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Helmintoses de Eqüinos

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HELMINTOSES DE EQINOS Importncia Em termos de helmintoses em eqinos observamos que elas trazem a mesma conseqncia que nos animais

de produo. O que se deve levar em considerao, so as diferenas de manejo e do propsito da criao (esporte, transporte). Em animais de esporte, em decorrncia do manejo, a morbidade mnima, mas em criaes com objetivo agropecurio, essa incidncia maior, bem como a mortalidade. Conseqentemente haver reduo do ganho de peso dos animais e retardo de crescimento. A helmintose em eqinos cosmopolita e as condies climticas de cada regio vo definir uma maior ou menor incidncia dessas helmintoses. As espcies de maior importncia so definidas de acordo com o local de parasitismo. Dessa forma, existem espcies de helmintos que parasitam o estmago dos eqinos: Draschia megastoma, Habronema muscae e Trichostrongylus axei, que parasitam o estomago dos eqinos; Strongyloides westeri, Parascaris equorum (ascaridio), Anoplocephala perfoliata (cestide), parasitam do intestino delgado; e Anoplocephala sp, Oxyuris equi, Strongylus spp.e pequenos estrngilos (ciatostomneos), que parasitam o intestino grosso (ceco e clon) desses animais. Habronema sp. e Draschia megastoma As fmeas adultas esto no estomago e fazem postura de ovos que chegam ao ambiente pelas fezes. Nas fezes h tambm larvas de muscideos (Muscae domestica e Stomox calcitrans, mosca dos estbulos), que so os hospedeiros intermedirios desses parasitos. As larvas das moscas que esto no bolo fecal ingerem os ovos de Draschia e da Habronema. Dentro das larvas da mosca, os ovos eclodem e ocorre desenvolvimento paulatino das larvas da mosca e do parasito. A larva da mosca passa por L1, L2, L3, pulpa e mosca adulta. Quando a mosca chega a fase adulta, a larva de Habronema/Draschia L3. No tubo digestivo do eqino h a digesto da mosca e a L3 liberada no estmago e penetra nas glndulas estomacais sofrendo a muda para L4 e depois voltam luz, onde fazem a muda para L5 e atingem a maturidade, ocasionando a habronemose gstrica. Patogenia No estmago, a larva provoca uma irritao local (gastrite) e no caso de Draschia ocorre a formao de ndulos na mucosa (resposta inflamatria). Estabelece-se uma gastrite catarral em conseqncia da leso na mucosa, pela presena das larvas L4 e adultos. A mucosa apresenta-se nodulosa, bastante espessa, enrugada. O ndulo aberto uma projeo da mucosa, com muco, reas de hemorragia. Ciclo errtico - moscas ao pousarem em feridas abertas na pele do eqino depositam as larvas e temos a denominada habronemose cutnea. As leses aparecem nos locais mais comuns de ocorrerem traumatismos e onde o cavalo no consegue remover as moscas. Os locais mais comuns so olhos, escroto e patas. Essas larvas ficam na ferida se ali mentando, provocando uma resposta inflamatria local e uma reao granulomatosa, na tentativa de englobar as larvas, formando uma leso granulomatosa

intensa e a ferida no cicatriza normalmente (o que chama ateno do proprietrio), levando ao aparecimento dos sinais clnicos. Trichostrongylus axei A infeco por Trichostrongylus axei se d pela ingesto de L3, que penetram entre as glndulas gstricas, mudam para L4. Ocorre a formao de leses nodulares na mucosa gstrica, semelhante quela observada no abomaso de ruminantes. Posteriormente, essas leses se fusionam. Ocorre ento um processo inflamatrio, com hemorragia e perda de protenas plasmticas, que gera anemia, edema, diarria e emagrecimento. Patogenia As leses na mucosa se fundem e caracterizam uma gastrite, que vo levar geralmente a um quadro de hemorragia de mucosa, no difusa, gastrite e edema pela perda de protenas. Essas leses se caracterizam por eroses na mucosa, recobertas por uma membrana fibrinosa. Strongyloides westeri Parasitam o intestino delgado de eqinos. O ovo larvado eliminado nas fezes. No ambiente, a L1 eclode do ovo e sofre a muda para L2, sendo ambas de vida livre. As larvas L3 so a forma infectante, ingeridas, ou penetrando atravs da pele, faz a migrao pulmonar e chegam ao intestino delgado, completando o ciclo. Durante a migrao, as larvas podem atingir a glndula mamria e durante a amamentao, pode ocorrer a infeco atravs do leite/colostro (transmamria). Patogenia As leses so pela migrao da larva e pela ao do parasito adulto. Pode haver dermatite, e na fase de migrao pulmonar haver hemorragia pulmonar focal, desenvolvimento de infeco bacteriana secundria, focos pneumnicos. Os vermes adultos provocam uma enterite catarral e consequentemente, os sintomas vo surgir em decorrncia de problemas de absoro, pois a mucosa do intestino est lesada. Parascaris equorum O ciclo semelhante ao do Toxocara vitulorum. Os ovos com a L3 infectante. Ao ser ingerido, a larva liberada no intestino delgado e via corrente sangnea passa pelo fgado, pulmes, traquia, e em seguida deglutido. No intestino, penetra na mucosa, muda para L4, emerge e na luz do rgo muda para L5. Patogenia Existe a fase provocada pela migrao larvria. A migrao pelo parnquima heptico e quando ocorre a cicatrizao, observa-se a presena de manchas esbranquiadas nesse parnquima, no tendo nenhum significado patognico. Quando ocorre a migrao pulmonar, h um processo inflamatrio que resulta em pneumonia.e quando elas completam a migrao, os vermes adultos na luz do rgo provocam as aes espoliativa, mecnico-traumtico, obstrutiva e nervosa.

Nas infeces macias, principalmente em animais jovens (potros), pode haver problemas digestivos, clicas e srias complicaes (ao mecnico-traumtica) na mucosa que fica edemaciada e a medida que o processo vai avanando a leso se torna uma enterite mais grave.

Anoplocephala perfoliata So cestides que parasitam o intestino delgado e grosso de eqinos. Os progltides so eliminados nas fezes e contm os ovos no seu interior. So ingeridos por caros da pastagem e dentro deles formam-se os cisticercides. Ao serem ingeridos, os cisticercides se invaginam e encistam-se, e continua o desenvolvimento dos progltides at o parasito adulto. Patogenia Os pontos de fixao do parasito na mucosa do intestino se transformam em lceras, por um processo inflamatrio, com infeco bacteriana secundaria e consequentemente vai haver uma sintomatologia de clica espasmdica. Em decorrncia da obstruo da papila da vlvula leo-cecoclica vai haver intussuscepo, pode haver perfurao de ala e peritonite. A mucosa se apresenta bastante agredida, hemorrgica, edemaciada, pode haver colite, tiflite, dependendo da localizao do parasito. Oxiuris equi A fmea do Oxiuris equi migra at a poro final do reto e faz a postura dos ovos na regio perianal. Esses ovos so aglutinados por uma substancia gelatinosa e geralmente os ovos ficam aderidos nessa regio. Os ovos so embrionados e eliminados dessa forma. O cavalo ingere o ovo contendo a larva no estgio de L3 e a mesma eclode no estomago, migra at o intestino grosso, penetram nas criptas mucosas do ceco e coln, onde se transformam em L4, que emergem e na luz do rgo mudam para L5, se nutrem da mucosa antes de atingir os estgios adultos, que se alimentam de contedo intestinal, completando o ciclo, ou seja, no realiza migrao. Patogenia A patogenia est relacionada aos hbitos alimentares dos vermes, que resultam em pequenas eroses da mucosa, sendo que o efeito mais importante a irritao perineal causada pela postura dos ovos, produzida pelos ovos ali presentes. O animal procura se roar em moures e cercas, na tentativa de se livrar da irritao. Esse desconforto faz com que o animal no se alimente, e fica debilitado inquieto, podendo haver traumatismos secundrios na regio perianal. Strongylus spp. Possui um ciclo no parasitrio tpico de estrongildeos ou tricostrongiloidea. O ovo morulado eliminado, a L1 eclode e se desenvolve at L3 no ambiente, que a forma infectante. Strongylus edentatus

A L3 ingerida e chega em nvel de sistema digestivo, segue via sistema porta penetra no fgado e dentro do parnquima heptico muda para L4. Sai do fgado via peritnio e se dirige at o intestino, atravessa a parede intestinal, penetra na mucosa e se desenvolve at L5, desenvolve-se em macho/fmea e comea a postura de ovos. O perodo pr-patente de 10 a 12 meses. Patogenia Ocorre a leso no parnquima heptico pela migrao das larvas, no tendo significado clinico importante, apenas a formao de fibrose. Na parede do intestino h formao de ndulos, os adultos se alimentam de nutrientes da mucosa, levando a leso da mesma, causando enterite. Esta enterite nodular se rompe e agrava a enterite, onde se observa uma rea de leso mais extensa. Quando os parasitos esto adultos, se alimentam de fragmentos da mucosa, causando tambm leso. A mucosa se apresenta totalmente edemaciada. Strongylus equinus A L3 ingerida e chega em nvel de sistema digestivo, segue via sistema porta penetra no parnquima heptico. Aps a penetrao no fgado, a larva, migra via pncreas, em seguida vo para o intestino, penetra na mucosa, muda para L4 e L5, emergem da mucosa completam o desenvolvimento e iniciam a postura de ovos. Patogenia Ocorre a leso no parnquima heptico e pancretico pela migrao das larvas, no tendo significado clinico importante, apenas a formao de fibrose. Na parede do intestino h formao de ndulos, os adultos se alimentam de nutrientes da mucosa, levando a leso da mesma, causando enterite. Esta enterite nodular se rompe e agrava a enterite, onde se observa uma rea de leso mais extensa. Quando os parasitos esto adultos, se alimentam de fragmentos da mucosa, causando tambm leso. A mucosa se apresenta totalmente edemaciada. Strongylus vulgaris Aps a ingesto, no tubo digestivo a larva penetra nos ramos da artria mesentrica cranial, migrando por esses ramos e atinge a parede intestinal. A L3 penetra na mucosa do intestino grosso, muda para L4, e em seguida para L5. As leses so mais comuns na artria mesentrica cranial e seus ramos principais, onde ocorre formao de trombos, devido leso do epitlio, junto com acentuada inflamao e espessamento da parede arterial. Em potros pode ocorrer febre, apatia e inapetncia, s vezes acompanhada por clica. necropsia, observa-se arterite e trombose dos vasos sangneos intestinais, com subseqente infarto e necrose de reas do intestino. Patogenia A ao patognica mais importante est relacionada com a migrao da larva pela artria mesentrica cranial e seus ramos, provocando uma destruio do endotlio vascular, fazendo com que uma serie de fenmenos relacionados com essas alteraes na artria sejam desencadeados. H reao inflamatria severa (arterite vermintica, que promove o espessamento da parede da artria e formao de aneurismas que dificultam a irrigao das pores do intestino cujos ramos arteriais esto obstrudos,

causando trombos e necrose. No intestino, as larvas induzem a formao de ndulos. Na parede do intestino h formao de ndulos, os adultos se alimentam de nutrientes da mucosa, levando a leso da mesma, causando enterite. Esta enterite nodular se rompe e agrava a enterite, onde se observa uma rea de leso mais extensa, com hemorragia. H depsito de fibrina. Quando os parasitos esto adultos, se alimentam de fragmentos da mucosa, causando tambm leso. A mucosa se apresenta totalmente edemaciada. os animais podem apresentar clica e ir a bito. Cyathostomineos So parasitos de ciclo direto. Quando a L3 ingerida, vai para o intestino grosso, penetra na mucosa, muda para L4, emerge da mucosa e na luz do rgo muda para L5.

Patogenia Como eles so numerosos, na infeco por pequenos estrongilides, muitas vezes eles emergem de uma s vez na luz do rgo, deixando uma rea extensa de leso no intestino, e provocam uma sndrome clinica conhecida como ciatostomiase larval, onde os animais apresentam febre, diarria, sintomatologia bem caracterstica em conseqncia da sada das L4 para a luz do rgo. No uma sndrome de ocorrncia comum. Sinais clnicos De uma forma geral, est relacionado ao estado de sade geral do animal, e os mesmos comumente apresentam plos arrepiados, apatia, clica (nos casos de helmintose geralmente est relacionada a S. vulgaris, e infeco por Parascaris equorum em potros), inquietao e roar em moures (Oxiurus), leses granulomatosas que no cicatrizam na pele (Habronema). Transmisso Dentre as formas de infeco dos helmintos de eqinos, temos a ingesto da L3, ovos larvados contendo L3 (Oxiurus), ovos larvados contendo L2 (Parascaris equorum), ingesto do hospedeiro intermedirio (Habronema, Draschia megastoma e Cestides), por via percutnea (Habronemose cutnea) e transmamria (Strongyloides westeri). Dentre os fatores relacionados ao ecossistema que influencia na patognese da infeco podemos citar: Temperatura, umidade relativa, precipitao pluviomtrica vai interferir na dinmica populacional do helminto e consequentemente na infeco do hospedeiro. Nvel de exposio - se o nmero de formas infectantes for pequeno, o animal pode suportar a infeco sem transtornos. Quantidade de formas infectantes no ambiente - Embora existam caros e fungos que podem predar as larvas na pastagem, os mesmos no fazem frente populao de larvas presentes no ambiente, no diminuem a populao de helmintos de forma a promover um controle seguro. Patogenicidade

Idade Parascaris equorum um parasito de cavalos jovens. Sexo a fmea tem um papel importante em relao aos parasitos que so transmitidos por via intrammaria Raa - as puras so mais propensas Resistncia anti-helmntica tem caractersticas genotpicas e um fator que influencia na patognese indiretamente (controle) Diagnstico Clnico - em helmintose difcil, no sendo suficiente para fechar o diagnstico. Laboratorial parasitolgico de fezes, OPG (ovos estrongildeos, Oxiuris, Strongyloides, Parascaris equorum, cestideos), coprocultura (identificao do gnero) Tratamento Pode-se fazer uso de benzimidzois, imidazotiazis e lactonas macrociclicas (ivermectinas, moxidectinas). No caso de cestideos, o tratamento de eleio o benzoato de prazinquantel. Supressivo pode ser importante no caso de animais atletas Estratgico no existe um tratamento cientificamente estabelecido, podendo ser feito pelo prprio veterinrio, de acordo com a propriedade. Preveno e controle Alternar as bases qumicas apenas quando o produto em uso no demonstrar mais eficcia. Tratamento seletivo depende do tipo de atividade ao qual o animal submetido, fase de produo. Manejo da propriedade higiene das instalaes, dejetos, separao por faixa etria, etc. Dictyocaulus arnfield frequentemente apontado como causa de bronquite crnica, acometendo asininos de todas as idades e potros e cavalos de at um ano de idade. Os ovos contem larvas totalmente desenvolvidas. Supe-se que os eqinos se infectam ao ingerir pasto contaminado com fezes que contem L1 (geralmente onde houve ou h presena de asininos). Nos lobos pulmonares caudais h reas circunscritas elevadas de tecido pulmonar superinsuflado. No centro de cada ndulo h um pequeno brnquio contendo os vermes e exsudato mucopurulento. Raramente se observam sinais clnicos; entretanto um exame minucioso pode revelar a presena de hiperpnia e sons pulmonares speros. Nos cavalos mais velhos, as infeces esto associadas a tosse persistente e aumento da freqncia respiratria. Fasciola hepatica

Parasita de caprino, ovino, bovino e eqino, localizando-se no ducto biliar. A infeco se d pela ingesto da metacercria. Os ovos produzidos pelas fmeas so eliminados pelo ducto coldoco e liberados no ambiente atravs das fezes na gua os miracdios, que infectaro caramujos do gnero Lymnaea (hospedeiros intermedirios); no interior do molusco, o miracdio transforma-se em esporocistos e, depois, em rdias. Essas produziro as cercrias que sero liberadas na gua. As cercrias fixam-se vegetao aqutica das margens de rios e lagos e perdem a cauda, originando as metacercrias. O hospedeiro definitivo (ruminantes, eqino ou o homem) infecta-se ao ingerir as metacercrias presentes nessa vegetao e, eventualmente, livres na gua. No intestino, ocorre desencistamento das metacercrias, podendo produzir uma sndrome aguda, subaguda ou crnica. A sndrome aguda caracteriza-se pela migrao da Fasciola pelo parnquima heptico, causando ruptura de vasos, que resulta em hemorragia e presena de exsudato fibrinoso. Na sndrome subguda, a hemorragia leva anemia e albuminemia, que resulta em edema submandibular; a Fasciola migra para o ducto biliar, causando uma reao inflamatria nesse local (colangite). Na sndrome crnica, a fibrose do parnquima heptico e a colangite resultam em infarto e necrose isqumica dos lobos hepaticos, distenso da cpsula heptica, colecistite, litase e cirrose biliares. Na fase aguda, manifesta-se com febre, eosinofilia, aumento doloroso do fgado, leucocitose e diarria; cronicamente ocorre dor abdominal, diarria, hepatomegalia, eosinofilia, anemia, perda de peso e complicaes da cirrose.

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