Sax e Metais 7mb
Sax e Metais 7mb
Sax e Metais 7mb
GOSPEL:
LEO GANDELMAN
com as aulas de David nd (sax), (auta), Henrique Ba e Michel Rafael Velloso (sax) Moraes (clarinete)
TOQUE MELHOR nc Ga
ABC DO BLUES
SUPERGUIA
com
Esta revista apia Editor / Diretor Daniel A. Neves S. Lima Diretora de Redao Regina Valente MTB: 36.640 Editora Tcnica Dbora de Aquino Reportagem Verena Ferreira Reviso Hebe Ester Lucas Gerente Comercial Eduarda Lopes Administrativo / Financeiro Carla Anne Direo de Arte Alexandre Braga Impresso e Acabamento Grfica PROL Fotos Divulgao, Kazuo Watanabe, Luis Garrido, Tiago Gracindo Colaboradores Deise Juliana, Marcelo Coelho, Marcio Mazzi Morales (texto); Csar Albino (teste saxofone); David Ganc, Henrique Band, Michel Moraes e Rafael Velloso (workshops) Distribuio Nacional para todo o Brasil Fernando Chinaglia Distribuidora S/A Rua Teodoro da Silva, 907 Graja CEP 20563-900 Rio de Janeiro RJ Tel.: (21) 2195-3200 Assessoria Edicase Solues para Editores Sax & Metais (ISSN 1809-5410) uma publicao da Msica & Mercado Editorial. Administrao, Redao e Publicidade: Rua Alvorada, 700 Vila Olmpia CEP 04550-003 So Paulo SP Brasil Todos os direitos reservados. Publicidade Anuncie na Sax & Metais saxemetais@musicamercado.com.br Tel./Fax: (11) 3567-1940 3846-4446 www.saxemetais.com.br e-mail: ajuda@saxemetais.com.br
EDITORIAL
VIVA A DIVERSIDADE!
cada edio de Sax & Metais, toda a equipe se rene para denir as pautas que levaremos at voc. Discutimos a relevncia dos assuntos, listamos nomes importantes para ilustrar nossas pginas e denimos o que entra ou no na sua revista. um trabalho de garimpo, avaliao e edio bastante complexo, porque nosso intuito publicar o que h de melhor no meio musical e, especicamente, no de sopro. Nesta edio no foi diferente. Posso armar, em nome de toda a equipe da revista, que quei muito satisfeita do comeo ao m dessas 52 pginas que voc comea a ler aqui. Primeiro, pela matria de capa, realizada de forma magistral pela nossa editora Dbora de Aquino com Leo Gandelman, um saxofonista capaz de tocar, produzir, compor e arranjar com a mesma maestria, e em diversas vertentes da msica, do pop ao jazz. Na parte tcnica, trazemos 16 exerccios para voc entender e tocar melhor o blues, estilo musical to difundido e cheio de macetes. Saiba sobre sua histria, escalas e dicas para se aperfeioar. Trazemos tambm grandes nomes da msica, como Rodrigo Bento, que aps dez anos tocando com o timo Jota Quest, agora avana em carreira-solo, com muito sucesso; o estilo de Paulo Oliveira, e uma entrevista exclusiva com o porto-riquenho David Sanchez, um dos representantes da gerao de young lions que, literalmente, abalou Nova York. Temos ainda workshops, informaes sobre festivais e anlises de instrumentos e acessrios. Est imperdvel. Aproveite cada pauta, ou melhor, cada pgina! Um abrao, Regina Valente
NDICE
SEES
4 Editorial 8 Cartas 10 Live! Shows, projetos e novidades do universo do sopro 14 Vida de msico Edu Amaral 36 Anlises Sax alto Condor Palhetas Vandoren Java e V16 40 Vitrine 41 Reviews Lanamentos de CDs
MATRIAS
16 PERFIL Paulo Oliveira Com o wind-synth, o instrumentista utiliza a tecnologia para uma intensa produo (e evoluo) musical 18 CAPA Leo Gandelman, um dos mais versteis saxofonistas da atualidade, que ainda produz, compe e faz arranjos com maestria. Confira entrevista exclusiva. 26
20 Leo Gandelman
28
34 GOSPEL Nen Santos: o msico investe na carreira-solo e vem despontando no cenrio evanglico mesclando jazz com suingue e pop 36
WORKSHOPS
42 44 46 48
NDICE
SEES
4 Editorial 8 Cartas 10 Live! Shows, projetos e novidades do universo do sopro 14 Vida de msico Edu Amaral 36 Anlises Sax alto Condor Palhetas Vandoren Java e V16 40 Reviews Lanamentos de CDs
MATRIAS
16 PERFIL Paulo Oliveira Com o wind-synth, o instrumentista utiliza a tecnologia para uma intensa produo (e evoluo) musical 18 CAPA Leo Gandelman, um dos mais versteis saxofonistas da atualidade, que ainda produz, compe e faz arranjos com maestria. Confira entrevista exclusiva. 26
20 Leo Gandelman
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34 GOSPEL Nen Santos: o msico investe na carreira-solo e vem despontando no cenrio evanglico mesclando jazz com suingue e pop 36
WORKSHOPS
42 44 46 48
CARTAS
Surpreendente
O que dizer de uma revista que a cada ms vem surpreendendo com matrias interessantes e relevantes para ns, msicos e instrumentistas de sopro. S tenho a dizer: meus parabns! Tom Silva So Paulo, SP
Fale com a Sax & Metais: envie suas dvidas e sugestes para: ajuda@saxemetais.com.br ou escreva para: Rua Alvorada, 700 Vila Olmpia CEP 04550-003 So Paulo SP Brasil
Anotamos aqui seu pedido e continue acompanhando a revista, que em breve teremos novidades a respeito. Abraos! A redao
Fora do eixo
Fiquei muito feliz com a matria sobre meu trabalho e espero conhecer outros artistas que, como eu, no so do eixo RJ-SP e tm uma produo fonogrca autoral. Tudo por meio da revista. Vida longa e muito som! Mrcio Menezes Teresina, PI
Srie Harmnica
Gostaria de sugerir uma que a Sax & Metais nos premiasse com uma srie sobre progresso harmnica e tcnicas como vibrato, etc. Gilvane Rosa Angra dos Reis, RJ Ol,Gilvane Obrigada pela sua sugesto, sem dvida um assunto que interessa a todos os msicos de sopro.
Lea Freire
Muito boa a entrevista com essa tima musicista. Aprendi muito com tudo que ela relatou, e toda experincia que ela passou por meio dessa reportagem. Obrigada revista por nos presentear com matrias assim! Andr Souza Salvador, BA
CARTAS
Lea Freire
Muito boa a entrevista com essa tima musicista. Aprendi muito com tudo que ela relatou, e toda experincia que ela passou por meio dessa reportagem. Obrigada revista por nos presentear com matrias assim! Andr Souza Salvador, BA
Fale com a Sax & Metais: envie suas dvidas e sugestes para: ajuda@saxemetais.com.br ou escreva para: Rua Alvorada, 700 Vila Olmpia CEP 04550-003 So Paulo SP Brasil
trabalho e espero conhecer outros artistas que, como eu, no so do eixo RJ-SP e tm uma produo fonogrca autoral. Tudo por meio da revista. Vida longa e muito som! Mrcio Menezes Teresina, PI
ela demora para chegar s bancas? Paulo Antunes So Paulo, SP Ol, Paulo Obrigada pelos elogios. Quanto s bancas, de fato tivemos alguns atrasos, mas nossa equipe j resolveu esse problema e pode ter certeza de que voc encontrar sua revista nas bancas todos os meses. Um abrao! A redao
Surpreendente
O que dizer de uma revista que a cada ms vem surpreendendo com matrias interessantes e relevantes para ns, msicos e instrumentistas de sopro. S tenho a dizer: meus parabns! Tom Silva So Paulo, SP
Srie Harmnica
Gostaria de sugerir uma que a Sax & Metais nos premiasse com uma srie sobre progresso harmnica e tcnicas como vibrato, etc. Gilvane Rosa Angra dos Reis, RJ Ol,Gilvane Obrigada pela sua sugesto, sem dvida um assunto que interessa a todos os msicos de sopro. Anotamos aqui seu pedido e continue acompanhando a revista, que em breve teremos novidades a respeito. Abraos! A redao
Fora do eixo
Fiquei muito feliz com a matria sobre meu
LIVE!
AMAZONAS NO CIRCUITO DE JAZZ
TESTE NOVIDADE ESTDIO TECNOLOGIA REVIEW LIVE!
Aqui voc confere a agenda de shows e encontros de msicos em todo o Brasil e ca antenado com as novidades do mundo do sopro
s diversas manifestaes do jazz contemporneo se renem em Manaus de 25 a 29 de julho, durante o 2 Festival Amazonas Jazz, uma promoo do Governo do Estado. Segundo o secretrio de Cultura, Robrio Braga, o objetivo do evento promover o Amazonas como destino cultural e turstico, alm de incluir a capital no roteiro dos grandes festivais internacionais do gnero. A direo do festival est sob a responsabilidade do maestro portugus Rui Carvalho. Graas ao sucesso da primeira edio, este ano o evento ganhou um dia a mais na programao, que inclui shows de artistas nacionais e internacionais, como Mauro Senise Quarteto, Guinga Grupo, Jeremy Pelt, Egberto Gismonti, Robin Eubanks, Spokfrevo Orquestra, entre outros. O festival traz ainda alguns eventos paralelos,
como workshops e ocinas sobre o universo do jazz, com o objetivo de dar capacitao tcnico-pedaggica a prossionais da msica. Para mais informaes, ligue para (92) 3232-1768 ou contate o e-mail editar.am@uol.com.br. l
PEDRO II EM FESTA
I Frum PlanetaBandas foi realizado de 1 a 3 de junho e teve apoio de vrios maestros e regentes de bandas e fanfarras. Cerca de 750 pessoas participaram do evento, que indito para o segmento e que trouxe diversos debates culturais. Entre os principais estava uma palestra com Rose Melsburguer sobre como formatar projetos para captao de recursos. O palestrante Nivaldo Percival tambm falou sobre os aspectos bsicos da legislao de apoio cultura. E na parte mais prtica do frum, Mrcia Helena Duque e os coregrafos Alemo e Polini discorreram sobre os elementos coreogrcos de linhas de frente e balizas. Para complementar a parte prtica, Silvio Luiz de Oliveira falou sobre as noes de arranjos, a escolha de repertrio, a instrumentao e a formao do grupo em fanfarras. E para falar sobre a Internet como meio de informao e marketing, o editor do site do PlanetaBandas, Marcio Mazzi Morales, tambm esteve presente. Para completar o I Frum PlanetaBandas, o pblico pde conferir shows musicais com o Coral Itaquaquecetuba e com o Grupo de Metais da Banda Marcial Snior do Colgio Santa Isabel. Com o sucesso da primeira edio do evento, a organizao j marcou a prxima para setembro de 2008 e promete novidades. Para mais informaes, que atento ao site www.planetabandas.com.br. l
Festival de Inverno de Pedro II realizou sua quarta edio entre os dias 7 e 10 de junho em Pedro II, que ca a 195 quilmetros de Teresina, capital do Piau. Nomes como Derico, JJ Jackson, Yamandu Costa, Hamilton Holanda e Osvaldinho do Acordeon marcaram presena no evento com shows gratuitos. Do Piau, os artistas Srgio Mattos & Bumba Trio, Ockteto, Italo e Renno e Trombone & Cia tambm deram um show no festival. Alm da programao com os nomes do jazz e do blues, o clima agradvel e o potencial turstico da cidade serrana garantiram o sucesso do evento. Segundo a assessoria de imprensa do festival, estimase que cerca de 10 mil turistas passaram pelo local em decorrncia do evento, que trouxe tambm atraes do artesanato, da gastronomia e da cultura, alm dos shows musicais. O IV Festival de Inverno de Pedro II uma realizao do Sebrae com apoio do Governo do Estado. l
LIVE!
TESTE NOVIDADE ESTDIO TECNOLOGIA REVIEW LIVE!
Quarteto Caixa Acstica vem se destacando no cenrio musical do Rio de Janeiro. Em junho, o grupo abriu o Festival Visa de Jazz, em Itaipava (RJ), com grande aclamao do pblico e da organizao. O Quarteto tambm foi convidado pelo segundo ano consecutivo para integrar as atraes do Festival Sesc de Inverno do Rio de Janeiro. No dia 12 de julho o quarteto abriu o festival no mesmo espao em que Mauro Senise e seu quarteto fazem a festa da msica instrumental. Formado por Antonio Ribeiro (sax e auta), Rodrigo Veiga (bateria), Henrique Branco (teclado) e Leonardo Miranda (baixo), o Caixa Acstica planeja vos mais altos. Recebemos convites para tocar na Frana, Alemanha, EUA e Portugal. Estamos vendo o que de melhor ser possvel fazer para conciliar todos os eventos, arma Antonio Ribeiro, integrante do quarteto. Ribeiro trabalha ainda como produtor de eventos do Casaro Produes, outro destaque da regio serrana do Rio de Janeiro e que apia o Caixa Acstica. Alm de Ribeiro, Leandro Leite e Viviane Albacete trabalham como produtores e so proprietrios do local. Localizado em Terespolis, o Casaro funciona como uma produtora de servios em udio e vdeo, sendo um excelente local de ensaio para msicos. A produtora promove ainda eventos musicais que fazem parte do Projeto Workshows, que rene artistas para se apresentar. Pela ampla oferta de eventos e servios, o local acabou se tornando um ponto de encontro de msicos de destaque, como Arthur Maia (acompanhado de Josu Lopez no sax), Paulo Calasans, Carlos Balla, Joo Bani e Zeppa, entre outros. Agora, com a construo da Lona Cultural, poderemos abrigar, em vez de apenas 50 seletos lugares,
O quarteto: Antonio Ribeiro (sax e auta), Leonardo Miranda (baixo), Henrique Branco (teclado) e Rodrigo Veiga (bateria)
em mdia 400 pessoas, conta Ribeiro. A produtora tambm faz gravaes digitais de udio e vdeo, alm de autorao de DVDs. H trs anos em atividade, o estdio conta com uma sala de ensaio de 48 m2 e preparao acstica, com possibilidade de gravar ensaios de msicos em tempo real. Os msicos podem, ainda, contar com toda a aparelhagem necessria disponvel, bastando apenas trazer o instrumento. Contato do Casaro Produes: (21) 2642-3366 e www.casaraoproducoes.com.br. Contato do Quarteto Caixa Acstica: (21) 2642-4217. l
Delira Msica acaba de lanar o novo CD do gaitista Maurcio Einhorn. Com o nome de Travessuras, o lbum foi produzido e dirigido por Ricardo Leo, com arranjos de Csar Camargo Mariano, Ricardo Leo, Jess Sadoc e Vittor Santos. O disco foi lanado no dia 12 de julho na Sala Ceclia Meirelles, no Rio de Janeiro (RJ) e uma realizao da Delira Msica, com apoio da Lei Federal de Incentivo Cultura. Einhorn lho de gaitistas e tem mais de 60 anos de experincia no instrumento. Seu primeiro disco foi gravado em 1949 com o conjunto de harmnicas Brazilian Rascals. Em 1957, participava ativamente do movimento bossa nova, com vrias msicas gravadas por intrpretes de renome, como Tom Jobim, Hubert Laws, Herbie Mann, Cannonball Adderley e outros. Einhorn recebeu vrios convites e viajou para os EUA para representar seu jazz samba com parceiros ilustres como Joe Carter, Jim Hall, Ron Carter, Herbie Mann, Richard Kimball, David Sanborn, Monty Alexander, Nina Simoni, Nilson Matta, Romero Lubambo. O incio de algumas das 12 composies do disco pode ser ouvido no site da Delira Msica www.deliramusica.com.br. L voc pode obter ainda mais informaes sobre o disco e sobre o artista. l
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saxofonista, lder do grupo MC4+, esteve no festival italiano e participou do 17 Encontro Internacional de Escolas de Jazz (IASJ). Fui convidado pelo David Liebman, curador do festival, para lanar o meu CD, colagens, e dar uma masterclass sobre o uso da polirritmia no meu processo composicional, conta o msico. O encontro aconteceu na cidade de Siena, de 7 a 13 de julho, e contou com a presena de escolas e universidades de jazz de mais de 30 pases, incluindo representantes brasileiros, como o Souza Lima Conservatrio de Msica. O Brasil ser a sede desse encontro em 2011. l
mania de publicar vdeos de todos os tipos na web torna tudo mais fcil. Imagens que antes pertenciam apenas a colecionadores ou curiosos agora esto expostas em sites como o Youtube (www. youtube.com) e esto ao alcance de qualquer usurio da Internet. Instrumentistas de sopro e saxofonistas de renome tambm marcam presena em vdeos na web. Ao buscar por Miles Davis, por exemplo, voc pode encontrar mais de 6 mil aparies do astro do trompete. No caso de John Coltrane, ao fazer a busca, possvel optar entre mais de 1.400 opes de vdeos em que o saxofonista se apresenta solo ou com convidados. Como Coltrane e Davis, que inclusive esto juntos em vrios vdeos, instrumentistas como Freddie Hubbard e Charlie Parker e tantos outros podem continuar presentes graas Internet e suas faces multimdias. Para visualizar um dos vdeos mais requisitados da dupla Davis e Coltrane, clique em: www.youtube.com/watch?v=U4FAKRpUCYY. Para conhecer um dos solos de Coltrane, clique em www.youtube. com/watch?v=2pXWKwUYGKg. Ou busque em www.youtube.com/ watch?v=EnSYHzyjZcM um dos vdeos mais vistos de uma das belas performances de Freddie Hubbard. Vale a pena conferir. l
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saxofonista, lder do grupo MC4+, esteve no festival italiano e participou do 17 Encontro Internacional de Escolas de Jazz (IASJ). Fui convidado pelo David Liebman, curador do festival, para lanar o meu CD, colagens, e dar uma masterclass sobre o uso da polirritmia no meu processo composicional, conta o msico. O encontro aconteceu na cidade de Siena, de 7 a 13 de julho, e contou com a presena de escolas e universidades de jazz de mais de 30 pases, incluindo representantes brasileiros, como o Souza Lima Conservatrio de Msica. O Brasil ser a sede desse encontro em 2011. l
mania de publicar vdeos de todos os tipos na web torna tudo mais fcil. Imagens que antes pertenciam apenas a colecionadores ou curiosos agora esto expostas em sites como o Youtube (www. youtube.com) e esto ao alcance de qualquer usurio da Internet. Instrumentistas de sopro e saxofonistas de renome tambm marcam presena em vdeos na web. Ao buscar por Miles Davis, por exemplo, voc pode encontrar mais de 6 mil aparies do astro do trompete. No caso de John Coltrane, ao fazer a busca, possvel optar entre mais de 1.400 opes de vdeos em que o saxofonista se apresenta solo ou com convidados. Como Coltrane e Davis, que inclusive esto juntos em vrios vdeos, instrumentistas como Freddie Hubbard e Charlie Parker e tantos outros podem continuar presentes graas Internet e suas faces multimdias. Para visualizar um dos vdeos mais requisitados da dupla Davis e Coltrane, clique em: www.youtube.com/watch?v=U4FAKRpUCYY. Para conhecer um dos solos de Coltrane, clique em www.youtube. com/watch?v=2pXWKwUYGKg. Ou busque em www.youtube.com/ watch?v=EnSYHzyjZcM um dos vdeos mais vistos de uma das belas performances de Freddie Hubbard. Vale a pena conferir. l
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LIVE!
TESTE
D
Grupo Dixie Square
Blas Rivera
LIVE!
Leo Gandelman
e 25 a 28 de julho, em Bzios, balnerio uminense, aconteceu a dcima edio do Bzios Jazz & Blues Festival. O evento comemorou dez anos com uma edio que apresentou Leo Gandelman (conra matria especial com o msico na pgina 20), Blues Etlicos, Joo Donato, Charlie Hunter, Celso Blues Boy, Phil Guy, Cindy Blackman, Idriss Boudrioua e a big band Big Time Orchestra. Os msicos passaram pelos palcos do Chez Michou e do Ptio Havana. O evento foi criado e organizado pelo grupo Chez Michou e acontece desde 1997. Ao longo de suas edies, o festival trouxe msicos importantes do cenrio nacional e internacional, como Stanley Jordan, Fito Paez, Vernon Reid, Eric Gales, Kurt Brunus, Ray Moore, Bernard Purdie, Marcos Valle, Yamandu Costa e Ed Motta. Para Mrcio Rangel, integrante da Big Time Orchestra, a participao no evento foi muito importante no s do ponto de vista musical, mas tambm de divulgao do trabalho. J participamos de festivais e de eventos grandes, mas no de Bzios foi a primeira vez, no s pela importncia e magnitude, mas principalmente porque sempre aprendemos muito com grandes feras do cenrio musical. Essa troca de experincias maravilhosa, completa Rangel. Nesta edio, vale destacar que a preocupao com o meio ambiente tambm foi atrao. O grupo Chez Michou, por exemplo, aderiu ao movimento Amaznia para Sempre e durante o evento foram coletadas assinaturas para o manifesto contra o desmatamento da Floresta Amaznica. l
ax Ferreira, clarinetista e professor do Conservatrio de Tatu, Tatu (SP) lanou o Guia Tcnico do Clarinetista, durante o Encontro Internacional de Madeiras. O material foi pensado a partir das experincias do professor nas ocinas do Pr Bandas, programa mantido pelo Governo de So Paulo e coordenado pelo Conservatrio. O guia aborda o tema da qualidade do som, o que Ferreira considera uma das principais carncias dos msicos instrumentistas, particularmente clarinetistas. A publicao trata do processo de respirao, que parte essencial na produo de uma boa qualidade sonora, sem deixar de lado aspectos bsicos como a embocadura. O Guia custa R$ 6 e pode ser encomendado pelo telefone: (19) 3554-1746 ou pelo e-mail max.ferreira@itelefonica.com.br. l
(17/07/1967)
az exatos 40 anos que aterrissei em Estocolmo, na Sucia, e liguei para o pianista Lars Wener, cujo nmero me havia sido passado pelo baixista Cameron Brown. Depois dos cumprimentos tradicionais, Lars me perguntou: Voc soube que John Coltrane morreu hoje?. Imediatamente comecei a chorar, enquanto Lars me apressava para pegar o trem de volta terra do mestre. Eu estava na hora e no lugar certos nos anos 1960, e pude ver Trane tocar muitas vezes em Nova York. Foi algo totalmente espontneo, mas mudou minha vida desde ento. Eu no seria a mesma pessoa sem a msica de John Coltrane. Qualquer palavra que eu escreva no vai expressar meu apreo e privilgio de ter testemunhado sua grandeza. Sua msica quase uma crena em um poder superior, me fazia acreditar nisso. Qualquer pessoa que me conhea, pessoalmente ou por meio da minha msica, sabe o quanto Coltrane foi importante em minha vida. Sua msica
me fez perceber que havia algo a mais na existncia do que somos materialmente ou do que vemos em nossa frente. Vale ressaltar que, durante quatro dcadas, a fora da msica de Trane s cresceu mais e mais. Muito em funo dos freqentes lanamentos de novos materiais, mas mais do que isso. Por ironia do destino, fui me tornando um msico melhor nesse perodo, e minha admirao pelo talento e profundidade que Coltrane dedicava ao seu trabalho e ao mundo s poderia aumentar. Essa realidade reforou minhas convices sobre o poder da arte na elevao da vida humana. Se voc tem um modelo como esse na mente e nos ouvidos diariamente, tudo ca muito claro em proporo, no mundo real e musicalmente. Sou um cara de sorte! Obrigada, John, e que voc continue a descansar em paz. l
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JOVENS TALENTOS
JOVENS TALENTOS: POP, SMOOTH E JAZZ COM SWING BRASILEIRO TESTE NOVIDADE ESTDIO TECNOLOGIA REVIEW LIVE!
Vida de Msico
EDU AMARAL
mais novo integrante da banda Placa Luminosa se prepara para o lanamento do seu primeiro CD-solo
Sua trajetria musical comeou em Valinhos, interior de So Paulo, e no exatamente com o saxofone. Edu Amaral deu seus primeiros passos nos instrumentos de harmonia, violo e piano, at que aos 14 anos conheceu o sax e, por indicao de Lo Gandelman, foi estudar com Wilson Teixeira em So Paulo. Seis anos mais tarde, entrou no Conservatrio de Tatu. Hoje saxofonista da banda Placa Luminosa, com quem gravou recentemente um DVD ao lado de Milton Guedes e Fil Machado. J se apresentou em diversas casas de shows em So Paulo e atuou em bandas de vrios estilos e formaes. Formao: Depois de algum tempo tendo aulas com Wilson Teixeira, aos 20 anos fui estudar no Conservatrio Dr. Carlos de Campos, de Tatu, com Vincius Dorin. Mais tarde, em So Paulo, convivi com o Manito, com quem adquiri muita presena de palco, graas s oportunidades que ele me deu. Inuncias: Wilson Teixeira foi meu espelho durante anos. Lo Gandelman foi o caminho por onde tudo comeou. Gosto da forma rica e consciente com que ele desenvolve seus improvisos, encaixando frases de bom gosto nas harmonias. Manito foi a grande referncia em meu lado sideman. Estilo: Gosto do som um pouco mais escuro no sax, com mais graves. Tenho uma inuncia direta do som do Grover Washington Jr., do peso no timbre do sax. Ouo muito soul, smooth esse estilo me fascina e procuro focar meus objetivos sem pensar em rtulos. Meus CDs de cabeceira tm Grover Washington Jr., Gary Bias, do EW&F, Gerald Albright, Maceo Parker. Tive uma fase Eric Marienthal tambm. Gosto muito de um msico brasileiro que o Lincoln Olivetti. Um dos seus melhores CDs o Robson Jorge e Lincoln Olivetti, de 1982. um som muito atual, os arranjos dos naipes muito bem escritos, harmonias complexas e muito bom gosto. Se os americanos tm Quincy Jones, ns temos Lincoln Olivetti. Msica e Internet: Acredito que hoje a formao do msico brasileiro muito mais
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urante seus 30 anos de carreira, Paulo Oliveira j teve a oportunidade de atuar em ambientes musicais muito distintos. O saxofonista e autista, que integra o grupo instrumental Zarabatana desde 2001 e gravou o CD Mistrios, j passou por bandas de baile, orquestras sinfnicas, grupos de msica judaica, pop, sertanejo, jazz, gospel, new age e instrumental brasileiro. Tantas experincias diferentes lhe renderam um timo jogo de cintura. No sou um grande expoente em nenhum desses gneros, mas essa diversidade fez com que
procurasse perceber a esttica e as demandas de cada estilo, e me fez desenvolver uma grande versatilidade, comenta. Na msica popular, atuou e gravou com diversos artistas, de Ronnie Von e Wanderla a Leandro e Leonardo e Zez di Camargo e Luciano, com quem participou das gravaes do DVD Acstico MTV. Mas, com um esprito inquieto, sempre buscando novidades, Oliveira no pra. Tambm arranja tempo para dar aulas e gerenciar seu prprio home studio, onde trabalha com pequenas produes. Alm do saxofone alto, do soprano e da auta, ele incorporou o wind-synth (controlador midi de sopro) e alguns instrumentos tnicos. Gacho de Porto Alegre, Oliveira nasceu em 1958 e ingressou na faculdade de Composio e Regncia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, aos 18 anos, em sua cidade natal. Mas o impulso e a vontade de morar e trabalhar em So Paulo falaram mais alto e o saxofonista decidiu tentar a sorte na capital paulista em 1981. Apesar de no ter completado a graduao, o contato com o mundo acadmico me levou a uma convico muito forte da necessidade do estudo, arma. Essa viso da msica ele aprendeu com seus professores, msicos do naipe de Eduardo Lambari Pecci, Amilson Godoy, Roberto Sion e Armando Albuquerque. Todos eles deixaram marcas importantes em sua formao.
PAULO OLIVEIRA
PERFIL
PAULO OLIVEIRA
FIM
Com a mudana para So Paulo, veio tambm a chance de atuar na msica erudita. O msico integrou o quadro da Orquestra Sinfnica do Teatro Municipal de So Paulo, de Ribeiro Preto e da Sinfonia Cultura. Foi tambm sideman de diversos artistas da msica popular.
CARREIRA INTERNACIONAL
No novidade que a qualidade da msica brasileira muito respeitada no exterior e que a recepo na Europa e nos Estados Unidos est cada vez melhor. Tom Jobim falava que a sada para o msico brasileiro era o Galeo, lembra Paulo. Hoje, o aeroporto ganhou o nome do mestre da msica brasileira, uma forma de reconhecer os talentos que zeram e fazem sucesso aqui e l fora. Mas Oliveira faz uma ressalva: Muitos grandes msicos brasileiros so mais reconhecidos no exterior do que no Brasil. H 19 anos, Oliveira decidiu sair pelo hoje Aeroporto Tom Jobim em busca de reconhecimento fora do Pas. Sua primeira atuao em terras estrangeiras foi em 1988, em Montreal, no Canad. Engana-se quem imaginou que o saxofonista comeou em bares ou tocando em casas noturnas de pequeno porte. Ele deu incio carreira internacional em grande estilo, participando do tradicional e respeitado Festival Internacional de Jazz da cidade canadense. Nessa poca, era integrante do quarteto do guitarrista Olmir Alemo Stocker, que contava
das grandes lojas de msica locais h um espao especial para a msica brasileira, com revistas especializadas editadas por l. O saxofonista at se arrisca a dizer que o pblico japons consome melhor msica que os brasileiros, em termos qualitativos. Tocamos no Festival de Jazz de Kutchan e, em Yokohama, zemos uma pequena temporada na casa de shows Motion Blue. Em poucas ocasies tive a oportunidade de observar tanto carinho e respeito pela msica brasileira, destaca.
ESTRIA-SOLO
Oliveira agora se prepara para lanar seu primeiro CD-solo. Trpico de Capricrnio o nome mais cotado para o lbum, em referncia localizao geogrca da cidade de So Paulo. O disco trar oito composies prprias de diferentes pocas de sua vida. So msicas compostas de dez anos para c e que documentam o processo de implementao do homestudio e da forma de compor utilizando meios eletrnicos. Mas, ao contrrio do que possa parecer, houve a preocupao de manter bem presente a linguagem e os ritmos brasileiros. Neste trabalho, ele toca wind-synth, auta, sax soprano, sax alto, autim, pife e algumas percusses. Esto com ele nesse lbum msicos como Guelo no pandeiro e na moringa, Edu Contreras nas congas e na percusso, Zezinho Pitoco na zabumba e no tringulo, o grupo Zarabatana e o pianista Beba Zanettini.
ainda com Joo da Paraba na percusso e Zezo Ribeiro no violo. No repertrio havia sambas, chorinhos, baies, ritmos do sul todos parte do trabalho autoral de Alemo. Com o mesmo grupo foi para Nova York, Los Angeles e voltou a Montreal, onde a receptividade do pblico foi semelhante primeira passagem. Isso me surpreendeu, porque no queria tocar igual a ningum, mas sim pensando em suingar de um jeito bem brasileiro. E foi ali que percebi o valor da nossa msica, relembra. Mais tarde, com o acordeonista Toninho Ferragutti e com a Orquestra Popular de Cmara, com quem esteve na Europa, os resultados positivos se repetiram. Outra boa parada para a msica brasileira tem sido o Japo, uma nao de cultura to rica e diferente, com um pblico capaz de reverenciar diversos estilos de msicos do Brasil. Oliveira vivenciou isso de forma muito contundente em 2002, quando esteve no pas com a cantora Ana Caram. Tocaram um repertrio composto basicamente de bossa nova, gnero que os japoneses adoram. Inclusive na maioria
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Rodrigo Bento
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CINCO MINUTOS COM: RODRIGO BENTO POR REGINA VALENTE FOTOS: DIVULGAO 1 2 3 4 5
le se consolidou como saxofonista verstil acompanhando por dez anos o grupo de pop mineiro Jota Quest. Sua vida musical comeou na adolescncia, aos 14 anos, quando ainda morava em Salvador, sua cidade natal. Apaixonado por msica, Bento decidiu se tornar msico prossional e partiu em busca de uma formao acadmica consistente, formando-se bacharel em saxofone pela Universidade Federal de Minas Gerais. Mas antes, em Salvador, z muita coisa com msica baiana, com o Araketu, no disco Bom Demais, que me marcou bastante, porque o lbum vendeu Por dez anos, ele muito. No gravamos com metais, e sim com um quarteto de saxofones: Augusto Gomes no acompanhou a soprano, eu no tenor, Teco Sartorelo no barbanda Jota Quest. tono, e o Raimundo Bents, o saxofonista do Araketu, no sax alto, explica. Hoje, trilha seu O trabalho de inserir o sopro na ax mucaminho de forma sic rendeu muitos trabalhos para o msico. A msica baiana tem grandes arranjadores de independente, com sopro hoje. Tanto com a Ivete Sangalo quanto grande sucesso com a Daniela Mercury, principais expoentes, fcil perceber que h excelentes arranjos, comenta. J em Belo Horizonte, conheceu os integrantes do Jota Quest e viu sua carreira deslanchar. > Sax & Metais Voc se considera um msico Aprendi muito e, com isso, voc se disciplina. Instruautodidata? mento de sopro no tem como deixar de pegar, estudar, Em termos, sim. Meu irmo mais novo, Daniel Bento, que relembra. A parceria com o grupo mineiro terminou em tambm saxofonista e toca na banda Cheiro de Amor, com2005, aps uma mudana da prpria banda que deixou prou mtodos que eu acabei usando tambm. O primeiro de lado o naipe de metais no mais recente disco. Hoje foi o do Amadeu Russo. Essa forma de aprender d muito ele se dedica a trabalhos com bandas de black music e trabalho, porque tudo na base da observao, onde coloca pop, alm do seu prprio naipe de metais, o Magic Horns o dedo, que chave aperta. Pensei que mesmo sem professor (veja box na prxima pgina). eu queria aprender de uma forma correta, no achava que tocar 100% de ouvido fosse uma coisa ideal, mas sim 50% INFLUNCIAS de tcnica e teoria e 50% de musicalidade. Na verdade, eu queria tocar piano, mas vendo o sax em casa comecei a pegar Raul Mascarenhas Conheci-o rapidamente aqui e tirar um som, de maneira emprica, sem tcnica nenhuma, em Salvador, um mestre do saxofone. s olhando o mtodo. Eu e meu irmo comeamos a tocar Leo Gandelman Admiro o seu trabalho e escutona mesma poca. Ele fez muita coisa em Salvador mais volo sempre. tada para o lado do ax, e eu na msica erudita. Um ano depois, entrei para a Banda Sinfnica da Universidade. Era Marcelo Martins Tem um timbre fantstico e imum grupo semiprossional, porque a maioria dos msicos provisa muito bem. fazia parte da Orquestra Sinfnica. Nesse grupo eram raros Vitor Assis Brasil Um marco, inuenciou muita os msicos que no viviam de msica. Cheguei achando que gente. Tem um disco dele ao vivo no Rio de Janeiro, sabia ler tudo de primeira, mas no sabia. Estudava os mtoPro Zeca, que toquei com o Lula Nascimento, baterisdos de diviso e cheguei a fazer uns bem difceis, porm no ta de Salvador. havia tido contato, por exemplo, com compasso composto, 5/8, 7/8, essas coisas menos comuns. Foi na Banda Sinfni Oberdan Magalhes, da banda Black Rio ca que eu aprendi mesmo, l foi a minha escola. Um grande msico, que respeito muito.
RODRIGO BENTO
RODRIGO BENTO
FIM
> Quantos anos voc tinha? Comecei por volta dos 14, e com 15 para 16 eu j tocava. > Por que voc foi para Belo Horizonte? Assim que sa de Salvador, prestei vestibular para bacharelado em saxofone na Universidade Federal de Minas Gerais. Na poca, s havia esse curso e outro em Braslia. O da UFMG era conduzido por um professor de tcnica que at hoje est l, o Dlson Florncio, para mim, um msico no mesmo nvel dos grandes nomes da msica clssica mundial. > Como conheceu o pessoal do Jota Quest? Assim que cheguei a Minas, comecei a tocar muito na noite. Alis, noite em BH impressionante. Era a poca em que o Skank estava comeando, tinha realmente muito trabalho. Eu tocava com muitos artistas locais, fazia covers. Fiz tambm algumas peas eruditas como O Americano em Paris Rhapsody In Blues, do G. Gershwin, com a Orquestra do Estado e tambm gravava muito. Aos poucos comecei a dar aulas. Fui para uma famosa escola americana chamada Pr Music e neste ano em que fui para l, eles queriam fazer um festival. Queriam mostrar para o pblico o trabalho que era feito l dentro. Escolheram um lugar emblemtico de Belo Horizonte chamado Bar Nacional, muito famoso na poca. O Rogrio Flausino, do Jota Quest, foi tocar uma msica com a gente, chamada F Cega, Faca Amolada. Passados alguns dias, o guitarrista Marco Tlio me ligou, falou que tinha me visto tocar no festival e me perguntou se eu tinha interesse em tocar com eles. Eles nem eram conhecidos ainda, fui ao show, gostei. Na semana seguinte comecei a tocar na banda. Seis meses depois eles assinaram com a Sony Music, foi muito rpido. > Como era a sua participao? Nos primeiros discos, ns do naipe no grav-
vamos. Isso por causa das execues ao vivo, de covers. Quando precisava de algum arranjo, eu chegava com alguma coisa, o trompetista era o Paulinho (Paulo Mrcio, hoje do Skank), que tambm escrevia. Ele acabou saindo e eu comecei a escrever mais por necessidade mesmo. Com isso, ganhamos espao. Com o tempo, a porcentagem do naipe de fora que participava foi diminuindo. O disco Oxignio (o penltimo da banda) foi o divisor de guas: gravamos metade com o naipe do Ed Motta, que era o Jess Sadoc, o Lel, o Audivas e o Vitor Santos, e a outra metade era o Serginho do Trombone, o Bidinho e o Z Carlos. A partir da, era s o naipe do Jota Quest que gravava e escrevia os arranjos. > Que trabalhos tem feito atualmente? Toquei com a banda Black Rio durante uma temporada no Bleecker St., e com outros grupos tambm e comecei a explorar mais o meu lado de arranjador. Na Black Rio eu no z nada, os arranjos j estavam prontos, eram do Willian Magalhes. Mas, por inuncia disso, comecei
SOPRO MGICO Rodrigo Bento montou um naipe de sopros, junto do ex-companheiro de Jota Quest, o trompetista cubano Jorge Seruto. Temos gravado muita coisa na rea da msica gospel, apesar de no sermos evanglicos, conta. O nome surgiu inspirado no que acontece nos Estados Unidos, em que os msicos batizam o conjunto de sopros, a exemplo do naipe de Phil Collins, o Phenix Horns. uma maneira de identicar um naipe que faz sempre trabalhos juntos, explica o saxofonista, que colocou o nome Magic Horns no seu naipe por causa da tecnologia. Somos em dois msicos, mas na hora em que utilizamos recursos de computador, tudo dobra e parecemos muitos, como uma mgica, diz.
a escrever mais. Utilizando a facilidade da tecnologia, aprendi que no necessrio ter um naipe grande para fazer um som grande, basta ter um bom arranjo e uma boa execuo. A partir disso d para fazer dobras sucessivas e em cima des-
O saxofonista vem desenvolvendo um trabalho que mescla tecnologia com metais em seu naipe Magic Horns
sas dobras montar um naipe como se fosse bem grande. Quem escuta e no sabe que foi gravado por duas pessoas, imagina que tinha um monte de gente. Est a a tecnologia a servio da boa msica, no simplesmente utiliz-la para mascarar um defeito. Outra coisa interessante que esses programas no tm limitaes de canais, ento, se precisarmos usar 15 canais para sopro, o programa vai abrindo e inserindo esses canais, vai duplicando. algo fantstico. l
NA INTERNET
Contato: magichorns@gmail.com
SAX & METAIS JULHO / 2007
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que dizer de um msico que, at 2007, j vendeu mais de 90 mil cpias de seu terceiro disco-solo? Estamos falando de Solar, de 1990, que rendeu a Leo Gandelman cinco indicaes para
o Prmio Sharp, marca histrica em se tratando de msica instrumental. Mas, para chegar aonde chegou, o saxofonista trilhou um longo caminho.
Saxofonista, compositor, arranjador e produtor, iniciou os estudos como a maioria dos msicos, ainda criana, e tudo comeou dentro de casa.
me, Saloma Gandelman, pianista, diretora e fundadora da Pr Arte, escola de msica no Rio de Janeiro, foi a primeira professora. Aos 5 anos de idade, Leo comeou a tocar piano e auta doce. Seu pai, maestro e produtor, tambm exerceu forte inuncia, quando mais tarde o saxofonista enveredou para o mundo da produo musical. Mas acredite: este msico que hoje soma 30 anos de estrada 20 de carreira-solo no tinha em mente seguir prossionalmente na msica. Apesar de ter comeado bem cedo e de ter freqentado as aulas na Pr Arte, Gandel-
man no via um futuro na msica erudita. Por volta dos 12 anos, montou um conjunto instrumental na escola, batizado de Pr Arte Antiqua, que se apresentava semanalmente. Tocava auta doce, viola da gamba e krumhorn (instrumentos antigos, de poca). Desenvolvi-me muito bem na auta doce, chegando a ser solista da Orquestra Sinfnica Brasileira, na ocasio dos Concertos para a Juventude, quando fui convidado pelo maestro Isaac Karabtchevsky para tocar o Concerto de Brandenburgo, de J. S. Bach, ele relembra. Passado o entusiasmo de adolescente com a msica, decidiu seguir prossionalmente como fotgrafo, e at fez alguns trabalhos importantes nessa rea. Mas, quando foi apresentado ao saxofone por um amigo, o lado
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musical falou mais alto. Conheceu o jazz e suas artimanhas, foi estudar na Berklee College of Music e, quando voltou, denitivamente iniciou sua carreira. Sua primeira idia era trabalhar como msico de estdio, e foi assim que permaneceu por dez anos, perodo em que participou de mais de 800 gravaes com a maioria dos grandes msicos e cantores brasileiros Milton Nascimento, Toninho Horta, Ricardo Silveira, Djavan, Rita Lee, Lulu Santos, Guilherme Arantes. Em 1987, gravou seu primeiro disco-solo, Leo Gandelman, e fez grande sucesso com a msica A Ilha. Mostrando a que veio como solista, o sucesso foi se fazendo medida que novos trabalhos eram lanados. Hoje j so dez discos-solo. A carreira de produtor tambm seguiu de vento em popa, e o saxofonista ganhou diversos prmios nessa rea: disco de ouro com o CD Virgem, de Marina Lima, Prmio APCA de melhor produtor do ano de 1991, alm de assinar as produes de Plural, de Gal Costa, e de Berimbau, de Paula Morelembaum. > Sax & Metais Voc comeou como autista no Grupo Pr Antiqua e da Orquestra Sinfnica Brasileira. Como foi essa poca? Era bem bacana, eu fazia msica barroca com minhas irms e colegas da Pr Arte e nos apresentvamos semanalmente no Rio. Tambm faziam parte do conjunto Jacques Morelembaum, Helder Parente e Marcelo Madeira, entre outros. A msica barroca me ensinou a prtica de tocar em grupo e sempre variando de instrumentos, j que eu tocava auta doce, violas da gamba e krumhorn (tipo de instrumento de sopro da era medieval). Desenvolvime muito bem na auta doce, chegando a ser solista da OSB. J a auta transversal veio bem mais tarde. Hoje ainda toco auta, tenho todas elas, mas no me considero um autista. Toco mais em estdios para gravaes, s vezes fao um solo, at desenvolvo algumas coisas nesse instrumento, mas no o trabalho principal. > Mas voc quase no seguiu na carreira de msica e foi ser fotgrafo. A idia no era ser msico prossional, eu no via um futuro para mim na msica clssica. Por volta dos 15, 16 anos, parei com a msica justamente por isso. Passei a gostar muito de fotograa e comecei a trabalhar. Fui still do
A idia de criar o meu estilo me cativou. Fico muito recompensado quando viajo pelo Brasil e vejo uma nova gerao que se espelha no meu trabalho, que estudou minhas msicas.
lme Dona Flor e seus Dois Maridos, atuei na revista Manchete, z vrios trabalhos prossionais. A fotograa foi muito importante por ter sido meu primeiro contato com o mundo prossional. Tambm aprendi sobre a questo da criao, do papel em branco. Como estudei muito esse aspecto, do desenvolver idias prprias por meio da fotograa, quando conheci o saxofone, a arte da criao no jazz foi o que me encantou. > Como se interessou pelo sax? Certo dia um amigo apareceu com um sax, e s de experimentar o instrumento foi o suciente para perceber as possibilidades que teria
pela frente. Foi amor primeira vista! Como inuncias poderia citar Paulo Moura, Nivaldo Ornelas, Oberdan Magalhes, David Sanborn e mais tarde John Coltrane. > Foi a que voc conheceu o jazz? Quando comecei a tocar sax e descobri o jazz, o improviso, isso me fez retornar msica. A idia de criar o meu estilo e o meu som foi o que mais me cativou no saxofone. Hoje posso observar que consegui isso. Fico muito recompensado quando viajo pelo Brasil e encontro toda uma nova gerao que se espelha no meu trabalho, que estudou minhas msicas, transcreveu meus solos. Acho que eu
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CAPA
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estava no lugar certo na hora certa. J encontrei muita gente que se considera inuenciada pelo meu trabalho e isso uma grande recompensa para mim. > Como foi sua trajetria at a gravao do primeiro disco-solo em 1987, Leo Gandelman? Em 1977 fui estudar sax, arranjo e composio na Berklee College of Music, em Boston. Retornei ao Brasil em 1979, quando iniciei minha carreira prossional. Como a maioria dos msicos, comecei em bailes na noite e depois acompanhando diversos artistas em gravaes e ao vivo. Tive a chance de trabalhar com estilos musicais variados e observar o funcionamento do meio. Trabalhei em naipe de sopros com Serginho Trombone, Mrcio Montarroyos, Z Carlos Bigorna, Bidinho e Oberdan. Mais tarde trabalhei tambm como solista, depois arranjador e produtor. Como produtor, z o disco Plural, da Gal Costa, Virgem, de Marina Lima, Jogo de iluses, de Nico Rezende, alm de todos os meus discos. > Solar foi o seu terceiro disco e obteve muito sucesso, rendeu prmios e o projetou nos Estados Unidos, onde fez vrias temporadas. Como foi essa repercusso? Esse disco foi, sem dvida, o meu trabalho de maior sucesso comercial e me ajudou a abrir portas. Foi muito executado pelas rdios americanas e mais tarde, em 1995, assinei contrato com a gravadora americana Verve e fui morar por um perodo nos Estados Unidos. Fiquei por l quase sete anos, mas sempre vindo ao Brasil para cumprir a minha agenda. Toquei em vrios clubes e festivais de jazz, de costa a costa, com direito a seis temporadas no Blue Note, de Nova York, onde tive a chance de dividir o palco por dois anos consecutivos com o grande violonista Baden Powell! > Depois de todo o sucesso com msica popular, a partir de 2001 voc fez trabalhos na msica erudita com a Orquestra Sinfnica Brasileira no Lincoln Center e no Central Park, depois com a Orquestra Sinfnica de Braslia e da Bahia. Como foi esse retorno msica erudita? Tm sido belos momentos de encontro com a grande msica, em que tenho o privilgio de entrar em contato e interpretar obras maravilhosas de grandes mestres. Um verdadeiro enriquecimento e crescimento musical no sentido tcnico e interpretativo, em que cada vez me sinto mais seguro.
> Qual a sua viso do saxofone na msica erudita? O sax um instrumento moderno dentro da msica erudita, e o repertrio que existe no muito extenso, principalmente o repertrio com orquestra. um instrumento solista por excelncia e os concertos que existem para ele so lindssimos. Eu no tenho condies de manter embaixo do dedo todo o repertrio que existe. Aos poucos vou desenvolvendo concertos e incorporando-os ao meu repertrio. Hoje tenho a Fantasia para Saxofone e Orquestra, do Villa-Lobos, a Rapsdia para Orquestra e Sax Alto, de Claude Debussy, o Concertino para Sax Alto e Orquestra, do Radams Gnattali que, alis, foi gravado com a Orquestra da Petrobras, sob regncia de Isaac Karabtchevsky e lanado
esse ano pelo selo Rdio MEC. Saiu em CD comercialmente em homenagem ao centenrio do Radams e zeram um DVD tambm. Esse disco composto por quatro concertos realizados no Teatro Municipal do Rio de Janeiro: tem a Sinfonia Popular, o Concertino para Sax Alto e Orquestra de Cmara, que eu gravei como solista, o Concerto para Violino e Orquestra, gravado pela Antonella Pareschi, e o Concerto para Orquestra de Cordas. > A partir desses trabalhos surgiu a idia de gravar Radams e o Sax, seu mais recente CD? O projeto surgiu por ocasio da comemorao do centenrio do nosso grande maestro Radams Gnattali. O Henrique Cazes, diretor musical do projeto, me apresentou uma srie de
SETUP
Instrumentos Saxofones Selmer Mark VI (todos) Acessrios Sax alto: boquilha B&N, palheta Vandoren Jumbo Java #3 Sax tenor: boquilha Otto Link Metal #6, palheta Vandoren Jumbo Java #3 Sax soprano: boquilha Bar i#68, palheta La Voz Medium Shows Microfone Shure Beta 58 Efeito TC Electronics M_One
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idias e a partir da fomos chegando s concluses. Os arranjos so todos praticamente originais, com pequenas adaptaes o Radams j dizia tudo! Foi um trabalho muito feliz. Ganhamos o Prmio Tim 2007 de Melhor Disco Instrumental e foi gravado no meu estdio. um disco dividido em trs momentos: sax alto, sax tenor e naipes. Fizemos um levantamento das obras mais marcantes do Radams escritas para sax. No disco gravamos pela primeira vez a Brasiliana #7 com quinteto, porque at hoje s existiam duas gravaes feitas em duo de sax e piano. Essa pea muito importante para qualquer saxofonista, muito bem escrita, alm de ser um estudo espetacular para sax tenor. > Alm de todos os seus trabalhos, voc ainda tem um estdio? Tenho um estdio muito legal no Rio, o Zaga Music. um estdio comercial, com cinco salas. No site www.zagamusic.com.br d para fazer um tour virtual bem completo, com a descrio dos equipamentos. Tem um piano Yamaha C2, de cauda, trs baterias, vrios instrumentos. mais voltado para a msica acstica. As salas so interligadas e a idia fazer gravaes ao vivo. H poucos estdios assim. As pessoas esto cada vez mais limitadas a essa coisa de computador, eu vou no sentido contrrio. Acredito que o ao vivo o presente e o futuro da msica, o trabalho ca pronto mais rpido, e isso ajuda muito, j que os oramentos no so elevados. Ento, quanto mais rpido um disco for gravado, melhor. > O que o levou a trabalhar com produo musical? Isso foi algo natural. Comecei tocando em naipes de sopro, depois fui me destacando como solista, depois como arranjador para sopros e nalmente entrei para a produo. Meu pai era produtor de discos, tinha uma orquestra, a Serenata Tropical, gravou tambm um disco chamado Saxambistas Brasileiros, era um conjunto de sax. Desde pequeno convivo muito com essa questo da produo. Quando comecei a tocar, em 1987, o que eu queria era ser msico de estdio. Meus primeiros dez anos de carreira foram voltados a isso. Fazia shows ao vivo tambm, mas no era a principal atividade, o foco era o estdio. Tenho participaes em mais de 800 CDs, parei at de fazer contas. > Voc ainda tem uma rotina de estudo? Infelizmente no, porque viajo muito e no tenho muita regra em minha vida. Vou estudando de acordo com a necessidade, com os compromissos, concertos, projetos, shows. Ento, ora estou estudando um concerto, ora jazz. Procuro me desenvolver o mximo possvel. Tambm estou estudando harmonia, tendo aulas particulares com o Vittor Santos para melhorar esse aspecto, que fundamental para quem quer conhecer a msica por inteiro. No tenho uma agenda muito metdica, no sou muito disciplinado, mas procuro estar sempre estudando e me desenvolvendo. No momento estou me xando mais na questo harmnica para poder ampliar meu espectro de possibilidades. > Em se tratando de estilo, como o seu processo de trabalho como compositor e como arranjador? No existe uma regra. Em composio, podese comear por meio de uma levada rtmica, uma idia harmnica ou uma melodia. A composio trabalho, exerccio. Como disse Stravinsky, 90% transpirao e 10% inspirao! > Voc tambm trabalha com aulas e workshops? Fao workshops sempre que possvel, uma coisa de que gosto muito. Poder entrar em contato com os alunos, falar das minhas experincias e da carreira. Tambm penso em dar aulas, estou me organizando para isso. Quero desenvolver meu prprio mtodo, mas isso uma coisa que ainda estou internalizando.
Alm do domnio tcnico do saxofone e da auta, Gandelman reconhecido pelo trabalho como produtor e compositor
DISCOGRAFIA
Leo Gandelman (Polygram, 1987) Ocidente-Western World (Polygram, 1989) Solar (Polygram, 1990) Vises (Polygram, 1991) Made in Rio (Polygram, 1993) Prolas Negras (1997) Brazilian Soul (Dubas/Universal, 1999) Leo Gandelman Ao Vivo CD e DVD (EMI, 2002/2003) Lounjazz (Saxsamba, 2005) Radams e o Sax (2006)
> No momento est trabalhando em algum novo projeto? Tenho feito concertos clssicos divulgando Radams e o Sax. Com o meu trio, shows do repertrio do CD Lounjazz, meu primeiro independente. Estou fazendo tambm a trilha incidental da novela Vidas Opostas, trilhas para o programa Globo Cincia e produzindo algumas faixas para o disco Berimbaum, da cantora Paula Morelembaum. > Apesar do caos cultural que vivemos no Pas, como voc avalia o espao para a msica instrumental brasileira? Acho que o pblico no agenta mais a mesmice e precisa de variedade. O Brasil um pas continental de cultura pluralista. Existe lugar para tudo e a prova disso so os festivais que esto acontecendo at durante o Carnaval, como o Goyaz Jazz Festival, em Goinia, do qual participei este ano, e o Guaramiranga Jazz&Blues, em Fortaleza. Nem todos querem a mesma coisa. Sou a favor da democratizao e da segmentao do espao cultural, bem como da valorizao da produo local.
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nas orquestras
ENCONTRO DE MADEIRAS DE TATU
POR DEISE JULIANA DE OLIVEIRA, DE TATU FOTOS: KAZUO WATANABE
flauta, o obo, o clarinete e o fagote foram as estrelas da primeira edio do Encontro Internacional de Madeiras de Orquestra, realizado entre os dias 21 e 24 de junho. O evento atraiu nomes reconhecidos no mundo todo e agradou aos mais de 270 participantes do evento. Eles vieram dos mais diferentes pontos do pas para acompanhar aulas, recitais e concertos com um nico objetivo: aprimorar seus conhecimentos no instrumento. O I Encontro Internacional de Madeiras de Orquestra reuniu artistas de alto nvel e com grande experincia pedaggica. Segundo os coordenadores Juliano de Arru-
da Campos, Lcius Mota e Max Ferreira, foi uma oportunidade nica para aprimorar conhecimentos, trocar experincias, participar de masterclasses, palestras, concertos e recitais.
MERCADO DE TRABALHO
O foco do encontro foi a formao do instrumentista de madeira e sua preparao para o mercado de trabalho. Msicos prossionais e amadores e estudantes de todos os nveis estiveram presentes. Integrantes de bandas, orquestras, cameristas e solistas tiveram espao para desenvolver seus talentos. Dentro das salas de aula, a troca de informaes foi constante. Consegui dicas importantssimas para a minha formao, disse Julio Almeida, um dos fagotistas participantes do encontro. Alm das masterclasses tradicionais, o evento contou com aulas do pouco convencional Leonardo Fuks. O carioca PhD em Fsica ensinou sobre a fabricao de instrumentos simplicados e mostrou, de forma divertida, como um simples cano de construo pode se transformar num instrumento. Foi interessante tambm porque, durante as aulas, ele fez demonstraes. No palco, as atraes superaram qualquer expectativa. O Quinteto Villa-Lobos, reconhecido pela simpatia e qualidade, abriu o show. O Quinteto Madeira de Vento mostrou o melhor da msica brasileira e o trio formado por prossionais da Osesp Peter Apps, Srgio Burgani e Francisco Formiga mostrou alta capacidade tcnica.
FIM
A Orquestra de Flautas Brasileira Joo Dias Carrasqueira, uma das poucas no Pas a manter-se em ensaio constante, recebeu como convidado o grupo de choro Quebrando Galho, em um encontro especial regido por Fernando Penha. O encerramento do evento foi primoroso, contando com a presena de Raaele Trevisani, Alexandre Ficarelli e Cristiano Alves frente da Orquestra Sinfnica Paulista. Foi uma oportunidade nica de rever o talento reconhecido mundialmente do italiano Raaele Trevisani e de surpreenderse com o verdadeiro show do jovem Cristiano Alves e seu clarinete.
TALENTO ITALIANO
Para os artistas, o encontro foi importante pela variedade de prossionais e amadores da msica que estiveram presentes. Fiquei fascinado. Tenho alunos de 8 anos de idade at prossionais que tocam h bastante tempo. Fico impressionado com o interesse, disse Phillip Doyle, integrante do Quinteto Villa-Lobos. Uma das principais atraes, o italiano Raaele Trevisani, ressaltou o estilo peculiar dos brasileiros como fundamental para o sucesso do evento. Um encontro como este s tem a acrescentar, tanto aos alunos quanto aos professores, comentou o autista. Para Max Ferreira, um dos coordenadores, o encontro de instrumentos originalmente construdos de madeira e com menor projeo sonora dentro de um grupo orquestral rico pelos timbres diversicados. Eles exploram repertrio de diversas pocas e so instrumentos com menor poder
Orquestra de Flautas Brasileira e convidados
de som dentro da orquestra, mas que apresentam bastante versatilidade e repertrio. No encontro, trouxemos peas modernas e os alunos extraram informaes positivas e teis, armou o msico que, durante o encontro, lanou o Guia do Clarinetista. Segundo o autista Juliano de Arruda Campos, que tambm coordenou o evento, a constncia de encontros como este um marco importante para o Conservatrio de Tatu. Acho que este novo conceito de realizar encontros junto com outros instrumentos sempre proveitoso. Quando se faz apenas de um nico, excluem-se outras oportunidades de relacionamento. Este primeiro encontro foi muito importante para a unio dos instrumentos de orquestra, concluiu. l
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A
exerccios para
entender
o blues
surgiu por volta de 1600, quando os primeiros navios negreiros norte-americanos saram para trazer mo-de-obra escrava da frica para os Estados Unidos.
Ao chegar costa americana, os escravos foram trabalhar nas lavouras de algodo, milho e tabaco, enquanto outros se dirigiram para a regio do delta do Mississippi. A saudade que eles sentiam de sua terra natal, aliada forte cultura folclrica africana, deu origem aos chamados cantos de trabalho ou worksongs, em ingls. Nada mais eram do que versos de lamento, vocais entoados por uma voz e respondidos em coro pelas demais. Passado um sculo dessa primeira manifestao, e com certa assimilao e inuncia da cultura branca, comea a surgir o blues
palavra blue, em ingls, signica tristeza e lamento. Tem, realmente, tudo a ver com a origem desse estilo musical, que
mais prximo da forma que conhecemos hoje. No incio, era uma msica essencialmente vocal, que falava justamente das tristezas de um povo, seguindo a prpria traduo da palavra. Depois, os instrumentos pouco a pouco foram incorporados: primeiro, o banjo, que acompanhava a voz, e instrumentos de percusso, como o djembe. O banjo foi ento substitudo pela guitarra e por instrumentos capazes de reproduzir as caractersticas da voz humana, caso da harmnica (gaita) e da prpria guitarra chorada, que utiliza recursos que se aproximam do som de um gemido humano.
Com base nessa progresso de acordes, o blues pode ser tocado em qualquer tonalidade, mas algumas tornaram-se
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A esses acordes da frmula bsica, acrescentamos a stima menor, transformando todos eles em acordes dominantes, em-
bora no estejam funcionando como tal, j que no resolvem em um acorde de tnica. Ento, a frmula bsica passa a ser:
Em F maior:
Em F maior:
Podemos criar uma srie de novas estruturas a partir da frmula bsica. Essas progresses aceitam muitas substituies de acordes; a primeira variante citada acima a mais comum, e serve para uma srie de
standards. Se fizermos uma anlise harmnica, iremos descobrir que essas alteraes nada mais so que as mesmas progresses com o uso de extenses de cadncias e acordes substitutos.
A partir dessa escala, possvel criar muitas linhas meldicas, e o mais interessante que essas melodias soaro muito bem dentro da estrutura do blues. Uma das caractersticas meldicas mais atraentes desse estilo musical o fato de podermos tocar a tera menor e a quarta aumentada sobre os acordes maiores da progresso. Isso gera um choque meldico que caracteriza o blues: essas notas (3 menor e 4 aumentada) so as chamadas blue notes. Se voc j est acostumado a ouvir blues, ou se tem alguma noo de sua
sonoridade, toque essa escala para sentir como, por si s, apenas melodicamente, ela j tem uma forte caracterstica, um jeito de blues. Aqui, vale a pena falar sobre a escala pentatnica. Ela pode ser maior ou menor e possui, como o prprio nome diz, apenas cinco notas. A pentatnica maior derivada da escala maior natural, e os graus IV e VII so eliminados. A menor, a que mais nos interessa em se tratando de blues, derivada da escala menor natural, eliminando-se os graus II e VI.
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BLUES
DBORA DE AQUINO - 16 EXERCCIOS PARA ENTENDER O BLUES TESTE TCNICA ESTDIO TECNOLOGIA REVIEW LIVE!
A escala de blues muito parecida com ela. Observe que uma escala pentatnica menor com o quarto grau aumentado
(IV#) acrescentado. Assim, tambm podemos usar as escalas pentatnicas menores em nossos improvisos em blues.
Seja honesto consigo mesmo nessa fase inicial de estudos, e tenha conscincia de passar para a prxima etapa quando a sonoridade das progresses estiver bem aprendida. Ento, hora de comear a trabalhar com a escala de blues. Comece a tocar somente a escala, nota a nota, em cima do playback base. 1 Sinta a sonoridade dessa escala. 2 Oua como ela soa bem em toda a extenso dos 12 compassos. 3 Experimente tambm tocar a escala pentatnica menor descrita acima para sentir a diferena entre elas. Exerccios: A seguir, alguns exemplos de licks (patterns, frases) de blues e algumas dicas para que voc crie os seus prprios.
1 Utilize repetio de notas brincando com o aspecto rtmico. 2 Pense em frases com poucas notas, de preferncia usando mnimas e semnimas. 3 Aos poucos, tente fazer frases com colcheias e tercinas. 4 Use repetio de padres rtmicos utilizando a escala nos sentidos ascendente e descendente. 5 No saia tocando qualquer coisa. Pense na mtrica e procure fazer frases de dois ou quatro compassos; dessa forma, suas idias tero comeo e m. Todos os exemplos a seguir esto na tonalidade de F maior. Escolha alguns para transportar e praticar em outras tonalidades. Com a prtica, voc conseguir criar os seus prprios padres. Tente escrev-los, um timo exerccio, depois transporte-os para outras tonalidades.
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BLUES
DBORA DE AQUINO
FIM
6 Tente montar todas as escalas de blues. Para isso, observe a congurao que foi dada no comeo desta matria. Depois, conra com as 12 escalas a seguir.
RESUMO
1 O blues possui uma estrutura mtrica invarivel de 12 compassos. 2 As progresses harmnicas tambm no variam, utilizando os acordes I7, IV7 e V7. No jazz blues podemos fazer substituies e extenses de cadncias, mas tendo como base a estrutura-padro. 3 Uma mesma escala pode ser tocada ao longo dos 12 compassos da progresso. Essa escala possui a tera menor e a quarta aumentada (blue notes), tocadas em acordes maiores, o que d a sonoridade caracterstica do blues.
CONCLUSO
A facilidade de se utilizar a escala de blues muito grande. Se tentar fazer linhas meldicas baseadas no que leu at aqui, o retorno ser positivo, j que quase tudo soar bem. Mas preciso tomar algum cuidado para no se limitar a essa escala. Voltaremos a falar nesse assunto, e veremos outras possibilidades que podem ser usadas no blues para termos uma gama maior de fraseados, assim como outras frmulas, com harmonias substitutas. Lembre-se de que as escalas so o nosso vocabulrio, e que quanto maior ele for, mais interessantes sero nossos improvisos.
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NEN SANTOS
NEN SANTOS
Nen Santos
N
Ele passou por alguns instrumentos antes de chegar ao saxofone, e vem construindo uma carreira de sucesso inuenciado por muito R&B e Jazz Fusion
en Santos saxofonista e compositor. Gravou seu primeiro disco em 2004, Dreams, que ele prprio dene como forte inuncia do R&B, jazz fusion e pop. Sua principal referncia foi o irmo mais velho, Eliezer, que tocava violo, e foi atravs desse instrumento que a msica comeou a fazer parte de sua vida. A primeira vez em que subiu em um palco foi no festival de msica de sua escola, acompanhando ao violo um amigo saxofonista. Tocaram Unchained Melody, tema do lme Ghost, e claro que o centro das atenes foi o colega saxofonista. A partir de ento foi surgindo a identicao com o saxofone, desejo que se tornou mais forte no ano de 1997, em um evento evanglico muito conhecido no meio, chamado Marcha para Jesus. Nesta oportunidade, Nen teve o prazer de ouvir um dos grandes nomes da msica evanglica no Pas, o pastor e msico Esdras Gallo, que mais tarde passou a ser seu grande incentivador musical e espiritual. Nascido em So Paulo, logo mudou-se para Paulnia, no interior do estado, e l teve oportunidade de estudar mais profundamente. Indicado por um amigo, soube que na cidade havia uma banda que ensinava msica de graa, a Banda Municipal de Paulnia. Foi nesse conjunto que Nen teve as primeiras lies de teoria at conseguir um lugar como instrumentista, mas a trajetria no foi fcil at chegar onde queria. Levei cerca de cinco meses estudando teoria e solfejando o Bona para poder emprestar um instrumento na banda. Como precisavam de um tubista, o maestro logo me deu
NEN SANTOS
FIM
um sousafone. Mas mal agentava aquele instrumento enorme.... Passados dois meses, Nen conseguiu mudar de instrumento. Foi promovido requinta, um pequeno clarinete em Eb. Por caprichos do destino, a banda acabou e o aspirante a msico teve de continuar seus estudos sozinho, e apesar das muitas barreiras que precisou superar, manteve-se rme em seu propsito. > Sax & Metais - No havia msicos na famlia, at seu irmo Eliezer decidir estudar violo. Nen Santos - No comeo me interessei pelo violo, em pouco tempo eu j estava tocando algumas coisas, mas meu irmo estava tocando muito melhor, havia se desenvolvido muito mais do que eu. Mesmo assim continuei querendo aprender, e o interesse geral pela msica comeou a surgir e dura at hoje. No me recordo muito bem, mas acredito que nessa poca eu tinha entre 13 e 14 anos. > Depois do violo, sousafone e requinta veio o saxofone. Como aconteceu? O desejo de tocar saxofone j existia, quando entrei na Banda Municipal de Paulnia, mas quei desanimado, quando me foi dado um sousafone. Dois meses depois, pedi novamente o saxofone, e desta vez recebi uma requinta, achei que j estava me aproximando do saxofone. Tempos depois o homem que me ensinou os primeiros passos na msica instrumental, o magnco maestro Joo Chagas, faleceu e a banda fechou por um perodo. > Foi nessa poca que voc ganhou um saxofone de seus pais? Sim, ganhei um Weril Brasil caindo aos pedaos. Graas ao aprendizado de msica e leitura, consegui estudar muito por conta prpria. Precisei de algumas adaptaes para mudar da requinta para o saxofone, mas foi rpido, acredito que o desejo supera as barreiras... Comprei muitas videoaulas, mtodos, CDs, VHS e DVDs. J gastei muito dinheiro com isso, tenho uma coleo gigantesca, com mais de 3 mil itens. > Voc seguiu autodidata desde ento? Aps dois anos, um novo maestro, muito competente, Dailton Lopez, assumiu a direo da Banda Municipal de Paulnia, ento retornei com muitos vcios musicais. Aprendi muito com esse maestro e tambm sou muito grato a ele pela pacincia e dedicao aos estudos. Um ano e meio depois, o projeto dessa banda
recida msica. Mas amo tocar, isso o mais importante. O pouco tempo que tenho com o sax eu aproveito ao mximo. > Como foi chegar gravao do seu primeiro disco, Dreams, de 2004? Com o passar dos anos, senti a necessidade de gravar composies minhas. Conheci uma pessoa fantstica que produziu o meu disco e me ensinou muito sobre msica, o Erik Escobar. Foi um trabalho experimental que resultou nesse primeiro disco. H participaes interessantes que enriqueceram o trabalho, alm de ajudarem a abrir muitas portas para a divulgao da minha msica. > Qual o estilo do seu trabalho? O CD possui um estilo de R&B, jazz fusion, pop... uma mistura das minhas referncias musicais e dos estilos que estudo e aprecio. J se passou bastante tempo desde a concepo do disco at hoje. Muita coisa mudou, idias, tcnica, coisas novas. O disco permanece e muito bem-aceito. > Seu lbum essencialmente instrumental mas h msicas com vocais, como Awesome God. Por qu? Sempre gostei muito de cantar, minha noiva uma cantora excepcional. A idia de utilizar arranjos vocais nas msicas foi dela, inclusive nesta que voc citou. Montamos um pequeno coral e gravamos. Sempre que posso coloco isso em prtica nas gravaes. > Voc deve ter muitas composies novas esperando uma oportunidade, no? Sem dvida. Estou preparando a gravao de mais um disco, que est com uma pitada de msica brasileira, mas sem perder minhas inuncias. um trabalho que tambm ir contar com grandes participaes. Posso adiantar que est cando muito legal. Tenho uma banda, e sempre procuramos realizar apresentaes ao vivo com a formao completa, que conta comigo, Leandro Pacce na bateria, Ernandes Arajo no baixo, Emerson Nascimento na guitarra e Gileade Philip no piano.l
foi abandonado pela prefeitura local, j que a msica no era considerada algo importante na cidade. Eu, no fundo, no acreditava que teria um futuro brilhante como msico, por esta razo dividia meus estudos de msica com os de qumica, em uma escola prossionalizante em Paulnia, em perodo integral. > E dava para conciliar com a msica? Graas a Deus, essa outra prosso permitiu que eu trabalhasse e pudesse ganhar dinheiro, assim pude investir meus salrios na msica, comprando instrumentos, CDs, DVDs. Posso garantir que todo o material que tenho eu j ouvi, li e assisti vrias vezes, no aprendi nem um tero de tudo que tenho, mas ajudou muito a ter referncia e contribuiu para o desenvolvimento do meu estilo de tocar. Com o tempo, as coisas comearam a se complicar porque trabalhando, fazendo faculdade de engenharia e tocando, deixei de dar a ateno me-
NA INTERNET
www.nenesantos.com
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ENTREVISTA ESPECIAL
DAVID SANCHEZ
a dcada de 1990, as gravadoras de jazz americanas estavam procura dos chamados young lions, jovens instrumentistas que despontavam na cena musical de Nova York como as novas promessas do jazz. Dentre os jovens que vingaram o termo, podemos citar os pianistas Marcus Roberts e Joey Calderazzo, os trompetistas Roy Hargrove e Terence Blanchard, o contrabaixista Christian McBride, e os saxofonistas Joshua Redman e David Sanchez. Nascido em Porto Rico, Sanchez se interessou primeiro pelos instrumentos de percusso, e o sax cou como segunda opo. Foi o contato com o jazz que o fez mudar de direo, assumindo o saxofone como instrumento principal. Em pouco tempo, Sanchez j atuava prossionalmente nos principais grupos de salsa e msica folclrica de Porto Rico. Aps completar os estudos de saxofone erudito na Escola Livre de Msica de Porto Rico, ele ganhou uma bolsa integral para estudar na Rutgers University em Nova Jersey, Estados Unidos. Em pouco tempo j estava trabalhando com o pianista Eddie Palmieri, o trompetista Cludio Roditti e o saxofonista Paquito DRivera, que o apresentou a Dizzy Gillespie. A partir de ento, a carreira de Sanchez deslanchou de forma meterica, e aos 21 anos j era requisitado pelos grandes nomes do jazz, como Kenny Barron, Roy Haynes e pelo legendrio baterista do quarteto de John Coltrane, Elvin Jones. Com sete discos gravados e cinco indicaes ao Grammy o ltimo disco Coral ganhou o Grammy Latino de 2005 como o Melhor lbum de Msica Instrumental, Sanchez demarcou territrio na competitiva cena do jazz e no se deixou inuenciar pela glamourizao do music business. Nos dias em que esteve no Brasil, Sanchez aproveitou para conhecer mais
ENTREVISTA ESPECIAL
DAVID SANCHEZ
a msica brasileira freqentando todas as noites o do Borogod, bar paulistano de chorinho, samba de raiz e outros ritmos afro-brasileiros. > Sax & Metais Quando voc comeou a se interessar por msica? David Sanchez - Meu irmo tocava instrumentos de percusso tpicos de Porto Rico e aos 8 anos de idade comecei a me interessar por percusso. Minha iniciao musical formal teve incio aos 12 anos, na Escola Livre de Msica de Porto Rico, voltada para o estudo da msica clssica. Queria estudar percusso, mas no havia vaga. Ento, tive de me decidir entre o obo e o saxofone. Preferi o saxofone por causa do som, mas meu plano era trocar para percusso. Isso nunca chegou a acontecer, mas mesmo assim eu freqentava as aulas de percusso e naquela poca estudava mais conga do que saxofone. > Quando voc decidiu abandonar a percusso e assumir o saxofone? Quando tinha 15 anos, minha irm trouxe para casa uns discos de jazz. Era muito difcil encontrar esse material em Porto Rico naquela poca: um disco da Billie Holliday e um do Miles Davis, que se chamava Basic Miles, uma compilao das principais gravaes dele. Foi com este disco que eu ouvi pela primeira vez um saxofone tocando jazz (Cannoball Adderley e John Coltrane). Antes disso, tudo o que eu tinha ouvido de saxofone eram peas de msica clssica e msica folclrica de Porto Rico. A partir da, comecei a ouvir mais jazz e a estudar mais saxofone, e a percusso comeou a car em segundo plano. Aos 17 anos eu j tocava sax com os principais grupos de msica folclrica de Porto Rico, Roberto Rohena, Jesus Cepeda e outros. > Como voc aprendeu a tocar jazz tocando em bandas de salsa? O que me atraa na msica caribenha era o ritmo e no o saxofone. Foi o jazz que me fez querer ouvir e tocar mais saxofone. Eu ouvia e transcrevia muitos jazzistas, tocava com os discos e tentava improvisar paralelamente. Foi dessa forma que aprendi a tocar jazz. Foi uma fase de transio muito importante, pois percebi que a linguagem jazzstica estava presente nas minhas performances com os grupos de salsa, inuenciando inclusive o meu estudo clssico de saxofone. > E como voc aprendeu a improvisar? Havia um jazz club em San Juan, capital de Porto Rico, chamado e Place, com jam sessions
todas as segundas, teras e quartas-feiras. Vrios msicos que tocavam nos navios sabiam desse lugar e quando estavam de passagem por Porto Rico iam ao e Place. Foi ali que aprendi vrios standards, All the things you are, Have you met Miss Jones, Conrmation. Quando no conhecia algum, perguntava o nome e o preparava para a semana seguinte. Sempre preferi aprender os standards de ouvido, transcrevendo dos discos, isso me ajudava na hora de improvisar. Tambm aprendi sobre improvisao, escalas e arpejos com um saxofonista de Porto Rico chamado Victor Payano. Se voc quiser aprender alguma coisa em qualquer linguagem, precisa saber ouvir as inexes e os rudimentos desse idioma. Cada linguagem tem uma cadncia, um fraseado e uma inexo diferente. Eu transcrevia muito e a minha percepo era mais avanada do que o meu conhecimento, o que me deixava um pouco frustrado. No conseguia saber exatamente o que estava tocando quando improvisava, mas sabia que funcionava. > Quais foram suas principais inuncias? Aos 16 anos, minha me me levou a uma loja de discos que se chamava Dom Pedro, que cava no poro de uma casa em San Juan. O proprietrio, Ramon, era um sujeito muito excntrico que vivia entre Nova York e Porto Rico e trazia
muitos discos de l. Foi com ele que a minha irm conseguiu os primeiros discos de jazz. Ele me sugeriu muitos discos e os que mais me marcaram foram os do Dexter Gordon e os do Sonny Rollins. > Como foi a sua ida para os Estados Unidos? Depois que eu me graduei na Escola Livre de Msica de Porto Rico, decidi parar com a msica para estudar psicologia. Apesar de j estar tocando prossionalmente, o curso de psicologia era o que mais me interessava na poca. Depois de um ano de curso, tive de repensar a minha deciso e cheguei concluso de que eu realmente queria fazer msica. Fiz testes para a Berklee College of Music, em Boston, e para a Rutgers University, em Nova Jersey, e acabei indo para Nova Jersey. > Por que voc preferiu a Rutgers University e no a Berklee College of Music? A principal razo foi porque a Rutgers University cava muito prxima de Nova York. Eu queria estar em Nova York com mais freqncia, poder freqentar as jam sessions e conhecer os msicos. Eu sabia tambm que no encontraria muitos msicos de Porto Rico l, e poderia vivenciar melhor a cultura daquele pas. Outra razo foi que eles me deram uma bolsa de estudos integral. Foi um perodo muito importante,
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ouvi muito jazz, eles tinham uma biblioteca fantstica. Foi nessa poca que percebi que precisava voltar tradio, transcrever Coleman Hawkins, Lester Young, os pilares do sax tenor. Meu professor deveria ser o Frank Foster, mas ele teve um semestre sabtico e nunca mais voltou, o que me deixou muito desapontado. O substituto foi o saxofonista John Purcell. Eu tambm estudei com Kenny Barron, que mais tarde veio a ser o meu conselheiro, quando deixei a universidade sem me graduar, porque comecei a tocar muito com Eddie Palmieri, com quem eu j havia tocado antes em Porto Rico. Depois com Cludio Roditti, Danilo Perez, Paquito DRivera, at que um dia o Dizzy Gillespie me ligou para excursionar com Mirian Makeba. Por causa das gigs, no estava conseguindo freqentar as aulas, ento fui conversar com o Kenny Barron para saber o que ele achava, e ele me disse: A escola estar sempre aqui! Logo depois z a minha primeira turn pela Europa, com 21 anos, para o Montreux Jazz Festival, abrindo para o grupo do Miles Davis. Foi inacreditvel! > Muitos dos chamados young lions que despontaram como novas promessas do jazz no conseguiram se estabelecer artisticamente. A que voc atribui isso? Talvez a uma clareza quanto ao desenvolvimento de um conceito musical, que vem com o amadurecimento. Muitos talvez se perdem nesse processo. Na poca, as gravadoras estavam atrs de gente nova e a minha apario com o Dizzy Gillespie abriu vrias portas. Vrias gravadoras me procuraram, Blue Note, Sony Music. Eu no me sentia preparado para gravar, precisava aprender mais sobre a tradio. Mas entendi que aquela oportunidade talvez fosse vital para me estabelecer na cena, ento tomei muito cuidado com a produo do disco. O meu primeiro lbum, e Departure, pela Sony, teve uma excelente aceitao de crtica, mas foi a partir do meu quarto disco, Obsession, produzido pelo Branford Marsalis, que me senti maduro, com um conceito mais denido. O disco foi muito bem aceito pelo pblico e pela crtica, e foi indicado ao Grammy. Aprendi a lidar com o music business, e consegui fazer com que os meus discos reetissem o meu amadurecimento musical.
sou disso. Eu me arrependo muito de no ter tocado com o Elvin como gostaria. > Quando surgiu seu interesse pela msica brasileira? Foi na mesma poca em que comecei a me interessar por jazz, tambm por inuncia da minha irm, que ouvia muita msica brasileira, como Chico Buarque, Maria Bethnia, Gal Costa, Elis Regina, Tom Jobim. De alguma maneira, a msica brasileira sempre esteve nos meus ouvidos, as melodias sempre estiveram na minha cabea e, medida que o tempo foi passando, me sentia cada vez mais prximo dessa msica. No meu recital de formatura do colegial, em Porto Rico, toquei uma pea do Brahms, um standard de jazz, e uma reduo para piano e saxofone da pea Fantasia para saxofone e orquestra, de Heitor Villa-Lobos, um grande desao para mim. No meu primeiro disco, gravei Cara de palhao. No quarto disco, Obsession, gravei Esta mulher e Morro no tem vez. No disco Melaza, que quase inteiro original, inclu na ltima faixa a msica Veja esta cano, do Milton Nascimento. Em Travessia, gravei Pra dizer adeus, e, no meu ltimo disco, Coral, gravei Eu sei que vou te amar e Matita Per, ambos do Tom Jobim. Desde ento, sempre incluo alguma cano brasileira no meu repertrio. muito importante para mim, faz parte do meu desenvolvimento musical, algo que est comigo, naturalmente. l * Marcelo Coelho saxofonista, compositor e lder do grupo MC4+. E-mail: musikness@gmail.com
ENTREVISTA ESPECIAL
DAVID SANCHEZ
> Como foi o seu contato com o baterista Elvin Jones? Ele me viu tocando num festival de jazz com o Roy Hargrove. Depois do festival, me ligou e convidou para tocar com ele. O meu disco tinha acabado de ser lanado e a gravadora estava me pressionando para Foi a partir do no me comprometer com outros quarto disco que trabalhos. Ento ele me convidou Sanchez sentiu que para ir a casa dele. A esposa dele havia denido um fez um grande almoo, ele me conceito e um estilo mostrou todas as baterias que usapara sua msica va, tudo para me convencer a tocar com ele, mas infelizmente no pude aceitar. Fiz algumas gigs com ele na Blue Note de Nova York, mas no pas-
ANLISES
SAX ALTO CONDOR BOA SONORIDADE TESTE NOVIDADE ESTDIO TECNOLOGIA REVIEW LIVE!
PRIMEIRAS IMPRESSES
Notei que o estojo bem elegante, leve e, ao mesmo tempo, robusto. Gosto desse tipo de case. O estojo do meu sax, por exemplo, to pesado que evito utiliz-lo. Leveza um ponto forte, principalmente para quem no tem carro, o que realidade para muitos estudantes. Por outro lado, como o estojo muito bonito, chama um pouco a ateno e no muito recomendado andar a p com ele. Nada que uma capa mais velha no resolva.
ACESSRIOS E ACABAMENTO
Ao abrir o estojo, encontrei duas palhetas boas para o setup, alm de todos os
QUALIDADE SONORA
Na hora de tirar um som, utilizei a boquilha que acompanha o sax e toquei com facilidade em todas as regies. uma boquilha limitada na abertura e construo, e no ideal para um prossional, mas perfeita para quem est comeando. Com uma boquilha melhor possvel perceber mais nuances com relao sonoridade do instrumento.
CONCLUSO
um instrumento apropriado para um estudante, mesmo de nvel mdio. Serve at mesmo para quem est pensando em fazer um upgrade de seu equipamento ou para quem quer um segundo instrumento e no deseja investir tanto capital. l
Quer falar com o autor dessa matria? Csar Albino professor da Faculdade de Msica Carlos Gomes, em So Paulo. Contato: cesaracalbino@yahoo.com.br Tire suas dvidas com o importador: Condortech (61) 3629-9400 ou www.condormusic.com.br
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ANLISES
observar ao escolher uma palheta na loja, j que no podemos experiment-la. Em termos de sonoridade, a V16 tambm tem mais brilho que a Tradicional, mas menos do que a Java. Por ser um pouco mais dura, se comporta melhor nos agudos, mas para os graves preciso um pouco mais de esforo. No geral, bem gostosa de tocar.
TESTE NOVIDADE
DIFERENAS
Java Esta palheta foi desenvolvida para msica popular e jazz. Sua ponta mais grossa que a tradicional, mas a densidade da cana menor, o que faz com que vibre mais, por ter maior exibilidade. JA refere-se a jazz, e VA, a variety e Vandoren. A Java tem o corte em U j saindo direto de sua base. V16 Muito semelhante Java, indicada para msicos de jazz e popular. Tambm tem a ponta mais grossa que a tradicional, mas maior densidade de cana do que a Java, portanto vibra menos. A V16, como a Java, tambm possui o corte em U saindo direto da base, mas o talo (parte onde prendemos a abraadeira) mais grosso que a da Java, demonstrando, portanto, maior quantidade de cana. l
VARIEDADE
Quando comecei a estudar saxofone, me recomendaram as palhetas Vandoren Tradicionais, da caixinha azul. Nesse modelo permaneci por muitos anos. Com o passar do tempo, conheci a Vandoren Java (desenvolvida em 1983), gostei bastante da sonoridade e mudei para ela. Depois, testei a Vandoren V16, e no a minha preferida. Passados alguns anos, optei pelas palhetas sintticas, mas, recentemente, voltei s canas naturais e senti a mudana de sonoridade para melhor, apesar de haver muitas controvrsias de que as palhetas de cana no tm padro, e que de uma caixa no so todas as que conseguimos aproveitar. Mas isso uma outra histria.
embaladas uma a uma em pacotinhos. A caixa para tenor vem com cinco unidades, peguei uma boa logo de cara. Sorte? Pode ser. Mas ento dei muita sorte, pois das cinco que vieram, gostei de quatro e a que sobrou no estava de todo ruim. As outras estavam com o timbre de que gostei mais, uma questo bastante pessoal. Essa palheta apresenta mais brilho no som do que a Tradicional, tem bom equilbrio nos graves por ser mais macia, mas sofre um pouco nos harmnicos agudos. A resposta em articulaes rpidas tambm menor que na Tradicional.
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VANDOREN V16
O controle de qualidade da fbrica francesa de palhetas bom, mas com estas j no tive a mesma sorte, e das cinco testadas, gostei de trs. Aqui tambm veriquei defeito no corte em U, que em duas palhetas no estava simtrico. A simetria do corte um dos fatores que devemos
VANDOREN JAVA
Foi uma surpresa abrir a caixinha de palhetas Java para tenor e encontr-las
Quer falar com o autor dessa matria? Dbora de Aquino (saxofonista e autista): (11) 3567-3022 ou ajuda@saxemetais.com.br Tire suas dvidas com o importador: Musical Izzo (11) 3797-0100 ou www.musicalizzo.com.br
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Informaes cedidas pelas empresas em julho de 2007. A revista Sax & Metais no se responsabiliza por qualquer alterao nos produtos apresentados pelos fabricantes e/ou distribuidores.
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REVIEWS
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REVIEWS
Arapuca
CD
O jovem gaitista esbanja sensibilidade e virtuosismo em sua gaita cromtica, desenvolvendo um estilo muito prprio em suas interpretaes e improvisaes. Em seu novo CD Arapuca, ele mostra seu talento como
Performance Artista: Fabinho Costa Independente
compositor em quatro faixas autorais. Desta vez escolheu o forr, tradicional gnero musical nordestino, como fonte de inspirao para o seu trabalho instrumental. O disco traz tambm homenagens ao mestre da sanfona, Sivuca, falecido em dezembro de 2006, alm de Hermeto Pascoal. A msica que d ttulo ao CD, composta por Rossi, poderia ser encarada como uma armadilha para o msico desavisado, tamanha a diculdade de sua melodia, se o msico ganhasse por nota executada! Festa em Olinda outro bom momento do disco a msica de autoria de Toninho Horta, e de intensa sensibilidade. Ainda aparecem composies de Joo Lyra, Toninho Ferragutti e Egberto Gismonti, com o tema Sete Anis. A produo ca a cargo do prprio Gabriel Grossi e de Daniel Santiago, que assina os arranjos, alm de tocar guitarra. Tambm participam do trabalho Amoy Ribas (percusso), iago Esprito Santo (baixo) e Durval Pereira (zabumba).
CDs
Samba de Latada
O primeiro trabalho autoral do trompetista recifense Fabinho Costa, tambm compositor e arranjador, traz claras inuncias de nomes como Miles Davis, Dizzy Gillespie, Chet Baker e Freddie Hubard. A primeira faixa, Funk Davis, a princpio poderia ser mais um tema de jazz. Mas, aps uma breve introduo-solo do trompete, vem o funk anunciado, de autoria de Fabinho, com apoio do sax tenor de Gilmar Black. Em Dizzy, mais uma homenagem, desta vez a Gillespie e com solo de Jnior Xanfer, dobra uma parte com solo vocal. Ao longo do disco, o trompetista vai mostrando claramente suas inuncias atravs do jazz, do funk e do blues. Baio Cubano uma salsa tambm escrita por Fabinho que abusa das frases alteradas, destacando o teclado de Kleyton Wanderley e o sax de Gustavo Anacleto, que tem um belo timbre de soprano. Fabinho est muito bem acompanhado: em Vida Maria, uma balada, ele toca um suave ugelhorn, cujo tema do guitarrista Jubileu Filho, que participa da faixa e d espao para o tecladista Eduardo Tauc. Spio um tema jazz que toma ares de salsa e retorna ao jazz, de autoria do tecladista Marquinhos Diniz, muito bem construdo
e cheio de convenes e contracantos de teclado respondendo s frases do trompete de Costa. Nessa msica, h a participao especial de Arthur Maia, com solo de baixo fretless. O encerramento do CD no poderia ser mais delicado. Com apenas ugel e violo, Costa e Jnior Xanfer fecham com categoria em Simplesmente Ana, de autoria de Junior. O disco tem muita gente boa cada faixa uma formao, para no esquecer ningum: Fbio Valois, Edlson Prodgio e Matheus Guerreiro, teclados; Jean Elton, Jackson Junior, baixo; Jnior Primata, baixo fretless. Na bateria: Marcelo Pereira, Hito, Di Stano, Enoque Souza, Misael Barros e Delbert Lins na percusso, alm do trombone de Nilsinho Amarante.
Antigamente, no Nordeste, forr e samba tinham o mesmo signicado. Era uma festa em que se tocava de tudo, do baio ao choro. Com o passar do tempo, foram surgindo as diferenas entre esses dois gneros musicais, e o samba carioca se consolidou no Brasil. No Nordeste, esse gnero foi adaptado e a ele foram incorporados a sanfona, o tringulo, a zabumba e o violo. Passou a ser chamado de samba de latada, ttulo do novo CD de Josildo S e Paulo Moura, que traz de volta a mistura desses gneros. Josildo S um dos destaques da msica pernambucana atual. O artista, compositor e cantor une as tradies da msica nordestina sertaneja com a modernidade da capital. Suas letras falam do serto, das festas, dos amores. O encontro entre Josildo S e Paulo Moura aconteceu graas insistncia de S, que sempre gostou da msica do maestro. Em 2002, S foi a um hotel no Recife onde Paulo estava. Levava uma ta cassete e as recomendaes de Bethnia e Jorge Hopper. Em seguida, convidou Moura a ir a uma casa de forr da cidade. Resultado: o maestro se encantou e o trabalho e a parceria comearam ali. Paulo Moura assina a direo musical e costura com seu clarinete as melodias apresentadas pela voz carismtica de S. O resultado a mistura da msica de raiz pernambucana com a gaeira carioca. Na nica faixa instrumental do CD, Pro Paulo, o clarinetista d um show. um disco em que se tem a sensao de que tudo foi feito de improviso, tamanha a espontaneidade apresentada. l
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Arapuca
CD
O jovem gaitista esbanja sensibilidade e virtuosismo em sua gaita cromtica, desenvolvendo um estilo muito prprio em suas interpretaes e improvisaes. Em seu novo CD Arapuca, ele mostra seu talento como
Performance Artista: Fabinho Costa Independente
compositor em quatro faixas autorais. Desta vez escolheu o forr, tradicional gnero musical nordestino, como fonte de inspirao para o seu trabalho instrumental. O disco traz tambm homenagens ao mestre da sanfona, Sivuca, falecido em dezembro de 2006, alm de Hermeto Pascoal. A msica que d ttulo ao CD, composta por Rossi, poderia ser encarada como uma armadilha para o msico desavisado, tamanha a diculdade de sua melodia, se o msico ganhasse por nota executada! Festa em Olinda outro bom momento do disco a msica de autoria de Toninho Horta, e de intensa sensibilidade. Ainda aparecem composies de Joo Lyra, Toninho Ferragutti e Egberto Gismonti, com o tema Sete Anis. A produo ca a cargo do prprio Gabriel Grossi e de Daniel Santiago, que assina os arranjos, alm de tocar guitarra. Tambm participam do trabalho Amoy Ribas (percusso), iago Esprito Santo (baixo) e Durval Pereira (zabumba).
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Samba de Latada
O primeiro trabalho autoral do trompetista recifense Fabinho Costa, tambm compositor e arranjador, traz claras inuncias de nomes como Miles Davis, Dizzy Gillespie, Chet Baker e Freddie Hubard. A primeira faixa, Funk Davis, a princpio poderia ser mais um tema de jazz. Mas, aps uma breve introduo-solo do trompete, vem o funk anunciado, de autoria de Fabinho, com apoio do sax tenor de Gilmar Black. Em Dizzy, mais uma homenagem, desta vez a Gillespie e com solo de Jnior Xanfer, dobra uma parte com solo vocal. Ao longo do disco, o trompetista vai mostrando claramente suas inuncias atravs do jazz, do funk e do blues. Baio Cubano uma salsa tambm escrita por Fabinho que abusa das frases alteradas, destacando o teclado de Kleyton Wanderley e o sax de Gustavo Anacleto, que tem um belo timbre de soprano. Fabinho est muito bem acompanhado: em Vida Maria, uma balada, ele toca um suave ugelhorn, cujo tema do guitarrista Jubileu Filho, que participa da faixa e d espao para o tecladista Eduardo Tauc. Spio um tema jazz que toma ares de salsa e retorna ao jazz, de autoria do tecladista Marquinhos Diniz, muito bem construdo
e cheio de convenes e contracantos de teclado respondendo s frases do trompete de Costa. Nessa msica, h a participao especial de Arthur Maia, com solo de baixo fretless. O encerramento do CD no poderia ser mais delicado. Com apenas ugel e violo, Costa e Jnior Xanfer fecham com categoria em Simplesmente Ana, de autoria de Junior. O disco tem muita gente boa cada faixa uma formao, para no esquecer ningum: Fbio Valois, Edlson Prodgio e Matheus Guerreiro, teclados; Jean Elton, Jackson Junior, baixo; Jnior Primata, baixo fretless. Na bateria: Marcelo Pereira, Hito, Di Stano, Enoque Souza, Misael Barros e Delbert Lins na percusso, alm do trombone de Nilsinho Amarante.
Antigamente, no Nordeste, forr e samba tinham o mesmo signicado. Era uma festa em que se tocava de tudo, do baio ao choro. Com o passar do tempo, foram surgindo as diferenas entre esses dois gneros musicais, e o samba carioca se consolidou no Brasil. No Nordeste, esse gnero foi adaptado e a ele foram incorporados a sanfona, o tringulo, a zabumba e o violo. Passou a ser chamado de samba de latada, ttulo do novo CD de Josildo S e Paulo Moura, que traz de volta a mistura desses gneros. Josildo S um dos destaques da msica pernambucana atual. O artista, compositor e cantor une as tradies da msica nordestina sertaneja com a modernidade da capital. Suas letras falam do serto, das festas, dos amores. O encontro entre Josildo S e Paulo Moura aconteceu graas insistncia de S, que sempre gostou da msica do maestro. Em 2002, S foi a um hotel no Recife onde Paulo estava. Levava uma ta cassete e as recomendaes de Bethnia e Jorge Hopper. Em seguida, convidou Moura a ir a uma casa de forr da cidade. Resultado: o maestro se encantou e o trabalho e a parceria comearam ali. Paulo Moura assina a direo musical e costura com seu clarinete as melodias apresentadas pela voz carismtica de S. O resultado a mistura da msica de raiz pernambucana com a gaeira carioca. Na nica faixa instrumental do CD, Pro Paulo, o clarinetista d um show. um disco em que se tem a sensao de que tudo foi feito de improviso, tamanha a espontaneidade apresentada. l
SAX & METAIS JULHO / 2007
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WORKSHOP
FUSES RTMICAS TESTE NOVIDADE ESTUDO TECNOLOGIA REVIEW LIVE!
Saxofone
FUSES RTMICAS
Henrique Band
Henrique Band arranjador, compositor e saxofonista. Mora no Rio de Janeiro e produziu diversos CDs. Para saber mais, acesse www. myspace.com/henriqueband. Na msica que apresento aqui, Seleo Nota 11, de minha autoria e que faz parte do CD da 1 Mostra Brasil Instrumental Conservatrio de Tatu (SP), temos um exemplo de mistura de ritmos. A acentuao do samba transita entre o jazz e o funk sem perder a identidade, gerando as fuses chamadas de samba-funk e samba-jazz. Repare que nesta msica o suingue j sugerido na prpria partitura por meio de acentuaes em que o tempo forte deslocado. Podemos observar tambm que o ciclo harmnico se repete em toda a primeira parte da composio, de maneira que o resultado rtmico da base enriquece e complementa o deslocamento do tempo forte sugerido pela melodia. Na segunda parte, a interpretao um pouco mais meldica em determinados trechos, possibilitando uma execuo mais lrica (ou cantabile) do intrprete.
pesar de algumas melodias sugerirem o gnero musical de forma evidente, o reexo imediato de um saxofonista quase sempre o de se preocupar com passagens, anao e respirao, sem considerar a importncia da origem do ritmo como um fator interpretativo. justamente por meio de acentuaes e de determinadas articulaes que podemos evidenciar ritmos como o samba, o baio, o frevo, o jazz e a salsa, entre outros. Pelo fato de o saxofone ser um instrumento, acima de tudo, meldico, temos de estreitar o contato com instrumentos que fazem parte da base rtmica (bateria e percusso). Dessa maneira, a viso do saxofonista car mais voltada para o ritmo, fazendo com que a sua compreenso musical aumente independente do instrumento que ele esteja tocando (sax soprano, alto, tenor ou bartono).
SELEO NOTA 11
(Homenagem ao 11 Cabeas)
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WORKSHOP
SAXOFONE NO CHORO TESTE NOVIDADE ESTUDO TECNOLOGIA REVIEW LIVE!
Saxofone
SAXOFONE NO CHORO
Rafael Velloso
Rafael Velloso saxofonista, arranjador e compositor, bacharel em saxofone pela Universidade Estcio de S (RJ) e mestre em Etnomusicologia pela Escola de Msica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem um CD-solo lanado (Sax Chorando) e atualmente toca com a Orquestra Popular Cu na Terra dade para manter a anao, j que a melodia alcana rapidamente as notas mais agudas do instrumento e volta igualmente rpida para as notas graves, fazendo com que o saxofonista tenha de manter a embocadura e utilizar a dinmica para no ocorrerem os famosos guinchos. A dinmica que sugiro pelos sinais eruditos tradicionais p (piano), pp (pianssimo), mf (mezzo forte) e < (crescendo), uma possibilidade dentre vrias, pois na execuo de um choro sempre possvel haver variaes tanto meldicas quanto expressivas. A harmonia encontra-se no mesmo tom do tema escrito e tambm pode ser modicada pelo instrumentista acompanhante. No caso dos violes de seis e sete cordas, o acompanhante deve procurar sempre as frases do baixo, tpicas do gnero, ao nal e no incio de cada parte. Dessa forma, este tema, pouco conhecido, apresenta muitas opes de ornamentos e dinmicas, alm de uma melodia muito rica que possibilita ao instrumentista de sopro um prazeroso estudo de interpretao. Podem-se utilizar as tcnicas tradicionais do instrumento, como as articulaes e dinmicas j mencionadas, pensando sempre em adapt-las execuo deste repertrio, considerando as suas particularidades, que, por isso, no so bem traduzidas nas notaes tradicionais. A partitura deve ser tomada apenas como um guia rtmico-meldico, tendo como referncia principal as gravaes e a prpria experincia musical, extraindo delas a liberdade, a alegria e a descontrao, caractersticas marcantes deste gnero.
uis Americano, natural de Aracaju, nasceu em 1900 e comeou seus estudos no clarinete, seguindo a tradio familiar de seu pai, Jorge Americano, mestre de banda da cidade, antes de se tornar um cone do sax. Foi um msico muito importante na histria do choro, fazendo parte dos principais conjuntos da poca, como a Velha Guarda liderada por Pixinguinha e a American Jazz Band, que reuniu os melhores instrumentistas do perodo. Sua discograa enorme, tendo participado de inmeros conjuntos que acompanhavam os principais cantores do rdio, como Orlando Silva, Francisco Alves e Carmem Miranda. O maxixe Atraente, composto pelo saxofonista, foi gravado pela primeira vez pelo prprio autor em maro de 1934, e lanado no mesmo ano pela gravadora Odeon, no lado A, sob o nmero 11140, em um disco de 78 rpm. Esta era a nica referncia que tnhamos desta msica, cuja gravao pertence ao acervo do jornalista Jos Ramos Tinhoro e que hoje pode ser facilmente ouvida pelo site do Instituto Moreira Salles (www.ims.com.br). A melodia est transcrita para o saxofone alto em Eb e apresenta trs partes: A, B e C. Sua forma segue AABBACA, e C est no tom da subdominante. Este tema possui uma grande extenso meldica, do Si grave ao Mi agudo, explorando toda a escala do saxofone. O desao na execuo deste tema est justamente em sua extenso meldica. Um instrumentista iniciante pode enfrentar certa dicul-
ATRAENTE
Mesquita e Luis Americano
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WORKSHOP
A CONSTRUO DA SONORIDADE TESTE NOVIDADE ESTUDO TECNOLOGIA REVIEW LIVE!
Flauta e saxofone
A CONSTRUO DA SONORIDADE
David Ganc
ma vez adquirido o tnus muscular da embocadura e uma slida coluna de ar, o msico pode correr atrs de sua prpria sonoridade, j que a sua assinatura musical seu som, aliado ao fraseado. Como grande parte dos msicos populares faz a dobra de auta e sax, este workshop serve tanto para os autistas como para os saxofonistas, resguardando as diferenas de embocadura dos dois instrumentos. Para esses msicos, recomendo comear o estudo dirio da sonoridade pela auta, j que exige relaxamento dos lbios.
David Ganc autista e saxofonista, do Rio de Janeiro. Formado em msica erudita (auta) pela UFRJ e em msica popular (saxofone) pela Berklee College of Music (Boston - Massachusetts, EUA). Tem quatro CDs-solo lanados. Site: www.davidganc.com
QUINTAS JUSTAS
Aps as j conhecidas notas longas nosso aquecimento dirio , podemos fazer o exerccio de quintas justas, com o professor sustentando a nota pedal e o aluno fazendo a quinta, a oitava e voltando tnica, sempre bem ligado e bem lento, primeiro diatonicamente e depois cromaticamente.
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A dinmica pode variar de mp a mf, e as notas devem ter sempre o mesmo volume. Voc pode usar como referncia o piano, utilizando a tnica e apertando o pedal, um sintetizador ou gravar a seqncia de notas pedais de D3 a G4 bem longas, e us-las como base de afinao. Alm de construir e fortalecer a embocadura e a sonoridade, esse exerccio faz um check-up sonoro no instrumento, tendo em vista que cada um tem suas caractersticas, e voc deve estar ciente das qualidades e deficincias de seu instrumento. Lembre-se sempre da fragilidade do C# 4, com tendncia de
afinao alta (instrumento todo aberto) e do D4 com som opaco (instrumento fechado). Voc deve estar atento e saber compensar com a coluna de ar esses degraus de som.
Lembre-se sempre de que as notas devem ter rigorosamente a mesma dinmica. No deixe que as agudas soem forte, e as graves, piano. Force para que todas as notas soem em mf.
Ao dominar o exerccio dentro de uma oitava, estenda para duas. Isso lhe dar boa elasticidade e voc tambm poder variar a nota pedal. E no se esquea: pratique o quanto puder, o som vem com o tempo!
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WORKSHOP
EFEITOS SONOROS NO CLARINETE TESTE NOVIDADE ESTUDO TECNOLOGIA REVIEW LIVE!
Clarinete
Michel Moraes integrante do Quinteto Madeira de Vento e professor do curso de bacharelado em clarinete da FAAM-FMU. Contato: michelmoraes@clarinetemania.com ou www.clarinetemania.com anao impecveis. Os negros comearam a introduzir efeitos que imitavam a fala, como som rouco (frullato), pequenas desanaes para cima ou para baixo (bendings), deslizes grandes (glissandos), bem como notas fantasmas. Essa nova maneira de tocar imitando efeitos da voz humana pode ser ouvida desde as primeiras gravaes de dixieland no incio do sculo XX, passando pelo blues, swing, bebop, etc., e acabaram inuenciando a escrita para sopros de grandes compositores de msica erudita, como Ravel, Stravinski, Gershwin, Copland e Villa-Lobos, dentre outros. lngua no cu da boca. Ele vai sair um pouco mais agressivo, maneira dos cantores de blues e soul. Porm, preciso car atento anao, porque pode car baixa. Talvez isso acontea porque h a tendncia em deixar um maior espao na cavidade bucal para a lngua vibrar. O frullato no clarinete tambm usado para imitar o trmulo de repetio dos instrumentos de cordas. Na partitura, pode ser indicado com traos em cima da nota, ou simplesmente escrevendo frullato sobre o trecho a ser executado.
uitas vezes, ao ouvir um clarinetista tocar rhythm & blues, jazz, choro ou peas de msica contempornea, podemos perceber efeitos sonoros que nos remetem voz humana. Frullatos, glissandos, bendings e ghost notes (notas fantasmas) trouxeram uma nova gama de expressividade msica erudita e popular. Esses efeitos comearam a ser desenvolvidos por msicos negros de New Orleans no m do sculo XIX. At ento, os instrumentistas de sopro que seguiam a tradio europia visavam o som limpo, com preciso e
FRULLATO
Do italiano frullare, signica fazer rumor. Muitos clarinetistas me perguntam como produzir esse efeito no clarinete. Conheo duas formas. A primeira emitindo um som com a garganta enquanto toca. Cante um uuuuu grave assoprando o clarinete. Isso far com que saia um frullato suave, com passagens agudas e rpidas. A desvantagem que se voc for gravar e o trecho for muito exposto, h grande chance de aparecer a sua voz na gravao. Outra forma de produo vibrando a
BENDING
Do ingls to bend, curvar. Como o prprio nome diz, trata-se de desanar a nota para cima ou para baixo e retornar anao
original. Basta relaxar ou apertar o maxilar contra a palheta para conseguir o efeito desejado. muito usado no blues, negro-spirituals e choro. indicado na partitura com um pequeno trao curvo.
GLISSANDO
Do italiano glissare, signica deslizar sobre. Consiste em tocar comeando numa nota e terminando em outra mais grave ou aguda, sem que se notem as quebras entre elas. um efeito muito utilizado por instrumentistas de cordas e cantores. No registro grave, tire os dedos dos
furos do clarinete escorregando lateralmente, um a um, em seqncia. No registro mdio e agudo a partir do R5, necessrio tambm relaxar bem a garganta e a embocadura, em sincronia ao movimento de dedos. Depois, vamos ajustando at chegar nota desejada. Pode ser anotado na partitura com o termo gliss sobre as notas ou com um trao.
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Ghost notes
So as notas fantasmas, muito utilizadas no jazz, principalmente a partir do swing do fim da dcada de 1930, como um recurso para dar mais balano melodia. Para faz-las, encoste bem levemente a lngua na palheta enquanto toca uma nota longa. Isso vai abafar
o som. necessrio ter uma boa sensibilidade para fazer isso, pois como a palheta do clarinete pequena, dependendo do modo que se faz pode cessar o som. Depois de praticar, voc j poder atacar mantendo a lngua na palheta. indicado na partitura como uma nota para percusso.
ConCluso
Cada instrumentista tem seu modo de tocar esses efeitos, no existe verdade absoluta. Abordando o meu jeito, espero esclarecer quem esteja
com dificuldade, bem como mostrar uma nova maneira para quem j conhece o assunto. Agora s praticar, e note que cada registro apresenta uma dificuldade. Bons estudos!
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SAX & Metais julho / 2007
11 3326-3809 11 3064-1909 11 4362-2047 34-33132696 11-3881-8400 61 3629-9400 11 2199-2900 11 6931-9130 31 2102-9270 11 3159-3105 11 3797-0100 11 6404-8544 11 3704 -1377
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