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E - Romantismo 3 Fase Condoreira

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ROMANTISMO 3 FASE CONDOREIRA

1. (UFRJ) As estrofes apresentadas a seguir foram retiradas do poema Vozes d'África, de


Castro Alves. Vozes d'África é um dos textos em que o poeta expressa sua indignação diante
da escravidão.

Leia, com atenção, o fragmento selecionado para responder às questões propostas em a) e b):

Vozes d'África

"Deus! ó Deus, onde estás que não respondes!?


Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes,
Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde, desde então, corre o infinito...
Onde estás, Senhor Deus?...
(...)
Mas eu, Senhor!... Eu triste, abandonada,
Em meio dos desertos esgarrada,
Perdida marcho em vão!
Se choro... bebe o pranto a areia ardente!
Talvez... pra que meu pranto, ó Deus clemente,
Não descubras no chão!..."

a) Cite e explique a figura de linguagem através da qual o poeta estrutura todo o poema.
b) Identifique os elementos que representam, figuradamente, o abandono e o desespero
advindos da escravidão.

Resposta

2. (Fuvest-SP)

"Oh! eu quero viver, beber perfumes


Na flor silvestre, que embalsama os ares;
Ver minh'alma adejar pelo infinito,
Qual branca vela n'amplidão dos mares.
No seio da mulher há tanto aroma...
Nos seus beijos de fogo há tanta vida...
– Árabe errante, vou dormir à tarde
À sombra fresca da palmeira erguida."

Nessa estrofe de Mocidade e morte, de Castro Alves, reúnem-se, como numa espécie de
súmula, vários dos temas e aspectos mais característicos de sua poesia. São eles:

a) Identificação com a natureza, condoreirismo, erotismo franco, exotismo.

b) Aspiração de amor e morte, titanismo, sensualismo, exotismo.


c) Sensualismo, aspiração de absoluto, nacionalismo, orientalismo.

d) Personificação da natureza, hipérboles, sensualismo velado, exotismo.

e) Aspiração de amor e morte, condoreirismo, hipérboles, orientalismo.

Resposta

3. (PUC-Campinas-SP)

"E fui... e fui... ergui-me no infinito,


Lá onde o vôo d'águia não se eleva...
Abaixo – via a terra – abismo em treva!
Acima – o firmamento – abismo em luz!"
Os versos anteriores pertencem aos poemas "O vôo do gênio", do livro Espumas flutuantes.
Esses versos ilustram a seguinte característica da poética de Castro Alves:

a) Ênfase emocional, apoiada nos recursos retóricos das antíteses, das hipérboles e do
paralelismo rítmico-sintático.

b) Intimismo lírico, marcado pela hesitação das reticências e pelo temor do enfrentamento das
adversidades.

c) Sacrifício do tom pessoal em nome de ideais históricos, representados por símbolos épicos
herdados do Classicismo.

d) Emprego de paradoxos, com a intenção de satirizar a ambição de genialidade cultivada


pelos ultra-românticos.

e) Contraste entre as fortes marcas retóricas do discurso e o sentimento da melancolia, que


atenua o tom declamatório.

Resposta

4. (UFSM-RS) Leia os versos de Navio negreiro, de Castro Alves:

"São os filhos do deserto


Onde a terra esposa a luz.
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados,
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão...
Homens simples, fortes, bravos...
Hoje míseros escravos
Sem ar, sem luz, sem razão..."
Assinale a alternativa correta com relação ao sentido expresso pelos versos transcritos.

a) Descreve a vida dos escravos nas fazendas.

b) Saúda a liberdade decorrente da abolição da escravatura.

c) Salienta a integração dos negros com os índios.

d) Compara o negro livre, na África, com o negro escravizado no Brasil.

e) Propõe que os homens se tornem escravos por quererem fugir do deserto.

Resposta

5. (Fuvest-SP) Tomadas em conjunto, as obras de Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo e


Castro Alves demonstram que, no Brasil, a poesia romântica:

a) Pouco deveu às literaturas estrangeiras, consolidando de forma homogênea a inclinação


sentimental e o anseio nacionalista dos escritores da época.

b) Repercutiu, com efeitos locais, diferentes valores e tonalidades da literatura européia: a


dignidade do homem natural, a exacerbação das paixões e a crença em lutas libertárias.

c) Constituiu um painel de estilos diversificados, cada um dos poetas criando livremente sua
linguagem, mas preocupados todos com a afirmação dos ideais abolicionistas e republicanos.

d) Refletiu as tendências ao intimismo e à morbidez de alguns poetas europeus, evitando


ocupar-se com temas sociais e históricos, tidos como prosaicos.

e) Cultuou sobretudo o satanismo, inspirado no poeta inglês Byron, e a memória nostálgica


das civilizações da Antigüidade clássica, representadas por suas ruínas.

Resposta

6. (UFPE) Na(s) questão(ões) a seguir escreva nos parênteses a letra (V) se a afirmativa for
verdadeira ou (F) se for falsa.

Observe que os textos a seguir representam a visão do amor em três autores do Romantismo.
São momentos da poesia romântica coincidindo com três gerações.

"Boa noite, Maria! Eu vou me embora,


A lua nas janelas bate em cheio.
Boa noite, Maria! É tarde... é tarde...
Não me apertes assim contra teu seio."
Castro Alves

"Não acordes tão cedo! Enquanto dormes


Eu posso dar-lhe beijos em segredo
Mas, quando nos teus olhos raia a vida
Não ouso te fitar... Eu tenho medo!"
Álvares de Azevedo

"Enfim te vejo – enfim posso,


Curvado a teus pés, dizer-te
Que não cessei de querer-te
Apesar de quanto sofri."
Gonçalves Dias

( ) O amor em Gonçalves Dias é sempre ilusão perdida, e a experiência concreta é o fracasso e


o sofrimento.

( ) Em Álvares de Azevedo, já aparece um misto de erotismo e medo, frustrando assim a


realização da experiência amorosa.

( ) Na obra de Castro Alves prevalece a temática do amor sensual.

( ) O lirismo amoroso de Gonçalves Dias e Álvares de Azevedo inclui a falta de sensualidade


presente em Castro Alves e também se descobrem, nos autores, os traços de donjuanismo.

( ) Os três autores apresentam, como ponto comum, a visão da mulher como uma musa
inacessível.

Resposta

7. (UFRGS-RS) Assinale a alternativa correta.

a) Álvares de Azevedo, classificado na segunda geração do Romantismo brasileiro, deixou


uma obra composta de poemas tipicamente indianistas e nacionalistas.

b) Com Castro Alves, a poesia brasileira atingiu o seu apogeu, apesar do tom tímido que
encontramos nos seus versos.

c) Os poetas do Romantismo foram responsáveis pela consolidação do sentimento nacional e


contribuíram para o abrasileiramento da língua portuguesa.
d) Gonçalves Dias, autor da consagrada Canção do exílio, compôs também Os timbiras, se eu
morresse amanhã e Meus oito anos.

e) O saudosismo que caracteriza o lirismo luso-brasileiro não teve representantes no período


romântico.

Resposta

8. (UFRJ/RJ)

"Senhor Deus dos desgraçados!


Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura...se é verdade
Tanto horror perante os céus...
Ó mar! Por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! Noites! Tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares tufão!"
Castro Alves. "Navio negreiro". In: Castro Alves. Obra completa.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1960. p. 281.

Qual a geração romântica a que pertence o poema e que traço estilístico-formal é dominante
na estrofe acima?

Resposta

9. (Cesgranrio)

Os Três Amores

"I
MINH'ALMA é como a fronte sonhadora
Do louco bardo, que Ferrara chora...
Sou Tasso!...a primavera de teus risos
De minha vida as solidões enflora...
Longe de ti eu bebo os teus perfumes,
Sigo na terra de teu passo os lumes...
— Tu és Eleonora...
II
Meu coração desmaia pensativo,
Cismando em tua rosa predileta.
Sou teu pálido amante vaporoso,
Sou teu Romeu...teu lânguido poeta!
Sonho-te às vezes virgem...seminua
Roubo-te um casto beijo à luz da lua
— E tu és Julieta...
III
Na volúpia das noites andaluzas
O sangue ardente em minhas veias rola...
Sou D. Juan!...Donzelas amorosas,
Vós conheceis-me os trenos na viola!
Sobre o leito do amor teu seio brilha...
Eu morro, se desfaço-te a mantilha...
Tu és — Júlia, a Espanhola!...”

Castro Alves

Uma das opções a seguir não caracteriza a poética de Castro Alves. Indique-a.

a) Linguagem grandiloqüente, rica em hipérboles e apóstrofes.

b) Oratória adequada para temas sociais, visando ao convencimento do ouvinte/leitor.

c) Defesa de problemas sócio-políticos, como a escravidão dos negros e os ideais


republicanos.

d) Manutenção do gosto ultra-romântico, quanto ao tratamento de temas, especialmente, na


vertente lírico-amorosa.

e) Poesia de cunho social associada ao condoreirismo, cujo símbolo é o condor, ave que
alcança grandes altitudes.

Resposta

10. (UFRS) Considere as seguintes afirmações sobre a obra de Castro Alves.

I. A poesia amorosa do autor registra personagens femininas, algumas notáveis pela pureza e
intangibilidade angelicais, outras destacadas pela sensualidade e disponibilidade satânicas.

II. O poeta destacou-se pela poesia de protesto contra a injustiça e a violência presentes na
sociedade brasileira em geral e evidentes nas condições de vida a que estava submetida a
população escrava.

III. A retórica grandiloqüente rendia ao poeta autênticos poemas-discurso para serem antes
ouvidos do que lidos, quer fossem denúncias contra a sociedade, quer fossem a exaltação da
mulher amada.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.
b) Apenas III.

c) Apenas I e III.

d) Apenas II e III.

e) I, II e III.

Resposta

Para responder às questões 11 e 12, leia, atentamente, o poema abaixo.

O ‘Adeus' de Teresa

“1 A vez primeira que eu fitei Teresa,


Como as plantas que arrasta a correnteza,
A valsa nos levou nos giros seus...
E amamos juntos... E depois na sala
“Adeus” eu disse-lhe a tremer co'a fala...
6 E ela, corando, murmurou-me: ‘a deus'.
Uma noite... entreabriu-se um resposteiro...
E da alcova saía um cavaleiro
Inda beijando uma mulher sem véus...
Era eu... Era a pálida Teresa!
‘Adeus' lhe disse conservando-a presa...
12 E ela entre beijos murmurou-me: ‘adeus!'
Passaram tempos... séc'los de delírio
Prazeres divinais... gozos do Empíreo...
... Mas um dia volvi aos lares meus.
Partindo eu disse — ‘Voltarei!... descansa!...'
Ela, chorando mais que uma criança,
18 Ela em soluços murmurou-me: ‘adeus!'
Quando voltei... era o palácio em festa!...
E a voz d' Ela e de um homem lá na orquestra
Preenchiam de amor o azul dos céus.
Entrei!... Ela me olhou branca... surpresa!
Foi a última vez que eu vi Teresa!...
24 E ela arquejando murmurou-me: ‘adeus!'”

São Paulo, 28 de agosto de 1868.


ALVES, Castro. Espumas Flutuantes. São Paulo: FTD, 1987, p. 53.

11. (UFPB)

Em O 'Adeus' de Teresa, os versos 6, 12, 18 e 24

a) isolam a palavra “adeus”, modificando a seqüência lógica do poema.


b) assinalam a seqüência de atitudes de Teresa, no poema, indo da descoberta do amor à
traição.

c) indicam que os sentimentos de Teresa não sofreram qualquer mudança do primeiro ao


último encontro.

d) evidenciam uma mudança nos sentimentos de Teresa que, ao final, descobre o amor
verdadeiro.

e) ressaltam o verdadeiro amor de Teresa, que se intensifica a cada encontro.

Resposta

12. (UFPB)

Leia os seguintes fragmentos poéticos:

I. “Mulher do meu amor! Quando aos meus beijos


Treme tua alma, como a lira ao vento,
Das teclas de teu seio que harmonias,
Que escalas de suspiros, bebo atento!”
Castro Alves

II. “Eu vi-a e minha alma antes de vê-la


Sonhara-a linda como agora vi;
Nos puros olhos e na face bela,
Dos meus sonhos a virgem conheci.”
Casimiro de Abreu

III. “Eras a estrela transformada em virgem!


Eras um anjo, que se fez menina!
Tinhas das aves a celeste origem.
Tinhas da lua a palidez divina,
Eras a estrela transformada em virgem!”
Castro Alves

A imagem da mulher presente no poema O “Adeus” de Teresa diferencia-se da imagem


expressa apenas no(s) fragmento(s)

a) I

b) II

c) III

d) I e II

e) II e III
Resposta

13. (PUC-RS)

Para responder à questão, ler o texto que segue.

Tirania

1. “MINHA MARIA é bonita,


Tão bonita assim não há;
O beija-flor quando passa
Julga ver o manacá.”

2. “Minha Maria é morena,


Como as tardes de verão;
Tem as tranças da palmeira
Quando sopra a viração.”

3. “Companheiros! O meu peito


Era um ninho sem senhor;
Hoje tem passarinho
P'ra cantar o seu amor.”

4. “Trovadores da floresta!
Não digam a ninguém, não!...
Que Maria é a baunilha
Que prende meu coração.”

5. “Quando eu morrer só me enterrem


Junto às palmeiras do val,
Para eu pensar que é Maria
Que geme no taquaral...”

O tom ________ e ________ do poema de Castro Alves sugere uma idéia de amor ________
— elemento que o __________ dos poetas de seu tempo.

a) Otimista/apaixonado/possível/diferencia.

b) Otimista/sensível/possível/aproxima.

c) Alegórico/sensível/impossível/aproxima.

d) Intimista/apaixonado/impossível/distancia.

e) Sentimental/retórico/possível/diferencia.

Resposta
14. (PUC-RS) Sobre Castro Alves é correto afirmar que

a) Se ateve à temática amorosa.

b) Produziu poesia de tom ingênuo.

c) Rejeitou a poesia engajada.

d) Retratou a realidade de forma sutil.

e) Produziu poesia de denúncia.

Resposta

15. (UFV-MG) Leia com atenção os versos do poema Boa noite, de Castro Alves:

Boa Noite

“Boa noite, Maria! Eu vou-me embora,


A lua nas janelas bate em cheio.
Boa noite, Maria! É tarde... É tarde...
Não me apertes assim contra teu seio.
Boa noite!... E tu dizes: — Boa noite.
Mas não digas assim por entre beijos...
Mas não mo digas descobrindo o peito,
— Mar de amor onde vagam meus desejos.”

Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma leitura correta do poema.

a) A abordagem do amor em Castro Alves notabiliza-se por um sensualismo ousado que o


distancia da experiência imaginária dos poetas românticos anteriores.

b) Em Boa Noite, Castro Alves destitui a mulher romântica de sua aura espiritualizante, traço
que a definia sobretudo na poesia da segunda geração do Romantismo brasileiro.

c) Os versos acima inserem-se na poética lírico-amorosa do período romântico e são marcados


por um forte apelo sensual.

d) O poema castroalvino reflete uma visão mais direta do corpo feminino e uma maior
objetividade no relacionamento com a mulher amada.

e) O lirismo que se evidencia no texto supracitado funde-se com momentos de profunda


introspecção e com as incertezas do eu-lírico diante da vida.

Resposta

16. (UFPA)
Maria

“Onde vais à tardezinha,


Mucama tão bonitinha,
Morena flor do sertão?
A grama um beijo te furta
Por baixo da saia curta,
Que a perna te esconde em vão...
Mimosa flor das escravas!
O bando das rolas bravas
Voou com medo de ti!...
Levas hoje algum segredo...
Pois te voltaste com medo
Ao grito do bem-te-vi!
Serão amores deveras?
Ah! quem dessas primaveras
Pudesse a flor apanhar!
E contigo, ao tom d'aragem,
Sonhar na rede selvagem...
À sombra do azul palmar!
Bem feliz quem na viola
Te ouvisse a moda espanhola
Da lua ao frouxo clarão...
Com a luz dos astros — por círios,
Por leito ― um leito de lírios...
E por tenda ― a solidão!”

ALVES, Castro. Obra Completa.


Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986. p. 315.

Sobre o poema e seu autor, é correto afirmar:

(A) O tom grandiloqüente, quase retórico, do poema ilustra o estilo condoreiro de Castro
Alves. O condoreirismo, influência de Victor Hugo, foi tendência da última geração do
Romantismo brasileiro, mais voltado para o aspecto social, em superação ao egocentrismo
angustiado da geração anterior.

(B) O poema registra o tratamento da temática amorosa em Castro Alves, marcado pelo tom
do prazer erótico, da presença da morte e da dor, tal como seus antecessores da segunda
geração.

(C) O poema ilustra que Castro Alves se tornou conhecido como o poeta dos escravos não
somente pela denúncia da escravatura, mas, também, por ter acolhido, em sua lírica, os
sentimentos do homem negro em equivalência aos do homem branco, retratando o negro
como herói, como amante, como ser integralmente humano.

(D) No poema, o diminutivo “bonitinha” demonstra o desprezo do eu lírico à mulher negra,


revelando o preconceito do homem branco com relação à escrava, um simples objeto para ele,
na época.
Resposta

O poema abaixo servirá de referência às questões 17 e 18.

O coração

“O coração é o colibri dourado


Das veigas puras do jardim do céu.
Um — tem o mel da granadilha agreste,
Bebe os perfumes, que a bonina deu.
O outro — voa em mais virentes balças,
Pousa de um riso na nubente flor.
Vive do mel — a que se chama — crenças —,
Vive do aroma — que se diz — amor.”

Recife, 1865. ALVES, Castro. Espumas flutuantes. In: Obra completa.


Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986. p. 149.

17. (UFRN) O poema estrutura-se a partir da construção de uma metáfora nos seus dois
versos iniciais. Posteriormente, desenvolve-se pela descrição romântica do colibri e do
coração. O paralelo estabelecido entre um e o outro sugere

a) Harmonia — identificada na representação do espaço.

b) Desarmonia — identificada pelo descompasso do tempo.

c) Convergência — identificada no uso de redondilhas maiores.

d) Divergência — identificada pela ausência de rimas regulares.

Resposta

18. (UFRN) Nesse poema, pode-se reconhecer o caráter lírico do Romantismo, especialmente
por meio

a) Do sentimento amoroso e do tema condoreiro.

b) Da nostalgia determinada pelo ambiente naturista.

c) Do tema amoroso e da ambientação naturista.

d) Da vertente condoreira evidenciada pela nostalgia.

Resposta
19. (UFRN) O poema de Castro Alves, transcrito a seguir, servirá de base para a próxima
questão.

Adormecida

"Ses longs cheveux épars la couvrent tout entière


La croix de son collier repose dans sa main,
Comme pour témoigner qu'elle a fait sa prière.
Et qu'elle va la faire en s'éveillant demain."

A. de Musset

“UMA NOITE, eu me lembro... Ela dormia


Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rente.
'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina...
E ao longe, num pedaço do horizonte,
Via-se a noite plácida e divina.
De um jasmineiro os galhos encurvados,
Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscilando ao tom das auras,
Iam na face trêmulos — beijá-la.
Era um quadro celeste!... A cada afago
Mesmo em sonhos a moça estremecia...
Quando ela serenava... a flor beijava-a...
Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia...
Dir-se-ia que naquele doce instante
Brincavam duas cândidas crianças...
A brisa, que agitava as folhas verdes,
Fazia-lhe ondear as negras tranças!
E o ramo ora chegava ora afastava-se...
Mas quando a via despertada a meio,
P'ra não zangá-la... sacudia alegre
Uma chuva de pétalas no seio...
Eu, fitando esta cena, repetia
Naquela noite lânguida e sentida:
‘Ó flor! — tu és a virgem das campinas!'
‘Virgem! — tu és a flor da minha vida!...'”

São Paulo, novembro de 1868.


ALVES, C. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1986. p.124-125.

Considerando as fases da poesia romântica brasileira, é correto afirmar que o poema apresenta
uma

a) Atmosfera de erotismo, manifestada pelos encantos da mulher.

b) Atitude de culpa, devido à violação do ambiente celestial.


c) Negação do ato amoroso, devido ao clima de sonho predominante.

d) Tematização da natureza, manifestada na imagem da flor.

Resposta

20. (Ufam) Só uma das afirmativas abaixo se refere de modo correto a Sousândrade. Assinale-
a:

a) Sua lírica apresenta a tentativa de reconstruir, dez anos depois, a atmosfera de


anticonvencionalidade que os byronianos haviam instaurado durante o segundo momento da
poesia romântica.

b) Incompreendido por seus contemporâneos, esquecido pela crítica por mais de sessenta anos
depois da morte, foi recuperada pelas vanguardas do século XX, principalmente pelos
concretistas.

c) A sensualidade direta, embora ligada a uma psicologia infantil, afastou sua obra das visões
mórbidas dos byronianos, em que pese o fato de a mulher amada continuar a ser a bela
adormecida, a donzela pálida.

d) Mais que um nome literário, permanece nas letras brasileiras como uma personagem
paradigmática, carreador para a cultura nacional das idéias que levaram ao realismo
naturalismo e, na política, à Primeira República.

e) Tendo entrado aos dezenove anos para um convento beneditino, dali fugiu três anos depois,
o que o levou a identificar o cárcere metafórico com o anseio de liberdade que perpassa sua
poesia.

Resposta

21. (Ufam) Assinale a alternativa que relaciona corretamente autor e obra:

a) Bento Teixeira — Sua lírica é uma ilustração do gongorismo entre nós, o que se revela no
uso freqüente de ermos chulos, com o objetivo de mostrar desprezo pelas autoridades da
Colônia.

b) Gregório de Matos — Sua poesia acentua contrastes: a sátira mais irreverente alterna com a
contrição do poeta devoto, a obscenidade mal se casa com a posse idealista que se observa em
alguns sonetos.

c) José de Anchieta — objetivou, como outros autores do século XVI, informar a Metrópole
portuguesa, sobre as perspectivas que o Brasil oferecia, acenando especialmente com a
existência de minas de ouro, prata e esmeraldas.
d) Basílio da Gama — Seu poema épico O Uruguai apresenta um herói que é o responsável
pela primeira ação colonizadora na Bahia, tendo ensinado ao índio as virtudes e as leis do
cristianismo.

e) Cláudio Manuel da Costa — Produziu Glaura, uma obra poética com grande coerência
formal, composta de rondós e madrigais escritos de acordo com as normas do Arcadismo.

Resposta

22. (Unifap)

Leia os textos:

Teresa

“(...)
Não acordes tão cedo! Enquanto dormes
Eu posso dar-te beijos em segredo...
Mas, quando nos teus olhos raia a vida,
Não ouso te fitar... eu tenho medo!
Enquanto dormes, eu te sonho amante,
Irmã de seraphins, doce donzela;
Sou teu noivo... respirem em teus cabelos
E teu seio venturas me revela...
Deliro... junto a mim eu creio ouvir-te
O seio a suspirar, teu ai mais brando,
Pouso os lábios nos teus; no teu alento
Volta minha pureza suspirando!
Teu amor como o sol apura e nutre;
Exala fresquidão e doce brisa:
É uma gota do céu que aroma os lábios
E o peito regenera e suaviza.
Quanta inocência dorme ali com ela!
Anjo desta criança, me perdoa!
Estende em minha amante as asas brancas
A infância no meu beijo abandonou-a!”

Álvares da Azevedo

O ‘Adeus' de Teresa

“A vez primeira que eu fitei Teresa,


Como as plantas que arrasta a correnteza,
A valsa nos levou nos giros seus...
E amamos juntos... e depois na sala
‘Adeus' eu disse-lhe a tremer com a fala...
E ela, corando, murmurou-me: “adeus.”
Uma noite... entreabriu-se um reposteiro...
E da alcova saía um cavaleiro
Inda beijando uma mulher sem véus...
Era eu... era a pálida Teresa!
‘Adeus' lhe disse conservando-a presa...
E ela entre beijos murmurou-me: ‘adeus!'
Passaram tempos... séculos de delírio
Prazeres divinais... gozos do Empíreo...
... Mas um dia volvi aos lares meus.
Partindo eu disse — ‘Voltarei!'... descansa!...
Ela em soluços murmurou-me: ‘adeus!'
Quando voltei... era o palácio em festa!...
E a voz d'Ela e de um homem lá na orquestra
Preenchiam de amor o azul dos céus.
Entrei!... ela me olhou branca... surpresa!
Foi a última vez que eu vi Teresa!...
E ela arquejando murmurou-me: ‘adeus!'”

Castro Alves

Tendo em vista o aspecto lírico-amoroso, percebe-se que tanto Álvares de Azevedo quanto
Castro Alves referem-se à mulher, embora o façam de modo diferente. Em que consiste essa
diferença?

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