critilo mostra a Doroteu as razões pelas quais o
governador de Minas Gerais quer aumentar o efetivo militar: ter no elemento armado
apoio incondicional para seus despotismos e prevaricações enfraquecendo a
sociedade civil.
(E) Nesses versos livres, Critilo defende a necessidade do governador de Minas
Gerais de aumentar o efetivo militar para melhorar a segurança da população e
assim obter apoio incondicional para seus atos patrióticos.

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Gabarito:

Questão 1. A -

Questão 2. A -

Questão 3. D -

Questão 4. D - A pergunta se refere à subversão dos gêneros literários no


Modernismo, que aproximou a poesia da prosa e vice-versa. Para comprovar essa
afirmação, é necessário analisar obras e autores que exemplifiquem essa troca. A
alternativa correta menciona o romance "Macunaíma", de Mário de Andrade, que
apresenta elementos mitopoéticos e uma linguagem mais próxima da prosa, e os
poemas de Oswald de Andrade, que adotam processos de elaboração da poesia na
prosa de ficção. Esses exemplos comprovam a subversão dos gêneros literários no
Modernismo, diferentemente das outras alternativas, que não abordam essa troca de
forma clara.

Questão 5. B -

Questão 6. B -

Questão 7. B - A questão aborda a concordância do verbo 'permanecer' na frase "a


porcentagem de cidadãos considerados plenamente alfabetizados permanece
inalterada". O verbo 'permanecer' é intransitivo e, quando utilizado com sujeito
posposto, pode concordar com o núcleo do sujeito posposto ou com o sujeito
posposto em si. Neste caso, o sujeito posposto é 'inalterada', que está no singular.
Portanto, a resposta correta é que o verbo 'permanecer' pode ficar no singular,
concordando com o núcleo do sujeito posposto 'inalterada'.

Questão 8. D - O poema de Drummond reflete a preocupação com a realidade e


utiliza uma linguagem cotidiana, características marcantes da Segunda Fase do
Modernismo.

Questão 9. A - Para identificar a opção em que o objeto direto vem preposicionado,


analisamos cada alternativa. A opção correta é "no último festival, venceu o
caprichoso ao garantido", pois a preposição "ao" indica a relação de movimento do
verbo "vencer" e evita que o objeto direto "garantido" seja confundido com o sujeito
da frase. Nas outras alternativas, os pronomes relativos "quem" e "que" e a
preposição "a" não preposicionam o objeto direto, pois não estabelecem uma relação
de movimento ou posse.

Questão 10. C - A obra representa uma inovação modernista ao retratar, com novos
recursos estilísticos, a cidade de São Paulo durante o início do século XX, em
contraste com as formas poéticas anteriores.

Questão 11. D - Substituindo 'elas' por 'cada uma', o sujeito passa a ser entendido
no singular, então o verbo 'despedem' passa para o singular 'despede'.

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Questão 12. B - A expressão 'cultivando algumas pessoas' evoca a ideia de cuidar e
nutrir relações, assim como se cultivaria plantas, com atenção e dedicação.

Questão 13. A - O poema retrata a cidade de São Paulo como um ponto de


convergência de diversas raças, refletindo o fascínio modernista pela urbanização e
pela pluralidade cultural característica das grandes cidades.

Questão 14. B - A expressão 'com um grupo de meninas' é o objeto indireto do


verbo 'ter', expresso pela preposição 'com', indicando para onde o sujeito foi.

Questão 15. C - A alternativa correta é que os poemas de A Rosa do Povo, de Carlos


Drummond de Andrade, traduzem a luta e a participação consciente do poeta nos
acontecimentos de seu tempo. Essa afirmação está de acordo com a temática e o
contexto histórico em que a obra foi escrita. Drummond foi um poeta engajado, que
retratou em seus poemas as questões sociais e políticas do Brasil, como a Segunda
Guerra Mundial, a ditadura Vargas e a luta dos trabalhadores. As outras alternativas
são incorretas, pois a obra possui lirismo existencial, apresenta ceticismo e ironia, e
não aborda o sentimento de culpa do poeta por não participar das lutas sociais.

Questão 16. A - A repetição do termo 'silêncio' enfatiza a atmosfera de


contemplação e suspense que permeia o texto, sugerindo uma expectativa do que
está por vir.

Questão 17. D - A regência verbal é a relação entre o verbo e seus complementos,


que pode ser feita por preposição ou diretamente. Na alternativa "as medidas
visavam por um progresso da cidade do interior", o verbo "visar" está incorretamente
regido pela preposição "por". A forma correta é "visar a algo", sem preposição.
Portanto, a regência verbal não está de acordo com a norma padrão nessa
alternativa.

Questão 18. E - A Literatura Marginal é notória pelo uso de uma linguagem que
reflete o cotidiano daqueles que vivem às margens da sociedade, sendo mais direta
e crua, em oposição ao emprego de uma linguagem rebuscada e clássica.

Questão 19. C - O centenário da independência brasileira em 1922 coincidiu com a


Semana de Arte Moderna, que representou o início do Modernismo no país.

Questão 20. C - A expressão 'no meio do caminho' é metafórica, representando os


desafios e dificuldades encontrados no percurso da vida do eu-lírico e, por extensão,
na vida de qualquer pessoa.

Questão 21. B -

Questão 22. C -

Questão 23. D -

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Questão 24. D - Para analisar como a literatura marginal se posiciona dentro do
espectro literário nacional e identificar suas características disruptivas, é necessário
compreender o conceito desse movimento e o contexto em que ele surge. A
literatura marginal no Brasil é um movimento cultural e literário nascido nas
periferias urbanas, que se destaca por apresentar uma linguagem que não segue os
padrões consagrados da literatura tradicional. Suas características incluem: 1.
Origem periférica: A literatura marginal surge em ambientes periféricos, muitas
vezes associada a movimentos sociais e culturais dessas localidades. 2. Linguagem
transgressora: Os escritores marginais utilizam uma linguagem que reflete o
cotidiano e as experiências vividas nessas comunidades, com uso frequente de gírias
e expressões locais. 3. Temas sociais e políticos: As obras abordam temas que
afetam diretamente a realidade dessas comunidades, como violência, desigualdade
social, racismo e falta de oportunidades. 4. Autopublicação e redes sociais: A
literatura marginal muitas vezes é divulgada e compartilhada por meios digitais,
permitindo que escritores e poetas alcancem um público mais amplo sem depender
de editoras tradicionais. 5. Resistência e transformação: O movimento questiona as
estruturas sociais estabelecidas, buscando promover reflexão e mudança através da
literatura, vendo-a como uma ferramenta de resistência e transformação social. O
impacto da literatura marginal na sociedade contemporânea pode ser avaliado pela
sua capacidade de dar voz a comunidades historicamente marginalizadas, promover
a discussão de questões sociais importantes e desafiar as normas estabelecidas no
campo literário. Além disso, a utilização de meios digitais e redes sociais para a
divulgação das obras permite uma maior democratização do acesso à literatura,
ampliando o diálogo entre diferentes grupos sociais. A literatura marginal, portanto,
atua como um agente de inclusão e um canal de expressão para a diversidade
cultural do país, contribuindo para a construção de uma narrativa literária mais
ampla e representativa.

Questão 25. D -

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