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Peça Teatral - o Julgamento

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Pea Teatral

O Julgamento
Personagens: Juiz (Deus)
Advogado (Jesus)
Promotor (Diabo)
Ru (Humanidade)
Meirinho
2 Guardas
3 Testemunhas
Jurado (s necessrio um jurado para falar, os
outros podem ser escolhidos na hora s para
observarem e fazer nmero).
Escrivo
No tribunal do jri esta a humanidade, como r. O
promotor o Diabo, advogado de defesa Jesus...
Vale a pena ver, e montar esta histria.
Entra o Promotor e senta-se na sua mesa, todo contente e confiante de que esta uma
causa ganha. Logo depois entram o Advogado e o Ru todo preocupado.
Advogado: Tenha calma, eu sei que um caso difcil, mas ns vamos vencer.
Ru: No sei... cometi um grande erro, e acho que vou ter que pagar.
Advogado: Confie em mim. Apenas confie.
Os dois sentam-se.
Promotor: Boa sorte, nobre colega (e solta uma gargalhada).
Advogado: (sorrindo) E para voc tambm (o Promotor fica sem graa).

Entram os jurados e sentam-se. O jurado principal deve sentar-se na cadeira mais prxima
do Juiz.
Meirinho: Todos em p. Presidindo agora a sesso o Meritssimo Sr. Juiz Deus.
Entra o Juiz e toma o seu lugar.
Meirinho: Caso n Gn-3:6 Humanidade X Criao.
Juiz: Senhores, existe alguma chance de reconciliao das partes?
Promotor: No excelncia. A promotoria est aqui para pedir a pena mxima.
Advogado: Excelncia, meu cliente foi coagido...
Juiz: O nobre advogado ter a sua chance de falar. Sr. Promotor, pode chamar sua
testemunha.
Promotor: A promotoria chama o Sr. Progresso Avncio.
(Algum se levanta do meio do pblico e vai andando at a frente com passos firmes e
imponentes.)
Meirinho: (se aproximando com a Bblia) Jura dizer a verdade, nada mais que a verdade?
Progresso: Sim.
Meirinho: Sente-se (O Progresso senta-se ao lado do Juiz)
Promotor: Por favor, diga seu nome e sua ocupao.
Progresso: Progresso Guerreiro Serreltrica Polutio Avncio. Eu sou construtor.
Promotor: E o que o Sr. constri?
Progresso: Eu construo o avano da Humanidade.
Promotor: Ento, o que voc faz pela Humanidade?
Progresso: Sim.
Promotor: Como funciona?
Progresso: A Humanidade diz para desmatar, eu desmato. A Humanidade diz para
represar, eu represo. A Humanidade diz para queimar, eu queimo...
Promotor: Ok, acho que j entendemos. Mas voc s falou de destruio, cad a
construo?

Progresso: Eu construo o futuro. Como a Humanidade poder viver bem no meio do


mato? Eu destruo o mato e fao tudo de um modo que a Humanidade possa viver.
Promotor: De um modo que a Humanidade possa viver. Como assim?
Progresso: A Humanidade diz que no quer viver como os animais, pois superior a eles.
Promotor: Sem mais perguntas, meritssimo.
Juiz: Sr. Advogado, tem alguma pergunta?
Advogado: Sim, meritssimo. Sr. Progresso, que dizer ento que a Humanidade manda e
voc faz?
Progresso: Sim.
Advogado: Simples assim?
Progresso: Simples assim.
Advogado: Porque pelo que eu fiquei sabendo, o Sr. Que diz para a Humanidade
destruir.
Progresso: (nervoso) No... eu no...
Advogado: Ou s voc nunca ouviu a frase: tudo em nome do Progresso?
Progresso: Eu s fazia o que a Humanidade...
Advogado: J ouvimos isso, Sr. Progresso. S que faltou a parte em que o Sr...
(interrompido pelo Promotor)
Promotor: Meritssimo, por favor, lembre ao nobre colega que quem est sendo julgado
aqui o cliente dele, e no a testemunha.
Juiz: Sr. Advogado, por favor, contenha-se.
Advogado: Mas, meritssimo...
Juiz: Eu sou justo, lembre-se disso. O Progresso criao da Humanidade, ele no est e
nunca estar em julgamento aqui. Por favor, tem mais alguma pergunta?
Advogado: Sim, meritssimo, eu tenho. Sr. Progresso: alguma vez o Sr. Criou algo para
que a Humanidade se aproximasse do Criador?
Progresso: Sim.
Advogado: O qu?

Progresso: Eu criei a indstria, que fez com que a Humanidade trabalhasse menos e
passasse mais tempo livre.
Advogado: E por que voc criou isso?
Progresso: Porque a Humanidade me disse que se passasse mais tempo livre poderia
ficar mais tempo preocupado em se aproximar do Criador.
Advogado: Muito obrigado. Sem mais perguntas, meritssimo.
Promotor: Mais uma pergunta, Sr. Progresso: a Humanidade se aproximou do criador
depois disso?
Progresso: No. A indstria criou a Televiso, que passou a ocupar todo o tempo livre da
Humanidade.
Promotor: Obrigado.
Juiz: O Sr. pode descer. Sr. Promotor, sua prxima testemunha.
Promotor: A promotoria chama a Sra. Alcia (precisamos de um sobrenome para ela)
(Algum se levanta do meio do pblico e vai andando at a frente.)
Meirinho: (se aproximando com a Bblia) Jura dizer a verdade, nada mais que a verdade?
Alcia: Sim.
Meirinho: Sente-se (Alcia senta-se ao lado do Juiz)
Promotor: Por favor, diga seu nome e sua ocupao.
Alcia: Alcia... Eu sou... hmm... Autnoma.
Promotor: Desculpe? Autnoma?
Alcia: Sim... sabe... Trabalho por conta prpria.
Promotor: Sim, eu sei... Com o qu?
Alcia: Sabe... eu fao coisas... Que elevam... como direi...
Promotor: (Com cara de surpreso) Elevam?!?
Alcia: A audincia. Sabe, IBOPE...
Promotor: Como assim?
Alcia: A Humanidade quer ver na TV tudo o que no pode ver em casa... Sabe... baixaria.
Ento eu cuido para que haja baixaria na TV.

Promotor: E onde entra a audincia nisso?


Alcia: U, onde tem mais baixaria tem mais audincia. A Humanidade adora isso, para
depois se fazer de Senhores da Verdade na frente dos outros.
Promotor: Quer dizer que a Humanidade gosta disso?
Alcia: Se no gostasse, eu no teria emprego n, lindinho...
Promotor: (Desaprovando o comentrio) A Senhora tem alguma outra ocupao?
Alcia: Sim, agora tenho me empregado bastante na Internet tambm.
Promotor: Internet? Como assim?
Alcia: J ouviu dizer que a Internet o Imprio da Mentira? Pois ento. um tal de gente
se aproveitando do anonimato pr trair namorados e maridos e at mesmo esposas, que
t um negcio. Por pouco no largo a televiso...
Promotor: Est to bom assim?
Alcia: Uma maravilha! A Humanidade a-do-ra isso!
Advogado: Meritssimo, por favor...
Juiz: Sra. Alcia, por favor, mantenha-se ao seu testemunho.
Alcia: Mas eu estou Meritssimo... A prpria Humanidade j me disse isso.
O Advogado e a Humanidade discutem. O Promotor sorri.
Promotor: Quer dizer que a Humanidade gosta disso? Gosta de trair, de ver o que no
deve? Em suma, a Humanidade no quer saber dos mandamentos do Criador?
Alcia: Eu diria que sim...
Advogado: Objeo! O Sr. Promotor est conduzindo a testemunha...
Juiz: Sr. Promotor...
Promotor: Mas meritssimo! A testemunha j afirmou que a Humanidade disse isso...
Juiz: Tudo bem ento. Contenha-se. (Virando-se para o advogado) Negado.
O Advogado senta-se, contrariado.
Promotor: O que mais a Humanidade lhe disse?
Alcia: Que s vezes gostaria que o Criador largasse do seu p, pois gostaria de ser mais
livre...

Promotor: (Extremamente feliz) Muito obrigado. Sem mais perguntas, meritssimo.


Juiz: Sr. Advogado, sua testemunha.
Advogado: Obrigado. Sra. Alcia, esse mesmo seu nome?
Alcia: Sim.
Advogado: Tem certeza?
Alcia: (Incomodada) Tenho...
Advogado: Serei mais direto ento, a Senhora, antigamente, teve outro nome?
Alcia: Eu... Bem...
Advogado: Sim ou no.
Alcia: Os tempos mudam... Devemos mudar com ele...
Advogado: Meritssimo...
Juiz: Sra. Alcia, responda a pergunta. Sim ou no?
Alcia: Sim, eu j tive outro nome...
Advogado: E qual era?
Promotor: Objeo! Qual a relevncia disso para o caso?
Advogado: Total relevncia! Meritssimo, eu estou tentando provar a inocncia do meu
cliente perante o testemunho dessa mulher, o jri tem o direito de saber qual o seu nome
anterior.
Juiz: (Para o Promotor) Negado. (Para o Advogado) Continue.
Advogado: Obrigado. Sra. Alcia, qual era o seu nome?
Alcia: Sabe... antigamente meu nome j foi Mlicia... Eu s mudei recentemente... No
meu ramo precisamos mudar de nome...
Advogado: No perguntei isso. Sra. Alcia, A Senhora conhece o Sr. Pecado? (Ela se
prepara para responder) Lembre-se que est sob juramento...
Alcia: (Vacila) S... sim. Conheo.
Advogado: De onde?
Alcia: Ele... ele me criou.

Advogado: (Sarcstico) Verdade? Que interessante! Para qu?


Alcia: Para garantir o total afastamento entre a Humanidade e o Criador...
Advogado: E?
Alcia: Nada mais... S isso...
Advogado: Acho que tem mais. No tem?
Alcia: Bem... sabe... O Sr. Pecado, ele... Pediu-me para que eu nunca dissesse a verdade
Humanidade.
Advogado: Que seria...?
Alcia: Que o que eu fao errado.
Advogado: Para mim isso prova que voc enganou meu cliente e que ele inocente.
Alcia: Bem... no... sim... ... no sei... (Comea a chorar)
Advogado: Meritssimo, devido ao estado emocional da testemunha, no tenho mais
perguntas...
Juiz: Pode descer...
Promotor: Meritssimo, mais uma pergunta. Sra. Alcia (chorando mais) voc realmente
enganou o ru?
Alcia: No sei... No sei mais...
Promotor: Responda a pergunta!
Advogado: O que isso? Meritssimo, deixe-a ir.
Promotor: Responda!
Advogado: Pare com isso!
Promotor: No! Ela deve responder! minha testemunha!
Advogado: Deixe-a ir! Ela no pode mais...
Alcia: No! Eu no... enganei ningum. (Recuperando-se) Depois que o Sr. Pecado me
criou, a Humanidade me chamou para trabalhar, eu nunca precisei dizer nada... S no
disse que era errado...
Promotor: (Muito corts) Muito obrigado! Pode ir agora...

Juiz: Sra. Alcia pode descer agora. (Enrgico) E vocs dois, tratem de se comportar no
meu tribunal! No vou mais tolerar espetculos como esse!
Advogado e Promotor: Sim, meritssimo.
Juiz: Sua prxima testemunha, Sr. Promotor.
Promotor: No tenho mais testemunhas, meritssimo.
Juiz: Sr. Advogado.
Advogado: Obrigado, meritssimo. A defesa chama o Sr. Pecado Errus.
(O Pecado entra algemado e escoltado por 2 guardas)
Meirinho: (se aproximando com a Bblia) Jura dizer a verdade, nada mais que a verdade?
O Pecado apenas balana a cabea afirmativamente, sem tocar a Bblia.
Meirinho: Sente-se (O Pecado senta-se ao lado do Juiz)
Advogado: Por favor, diga seu nome e sua ocupao.
Pecado: Pecado Mentis Roubas Errus. Sou ilusionista.
Promotor: Meritssimo, posso me aproximar?
Juiz: Sim.
(Aproximam se do Juiz o Promotor e o Advogado)
Promotor: Meritssimo, isso totalmente descabido! Todos conhecem o Sr. Pecado como
um condenado convicto, nem ao menos se declarou inocente em seu julgamento e ser
lanado no Lago de Fogo e Enxofre como o Senhor mesmo determinou.
Juiz: E qual o problema nisso?
Promotor: Meritssimo, por favor! bvio que isso uma jogada da defesa para que toda
a culpa da Humanidade seja lanada apenas e to somente no Sr. Pecado e sabe l em
quem mais s para ganhar essa causa!
Juiz: Sr. Advogado?
Advogado: Meritssimo, a defesa s quer provar que se no fosse pelo Sr. Pecado, a
Humanidade no teria cado...
Promotor: Viu?
O Juiz faz um gesto para que o Promotor se cale e o Advogado continua a falar.

Advogado: No queremos transferir a culpa de ningum, s queremos provar que o meu


cliente inocente!
Juiz: Vou manter essa testemunha.
Advogado: Obrigado, meritssimo.
O Promotor volta grunhindo para sua mesa.
Advogado: Por favor, Sr. Pecado, diga-nos: o Sr. conhece o Ru?
Pecado: Muitssimo bem.
Advogado: De onde?
Pecado: Nem me lembro. Faz tanto tempo...
Advogado: No seria de um jardim?
Pecado: Creio que sim... Sim, isso mesmo, de um jardim. Eu falei para a Humanidade
fazer algo errado e ela fez.
Advogado: O que voc falou?
Pecado: O Criador pediu para que a Humanidade no comesse do fruto de uma rvore,
mas eu disse que no haveria problema de comer daquele fruto.
Advogado: Ento, voc admite que enganou meu cliente?
Promotor: Meritssimo, por favor, ele est conduzindo a testemunha.
Juiz: Tudo bem, Sr. Promotor. Sr. Advogado, por favor, comporte-se.
Advogado: Meritssimo, eu s estou tentando traar uma linha...
Juiz: Por favor, Sr. Advogado, eu j lhe disse quem est sendo julgado aqui. No force a
minha pacincia.
Advogado: Sim, senhor. Sr. Pecado, o Sr. se diz ilusionista. O que isto quer dizer?
Pecado: Quando eu quero, me disfaro como algo bom e fao a Humanidade fazer algo
ruim.
Advogado: Algo ruim?
Pecado: Sim, qualquer coisa que afaste a Humanidade do Criador.
Advogado: Obrigado. Sem mais perguntas, meritssimo.
Juiz: Sr. Promotor, sua testemunha.

Promotor: Sr. Pecado, alguma vez voc obrigou a Humanidade a fazer algo ruim?
Pecado: No.
Promotor: A tal histria do jardim me pareceu interessante. Quer dizer que a Humanidade
desobedeceu ao Criador para obedecer a voc, estou certo?
Pecado: Sim. Foi a que a Humanidade comeou a se afastar do Criador.
Promotor: E voc a obrigou a fazer isso?
Pecado: De maneira nenhuma, eu s falei. Ela fez porque quis.
Promotor: Voc conhece o Sr. Progresso?
Pecado: No. S de nome. Acontece que uma certa vez eu s comentei que a
Humanidade no deveria viver no mato como um animal qualquer j que ela era quem
mandava em toda a criao.
Promotor: Srio?
Pecado: Sim. A a Humanidade virou as costas para o Criador de vez e criou o Sr.
Progresso.
Promotor: Voc no queria isso?
Pecado: Claro que no! Eu s falei por falar...
Advogado: Meritssimo, por favor, lembre testemunha que ela est sob juramento.
Juiz: Sr. Pecado, o senhor conhece a pena por perjrio?
Pecado: Sim, excelncia, mas eu falei a verdade.
Promotor: Obrigado, sem mais perguntas.
Juiz: O Sr. pode descer. Sr. Advogado, sua prxima testemunha.
Advogado: A defesa chama o Ru, a Humanidade para depor.
(A Humanidade levanta-se e se dirige cadeira das testemunhas)
Meirinho: (se aproximando com a Bblia) Jura dizer a verdade, nada mais que a verdade?
Humanidade: Sim.
Meirinho: Sente-se.
Advogado: Por favor, diga seu nome e sua ocupao.

Humanidade: Humanidade. No tenho uma ocupao.


Advogado: Como assim, no tem ocupao?
Humanidade: Eu tenho vrias ocupaes: jardineiro, lavrador, construtor...
Advogado: Tudo bem... Quer dizer que o Criador o fez com vrias ocupaes?
Humanidade: Sim.
Advogado: Interessante... Conte-nos a sua verso dos fatos.
Humanidade: Bem, eu vivia bem no jardim que o Criador me fez, at que o Pecado
apareceu e me enganou, dizendo que no haveria problema em comer o fruto que no
poderia comer...
Advogado: E ento?
Humanidade: Ento a coisa desandou... Fui expulso do jardim, e passei a trabalhar duro
para viver. Da a criao do Progresso e tudo o mais.
Advogado: E foi a que voc pensou que o Criador havia se afastado de voc?
Humanidade: Sim. O Pecado me iludiu de novo, fazendo-me pensar que estava sozinho,
que o Criador no queria mais saber de mim.
Advogado: Ento voc no quis se afastar do Criador?
Humanidade: No. Nunca, mas eu disse...
Advogado: Tudo bem... Quando voc conheceu a Sra. Alcia?
Humanidade: Realmente, foi h algum tempo. Depois que me lembrei do outro nome dela
que percebi o quanto ela me iludiu...
Advogado: Como aconteceu?
Humanidade: Bem... O Sr. Progresso havia me apresentado a Indstria, que faria com
que meu tempo ficasse mais livre, mas a Indstria veio com essa tal de Televiso. No foi
muito interessante no comeo, mas a eu conheci a Sra. Mlicia, com seus programas
chamativos e que prendiam tanto a ateno...
Promotor: Meritssimo, o ru est conduzindo sua culpa para outra pessoa.
Juiz: Deixe-o falar.
Advogado: Continue.
Humanidade: ... s isso. Eu no quis me afastar do Criador, mas fui arrastado...

Advogado: Muito obrigado. Sem mais perguntas, meritssimo.


Juiz: Sr. Promotor, sua testemunha.
Promotor: Obrigado, meritssimo. Humanidade, voc foi arrastado? Como assim?
Humanidade: Bem... eu... No foi bem isso...
Promotor: Como foi ento?
Humanidade: Eu me afastei, sim, do criador, mas...
Promotor: Ento voc confessa?!!
Advogado: Objeo.
Juiz: Mantida! Sr. Promotor...
Promotor: Desculpe, meritssimo. Humanidade, tenho aqui um livro de histria.
Reconhece?
Humanidade: Sim.
Promotor: Olhe s: Aqui diz que voc escreveu, estou certo?
Humanidade: De certa forma, sim.
Promotor: Ento o que est aqui a sua verso dos fatos, certo?
Humanidade: Sim.
Promotor: Desde a primeira pgina, voc diz que o Universo surgiu do nada de uma
exploso. E que depois de anos de evoluo, voc surgiu de um macaco... ?!?!
Humanidade: Bem, estudos cientficos mostram...
Promotor: Eu no fiz nenhuma pergunta, ainda... Mas como voc disse: Cincia. Mais
uma de suas criaes, certo?
Humanidade: Sim. Para tentar compreender o mundo...
Promotor: E talvez at ser auto-suficiente para se afastar de vez do Criador.
Advogado: Objeo.
Juiz: Mantida.
Promotor: Tudo bem. O que voc quer explicar com isso?

Humanidade: Uma parte de mim acredita que eu vim de um macaco, e uma parte acredita
que o Criador me criou. Como eu j expliquei, o Pecado me induziu ao erro de...
Promotor: Meritssimo, queira, por favor, lembrar ao Ru quem est sendo julgado aqui.
Juiz: Humanidade, o Sr. Pecado j foi julgado no meu tribunal e condenado. Refira-se a
ele apenas se for perguntado, entendido?
Humanidade: Sim, senhor.
Promotor: Obrigado, meritssimo. Agora, Humanidade, voc mantm essa histria de que
no se afastou do Criador porque quis, certo?
Humanidade: Sim.
Promotor: Quando voc foi expulso do tal jardim, o que o Criador fez?
Humanidade: Matou um cordeiro e com o couro dele me fez roupas.
Promotor: O que isso queria dizer?
Humanidade: Que Ele enviaria algum para me redimir e...
Promotor: E depois disso Ele se afastou de voc?
Humanidade: No... mas foi o que eu pensei.
Promotor: O Criador promete mandar algum para te salvar e voc pensa que Ele se
afastou?
Humanidade: Bem...
Promotor: Essa a desculpa mais esfarrapada que eu j ouvi.
Advogado: Objeo. Est tirando suas prprias concluses.
Juiz: Mantido.
Promotor: Tudo bem, no tenho mais perguntas.
Juiz: Voc pode descer. Sr. Advogado, mais alguma testemunha?
Advogado: No meritssimo.
Juiz: Sr. Promotor, alguma considerao final?
Promotor: Sim, meritssimo. Senhores jurados, os senhores viram aqui as testemunhas, e
viram o quanto a Humanidade se afastou do Criador e se aproximou do Sr. Pecado. Por

favor, peo que cumpram a lei e considerem o Ru culpado da acusao de se afastar do


Criador e de tentar destruir sua criao. Obrigado.
Juiz: Sr. Advogado.
Advogado: Obrigado, meritssimo. Senhores do jri. Os senhores tambm ouviram das
testemunhas que o meu cliente foi coagido a errar, e se no fosse o Sr. Pecado e at
mesmo a Sra. Alcia, a Humanidade no haveria errado, ento peo pela absolvio do
meu cliente. Obrigado.
Juiz: Senhores jurados... (ele fica aguardando enquanto os jurados anotam o veredicto em
um papel e passam para o jurado principal, que os conta e anota em outro papel a
deciso).
Quando o jurado se levanta, o Meirinho pega o papel e entrega ao Juiz, que d uma
olhada, se entristece com o resultado e o devolve.
Juiz: Senhores jurados, qual o veredicto?
Jurado: Ns do jri, por deciso unnime, declaramos o ru culpado de todas as
acusaes.
Juiz: (mais entristecido) O Ru queira se levantar para ouvir a sentena.
A Humanidade e o Advogado se levantam.
Juiz: Mediante o veredicto e mediante ao pedido da promotoria, eu agora condeno a
Humanidade morte. (A Humanidade quase cai sentada) Meirinho, por favor, execute a
sentena.
Quando o meirinho vai pegar o Humanidade, o Advogado se levanta.
Advogado: Sr. Juiz, eu tenho uma proposta melhor.
Promotor: No, o julgamento acabou, e agora a Humanidade deve morrer.
Advogado: Sr. Juiz, por favor, mate a mim no lugar de meu cliente.
Juiz: Como?
Advogado: Isso mesmo mate a mim no lugar de meu cliente.
Promotor: No! A lei deve ser cumprida.
Advogado: Mas eu estou cumprindo a lei quando ela diz que algum deve morrer quando
se alia ao Pecado, mas no diz quem deve morrer, ento peo que mate a mim. Deixe
meu cliente viver.
Promotor: Isto totalmente irregular. O Sr. no deve permitir isto...

Advogado: Cale-se! (o promotor abaixa a cabea e fica quieto) Sr. Juiz, eu sei o quanto o
Senhor no quer que a Humanidade morra. E eu sou to humano quanto ela, eu posso
cumprir a lei e morrer no lugar dela. Por favor, mate a mim.
Juiz: Que assim seja. Meirinho, por favor, execute no Advogado Jesus Cristo a sentena
dada Humanidade. (Dizendo isso, ele sai mais entristecido ainda)
O Meirinho ento pega ao Advogado e o leva at o fundo do palco onde tem uma cruz
coberta por um pano, ele retira o pano, coloca o Advogado e o prega nela at que ele
morra. Depois disso, o prprio Meirinho o retira embrulhando-o no pano e o retira dali.
Promotor: Isto no acabou. Eu vou at o fim e vou fazer voc pagar. Custe o que custar.
(E sai rindo)
Escrivo: (terminando de datilografar a sentena) Humanidade, aqui est a sentena,
voc agora est livre para ir.
Entra de repente o Advogado.
Advogado: No, no est. D-me aqui a sentena. (Pega o papel).
Humanidade: Mas...
Advogado: Nada de mas... Eu sou aquele que morreu por voc, pelos seus erros. Sou
aquele que ressuscitou dos mortos ao terceiro dia. Agora esta sentena me pertence. Mas
eu posso dar ela para voc.
Humanidade: Como?
Advogado: Se voc me der a sua vida e se dedicar a mim e a voltar a se aproximar do
Criador, ento eu te dou esta sentena e voc ser livre. Seno... (e vira-se olhando para a
cruz)

Congela a cena, algum fala.


Cabe agora somente Humanidade escolher. Qual ser a SUA escolha? Eu j fiz a
minha.
Autores:
Fbio Greb
Temas:
Evangelismo
Admoestao
Diversos:
Velhas

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