Anabolics 9° Ediçao
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Prefácio:
Parte 1
Uma introdução a testosterona
Efeitos anabólicos indiretos e diretos
Testosterona livre VS Testosterona Ligada
Aromatização estrogênica
Conversão de DHT
Curta história dos esteróides anabolizantes
Desenvolvimento sintético dos EAS
Química dos EAS sintéticos
Nomenclatura dos esteróides
Aplicações Clínicas
Segurança dos esteróides: Estudos com dosagens do mundo “real”
Endocrinologia do crescimento muscular
Testosterona e creatina
Testosterona e IGF-1
Aromatização estrogênica
A testosterona é o substrato primário usado pelo corpo masculino para a
síntese de estrógeno (estradiol), o principal hormônio feminino. Embora a
presença de estrógeno pareça ser incomum nos homens, sua estrutura e
parecida à testosterona. Com uma leve alteração mediada pela enzima
aromatase, o estrógeno e produzido no corpo masculino. A atividade da
aromatase ocorre em varias regiões do corpo masculino, incluindo tecido
adiposo (22), fígado (23), gônadas (24), sistema nervoso central (25) e tecido
muscular esquelético (26). No contexto da media do homem saudável a
quantidade de estrógeno produzido não e geralmente muito significativo em
sua deposição, e pode ser benéfica em termos de valores de colesterol.
Contudo, em grandes quantidades ele tem potentes efeitos colaterais, tais
como: Retenção liquida ginecomastia e acumulo de gordura corporal. Por estas
razoes, várias pessoas focam-se em diminuir a produção ou atividade dos
estrógenos no corpo, com inibidores de aromatase como Arimidex e Cytadren,
ou anti estrógenos como Clomid e Nolvadex, particularmente para prevenir a
ginecomastia ou quando o atleta deseja uma melhor definição muscular.
Nós devemos, contudo, não sermos levados a pensar que o estrógeno não tem
benefício algum. É realmente um hormônio desejado em vários aspectos. Os
atletas sabem a anos que os esteróides que tem um efeito estrogênico são os
melhores construtores de massa, mas somente recentemente nós estamos
entendendo a razão e os mecanismos disto. As razões vão alem de simples
tamanho, peso e aumento de força que alguns podem atribuir a retenção
liquida mediada por estes esteróides, com este hormônio tendo um efeito direto
no processo do anabolismo. Ele se manifesta por meio da utilização da glicose,
secreção de GH e proliferação dos receptores andrógenos.
Estrógeno e IGF-1
Estrógeno e fadiga
“Fadiga por esteróides” é uma frase muito repetida hoje em dia, e se refere a
uma outra importante função do estrógeno em ambos, homem e mulher,
nomeando sua habilidade de promover um estado de alerta no corpo. Levando
em conta a disponibilidade de potentes inibidores de aromatase de terceira
geração, os fisiculturistas hoje (algumas vezes) presenciam uma supressão
extrema de estrógenos do que eles tinham no passado. Freqüentemente
associado a essa diminuição vem a fadiga. Sob algumas condições, o atleta,
embora esteja em um ciclo pode não tirar tudo o que pode devido a essa
fadiga, que não o permite treinar como deveria. Esse efeito algumas vezes é
chamado de “letargia mediada por esteróides”. A razão pela qual os estrógenos
desempenham um papel importante nesta via é a atividade da serotonina. A
serotonina é um dos principais neurotransmissores do corpo, vital para o estado
de alerta mental e o ciclo do sono. (35)(36)
Uma interferência nesse neurotransmissor está associada também a síndrome
de fadiga crônica (37)(38), com isso podemos ver o quão vital ele é
especificamente a esta fadiga. A supressão de estrógenos na menopausa
também esta associada com esta fadiga (39) assim como o uso de novos (e
mais potentes) inibidores de aromatase como o anastrozol (40), letrozol (41),
exemestano (42) e fadrozol (43) em alguns pacientes. Essas coisas podem ser
importantes quando você planejar seu próximo ciclo. Embora nem todo mundo
noticie esse problema quando os níveis de estrógenos estão baixos, para estes,
uma pequena dose de testosterona ou estrógeno pode corrigir isso. Também
deve-se levar em conta que o uso estrito de somente esteróides não
aromatizáveis algumas vezes pode causar este efeito, provavelmente pela
supressão da testosterona endógena (cortando o principal substrato para a
produção de estrógeno pelo homem).
Anti-estrógenos e o atleta
Então o que todos esses fisiculturistas que querem crescer fazem? Basicamente
deve-se ter cuidado ao utilizar essas drogas anti estrogênicas se o objetivo é
ganhar massa (as coisas mudam, claro, se nós estamos falando de um ciclo
para cutting). Obviamente, os anti estrogênicos devem ser utilizados se há uma
clara necessidade de uso devido a seus efeitos colaterais. A ginecomastia com
certeza é um dos principais medos de um usuário de esteróides. Mas se esse
problema não se apresentou nele, provavelmente a adição de estrógenos
devidos a um ciclo de testosterona ou Dianabol por exemplo, irá com certeza
ajudá-lo a construir mais massa.
Conversão de DHT
Em alguns aspectos essa potenciação local da testosterona pode não ser bem
vinda, pois uma alta atividade androgênica em alguns tecidos pode promover
indesejáveis efeitos colaterais. A acne, por exemplo, é desencadeada pela ação
do DHT nas glândulas sebáceas e a formação local de DHT no couro cabeludo é
tipicamente responsável por desencadear a queda de cabelo. Você deve saber
que isso é um enorme equivoco entre os fisiculturistas de que o DHT é o único
culpado a este efeito colateral. Todos os EAS exercem suas atividades, ambas,
anabólicas e androgênicas, através do mesmo receptor andrógeno. O DHT não
e diferente de qualquer esteróide, exceto pelo fato de que ele tem um potencial
de ativação maior de que os outros e pode ser formado localmente em alguns
tecidos andrógeno-sensitivos. Todos os esteróides podem causar efeitos
colaterais androgênico em relação direta a sua afinidade por esse receptor, o
DHT não é o único com essa habilidade.
Benefícios do DHT
Enquanto grande parte da atenção está voltada aos efeitos colaterais negativos
do DHT, você deve saber que há alguns efeitos benéficos da grande atividade
androgênica desse composto. Por exemplo, o DHT desempenha um papel
importante na organização e funcionamento do sistema nervoso central. Várias
células neurais contem receptores andrógenos ativos e acredita-se que o DHT
tem uma importância especifica nesta área do corpo. Alguns estudos
demonstram que o DHT tem um bom impacto nessas células se comparado a
testosterona. Mais especificamente, modelos animais demonstraram que
ambos, testosterona e DHT, resultaram em um aumento da proliferação de
receptores andrógenos nas células neurais, entre 3 e 7 horas depois que foram
administrados, embora somente o DHT foi capaz de manter esse aumento até a
marca de 20 horas. (44)
Embora alguns aleguem que esta diferença se deve simplesmente ao fato de
que o DHT forma um complexo mais estável com o receptor andrógeno, outros
sugerem que o DHT e a testosterona afetam as células neurais diferentemente,
de tal forma que o complexo DHT-receptor e o complexo Testosterona-receptor
ativam a transcrição de diferentes genes.
A forte interação entre o SNC e o tecido muscular esquelético, coletivamente
chamado de sistema neuromuscular é de grande importância para o atleta.
Parece haver pouca duvida sobre a habilidade do corpo a se adaptar ao
treinamento e ativar terminações nervosas no tecido muscular é dependente
das interações do sistema neuromuscular. Inibir a formação de DHT durante o
ciclo de testosterona pode, portanto, inadvertidamente interferir nos ganhos de
força e massa. Isso explica o porque alguns fisiculturistas relatam uma
diminuição da potencia dos esteróides quando adicionam um inibidor da 5-alfa
redutase, como a finasterida a um ciclo. Vários falam que os ganhos de força e
até de massa diminuem significativamente quando essa medicação é
adicionada, que não faz sentido se a testosterona e a ativação do receptor
andrógeno no tecido muscular foram apenas os responsáveis pelo crescimento.
Claramente há mais coisas envolvidas e não podemos somente olhar o DHT
como um hormônio de colaterais.
Orais não-alquilados
Você também deve ter notado que vários injetáveis irão demonstrar longos
nomes químicos como cipionato de testosterona e enantato de testosterona, ao
invés de somente testosterona. Nesses casos, o cipionato e o enantato são
ésteres (ácidos carboxílicos) que foram adicionados ao grupo 17-beta hidroxil
da molécula de testosterona, o qual aumenta sua meia-vida. Essas alterações
irão diminuir a solubilidade em água e aumentar a solubilidade em óleo. Uma
vez que um composto esterificado fora injetado, ele irá formar um deposito no
tecido muscular o qual irá lentamente entrar na circulação.
Geralmente, quanto maior for a cadeia, mais solúvel em óleo o composto será e
levará mais tempo para que sua dosagem completa seja liberada. Uma vez livre
na circulação, as enzimas irão rapidamente remover a cadeia do éster, e seu
hormônio irá exercer sua atividade (visto que o éster presente no esteróide é
inerte).
Há um amplo número de ésteres, que podem prover vários tempos de
liberação. Para comparação, um éster como o decanoato pode aumentar a
meia-vida de sua droga na circulação sanguínea de 3 a 4 semanas, enquanto só
poderia ser estendida por poucos dias com um éster acetato ou propionato. O
uso de um éster permite uma menor agenda de aplicações que se torna muito
mais confortável ao paciente. Devemos nos lembrar ao calcular as dosagens,
que o éster é contado no peso da molécula. 100mg de enantato de
testosterona, portanto, tem muito menos testosterona pura do que 100mg de
testosterona suspensão (neste caso são 72mg de testosterona). Em algumas
instâncias, um éster pode aproximadamente ser 40% ou mais do peso total da
molécula, mas a medida típica é algo em torno de 15% a 35%. Abaixo há o
peso total e o peso do esteróide de alguns compostos básicos.
Dissociação de EAS
A seção deste livro que lida com a conversão de DHT é importante, pois ajuda a
entender o EA nandrolona e vários de seus derivados. A nandrolona é idêntica a
testosterona exceto pelo fato de que ela não possui um átomo de carbono na
posição 19, daqui surge seu outro nome 19-nortestosterona. A nandrolona é
muito interessante pois oferece a melhor taxa anabólica/androgênica de todos
os esteróides que existem naturalmente no corpo. Isso se deve ao fato de que
ela é metabolizada em uma estrutura menos potente (dihidronandrolona) em
tecidos com altas concentrações de receptores andrógenos, o qual é
exatamente o oposto do que acontece com a testosterona. Aparentemente a
remoção da dupla ligação C4-5, a qual normalmente aumenta a capacidade de
ligação ao receptor andrógeno da testosterona, causa uma incomum redução
dessa habilidade com a nandrolona. Ao invés de vir a ser 3 a 4 vezes mais
potente ela vem a ser muito mais fraca. Esta é uma característica muito
desejável se você deseja que os efeitos anabólicos sobreponham os efeitos
androgênicos. Essa característica também é passada aos outros esteróides que
derivam da nandrolona, fazendo com que ela seja uma base interessante na
síntese de novos EAS.
Derivados da testosterona
A boldenona é uma testosterona com uma dupla
ligação adicionada entre os carbonos 1 e 2.
Contudo, essa modificação na ligação muda
consideravelmente a ação do esteróide.
Primeiramente diminui drasticamente a aromatização. Segundo, essa ligação
faz com que ele seja um péssimo substrato para a ação da 5-alfa redutase, seu
metabólito 5-alfa dihidroboldenona é produzido em pequenas quantidades em
humanos. Este hormônio tende a ser convertido via 5-beta redutase a 5-beta
dihidroboldenona (um andrógeno inativo). Isso leva-o a ser um composto bem
anabólico e pouco androgênico. A dupla ligação C1-2 também diminui a quebra
hepática deste composto, aumentando sua resistência à desativação a 17-
cetoesteróide.
Derivados da Nandrolona
Derivados do DHT
Aplicações Clínicas
600mg/semana de testosterona
600mg/semana de nandrolona
Esse estudo foi conduzido em pacientes masculinos com HIV, o qual foi
estudado os efeitos do decanoato de nandrolona na massa magra. (324) 30
pessoas participaram dessa investigação, cada qual recebeu a mesma dosagem
(alta) dessa droga. Metade dos pacientes começou a fazer musculação, então
dois grupos (treinados e não treinados) foram criadas. A agenda de dosagens
foi formidável, começando com 200mg na primeira semana, 400mg na segunda
e 600mg as 10 semanas restantes. As doses foram abaixadas vagarosamente
entre as semanas 13 e 16 para retirar os pacientes da droga. Efeitos colaterais
negativos foram monitorados de perto, incluindo os níveis de colesterol, lipídios
(incluindo as subfracoes, HDL e LDL), triglicerídeos, sensibilidade a insulina e
glicemia em jejum.
Mesmo em altas dosagens, não houve efeitos negativos no colesterol total, LDL,
triglicerídeos e sensibilidade a insulina. De fato, o grupo que estava fazendo
musculação sentiu um aumento na distribuição de LDL, lipoproteínas e
triglicerídeos, o que demonstrou um risco aumentado para doenças
cardiovasculares. O metabolismo de carboidratos também aumentou
significativamente nesse grupo. O único impacto negativo notado durante esse
estudo foi uma redução no colesterol HDL (bom) similares ao do estudo com a
testosterona, com uma redução de 8-10 pontos em ambos os grupos.
100mg/dia de Anadrol
Fase 2
Fase 3
Bibliografia