48 - Atabaques PDF
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ATABAQUES
O som a primeira relao com o mundo, desde o ventre materno. Abre canais de
comunicao que facilitam o tratamento. Alm de atingir os movimentos mais primitivos, a
msica atua como elemento ordenador, que organiza a pessoa internamente.
A HISTRIA DOS TAMBORES
Os tambores comearam a aparecer pelas escavaes arqueolgicas do perodo neoltico.
Um tambor encontrado na escavao na Morvia foi datado de 6.000 anos antes de Cristo.
Tambores tm sido encontrados na antiga Sumria com a idade de 3.000 a.C. Na
Mesopotmia foram encontrados pequenos tambores datados de 3.000 a.C. Tambores com
peles esticadas foram descobertos dentre os artefatos egpcios, a 4.000 a.C. Os primeiros
tambores provavelmente consistiam em um pedao de tronco de rvore oco. Estes troncos
eram cobertos nas bordas com peles de alguns rpteis, e eram percutidos com as mos,
comeou-se a usar peles mais resistentes e apareceram as primeiras baquetas. O tambor com
duas peles veio mais tarde, assim como a variedade de tamanho.
O Atabaque de origem rabe e foi introduzido na frica por mercadores que entravam
no continente atravs dos pases do norte, como o Egito.
ATABAQUES OU ILUS
So trs os atabaques em um terreiro, Rum, Rumpi e L, sendo o Rum o atabaque maior
com som mais grave, o atabaque responsvel em puxar o toque do ponto que est sendo
cantado, no Rum ficaria os Alab, Og, ou Og de Sala, como conhecido por todos, seria o
Og responsvel pelos toques.
O Rumpi seria o segundo atabaque maior, tendo como importncia responder ao atabaque
Rum, e o L seria o terceiro atabaque onde fica o Og que est iniciando ou aprendiz que
acompanha o Rumpi. O Rum tambm responsvel para dobrar ou repicar o toque para que
no fique um toque repetitivo.
Os trs atabaques que fazem soar o toque durante o ritual tambm so responsveis pela
convocao dos deuses.
Alm dos atabaques, algumas casas usam tambm o agog e o xequer.
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Os Atabaques so instrumentos de grande importncia dentro da casa, pois, so os
segundos assentamentos mais importantes da casa, por isso devemos respeit-los como se
fossem ORIXS.
Cada um dado a um Orix (ou caboclo) variando de casa pra casa.
geralmente feito de madeira de lei como o jacarand, cedro ou mogno cortado em ripas
largas e presas umas s outras com arcos de ferro de diferentes dimetros que, de baixo para
cima do ao instrumento uma forma cnico-cilndrica, na parte superior, a mais larga, so
colocadas "travas" que prendem um pedao de couro de boi bem curtido e muito bem esticado
por um sistema de cravelhos para os Nags e os Gegs, e por cunhas de madeira para os
tambores Ngomas, nos Congos e Angolas.
O couro tambm merece cuidados, se passa dend ou azeite e deixa se no sol para que o
couro fique mais esticado, e possa produzir um som melhor no atabaque.
Cada atabaque tem suas obrigaes a serem feitas, pois o atabaque representa um orix.
Ele recebe um ritual equivalente ao feito pelo filho de santo daquele Orix que
consagrado.
Caso precise ser retirado do terreiro para manuteno, deve ser levado pelo og at o altar,
ao ariax e aos quatro cantos do terreiro antes de sair d mesmo.
Tais instrumentos possuem um papel essencial nas cerimnias. Eles servem para manter o
ambiente sob uma vibrao homognea e fazer com que todos os mdiuns permaneam em
vibrao.
Somente o Alab e seus auxiliares, que tiveram uma iniciao, tm o direito de toc-los.
Nos dias de festa, os atabaques podem ser envolvidos com tiras de pano, nas cores do Orix
evocado. Durante a cerimnia, eles sadam com um ritmo especial, a chegada dos membros
mais importantes da Umbanda e estes vem se curvar e tocar respeitosamente o cho, durante
uma cerimnia, em frente aos atabaques, antes mesmo de saudar o Pai ou a Me de Santo do
terreiro.
No caso em que um desses atabaques seja derrubado ou venha a cair no cho durante uma
cerimnia, esta interrompida por alguns instantes, em sinal de contrio.
TOCADORES DE ATABAQUE
Um Og seria como um tat da casa na maioria das vezes seu conhecimento quase
superior a um Zelador de Santo, para ser um Og no basta saber tocar e sim saber o
fundamento da casa, saber o canto na hora certa, de grande importncia em um terreiro.
Existem tambm outros tipos de componentes que se usa junto com os atabaques, por
exemplo, o agog, chocalho, tringulo, pandeiro, etc. Existe tambm o Abat, que seria um
tambor, com os dois lados com couro, que se usa muito no Rio Grande do Sul, e na nao
Tambor de Mina. Runt (Geralmente um Cargo Masculino dos Candombls Geg e Mina).
Og antes de tudo ser responsvel e srio dentro do ritual, sem brincadeiras atrs do
atabaque, cumprindo suas obrigaes como Og da casa, seguindo os fundamentos da casa
com extrema seriedade e ateno, procurando sempre aprender mais e aperfeioar os toques e
os pontos, sabendo a hora certa de usar.
Alm disso, os Ogs devem estar sempre de roupas brancas, e com suas guias.
O Og deve estar atento ao chefe de gira antes de sua incorporao depois dela deve
estar atento a tudo e a todos, pois ele o nico que fica conciente o ritual inteiro, o Og que
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esta no Rum puxa os pontos os demais devem acompanhar para que a energia da gira no seja
quebrada.
Aps o chefe de gira incorporar os Ogs devem segurar a gira pra que sua vibrao no
caia.
Alab o chefe dos demais Ogans do terreiro o Og que no tem incorporao devendo
se dedicar somente em funo dos atabaques quando assentado fica no mesmo grau de um
mdium feito.
Quando um terreiro no possui um Alab, dado a o Og com mais tempo de Atabaque e
mais experiente o cargo de Og de Rum sendo assim ele assume os atabaques.
TOQUES
So, ao todo, mais de quinze toques (ritmos) diferentes. Cada Casa de Santo tem at 500
cnticos. Segundo a f dos praticantes, os versos e as frases rtmicas, repetidos
incansavelmente, tm o poder de "captar" o mundo sobrenatural. Essa msica sagrada s sai
dos terreiros na poca do carnaval, levada por grupos e blocos de rua, principalmente em
Salvador, como Olodum ou Filhos de Gandhi.
Na Angola existem vrios tipos de toques, onde cada toque destinado a um Orix, por
exemplo, Congo de Ouro, Angolo que seria destinado a Oxossi, Igex que seria destinado a
Oxum, etc. O mesmo acontece com ketu, que se toca com varinha de goiabeira ou bambu,
chamadas aguidavi.
Existem vrios fatores que definem os toques dos pontos. Um dos mais importantes o
ritmo em si; Cada toque possui um balano, um ritmo caracterstico que os tornam diferentes
dos outros (por exemplo, Ijex e barra-vento, so bem diferentes). Quando um Og ouve um
ponto novo, ele tende a encaixar, entre os toques que ele conhece, o que melhor vai se adaptar
quela melodia que est sendo cantada.
Por isso interessante conhecer vrias batidas diferentes, assim como muitos pontos
diferentes, pois aumentam as "cartas na manga" do Og.
Existe uma relao entre o toque e o Orix:
Oxal Toque Ijex, Kabula, Bate folha.
Ogum,
Xang,
Oxossi,
Omulu
Ijex, Congo de ouro, Barra vento, Muxikongo, Kabula.
Logum Ijex, Barra vento.
Osse Kabula, Congo, Barra vento, Sambangola.
Oxumar Ijex, Congo, Kabula.
Tempo Ijex, congo de ouro, Kabula, Barra vento.
Ians Congo de Ouro, Barra Vento, Agerr, Kabula, Ijex.
Oxum Ijex (maioria), Kabula, Congo.
Iemanj Ijex, Kabula.
Nan Congo, Kabula, Ijex.
A variao dos toques depende de vrios fatores. Basicamente no existe um toque
amarrado aquele Orix, depende de quem compe o ponto.
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Toques Mais conhecidos:
Adarrum
Aguerre
Aluj
Angolo
Apaninj
Arrebate
Barra Vento
Bravum
Cabula
Congo caboclo
Congo de Ouro
Congo Nag
Ijex
Ika
Il
Olorum
Quebra Prato
Rufo
Samba Cabula
So Bento
Sato
Vaninha
O uso do tambor Bat, utilizado por Xang na frica, perdeu-se no Brasil, mas foi
mantido em Cuba. Os ritmos chamados de Bat so ainda conhecidos por este nome na Bahia.
Acontece o mesmo com o ritmo denominado Igbin, dedicado a Oxal, que na frica batido
sobre tambores que levam o mesmo nome. Outros ritmos como, por exemplo, o Igex, so
tocados em certos terreiros sobre os Ils, pequenos tambores cilndricos com duas peles
ligadas uma outra, durante os cultos de Oxum, Ogum, Oxal e Logum Ed.
Existem muitos toques espalhados pelo Brasil e pelo mundo, os citados acima so os mais
conhecidos e usados no Brasil.