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Anabolics 9° Ediçao

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William Llewellyn

Anabolics 9th Edition


Traduzido por Dr. House
(doutor.house10@hotmail.com)

Prefácio:
Parte 1
Uma introdução a testosterona
Efeitos anabólicos indiretos e diretos
Testosterona livre VS Testosterona Ligada
Aromatização estrogênica
Conversão de DHT
Curta história dos esteróides anabolizantes
Desenvolvimento sintético dos EAS
Química dos EAS sintéticos
Nomenclatura dos esteróides
Aplicações Clínicas
Segurança dos esteróides: Estudos com dosagens do mundo “real”
Endocrinologia do crescimento muscular

Parte 1 – Um resumo anabólico


Uma introdução a testosterona
Os esteróides anabólicos são uma classe de medicamentos que contém uma
versão sintética do hormônio testosterona, ou um componente relacionado que
é derivado (ou similar em sua estrutura ou ação) deste hormônio. A fim de
compreender plenamente como os esteróides funcionam é necessário,
portanto, entender o funcionamento básico da testosterona.
A testosterona é o hormônio primário dos homens. É fabricada pelas células de
Leydig nos testículos em variadas quantidades durante a vida. Os efeitos deste
hormônio vêm a ser mais evidente durante a puberdade, quando um aumento
da produção de testosterona irá promover mudanças fisiológicas dramáticas no
corpo masculino. Isso inclui o início das características secundarias masculinas
tais como voz grossa, pelos no corpo, barba, aumento da quantidade de óleo
secretado pelas glândulas sebáceas, desenvolvimento dos órgãos sexuais,
maturação do esperma e aumento na libido. Na verdade, o sistema reprodutor
masculino não irá funcionar corretamente se os níveis de testosterona não
forem significativos. Todos os efeitos deste hormônio são considerados
masculinizantes ou androgênicos.
Um aumento na produção de testosterona irá causar também, ou promover,
mudanças “anabólicas” no corpo, incluindo um aumento na síntese protéica
(levando a acumulação muscular). A testosterona é a responsável pela maior
quantidade de massa muscular que os homens carregam em relação às
mulheres, pois os dois carregam diferentes quantidades deste hormônio. Mais
especificamente, um homem adulto irá produzir aproximadamente 2.5~11mg
por dia de testosterona, enquanto as mulheres produzirão cerca de 1/4mg. O
hormônio dominante nas mulheres é o estrógeno, que tem um efeito
significativamente diferente no corpo. Entre outras coisas, poucas taxas de
andrógenos e muito estrógeno levam a mulher a acumular mais gordura,
menos tecido muscular, ser mais baixa em estatura e estar mais apta a ter
problemas ósseos com o passar da idade (osteoporose)
O atual mecanismo o qual a testosterona provoca estas mudanças é um pouco
complexo. Quando livre na circulação sanguínea a molécula da testosterona
está disponível para interagir com várias células no corpo. Isso inclui células do
tecido muscular esquelético, bem como a pele, couro cabeludo, rins, ossos,
sistema nervoso central e tecidos prostáticos. A testosterona se liga a um
receptor celular para exercer sua atividade, e irá, portanto, afetar somente as
células que possuem esse receptor (especificamente o receptor andrógeno).
Este processo pode ser explicado como um sistema de tranca/chave, cada
receptor (tranca) será somente ativado por um tipo particular de hormônio
(chave). Durante esta interação a molécula da testosterona irá se ligar ao
receptor intracelular (localizado no citosol, não na membrana celular),
formando um novo “complexo”. Este complexo (hormônio + receptor) irá então
migrar até o núcleo celular aonde irá se ligar a uma seção específica do DNA
celular, referido como o elemento de resposta hormonal. Isso irá ativar a
transcrição de genes específicos, no caso do tecido muscular esquelético
acabará por causar (entre outras coisas) um aumento na síntese protéica das
duas principais proteínas contráteis - actina e miosina. Um aumento de depósito
de carboidratos no tecido muscular também será aumentado devido a ação
andrógena.
Uma vez que esse processo for completado, o complexo será liberado e ambos,
receptor e hormônio, serão se desassociar. Então ambos estarão livres para
voltar ao citosol para outras atividades. A molécula de testosterona também
estará ivre para voltar a circulação sanguínea para interagir com outras células.
O ciclo completo de receptor-hormônio, incluindo a ligação do hormônio,
migração do complexo, transcrição gênica e subseqüente retorno ao citosol é
um processo lento, levando horas, não minutos para ser completado. Por
exemplo, em estudos onde se usou uma única injeção de nandrolona, foi
medido que somente depois de 4~6 horas que os receptores andrógenos
voltaram ao citosol depois de sua ativação. Também é sugerido que este ciclo
inclui a divisão e formação de novos receptores uma vez que voltou ao citosol.
Uma possível explicação depois de várias observações é que os andrógenos são
diretamente responsáveis pela formação de seus próprios receptores. (2)
Nos rins, este mesmo processo trabalha para aumentar a eritropoiese
(produção de hemácias). (3) É este efeito que leva a um aumento da
concentração de hemácias e possivelmente um aumento na capacidade de
transporte de oxigênio durante um ciclo de esteróides. Vários atletas por
engano acham que a oximetolona e a boldenona são as únicas que tem essa
habilidade, devido as menções desse efeito na literatura. Na verdade, a
estimulação da eritropoiese ocorre com quase todos os esteróides, tal qual esse
efeito é simplesmente exercido com a ativação do receptor andrógeno das
células renais. A única real exceção pode ser somente de compostos como a
dihidrotestosterona e alguns de seus derivados. (4) os quais são rapidamente
quebrados via uma interação com a enzima 3-alfa-hidroxiesteróide-
desidrogenase (o tecido renal tem uma distribuição enzimática similar ao do
tecido muscular, veja a sessão “dissociação de andrógenos”), e, portanto,
mostra uma pequena atividade nestes tecidos.

Os tecidos adiposos (gordura) também são andrógenos responsivos e nele


estes hormônios favorecem a capacidade lipolítica (mobilização de gorduras)
das células. (5)
Isto pode ser feito por uma regulação andrógena das concentrações dos
receptores beta-adrenérgicos ou da atividade celular (através da adenilato
ciclase). (6) Nós também notamos que a quantidade de andrógenos no corpo
se correlaciona (inversamente) a quantidade de gordura armazenada. O tempo
que a quantidade de andrógenos cai, a deposição de gordura aumenta. (7)
Igualmente quando nós aumentamos a quantidade de andrógenos, a
quantidade de gordura vem a ser mais depletada numa velocidade maior.
A proporção andrógeno/estrógeno é de fato a mais importante, como o
estrógeno exerce um papel, agindo no aumento da disposição de gordura em
vários locais. (8) Igualmente, se você deseja perder gordura durante um ciclo
de esteróides, os níveis de estrógenos devem ser mantidos baixos. Isso é
claramente evidenciado pelo fato de que esteróides não-aromatizáveis são
preferidos pelos fisiculturistas para aumentar a definição enquanto esteróides
aromatizáveis são usados em fases de ganho de massa devido a sua tendência
de acumular gordura. A aromatização é discutida com mais detalhes na próxima
seção (Veja: Aromatização estrogênica).
Como mencionado, a testosterona também promove ação andrógena, a qual
ocorre pela ativação dos receptores que são considerados andrógenos
responsivos (freqüentemente através da conversão para dihidrotestosterona.
Veja: Conversão de DHT). Isso inclui as glândulas sebáceas, as quais são
responsáveis pela secreção de óleo pela pele. Tão quanto os níveis de
andrógenos aumentam então maior é a liberação de óleo por essas glândulas.
Tão quanto a liberação de óleo aumenta então os poros vem a ficar entupidos
(por esse motivo as espinhas aumentam durante um ciclo de esteróides). A
produção de pelos corporais e faciais estão também ligadas a ativação do
receptor andrógeno na pele e no couro cabeludo. Isso se torna mais perceptível
na puberdade, um período onde os níveis de testosterona aumentam
rapidamente, e a atividade andrógena começa a estimular o crescimento de
pelos no corpo e na face. Um tempo mais tarde na vida e com uma
contribuição genética a atividade andrógena no couro cabeludo irá promover
perda de cabelo. É um equívoco achar que a dihidrotestosterona é o ÚNICO
culpado na queda de cabelo. O funcionamento das glândulas sexuais e da libido
estão relacionados a atividade androgênica, também em outras inúmeras
regiões do sistema nervoso central e sistema neuromuscular.

Efeitos anabólicos diretos e indiretos


Embora a testosterona já tenha sido isolada, sintetizada e experimentada
durante décadas, ainda há debates sobre como os esteróides afetam a
quantidade de massa muscular. A este ponto, a modo primário de ação
anabólica de todos os esteróides anabólicos é entendido como a ativação direta
do receptor andrógeno e aumento da síntese protéica. Com isso, se nós formos
capazes de aumentar nossos níveis de andrógenos com uma fonte externa seja
por suplementar a testosterona ou outro tipo de esteróide, nós podemos
aumentar a quantidade de proteína que irá ser armazenada pelos músculos.
Essa claramente é a causa primária do crescimento muscular feita por todos os
esteróides anabólicos. Como nossos níveis hormonais aumentam então o
receptor andrógeno é ativado e a síntese protéica aumenta.
Mas outros mecanismos de efeitos indiretos podem possivelmente afetar o
crescimento muscular fora do que já é sabido além da ação andrógena e da
síntese protéica. Um mecanismo indireto é aquele que não é trazido pela
ativação do receptor andrógeno, mas o efeito que os andrógenos têm sobre
outros hormônios, seja pela liberação de hormônios que agem localmente ou
fatores de crescimento intracelulares (talvez mediado por outros receptores da
membrana celular). Nós também devemos nos lembrar que a deposição da
massa muscular envolve não somente a síntese protéica, mas também outros
fatores como o transporte de nutrientes no tecido e degradação protéica.
Nós devemos olhar para a interação androgênica com esses fatores para ter
uma imagem completa do que acontece. No que se diz respeito a primeira
possibilidade, nós notamos que alguns estudos com a testosterona sugerem
que este hormônio não aumenta o transporte de aminoácidos. (9) Este fato
provavelmente explica a profunda sinergia que os fisiculturistas perceberam
usando a testosterona junto com a insulina, um hormônio que aumenta
fortemente o transporte de nutrientes para as células musculares. Mas em
relação a degradação protéica, nós vemos uma segunda via importante na qual
os andrógenos afetam o crescimento muscular.
Efeitos anti-glicocorticóidicos da testosterona

A testosterona (e os EAS) pode ajudar a aumentar a massa muscular e a força


por terem um efeito anti-catabólico nas células musculares. Considerado um
dos mais importantes efeitos indiretos da ação andrógena, estes hormônios
mostram afetar outro tipo de esteróides no corpo, os glicocorticóides (o cortisol
é o mais conhecido deste grupo). (10) Os hormônios glicocorticóides exercem
exatamente o efeito contrário na célula muscular, eles liberam as proteínas que
estão armazenadas. Esse processo é denominado catabolismo, e representa a
quebra do tecido muscular. O crescimento muscular é alcançado quando os
efeitos anabólicos da testosterona são maiores do que os efeitos do cortisol.
Com um treino devidamente intenso e uma dieta balanceada o corpo irá
armazenar mais proteína do que quebra, mas esta batalha é constante.
Quando está administrando esteróides, contudo, os níveis de andrógenos estão
maiores do que os de glicocorticóides. Com seus efeitos reduzidos, menos
células serão sinalizadas a liberar proteínas e mais serão armazenadas. O
principal mecanismo que se acredita fazer este efeito é o de que os andrógenos
se ligam ao receptor glicocorticóidico. De fato, estudos in-vitro sustentam esta
teoria, demonstrando que a testosterona tem uma grande afinidade por este
receptor (11) e sugerindo que alguns dos efeitos anabólicos são mediados por
este efeito. (12)
Também sugere-se que os andrógenos indiretamente interferem a ligação dos
glicocorticóides ao DNA. (13) Embora o efeito fundamental ainda esteja em
debate, o que é claramente demonstrado é que a administração de EAS inibe a
degradação protéica mesmo em jejum, que demonstra ser um indicativo de
seus efeitos anti-catabólicos.

Testosterona e creatina

Em adição a síntese protéica, um aumento nos níveis de andrógenos também


aumenta a síntese da creatina no tecido muscular esquelético. (14)
A creatina, na forma de creatina fosfato (CF), desempenha um papel crucial na
produção de ATP (adenosina trifosfato), a qual é a principal fonte de energia
para os músculos. Ao tempo que as células musculares são estimuladas a se
contraírem, as moléculas de ATP são quebradas em ADP (adenosina difosfato)
a qual libera energia. As células então rapidamente passam por um processo
usando a creatina fosfato para rapidamente restaurar a ADP a sua estrutura
original para reabastecer os níveis de ATP. Durante períodos de atividade
intensa, contudo, este processo não é rápido o bastante para compensar a
diminuição nos níveis de ATP.
Isso irá fazer com que os músculos venham a ficar fadigados e menos
suscetíveis a contração. Com níveis altos de CF disponíveis as células, o ATP é
reabastecido a uma taxa alta, então os músculos vem a ficar mais fortes e
resistentes. Esse efeito é um dos responsáveis pelo aumento da força durante
um ciclo de esteróides. Embora talvez isso não seja tecnicamente considerado
um efeito anabólico como a hipertrofia do tecido muscular. O jeito que os
andrógenos ajudam a síntese de creatina ainda é visto como positivo na mente
dos fisiculturistas.

Testosterona e IGF-1

Também foi sugerido que há um efeito indireto da testosterona no crescimento


muscular mediado pelo Fator de crescimento semelhante à insulina. Para ser
mais específico, alguns estudos demonstram um elo entre a quantidade de
andrógenos e a liberação de IGF-1 (15). Por exemplo, foi demonstrado que um
aumento nos níveis de receptores de IGF-1 em idosos que fazem terapia de
reposição hormonal. (16) Inversamente foram demonstrados menores níveis de
receptores de IGF-1 quando há uma deficiência de andrógenos em homens
jovens. Também parece que os andrógenos são necessários para a produção
local de IGF-1 nas células musculares, independentemente dos níveis
circulantes de IGF-1. (17) Uma vez que sabemos com certeza que o IGF-1 é um
fraco hormônio anabólico no tecido muscular, parece razoável concluir que este
fator, em algum nível, está envolvido no crescimento muscular na terapia com
EAS.

Esteróides diretos e indiretos?

Olhando os efeitos indiretos da testosterona e ponderando a efetividade dos


EAS, nós devemos resistir a tentação de acreditar que nós podemos categorizar
os esteróides como aqueles que diretamente e indiretamente promovem o
crescimento muscular. A crença de que há dois grupos ou classes de esteróides
ignoram o fato de que os esteróides promovem não somente o crescimento
muscular, mas também efeitos androgênicos. Não há uma separação completa
destes traços a este momento, fazendo claramente que TODOS se ligam ao
receptor andrógeno e ativam seus efeitos. Eu acredito que a teoria por trás da
categoria de classificação dos efeitos indiretos e diretos dos esteróides originou-
se quando notou-se uma pequena afinidade ao receptor tais como a
oximetolona e a metandrostenolona. (18)
Se eles se ligam fracamente, ainda funcionam muito bem e fazem seu trabalho.
Este tipo de pensamento falha ao reconhecer outros fatores da potência desses
compostos, tais como a sua meia-vida, atividade estrogênica e fraca interação
com proteínas ligantes (Veja: Testosterona livre VS Testosterona ligada).
Enquanto ainda há a possibilidade de haver diferenças na forma em que os
compostos causam indiretamente o crescimento muscular, tais vantagens
podem ser encontradas na combinação sinérgica de drogas, mas a forma
primária de ação de todos esses compostos é o receptor andrógeno. A noção
de que o esteróide X não deve ser combinado com o esteróide Y é porque eles
competem entre si pelo receptor andrógeno, enquanto o esteróide X deve ser
combinado com o esteróide Z porque eles agem por vias diferentes não deve
ser tão levada tão a sério. Essas classificações são puras especulações e
investigações ainda devem ser realizadas.
Testosterona livre VS Testosterona ligada
Uma pequena quantidade de testosterona está em sua forma livre, onde a
interação com seus receptores são possíveis. A maioria está ligada a proteína
SHBG (globulina ligadora de hormônios sexuais e globulina ligadora
testosterona-estradiol) e a albumina, que temporariamente previne o hormônio
de exercer sua atividade. Os hormônios esteróides atualmente ligam-se mais
avidamente ao SHBG do que á albumina (aproximadamente 1000 vezes mais),
contudo a albumina está presente em níveis 1000 vezes maiores do que o
SHBG. Portanto a atividade dessas duas proteínas no corpo são relativamente
iguais. A distribuição da testosterona nos homens é tipicamente 45% da
testosterona ligada ao SHBG e 53% ligada a albumina. Os 2% remanescentes
são livres. Nas mulheres a porcentagem da testosterona livre é ainda menor,
aproximadamente 1%. Uma proteína ligadora chamada ABP (proteína de
ligação de andrógenos) também ajuda a mediar a ação andrógena no sistema
reprodutor, embora seja encontrada somente nesses tecidos então não é
relevante ao crescimento muscular.
Os níveis de testosterona livre disponíveis no sangue é igualmente um fator
importante para sua atividade mediadora, visto que somente uma pequena
porcentagem está realmente ativa em um determinado tempo. Deve-se
também mencionar que a medida que alteramos a testosterona para formar
novos EAS nós também mudamos a sua afinidade para com a proteínas
ligadoras. Esta é uma importante consideração, quão maior a porcentagem que
nós temos de hormônios livres, mais ativos este composto será em uma base
de MG/MG. E esta variação pode ser substancialmente diferente entre os
compostos. Por exemplo, o Proviron se liga ao SHBG muitas vezes mais do que
a testosterona (19), enquanto a mibolerona e a bolasterona demonstram
nenhuma afinidade a esta proteína (razão clara para quais esses esteróides são
potentes andrógenos).
Os níveis de SHBG presentes no corpo também são variáveis e pode alterar-se
por diversos fatores. O mais proeminente parece ser a concentração de
estrógeno e de hormônios da tireóide presentes no sangue. Nós geralmente
vemos uma redução da quantidade das proteínas ligadoras a medida que os
estrógenos e hormônios da tireóide diminuem e um aumento nas proteínas
ligadoras conforme eles aumentam. Níveis elevados de andrógenos devido a
administração de EAS também demonstraram diminuir os níveis dessas
proteínas consideravelmente. Isso é claramente sustentado por um estudo
alemão de 1989, que notou uma tendência de redução no SHBG com a
administração de stanozolol. (20) Depois de somente 3 dias de administração
de uma dose diária de 0.2mg/kg (algo em torno de 18mg para um homem de
90kg), o SHBG foi reduzido perto de 50% nos pacientes.
Resultados similares também foram obtidos com o uso da forma injetável de
enantato de testosterona; contudo, miligrama por miligrama, o efeito do
stanozolol é muito maior em comparação. A forma de administração talvez seja
importante para alcançar esse nível de resposta. Embora a forma injetável não
fora usada nesse estudo Alemão, nós podemos citar outros que comparam o
efeito de estrógenos orais VS transdermais. (21) Este estudo mostra uma
resposta aos níveis de SHBG quando administrado oralmente. Isso talvez seja
explicado pelo fato de que o SHBG é produzido no fígado. Portanto, nós não
podemos afirmar que a versão injetável do stanozolol (ou os esteróides
injetáveis em geral) irá demonstrar o mesmo potencial.
Diminuindo os níveis das proteínas ligadoras também não é o único mecanismo
que permite aumentar a quantidade de testosterona livre. Os esteróides que
demonstram uma grande afinidade por essas proteínas podem ajudar a
aumentar os níveis de testosterona livre por competir por sua ligação.
Obviamente que se a testosterona tiver dificuldades para se ligar as proteínas
ligadoras na presença de um composto adicional, mais ela irá ficar em seu
estado livre. Grandes números de esteróides, incluindo a dihidrotestosterona,
proviron, turinabol oral, demonstram uma grande tendência a este efeito.
Se os níveis de testosterona livre podem ser alterados pelo uso de diferentes
EAS, possivelmente um esteróide pode aumentar a potencia de outro através
destes mecanismos. Por exemplo, o Proviron é um péssimo anabólico, mas tem
extrema afinidade para com o SHBG o que pode fazer com que ele seja útil ao
permitir que outros esteróides sejam mais ativos nestes tecidos.
Nós não devemos deixar que esta discussão leve-nos a acreditar que estas
proteínas não têm algum tipo de função. De fato, elas desempenham um papel
vital no transporte e funcionamento dos andrógenos endógenos. As proteínas
ligadoras atuam para proteger os esteróides de um rápido metabolismo,
asseguram uma quantidade estável da concentração de hormônios e facilitam a
distribuição desses hormônios a vários órgãos. A recente descoberta de um
receptor especifico para o SHGB (o SHBG-R) localizado na superfície da
membrana celular, também sugere que há mais uma complicada via para esta
proteína alem do transporte de hormônios. Contudo, permanece claro que
manipular a tendência de um hormônio a ficar em seu estado livre altera a
potencia desta droga.

Aromatização estrogênica
A testosterona é o substrato primário usado pelo corpo masculino para a
síntese de estrógeno (estradiol), o principal hormônio feminino. Embora a
presença de estrógeno pareça ser incomum nos homens, sua estrutura e
parecida à testosterona. Com uma leve alteração mediada pela enzima
aromatase, o estrógeno e produzido no corpo masculino. A atividade da
aromatase ocorre em varias regiões do corpo masculino, incluindo tecido
adiposo (22), fígado (23), gônadas (24), sistema nervoso central (25) e tecido
muscular esquelético (26). No contexto da media do homem saudável a
quantidade de estrógeno produzido não e geralmente muito significativo em
sua deposição, e pode ser benéfica em termos de valores de colesterol.
Contudo, em grandes quantidades ele tem potentes efeitos colaterais, tais
como: Retenção liquida ginecomastia e acumulo de gordura corporal. Por estas
razoes, várias pessoas focam-se em diminuir a produção ou atividade dos
estrógenos no corpo, com inibidores de aromatase como Arimidex e Cytadren,
ou anti estrógenos como Clomid e Nolvadex, particularmente para prevenir a
ginecomastia ou quando o atleta deseja uma melhor definição muscular.
Nós devemos, contudo, não sermos levados a pensar que o estrógeno não tem
benefício algum. É realmente um hormônio desejado em vários aspectos. Os
atletas sabem a anos que os esteróides que tem um efeito estrogênico são os
melhores construtores de massa, mas somente recentemente nós estamos
entendendo a razão e os mecanismos disto. As razões vão alem de simples
tamanho, peso e aumento de força que alguns podem atribuir a retenção
liquida mediada por estes esteróides, com este hormônio tendo um efeito direto
no processo do anabolismo. Ele se manifesta por meio da utilização da glicose,
secreção de GH e proliferação dos receptores andrógenos.

Utilização da glicose e estrógeno

O estrógeno pode desempenhar um papel importante na promoção de um


estado anabólico por afetar a utilização da glicose no tecido muscular. Isso
ocorre via uma alteração nos níveis disponíveis de glicose 6-fosfato
desidrogenase, uma enzima diretamente ligada ao uso da glicose para
crescimento muscular e recuperação. (27)(28) Mais especificamente, a G6PD é
uma parte vital da via das pentose fosfato, que é essencial na determinação da
quantidade de ácidos nucléicos e lipídios a serem sintetizados para a reparação
de tecidos. Durante este período de regeneração depois de lesões ao tecido
muscular esquelético, os níveis de G6PD demonstram um dramático aumento, o
qual se acredita representar um mecanismo no qual o corpo aumenta a
recuperação quando precisa. Surpreendentemente, nós encontramos que o
estrógeno é diretamente ligado aos níveis de G6PD que estão disponíveis as
células nessa janela de recuperação.
O elo entre o estrógeno e a G6PD foi estabelecido em um estudo onde foi
demonstrado que os níveis desta enzima aumentaram após a administração de
propionato de testosterona. A próxima investigação mostrou que a
aromatização da testosterona em estradiol foi diretamente responsável por este
aumento e não a ação androgênica deste esteróide. (29) Os esteróides não
aromatizáveis como a dihidrotestosterona e a fluoximestoerona também foram
testados ao lado do propionato de testosterona mas falharam ao reproduzir os
efeitos da testosterona. Além disso, os efeitos positivos do propionato de
testosterona foram bloqueados quando o inibidor de aromatase Formestano foi
adicionado, enquanto a administração do 17-beta estradiol sozinho causou um
aumento similar do G6PD. O isômero inativo 17-alfa estradiol, que é incapaz de
se ligar ao receptor estrogênico não fez nada. Mais estudos usando propionato
de testosterona e o anti andrógeno Flutamida mostrar que esta droga não
bloqueia a ação positiva da testosterona, estabelecendo um efeito
independente do receptor andrógeno.

Estrógeno e IGF-1

O estrógeno também desempenha um papel importante na produção de GH e


de IGF-1. O IGF-1 é um hormônio anabólico liberado no fígado e vários tecidos
periféricos estimulado pelo GH. O IGF-1 é responsável pela atividade anabólica
do GH tais como o aumento na retenção de nitrogênio, síntese protéica, e
hiperplasia celular (proliferação). Um dos primeiros estudos a trazer esta
questão a nossa atenção demonstrou os efeitos do antiestrogênico Tamoxifeno
nos níveis de IGF-1, demonstrando que possui um efeito supressivo. (30) O
segundo, talvez o mais notável estudo foi feito em 1993, olhou os efeitos da
terapia de reposição hormonal nos níveis de GH e IGF-1, comparados com os
efeitos da testosterona combinado com Tamoxifeno. (31)
Quando o Tamoxifeno foi administrado, ambos níveis de GH e IGF-1 foram
notavelmente suprimidos, enquanto ambos os valores estavam elevados com a
administração de enantato de testosterona somente. Outro estudo mostrou que
300mg por semana de enantato de testosterona causou um pequeno aumento
de IGF-1 em homens normais. Aqui as 300mg de testosterona causou um
aumento nos níveis de estradiol, o qual deveria ser esperado com essa
dosagem. Este efeito foi comparado com a mesma dosagem de decanoato de
nandrolona; contudo este esteróide falhou ao produzir esse aumento. Esse
resultado é muito interessante, especialmente quando notamos que os níveis
de estrógeno estão menores (32) quando esse esteróide foi usado. Outro
estudo demonstrou que a secreção de GH e IGF-1 aumenta quando há uma
suplementação de testosterona em jovens com puberdade atrasada, enquanto
a dihidrotestosterona (não aromatizável) parece suprimir a secreção. (33)

Estrógeno e o receptor andrógeno

Também foi demonstrado que o estrógeno pode aumentar a concentração de


receptor andrógenos em certos tecidos. Isso foi demonstrado em estudos com
ratos, o qual procurou os efeitos do estrógeno em receptor andrógenos de
animais que foram submetidos a orquiectomia (remoção dos testículos,
freqüentemente feita para diminuir a quantidade de andrógenos endógena). De
acordo com o estudo, a administração de estrógenos resultou em um aumento
marcante de 480% na metiltrienolona (um potente andrógeno oral
freqüentemente utilizado para referenciar os receptores em estudos) ligando-se
ao músculo levator ani . (34) A explicação sugerida é a que o estrógeno deve
estimular diretamente a produção de receptores andrógenos ou talvez por
diminuir a quebra desses receptores. Embora o crescimento do músculo levator
ani seja utilizado como referencia para a atividade anabólica de alguns
esteróides, é reconhecidamente um músculo sexual, e diferentemente do tecido
esquelético muscular que possui uma grande quantidade de receptores
andrógenos.
Este estudo, contudo, pesquisou o efeito dos estrógenos nas fibras de
contração rápida (tibialis anterior e extensor digitorum longus) também, mas
não notou o mesmo aumento do levator ani. Embora em primeira vista,
desencorajando, o fato de que o estrógeno pode aumentar a quantidade de
receptores andrógenos em qualquer tecido é uma descoberta fantástica,
especialmente pelo fato de que nós sabemos que os andrógenos têm efeitos
positivos no crescimento muscular que são mediados fora do tecido muscular.

Estrógeno e fadiga

“Fadiga por esteróides” é uma frase muito repetida hoje em dia, e se refere a
uma outra importante função do estrógeno em ambos, homem e mulher,
nomeando sua habilidade de promover um estado de alerta no corpo. Levando
em conta a disponibilidade de potentes inibidores de aromatase de terceira
geração, os fisiculturistas hoje (algumas vezes) presenciam uma supressão
extrema de estrógenos do que eles tinham no passado. Freqüentemente
associado a essa diminuição vem a fadiga. Sob algumas condições, o atleta,
embora esteja em um ciclo pode não tirar tudo o que pode devido a essa
fadiga, que não o permite treinar como deveria. Esse efeito algumas vezes é
chamado de “letargia mediada por esteróides”. A razão pela qual os estrógenos
desempenham um papel importante nesta via é a atividade da serotonina. A
serotonina é um dos principais neurotransmissores do corpo, vital para o estado
de alerta mental e o ciclo do sono. (35)(36)
Uma interferência nesse neurotransmissor está associada também a síndrome
de fadiga crônica (37)(38), com isso podemos ver o quão vital ele é
especificamente a esta fadiga. A supressão de estrógenos na menopausa
também esta associada com esta fadiga (39) assim como o uso de novos (e
mais potentes) inibidores de aromatase como o anastrozol (40), letrozol (41),
exemestano (42) e fadrozol (43) em alguns pacientes. Essas coisas podem ser
importantes quando você planejar seu próximo ciclo. Embora nem todo mundo
noticie esse problema quando os níveis de estrógenos estão baixos, para estes,
uma pequena dose de testosterona ou estrógeno pode corrigir isso. Também
deve-se levar em conta que o uso estrito de somente esteróides não
aromatizáveis algumas vezes pode causar este efeito, provavelmente pela
supressão da testosterona endógena (cortando o principal substrato para a
produção de estrógeno pelo homem).
Anti-estrógenos e o atleta

Então o que todos esses fisiculturistas que querem crescer fazem? Basicamente
deve-se ter cuidado ao utilizar essas drogas anti estrogênicas se o objetivo é
ganhar massa (as coisas mudam, claro, se nós estamos falando de um ciclo
para cutting). Obviamente, os anti estrogênicos devem ser utilizados se há uma
clara necessidade de uso devido a seus efeitos colaterais. A ginecomastia com
certeza é um dos principais medos de um usuário de esteróides. Mas se esse
problema não se apresentou nele, provavelmente a adição de estrógenos
devidos a um ciclo de testosterona ou Dianabol por exemplo, irá com certeza
ajudá-lo a construir mais massa.

Conversão de DHT

Como podemos ver na nossa discussão sobre estrógenos, considerando-se os


efeitos fisiológicos de qualquer esteróide, nos devemos olhar a todos seus
metabólitos e não somente no seu composto inicial. Isso inclui não somente
subprodutos estrogênicos, mas também seus metabólitos androgênicos. Com
isso em mente, e importante notar que a potência da testosterona e
consideravelmente aumentada em vários tecidos andrógenos-responsivos
quando ele converte-a para dihidrotestosterona. Mais comumente referida
como DHT, esse hormônio é, de fato, medido a ser 3 a 4 vezes mais potente do
que a testosterona. É o mais potente esteróide encontrado naturalmente no
corpo humano e importante para discutir se queremos entender toda a
atividade da testosterona, também de qualquer outro EAS que passa por uma
conversão parecida.
A testosterona é convertida a DHT através da interação com a enzima 5-alfa
redutase. Mais especificamente essa enzima remove a dupla ligação C4-5 da
testosterona com a adição de dois átomos de hidrogênio a sua estrutura (daí
vem o nome di-hidro testosterona). A remoção dessa ligação é importante,
neste caso cria um esteróide que se liga ao receptor andrógeno mais
rapidamente do que seu esteróide-mãe. A 5-alfa redutase está presente em
grandes quantidades nos tecidos prostáticos, pele, couro cabeludo, fígado e
varias regiões do sistema nervoso central, e como tal representa um
mecanismo o qual o corpo aumenta a potencia da testosterona especificamente
onde a ação androgênica é necessária. Nessas áreas uma pequena quantidade
de testosterona irá se ligar ao receptor sem ser convertida em DHT, fazendo
com que o DHT seja a forma mais ativa de um andrógeno.

DHT e colaterais androgênicos

Em alguns aspectos essa potenciação local da testosterona pode não ser bem
vinda, pois uma alta atividade androgênica em alguns tecidos pode promover
indesejáveis efeitos colaterais. A acne, por exemplo, é desencadeada pela ação
do DHT nas glândulas sebáceas e a formação local de DHT no couro cabeludo é
tipicamente responsável por desencadear a queda de cabelo. Você deve saber
que isso é um enorme equivoco entre os fisiculturistas de que o DHT é o único
culpado a este efeito colateral. Todos os EAS exercem suas atividades, ambas,
anabólicas e androgênicas, através do mesmo receptor andrógeno. O DHT não
e diferente de qualquer esteróide, exceto pelo fato de que ele tem um potencial
de ativação maior de que os outros e pode ser formado localmente em alguns
tecidos andrógeno-sensitivos. Todos os esteróides podem causar efeitos
colaterais androgênico em relação direta a sua afinidade por esse receptor, o
DHT não é o único com essa habilidade.

Benefícios do DHT

Enquanto grande parte da atenção está voltada aos efeitos colaterais negativos
do DHT, você deve saber que há alguns efeitos benéficos da grande atividade
androgênica desse composto. Por exemplo, o DHT desempenha um papel
importante na organização e funcionamento do sistema nervoso central. Várias
células neurais contem receptores andrógenos ativos e acredita-se que o DHT
tem uma importância especifica nesta área do corpo. Alguns estudos
demonstram que o DHT tem um bom impacto nessas células se comparado a
testosterona. Mais especificamente, modelos animais demonstraram que
ambos, testosterona e DHT, resultaram em um aumento da proliferação de
receptores andrógenos nas células neurais, entre 3 e 7 horas depois que foram
administrados, embora somente o DHT foi capaz de manter esse aumento até a
marca de 20 horas. (44)
Embora alguns aleguem que esta diferença se deve simplesmente ao fato de
que o DHT forma um complexo mais estável com o receptor andrógeno, outros
sugerem que o DHT e a testosterona afetam as células neurais diferentemente,
de tal forma que o complexo DHT-receptor e o complexo Testosterona-receptor
ativam a transcrição de diferentes genes.
A forte interação entre o SNC e o tecido muscular esquelético, coletivamente
chamado de sistema neuromuscular é de grande importância para o atleta.
Parece haver pouca duvida sobre a habilidade do corpo a se adaptar ao
treinamento e ativar terminações nervosas no tecido muscular é dependente
das interações do sistema neuromuscular. Inibir a formação de DHT durante o
ciclo de testosterona pode, portanto, inadvertidamente interferir nos ganhos de
força e massa. Isso explica o porque alguns fisiculturistas relatam uma
diminuição da potencia dos esteróides quando adicionam um inibidor da 5-alfa
redutase, como a finasterida a um ciclo. Vários falam que os ganhos de força e
até de massa diminuem significativamente quando essa medicação é
adicionada, que não faz sentido se a testosterona e a ativação do receptor
andrógeno no tecido muscular foram apenas os responsáveis pelo crescimento.
Claramente há mais coisas envolvidas e não podemos somente olhar o DHT
como um hormônio de colaterais.

Curta história dos esteróides anabolizantes


Por séculos e séculos já se sabia que os testículos eram cruciais para o
desenvolvimento do corpo masculino, mas somente nos tempos modernos que
o entendimento da testosterona começou a ser formado. O primeiro estudo
cientifico solido nessa área, eventualmente levou a descoberta e da replicação
da testosterona (e seus andrógenos relacionados), foram realizadas nos anos
1800. Durante esse século inúmeros estudos com animais foram publicados, a
maioria deles envolveram a retirada e/ou a implantação de material testicular.
Embora muito cru em design pelos padrões de hoje, esses estudos certamente
levaram a formação de um moderno campo da endocrinologia (o estudo dos
hormônios). Na virada do século, os cientistas foram capazes de produzir as
primeiras injeções experimentais de andrógenos. Estes foram utilizados
filtrando enormes quantidades de urina (para hormônios ativos) ou por extrair a
testosterona de testículos animais. De novo, os métodos eram rudes, mas os
resultados finais provaram serem esclarecedores.
Os químicos finalmente sintetizaram a estrutura da testosterona no meio dos
anos 1930, acendendo uma nova onda de interesse neste hormônio. Com a
comunidade medica prestando enorme atenção a este feito, os possíveis usos
terapêuticos de uma testosterona rapidamente disponível e sintética se tornou
rapidamente popular. Muitos acreditaram que a aplicação para esse tipo de
medicação seria de grande proveito, com usos variando da manutenção da
deficiência de andrógenos, da boa saúde e tratamento de doentes ou idosos.
Durante a infância das experimentações, muitos acreditaram que eles
chegaram à verdadeira “fonte da juventude”.
O DHT e a nandrolona, dois outros esteróides naturais no corpo, também foram
sintetizados nos primeiros anos de desenvolvimento de esteróides. Para fazer
as coisas ainda mais interessantes, os cientistas logo perceberam que a
atividade androgênica, anabólica e estrogênica dos compostos podia ser
ajustada alterando sua estrutura. A meta dos cientistas depois disso veio ser a
fabricar um esteróide com fortes efeitos anabólicos, mas não demonstrar
efeitos androgênicos ou estrogênicos. Isso poderia ser muito benéfico, pois os
efeitos colaterais desses hormônios vem a ficar mais pronunciáveis quando os
esteróides são administrados em doses suprafisiológicas. Um anabólico “puro”
deveria teoricamente permitir o paciente a receber somente os efeitos
benéficos dos andrógenos (ganho de massa magra, aumento de energia,
recuperação, etc.), não importando a dosagem. Alguns sucessos com a criação
de novas estruturas convenceram os cientistas de que eles estavam no caminho
certo. Infelizmente nenhum desses progressos levou os pesquisadores a sua
meta final. Lá pelos anos 1950, mais de mil análogos a testosterona, DHT,
nandrolona foram produzidos, mas nenhum deles provou ser puramente
anabólicos.

A falha ao atingir essa meta foi primariamente uma concepção imperfeita da


ação da testosterona. Os cientistas perceberam altos níveis de DHT em alguns
tecidos e acreditaram que isso indicaria uma afinidade incomum do receptor a
este hormônio. Isto os levou a acreditar que o corpo humano tinha dois tipos
diferentes de receptores andrógenos. De acordo com esta teoria, um sítio do
receptor era responsível a testosterona somente (exercendo seus efeitos
anabólicos), enquanto outro era somente ativado por seu metabólito, DHT.
Com esta crença, eliminando a conversão da testosterona ao DHT foi pensando
capaz de resolver os problemas dos colaterais androgênicos, uma vez que estes
receptores têm pouco ou nenhum hormônio disponível para ligação. Mais
recentemente, contudo, os cientistas vieram a entender que somente 1 tipo de
receptor andrógeno existe no corpo humano. Também foi aceito que não existe
nenhum EAS que pode ser sintetizado que somente participe no anabolismo
nesse tecido. O DHT, que se achava que não se ligava ao mesmo receptor da
testosterona, agora se sabe que tem aproximadamente 3 a 4 vezes mais
afinidade do que a testosterona e que a incomum distribuição dos tecidos
andrógeno responsíveis ao DHT está atribuído a distribuição da enzima 5-alfa
redutase.

Desenvolvimento sintético dos EAS

A fim de desenvolver produtos que serão efetivos terapeuticamente, os


químicos precisaram resolver um número de problemas usando os esteróides
naturais. Por exemplo, dosagens orais era um problema, nossos hormônios
básicos, testosterona, nandrolona e DHT são inefetivos quando administrados
por essa via. O fígado quebra sua estrutura rapidamente antes que eles atinjam
a circulação, então algum tipo de alteração é necessária para produzir esses
hormônios em cápsulas. Nossos hormônios naturais também têm pequenas
meia-vida no corpo, então quando administrados por meio de injeções em
extrema freqüência vem a ser desconfortável para atingir uma quantidade
estável no sangue. Portanto, aumentar a atividade era uma meta para vários
cientistas por anos e anos no desenvolvimento de esteróides. Os cientistas
também se focaram nos incômodos efeitos estrogênicos, particularmente com a
testosterona, o que podia ser extremamente desconfortável para os pacientes.

Compostos metilados e dosagens orais

Os cientistas o realizaram por substituir o átomo de hidrogênio na posição 17-


alfa com um átomo de carbono (um processo referido como alquilação), sua
estrutura vem a ficar resistente a metabolização no fígado. O átomo de carbono
é tipicamente adicionado na forma de um grupo metil (CH3), embora vemos
alguns orais com um grupo etil (C2H5). Um esteróide com esta alteração é
descrito como um C-17 alfa alquilado, embora os termos metilado ou etilado
também seja utilizado. O grupo alquila não pode ser removido metabolicamente
e, portanto, inibe a redução do esteróide a sua forma inativa 17-cetoesteróide
por ocupar um das posições necessárias para ligação.
Antes de que grandes companhias farmacêuticas começassem a usar esse
avanço para produzir uma lista de esteróides orais incluindo: Metiltestosterona,
Dianabol, Winstro, Anadrol SO, Halostetin, Ni1eva1, Orabolin e Anavar. O
principal inconveniente é que estes compostos promovem um grande estresse
no fígado, que em algumas vezes pode levar a um dano neste órgão.
Porque o grupo alquila não pode ser removido, ele media a ação do esteróide
no corpo. A metiltestosterona, por exemplo, não é simplesmente um
equivalente oral a testosterona, a alquilação promove mudanças significativas
nas ações deste esteróide. A maior mudança que podemos ver é que este
esteróide tende a ter mais efeitos estrogênicos, apesar de diminuir a interação
com a aromatase. (45)
Aparentemente com a 17-alquilação presente nos esteróides, a aromatização
(quando possível) produz uma forma mais ativa de estrógeno (tipicamente
17alfa-metil ou 17alfa-etil estradiol). Esses estrógenos são mais biologicamente
ativos do que o estradiol devido a sua maior meia-vida e menor tendência a se
ligar as proteínas ligadoras. Em algumas instancias a 17alfa-alquilação também
aumenta a habilidade do esteróide inicial se ligar ao receptor estrogênico ou de
progesterona. (46) Um aumento nas propriedades estrogênicas também fica
obvio quando olhamos a metandrostenolona, que é uma forma alquilada da
boldenona.
O dianabol é claramente mais estrogênico do que a Equipoise, uma droga que
não produz efeitos colaterais fortes.
O mesmo vale para a comparação entre Nilevar e Deca-Durabolin, um
composto que sabemos ser extremamente leve neste sentido. A alfa-alquilação
do C17 também tipicamente reduz a afinidade deste esteróide a se ligar ao
receptor andrógeno, o que se nota com os esteróides Dianabol e Winstrol.
Contudo, uma vez que essa alteração também aumenta a meia vida de um
esteróide ela também aumenta a tendência dele existir em seu estado não-
ligado e cria uma potente proporção entre suas propriedades
anabólicas/androgênicas. Isso explica o porque de que o Dianabol e o
stanozolol tem melhores efeitos em pequenas dosagens (freqüentemente
140mg por semana para produzir efeitos bons) comparado aos injetáveis como
a testosterona e a nandrolona, que freqüentemente atinge doses de 300-
400mg semanais.

Orais não-alquilados

Na tentativa de resolver os problemas com a hepatotoxicidade que vemos nos


esteróides C17-alfa-alquilados, o número de orais com diferentes alterações
químicas (Como: Primobolan, Proviron, Andriol, etc.) foram criados. Ambos,
Proviron e Primobolan são alquilados na primeira posição (metil), um traço que
também desacelera a redução a cetoesteróide. Em adição a 1-metilação, o
Primobolan também usa um éster 17-beta (acetato) para continuar a proteção
contra a redução a sua forma inativa. Enquanto todos esses compostos não
promovem o mesmo estresse no fígado, eles são muito menos resistentes a
quebra do que os 17-alquilados, e são menos ativos miligrama por miligrama.

Ésteres e compostos injetáveis

Você também deve ter notado que vários injetáveis irão demonstrar longos
nomes químicos como cipionato de testosterona e enantato de testosterona, ao
invés de somente testosterona. Nesses casos, o cipionato e o enantato são
ésteres (ácidos carboxílicos) que foram adicionados ao grupo 17-beta hidroxil
da molécula de testosterona, o qual aumenta sua meia-vida. Essas alterações
irão diminuir a solubilidade em água e aumentar a solubilidade em óleo. Uma
vez que um composto esterificado fora injetado, ele irá formar um deposito no
tecido muscular o qual irá lentamente entrar na circulação.
Geralmente, quanto maior for a cadeia, mais solúvel em óleo o composto será e
levará mais tempo para que sua dosagem completa seja liberada. Uma vez livre
na circulação, as enzimas irão rapidamente remover a cadeia do éster, e seu
hormônio irá exercer sua atividade (visto que o éster presente no esteróide é
inerte).
Há um amplo número de ésteres, que podem prover vários tempos de
liberação. Para comparação, um éster como o decanoato pode aumentar a
meia-vida de sua droga na circulação sanguínea de 3 a 4 semanas, enquanto só
poderia ser estendida por poucos dias com um éster acetato ou propionato. O
uso de um éster permite uma menor agenda de aplicações que se torna muito
mais confortável ao paciente. Devemos nos lembrar ao calcular as dosagens,
que o éster é contado no peso da molécula. 100mg de enantato de
testosterona, portanto, tem muito menos testosterona pura do que 100mg de
testosterona suspensão (neste caso são 72mg de testosterona). Em algumas
instâncias, um éster pode aproximadamente ser 40% ou mais do peso total da
molécula, mas a medida típica é algo em torno de 15% a 35%. Abaixo há o
peso total e o peso do esteróide de alguns compostos básicos.

Também é importante ressaltar o fato de que o éster não altera de maneira


alguma a atividade de seu esteróide. Eles trabalham em somente liberar mais
lentamente. É comum escutarmos as pessoas falarem sobre as propriedades
dos diferentes ésteres, quase como eles podem magicamente alterar a
efetividade de um esteróide. Isso é realmente um absurdo. O enantato não é
mais forte que o cipionato (talvez por poucas miligramas de testosterona
liberadas por aplicação, mas nada notável). Pessoalmente, eu tenho sempre
considerado Sustanon como uma péssima compra, levando ao fato de que
250mg de enantato é mais barato.
Suas células musculares vêem somente a testosterona; finalmente não há
nenhuma diferença. Relato de diferentes níveis de ganhos em músculos, efeitos
androgênicos, retenção liquida etc. são somente problemas de tempo.
Testosterona de rápida liberação irá produzir mais estrógeno, pois há mais
testosterona livre no sangue.

Dissociação de EAS

Embora nunca completamente, os cientistas obtiveram algum sucesso em sua


busca para separar as propriedades androgênicas e anabólicas da testosterona.
Um grande número de EAS foram produzidos, com muitos sendo notavelmente
mais fracos ou mais fortes do que o hormônio base. Para avaliar o potencial
anabólico e androgênico de cada novo esteróide fabricado, os cientistas usaram
modelos animais. Para avaliar a potencia androgênica o procedimento envolve a
medição da porcentagem de crescimento das vesículas seminais e da próstata
ventral. Esses dois tecidos irão freqüentemente responder desigualmente a um
certo esteróide, contudo, uma media entre as duas é tirada.
A atividade anabolica é determinada medindo o crescimento do levator ani, um
músculo sexual (não esquelético). Este tecido pode não ser o mais ideal para
isso, visto que ele possui mais receptores andrógenos do que qualquer outros
tecidos musculares esqueléticos. (47)(48) Integrando ambas medidas, o índice
anabólico é usado em relação a taxa de anabolicidade e androgenicidade de um
dado esteróide. Um índice anabólico maior que 1 indica uma alta tendência a
ser anabólico. Uma medida menor que 1 indica uma alta tendência
androgênica. Há uma variação entre os resultados experimentais e as
experiências no mundo real com humanos, mas (com algumas poucas
exceções) as designações baseadas no índice anabólico são geralmente aceitas.
Abaixo iremos discutir alguns fatores que afetam a dissociação
anabólica/androgênica.

Nandrolona e 19-nor andrógenos

A seção deste livro que lida com a conversão de DHT é importante, pois ajuda a
entender o EA nandrolona e vários de seus derivados. A nandrolona é idêntica a
testosterona exceto pelo fato de que ela não possui um átomo de carbono na
posição 19, daqui surge seu outro nome 19-nortestosterona. A nandrolona é
muito interessante pois oferece a melhor taxa anabólica/androgênica de todos
os esteróides que existem naturalmente no corpo. Isso se deve ao fato de que
ela é metabolizada em uma estrutura menos potente (dihidronandrolona) em
tecidos com altas concentrações de receptores andrógenos, o qual é
exatamente o oposto do que acontece com a testosterona. Aparentemente a
remoção da dupla ligação C4-5, a qual normalmente aumenta a capacidade de
ligação ao receptor andrógeno da testosterona, causa uma incomum redução
dessa habilidade com a nandrolona. Ao invés de vir a ser 3 a 4 vezes mais
potente ela vem a ser muito mais fraca. Esta é uma característica muito
desejável se você deseja que os efeitos anabólicos sobreponham os efeitos
androgênicos. Essa característica também é passada aos outros esteróides que
derivam da nandrolona, fazendo com que ela seja uma base interessante na
síntese de novos EAS.

Esteróides 5-alfa irredutíveis

Quando olhamos aos esteróides mais leves como Primobolan, Winstrol e


Anavar, nenhum destes são derivados da nandrolona, aqui vemos outra
interessante comunalidade. Esses esteróides são derivados do DHT que não são
afetados pela 5-alfa redutase e, portanto, não se tornam nem mais fracos nem
mais fortes quando estão em tecidos com altas concentrações desta enzima.
Em sua essência, eles têm um efeito bem balanceado neste tipo de tecido,
fazendo com que eles, aparentemente, sejam menos androgênicos do que a
testosterona. Esse é o porquê esses esteróides são tecnicamente classificados
como anabólicos e são inegavelmente menos problemáticos do que os outros
esteróides em termos de promover efeitos colaterais androgênicos.

3-alfa hidroxiesteróide desidrogenase

A enzima 3-alfa hidroxiesteróide desidrogenase é também importante, pois ela


pode trabalhar para reduzir consideravelmente o potencial anabólico de alguns
esteróides. Deste modo, nem todos os potentes ligadores do receptor
andrógeno são ótimos construtores de massa muscular e esta enzima é um
fator importante. O DHT é um exemplo claro. Quando o corpo converte a
testosterona em DHT de modo a potenciar sua ação em alguns tecidos, ele
também tem como combater essa forte atividade em outros tecidos que não é
necessário. Isso é realizado pela rápida redução do DHT a seus metabólitos
inativos, chamados de androstenediona, antes que eles atinjam o receptor
andrógeno. Essa atividade ocorre via interação com a 3-alfa hidroxiesteróide.
Essa enzima está presente em grandes concentrações em alguns tecidos,
incluindo o tecido muscular esquelético, o DHT é muito mais aberto a
modificações por esta enzima do outros esteróides que tenham uma dupla
ligação C4-5 (como a testosterona). (49) Isso faz com que o DHT seja pobre
em seus efeitos anabólicos. Se o DHT fosse capaz de chegar ao receptor
andrógeno sem ser metabolizado pela 3-alfa hidroxiesteróide desidrogenase,
com certeza seria um esteróide formidável. Infelizmente este não é o caso,
explicando o porque versões injetáveis do DHT (não mais produzidos
comercialmente) não foram nunca as drogas favoritas de quem quer ganhar
massa muscular.

Química dos EAS sintéticos

Todos os EAS são preparações ou moléculas quimicamente alteradas contendo


um dos três hormônios naturais apresentados acima. Na criação de novos
compostos sintéticos um dos três hormônios naturais são escolhidos. De todos
estes acima, o DHT é o único que não tem a possibilidade de sofrer
aromatização ou ação da 5-alfa redutase. Então é quase sempre uma escolha
na criação de EAS que não demonstram ação estrogênica e/ou demonstra uma
atividade androgênica/anabólica balanceada. A nandrolona aromatiza muito
menos do que a testosterona.

Derivados da testosterona
A boldenona é uma testosterona com uma dupla
ligação adicionada entre os carbonos 1 e 2.
Contudo, essa modificação na ligação muda
consideravelmente a ação do esteróide.
Primeiramente diminui drasticamente a aromatização. Segundo, essa ligação
faz com que ele seja um péssimo substrato para a ação da 5-alfa redutase, seu
metabólito 5-alfa dihidroboldenona é produzido em pequenas quantidades em
humanos. Este hormônio tende a ser convertido via 5-beta redutase a 5-beta
dihidroboldenona (um andrógeno inativo). Isso leva-o a ser um composto bem
anabólico e pouco androgênico. A dupla ligação C1-2 também diminui a quebra
hepática deste composto, aumentando sua resistência à desativação a 17-
cetoesteróide.

Este é o mais básico derivado da testosterona,


diferenciando-se somente pela 17-alfa metilação
que faz com que esse esteróide seja oralmente
ativo. A conversão a 17-alfa metilestradiol faz com
que esse esteróide seja extremamente
estrogênico, apesar de que essa alteração faz com
que a interação com a aromatase diminua.

Em muitos aspectos, a metandrostenolona é muito


similar a boldenona, visto que ela demonstra um
pequeno potencial estrógeno e androgênico devido
a sua dupla ligação C1-2. Contudo, esse esteróide
tem a reputação de ser um pouco estrogênico,
isso deve-se ao fato de se converter a uma forma
muito ativa de estrógeno (17-alfa metilestradiol).
Também é muito mais ativo miligrama por
milagrama do que a boldenona e seu grupo 17-
alfa metil faz com que tenha uma maior meia-vida
e apareça mais em sua forma livre.

Derivados da Nandrolona

Embora seja uma derivada da nandrolona, as duas


duplas ligações presentes na trenbolona faz com que
alguma similaridade a nandrolona seja
extremamente difícil de se ver. Primeiramente, a
ligação 9-10 inibe a aromatização. A nandrolona é
fracamente aromatizada, contudo, algum estrógeno
e produzido a partir deste esteróide. Não é assim
com a trenbolona. A ligação 11-12 aumenta a
afinidade com o receptor andrógeno. Este esteróide
também não sofre ação da 5-alfa redutase, como a nandrolona, e também não
tem a mesma taxa anabólica/androgênica da nandrolona (a trenbolona e muito
mais androgênica em comparação).

Derivados do DHT

A oximetolona é o derivado oral do DHT. O


grupo 17-metil é bem compreendido a este
ponto no qual já discutimos vários esteróides,
contudo, o grupo 2-hidroximetileno não é visto
em nenhum outro esteróide. Nós sabemos que
este grupo aumenta bastante o potencial
anabólico e aumenta a estabilidade do grupo 3-
ceto, e essa configuração parece permitir esse
esteróide a se ligar e ativar o receptor
andrógeno.

O stanozolol é um potente esteróide anabólico,


devido ao fato de que o grupo 2,3-pirazol cria
uma configuração estável ao Anel-A que
permite a ligação ao receptor andrógeno (este
esteróide e um dos poucos que não possui um
grupo 3-ceto). Como tal, é altamente ativo no
tecido muscular, diferentemente do DHT.

A oxandrolona é um derivado oral do DHT,


devido a sua 17-metilação. Mas também se
difere do DHT pela substituição do seu 2-
carbono por um oxigênio. Esse é o único
esteróide que carrega esse grupo, e mais, o
único a ter uma modificação no carbono base
da estrutura do núcleo de Steran. O grupo 2-
oxo aumenta a resistência contra o
metabolismo do grupo 3-ceto, fazendo com que
a oxandrolona seja um potente anabólico.

Nomenclatura dos esteróides


Talvez não tão óbvio a primeira vista, há uma convenção usada para nomear e
criar identidades aos vários EAS. Isso normalmente envolve a formação de uma
palavra raiz para demonstrar a base estrutural dos esteróides incluindo todos os
prefixos e sufixos. Abaixo, nós iremos olhar as bases comuns, prefixos e sufixos
utilizados na nomenclatura dos esteróides e identificá-los. Como você verá, a
adoção de alguns nomes como nandrolona e metandrostenolona não é
arbitrária.

Aplicações Clínicas

Os EAS foram aprovados para venda sobre prescrição médica em praticamente


todo o mundo. Têm sido usados há décadas para o tratamento de vários tipos
de doenças, hoje, estas drogas tem várias aplicações médicas. Eles estão sendo
usados para tratar os mais variados tipos de pacientes, incluindo homens e
mulheres de todas as idades, indo de crianças a idosos. Em varias instancias os
EAS provaram ser medicamentos que salvam vidas, que é um fato facilmente
esquecido quando se discute sobre eles. Esta seção dá alguns detalhes das
mais comuns formas de uso no mundo médico.
Terapia de reposição hormonal / Hipogonadismo

A aplicação médica mais usada no mundo é a terapia de reposição hormonal.


Também chamada de TRH. Essa terapia envolve a suplementação do hormônio
primário masculino, a testosterona, para aliviar os sintomas de baixos níveis
hormonais (chamado clinicamente de hipogonadismo). Os pacientes podem ser
adolescentes sofrendo de hipogonadismo infantil, um tipo de doença que causa
uma desordem nos hormônios andrógenos, embora a maioria da população que
goza desse tipo de tratamento sejam maiores de 30 anos. Na maioria dos casos
os níveis hormonais diminuíram por um processo normal da idade.
As queixas mais comuns associadas a baixa testosterona em homens são:
Libido baixa, disfunção erétil, perda de energia, perda de força e/ou resistência,
reduzida habilidade de fazer esportes, mudanças de humor, diminuição da
altura (perda de ossos), performance no trabalho alterada, perda de memória e
perda de músculos. (50) Quando associada a idade, esses sintomas são
coletivamente colocados dentro da “andropausa”: Em um cenário clínico essa
doença é chamada de hipogonadismo tardio. O hipogonadismo, infelizmente,
ainda é amplamente sub-diagnosticado. A maioria dos médicos também não irá
recomendar um tratamento para baixa testosterona a menos que o paciente
sofra com os sintomas.
A TRH efetivamente alivia a maioria dos sintomas de baixos níveis de
testosterona. Para começar, aumentar os níveis de testosterona acima de
350ng/dL (o mínimo do intervalo aceito) irá resgatar as funções sexuais e a
libido em homens com queixas de insuficiência hormonal. No que se diz
respeito a perda de densidade óssea, a TRH também mostrou ter efeitos
positivos. Por exemplo, um estudo onde se administrou 250mg de enantato de
testosterona a cada 21 dias mostrou um aumento de 50% na densidade óssea
depois de 6 meses. (51) Ao longo do tempo isso pode prevenir perda de altura
e força nos ossos relacionados a idade e também pode diminuir o risco de
fraturas. A TRH também aumenta a quantidade de hemácias, aumentando a
energia e a sensação de bem estar. A terapia também ajuda a retenção de
músculos e massa magra e aumenta a força e resistência.
Ao contrário do uso abusivo de esteróides, a TRH em idosos irá diminuir as
chances de doenças cardiovasculares. Por exemplo, alguns estudos tendem a
mostrar um efeito positivo da TRH nos lipídios séricos. Isso inclui uma redução
no LDL e nos níveis totais de colesterol, combinados com nenhuma mudança no
HDL (bom colesterol). (52) (53)
A suplementação de testosterona também reduz os riscos de obesidade e
aumenta a sensibilidade a insulina e o controle da glicemia. (54)
Estes são fatores importantes na síndrome metabólica, o que pode estar
relacionado ao desenvolvimento de aterosclerose. Em adição, a TRH também
mostrou melhorar o perfil dos marcadores inflamatórios TNF, IL-1 e IL-10. (55)
A diminuição na inflamação pode ajudar a proteger as artérias contra a
degeneração. O consenso médico hoje parece ser que a TRH não tem nenhum
efeito negativo em doenças cardiovasculares e pode reduzir o risco desta
doença em alguns pacientes.
Em adição a lista de efeitos colaterais, ainda há algumas áreas onde se deve ter
cuidado ao tratar pacientes idosos. Para começo, a administração de
testosterona pode aumentar o volume prostático e os níveis de PSA. (56) (57)
Mas isso não parece ser significante em homens saudáveis, hipertrofia benigna
da próstata e câncer de próstata podem ser estimulados pela testosterona.
Homens com câncer de próstata, altos níveis de PSA ou câncer de mama
normalmente não recebem testosterona. A TRH também esta relacionada a
apnéia do sono, o que pode interferir na faze REM do sono. (58)
Alguns estudos demonstraram dados conflitantes, no entanto, a relação desses
potenciais ainda está em debate. (59) Finalmente, a TRH demonstra lados
positivos, negativos e neutros no funcionamento cognitivo de idosos. (60) (61)
(62) Os estudos sugerem que a dosagem dita o nível de resposta, com os
efeitos positivos sendo mais percebidos quando os níveis de testosterona
atingem uma faixa média normal, não suprafisiológica. (63) Pacientes idosos
com déficits pré-existentes na função cognitiva devem tê-las melhoradas na
TRH.

Segurança dos esteróides: Estudos com


dosagens do mundo “real”

600mg/semana de testosterona

O primeiro estudo dose-responsivo publicado no American Journal of Physiology


Endocrinology and Metabolism em julho de 2001, pesquisou os efeitos de varias
dosagens de enantato de testosterona na composição corporal, tamanho dos
músculos, força, energia, funções cognitivas e sexuais e outros marcadores de
saúde. (323) 61 homens normais, com idades entre 18 e 35 anos, participaram
dessa investigação. Eles foram divididos em 5 grupos, cada um recebendo
injeções semanais de 25, 50, 125, 300 ou 600 miligramas por um período de 20
semanas. Esse período de tratamento foi precedido por um período controle
(sem drogas) de 4 semanas, precedido de um período de 16 semanas de
recuperação. Marcadores de força e massa magra foram maiores em doses
maiores de testosterona, com o grupo de 600mg ganhando aproximadamente
7kg de massa magra no período de 20 semanas.
Não houve mudanças significativas no PSA, enzimas hepáticas, atividade sexual
ou função cognitiva em qualquer dosagem. O único efeito negativo notado foi
uma leve diminuição nos níveis de HDL (bom colesterol) em todos os grupos,
exceto os que receberam 25mg. A pior redução foi de 9 pontos no grupo que
usou 600mg. Todos os grupos, exceto este, permaneceram na variação media
para homens.

600mg/semana de nandrolona
Esse estudo foi conduzido em pacientes masculinos com HIV, o qual foi
estudado os efeitos do decanoato de nandrolona na massa magra. (324) 30
pessoas participaram dessa investigação, cada qual recebeu a mesma dosagem
(alta) dessa droga. Metade dos pacientes começou a fazer musculação, então
dois grupos (treinados e não treinados) foram criadas. A agenda de dosagens
foi formidável, começando com 200mg na primeira semana, 400mg na segunda
e 600mg as 10 semanas restantes. As doses foram abaixadas vagarosamente
entre as semanas 13 e 16 para retirar os pacientes da droga. Efeitos colaterais
negativos foram monitorados de perto, incluindo os níveis de colesterol, lipídios
(incluindo as subfracoes, HDL e LDL), triglicerídeos, sensibilidade a insulina e
glicemia em jejum.
Mesmo em altas dosagens, não houve efeitos negativos no colesterol total, LDL,
triglicerídeos e sensibilidade a insulina. De fato, o grupo que estava fazendo
musculação sentiu um aumento na distribuição de LDL, lipoproteínas e
triglicerídeos, o que demonstrou um risco aumentado para doenças
cardiovasculares. O metabolismo de carboidratos também aumentou
significativamente nesse grupo. O único impacto negativo notado durante esse
estudo foi uma redução no colesterol HDL (bom) similares ao do estudo com a
testosterona, com uma redução de 8-10 pontos em ambos os grupos.

100mg/dia de Anadrol

Por ultimo, encontramos um estudo usando a potente droga oximetolona


(Anadrol). (325) Esse esteróide é dado como o mais perigoso pelos
fisiculturistas, que o tratam com respeito e cautela. Não é comum vê-los
excederem as dosagens durante esse estudo, fazendo com que seja uma boa
representação do mundo real. Esse estudo envolve 31 idosos, entre as idades
de 65 e 80 anos. Os homens foram divididos em 3 grupos, um tomando 50mg,
100mg e placebo por um período de 12 semanas. As mudanças na quantidade
de massa magra e força foram medidas, bem como os marcadores de saúde
como, colesterol total, LDL, HDL, triglicerídeos, PSA e enzimas hepáticas.
Os ganhos de força e massa muscular foram denovo relativos a dosagem
utilizada, com os resultados finais parecidos com os da terapia com enantato de
testosterona a dosagem de 125 ou 300mg por semana (algo em torno de 2 e
5kg de massa magra nos grupos de 50mg e 100mg respectivamente). Não
houve mudanças significativas nos níveis de PSA, colesterol total, LDL ou
triglicerídeos, contudo, houve uma redução nos níveis de HDL (redução de 19 e
23 pontos aos grupos de 50mg e 100mg respectivamente). As enzimas
hepáticas (AST e ALT) aumentaram somente no grupo de 100mg, mas as
mudanças não foram significativas e não foram acompanhadas por um
aumento no tamanho do fígado ou o desenvolvimento de alguma complicação
hepática.

Endocrinologia do crescimento muscular


Fase 1

A primeira fase cobre todas as mudanças na química muscular que ocorrem


imediatamente, durante o treino. A qual irá fazer o trabalho inicial para futuras
reparações e crescimento. A primeira fase irá controlar a magnitude de outros
sinais. No processo anabólico, essa fase é caracterizada pela liberação do ácido
araquidônico das células musculares e a formação de mensageiros ativos,
incluindo as prostaglandinas, citoquinas, leucotrienos e as prostaciclinas. Tudo
isso começa com a quebra da camada fosfolipídica externa das células
musculares, a qual é iniciada pelo rompimento das mesmas pelo exercício.

As fosfolipases são liberadas em resposta a este rompimento, o que leva a


alguns dos fosfolipídios armazenados na camada externa das células
musculares serem liberados. A parte excêntrica do movimento é de principal
importância aqui, a qual é a "negativa" do movimento, onde o músculo é
alongado sobre resistência.
A quantidade de ácido araquidônico, o qual é o principal lipídio bioativo no
processo anabólico, liberado irá controlar o que ocorre nesta fase. O ácido
araquidônico é convertido localmente e imediatamente por enzimas a vários de
subprodutos anabólicos, os mais importantes (em termos de hipertrofia) são:
Prostaglandinas as quais são produzidas pela interação com as enzimas
ciclooxigenases.

Estas prostaglandinas (PGE2 e PGF2-alfa) vão controlar a maior parte


da próxima fase. Adicionalmente, a prostaglandina PGE2 irá trabalhar para
aumentar os níveis locais de óxido nítrico, o qual também é uma molécula ativa
no processo anabólico. Que tem a ação de dilatar as veias (para aumentar o
fluxo de nutrientes e hormônios para os músculos) e aumentar a produção do
HGF (fator de crescimento de hepatócito) para ativação das células satélites. O
ácido araquidônico contribui para a sinalização de inflamação e de dor também,
e sua liberação desempenha um papel importante na dor pós treino.

A intensidade do treino e a densidade relativa do ácido araquidônico na camada


fosfolipídica (a disponibilidade do ácido araquidônico é definitivamente o fator
limitante para a formação das prostaglandinas) irá ditar o quanto deste potente
lipídio poderá ser liberado durante o exercício. A quantia de ácido araquidônico
armazenado no tecido muscular é um estado de fluxo constante. Um grande
número de fatores estão envolvidos nesta regulação, o mais notável destes
estão na quantia ingerida e gasta. Exercícios regulares depletam os estoques de
ácido araquidônico, repondo-o com outro, mais abundante, ácido graxo. (331)

Com menos ácido araquidônico disponível a resposta do sistema de


prostaglandinas ao exercício regular diminui. (332)
Você já parou pra pensar o porque você fica tão cansado quando você treina
pela primeira vez depois de um longo tempo? Ou porque os antigos treinos são
melhores que os atuais que você está cansado? Muito disto está diretamente
ligado ao estoque de ácido araquidônico que você tem. O quanto mais você
tem, mais fácil de liberar durante o treino é e vice versa.

Fase 2

A fase 2 é caracterizada pelo aumento localizado do fator de crescimento e a


sensibilidade do tecido aos hormônios anabólicos. Aqueles que sempre se
perguntarem o porquê das drogas anabólicas não funcionarem sem treinar vão
encontrar uma boa explicação aqui. Simplesmente, seus músculos precisam ser
"surrados" para estas drogas funcionarem. Uma maneira a qual o corpo realiza
isto é aumentando a densidade de certos receptores específicos nos músculos
aonde ele precisa iniciar a reparação. Isso inclui, entre outros, andrógenos,
IGF-1, MGF e receptores de insulina. Resposta aos danos musculares causados
por alongamento e a Fase 1 são as chaves aqui. A regulação da densidade dos
receptores é importante pois previne que os hormônios anabólicos estimulem o
crescimento de outros tecidos. A densidade dos receptores, podem portanto,
regular fortemente a atividade farmacológica de drogas anabólicos e os níveis
séricos das drogas.

Para colocar em perspectiva, nós precisamos lembrar que existem dois


componentes separados que se interagem antes de qualquer mensagem ser
mandada a célula muscular dizendo que ela deve crescer. Nós temos um
hormônio ou fator de crescimento em uma mão, como a testosterona, IGF-1,
MGF ou insulina e seu respectivo receptor na outra. Injetar uma droga
anabólica facilita e muito a ligação ao receptor e a sinalização anabólica por
promover mais mensageiros. Quanto mais hormônios nós tivermos ao redor da
célula, mais fácil a ligação e ativação dos receptores. Não podemos nos
esquecer, contudo, que ter mais receptores (ao invés de mais hormônios) pode
também facilitar este processo.

Mais receptores significa que os hormônios ou fatores de crescimento


existentes ache-os mais rapidamente.
Enquanto em uma mão temos um aumento na sensibilidade do tecido a
hormônios anabólicos e fatores de crescimento, outro ponto vital nesta fase é
um aumento localizado na expressão de certos fatores de crescimento vitais.
Isso inclui: IGF-1, MGF, FGF, HGF, TNF, IL-1 e IL-6.

Estes compostos serão liberados e irão trabalhar sinergicamente na fibra


muscular rompida e nas células satélites, em uma sinfonia de anabolismo, cada
um fazendo sua própria função neste processo. Em muitos casos, as ações de
um composto irão ajudar o outro, seja por aumentando, suprimindo ou
restringindo as proteínas ligadoras, ou ajudando-os sinalizando mecanismos
entrelaçados.

Fase 3

Durante a fase 3 os hormônios e fatores de crescimento vão trabalhar para


finalizar o trabalho. Nós categorizamos esta fase como uma fase em andamento
do processo anabólico, uma ação mediada por fatores combinados de vários
hormônios anabólicos e fatores de crescimento já citados anteriormente. Esta é
a fase na qual a reparação e a hipertrofia estão tomando lugar nos seus
músculos, e cada composto irá tomar uma complicada rota no processo. Nós
não devemos nos esquecer, contudo, que tudo leva a este ponto (as ações da
fase 1 e 2) está sendo determinado em quão forte a capacidade de resposta ao
crescimento é. Iremos acompanhar individualmente a ação de cada um destes
componentes.

Durante a 3° fase, o reparo do tecido e crescimento serão finalizados com a


ajuda destes hormônios e fatores de crescimento.
Fator de crescimento de hepatócito (HGF): O HGF é um hormônio ligador de
heparina que reside na camada exterior de células "machucadas". Após a lesão,
ele migra para as células satélites onde ele dispara a ativação delas e entra
dentro do ciclo celular. (333)
A expressão do HGF é regulada via liberação de óxido nítrico (334), o qual é
estimulado depois da lesão para aumentar o fluxo de nutrientes e hormônios
para a área. A PGE2
desempenha um papel fundamental na rota da síntese de óxido nítrico e
liberação de HGF. (335)

Andrógenos: Os andrógenos (hormônios que os esteróides imitam) são


poderosos apoiadores da taxa de síntese protéica no músculo esquelético. Eles
também são conhecidos por estimular uma expressão local do IGF-1, então o
efeito destes hormônios estendem-se para o ciclo das células satélites
(explicando o porque eles são tão potentes ao estimular o crescimento
muscular). Também é digno de nota que o ácido araquidônico aumenta a
densidade de receptores androgênicos no tecido muscular.

Fator de crescimento tipo insulina 1 (IGF-1): O IGF-1 é um hormônio tipo


insulina com marcantes efeitos anabólicos. Devido ao seu nome, ele também
possui alguns efeitos
parecidos com o da insulina. O IGF-1 aumenta a síntese protéica e serve como
base para a proliferação e diferenciação das células satélites. A prostaglandina
PGF2-alfa é
conhecida por "upregulate" (algo como aumentar) a expressão local de
receptores de IGF-1. (336, 337)
A PGE2 também acredita-se que aumenta a síntese local de IGF-1. (338)

Fator de crescimento tipo insulina 2 (IGF-2): O IGF-2 é um segundo fator de


crescimento tipo insulina e desempenha um papel na proliferação das células
satélites. Ao contrário
do IGF-1, a expressão do IGF-2 não parece aumentar drasticamente em
resposta ao treino.

Fator de crescimento mecânico (MGF): O MGF é uma variante recém


descoberta do IGF-1. Este fator de crescimento produzido durante o "splicing
alternado" (processo da transcrição do rNA) da proteína do IGF, e desempenha
um forte papel no suporte da proliferação de mioblastos. A expressão do MGF,
como a maioria dos outros fatores de crescimento discutidos aqui, é fortemente
"upregulated" no tecido muscular em resposta ao estímulo de alongamento.
(340)

Fator de crescimento fibroblástico (FGF): O FGF é uma família de fatores de


crescimento com nove diferentes isoformas (FGF-1 até FGF-9). O papel
completo que o FGF desempenha na hipertrofia em adultos não é totalmente
entendida, contudo, acredita-se que ele desempenha um forte papel
proliferador das células satélites, servindo também para expandir sua
população. (341)
Os FGF's também desempenham um papel na diferenciação celular. Como
vários outros fatores de crescimento, a "upregulation" deste é proporcional ao
grau de dano nos tecidos. (342)
O FGF-2 e o FGF-4 parecem ser os mais representativos proliferadores desta
família em tecidos musculares já maduros.

Insulina: Além de ter a habilidade de aumentar a síntese protéica e inibir a


degradação protéica, a insulina é o carro chefe para transporte de nutrientes. A
ação da insulina
permite que a células transportem glicose e aminoácidos através da membrana
plasmática. A expressão do receptor de insulina é fortemente regulada depois
do treino de musculação (ou outro que produza microtraumas), para então
promover a nutrição imediata para a área afetada. Essa regulação está
fortemente ligada a prostaglandina PGE2. (343, 344)

Citoquinas (IL-1, IL-6, TNF): As citoquinas são um grupo de compostos


imunomodulatórios, embora no contexto desta seção estamos nos referindo a
eles como fatores de crescimento.
As citoquinas IL são chamadas de interleucinas, e a TNF é uma abreviação de
Fator de necrose tumoral. Entre outras coisas as citoquinas são conhecidas por
estimular a migração de linfócitos, neutrófilos, monócitos e outras células
reparadoras para um tecido danificado, para ajudar na reparação celular. Eles
ajudam em várias outras maneiras também, seja ajudando na remoção de
células danificadas e regulando certas respostas a processos inflamatórios,
incluindo a produção de algumas prostaglandinas. As prostaglandinas são
conhecidas por desempenhar importantes fatores na expressão das 3 citoquinas
mencionadas aqui. (345, 346).
Contudo, elas podem não ser o único estimulo. Outros caminhos do
metabolismo do ácido araquidônico também estão envolvidos.

Prostaglandinas: Apesar de estas serem a chave inicial dos processos químicos,


as prostaglandinas continuam a desempenhar um papel através da construção
de músculos (incluindo a Fase 3). Isso inclui o suporte de receptores
hormonais, proliferação, aumento da síntese protéica e intensificação da
sinalização do IGF-1, via PI3K. (347)

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