Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                
100% acharam este documento útil (1 voto)
190 visualizações11 páginas

Série Matematica PDF

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1/ 11

Srie (matemtica)

Srie (matemtica)
Em matemtica, o conceito de srie, ou ainda, srie infinita, surgiu da tentativa de generalizar o conceito de soma para uma seqncia de infinitos termos. Esta generalizao, longe de acontecer de forma impune, traz diversas dificuldades: nem sempre possvel definir um valor resultante da soma para uma srie; no possvel em geral trocar a ordem dos termos da srie; algumas sries possuem soma infinita. Embora a idia de soma de infinitos seja bastante antiga, uma formulao matemtica rigorosa s veio a surgir no sculo XVIII, com o advento da anlise real, que denota e define uma srie de termos da seguinte forma:

A teoria das sries divergentes generaliza este conceito de soma para alguns casos quando este limite no existe.

Um primeiro exemplo
Considere a dzima peridica que resulta da diviso de 1 por 3:

Esta dzima pode ser reinterpretada como a soma da srie:

E neste caso, dizemos que a soma desta srie

Srie (matemtica)

Notao

Cauchy formaliza o estudo das sries.

Se forem

os termos da seqncia que desejamos somar. A soma

da srie ser:

No exemplo anterior, temos Chamamos de soma parcial at o termo N,

, que forma uma progresso geomtrica de razo a soma dos N primeiros termos de uma srie:

Definio
Define-se a soma de uma srie infinita, o limite das somas parciais quando este limite existe:

Quando este limite existe, definmos ainda o resduo de ordem n da srie, pela seguinte srie:

Esta definio nos permite escrever: para todo A soma parcial pode, portanto, ser interpretada como uma aproximao para a soma da srie, enquanto que o resduo o erro desta aproximao. claro que:

Srie (matemtica)

Aspectos histricos
A considerao de somas infinitas um problema estreitamente ligado ao problema da passagem ao limite. A falta por longo perodo de conceitos adequados e de uma teoria razovel levou os matemticos a numerosas especulaes e paradoxos respeito da natureza das sries infinitas, a exemplo do paradoxo de Zeno. O paradoxo de Zeno segundo Aristteles em Fisica VI, 239 b 9 ss consiste basicamente em decompor o movimento em um nmero infinito de partes. Pressupondo de que impossvel realizar infinitos movimentos em tempo finito, o deslocamento torna-se impossvel. Os experimento mental tradicional prope uma competio entre o heri Aquiles e uma tartaruga. A tartaruga parte com uma vantagem inicial. impossvel que Aquiles alcance a tartaruga, porque, quando Aquiles atinge a posio inicial da tartaruga (A), ela j avanou para o ponto (B). Quando Aquiles chega ao ponto B, a tartaruga j est em C e assim at o infinito. O matemtico e astrnomo Madhava foi o primeiro, no sculo XIV, a considerar tais sries. Seus trabalhos receberam Aquiles continuidade por seus sucessores da escola de Kerala, regio ao sul da ndia e foram registrados no livro Yuktibhasa. Madhava se dedica ao estudo das funes trigonomtricas, propondo-lhe desenvolvimento em sries de Taylor e em sries trigonomtrica. Ele utiliza esses conceitos para o clculo de aproximaes (notavelmente para estimar o valor numrico da constante ) e estabelece estimativas para o erro assumido. Tambm introduz os primeiros critrios de convergncia. No sculo XVII, James Gregory redescobre vrios desses resultados, em especial o desenvolvimento de sries trigonomtricas em sries de Taylor e sua srie que permita calcular o valor numrico de . Em 1715, Brook Taylor, ao publicar a construo geral das sries que recebem seu nome, estabelece uma frutfera ligao da teoria de sries infinitas com o clculo diferencial. No sculo XVIII, Leonhard Euler estabelece numerosas relaes sobre sries, calcula diversas somas notveis e introduz o conceito de srie hipergeomtrica. A teoria das sries infinitas se estabelece finalmente com o advento da anlise matemtica ao longo dos sculos XVIII e XIX com os trabalhos sobretudo de Augustin Louis Cauchy.

Classificao quanto convergncia


As seguintes classes se aplicam a series numricas: Srie convergente: existe o limite Srie divergente: existe o limite Srie oscilante: no existe o limite e finito. e infinito. . e finito.

Srie absolutamente convergente: existe o limite

Srie condicionalmente convergente: srie convergente porm no absolutamente convergente.

Srie (matemtica) Obs.: Toda srie absolutamente convergente convergente. Os termos de uma srie convergente formam uma seqncia dita somvel. Obs: Alguns autores, sobretudo fora do escopo da anlise real ou na teoria das sries divergentes, definem como srie divergente toda aquela que no convergente.

Exemplos selecionados
Srie geomtrica
A srie geomtrica formada pelos termos de uma progresso geomtrica:

Da teoria das progresses geomtricas, temos que:

facil ver que se

ento esta srie convergente e sua soma dada por:

ou, como mais usual:

Srie harmnica
A srie harmnica formada pelos termos de uma progresso harmnica:

Esta srie divergente, o que pode ser provado com a seguinte astcia:

e substitua nas somas parciais:

Simplificando os termos repetidos temos:

Srie (matemtica)

Srie alternada
Chama-se srie alternada toda a srie da forma:

Um exemplo de srie alternada : , que a despeito da srie harmnica, converge. Para verificar a convergncia de sries alternadas, existe o teste da srie alternada.

Srie telescpica
Chame-se srie telescpica toda srie cujos termos outra progresso numrica. Um exemplo de srie telescpica possam ser escritos como: , onde

Observe que aqui fcil ver que:

e, portanto: convergente se e somente se existe o limite

Convergncia e divergncia de sries


Diversos so os teoremas para provar que determinada srie numrica converge ou diverge, esses constumam ser chamados de testes (ou critrios), eis alguns exemplos:

Sries de termos positivos


Teste da integral O teste da integral um mtodo para estabelecer a convergncia de um srie comparando a soma de seus termos integral de uma funo adequada. Seja Ento uma srie de nmeros positivos e ; decrescente; . converge se e somente se converge. uma funo com as seguintes propriedades:

Srie (matemtica) Teste da comparao do limite O teste da comparao do limite uma generalizao do teste da comparao. Sejam termos positivos. Ento: Se , sendo um nmero e , temos: e sries de

ambas as sries divergem ou ambas as sries convergem. Obs.: Se Se , ento: convergente convergente.

Este teste admite uma ligeira modificao atravs do uso do limite superior: Se Se , temos que: convergente convergente.

Critrio da comparao de razes O critrio da comparao de razes serve como base para muitos dos critrios utilizados para estudar convergncia e divergncia de sries. Este sugerido pela lgica da progresso geomtrica. Sejam as sries de termos positivos , temos: Ento convergente divergente convergente; divergente; e , imaginemos que existe um nmero natural tal que, para

Teste da divergncia O teste da divergncia ou teste do termo geral estabelece que uma srie numrica no pode convergir se o seu termo geral no converge para zero. Ou seja: Se converge, ento seu termo geral converge para zero.

Observe cuidadosamente que a recproca no verdadeira, um contra-exemplo simples a srie harmnica:

onde o termo geral

tende a zero, mas a soma diverge.

Srie (matemtica) Teste da comparao O teste da comparao estabelece um critrio para convergncia de sries de termos positivos, ou para a convergncia absoluta. Sejam as sries: Ento se e se a segunda srie converge a primeira tambm converge ( e tem soma inferior). Ou , ento a primeira srie converge contanto que a segunda tambm

ainda, se a primeira diverge a segunda tambm deve divergir. Podemos tambm estabelecer que se convirja. Teste da razo O teste da razo ou teste de d'Alembert um teste para saber a convergncia ou no de uma srie comparando-a com a srie geomtrica. Seja uma sries de termos positivos.

E suponha que exista o limite Ento , a srie absolutamente convergente (portanto convergente); ou , a srie divergente; , o teste inconclusivo.

Teste da raiz O teste da raiz ou teste de Cauchy outro teorema que permite estabelacer a convergncia de uma srie. Ele pode tambm ser aplicado para estudar a convergncia de uma srie de funes e permite estabelecer o raio de convergncia de uma srie de Taylor. Seja Ento: Se Se Se , a srie converge absolutamente , a srie no converge , nada se pode concluir por: uma srie numrica e a constante definida pelo limite:

No caso de o limite no existir, este teste ainda vlido, substituindo a definio de

Srie (matemtica)

Sries de termos quaisquer


Teste da srie alternada ou Critrio de Leibniz Testes de Abel e Dirichlet O teste de Abel e o teste de Dirichlet demonstram a convergncia de sries numricas que podem ser escritas na forma:

quando os coeficiente

forma uma sequncia monotnica com limite quando

O teste de Abel garante a convergncia de quando

convergente. J o teste de Dirichet se aplica

, mas exige apenas que as somas parcial sejam limitadas:

Constantes definidas por sries


Algumas constantes matemticas so mais freqentemente definidas diretamente atravs de uma srie, este o caso de: O nmero de Euler:

A constante de Liouville, o primeiro nmero transcendente construdo:

O nmero

A constante de Brun, que vale aproximadamente 1,9021605823, definida como a soma dos inversos dos pares de primos gmeos:

Essa srie convergente, em contraste com a srie dos inversos dos primos, que divergente:

Srie (matemtica)

Rearranjo de termos
Sejam os termos de uma srie. Definimos um rearranjo dos termos uma nova seqncia com os mesmos termos onde uma permutao. Pode-se mostrar que se uma srie converge absolutamente, ento pode-se rearranjar os termos sem alterar a soma. Se uma srie de nmeros reais condionalmente convergente mas no absolutamente convergente, ento cada cada soma pr-fixada , existe um rearranjo de termos tal que a soma da srie rearranjanda .

Funes definidas por sries


Um procedimento bastante comum em anlise matemtica o de definir funes atrves de sries. Veja o exemplo:

Se

um nmero real maior que

ento esta funo est bem definida, o que pode ser mostrado pelo teste da .

integral (veja srie harmnica). Um caso importante

Se um nmero complexo, esta funo a famosa funo zeta de Riemann a respeito da qual h um dos mais importantes problemas em aberto da matemtica moderna. Quanto os termos da srie so potncias, ento a srie dita uma srie de Taylor, por exemplo:

Sries duplas
Defne-se como srie dupla o limite duplo a seguir:

Exemplos de sries duplas


A funo elptica de Weierstrass definida pela srie dupla:

Srie iteradas
Chama-se srie iterada aquela cujos termos so outras sries:

Exemplos
Tambm podemos construir sries de somas finitas:

Srie (matemtica)

10

Seqncia dos termos de uma srie


Seja uma seqncia real ou complexa e converge. , dizemos que pertence ao espao lp se:

Generalizaes em espaos normados


Seja um espao normado, , definimos de forma anloga: , quando este limite existe. A srie somvel em norma se converge. Nestes termos, um espao de Banach se e somente se todo srie somvel em norma for tambm convergente.

Exemplo
O espao de Hilbert das funes quadrado-somvel no intervalo , munido de sua norma:

um dos espaos mais importantes da matemtica aplicada teoria do processamento de sinais analgicos. Neste espao, todo elemento pode ser escrito como uma srie de Fourier:

Considere o espao de Banach das funes contnuas definidas no intervalo supremo. Convergncia neste espao equivale a convergncia uniforme.

, munidas da norma do

Referncias gerais
Guidorizzi, Hamilton Luiz. Um curso de clculo, vol 4. 5aedio. So Paulo: LTC - Livros Tcnicos e Cientficos Editora S.A., 2002. vila, Geraldo Severo de Souza. Introduo anlise matemtica. 2aedio. Sao Paulo: Edgard Blucher, 1999. Bartle, Robert Gardner. The elements of real analysis. 2aedio. New York: Wiley, 1976. Rezende, Antonio. Curso de filosofia 5aedio. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor / SEAF, 1992. Rudin, Walter. Principles of mathematical analysis. 3aedio. Auckland: Mcgraw-Hill, 1976. Simmons, George F.. Clculo com geometria analtica, vol 2. 1aedio. So Paulo: McGraw-Hill Ltda, 1987.

Fontes e Editores da Pgina

11

Fontes e Editores da Pgina


Srie (matemtica) Fonte: http://pt.wikipedia.org/w/index.php?oldid=19109756 Contribuidores: Albmont, BrunoSupremo, Cayyam, Conhecame, Diraol, Felipearaldi, Kleber mota, Lechatjaune, OffsBlink, Pietrobon costa, Profvalente, Salgueiro, TPM, Zennig, 25 edies annimas

Fontes, licenas e editores da imagem


Ficheiro:Cauchy Augustin Louis dibner coll SIL14-C2-03a.jpg Fonte: http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ficheiro:Cauchy_Augustin_Louis_dibner_coll_SIL14-C2-03a.jpg Licena: Public Domain Contribuidores: Aubrey, Bkmd, Katpatuka, Matt314 Ficheiro:Achilles by Lycomedes Louvre Ma2120.jpg Fonte: http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ficheiro:Achilles_by_Lycomedes_Louvre_Ma2120.jpg Licena: Public Domain Contribuidores: User:Jastrow

Licena
Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported http:/ / creativecommons. org/ licenses/ by-sa/ 3. 0/

Você também pode gostar