ESCATOLOGIA PS-MILENISTA

UMA VISO PURITANA

David Silversides

Traduzido e revisado por

Joelson Galvo Pinheiro

Diagramado por
Fabio Martins

Origem do trabalho: http://www.sermonaudio.com/sermoninfo.asp?SID=9130414633

Imagem de capa: http://www.wallconvert.com/wallpapers/nature/sunrise-over-themountains-8255.html

Brasil 2014

INTRODUO

(O que se segue a substncia de um discurso proferido pelo Rev. David Silversides numa
conferncia da Igreja Reformada de Templepatrick, na Irlanda do Norte, que foi realizada
em 1997. A forma de discurso foi mantida).
O tema desta conferncia Apocalipse 20 e o Milnio. 1 Abordar esta parte das
Sagradas Escrituras sem um senso de inadequao, seria um sinal de algo errado em
qualquer homem. No obstante, ns sabemos que esta parte das Escrituras, como todas as
outras, inspirada por Deus e, portanto, proveitosa, se abordada com reverncia e com
humildade de esprito.
Posso dizer, dentro de uma introduo geral, concernente ao livro de Apocalipse, que no
tenho nenhuma real dificuldade em aceitar a diviso que William Hendricksen
amilenista faz do livro dividindo-o em sete vises formando aquilo que ele chamada de
paralelismo progressivo, que so sete vises que cobrem um a mesma rea. 2O futuro do
povo de Deus nos ltimos dias, e aqui uso o termo ltimos dias no sentido Bblico, ou
seja, a era do Novo Testamento como um todo - a frase os ltimos dias na Escritura, no
se refere simplesmente tempo imediatamente antes do retorno de Cristo; isto se aplica a
toda era do Novo Testamento, entre a primeira e a segunda vinda do Senhor Jesus.
Hebreus 1:1, diz: Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas
maneiras, aos pais, pelos profetas, a ns falou-nos nestes ltimos dias pelo Filho. A frase
nestes ltimos dias aqui e em outros lugares usada para a era do Novo Testamento
como um todo - e, ns no temos nenhuma dificuldade em aceitar a ideia que o livro de
Apocalipse contm basicamente sete vises ou sees, lidando com aspectos do futuro do
povo de Deus nos ltimos dias. Mas, como o prprio Hendricksen observa, ainda que as
vises sejam um tanto paralelas, h progresso no apenas dando diferentes aspectos
das mesmas coisas, mas, h uma nfase crescente, quando passamos pelas sete vises,
naquilo que acontecer no prprio fim. O tema do ltimo julgamento, por exemplo, se
torna mais dominante quando voc passa pelas sete sees do livro. E ento, quando
chegamos na ltima seo, captulos 20-22, encontramos depois da seo sobre o milnio,
que a segunda parte deste captulo (20) lida com o juzo final; e vemos que os captulos 21 e
22 lidando com o estado eterno. Portanto, esta seo dos mil anos seguida pelo

1 Este o nome original da Conferncia onde este discurso foi proferido. Nota do Tradutor.
2 A interpretao Puritana acerca do livro de Apocalipse difere da viso de William Hendricksen. Os Puritanos, de um
modo geral, criam na interpretao historicista. Tal interpretao consiste em relacionar o contedo do livro de
Apocalipse com a histria da humanidade. Para mais informaes sobre o assunto, recomenda-se o seguinte website:
http://www.historicism.net/. N.T.

julgamento e pelo estado eterno. E no h, ento, uma objeo intrnseca em relao a

primeira metade deste captulo referindo-se particularmente quela parte dos ltimos dias
ou aqueles eventos dos ltimos dias, os quais esto em direo ao prprio fim da era do
Novo Testamento. Assim, tendo um padro completo do livro, no h razo para rejeitar a
ideia de que esta parte do captulo 20 (versos de 1 a 8) se refere particularmente para
aquilo que est mais prximo do fim. Agora, vamos, rapidamente, para o cerne da questo.

1. Por que o Pr-milenismo deve ser rejeitado.

Por Pr-milenismo nos referimos a viso de que Cristo vir pr ou antes do milnio; que
Ele vir antes de um perodo particular de tempo chamado de milnio, os mil anos. Apenas
fazendo um resumo desta viso: nesta viso, a igreja est, no presente momento, entrando
num tempo de dificuldades cada vez mais crescentes; Cristo poderia retornar em glria a
qualquer momento, e quando ele o fizer, os santos sero ressuscitados e os santos que
esto vivos sero transfigurados para se encontrarem com Ele; o Anticristo e os seus
seguidores sero mortos, Israel se arrepender e ser restaurado sua terra, e Cristo
reinar em Jerusalm, segundo alguns, por mil anos, durante os quais uma multido de
gentios ser convertida e depois, no final dos mil anos, o resto dos mortos ressuscitaro,
seguido pelo juzo final e pelo estado eterno. Temos, ento, a caracterstica bsica e
distintiva deste ponto de vista, de que Cristo vir e reinar visivelmente na terra por mil
anos antes do julgamento final.

Existem objees fatais a esta viso:

Primeiro, esta passagem (Ap.20) a nica que d alguma base possvel para um reinado
terreno de Cristo, contudo, na verdade, ela nem sequer faz isso. Se a base desta viso no
encontrada aqui, ela no ser encontrada em nenhum outro lugar. Esta passagem no fala,
de maneira alguma, sobre Cristo vir para a terra ou reinar visivelmente nela.
Segundo, a Escritura ensina que o retorno de Cristo um evento nico no fim e
acompanhado pela ressurreio geral o julgamento final:
2Tessalonicences 1:7: E a vs, que sois atribulados, descanso conosco, quando
se manifestar o Senhor Jesus desde o cu com os anjos do seu poder, Como
labareda de fogo, tomando vingana dos que no conhecem a Deus e dos que no
obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; Os quais, por castigo,
padecero eterna perdio, ante a face do Senhor e a glria do seu poder,
Quando vier para ser glorificado nos seus santos, e para se fazer admirvel

naquele dia em todos os que creem (porquanto o nosso testemunho foi crido entre
vs).
Aqui, vemos que o julgamento dos mpios e a glorificao dos santos so apresentados,
neste trecho, como um nico evento ao mesmo tempo, quando o Senhor Jesus retornar em
glria.
Joo 5:28,29: No vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os
que esto nos sepulcros ouviro a sua voz. E os que fizeram o bem sairo para a
ressurreio da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreio da condenao.
Ele diz que a hora vem, o que aponta para um evento nico, e a ressurreio dos justos e
dos mpios acontece ao mesmo tempo.
Atos 2:34,35: Porque Davi no subiu aos cus, mas ele prprio diz: Disse o
Senhor ao meu Senhor: Assenta-te minha direita, At que ponha os teus
inimigos por escabelo de teus ps.
Cristo reinar mo direita do Pai at que seus inimigos sejam subjugados no ltimo dia.
Atos 3:19-21: Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados
os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigrio pela presena do
Senhor, E envie ele a Jesus Cristo, que j dantes vos foi pregado. O qual convm
que o cu contenha at aos tempos da restaurao de tudo, dos quais Deus falou
pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princpio.

Cristo deve reinar mo direita do Pai, os cus O receberam at que a Sua vinda traga uma
concluso, neste ponto, ao cumprimento de todas as coisas escritas pelos profetas.
1Corntios 15:23: Mas cada um por sua ordem: Cristo as primcias, depois os
que so de Cristo, na sua vinda. Depois vir o fim, quando tiver entregado o
reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o imprio, e toda a
potestade e fora. Porque convm que reine at que haja posto a todos os
inimigos debaixo de seus ps.

evidente, se voc examinar o contexto, que o reinado aqui o reinado mo direita do

Pai que continuar at o fim quando Ele entregar o reino a Deus, o prprio Pai. O Senhor
Jesus ressuscita Seu povo no ltimo dia:

Joo 6:39: E a vontade do Pai que me enviou esta: Que nenhum de todos
aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no ltimo dia.

O ltimo dia, o qual alm dele, no h mais dias, apenas eternidade.

E a terceira objeo a esta viso: envolve o conceito bizarro de Cristo glorificado com
santos glorificados no meio do mundo cado e numa Terra ainda no renovada. O mesmo
Cristo glorificado que fez com que Joo, ainda no glorificado, casse a seus ps como
morto (Apocalipse. 1:17). Para Cristo voltar antes do fim e habitar num mundo onde o
pecado ainda existe impune e no julgado, envolveria uma medida de humilhao para o
Senhor Jesus Cristo, e isto impensvel! A humilhao de Cristo acabou, e Ele est
exaltado mo direita de Deus. No haver humilhao novamente para o Redentor, e
quando ele vier ser para julgar o mundo em justia, e para colocar fim a toda contradio
Sua Soberania e Majestade eternamente. Ento, por esta razo, que o Pr-milenismo
deve ser rejeitado.

2. Por que o Amilenismo deve ser rejeitado.

Por 'Amilenismo', queremos dizer que no h um milnio, isto , no que este milnio
no tenha significado estes mil anos mas, de acordo com esta passagem, no h um
milnio literal ou figurativo. Isso quer dizer que no h um tempo determinado por Deus
quando Ele ir derramar amplamente a Sua bno de uma maneira sem precedentes
exceto a era do Novo Testamento como um todo. Isso quer dizer que, nesta viso, esta
passagem no ensina que h um tempo particular dentro dos ltimos dias, quando o
Esprito de Deus, ser derramado numa abundncia sem precedentes.
Ento, a viso amilenista desta passagem, geralmente funciona assim:
Primeiro, nesta viso, a priso de satans refere-se obra da redeno de Cristo na cruz;
Segundo, os mil anos referem-se completa era do Novo Testamento entre a primeira e a
segunda vinda de Cristo:
Terceiro, aqueles que reinam com Cristo, so os santos glorificados; as almas dos santos
glorificados entre a morte e o ltimo dia (a ressurreio do corpo);
Quarto, a primeira ressurreio a glorificao das almas dos crentes que segue a morte
do corpo.
Quinto, aquilo que podemos chamar de segunda ressurreio, a ressurreio do corpo.

Estes so, aproximadamente, os cinco pontos sobre os quais a viso Amilenista desta
passagem, permanece. H variaes, e eu reconheo isso. Queremos demonstrar que todos
estes cinco pontos esto errados e em contradio com o texto, que nenhuma parte
permanece quando o texto examinado.
Primeiro, a priso de satans no refere-se consumao da obra de Cristo na cruz. E a
razo para isto muito simples: a passagem nos diz que ela (a priso de satans)
revertida. Verso 3: E depois importa que ele seja solto por um pouco de tempo. Verso
7: E, acabando-se os mil anos, satans ser solto de sua priso. A priso de satans no
pode referir-se a obra consumada na cruz do calvrio, porque ela (a priso de satans)
revertida no fim dos mil anos, e a obra redentora de Cristo nunca ser revertida. E,
portanto, a priso de satans atravs do triunfo de Cristo em sua vida, morte e ressurreio
completamente irreversvel, e, se este aprisionamento seguido por uma soltura, ento a
priso no pode referir-se a redeno consumada na cruz.
Nem estes mil anos podem ser marcados como iniciando em Pentecostes. A significncia
do Pentecostes nunca ser revertida neste mundo, e a igreja continuar a ser internacional
e haver uma presena mais abundante do que ordinariamente era experimentada na
Igreja do Antigo Testamento. E seja qual for o fluxo ou refluxo da condio da igreja neste
mundo, o evento, o significado e os efeitos do Pentecostes jamais sero erradicados. E,
portanto, a priso e a soltura de satans devem referir-se a aplicao da redeno. A priso
e a soltura de satans no esto relacionadas obra da redeno consumada por Cristo na
cruz, mas, a variao do grau de aplicao da redeno entre os homens pelo Esprito de
Deus operando no corao dos eleitos de Deus. Refere-se ento, no obra da redeno
consumada, mas a sua aplicao pelo Esprito atravs da pregao do evangelho, ao grau
da eficcia da pregao do Evangelho.
Segundo, os mil anos no representam o Novo Testamento como um todo, e no podem.
As razes so as seguintes: Primeiro de tudo, ns vimos que no h base para relacionar
estes mil anos com o incio da era do Novo Testamento. No h base para isso. A priso de
satans no a cruz. Sim, a linguagem da priso de satans usada em outros lugares
relacionada cruz, mas nesta passagem no refere-se a isto e no pode, como j vimos.
Mas, em segundo lugar, estes mil anos terminam antes do fim. Verso 3: E depois
importa que ele seja solto por um pouco de tempo. Verso 7: E, acabando-se os mil anos,
satans ser solto de sua priso. Ento, estes mil anos, o que quer que eles sejam, no
comeam na primeira vinda de Cristo, e no terminam no incio da segunda vinda. Deste
modo, este milnio no comea com o incio da era do Novo Testamento nem termina no
fim dela; e, portanto, no pode representar o todo do Novo Testamento.

Terceiro, o reinar com Cristo no se refere ao estado intermedirio celestial dos santos
entre a morte e o ltimo dia. E por que isto? Por que este reinado termina antes do fim.
Verso 4: E vi tronos; e assentaram-se sobre eles... e viveram, e reinaram com Cristo
durante mil anos. Verso 7: E, acabando-se os mil anos, satans ser solto de sua
priso. Em outras palavras, este reinado no dura at o ltimo dia, e portanto no pode
referir-se ao estado intermedirio dos crentes no cu intermedirio no sentido de como
que as almas glorificadas dos santos esto quando seus corpos ainda esto na sepultura
No pode ser a isto. Eles terminam antes do fim, enquanto que os crentes - quando eles
esto ausentes do corpo esto presentes com o Senhor suas almas esto presentes com
Cristo at seus corpos serem ressuscitados em glria no ltimo dia. Portanto, este reinado
com Cristo, no pode referir-se ao estado glorificado das almas dos crentes porque ele no
dura at o ltimo dia, quando o corpo ressurreto e o estado eterno so introduzidos.
Incidentalmente, Calvino, rejeita a viso de que os mil anos representa a celestial bemaventurana da Igreja, isto est nas Institutas volume 3.25.i. Muito menos eles
representam a regenerao, porque os efeitos da regenerao na alma so eternos,
enquanto que o reinado com Cristo dura at o fim dos mil anos, mas no alm.
Quarto, a primeira ressurreio no a entrada do crente na glria quando este
morre. Isto segue aquilo que j dissemos. A primeira ressurreio mencionada no verso 5,
se voc colocar a parte anterior do verso 5 em parnteses - Esta a primeira
ressurreio - refere-se ao verso 4. Esta ressurreio leva a algo que termina com a
entrada do pouco de tempo de satans, e, portanto, no pode se referir entrada do
crente na glria quando este morre. Isto automaticamente segue aquilo que j dissemos.
Quinto, a segunda ressurreio no a ressurreio do corpo. Verso 5: Mas os
outros mortos no reviveram, at que os mil anos se acabaram. H trs razes por que
isto no pode se referir a ressurreio do corpo. Primeiro, isto se aplica somente aos
outros e no a todos. No uma descrio de uma ressurreio geral. Segundo, isto tem
algo anlogo a primeira, h algo sobre esta segunda ressurreio na primeira- Eles no
reviveram, at que os mil anos se acabaram. - enquanto que na primeira ressurreio os
santos vivem com Cristo, ento estes no viveram at o fim dela. H algo correspondente
entre as duas, e a primeira no uma ressurreio fsica, nem a segunda. E, em terceiro
lugar, ela no acontece no ltimo dia. Esta ressurreio no acontece no ltimo dia. O texto
diz: Mas os outros mortos no reviveram, at que os mil anos se acabaram. Mas isto
no nos leva ao ltimo dia. Ainda h o pouco de tempo de satans. Ento, isto no pode
se referir a ressurreio corporal, que acontecer no ltimo dia.

Portanto, levando tudo isto em conta, a falha da viso amilenista em reconhecer que os
mil anos no incluem o pouco de tempo de satans, o qual o texto faz com que seja
abundantemente claro, fatal para todos os cinco princpios fundamentais desta viso, e
toda a interpretao entra em colapso. E, por isso, ela deve ser rejeitada. Homens bons e
piedosos tm sustentado esta viso, mas ela no se sustentar no texto.

3. Por que o Ps-milenismo do Rushdoony deve ser rejeitado.

Esta viso no apenas do Rushdoony. Sem dvida, outros da escola reconstrucionista e
alguns do perodo anterior a mantiveram. Eu chamei de Ps-milenismo do Rushdoony
porque sei que esta a viso dele.
A estrutura bsica da posio do Rushdoony a mesma da amilenista, exceto
que o reinar com Cristo parece ser aplicado ao completo triunfo do evangelho. Em outras
palavras, na viso de Rushdoony, sim, o todo dos mil anos a era do Novo Testamento,
mas o reinar com Cristo aplicado ao completo progresso e triunfo do evangelho atravs
do perodo do Novo Testamento como um todo. Nesta viso, os mil anos e o pouco de
tempo de satans, no so reais perodos de tempo. Eles so perodos figurativos de tempo,
representados em termos de tempo, o relativo triunfo do evangelho por meio da era do
Novo Testamento e a debilidade e futilidade da resistncia de satans. Em outras palavras,
na viso de Rushdoony, perodos de tempo um mais longo do que o outro so meros
smbolos da fora relativa das coisas. O progresso do evangelho , por um lado,
representado por um perodo prolongado, e a resistncia de satans, pelo outro, por um
pouco de tempo, porque o evangelho vai prevalecer e a resistncia de satans ser provada
como ftil. Portanto, para Rushdoony, h apenas um padro para o completo avano desde a primeira vinda de Cristo at a Sua segunda vinda - do evangelho do Senhor Jesus
Cristo, enquanto a Palavra de Deus pregada, indivduos, famlias e naes, se tornam
submissos a Cristo de uma forma sempre ascendente.
Porm, esta viso precisa ser rejeitada. Deve ser rejeitada porque, embora os
nmeros em Apocalipse sejam simblicos, simblicos perodos de tempo so perodos
reais de tempo. Deixe-me dizer isto mais uma vez: Simblicos perodos de tempo
representam reais perodos de tempo. A quantidade de tempo simblica, mas
ainda refere-se a tempo. Simblicos perodos de tempo representam reais perodos de
tempo. No captulo 11 verso 2, temos os 42 meses; no verso 2, 1260 dias; no verso 11, os
trs dias e meio. Ns temos estes perodos como referindo-se a era do Novo Testamento
(trs anos e meio, trs anos e meio, metade de sete a ideia da metade de toda
a histria); a histria sendo dividida no necessariamente em termos de durao de

tempo, mas dividida em termos de um evento na histria que de importncia comparvel

com a criao e o juzo final, e a obra redentora de Jesus Cristo. Portanto, ns pegamos
esses perodos simblicos de tempo para referir-se a aspectos que seriam encontrados na
era do Novo Testamento. Mas, seja como for, o ponto que perodos reais de tempo, ainda
representam perodos reais de tempo. E, por isto, que a forma de Ps-milenismo
do Rushdoony deve ser rejeitada.

4. Por que o Ps-milenismo puritano ortodoxo a verdade.

Por Ps-milenismo, queremos dizer: a vinda de Cristo aps, ou depois, de um milnio
depois de um perodo de grande bno e grande avano da verdade. E, ns sustentamos,
que, o Ps-milenismo puritano a verdade da Escritura. Vamos examin-lo.
Primeiro de tudo, a priso de satans deve refere-se ao progresso do evangelho. Ns
vimos que ela reversvel o progresso do evangelho est divinamente ordenado a um
fluxo e refluxo. H tempos quando o evangelho avana poderosamente, e, h tempos de
declnio e apostasia, quando a igreja diminuda na Terra. E esta priso e soltura de
satans deve se referir ao progresso do Evangelho. No pode referir-se a qualquer outra
coisa.
Segundo, os mil anos esto relacionados a um grande perodo de avano do evangelho.
Ns vimos que estes mil anos no representa o todo da era do Novo Testamento. um
perodo comparativamente longo que precede um perodo curto o pouco de tempo de
satans que precede o ltimo dia. Se olharmos de trs para frente, temos o ltimo dia
(juzo final), temos o o pouco de tempo de satans, e temos estes mil anos - este
simblico perodo de tempo quando dito que satans ser preso. Se o pouco de tempo de
satans, quando ele solto, resulta em oposio Igreja, ento o perodo quanto satans
preso deve significar um perodo quando sua habilidade de se opor ao evangelho restrita.
O milnio no deve ser tido como literal. Indica, certamente, um fixo, apontado e completo
perodo de tempo (o fato de ser 10 vezes 10 vezes 10, indica que um prolongado perodo
de tempo) mas no um milnio literal. Portanto, um prolongado perodo de tempo
quando a atividade de satans, em se opor ao evangelho, particularmente limitada. E
coincide com o reinado dos santos, e, evidentemente, vem depois de muitos terem sido
martirizados pelo testemunho de Jesus. Podemos ver isto no verso 4 (que eles devem
ser includos no inicio do milnio aqueles que foram martirizados por causa
do testemunho de Jesus). Portanto, no comea com o incio da era do Novo
Testamento, e, claro, no termina no fim desta era; termina antes do fim da era do Novo
Testamento.

E, isto significa, em terceiro lugar, que o reinado com Cristo refere-se ao glorioso avano
da causa pela qual os mrtires morreram. Note o seguinte: Primeiro, no nos dito onde
os tronos esto: Vi tronos; e assentaram-se sobre eles. Sem dvida que isto que
deliberado no nos dito. Segundo: Julgamento foi dado a eles. Ns lemos no verso 4
que o julgamento foi dado a eles.3 O que isso quer dizer? Julgamento foi dado a
eles. Julgamento indica a vindicao da causa justa de algum. Em Isaas 40:27: Por
que dizes, Jac, e tu falas, Israel: o meu caminho est encoberto ao SENHOR, e o meu
juzo [ou julgamento] passa despercebido do meu Deus? Portanto, o juzo dado a eles
significa a vindicao da causa justa deles, que lhes dado uma compensao pela injustia
que lhes foi feita; o Senhor os vinga, bem como a sua causa justa. Se lermos Daniel
7:21,22: Eu olhava, e eis que este chifre fazia guerra contra os santos, e prevaleceu
contra eles. At que veio o ancio de dias, e fez justia aos santos do Altssimo; e chegou o
tempo que os santos possuram o reino. Julgamento foi dado aos santos do Altssimo.
Eles foram oprimidos pelo pequeno chifre, o Anticristo. E o julgamento foi dado a eles. A
causa justa deles, que tem um corpo, no necessariamente as mesmas pessoas, mas um
corpo que sofreu e morreu por esta causa. Agora, o julgamento e o reino so dados aos
santos (O Anticristo, que nesta passagem destrudo, que procurava
prevalecer contra eles). A outra referncia s almas dos mrtires em Apocalipse, est
no captulo 6, verso 9: E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas
dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que
deram. E clamavam com grande voz, dizendo: At quando, verdadeiro e santo
Dominador, no julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? isto o
que est em vista. E isto acontece antes do ltimo dia. claro que completa vindicao da
verdade de Deus na segunda vinda de Cristo. Mas esta vindicao da verdade pela qual os
Mrtires sofreram, a causa pela qual sofreram, acontece durante estes mil anos. E,
portanto, refere-se vindicao da causa dos mrtires na terra, atravs do glorioso avano
do Evangelho pelo qual eles sofreram e morreram. Ento, a igreja no verso 4,
representada como um fluxo contnuo de testemunhas, como em Daniel 7.
Estes no so os mesmos santos que o Anticristo, o pequeno chifre perseguiu, para quem
dado o julgamento e o reino, mas so seus descendentes e sucessores espirituais. Portanto,
aqui a igreja representada como um fluxo contnuo de testemunhas, alguns sofrendo
horrendamente pela causa do evangelho, mas queles que vm depois, o julgamento
dado a eles e causa dos mrtires vindicada pelo avano do evangelho sem precedentes.

3 Na verso do autor Judgment was given unto them (KJV). Na explicao do autor, que est logo abaixo, ele
compara o texto de Apocalipse 20:4 com Daniel 7:21,22. Em ambos os textos, na Bblia usada pelo autor, dito:
Judgment was given unto them. Com isto a interpretao que ele d ao texto, ganha mais sentido, pois na Bblia que
temos em nossa lngua, encontramos expresses diferentes nos textos supracitados. N.T.

E, isto nos leva, em quarto lugar, a primeira ressurreio o glorioso avivamento da

igreja na terra. Quando lemos no verso 4: e viveram, e reinaram com Cristo durante mil
anos. um perodo comeando aps o incio da era do Novo Testamento, e um perodo
terminando antes do fim da era do Novo Testamento, portanto, no uma ressurreio
fsica. algo que pode ser revertido porque os mil anos chegam ao fim e o que se segue o
pouco de tempo de satans. E, portanto, deve referir-se ao avivamento da igreja numa
escala sem precedentes. E, uma vez que captamos isto, vemos que a ressurreio da causa
pela qual os mrtires sofreram, ns entendemos, em quinto lugar, o que a segunda
ressurreio.
A segunda ressurreio o ressurgimento da impiedade que traz o pouco de tempo de
satans. Ento, no verso 5: Mas os outros mortos no reviveram, at que os mil anos se
acabem. Ento, a ressurreio dos santos a ressurreio da causa de Cristo na Terra, e,
a ressurreio do resto a ressurgimento da impiedade no fim do glorioso perodo da
igreja, por um pouco de tempo, antes do retorno de Cristo. E assim, a segunda
ressurreio que confinada ao resto, no verso 5, para aqueles que no so os santos. A
causa deles reaviva brevemente antes do fim.
Agora ns temos o quadro. E o quadro que em direo ao fim do perodo do Novo
Testamento haver um prolongado perodo de um glorioso avano do evangelho pela
ressurreio, (ou o reavivar dos santos) e a causa dos mrtires sendo erguida e os santos
reinando com Cristo. E, depois deste glorioso perodo de avano sem precedentes, haver a
ressurreio da impiedade num perodo breve chamado de o Pouco de tempo de satans,
que acontecer antes de Cristo voltar em julgamento. Entende a ideia bsica? Em direo
ao fim da era do Novo Testamento, um perodo prolongado de vasta expanso do
evangelho, um perodo curto de oposio ao evangelho revivido, e depois, a volta de Cristo.
5. Algumas evidncias confirmatrias.
E aqui, ns temos primeiro o paralelo com Ezequiel 37-48. Voc deve ler este texto no
seu tempo livre. No captulo 37, a viso de Israel sendo reavivado, o vale de ossos secos
sendo trazidos vida. Segundo, voc tem a destruio de Gogue e Magogue. E
terceiro, voc tem a viso do formoso templo. Em Apocalipse 20-22, temos o
milnio, primeiro Gogue e Magogue, segundo a Santa Cidade e terceiro, o templo
glorificado. Isto significa que se as duas passagens so paralelas, e elas obviamente so,
o milnio os mil anos - correspondem a viso do vale de ossos secos sendo
trazidos vida. E a viso do vale de ossos secos sendo trazidos vida, era uma viso de
Israel, a Igreja do Antigo Testamento, sendo reavivada, e, portanto, os mil anos e o viver
dos santos reinando com Cristo tm a mesma significncia. o maior perodo de

reavivamento da igreja que este mundo ver, e ainda est por vir.
Segundo, a destruio do Anticristo. Daniel, captulo 7 verso 26,27:
Mas o juzo ser estabelecido, e eles tiraro o seu domnio, para o destruir e
para o desfazer at ao fim. E o reino, e o domnio, e a majestade dos reinos
debaixo de todo o cu sero dados ao povo dos santos do Altssimo; o seu reino
ser um reino eterno, e todos os domnios o serviro, e lhe obedecero.
O puritano John Owen aplica esta passagem aos ltimos dias gloriosos da igreja e a
destruio do anticristo o papa de Roma 4 atravs do Evangelho. assim que
John Owen aplica esta passagem. Quando abrimos em 2Tessalonicenses 2:8, encontramos
um grande peso para esta viso. E ento ser revelado o inquo, a quem o Senhor desfar
pelo assopro da sua boca, e aniquilar pelo esplendor da sua vinda. (2Ts 2:8). dito
que homem do pecado que ns cremos ser o papado ser consumido com o sopro da
boca de Cristo (consumido com o Esprito da sua boca) e pelo esplendor da sua vinda. A
primeira frase, consumido com o esprito da sua boca , evidentemente, uma
referncia a Isaas 11:4: Mas julgar com justia aos pobres, e repreender com
equidade aos mansos da terra; e ferir a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos
lbios matar o mpio. A frase o sopro de seus lbios , claramente, a frase em vista
quando o apstolo, sob a inspirao do Esprito, fala do Esprito da sua boca. E isto indica
que pela palavra de Deus proclamada que o homem do pecado ser derrubado. Joo
Calvino, em Isaas 11:4, diz:
Quando o profeta diz pelo sopro da sua boca, isto no deve se limitar a pessoa de
Cristo. Pois, isto se refere a palavra que pregada por seus ministros.
O papado ser derrubado pela pregao do evangelho. Devemos crer que haver no futuro,
um poderoso avivamento numa escala ainda no vista. A Reforma Protestante foi uma
grandiosa obra de Deus, mas o papado sobreviveu. Portanto, haver um avano do
evangelho que exceder tudo o que j vimos de tal maneira que o papado ser consumido
com o sopro da boca de Cristo: a Palavra de Deus proclamada entre as naes.
Terceiro, o ajuntamento de Israel. Romanos 11:12, falando de Israel agora digo
que eu creio que por todo este captulo, Israel se refere ao Israel tnico e racial. Creio que
no h base alguma para discorrer por este captulo achando que ele se refere a alguma
outra coisa a no ser que a rejeio de Israel no final. Mas, mesmo nos dias dos

4 Recomenda-se o seguinte estudo sobre o Papado e o Anticristo: https://iprbsp.wordpress.com/estudos/oanticristo/. N.T.

apstolos, como agora, havia um remanescente de acordo com a eleio da graa entre os
Israelitas que criam, e isto para mostrar que este remanescente nem sempre ser um
remanescente, mas se tornar uma plenitude no verso 12 diz: E se a sua queda a
riqueza do mundo, e a sua diminuio a riqueza dos gentios, quanto mais a sua
plenitude! Verso 15: Porque, se a sua rejeio a reconciliao do mundo, qual ser a
sua admisso, seno a vida dentre os mortos? O que aconteceu com depois da rejeio de
Israel por Deus e a rejeio do evangelho por parte de Israel (ou a rejeio em massa do
evangelho por parte de Israel) seno o Pentecostes e progresso do evangelho do evangelho
entre os gentios! Foi glorioso! Quando ele diz: Quando Israel for reunido, quando o vu
lhes tirado do corao, quando os Judeus forem trazidos no para uma organizao
separada, mas para a igreja do Senhor Jesus Cristo quanto mais a sua plenitude trar
maior beno: grande avano do evangelho, mais do que j foi visto desde Pentecoste at
este tempo. Quanto mais a sua plenitude!
Esta passagem requer um tratamento especfico, mas creio que esta a nica viso
sustentvel desta passagem. A nica interpretao que no requer uma imposio no texto
ou que o mesmo seja forado. Portanto, a converso dos Judeus a Cristo pelo evangelho
no por uma mensagem separada do reino distinta do evangelho (ignore todas estas
tolices), mas pelo evangelho, trar maiores beno para os gentios esta a doutrina
puritana dos ltimos dias de glria da igreja. Este o mistrio (segredo) do verso 25:
Porque no quero, irmos que ignoreis este segredo (mistrio). O mistrio no algo
estranho, o mistrio de Deus, o segredo de Deus ou os seus propsitos ocultos,
desconhecidos ao homem a no ser que seja revelado. E esta expresso mistrio
aplicada, por exemplo, em Efsios 3, na interao que h Judeus e Gentios no
desdobramento dos propsitos de Deus quanto a salvao, e usado aqui da mesma
maneira. Irmos Gentios, no fiquem ignorantes acerca deste mistrio, ele diz. O que
vemos agora no o que sempre ser, quando a plenitude gentios for trazida, ento Israel
ser reunido e maiores bnos ainda sero trazidas para os Gentios. Em Apocalipse 20
h a mesma ideia de Ezequiel 37 vida dentre os mortos e o reavivar da causa
da verdade.
Finalmente, existem as profecias do Antigo Testamento:
Salmo 22:27: Todos os limites da terra se lembraro, e se convertero ao
SENHOR; e todas as famlias das naes adoraro perante a tua face.
Salmo 67:7: Ento a terra dar o seu fruto; e Deus, o nosso Deus, nos
abenoar.
Deus nos abenoar, e todas as extremidades da terra o temero.

Salmo 72:17,19: O seu nome permanecer eternamente; o seu nome se ir

propagando de pais a filhos enquanto o sol durar, e os homens sero abenoados
nele; todas as naes lhe chamaro bem-aventurado.
Veja, todas as naes lhe chamaro bem-aventurado. No apenas um ou dois em
cada nao - todas as naes lhe chamaro bem-aventurado - a promessa feita a
Abrao que em sua semente seriam benditas todas as naes da terra
receber um pleno cumprimento.
Verso 19: E bendito seja para sempre o seu nome glorioso; e encha-se toda a
terra da sua glria. (Salmo 72:17)
A orao de Davi ainda no foi respondida, mas a orao de Davi, bem como as oraes do
povo de Deus nas geraes seguintes, sero respondidas!
Salmo 86:9: Todas as naes que fizeste viro e se prostraro perante a tua
face, Senhor, e glorificaro o teu nome.
Salmo 102:22: Quando os povos se ajuntarem, e os reinos, para servirem ao
SENHOR.
E quando acontecer isto? Verso 16: Quando o SENHOR edificar a Sio,
aparecer na sua glria. (Salmo 102:16)
Os salmos falam constantemente do ajuntamento das naes atravs do evangelho. Este
o motivo porque as igrejas histricas que cantam os Salmos tendem a ter uma
viso otimista do avano do evangelho no mundo. Continuem cantando-os.
Isaas 60:8-12: Quem so estes que vm voando como nuvens, e como pombas
s suas janelas? Certamente as ilhas me aguardaro, e primeiro os navios de
Trsis, para trazer teus filhos de longe, e com eles a sua prata e o seu ouro, para
o nome do SENHOR teu Deus, e para o Santo de Israel, porquanto ele te
glorificou. E os filhos dos estrangeiros edificaro os teus muros, e os seus reis te
serviro; porque no meu furor te feri, mas na minha benignidade tive
misericrdia de ti. E as tuas portas estaro abertas de contnuo, nem de dia nem
de noite se fecharo; para que tragam a ti as riquezas dos gentios, e, conduzidos
com elas, os seus reis. Porque a nao e o reino que no te servirem perecero;
sim, essas naes sero de todo assoladas.
Veja o verso 16: E mamars o leite dos gentios, e alimentar-te-s ao peito dos
reis; e sabers que eu sou o SENHOR, o teu Salvador, e o teu Redentor, o

Poderoso de Jac. (Isaas 60:16).

Malaquias 1: 11-12: Mas desde o nascente do sol at ao poente grande entre
os gentios o meu nome; e em todo o lugar se oferecer ao meu nome incenso, e
uma oferta pura; porque o meu nome grande entre os gentios, diz o SENHOR
dos Exrcitos.
H, portanto, um testemunho abundante no Antigo Testamento que nos leva a
crer que o avano do Evangelho no ser em termos da converso de um remanescente
representativo, apenas alguns poucos aqui e ali de cada nao. No ser assim. Mas, no
final, a igreja avanar poderosamente entre as naes. A parbola do gro de mostarda
tambm indica isto. Comea como um pequeno gro e se torna uma grande rvore que
enche toda a terra e os pssaros do cu se aninham nela.
Mas voc pode dizer: isto significa que Cristo no pode voltar em qualquer dia!
Absolutamente certo! A Bblia no ensina que cada gerao de crentes deve acreditar
que Cristo poderia voltar a qualquer momento. A Bblia no ensina isso. E os apstolos no
creram nisto em seus dias. 2Tessalonicenses 2:1-3:
Ora, irmos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa
reunio com ele, Que no vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos
perturbeis, quer por esprito, quer por palavra, quer por epstola, como de ns,
como se o dia de Cristo estivesse j perto. Ningum de maneira alguma vos
engane; porque no ser assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o
homem do pecado, o filho da perdio.
Voc entende o que apstolo est dizendo? Ela est dizendo para os Tessalonicenses
que se algum disser que Cristo pode voltar em qualquer dia, eles esto errados! Do seu
ponto de vista, ainda haveria de haver o desenvolvimento do homem do pecado,
que como j temos dito o papado. Mas a questo que Paulo no cria que Cristo
poderia voltar qualquer dia ele no cria nisto. Ele est dizendo a eles que no devem crer
nisto, e ns tambm no devemos ainda que o homem do pecado, esta profecia em
particular, j se cumpriu e j temos o papa em Roma por geraes, isto no significa que
no h ainda outras profecias da Escritura para se cumprirem e podemos dizer que o
tempo de sua vinda ainda no chegado. O apstolo Pedro no cria, de modo algum,
que ele viveria para ver o retorno de Cristo. 2Pedro 1:14:
Sabendo que brevemente hei de deixar este meu tabernculo, como tambm
nosso Senhor Jesus Cristo j mo tem revelado.

O Senhor Jesus revelou a Pedro em Joo 21:18-19 com que morte ele haveria de
glorificar a Deus. Pedro sabia que Cristo no voltaria enquanto ele ainda estivesse vivo
ele iria ser sepultado. Ele esperava morrer. Ele no acreditava que Cristo poderia voltar
amanh ou depois de amanh. Ele sabia que ele haveria de morrer. E ele ainda fala de
aguardar e apressar o dia de Deus (2Pedro 3:12). No h nada sobre olhar para a
gloriosa esperana da vinda do Senhor que nos obriga a dizer que Cristo pode voltar a
qualquer dia ou que ele poderia vir, talvez, durante a nossa vida. Muitas das parbolas
indicam uma demora entre a primeira e a segunda vinda de Cristo. Muitas
parbolas foram dadas com este propsito, para mostrar a seus discpulos que a
consumao do reino no era no tempo deles, mas quando ele voltasse e a sua volta seria
em um futuro ainda distante.

6. Resumindo tudo
Trs coisas permanecem na Escritura. Primeiro, a vinda de Cristo um evento nico no
fim. Segundo, existem promessas de grande avano do evangelho entre as naes.
Terceiro, existem algumas passagens das Escrituras que parecem indicar que a igreja
estar em dificuldades pouco antes do fim. Trs pontos muito importantes: primeiro, a
vinda de Cristo um evento nico no fim; segundo, grande avano do evangelho entre as
naes; terceiro, tempos difceis para a igreja no fim. O Pr-milenismo cai no
nmero um, porque este no ensina que o retorno de Cristo um evento nico no fim. O
Amilenismo cai no nmero dois eu sei que os amilenistas no acham isto, mas cai
no nmero dois porque este dilui as promessas dizendo que apenas um mero
remanescente representante ser convertido em cada nao. O Pr-milenismo sabe que
isto est errado, mas ele d a resposta errada. O Ps-milenismo do Rushdoony cai no
nmero trs, porque h algumas passagens que indicam dificuldades perto do fim. E
por isto que apenas o Ps-milenismo puritano ortodoxo abarca todos os trs, e os
melhores dias de bnos do avano do evangelho ainda esto por vir e depois um
ressurgimento curto e forte da impiedade, antes do retorno de Cristo.

7. Aplicao
H alguma aplicao? Tudo isto importa? Sim, com certeza. Isto afeta a nossa
perspectiva. Os Covenanters5 creram que, embora eles no veriam, a causa pela qual eles

5 Presbiterianos Escoceses que aderiram Liga Solene e Aliana no sculo 17. Milhares deles homens, mulheres e
crianas foram perseguidos e mortos por no negarem sua f e o pacto que haviam feito com Deus. N.T.

estavam sofrendo, um dia, encheria a terra. Portanto, eles almejaram grandes coisas. E
esta era a viso (menciono isso para aqueles poucos que so Presbiterianos Reformados
aqui) oficial da igreja Presbiteriana Reformada expressa em seus testemunhos at a
primeira parte deste sculo. Esta viso o Ps-milenismo Presbiterianismo Reformado
ortodoxo. Menciono isso para aqueles que so Presbiterianos Reformados.
Richard Cameron, dois meses antes de sua morte, pregou no texto E no quereis vir a
mim para terdes vida (Joo 5:40); e aquele sermo foi to abenoado por Deus que foi
passado de gerao em gerao e as pessoas falaram sobre ele ouvindo-o de seus pais e de
seus avs 200 anos depois. E no meio daquele sermo, Cameron parou, chorou e orou pela
restaurao dos Judeus, pela queda do Anticristo, pelo dia que em que os Stewarts seriam
varridos do trono; a terceira parte de sua orao foi respondida o resto se seguir. E trs
dias antes de sua morte, Cameron pregou no Salmo 46:10 e ele disse o seguinte:
A Igreja de Cristo ser to exaltada que seus membros andaro pelos lugares
mais altos da terra que no sejamos tidos por termos a mesma opinio de
muitos na Inglaterra que so chamados de 'os homens da quinta monarquia' ,
que dizem que antes daquele grande dia Cristo vir em pessoa do cu com todos
os santos e mrtires para reinar mil anos na terra. Mas ns somos da opinio de
que a Igreja ser maior e mais gloriosa como aparece no livro de Apocalipse, e a
Igreja ter mais poder do que ela j teve antes.
James Renwick disse:
Tem havido grandes e gloriosos dias do evangelho nesta terra. Mas eles tm sido
pequenos em comparao com o que ser.
James Guthrie, quando estava para ser enforcado, e a corda estava em seu pescoo, ele
levantou o capuz que colocaram sobre a sua face e gritou: Os pactos e as alianas ainda
sero revividos na Esccia. Ele sabia que no veria isto neste mundo, mas ele sabia que a
causa pela qual ele estava morrendo floresceria novamente, e florescer! E ainda que
vivamos ou no para v-lo, o Senhor realizar a Sua obra aquilo que Ele prometeu, Ele
capaz de cumprir. Vamos almejar grandes coisas em nossas atividades e oraes.
Oua a resposta Ps-milenista para a pergunta 191 do Catecismo Maior:
Na segunda petio que : Venha o Teu Reino, reconhecendo que ns e todos os
homens estamos, por natureza, sob o domnio do pecado e de Satans, pedimos
que o domnio do mal seja destrudo, o Evangelho seja propagado por todo o
mundo, os judeus chamados, e a plenitude dos gentios seja consumada; que a

Igreja seja provida de todos os oficiais e ordenanas do Evangelho, purificada

da corrupo, aprovada e mantida pelo magistrado civil (...).
Voc ora por estas coisas? Voc deveria! Quando oramos Venha o Teu Reino,
oramos pela vinda do reino da glria, mas oramos pelo avano do reino da graa isto
que devemos ter em nossas mentes. Lamentando a falta de f nestas coisas, O Puritano
John Howe disse:
Esperamos ver aquilo que estamos acostumados a ver, como homens estamos
aptos para medir a f pelos nossos olhos e em grande parte com referncia a
estas coisas. Apenas o que pode ser feito aquilo que eles viram sendo feito. E
raramente os homens so trazidos a aumentar a sua f e expectativa acima disso.
Por que deveria ser pensado como uma coisa incrvel o fato que deve haver uma
ressurreio da religio?

Algum pode dizer: Oh, os Puritanos eram homens do seu tempo. Isto baboseira!
Somos ns que somos homens e mulheres que so demasiadamente influenciados pelo que
vemos ao invs de sermos por aquilo que Deus disse. E ns olhamos em volta e vemos a
causa da verdade Bblica e Reformada em decadncia e pensamos que sempre ser assim e
nunca ser melhor do que isso. Ns vacilamos diante das promessas de Deus, Abrao no
fez assim, nem ns deveramos. Ele ir realizar toda a Sua vontade e cumprir tudo o que
est escrito, e ns devemos orar e laborar nessa corrente daqueles que tiveram o corao
ligado a esta causa que ainda ter o seu dia de ressurreio neste mundo. Os confins do
mundo se lembraro, e eles se tornaro para o Senhor, e o zelo do Senhor
dos Exrcitos o far. Amm.