Circ 43
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Evane Ferreira Jos Alexandre Freitas Barrigossi Noris Regina de Almeida Vieira
Comit de Publicaes Carlos A. Rava (Presidente) Eliane Dias Quintela Luiz Roberto Rocha da Silva (Secretrio) Edio rea de Comunicao Empresarial - ACE Reviso gramatical: Noris Regina de A. Vieira Diagramao Fabiano Severino Capa: Clauber Humberto Vieira Normatizao Bibliogrfica Ana Lcia D. de Faria Tiragem: 1000 exemplares CIP-Brasil. Catalogao-na-publicao. Embrapa Arroz e Feijo.
APRESENTAO
Diversas espcies de artrpodes afetam significativamente o custo de produo de arroz no Brasil. Destaca-se o complexo de percevejos cuja diversidade abriga espcies benficas e fitfagas. Danos devido infestao de percevejos do arroz Oebalus spp. resulta em perdas severas. A alimentao de adultos e ninfas nas espiguetas em formao dimini a produo e reduz o rendimento de engenho e o valor comercial do produto. As leses impostas s espiguetas, na fase de endurecimento, facilitam a entrada de fungos secundrios responsveis pela formao de gros gessados. Na Embrapa Arroz e Feijo, a pesquisa em controle de pragas do arroz est ligada s reas de fitotecnia, melhoramento de plantas e fitopatologia. Estudos dessa natureza incluem avaliaes de agentes biolgicos de controle, prticas culturais, variedades resistentes e outros mtodos que, integrados, possam aumentar a eficincia de controle das pragas. Esta publicao rene as informaes sobre os percevejos associados cultura do arroz, em nvel mundial, com destaque para os que causam danos s panculas. Aproximadamente a metade das espcies citadas neste trabalho so encontradas no Brasil e para vrias dessas espcies falta uma descrio de sua importncia para a cultura. Este trabalho dever sofrer revises para complementar e atualizar as informaes, mas espera-se que possa ajudar aqueles que estudam as pragas da cultura do arroz e que estimule o interesse em investigar com mais profundidade as espcies deste grupo de artrpodes. Pedro Antnio Arraes Pereira Chefe Geral da Embrapa Arroz e Feijo
SUMRIO
INTRODUO .................................................................... NOMES COMUNS .............................................................. CLASSIFICAO ............................................................... DISTRIBUIO E POSIO COMO PRAGA ........................... AMBIENTE ......................................................................... Descrio e desenvolvimento ......................................... Ciclo biolgico ............................................................. Potencial bitico .......................................................... Hbitos ........................................................................ Hospedeiros alternativos ............................................... Danos ......................................................................... Manejo ........................................................................ REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .........................................
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INTRODUO
A fauna Heteroptera associada ao arroz extensa e diversificada, conforme pode ser observado na Tabela 1. Ela contm espcies fitfagas, que se alimentam de diferentes partes das plantas de arroz, e de espcies predadoras de outros insetos, alm de outras cujo papel ainda no conhecido. Cerca de 48 % da fauna relacionada na Tabela 1, foi encontrada no Brasil. No que concerne s espcies orizvoras do Brasil, as principais pertencem ao gnero Oebalus que danificam as panculas do arroz, como Oebalus poecilus (Dallas, 1851), O. ypsilongriseus (De Geer, 1773) e O. grisescens (Sailer, 1944). Os efeitos da primeira espcie nas lavouras de arroz no pas vem sendo noticiados desde 1921. A importncia da segunda espcie de reconhecimento bem mais recente (Costa,1958; Link et al., 1989), enquanto que O. grisescens raramente mencionada. Neste trabalho procurou-se reunir informaes sobre O. poecilus e O. ypsilongriseus incluindo, quando pertinente informaes de espcies do mesmo gnero, consideradas pragas importantes do arroz em outros pases. O arroz de terras altas deixou de ser apenas a cultura de reas recm-desmatadas, com baixo nvel de tecnologia, para participar de sistemas de produo mais tecnificados, como em rotao com a cultura da soja. Sua produtividade neste sistema tem passado dos 4.000 kg ha-1, quando as condies climticas so favorveis e so adotadas cultivares produtivas acompanhadas de manejo fitotcnico adequado.
Pesquisador, Dr., Embrapa Arroz e Feijo, Caixa Postal 179, CEP 75375-000 Santo Antnio de Gois, GO. 2 Pesquisador, Ph.D., Embrapa Arroz e Feijo.
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Tabela 1. Hemiptera: Heteroptera, encontrados em arroz em nvel mundial. Famlia/Gnero/Espcie Comportamento alimentar (fitfago, predador ou desconhecido) Distribuio
Pancula
Brunei, Repblica Khmer, Sri Lanka, Guam, ndia, Indonsia, Malsia, Nova Calednia, Mianmar, Filipinas, Tailndia, U.S Territrio Trust.,Vietn Japo, Taiwan, China, sia Tropical, Subcontinente ndiano, Austrlia, Solomonn Indonsia, Malsia, Mianmar, Filipinas Malsia, Filipinas Filipinas Filipinas Malsia, Filipinas Filipinas Ilhas Inglesas Solomon, Birmnia, Sri Lanka, Fiji; Guam, ndia, Indonsia, Malsia, Bangladesh, Paquisto Papua Nova Guin, Filipinas, Tailndia, U.S. Territrio Trust, Vietn Malsia
Pancula
Leptocorisa corbetti Leptocorisa costalis Leptocorisa discoidalis Leptocorisa geniculata Leptocorisa lepida Leptocorisa oratorius (Fabricius) Leptocorisa varicornis
Mictis tenebrosa
Pancula
Stenocoris (Oryzocoris) filiformis (F., 1775) ANTHOCORIDAE Orius insidiosus (Say, 1831) ASOPINAE Podisus Pygomenida bengalensis (Westwood) COREIDAE Anasa sp Cletus bipunctatus Cletus punctiger (Dallas) Cletus trigonus Corecoris fuscus (Thumberg,1783) Corizus hyalinus (Fabr.,1775) Corizus sidae (Fabr.,1794) Crinocerus sanctus (Fabr.,1775) Hypselonotus interruptus( Hahn, 1831) Hypselonotus spp Jadera sanguinolenta (Fabr.,1775) Phithia picta (Drury, 1770) Sphictyrtus chryseis (Liechtenstein,1797) Pancula Pancula Pancula Predador Predador Pancula
Brasil Brasil sia, Filipinas Brasil Birmnia, ndia Malsia, Japo ndia, Malsia, Filipinas, Sri Lanka Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil
Tabela 1. continuao... Comportamento alimentar (fitfago, predador ou desconhecido) Brasil Brasil Brasil
Famlia/Gnero/Espcie Theognis ingens (Mayr) Zicca sp. CORISCIDAE Leptocorisa filiformis (F.,1775) CORIZIDAE Corizus hyalinus (F.,1794) Corizus sidae (F., 1794) CYDNIDAE Alkindus atratus Pangaeus sp. Scaptocoris castanea Perty, 1830 Atarsocoris brachiariae LARGYDAE Largus humilis (Drury, 1782) LYGAEIDAE Aphanus sordidus Blissus gibbus Blissus leucopterus Cryphula affinis (Dist.) Eucosmetus linearis Stal Macropes excavatus Nysius plebejus Distant Nysius simulans Stal, 1859
Distribuio
Brasil Brasil Folhas e panculas Colmbia, Amrica Central Brasil Raiz Raiz Brasil Brasil Brasil Pancula Filipinas Tailndia Raz Colmbia Brasil Brasil ndia Pancula Japo Brasil
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Tabela 1. continuao... Comportamento alimentar (fitfago, predador ou desconhecido) Brasil Pancula Malsia Brasil Brasil Pancula Japo
Famlia/Gnero/Espcie Orthaea bilobata (Say, 1831) Orthaea vincta Pachybrachius vincta (Say) Pseudopachybrachius vincta (Say) Togo hemipterus Scott MIRIDAE Collaria scenica (Stal., 1859) Cyrtorrhinus lividipennis Dolichomiris linearis Reuter Falconia sp. Stenodema sibiricum Begroth Trigonotylus coelestialium Kirkaldy NABIDAE Tropiconabis capsiformis (Germar) NERTHRIDAE Monomyx sp. PENTATOMIDAE Acrosternum sp. Acosternum bellum Aethus indicus Agonoscelis nubila Amorbus rhombeus
Distribuio
Brasil
Brasil Pancula Pancula Raz Pancula Pancula Colmbia Colmbia Filipinas Malsia Papua Nova Guin
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Dichelops melacanthus ( Dallas, 1851) Dolycoris baccarum Linnaeus Driptocephala punctata Amyot. & Servilhe, 1843 Eusarcoris ventralis Euschistus sp. Euschistus heros Euschistus pincticornis Stal, 1872 Eysarcoris lewisi Distant Eysarcoris parvus Uhler Eysarcoris (=Stollia) ventralis Westwood Geotomus pygmaeus Lagynotomus elongatus Dallas Loxa palida (Vand.) Megarrhamphus rostratus Menida histrio Pancula Pancula Pancula Plntula Pancula Pancula Colmo Pancula Pancula Colmos Pancula
Japo
Brasil Malsia Colmbia Brasil Brasil Japo Japo Filipinas, Japo Indonsia Japo Colmbia Malsia Birmnia, Sri Lanka, ndia, Malsia, Bangladesh, Paquisto
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Tabela 1. continuao... Comportamento alimentar (fitfago, predador ou desconhecido) Pancula Pancula Pancula
Famlia/Gnero/Espcie
Distribuio
Menida varipennis Mormidea angustata Stal Mormidea cubrosa Dallas Mormidea maculata Dallas, 1851 Mormidea notulifera Mormidea paupercula Berg, 1879 Mormidea pictiventris Stal, 1862 Mormidea prominula Dallas Mormidea quinqueluteum Mormidea V-luteum (Lichtenstein, 1796) Mormidea ypsilon ( L., 1750) Nezara antennata Scott Nezara bipunctula Stal, 1872 Nezara viridula (Linnaeus, 1758)
Indonsia, Malsia Mxico, Porto Rico Porto Rico Brasil Brasil Brasil Brasil
Pancula
Brasil, Fiji, Guam, ndia, Indonsia, Malsia, Nova Calednia; Mianmar, Papua Nova Guin, Filipinas, U.S. Territrio Trust, Vietn, Japo
Oebalus grisescens (Sailer, 1944) Sinnimo: Solubea grisescens Oebalus insularis Pancula Pancula Brasil, Porto Rico Cuba,
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Oebalus poecilus (Dallas, 1851) Sinnimos: Surinaamsche Vlieg-Wantz Stal, 1788 Mormidea poecila Dallas,1851 Oebalus poecila (Dallas) Oebalus rufescens Haglung, 1868 Mormidea exigua Berg.,1891 Oebalus insularis Kuhlgatz, 1902 Solubea postposita Berg,, 1944 Solubea poecila (Dallas,1851) Sailer,1944 Pancula Brasil, Colmbia, Trinidad, Guiana, Suriname, Equador, Bolvia, Paraguai, Argentina Estados Unidos, Cuba, Repblica Dominicana, Porto Rico
Oebalus pugna (Fabricius) Oebalus ypsilongriseus (De Geer,1773) Sinnimo: Solubea ypsilon-griseus De Geer,1773 Solubea ypsilonoides Berg., Mormidea saltensis Monte, 1939
Pancula
Pancula
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Tabela 1. continuao... Famlia/Gnero/Espcie Piezodorus rubrofasciatus Piezodorus guildine Podisus sp. Proxys punctulatus (Palisot, 1805) Pygamenida bengalensis (Westwood) Scotinophara affinis (Haglund) Scotinophara bispinosa Scotinophara cinerae Scotinophara coarctata (=Podops) (Fabricius) Pancula Bainha da folha, colmo Folha Colmo Bainha da folha, colmo Filipinas Filipinas Malsia Malsia sia Tropical, ndia ndia, Filipinas Indonsia, Malsia, Mianmar, Tailndia, Vietn Filipinas Indonsia, Filipinas Filipinas Filipinas Filipinas, ndia, Sri Lanka, Japo sia Tropical, ndia Filipinas Comportamento alimentar (fitfago, predador ou desconhecido) Pancula Pancula Predador Distribuio Malsia Brasil Brasil
Scotinophara harvathi (Distant) Scotinophara inermis (Haglund) Scotinophara inermiceps (Breddin) Scotinophara latiuscula Breddin
Bainha da folha, colmo Bainha da folha, colmo Bainha da folha, colmo Bainha, folha, colmo
Scotinophara lurida (= Podops) Bumeister Bainha, folha, colmo Scotinophara obscura Scotinophara ochracea (Distant) Planta Colmo
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Scotinophara tarsalis (Vollenhoven) Scotinophara vermiculata Scotinophara parva (Young) Stiretrus sp. Storthecoris nigriceps Storthecoris tarsalis Tetroda histeroides
Colmo
Filipinas
Bainha folha, colmo Indonsia Bainha folha, colmo Filipinas Brasil ndia Colmo Folha Malsia Repblica Khmer, ndia, Indonsia, Malsia, Vietn Brasil Brasil, Colmbia Brasil, Argentina, Colmbia Brasil
Thianta sp. Thianta perditor Tibraca limbativentris Stal,1860 Tibraca simillima PYRRHOCORIDAE Dysdercus honestus Bloete, 1931 Euryophthalmus humilis (Drury, 1782) REDUVIDAE Apiomerus flavipenis Graptocleptes sp.
Brasil Brasil
Predador
Brasil Brasil
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Tabela 1. continuao... Comportamento alimentar (fitfago, predador ou desconhecido) Brasil Brasil Predador Pancula Colmbia Japo Brasil, Brasil
Famlia/Gnero/Espcie
Distribuio
Hygromystes sp. Repipta sp. Zelus longipes ROPALIDAE Aeschynteles maculatus Fieber SCUTELERIDAE Pachycoris torridus (Scopoli, 1772) Tetyra pinguis Germ. THYREOCORIDAE Galgupha sp.
Brasil
Fontes: Amaral & Navajas (1953); FAO (1972); Rossetto et al. (1972); Ferreira (1980, 1998a; Reissig et al. (1986); Heinrichs (1994).
NOMES COMUNS
Para O. poecilus, so mencionados os seguintes nomes comuns: chupo, pulgo, chupador e pulga danta (Maranho); chupador, (Mato Grosso); frade, chupo, sugador, percevejo do mato, fede-fede, percevejo do arroz e percevejo pequeno do arroz (Rio Grande do Sul); tamanju (Minas Gerais); percevejo do arroz e trabiju (So Paulo) (Amaral, 1949; Rossetto et al., 1972; Albuquerque, 1993) e percevejo- do- gro, percevejo-do-gro-doarroz e percevejo-da-pancula (Gois) (Ferreira & Martins, 1984; Ferreira, 1980 e 1999). O. ypsilongriseus, conhecido como percevejo-do-gro, percevejo-do-gro-do-arroz e percevejo-da-pancula (Ferreira & Martins, 1984 e 1985; Vecchio & Grazia, 1992a, 1992b; Ferreira, 1998a, 1998b e 1999).
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CLASSIFICAO
Costa Lima (1940) mencionou que os autores antigos incluiam os percevejos na subordem Heteroptera da ordem Hemiptera e apresentou como classificao para o percevejo O. poecilus a seguinte: Ordem Subordem Superfamlia Famlia Subfamlia Tribo Gnero Espcie Hemiptera Gymnocerata Scutelleroidea Pentatomidae Pentatominae Pentatomini Mormidea Mormidea poecila Dallas, 1851
Segundo Amaral (1949) e Halteren (1972) este percevejo conhecido desde 1788, sendo inicialmente chamado por Stal, de Surinaamsche Vlieg - Wantz. Em 1851, Dallas, referindo-se figura e descrio de Stal, o denominou Mormidea poecila, que teve prioridade em razo de o primeiro nome no ser binomial e satisfazer assim, s Regras Internacionais de Nomenclatura Zoolgica. A partir dessa data, o inseto recebeu vrios nomes, que foram colocados como sinnimos de M. poecila (Tabela 1). Sailer, citado por Amaral (1949), revendo o gnero Solubea, nele incluiu a M. poecila, que passou a denominar-se S. poecila (Dallas, 1851) Sailer, 1944. Segundo Rossetto et al. (1972), o nome cientfico que deve ser empregado para este inseto, de acordo com as explicaes dadas por Sailer (1957) Oebalus poecilus. O gnero Oebalus foi criado para esse inseto por Stal, em 1862, mas j havia um gnero Oebalus mais antigo, criado por Rafinesque, em 1815. Considerando que o gnero estava antes ocupado, Bergroth em 1891 criou o gnero Solubea para substituir Oebalus. O gnero Oebalus, anteriormente criado por Rafinesque, em 1815, foi considerado nomen nudum e, portanto, passou a ser vlido o gnero Oebalus criado por Stal, em 1862. O nome correto ento Oebalus poecilus (Dallas) Stal, 1862. A tendncia atual de voltar a antiga classificao mencionada por Costa Lima (1940), na qual a ordem Hemiptera
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formada por duas subordens, Homoptera e Heteroptera, sendo os percevejos includos nesta ltima.
2001), demonstrando que os arrozais dessa localidade continuam ameaados pelo inseto. A espcie O. ypsilongriseus, foi registrada pela primeira vez em grande nmero, rivalizando com O. poecilus, na regio de So Gabriel, no Rio Grande do Sul (Costa, 1958). Essas duas espcies foram capturadas, em lavouras de arroz irrigado na regio de Santa Maria no Rio Grande do Sul, tanto em nmero de vezes quanto em nmero de exemplares, em valores muito prximos, indicando que, provavelmente possuem um potencial de dano semelhante (Link et al., 1989). Outros trabalhos noticiam a presena de O. ypsilongriseus em lavouras de arroz em So Paulo, no Distrito Federal, na Bahia, no Piau, Maranho, Tocantins, Minas Gerais, Gois e Mato Grosso (Amaral, 1949; Silva & Magalhes, 1981; Ferreira & Martins, 1984; Kishino, 1993). O. grisescens est citado para o Rio Grande do Sul (Cruz & Corseuil, 1970; Link et al., 1989: Silva et al.,1968), para Gois (Ferreira & Martins, 1984: Ferreira, 1998 e 1999) e Distrito Federal e Tocantins (Kishino, 1993). No inicio da dcada de 80, observou-se uma grande infestao desta espcie nas panculas de arroz de terras altas em experimentos plantados tardiamente em Santo Antnio de Gois - GO. No Brasil, admite-se que O. poecilus est distribudo em todas as regies produtoras de arroz (Costa Lima, 1940; Amaral, 1949; Zucchi et al.,1993). O. ypsilongriseus est citado para o Rio Grande do Sul, So Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Gois, Tocantins e Par. A espcie O. grisescens tem ocorrncia registrada apenas para o Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Gois. Acredita-se que a realizao de levantamentos em lavouras de arroz das diferentes regies produtoras do Brasil, durante a fase maturativa das plantas, mostre que a distribuio das duas ltimas espcies, em nvel nacional, seja bem maior.
AMBIENTE
As trs espcies mencionadas podem ser encontradas tanto em arroz de vrzea como em arroz de terras altas. Entretanto, temse observado maior freqncia de O. poecilus em arroz de vrzea e de O. ypsilongriseus em arroz de terras altas.
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DESCRIO E DESENVOLVIMENTO
Os percevejos so insetos de metamorfose incompleta ou heterometablicos, isto , desenvolvem-se passando pelas fases de ovo, ninfa e adulto. Possuem aparelho bucal do tipo picadorsugador, representado por um rostro, constitudo por um lbio de quatro segmentos, em forma de bainha, no interior da qual alojamse dois pares de estiletes. O estilete externo formado por duas mandbulas com pices serrados e o par de estiletes interno formado por duas maxilas de pontas simples. As maxilas apresentam duas escavaes ou sulcos longitudinais nas faces que se tocam, formando dois canais paralelos, um superior, por onde passa o alimento liquido aspirado pela faringe, e outro inferior, por onde se escoa a saliva. Os percevejos possuem pernas ambulatrias, asas anteriores do tipo hemilitro e posteriores membranosas (Costa Lima, 1940). Provavelmente, Squire (1934) e Amaral (1949) foram os primeiros a descrever as fases de desenvolvimento para o percevejo O poecilus. Ovos Os ovos de O. poecilus so de colorao inicial verdeclara, formato cilndrico, levemente arredondados na base, com dimenses, altura e dimetro, de 0,9 e 0,7 mm (Squire, 1934) ou a 0,7 e 0,5 mm (Amaral, 1949). Apresentam o crio resistente, de superfcie lisa e brilhante e o plo superior orlado em toda a periferia por uma tnue franja branca de aparncia cerosa. Vinte e quatro horas aps a oviposio, os ovos tornam-se amarelados com duas estrias longitudinais de colorao avermelhada. Prosseguindo na sua evoluo, tornam-se vermelho-amarelados com duas manchas vermelhas laterais e inclinadas para a periferia, que sobem da base para o plo superior, onde se nota a formao da cabea da ninfa e a presena dos seus olhos, sob a forma de dois pontos laterais vermelhos. Prximo ecloso, os ovos exibem trs faixas circulares avermelhadas, sendo a mediana mais escura e a superior mais clara, e o ruptor - ovi no plo superior, em forma de T que aps a ecloso da ninfa, permanece aderente casca. O ovo infrtil no sofre alterao de cor, permanecendo verde-claro ou verdeamarelado (Squire, 1934; Costa Lima, 1940; Amaral, 1949). Os ovos de O. ypsilongriseus so de colorao inicial verde claro, homognea em toda a sua superfcie, muito semelhantes aos
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de O. poecilus. So cilndricos, medindo em mdia 0,8 mm de altura por 0,6 mm de dimetro (Vecchio & Grazia, 1992b). Diferenciam-se na fase final do desenvolvimento embrionrio, quando O. ypsilongriseus apresenta um W caracterstico e a cor vermelha mais escura que O poecilus. Como no caso anterior, o ovo no fertilizado permanece na colorao verde claro (Vecchio & Grazia, 1992a,b). Ninfas - Amaral (1949) verificou que as formas jovens de O. poecilus eram muito semelhantes as de O. ypsilongriseus e apresentou uma descrio detalhada das primeiras a fim de permitir a distino entre as ninfas das duas espcies: Ninfas de 1 instar - Ao eclodirem, so cor de carne, e aps algumas horas tornam-se escuras. O corpo de forma ovalada com a cabea e trax pretos e brilhantes. Os artculos das antenas so marrom escuros, quase pretos, com faixas mais claras nos pontos de ligao. O abdmen vermelho cereja, apresentando trs manchas pretas de formato alongado, bem visveis, localizadas transversalmente no centro do seu dorso. Mais cinco manchas menores so geralmente encontradas, duas acima da primeira mancha bem visvel e trs posteriores, abaixo da ltima srie de trs manchas mais ntidas. Os escleritos abdominais so pretos, visveis tanto na parte dorsal como na ventral. Na face ventral, notam-se ainda os estigmas respiratrios que se apresentam sob a forma de pequenos pontos. A colorao das pernas varia do marrom-escuro ao preto. Ninfas de 2 instar - No segundo nstar, as ninfas aparentam colorao preta, resultante do desenvolvimento das manchas dorsais do abdmen. As trs manchas abdominais dorsais e alongadas no sentido transversal, aumentam de tamanho e so acompanhadas apenas pelas trs manchas menores e posteriores. Ninfas de 3 instar - No terceiro nstar, ocorre uma pequena modificao da margem lateral do trax, que apresenta-se transparente, e na colorao do abdmen que varia do vermelho salpicado de branco ao amarelo alaranjado salpicado de branco. Ninfas de 4 instar - No quarto instar a colorao varivel. Algumas ninfas permanecem com as caractersticas das fases anteriores. Cabea e trax preto brilhante, antenas com artculos marrom escuro e faixas claras nos pontos de ligao e pernas pretas brilhantes. Abdmen vermelho salpicado de branco ou amarelo alaranjado salpicado de branco, ao passo que outras apresentam cabea amarela de contorno lateral e frontal preto com duas
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manchas escuras na regio basal e duas listras pretas longitudinais e paralelas, atingindo o meio da cabea. Trax verde, salpicado de preto mais escuro na parte central onde, de cada lado, se notam trs pares de manchas pretas paralelas. Abdmen verde claro salpicado de branco, com manchas vermelhas mal definidas prximas dos escleritos abdominais, que so claros, anelados de preto. As trs manchas pretas bem visveis observadas nos estdios anteriores, apresentam-se com o centro branco e faixas vermelhas intercaladas. As pernas so amarelas salpicadas de preto e os tarsos pretos. Ninfas de 5 nstar - Distinguem-se dos demais nstares pela presena das teclas alares. Como no quarto nstar, exibem colorao variada. Podem apresentar antenas, cabea, trax e teclas alares pretas; abdmen avermelhado, salpicado de branco com as trs manchas dorsais pretas e escleritos claros anelados de preto e pernas amareladas salpicadas de preto, ou com a cabea, trax e teclas alares amareladas com os trs primeiros segmentos da antena claros, salpicados de preto e os dois apicais castanho-escuros ou pretos. Abdmen avermelhado, salpicado de amarelo, amarelo avermelhado ou amarelo com as trs manchas dorsais pretas de centro amarelo, escleritos abdominais amarelos anelados de preto e pernas amareladas salpicadas de preto. O aumento corporal das ninfas de O. poecilus atravs dos nstares mostrado na Tabela 2. Vecchio & Grazia (1993) concordam com as observaes de Amaral (1949) de que imaturos de O. ypsilongriseus, so muito semelhantes aos de O. poecilus, apresentando inclusive formas claras e escuras a partir do terceiro nstar, conforme observado por Squire (1934) e Amaral (1949) para O. poecilus e apresentam como diagnose diferencial, os seguintes pontos: Primeiro instar. As ninfas de O. ypsilongriseus so mais ovaladas, enquanto que as de O. poecilus so alargadas, tendendo forma arredondada. Segundo instar. A partir desse instar j possvel visualizar a principal diferena entre as duas espcies, a colorao das placas laterais do abdmen. Em O. ypsilongriseus estas apresentam-se com o centro descolorido, enquanto que em O. poecilus so totalmente escuras. Quarto instar. Em O. ypsilongriseus, as placas laterais do abdmen so translcidas, delimitadas por estreita faixa negra, enquanto que em O. poecilus as placas laterais so totalmente negras,
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mesmo nas formas claras. Em O. poecilus as margens laterais do trax no so nitidamente descoloridas como em O. ypsilongriseus. Nas formas claras de O. ypsilongriseus no so visveis as manchas ocelares e as pontuaes da cabea e trax so maiores, sobre fundo amarelado. Nas formas claras de O. poecilus so visveis as manchas ocelares e as pontuaes so menores, sobre fundo castanho escuro. A colorao do abdmen diferente nas duas espcies, sendo que em O. poecilus esta tende ao alaranjado mais uniforme. Quinto instar. Como j mencionado, a diferena entre as duas espcies so as placas laterais do abdmen. As pontuaes da cabea e trax so maiores em O. ypsilongriseus. A colorao geral do abdmen tambm difere, sendo mais pintalgado de vermelho em O. ypsilongriseus enquanto que em O. poecilus a colorao avermelhada mais uniforme.
Tabela 2. Dimenses das ninfas de O. poecilus em cada nstar Instares Dimenses em mm1 CompriLargura mento 1,1 1,7 2,6 3,4 5,6 0,8 1,0 1,6 2,2 3,4 Comprimento2 Inicial Final 0,9 1,3 2,6 3,7 5,9 1,2 2,0 3,2 4,8 8,3
Dimenses em mm1 Instares Amaral (1949) CompriLargura mento Squire (1934) CompriComprimento mento Final Inicial 0,9 1,3 2,6 3,7 5,9 1,2 2,0 3,2 4,8 8,3
2) Squire (1934)
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As ninfas possuem glndulas odorferas no abdmen, cuja secreo tem cheiro repugnante, caracterstico de percevejo. A secreo sai de dois poros simetricamente opostos situados no segundo e terceiro escleritos dorsais (Squire, 1934; Costa Lima, 1940). Adultos - Apresentam uma grande variao de colorido e desenho, sendo as duas formas mais comuns encontradas no Vale do Paraba, descritas por Amaral (1949). Os adultos possuem uma glndula odorfera volumosa situada no metatrax, com dois canais excretores cada um terminando num orifcio (ostolo) bem visvel adiante ou ao lado das coxas posteriores (Squire, 1934; Costa Lima, 1940). Machos - Corpo oval medindo 8,1 mm de comprimento e 4,1 mm de maior largura (sem considerar as expanses laterais do protorax). Dorsalmente, a colorao varia de castanho claro a escuro. Antenas castanhas ou castanho claras. As duas manchas amareladas, longas, curvas, separadas no centro e dirigidas para fora sobre a declividade do pronotum, nem sempre esto presentes. As expanses laterais do protrax, so um pouco menos inclinadas para trs do que nas fmeas. Escutelo com pice amarelo, apresentando, sobre o seu disco, duas manchas amarelas, reniformes, voltadas para dentro e formando, no seu interior, um desenho de colorao castanha, semelhante a uma coroa invertida. Sobre cada crio, na altura do pice do escutelo, nota-se uma mancha retangular amarela (Figura 1). Ventralmente, o trax pode ser castanho escuro ou claro, com a regio coxal castanho claro. Abdmen castanho claro, com uma faixa mediana longitudinal mais escura. Pernas castanho claro. Fmeas - Corpo oval, maior do que o do macho, medindo 8,9 mm de comprimento por 4,2 mm de largura. Colorao dorsal e das antenas idnticas do macho. Em geral, as duas manchas amareladas, longas, curvas, separadas no centro e dirigidas para fora sobre a declividade do pronoto, so bem visveis. Expanses laterais pontiagudas do pronoto, voltados para trs, de modo mais pronunciado que nos machos. Escutelo com manchas e desenhos iguais aos dos machos descritos. Pernas castanho amarelado, salpicadas de pontos pretos, ou castanho claro com ausncia do salpicado. Ventralmente, o trax preto, com a regio coxal amarela, ou castanho com a regio coxal mais clara. Abdmen castanho claro, com uma faixa mediana longitudinal e duas faixas laterais, convergentes ao segmento genital, castanho mais escuro ou amarelo, com as respectivas faixas pretas.
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Albuquerque (1993), caracterizou duas formas para O. poecilus: de no diapausa e de diapausa. A primeira, forma de vero, apresenta os ngulos laterais do pronoto em forma de espinho e a colorao dorsal predominante marrom escura, quase preta; a forma de diapausa, hibernante, apresenta ngulos laterais do pronoto arredondados e a colorao dorsal predominante marrom clara. O autor verificou que dias curtos, com fotofase de at 13 horas e 18 minutos, foram cruciais para induzir a diapausa, sendo os primeiros instares ninfais, fotossensveis. Os adultos de O. ypsilongriseus so mais alongados que os de O. poecilus. Os machos tm de 8 a 9 mm de comprimento e as fmeas so um pouco maiores, com 9 a 11 mm de comprimento. So de colorao marrom clara e dorsalmente apresentam dois pontos amarelos prximos cabea; escutelo com trs manchas amarelas, duas anteriores, alongadas longitudinalmente, e uma terceira pontiforme, no vrtice; estas manchas formam um desenho em forma de Y (Costa, 1958; Halteren, 1972) (Figura 1).
Fig. 1 Percevejos das panculas do arroz: Oebalus poecilus ( esquerda), Oebalus ypsilongriseus (no centro) e Oebalus grisescens ( direita).
O. grisescens de colorao marrom escura, sem manchas na parte dorsal do corpo e com espinhos laterais do protrax, muito reduzidos em relao s espcies anteriores. As trs espcies podem ser identificadas na Figura 1.
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CICLO BIOLGICO
A fase de ovo, segundo vrios autores, sem meno da temperatura, dura de 4 a 7 dias (Rossetto et al., 1972). Contudo, o perodo de incubao influenciado pela temperatura e conforme pode ser observado na Tabela 3, os perodos de incubao mencionados, so vlidos para temperaturas em torno de 25 C. A durao dos cinco nstares ninfais de O. poecilus, foram estudados por Squire (1934), sem mencionar a temperatura, e por Amaral (1949) em temperaturas variando de 21,2 C 26,2 C (Tabela 4). O perodo ninfal completo de O. poecilus, sem meno de temperatura, variou de 13 a 60 dias (Squire, 1934; Halteren, 1972; Rossetto et al., 1972; Zucchi et al., 1993; Ferreira, 1998; Ferreira,1999), com mdia de aproximadamente 29 dias. Em temperaturas mdias de 24,3 C, 23,2 C e 21,7 C (mdia 23,1 C) as duraes mdias em dias foram 47,0, 33,5 e 41,4 (mdia 40,6 dias), respectivamente (Amaral, 1949). Kishino (1993), obteve perodos ninfais mdios de 30,7 e 19,7 dias para temperaturas de 25 e 30 C, respectivamente; a 20 C as ninfas no se desenvolveram.
Tabela 3 Efeito da temperatura na durao (dias) da fase de ovo de Oebalus spp. Temperatura C 19,8 20,0 21,6 23,7 25,0 30,0 O. poecilus Kishino (1993) 8,9 5,1 4,0 Amaral (1949) 14,0 11,9 5,0 O. ypsilongriseus Kishino (1993) 9,6 6,0 4,0
Considerando os dados mdios de durao do perodo ninfal e as temperaturas correspondentes fornecidos por Amaral (1949) e Kishino (1993), obteve-se uma linha de regresso significativa (P< 0,05, R2= 0,954), onde Y= 93,083 2,46 X, sendo Y= durao
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da fase ninfal em dias e X= a temperatura em C; os valores mdios obtidos para essas variveis foram Y= 31,43 para X= 24,97. Para utilizao prtica do perodo ninfal, parece razovel consider-lo como durando 30 dias que pela frmula obtida corresponde temperaturas oscilando em torno de 25,5 C. Os cinco instares ninfais de O. ypsilongriseus a 25 C, duraram 20,9 e 26,0 dias (Tabela 4). A longevidade mdia de adultos acasalados de 101 dias para machos e 88 dias para fmeas. Machos e fmeas virgens duraram 100 e 114 dias, respectivamente (Amaral, 1949). Entretanto, para adultos no hibernados, a durao menor, variando de 26 a 46 (Squire, 1934), durando em mdia 35 dias, sendo que as fmeas ovopositantes duraram em mdia 14,4 dias, morrendo no mximo oito dias aps a ltima postura. A relao sexual de O. poecilus, em mdia de 48,9 % de fmeas e 50,9 % de machos (Amaral, 1949). A maturidade sexual de adultos no hibernantes de O. poecilus, foi de 16,4 dias para os machos e 16,1 dias para as fmeas e, para os hibernantes, a maturidade sexual de ambos os sexos foi manifestada aos 169,5 dias, em mdia (Amaral, 1949). Para essa mesma espcie Squire (1934), verificou que a maturidade sexual de no hibernantes foi atingida dos 15 aos 17 dias. O perodo de pr-oviposio foi de 11,2 dias e o de oviposio 19,1 dias (Amaral, 1949) e, segundo Squire (1934), de 14,6 dias. O nmero mdio de postura, nmero mdio de ovos por postura e o nmero de ovos por fmea de O. poecilus, foram 3,4; 11,2; 38,6 (Amaral,1949) e 13,4; 14,5; 194,6 (Squire, 1934), respectivamente. Pugliese (1955) menciona uma fecundidade de 3 a 50 ovos por fmea. Zucchi et al.(1993) menciona uma postura de 300 ovos por fmea, enquanto Halteren (1972) menciona 200, podendo chegar em 500 ovos por fmea. No arroz podem ser iniciadas trs geraes por safra e completadas duas (Amaral, 1949) ou, segundo Pugliese (1955), podem ocorrer duas a trs geraes por safra no arroz e quatro a cinco na vegetao nativa. De acordo com Amaral (1949), o perodo necessrio para iniciar uma nova gerao pode ser obtido pela soma de 16,1 dias para a maturidade sexual, 11,2 dias para o perodo de proviposio, 9,5 dias para incubao dos ovos e 40,2 dias para o perodo ninfal, totalizando 77,0 dias.
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Tabela 4
Durao dos instares ninfais Oebalus poecilus e O. ypsilongriseus, em dias. O. poecilus Squire Amaral (1934) (1949) 1,5 3,0 2,5 3,5 4,5 15,0 3,2 7,2 7,7 9,1 13,5 40,7 O. ypsilongriseus Vecchio e Kishino Grazia (1993) (1993) 2,3 4,4 3,5 4,1 6,7 20,9 3,5 6,3 4,3 5,3 6,6 26,0
POTENCIAL BITICO
A equao do potencial bitico (Pb) representada pelo potencial de reproduo (Pr) menos a resistncia do ambiente (Ra): Pb = Pr Ra (Gallo et al., 1988) Onde Pr num determinado nmero de geraes (n), calculado multiplicando-se a razo (rs) pelo nmero de descendentes (d), ou seja: Pr = (rs . d)n Assim, para calcular a capacidade de O. Poecilus em aumentar sua populao, utilizando essa equao, vamos assumir os seguintes dados: no ovos/fmea (no ovos) 200 viabilidade dos ovos (v) 85,7 (Kishino,1993) rs 0,49 d = no ovos v/100 171,4 n 3 Aplicando a equao, temos: Pb = (0,49 171,4)3 Ra Pb = 592.407,7 - Ra
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Considerando que o crescimento da populao de O. poecilus, em condies de campo, obedea regra prtica de aumentar cinco vezes a cada gerao (Gallo et al., 1988), estima-se que, aps trs geraes, o nmero de descendentes de uma fmea na cultura seja: P0 = 171,4 ; P1= 857 e PF2= 4285
HBITOS
Os percevejos adultos O. poecilus reiniciam suas atividades na primavera, quando podem ser encontrados em vrias espcies vegetais. Quando perturbados eles podem voar ou fazerem-se de mortos e cair ao solo; liberam um fludo amarelo claro, voltil, de cheiro caracterstico de percevejo. Aps a instalao da cultura do arroz eles, deslocam-se para a vegetao silvestre existente nos canais e outras partes das lavouras. Assim que o capim-arroz floresce e comea a apresentar sementes leitosas, os percevejos passam para ele e iniciam os acasalamentos. Estes ocorrem aps os insetos atingirem a maturidade sexual seguida de um perodo de corte de dois a trs dias; durante esse perodo os machos tocam as fmeas com os tarsos e antenas, e se receptivas, o processo torna-se mais animado e suportvel por aproximadamente 5-10 minutos (Squire, 1934). Durante a unio sexual, os indivduos mantm-se em posio oposta, podendo caminhar livremente. A cpula inicia-se com maior frequncia no perodo da tarde, entre 13:30 e 18:00 h, no sendo conhecida a sua durao mxima. Contudo, Amaral (1949) deduziu que a durao mnima de 5 horas enquanto Squire (1934) constatou que durao de 8 horas comum. A proximidade da postura de cada gerao pode ser verificada, espremendo-se algumas fmeas, cujos ovos saem facilmente, na extremidade do abdmen, caso elas j tenham atingido a poca de postura. Inicialmente, observase a praga dispersa, realizando posturas nas panculas de capimarroz (Reiniger, 1952). Posteriormente, quando surgem os primeiros gros leitosos, migram para o arroz e renem-se em enxames. A oviposio normalmente feita nas folhas, mas, quando a populao grande, pode ocorrer tambm nos colmos e panculas. Ao amanhecer e no perodo mais quente do dia,
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apresentam-se parados e abrigados entre folhas e hastes. A sua atividade inicia-se, em geral, de 8,30 a 9,0 horas da manh e das 15,30 e 16,0 horas. Ao final do dia os percevejos podem reunir-se para oviposio em grupos de plantas, que representam verdadeiros focos de desova (Pugliese, 1955). As posturas de enxame so constitudas de vrias camadas de ovos (Figura 2), com uma estimativa mdia de 10.000 ovos por folha, totalizando entre 100.000 a 300.000 ovos para uma populao de aproximadamente 2.500 a 5.000 fmeas (Halteren, 1972) Este tipo de postura ainda no foi registrado para nenhuma outra espcie do gnero.
O vo de Oebalus spp. geralmente curto, 20 a 50 m, e dirigido para plantas prximas, onde se oculta do lado oposto ao do pouso, mas pode atingir distncias de at 250 m em vos noturnos, nas noites quentes e calmas, para encontrar culturas ainda no infestadas. So atrados por armadilhas luminosas, principalmente em noite escura e quente, entre 20 e 22 horas (Amaral, 1949). As ninfas do primeiro nstar possuem peas bucais pequenas e frgeis, no se alimentam e permanecem agrupadas geralmente sobre as cascas dos ovos dos quais nasceram (Figura 3). O seu metabolismo depende da energia anteriormente acumulada no ovo pela fmea (Panizzi, 1991). Aps a primeira ecdise, movimentam-se muito a procura de alimento, principalmente
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sobre as estruturas reprodutivas das plantas, ou de abrigo, nas horas desfavorveis, de modo semelhante aos adultos.
Fig. 3 Ninfas de Oebalus poecilus agrupadas sobre as cascas de ovos de onde nasceram.
Com a aproximao do perodo frio e queda da temperatura, movimentam-se pouco e os adultos formados neste perodo tornam-se inativos quando chega o inverno, agrupandose ou abrigando-se nas partes inferiores das plantas, sob as folhas ou nas fendas do solo, montes de palhas, coberturas de sap fendas nos galpes e nesse estado atravessam o inverno (Amaral, 1949; Reiniger,1952, Pugliese,1955, Rossetto et. al.,1972). No Rio Grande do Sul, folhedo de bambu provavelmente o mais importante stio de hibernao de O. poecilus e potencial fonte de infestao dos arrozais (Santos et al., 2001), entre outras gramneas.
HOSPEDEIROS ALTERNATIVOS
Os hospedeiros alternativos de Oebalus spp., so bastante numerosos (Tabela 5) embora os mais preferidos sejam representados por um nmero relativamente pequeno. Os nomes comuns, cientficos e sinnimos relacionados, foram atualizados de acordo com Lorenzi (2000).
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Tabela 5.
Relao dos hospedeiros alternativos de Oebalus poecilus (Op), O. ypsilongriseus (Oy) e O. grisescens (Og).
Sinnimos Cyperus santonici Rottb., Cyperus panicoides Lam., Cyperus resinosus Hochst, Cyperus microlepis Baker, Cyperus microiria Steud, Chlorocyperus iria (L.) Cyperus hamiltoni Kunth, Cyperus odoratus Griseb, Cyperus flexuosus Vahl, Cyperus densiflorus Griseb, Turulinium confertum Hamilth
Percevejo Og, Oy
Op
GRAMI/NEAE (Poaceae) Alpiste Arroz Aveia Azevem Capim arroz, capituva, capim-da-colnia, capim ja, jervo (SC), capimcapivara (RS), capim-pde-galinha (MS), barbudinho, ino-do-arroz, canevo, crista de galo Capim-coloninho, capimcolnia, capim-arroz, capim-ja, capituva, capim-da-colnia, jervo.
Phalaris canariensis L Oryza sativa L. Avena sativa L. Lolium multiflorum Lam Echinocchloa crusgalli (L.) P. Beauv. Panicum crusgalli L., Panicum crusgalli L, Milium crusgalli (L) Moerich, Orthopogon crusgalli (L.) Spreng.
Og. Oy, Og Og Oy
Panicum colonum L., Milium colonum Moench, Oplismenus colonus H.B.K, Panicum zonale Guss., Panicum incertum (Bosc.) Steud, Panicum prorepens Steud, Panicum colonum zonale L. H. Dewy, Echinochloa
Oy, Og
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Tabela 5. continuao...
Famlias/Nomes comuns Nomes cientficos Sinnimos colonum zonalis Woot et Standl, Echinochloa colona (L.) Link. Capim-capivara, canarana-defolha-mida, capimcamalote-da-gua, rabode-raposa Hymenachne amplexicaulis (Rudge) Nees Panicum amplexicaule Rudge, Panicum caudatum Willd., Panicum hymnachne Desv., Panicum myuros Kunth Oplismenus cruspavonis Kunth, Panicum crusgallivar.sabulicolum (Nees) Trin., Panicum sabulicolum Nees, Panicum cruspavonis (Kunth) Nees, Echinochloa crusgalli var.cruspavonis (Kunth) Hitchc. Milium punctatum L., Helopus punctatus (L.) Nees. Panicum plantagineum, Link Op Percevejo
Capituba, capim-ja, capim-arroz, jervo, capim-canevo-dobanhado, capim-dacolnia, capim-p-degalinha, capim-pavo, camaro, ino-do-arroz
Op
Capim-de-vrzea
Op, Oy, Og
Capim-marmelada, marmelada, papu, capim-papu(RS), capimmilh-branca, capim-doce (SC), capim-sopaulo(SC), capimguatemala (RS), capimparlote, grama-major, grama-paulista, milhbranca guatemala Capim-angola, capimbengo (MG), capim-fino, capim-branco (SC), capim-de-par, angolinha, erva-do-par, capim olanta, capim-de-planta (PE), capim-de-lastro (RS),
Op
Brachiaria purpurascens Henr., Panicum purpurascens Raddi, Panicum barbinode Trin., Panicum equinum Salzm. Ex
Og, Op, Oy
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Tabela 5. continuao...
Famlias/Nomes comuns capim-das-ilhas (RS), capim-de-cavalo (PI) Nomes cientficos Sinnimos Steud., Panicum pyctigluma Steud., Panicum muticum Forsq. Digitaria sanguinalis (L) Scop. Panicum sanguinale, L., D. ciliaris Auct. Non (Retz) Koel, D. fimbriata Link Paspalum bicorne Lam., Digitaria bicornis Willd., Digitaria barbata Willd., Digitaria barbulata Desv Digitaria bicornis subsp.lamarckiana Henrard, Digitaria biformis Willd, Digitaria chrysoblephara Fig & De Not, Digitaria diversiflora Swallen, Panicum barbatum (Willd) Kunth. Panicum ciliare Retz, Digitaria sanguinalis (L) subsp. pectiniformis Henr. Op, Oy Percevejo
Oy
Capim-colcho, milhmilh, capim-de-roa, capim-tinga Capim Capim-macho, trigobravo, capim-pelego, mata-colono Capim-p-de-galinha, pde-galinha, capim-decoroa-douro, capim-depomar, capim-douro, pata-de-galinha, capim-dacidade, capim-de-burro, grama-de-coradouro, grama-sapo, p-depapagaio, capim-fub, flor-de-grama
Oy
Leptochloa scabra Nees Ischaemum rugosum Salisb Eleusine indica (L) Gaertn Cynosuros indicus L. Eleusinegracilis Salisb, Eleusine domingensis Sieber ex Schult., Cynodon indicus (L) Raspail, Chloris repens Steud., Eleusine glabra Schumach., Eleusine indica var. major E. Fourn., Eleusine distans Moench, Eleusine scabra E. Fourn. Ex.
Op Op
Oy, Op, Og
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Tabela 5. continuao...
Famlias/Nomes comuns Nomes cientficos Sinnimos Hemsl., Eleusine textilis Welw. Op Op Paspalum tenue Gaertn, Paspalum ciliatum Lam, Paspalum renggeri Steud., Paspalum longissimum Hochs ex. Steudt, Paspalum conjugatum var.parviflorum Doll., Paspalum sieberianum Steud. Digitaria dilatata (Poir) Coste, Paspalum platense Spreng, P. eriophorum Schlt, P. ovatum Nees ex, Trin., P. lunatum Sprong, P. sellloi Spreg. ex.Nees , P. dilatatum var.sachariferum, Archav., P.pauciciliano (Parodi) Hester, P.velutinu Trin ex. Nees. Op Percevejo
Capim Capim Grama-forquilha, capimforquilha, capim-azedo, capim-gordo, papu (PE), grama-papu (PE), capimmarreca (CE), capim-t, capim-de-marreco (BA), capirap, capim-roxo (AM), grama-doce (MG)
Grama-comprida, capimdas-roas, capim-melado, capim-aruva, grama-dasroas, grama-de-sananduva (RS), capim-comprido-daaustrlia, mium (PA), capim-da-austrlia, gramadas-baixas, grama-alem, capim dalis
Oy, Og
Centeio Cevada Grama forquilha Milho Capim-massambar, capim argentino (PR), sorgo-de-alepo (RS), arrozbravo, (AM), capim-aveia, capim-cevada, capim-da-
Secale cereale L. Hordeum vulgare L. Paspalum furcato, Fl. Zea mays L. Sorghum halepense (L.) Pers.
Op Op, Og Op Op Holcus helepensis L., Milium halepensis (L.), Cav.., Andropogon halepensis (L.)Brot., Andropogon miliaceus Og, Op, Oy
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Tabela 5. continuao...
Famlias/Nomes comuns guin, capim-mexicano, capim-de-cuba Sorghum bicolor (L.) Moench Triticum aestivum L. Nomes cientficos Sinnimos Roxb., Andropogon sorghum subsp. halepensis (L.) Hack., Andropogon halepensis subsp. anatherus Piper Percevejo
Sorgo Trigo LEGUMINOSAE Feijo de porco Soja MIRTACEAE Goiabeira MALVACEAE Algodoeiro POLYGONACEAE Erva de bicho
Op Og Oy Oy Op Op, Oy
Glycyne max Merrill Psidium guajava L. Gossypium hirsutum L. Polygonum acre, H.B.K Polygonum hydropiperoides, L. Polygonum punctatum Elliot
Op Op Oy
SOLANACEAE Jo
Op
Fontes: Amaral (1949); Pugliese (1955); Silva et al. (1968); Halteren (1972) e Rossetto et Solanum sp. al. (1972). Pimenta brava Op
DANOS
As trs espcies referidas tm hbitos alimentares semelhantes, mas, no geral, a ordem de importncia para o arroz de vrzea O. poecilus (Dallas, 1851), O. ypsilongriseus (De Geer, 1773) e O.
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grisesens. Em arroz de terras altas, O. ypsilongriseus tem sido a espcie mais importante. O percevejo O. poecilus afeta a quantidade e a qualidade da produo de arroz e tem sido abundante, alguns anos, em grandes reas, onde as posturas de enxames so indicativas de que, em tais oportunidades, a sua densidade populacional era elevada. Alimentase em qualquer rgo da parte area das plantas, introduzindo os estiletes de seu aparelho bucal picador-sugador nos tecidos. Contudo, o principal prejuzo causado quando alimenta-se das panculas. Neste caso, para introduzir os estiletes nos tecidos da pancula e se alimentar, o inseto secreta dois tipos de saliva, um que coagula aps a ejeo, formando uma bainha para os estiletes (Figura 4) e outra aquosa, contendo enzimas histolticos que liquefazem as pores slidas e semi-slidas das clulas, permitindo a ingesto (Panizzi, 1991). Na pancula, os percevejos dividem a atividade alimentar deixando 29,8% das bainhas de estilete nas ramificaes da rquis e os 70,2% restantes, nas espiguetas (Oliveira & Kempf, 1989). O dano decorrente da alimentao do percevejo nas ramificaes da pancula ainda no foi quantificado. A natureza e extenso do dano dependem do estdio de desenvolvimento das espiguetas e da densidade de infestao (Tabelas 6 e 7). Espiguetas com endosperma lquido (leitoso) e em forma de massa (pastoso), podem ficar totalmente vazias pela alimentao dos percevejos ou, ento, originarem gros atrofiados, notando-se, nesse caso, diminutos pontos escuros nas glumas (Figura 5).
Fig. 4 Bainha de estilete de Oebalus poecilus (formaes vermelhas) na superfcie da espigueta de arroz.
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Fig. 5
Espiguetas de arroz manchadas e vazias ( esquerda), e atrofiadas (no centro), devido alimentao de Oebalus poecilus, e panculas normais ( direita).
Tabela 6.
Nmero de gros danificados por Oebalus poecilus Stal, 1860 na cultivar de arroz Starbonnet, infestadas por 24 horas, em diferentes fases do desenvolvimento dos gros (Adaptado de Rai, 1974). N de percevejo por pancula de 16 gros* Adultos Ninfas de terceiro nstar 4 9,5 3,9 4,4 2 8,4 4,1 2,5 4 7,2 4,5 1,5 2 5,7 5,0 0 0 0 0 0
Quando o ataque ocorre durante o final do desenvolvimento dos gros, formam-se reas escuras na casca (Figura 5) e brancas ou escuras no endosperma (Figura 6), em volta dos pontos perfurados com o rostro. Os gros ficam estruturalmente enfraquecidos nas regies danificadas e geralmente quebram durante o beneficiamento. (Ferreira & Martins, 1984; Ferreira, 1998a, 1998b e 1999). Para a cultivar BR Irga 410, foi estimado que a permanncia de um percevejo adulto nas panculas, em fase de maturao pode destruir 61,7 espiguetas, o que corresponde a 1,69 g de arroz
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(Martins et al., 1989). Os percevejos tambm so vetores de vrios fungos (Tabela 8), alguns dos quais contribuem para aumentar a incidncia de manchas nos gros, quando associados s picadas dos percevejos (Antoniolli, 988).
Fig. 6 Gros de arroz polidos apresentando diferentes tipos de manchas nos pontos atingidos pelas picadas de Oebalus spp.
Tabela 7.
Efeito de vrios nveis populacionais de Oebalus poecilus, em dois estdios de desenvolvimento da cultivar de arroz 6137, sobre o rendimento e qualidade de gros, na Guiana Inglesa (Adaptado de Kennard, 1966). Rendimento (em casca) (kg/ha) 3311 2762 2055 701 2683 2338 2322 a ab ab c ab b b Rendimento no beneficiamento(%) Gros Gros Inteiros quebrados 69,5 62,2 61,7 36,5 66,7 63,3 62,8 26,1 33,3 42,8 53,4 35,1 50,8 52,2 Gros Manchados (%) 8,5 24,9 34,5 71,2 40,5 42,3 55,7
0 20 40 80 20 40 80
Gro leitoso
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Tabela 8. Fungos isolados do rostro e pernas de Oebalus poecilus e de gros de arroz manchados (Adaptado de Kennard, 1966). Nmero de percevejos infectados Fungos Helminthosporium oryzae Nigrospora oryzae Curvularia lunata Fusarium spp. Cladosporium spp. Penicillium sp. Coletados em Coletados gramneas em arroz 0 0 0 0 0 2 28 0 6 2 0 5 Nmero de gros manchados infectados em: Parcelas infestadas 45 15 9 3 4 0 Parcelas no infestadas 32 11 3 3 0 0
Os percentuais de perdas quantitativas e qualitativas, provocados por O. poecilus e O. ypsilongriseus, foram estudados em algumas cultivares de arroz de vrzea e terras altas, infestando artificialmente panculas, com dois insetos adultos, em campo, no inicio do estdio leitoso das espiguetas,. As perdas quantitativas foram determinadas pela metodologia apresentada em Heinrichs et al. (1985) e as qualitativas pela reduo do poder germinativo (Ferreira et al., 1999; Silva, 2000), e pela porcentagem de plantas emergidas (Chaves et al., 2001). O. poecilus provocou uma perda total mdia de 52,7 % em 10 gentipos de arroz irrigado, sendo 29,9 % de perdas quantitativas e 33,0 % de perdas qualitativas. Nas cultivares Java e Jequitib, observou-se uma tendncia, principalmente na primeira, de O. poecilus ser mais prejudicial do que O. ypsilongriseus (Ferreira et al., 1999). Em gentipos de arroz de terras altas (Silva, 2000) as perdas totais mdias foram mais baixas, sendo de 25,2 % para O. poecilus e 36,4 % para O. ypsilongriseus, encontrando para ambos os insetos perdas quantitativas menores do que as qualitativas, mas, no geral, O. ypsilongriseus foi mais prejudicial do que O. poecilus . Chaves et al. (2001) verificou que sementes provenientes de 13 gentipos de arroz irrigado, infestados com um e dois O. poecilus sofreram, em relao s testemunhas, redues mdias de plntulas emergidas de 11,2 % e 19,5 %, respectivamente.
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As Tabelas 9 e 10 contm dados que podem ser utilizados para orientar o controle de O. poecilus e O. ypsilongriseus, em algumas cultivares de arroz de vrzea e de terras altas. Os dados foram estimados a partir do peso mdio de espiguetas de panculas no infestadas e infestadas com dois percevejos, considerando produtividades mdias de 6000 kg/ha para arroz de vrzea e 3500 kg/ha para arroz de terras altas.
Tabela 9. Peso mdio das espiguetas de panculas de arroz irrigado no infestadas com o percevejo e estimativas relacionadas ao seu dano. Espiguetas/ pancula (g) 2,920 1,630 2,632 2,805 2,497 Panculas/ m2 205,5 368,1 228,0 213,9 202,4 O. poecilus/ m2 411,0 736,2 456,0 427,8 507,8 Total de perda/ m2 (g) 276,0 282,0 369,0 289,2 304,1 Perda/m2/ percevejo (g) 0,672 0,383 0,809 0,676 0,635
Tabela 10. Peso mdio das espiguetas de panculas de arroz de terras altas no infestadas com Oebalus spp. e estimativas relacionadas aos seus danos. Porcentagens de perdas Cultivares O. poecilus Quantitativa Caiap Canastra Carajs Maravilha Primavera Mdia 11,2 9,2 12,0 9,3 8,3 10,0 Qualitativa 16,2 18,0 15,7 25,2 9,2 16,9 Total 25,6 25,5 25,8 32,2 16,7 25,2 O. ypsilongriseus Quantitativa 10,4 10,6 13,6 11,9 9,2 11,1 Qualitativa 25,2 27,5 38,5 26,5 25,0 28,5 Total 32,9 35,2 46,9 35,2 31,9 36,4
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MANEJO
Prticas culturais: Evitar plantio escalonado de arroz em reas prximas; fazer os plantios sucessivos em sentido contrrio direo predominante do vento; manter o interior e as margens dos campos livres de plantas hospedeiras da praga como, por exemplo, Digitaria spp., Echinochloa crusgalli e E. cruspavonis; evitar acmulo de quaisquer materiais que possam abrigar a praga; utilizar arroz como cultura armadilha em 5 a 10% da rea, plantando dez a 15 dias antes do plantio geral, e aplicar inseticida se infestada na poca de formao dos gros; destruir os restos de cultura aps a colheita ou no incio da poca seca, por arao ou princorporao. Albuquerque (1993) estudou um mtodo alternativo para manejar O. poecilus em arrozais do Rio Grande do Sul. Este mtodo, envolve o atraso da poca de plantio do arroz para primeira metade de dezembro, a utilizao de cultivares menos suscetveis ao efeito da fotofase no florescimento e o efeito dessa em induzir dia pausa no inseto Resistncia varietal: Nenhuma cultivar comercializada como resistente ao inseto. Entretanto, estudos realizados com Oebalus pugnax (Nilakhe, 1976; Robinson et al., 1981) indicam a possibilidade de se conseguir arroz resistente a percevejos que atacam as panculas, j existindo metodologias desenvolvidas com esta finalidade (Heinrichs et al., 1985; Bowling, 1979). Martins et al. (1989) verificaram que, em teste de confinamento de O. poecilus em panculas das cultivares BR Irga 414, BR Irga 411, Buebelle, BR Irga 410 e EEA-406, a porcentagem de perda de peso dos gros nas trs primeiras cultivares foi significativamente menor do que nas demais, sendo o nmero de gros cheios naquelas, infestadas ou no, em geral, menor do que nestas. Ferreira et al. (1999) compararam 14 gentipos de arroz de vrzea, infestando artificialmente panculas com dois O. poecilus adultos e encontraram algumas diferenas entre os gentipos pela perda de peso e porcentagem de perda de peso (Tabela 11). A cultivar Java teve perda de peso e porcentagem de perda de peso significativamente menor do que a cultivar Metica 1, e as linhagens CNA 7857 e CNA 8487 demonstraram tolerncia, antixenose, ou ambas a O. poecilus.
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Tabela 11. Perdas quantitativas provocadas por dois adultos de Oebalus poecilus em panculas dos gentipos de arroz irrigado (Goianira-GO, 1997/98). Cultivares e linhagens Rio formoso CNA 7556 Metica 1 CNA 7857 CNA 7204 Jequitib CNA 8033 CNA 8467 CNA 8003 CNA 7545 CNA 8470 Java CNA 6343 CNA 8487 Mdia Coef. Variao Perda de massa por espigueta infestada 1 0,003 0,006 0,008 0,009 0,004 0,006 0,004 0,003 0,007 0,007 0,007 0,001 0,007 0,007 0,006 49,7 ab ab ab a ab ab ab ab ab ab ab b ab ab Porcentagem perda de massa / espigueta 1,2 13,7 28,5 34,8 37,5 18,5 21,5 11,8 15,1 25,9 30,2 29,2 6,8 6,1 34,1 23,8 33,6 ab ab a a ab ab ab ab ab ab ab b ab a
1 Valores nas colunas seguidos de igual letra, no diferem pelo teste de Tukey a 0,05 de probabilidade 2
CONTROLE BIOLGICO:
Predador de ninfas e adultos: Apiomerus flavipennis Herr. Schaff (Hemiptera-Reduvidae). Parasitide de adultos e ninfas: Beskia cornuta (Brauer & Bergenstan, 1890); (Diptera: Tachinidae). Parasitides de ovos: Microphanurus mormidae Lima, 1935 e Telenomus mormidea Lima, 1935 (Hymenoptera-Scelionidae) considerados mais importantes.
CONTROLE QUMICO:
O controle dos percevejos das panculas pode ser efetuado com a pulverizao de um dos inseticidas recomendados (Ferreira, 1999), nas quantidades dos ingredientes ativos indicadas, como
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malation (500 a 1000 g/ha) e fenitrotion (500 a 1000 g/ha), obedecendo um prazo de carncia de 14 dias, para essas espcies na cultura do arroz. Deve-se iniciar o monitoramento da praga na cultura quando aparecerem as primeiras panculas. Aplicar um dos inseticidas recomendados quando o nvel de tratamento ou de ao for atingido. Esse nvel atingido quando nas duas primeiras semanas aps iniciar a emisso das panculas, for coletada em mdia cinco percevejos por dez redadas e nas duas semanas subseqentes, dez percevejos por dez redadas ou quando for observado 0,8 a 1,0 Oebalus por dez panculas (Ferreira, 1995). Gonzlez et al.(1983), recomendam a aplicao de tratamento qumico, quando forem encontrados trs O. poecilus por pancula.
MONITORAMENTO:
O monitoramento deve ser feito, utilizando uma rede entomolgica de varredura, tendo 0,38 m de aro, saco com 0,70 m de profundidade e cabo com 0,60 m de comprimento. Em lavouras de at 5 ha, devem ser tiradas amostras em 10 pontos ao acaso (Weber, 1989), percorrendo-se a lavoura em zig-zag em sentido diagonal (Reissig et al., 1986), fazendo em cada ponto 10 redadas (Costa et al., 1993). Em reas maiores, as amostras devem ser tiradas depois de caminhar aproximadamente 60 passos. O nmero de percevejos de cada amostra deve ser registrado, calculando-se depois a infestao mdia. Existem alguns mtodos para ajudar a tomada de deciso sobre a necessidade de aplicar tratamento de controle. Um dos mais simples, desenvolvido por Walker (1990), baseia-se no nvel de ganho (LG), calculado a partir do custo de controle e do preo do kg do arroz: LG (kg/ha) = custo de controle/preo de 1 kg de arroz
Exemplo
Preo do Arroz Custo de aplicao Inseticida: Sumithion 500 CE Mquina Mo de obra Custo total R$ 18,00 saca 60 kg) (em 1 ha) (1 litro) (0,5 Hm) (2 DH) 1 ha R$ 0,30 R$ 23,76 R$ 8,00 R$ 2,40 R$ 34.16
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LG= 34,16/0,30=113,9 kg/ha ou 11,39 g/m2 O LG pode tambm ser calculado relacionando-se a perda de jproduo (w) a infestao (I), sendo que w = a + b(I) Onde a = perda na ausncia da praga b = taxa de perda, inclinao, ou perda por unidade de infestao (i)
O limiar da ao (LA) pode ser calculado como segue: LA = LG/b Considerando produtividades mdias de 6000 e 3500 kg de arroz em casca por hectare, ou de 600 e 350 g/m2, respectivamente para arroz irrigado e de terras altas, e considerando as taxas de perda apresentadas para o O. poecillus nas Tabelas 9 e 10 (ltima coluna) e para O. ypsilongriseus na Tabela 10 (penltima coluna), possvel calcular o nmero de percevejos por m2 necessrios para causar perda equivalente a 11,39 g/m2 emcada uma das cultivares. No caso da cultivar Formoso o nvel de controle ou de ao, ser LA= 11,39/ 0,672= 16,9 O. poecilus/ m2 (populao absoluta), que devem permanecer alimentando-se das panculas desde o inicio do estgio leitoso at a completa maturao das espiguetas. Portanto o controle para ser econmico s deve ser feito se no inicio da fase leitosa existirem mais de 16,9 percevejos/ m2 ou 0,8 percevejos / 10 panculas. Considerando que a rede entomolgica de varredura extrai aproximadamente 0,25% da populao absoluta e que 10 redadas cobrem uma rea de 3m2 o limiar de ao, neste ponto, corresponde a um nmero mdio de 1,3 ou mais percevejos por redada, lembrando tambm que os danos so maiores durante o inicio da fase leitosa, devendo se atuar, no inicio da emisso das panculas, com 0,5 percevejos/ redada.
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Tabela 12. Inseticidas registrados para pulverizao de arrozal contra Oebalus spp. Nome comum ou ingediiente ativo Carbaril Malation Fenitrotion Paration metil Betaciflutrina 1
Formulao comercial Sevin 480 SC Malatol 500 CE Malatol 1000 CE Sumithion 500CE Folidol 600 CE Folisuper 600 CE Buldock 125 SC
Formulao Carncia comercial: (dias)2 l/ha 1,88-2,08 2,00-2,50 1,00-1,25 1,25-2,5 0,35-0,67 0,35-0,67 0,05 14 7 14 14 15 15 20
I= Altamente toxico, II= Medianamente toxico, III= Pouco toxico, IV=Praticamente atxico, 2Perodo entre a ltima aplicao e a colheita Fonte: Embrapa Clima Temperado (1999); Ferreira (1999) Embrapa Clima Temperado (Pelotas). Arroz irrigado: recomendaes tcnicas da pesquisa para o Sul do Brasil. Pelotas: Embrapa Cilma Temperado / IRGA / EPAGRI, 1999. 124 p. (Embrapa Clima Temperado: Documentos, 57)
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