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Espaços Vetoriais de Dimensão Finita - Paul Halmos

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2 Espaos Vetoriais de Dimenso Finita

ESPAOS VETORIAIS
DE DIMENSO FINITA

Por
PAUL R. HALMOS
Professor de Matemtica
Universidade de Michigan
Espaos Vetoriais de Dimenso Finita 3

Prefcio

Meu propsito neste livro tratar as transformaes


lineares sobre espaos vetoriais de dimenso finita por
mtodos de teorias mais gerais. A ideia enfatizar as
noes geomtricas simples comuns a muitas reas da
matemtica e suas aplicaes, e faz-lo em uma linguagem
que deixe claro os segredos da matria e diga ao estudante
o que est no fundo da mente de pessoas que testam
teoremas sobre equaes integrais e espaos de Hilbert.
Porm, o leitor no tem que participar de minha
tendenciosa motivao. Com exceo de alguma referncia
ocasional a matemtica graduada, o livro autrquico e
pode ser lido por qualquer pessoa que tente alcanar
alguma percepo de problemas lineares usualmente
discutidos num curso sobre teoria das matrizes ou lgebra
mais elevada. Os mtodos algbricos, livres de
coordenadas, no perdem poder e elegncia por
especializao para um nmero finito de dimenses, e so,
em minha opinio, to elementares, como o tratamento
clssico de coordenadas.

Originalmente tive o propsito de que este livro


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Contedo
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Captulo 1

ESPAOS

1. Campos

Adiante teremos ocasies em que usaremos vrias


classes de nmeros (tais como a classe dos nmeros reais
ou dos nmeros complexos). Em razo de no ser possvel,
nesta etapa inicial, nos limitarmos a nenhuma classe em
particular, adotaremos o expediente de nos referirmos aos
nmeros como escalares. O leitor no perder nada
essencial se consistentemente interpretar os escalares
como nmeros reais ou como nmeros complexos; nos
exemplos que estudaro aparecero ambas as classes. Para
sermos mais concretos (e tambm para operar no nvel
adequado de generalidade) procederemos a listar todos os
fatos gerais que sero necessrios supor a respeito dos
escalares.

(A) A cada par, e , de escalares corresponde um escalar


+ , chamado soma de e , de maneira que:

(1) A adio comutativa, + = + ,


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(2) A adio associativa, + ( + ) = ( + ) +,


(3) Existe um nico escalar, 0 (chamado zero), tal que
+ 0 = para todo escalar , e
(4) A cada escalar no-zero a corresponde um nico
escalar que + (-) = 0.

(B) A cada par, e , de escalares corresponde um escalar


, chamado produto de e , de tal forma que:

(1) A multiplicao comutativa, = ,


(2) A multiplicao associativa, () = (),
(3) Existe um nico escalar, distinto de zero, ou no-
zero, 1 (chamado um), tal que 1 = para cada
escalar , e
(4) A cada escalar no-zero a corresponde um nico
escalar (ou ) tal que = 1.

(C) A multiplicao distributiva em relao adio, ( +


) = + .

Se a adio e a multiplicao se definem dentro de


algum conjunto de objetos (escalares), de maneira que se
satisfaam as condies (A), (B) e (C), ento esse conjunto
(juntamente com as operaes dadas) chamado de
campo. Assim, por exemplo, o conjunto Q dos nmeros
racionais (com as definies ordinrias de soma e produto)
um campo, e o mesmo pode ser dito do conjunto R dos
nmeros reais. E o conjunto C dos nmeros complexos.
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Exerccios
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Espaos Vetoriais de Dimenso Finita 9

2. Espaos vetoriais

Chegamos agora ao conceito bsico deste livro. Para a


definio que segue vamos supor a existncia de um
campo particular F; os escalares que sero usados so
elementos de F.

DEFINIO. Um espao vetorial um conjunto V de


elementos que satisfazem os seguintes axiomas:

(A) A cada par, x e y, de vetores em V corresponde um


vetor x + y, chamado soma de x e y, de tal forma que

(1) A adio comutativa, x + y = y + x,


(2) A adio associativa, x + (y + x) = (x + y) + y,
(3) Existe em V um nico vetor 0 (chamado de origem),
tal que x + 0 = x, para cada vetor x, e
(4) A cada vetor x em V corresponde um nico vetor x,
tal que x + (-x) = 0.

(B) A cada par, e x, onde um escalar e x um vetor em


V, corresponde um vetor x, em V, chamado de produto de
e y, de tal forma que

(1) A multiplicao por escalares associativa, (x) =


()x, e
(2) 1x = x para todo vetor x.
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(C) (1) A multiplicao por escalares distributiva em


relao a adio de vetores, ( + )x = x + x.
(2) A multiplicao por vetores distributiva em
relao a adio escalar ( + )x = x + x.

No se tem a pretenso de que estes axiomas sejam


logicamente independentes; so apenas uma conveniente
caracterizao dos objetos que desejamos estudar. A
relao entre um espao vetorial V e o campo subjacente F
usualmente descrita se dizendo que V um espao
vetorial sobre F. Se F o campo R de nmeros reais, V ser
chamado de espao vetorial real; de modo semelhante, se
F o campo Q (dos nmeros racionais) ou C (dos nmeros
complexos), ser chamado de espao vetorial racional ou
de espao vetorial complexo.
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3. Exemplos

Antes de discutir as implicaes dos axiomas,


daremos alguns exemplos. Nos referiremos

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