Peça Teatral - o Julgamento
Peça Teatral - o Julgamento
Peça Teatral - o Julgamento
O Julgamento
Personagens: Juiz (Deus)
Advogado (Jesus)
Promotor (Diabo)
Ru (Humanidade)
Meirinho
2 Guardas
3 Testemunhas
Jurado (s necessrio um jurado para falar, os
outros podem ser escolhidos na hora s para
observarem e fazer nmero).
Escrivo
No tribunal do jri esta a humanidade, como r. O
promotor o Diabo, advogado de defesa Jesus...
Vale a pena ver, e montar esta histria.
Entra o Promotor e senta-se na sua mesa, todo contente e confiante de que esta uma
causa ganha. Logo depois entram o Advogado e o Ru todo preocupado.
Advogado: Tenha calma, eu sei que um caso difcil, mas ns vamos vencer.
Ru: No sei... cometi um grande erro, e acho que vou ter que pagar.
Advogado: Confie em mim. Apenas confie.
Os dois sentam-se.
Promotor: Boa sorte, nobre colega (e solta uma gargalhada).
Advogado: (sorrindo) E para voc tambm (o Promotor fica sem graa).
Entram os jurados e sentam-se. O jurado principal deve sentar-se na cadeira mais prxima
do Juiz.
Meirinho: Todos em p. Presidindo agora a sesso o Meritssimo Sr. Juiz Deus.
Entra o Juiz e toma o seu lugar.
Meirinho: Caso n Gn-3:6 Humanidade X Criao.
Juiz: Senhores, existe alguma chance de reconciliao das partes?
Promotor: No excelncia. A promotoria est aqui para pedir a pena mxima.
Advogado: Excelncia, meu cliente foi coagido...
Juiz: O nobre advogado ter a sua chance de falar. Sr. Promotor, pode chamar sua
testemunha.
Promotor: A promotoria chama o Sr. Progresso Avncio.
(Algum se levanta do meio do pblico e vai andando at a frente com passos firmes e
imponentes.)
Meirinho: (se aproximando com a Bblia) Jura dizer a verdade, nada mais que a verdade?
Progresso: Sim.
Meirinho: Sente-se (O Progresso senta-se ao lado do Juiz)
Promotor: Por favor, diga seu nome e sua ocupao.
Progresso: Progresso Guerreiro Serreltrica Polutio Avncio. Eu sou construtor.
Promotor: E o que o Sr. constri?
Progresso: Eu construo o avano da Humanidade.
Promotor: Ento, o que voc faz pela Humanidade?
Progresso: Sim.
Promotor: Como funciona?
Progresso: A Humanidade diz para desmatar, eu desmato. A Humanidade diz para
represar, eu represo. A Humanidade diz para queimar, eu queimo...
Promotor: Ok, acho que j entendemos. Mas voc s falou de destruio, cad a
construo?
Progresso: Eu criei a indstria, que fez com que a Humanidade trabalhasse menos e
passasse mais tempo livre.
Advogado: E por que voc criou isso?
Progresso: Porque a Humanidade me disse que se passasse mais tempo livre poderia
ficar mais tempo preocupado em se aproximar do Criador.
Advogado: Muito obrigado. Sem mais perguntas, meritssimo.
Promotor: Mais uma pergunta, Sr. Progresso: a Humanidade se aproximou do criador
depois disso?
Progresso: No. A indstria criou a Televiso, que passou a ocupar todo o tempo livre da
Humanidade.
Promotor: Obrigado.
Juiz: O Sr. pode descer. Sr. Promotor, sua prxima testemunha.
Promotor: A promotoria chama a Sra. Alcia (precisamos de um sobrenome para ela)
(Algum se levanta do meio do pblico e vai andando at a frente.)
Meirinho: (se aproximando com a Bblia) Jura dizer a verdade, nada mais que a verdade?
Alcia: Sim.
Meirinho: Sente-se (Alcia senta-se ao lado do Juiz)
Promotor: Por favor, diga seu nome e sua ocupao.
Alcia: Alcia... Eu sou... hmm... Autnoma.
Promotor: Desculpe? Autnoma?
Alcia: Sim... sabe... Trabalho por conta prpria.
Promotor: Sim, eu sei... Com o qu?
Alcia: Sabe... eu fao coisas... Que elevam... como direi...
Promotor: (Com cara de surpreso) Elevam?!?
Alcia: A audincia. Sabe, IBOPE...
Promotor: Como assim?
Alcia: A Humanidade quer ver na TV tudo o que no pode ver em casa... Sabe... baixaria.
Ento eu cuido para que haja baixaria na TV.
Juiz: Sra. Alcia pode descer agora. (Enrgico) E vocs dois, tratem de se comportar no
meu tribunal! No vou mais tolerar espetculos como esse!
Advogado e Promotor: Sim, meritssimo.
Juiz: Sua prxima testemunha, Sr. Promotor.
Promotor: No tenho mais testemunhas, meritssimo.
Juiz: Sr. Advogado.
Advogado: Obrigado, meritssimo. A defesa chama o Sr. Pecado Errus.
(O Pecado entra algemado e escoltado por 2 guardas)
Meirinho: (se aproximando com a Bblia) Jura dizer a verdade, nada mais que a verdade?
O Pecado apenas balana a cabea afirmativamente, sem tocar a Bblia.
Meirinho: Sente-se (O Pecado senta-se ao lado do Juiz)
Advogado: Por favor, diga seu nome e sua ocupao.
Pecado: Pecado Mentis Roubas Errus. Sou ilusionista.
Promotor: Meritssimo, posso me aproximar?
Juiz: Sim.
(Aproximam se do Juiz o Promotor e o Advogado)
Promotor: Meritssimo, isso totalmente descabido! Todos conhecem o Sr. Pecado como
um condenado convicto, nem ao menos se declarou inocente em seu julgamento e ser
lanado no Lago de Fogo e Enxofre como o Senhor mesmo determinou.
Juiz: E qual o problema nisso?
Promotor: Meritssimo, por favor! bvio que isso uma jogada da defesa para que toda
a culpa da Humanidade seja lanada apenas e to somente no Sr. Pecado e sabe l em
quem mais s para ganhar essa causa!
Juiz: Sr. Advogado?
Advogado: Meritssimo, a defesa s quer provar que se no fosse pelo Sr. Pecado, a
Humanidade no teria cado...
Promotor: Viu?
O Juiz faz um gesto para que o Promotor se cale e o Advogado continua a falar.
Promotor: Sr. Pecado, alguma vez voc obrigou a Humanidade a fazer algo ruim?
Pecado: No.
Promotor: A tal histria do jardim me pareceu interessante. Quer dizer que a Humanidade
desobedeceu ao Criador para obedecer a voc, estou certo?
Pecado: Sim. Foi a que a Humanidade comeou a se afastar do Criador.
Promotor: E voc a obrigou a fazer isso?
Pecado: De maneira nenhuma, eu s falei. Ela fez porque quis.
Promotor: Voc conhece o Sr. Progresso?
Pecado: No. S de nome. Acontece que uma certa vez eu s comentei que a
Humanidade no deveria viver no mato como um animal qualquer j que ela era quem
mandava em toda a criao.
Promotor: Srio?
Pecado: Sim. A a Humanidade virou as costas para o Criador de vez e criou o Sr.
Progresso.
Promotor: Voc no queria isso?
Pecado: Claro que no! Eu s falei por falar...
Advogado: Meritssimo, por favor, lembre testemunha que ela est sob juramento.
Juiz: Sr. Pecado, o senhor conhece a pena por perjrio?
Pecado: Sim, excelncia, mas eu falei a verdade.
Promotor: Obrigado, sem mais perguntas.
Juiz: O Sr. pode descer. Sr. Advogado, sua prxima testemunha.
Advogado: A defesa chama o Ru, a Humanidade para depor.
(A Humanidade levanta-se e se dirige cadeira das testemunhas)
Meirinho: (se aproximando com a Bblia) Jura dizer a verdade, nada mais que a verdade?
Humanidade: Sim.
Meirinho: Sente-se.
Advogado: Por favor, diga seu nome e sua ocupao.
Humanidade: Uma parte de mim acredita que eu vim de um macaco, e uma parte acredita
que o Criador me criou. Como eu j expliquei, o Pecado me induziu ao erro de...
Promotor: Meritssimo, queira, por favor, lembrar ao Ru quem est sendo julgado aqui.
Juiz: Humanidade, o Sr. Pecado j foi julgado no meu tribunal e condenado. Refira-se a
ele apenas se for perguntado, entendido?
Humanidade: Sim, senhor.
Promotor: Obrigado, meritssimo. Agora, Humanidade, voc mantm essa histria de que
no se afastou do Criador porque quis, certo?
Humanidade: Sim.
Promotor: Quando voc foi expulso do tal jardim, o que o Criador fez?
Humanidade: Matou um cordeiro e com o couro dele me fez roupas.
Promotor: O que isso queria dizer?
Humanidade: Que Ele enviaria algum para me redimir e...
Promotor: E depois disso Ele se afastou de voc?
Humanidade: No... mas foi o que eu pensei.
Promotor: O Criador promete mandar algum para te salvar e voc pensa que Ele se
afastou?
Humanidade: Bem...
Promotor: Essa a desculpa mais esfarrapada que eu j ouvi.
Advogado: Objeo. Est tirando suas prprias concluses.
Juiz: Mantido.
Promotor: Tudo bem, no tenho mais perguntas.
Juiz: Voc pode descer. Sr. Advogado, mais alguma testemunha?
Advogado: No meritssimo.
Juiz: Sr. Promotor, alguma considerao final?
Promotor: Sim, meritssimo. Senhores jurados, os senhores viram aqui as testemunhas, e
viram o quanto a Humanidade se afastou do Criador e se aproximou do Sr. Pecado. Por
Advogado: Cale-se! (o promotor abaixa a cabea e fica quieto) Sr. Juiz, eu sei o quanto o
Senhor no quer que a Humanidade morra. E eu sou to humano quanto ela, eu posso
cumprir a lei e morrer no lugar dela. Por favor, mate a mim.
Juiz: Que assim seja. Meirinho, por favor, execute no Advogado Jesus Cristo a sentena
dada Humanidade. (Dizendo isso, ele sai mais entristecido ainda)
O Meirinho ento pega ao Advogado e o leva at o fundo do palco onde tem uma cruz
coberta por um pano, ele retira o pano, coloca o Advogado e o prega nela at que ele
morra. Depois disso, o prprio Meirinho o retira embrulhando-o no pano e o retira dali.
Promotor: Isto no acabou. Eu vou at o fim e vou fazer voc pagar. Custe o que custar.
(E sai rindo)
Escrivo: (terminando de datilografar a sentena) Humanidade, aqui est a sentena,
voc agora est livre para ir.
Entra de repente o Advogado.
Advogado: No, no est. D-me aqui a sentena. (Pega o papel).
Humanidade: Mas...
Advogado: Nada de mas... Eu sou aquele que morreu por voc, pelos seus erros. Sou
aquele que ressuscitou dos mortos ao terceiro dia. Agora esta sentena me pertence. Mas
eu posso dar ela para voc.
Humanidade: Como?
Advogado: Se voc me der a sua vida e se dedicar a mim e a voltar a se aproximar do
Criador, ento eu te dou esta sentena e voc ser livre. Seno... (e vira-se olhando para a
cruz)