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As Grandes Doutrinas Economicas - Ana Paula

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AS GRANDES DOUTRINAS ECONOMICAS

O pensamento econmico passou por diversas fases, que se


diferenciam amplamente, com muitas discrepncias e contradies. No entanto
a evoluo deste pensamento pode ser dividida em dois grandes perodos, a
fase Pr-Cientfica e a fase Cientfica Econmica.
A fase Pr-Cientfica composta por trs perodos, a
Antiguidade Grega, que Se caracteriza por um forte desenvolvimento nos
estudos poltico-filosficos, a Idade Mdia, repleta de doutrinas teolgico-
filosficas e tentativas de moralizao das atividades econmicas e o
Mercantilismo, onde houve uma expanso dos mercados consumidores e
consequentemente, do comrcio.
A fase cientfica pode ser dividida em Fisiocracia, Escola
Clssica e Pensamento Marxista. A primeira relatava a existncia de uma
ordem natural, onde o estado no deveria intervir nas relaes econmicas.
Os pensadores clssicos acreditavam que o estado deveria intervir para
equilibrar o mercado (oferta e procura) atravs do ajuste de preos. J o
marxismo criticava a ordem natural e a harmonia de interesses, defendida
pelos clssicos, afirmando que, tanto um como outro, resultava na
concentrao de lucros e na explorao dos operrios. Apesar de fazer parte
da fase cientfica, convm realar que a Escola Neoclssica e o Keynesianismo
diferenciavam-se dos outros perodos, por elaborar princpios tericos
fundamentais e revolucionar o pensamento econmico, merecendo, portanto,
destaque. na Escola Neoclssica, que o pensamento liberal se consolida,
surgindo depois a teoria de valor.
As primeiras manifestaes de um pensamento econmico
aparecem em textos legais e religiosos. O pensamento grego desprezava o
trabalho material produtivo e a atividade comercial. Era considerada
indesejvel a posse de ouro e prata. Nenhum cidado podia possuir mais de
quatro lotes de terra.
Plato o primeiro pensador que se refere largamente
diviso social do trabalho e origem e organizao real, e ideal, da cidade
estado.
Desde Moiss at os mercantilistas, a sociedade mundial viveu
em complexidades. E foi dessa complexidade que, um sculo depois, aps o
fim dos ideais mercantilistas do sculo XVII, o mundo percebeu a necessidade
de ter economistas. Nesse perodo, no se podia cogitar que a atividade
econmica fosse sofisticada. Longe disso. Predominava a economia de
subsistncia e o autoconsumo.
Com o Imprio Romano: consolidava-se a expanso comercial,
consolidavam-se as funes do dinheiro, criavam-se os impostos mais
elevados e aumentavam as despesas do governo. Tambm foi no Imprio
Romano que nasceu a agiotagem, e a riqueza passou a se concentrar nas
mos de uma minoria. De um lado, pessoas abastadas e profundamente ricas.
Dos outras pessoas pobres, absolutamente pobres.
Toda essa situao de decadncia do Imprio conduziu o povo
a uma elevada crise de escassez, quando aumentaram, e muito, as
necessidades urbanas em alimentos. Podemos apontar as causas econmicas
do declnio do Imprio Romano: grande concentrao das riquezas por grupos
minoritrios, grandes propriedades rurais improdutivas, servido dos pequenos
e mdios agricultores, separao sempre maior entre ricos e pobres e
crescente escassez de alimentos.
Com a Idade Mdia, portanto, abriu-se uma nova era para a
humanidade. Uma nova concepo de vida, o cristianismo, nasceu com a
queda de Roma. A Igreja tornou-se o agente de perpetuao da cultura, de
disseminao do saber e de desenvolvimento da administrao pblica.
Diferente do pensamento capitalista, o pensamento cristo condenava a
acumulao de capital (riqueza) e a explorao do homem pelo homem.
O mercantilismo ou capitalismo comercial vigorou no sculo XV
at meados do sculo XVIII, e tinha como principal caracterstica uma forte
interveno estatal na economia. Serviu como uma fase de transio entre o
pensamento feudal para o pensamento capitalista. O mercantilismo recebeu
seu nome da palavra latina mercator (mercador), porquanto considerava o
comrcio como a base fundamental para o aumento das riquezas. A prtica
mercantilista predominou at o incio do sculo XVII, quando ocorreu uma
reao contra os excessos do absolutismo e das regulamentaes.
O liberalismo foi o pensamento que se contraps ao
intervencionismo estatal do mercantilismo. Defendia a livre iniciativa dos
particulares na economia, pontificando que a economia no deveria sofrer
ingerncias do Estado, pois deveria ser regido pelas prprias leis do mercado.
O liberalismo foi, em verdade, um modelo econmico concebido luz de idias
iluministas, criando um plano propcio ao desenvolvimento do capitalismo e da
burguesia que se viam amarradas ao poder decisrio de uma monarquia
absolutista e da estagnao de um sistema econmico mercantilista.
Podemos conceituar fisiocratas como um grupo de
economistas franceses do sculo XVIII que combateu as idias mercantilistas e
formulou, pela primeira vez, uma Teoria do Liberalismo Econmico. Dentre as
suas caractersticas, destacam-se: nada de livre comrcio, o Estado era o
monoplio (toda atividade econmica era controlada por ele) e o comrcio era
a atividade dominante, ou seja, o reino era do comrcio. Para os fisiocratas, a
classe dos lavradores era a classe produtiva, porque o trabalho agrcola era o
nico que produzia um excedente, isto , produzia alm das suas
necessidades. Este excedente era comercializado, o que garantia um
rendimento para toda a sociedade. Pelo contrrio, na indstria, o valor
produzido era gasto pelos operrios e industriais, no criando, portanto, um
excedente e consequentemente no garantia rendimentos. O Estado limitava-
se a garantir a propriedade e a liberdade econmica, no devendo intervir no
mercado.
A teoria clssica surgiu do estudo de como conseguir manter a
ordem econmica, atravs do liberalismo e da interpretao das inovaes
tecnolgicas provenientes da Revoluo Industrial. Todo o contexto da Escola
Clssica foi influenciado pela Revoluo Industrial, caracterizando-se pela
procura do equilbrio do mercado, pelo ajuste de preos, pela no interveno
do estado na atividade econmica, predominando a atuao da "ordem natural"
e pela satisfao das necessidades humanas atravs da diviso do trabalho,
que por sua vez pressupe a fora de trabalho em vrias linhas de emprego.
A principal reao poltica e ideolgica ao classicismo foi feita
pelos socialistas, mais precisamente por Karl Marx e Frederic Engels. Estes
criticavam a "ordem natural" e a "harmonia de interesses", pois existia
concentrao de riqueza e explorao do trabalho. Marx modificou a anlise do
valor-trabalho (teoria objetiva do valor). Desenvolveu a teoria da mais-valia
(explorao do trabalho), que a origem do lucro capitalista, de acordo com o
pensamento marxista, analisou as crises econmicas, a distribuio da renda e
a acumulao de capital.
Marx critica a essncia do Capitalismo, que reside
precisamente na explorao da fora de trabalho pelo produtor capitalista, e
que segundo Marx, um dia haver de levar Revoluo Social.
Quando a doutrina clssica no se mostrava suficiente diante
de novos fatos econmicos, surgiu o economista ingls John Maynard Keynes
que, com as suas obras, promoveu uma revoluo na doutrina econmica,
opondo-se ao pensamento marxista, Keynes acreditava que o capitalismo
poderia ser mantido, desde que fossem feitas reformas significativas, pois este
se mostrou incompatvel com a manuteno do pleno emprego e da
estabilidade econmica, recebendo muitas crticas dos socialistas no que se
refere ao aumento da inflao, ao estabelecimento da uma lei nica de
consumo e ignorando as diferenas das classes. Keynes defendia a
interveno moderada do Estado, afirmava que no havia razo para o
socialismo do Estado, pois no seria a posse dos meios de produo que
resolveria os problemas sociais.
Dentre os principais envolvidos na escola clssica, esto:

Adam Smith (1723 1790) ESCOLA CLSSICA - No acreditava na
forma mercantilista de desenvolvimento econmico, mas sim na
concorrncia que impulsiona o mercado que faz girar a economia.

David Ricardo (1772 1823) - Mudou, de modo sutil, a anlise clssica
do problema do valor: Todos os custos se reduzem a custos do trabalho
e mostra como a acumulao do capital, acompanhada de aumentos
populacionais, provoca elevao da renda da terra.

John Stuart Mill (1806 1873) - Introduziu na economia preocupaes
de JUSTIA SOCIAL. Distingue os fenmenos da produo,
subordinados a leis naturais que os homens no podem modificar, dos
fenmenos de repartio, subordinados a leis contingentes, que os
homens estabelecem. A sociedade pode submeter distribuio da
riqueza s regras que lhe parecerem melhor. As duas tendncias,
Liberal e intervencionista, revelam-se paralelas na sua obra. Ele defende
a pequena propriedade agrcola e o desenvolvimento de cooperativas de
produo. A criao de cooperativas agrada-lhe porque transforma a
classe trabalhadora em classe capitalista. As distines de classe sero
suprimidas, e s haver as distines relativas aos mritos pessoais.

JEAN BAPTISTE SAY (1768 1832) - O economista francs retomou a
obra de Adam Smith, ampliando-a. Subordinou o problema das trocas
diretamente produo: Oferta cria sua prpria procura Chamada Lei
de Say ou LEI DOS MERCADOS.

THOMAS MALTHUS (1766 1834) - Malthus foi o primeiro economista
a sistematizar uma teoria geral sobre a populao. Ao assinalar que o
crescimento da populao dependia rigidamente da oferta de alimentos,
deu apoio teoria dos salrios de subsistncia. A causa de todos os
males da sociedade residia no excesso populacional: enquanto a
populao crescia em progresso geomtrica, a produo de alimentos
seguia em progresso aritmtica. Assim, o potencial de crescimento da
populao excederia em muito o potencial da terra na produo de
alimentos.

A partir de 1870 o pensamento econmico passava por um
perodo de incertezas perante teorias contrastantes (marxista, clssica e
fisiocrata). Esse perodo conturbado s teve fim com o aparecimento da Escola
Neoclssica, em que se modificaram os mtodos de estudo econmicos,
atravs dos quais se procurou a racionalizao e otimizao dos recursos
escassos. Conforme a Teoria Neoclssica, o homem saberia racionalizar e,
portanto, equilibraria os seus ganhos e os seus gastos. nela que se d a
consolidao do pensamento liberal. Doutrinava um sistema econmico
competitivo tendendo automaticamente para o equilbrio, a um nvel pleno de
emprego dos fatores de produo.
A economia neoclssica a base do que hoje chamada
economia ortodoxa, tanto pelos crticos quanto pelos simpatizantes, mas com
muito refinamento que ou complementam ou generalizam as anlises
anteriores, como a econometria, a teoria dos jogos, a anlises das falhas de
marcado e da competio imperfeita, assim como o modelo neoclssico do
crescimento econmico para a anlise das variveis de longo-prazo que afetam
a renda nacional.

ESCOLAS DA ECONOMIA NEOCLSSICA QUATRO
ESCOLAS:
ESCOLA DE VIENA:
O valor do bem determinado pela quantidade e utilidade do
mesmo.

ESCOLA DE LAUSANNE:
Interdependncia de todos os preos do sistema econmico
para manter o equilbrio.

ESCOLA DE CAMBRIDGE:
A economia uma cincia do comportamento humano e no
da riqueza.

ESCOLA NEOCLSSICA SUECA:
Responsvel pela tentativa de integrar a anlise monetria
anlise real.

A economia um campo de estudo com vrias escolas e
correntes de pensamento. Como resultado, h uma distribuio significativa de
opinies, abordagens e teorias. Algumas dessas chegam a concluses opostas
ou, devido s diferenas nos pressupostos, se contradizem.

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