Nir 240
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ndice
Pargrafos
Introduo
1-4
Responsabilidade da Gerncia
Responsabilidade do Revisor/Auditor
6-11
12-14
15-18
19-24
Retirada do Compromisso
25-26
A Perspectiva do Sector Pblico (PSP) emitida pelo Comit do Sector Pblico da Federao Internacional de
Contabilistas est apresentada no final de uma NIR. Quando no se acrescentar nenhuma PSP, a NIR aplicvel ao
sector pblico em todos os aspectos materialmente relevantes.
Introduo
1. A finalidade desta Norma Internacional de Reviso/Auditoria (NIR) a de estabelecer normas e dar orientao
sobre a responsabilidade do revisor/auditor ao considerar as fraudes e os erros na reviso/auditoria das
demonstraes financeiras.
4. O termo "erros" refere-se a enganos no intencionais nas demonstraes financeiras, tais como:
Responsabilidade da Gerncia
5. A responsabilidade pela preveno e deteco de fraudes e erros reside na gerncia atravs da implementao e do
funcionamento continuado de sistemas contabilstico e de controlo interno adequados. Tais sistemas reduzem mas
no eliminam a possibilidade de fraudes e erros.
Responsabilidade do Revisor/Auditor
6. O revisor/auditor no nem pode ser responsabilizado pela preveno de fraudes e erros. O facto de ser levada a
efeito uma reviso/auditoria anual actua, todavia, como um dissuasor.
Avaliao do Risco
7. Ao planear a reviso/auditoria, o revisor/auditor deve avaliar o risco de fraudes e erros poderem dar
origem a que as demonstraes financeiras contenham distores materialmente relevantes e deve indagar da
gerncia quanto a qualquer fraude ou erro significativo que tenha sido descoberto.
8. Alm das fraquezas na concepo dos sistemas contabilstico e de controlo interno e do no cumprimento dos
controlos internos identificados, incluem-se entre as condies ou acontecimentos que aumentam o risco de erro ou
fraude:
Transaces no usuais.
9. Com base na avaliao do risco o revisor/auditor deve conceber procedimentos de reviso/auditoria para
obter segurana razovel de que sejam detectadas as distores provenientes de fraudes e erros que sejam
materialmente relevantes para as demonstraes financeiras tomadas como um todo.
10. Consequentemente, o revisor/auditor procura prova de reviso/auditoria suficiente e apropriada de no terem
ocorrido fraudes e erros que possam ser materialmente relevantes para as demonstraes financeiras ou se, tendo
ocorrido, o efeito da fraude esteja devidamente reflectido nas demonstraes financeiras ou o erro esteja corrigido. A
probabilidade de detectar erros ordinariamente mais alta da que a de detectar fraudes, uma vez que a fraude est
normalmente acompanhada por actos concebidos especificamente para ocultar a sua existncia.
11. Devido s limitaes inerentes da reviso/auditoria (ver pargrafos 12-14) h o risco inevitvel de que possam
no ser detectadas distores da informao financeira materialmente relevantes resultantes de fraude, ou, em menor
escala, de erros. A subsequente descoberta de uma distoro na informao financeira materialmente relevante
resultante de fraude ou de erro existente durante o perodo coberto pelo relatrio do revisor/auditor no indica, por si
mesmo, que o revisor/auditor falhou na sua adeso aos princpios bsicos e procedimentos essenciais da
reviso/auditoria. A questo de saber se o revisor/auditor de contas aderiu ou no aos princpios bsicos que regem a
reviso determinada pela adequao dos procedimentos de reviso/auditoria empreendidos nas circunstncias e
pela conformidade do relatrio do revisor/auditor baseado nos resultados desses procedimentos de reviso/auditoria.
Limitaes Inerentes Reviso/Auditoria
12. Uma reviso/auditoria est sujeita ao risco inevitvel de no serem detectadas algumas distores materialmente
relevantes das demonstraes financeiras, mesmo que a reviso/auditoria seja devidamente planeada e executada de
acordo com as NIR's.
13. O risco de no detectar distores materialmente relevantes resultantes de fraude maior do que o risco de no
detectar uma distoro materialmente relevante resultante de erro, porque a fraude envolve normalmente actos
concebidos para a ocultar, tais como conluio, falsificao, falta deliberada de registo de transaces, ou
esclarecimentos falsos que foram intencionalmente dados ao revisor/auditor. A no ser que o exame revele prova do
contrrio, ele tem o direito de aceitar os esclarecimentos como dignos de crdito e os registos e documentos como
genunos. Porm de acordo com a NIR "Objectivo e Princpios Gerais que Regem a Reviso/Auditoria de
Demonstraes Financeiras", o revisor/auditor deve planear e executar a reviso/auditoria com uma atitude
de cepticismo profissional, reconhecendo que podem ser encontrados condies ou acontecimentos que
indiciem que possam existir fraudes ou erros.
14. Embora a existncia de um sistema eficaz de controlo interno reduza a possibilidade de distoro das
demonstraes financeiras resultante de fraude ou de erro, existir sempre algum risco de os controlos internos
deixarem de funcionar como concebido. Para alm disso, qualquer sistema de controlo interno pode ser ineficaz
contra as fraudes que envolvam conluio entre empregados ou fraudes cometidas pela gerncia. Certos nveis de
direco podem estar em posio de derrogar os controlos que evitariam fraudes similares por outros empregados;
por exemplo, dando ordem a subordinados para registar transaces de forma incorrecta ou para as encobrir, ou
suprimindo informao relativa a transaces.
Procedimentos Quando H Indcio de que Possa Existir Fraude ou Erro
15. Quando a aplicao de procedimentos de reviso/auditoria concebidos a partir da avaliao do risco
indiciar a possvel existncia de fraude ou erro, o revisor/auditor deve considerar o potencial efeito nas
demonstraes financeiras. Se o revisor/auditor acreditar que a fraude ou o erro indicado possa ter um efeito
materialmente relevante nas demonstraes financeiras, o revisor/auditor deve executar procedimentos
modificados ou adicionais apropriados.
16. A extenso de tais procedimentos modificados ou adicionais depende do julgamento do revisor/auditor quanto a:
a) os tipos de fraudes ou de erros indiciados;
b) a probabilidade da sua ocorrncia; e
c) a probabilidade de um particular tipo de fraude ou erro poder ter um efeito materialmente relevante nas
demonstraes financeiras.
A menos que as circunstncias indiciem claramente de forma diferente, o revisor/auditor no pode pressupor que um
caso de fraude ou erro uma ocorrncia isolada. Se necessrio, o revisor/auditor ajusta a natureza, oportunidade e
extenso dos procedimentos resultantes.
17. A execuo de procedimentos modificados ou adicionais habilitar normalmente o revisor/auditor a confirmar ou
a afastar a suspeita de fraude ou de erro. Quando a suspeita de fraude ou erro no seja afastada pelas concluses
de procedimentos modificados ou adicionais, o revisor/auditor deve discutir o assunto com a gerncia e
considerar se o assunto foi devidamente reflectido ou corrigido nas demonstraes financeiras. O
revisor/auditor deve considerar o possvel impacto no relatrio de reviso/auditoria.
18. O revisor/auditor deve considerar as implicaes de fraudes ou erros significativos em relao a outros
aspectos da reviso/auditoria, particularmente a credibilidade dos esclarecimentos da gerncia. A este
respeito, o revisor/auditor reconsidera a avaliao do risco e a validade dos esclarecimentos da gerncia, em caso de
fraudes e erros no detectados por controlos internos ou no includos nos esclarecimentos da gerncia. As
implicaes de casos particulares de fraudes ou de erros descobertos pelo revisor/auditor depender do
relacionamento entre perpetrao e ocultao, se existirem, da fraude ou do erro com os procedimentos de controlo
especficos e o nvel de gerncia ou de empregados envolvidos.
Relato de Fraudes e Erros
Gerncia
19. O revisor/auditor deve comunicar as concluses factuais gerncia assim que for praticvel se:
a) o revisor/auditor suspeitar de que exista fraude, mesmo se o potencial efeito nas demonstraes
financeiras poder ser materialmente irrelevante; ou
b) se verificar realmente a existncia de fraude ou erro significativo.
20. Ao determinar o representante apropriado da entidade a quem relatar ocorrncias de fraudes possveis ou reais ou
de erros significativos, o revisor/auditor considerar todas as circunstncias. Com respeito a fraudes, o
revisor/auditor apreciar a probabilidade do envolvimento da gerncia senior. Na maioria dos casos que envolvam
fraude, seria apropriado relatar a matria a um nvel na estrutura organizativa da entidade acima da responsvel
pelas pessoas que se cr estarem implicadas. Quando as pessoas em ltima anlise responsveis pela direco global
da entidade sejam postas em causa, o revisor/auditor dever procurar aconselhamento jurdico para o auxiliar na
determinao dos procedimentos a seguir.
Aos Utentes do Relatrio do Revisor/Auditor sobre as Demonstraes Financeiras
21. Se o revisor/auditor concluir que a fraude ou o erro tem um efeito materialmente relevante nas
demonstraes financeiras e no tenha sido devidamente reflectido ou corrigido nas demonstraes
financeiras, o revisor/auditor deve expressar uma opinio com reservas ou uma opinio adversa.
22. Se o revisor for impedido pela entidade de obter prova de reviso/auditoria suficiente e apropriada a fim
de avaliar se a fraude ou erro, que seja materialmente relevante para as demonstraes financeiras, ocorreu
ou seja provvel que tenha ocorrido, o revisor/auditor deve expressar uma opinio com reservas ou uma
impossibilidade de opinio sobre as demonstraes financeiras na base de uma limitao ao mbito da
reviso/auditoria.
23. Se o revisor/auditor no estiver em condies de determinar se ocorreram ou no fraudes ou erros devido
s limitaes impostas pelas circunstncias e no pela entidade, o revisor deve considerar o efeito no relatrio
do revisor/auditor.
s Entidades Regulamentadoras e de Fiscalizao
24. O dever de confidencialidade do revisor/auditor excluir normalmente o relatar a fraude ou o erro a um terceiro.
Porm, em determinadas circunstncias, o dever de confidencialidade derrogado por estatuto, por lei ou pelos
tribunais (por exemplo, em alguns pases exigido ao revisor/auditor que relate fraudes e erros das instituies
financeiras s autoridades de superviso). O revisor/auditor pode precisar de procurar aconselhamento jurdico em
tais circunstncias, dando a devida considerao responsabilidade do revisor/auditor perante o interesse pblico.
Retirada do Compromisso
25. O revisor/auditor pode concluir que seja necessria a retirada do compromisso quando a entidade no tomar a
aco correctiva relativa fraude que o revisor/auditor considere necessria nas circunstncias, mesmo quando a
fraude no seja materialmente relevante para as demonstraes financeiras. Entre os factores que poderiam afectar a
concluso do revisor/auditor incluem-se as implicaes do envolvimento da mais alta autoridade dentro da entidade,
que possam afectar a credibilidade dos esclarecimentos da gerncia, e os efeitos sobre a continuao do
revisor/auditor com a entidade. Ao atingir tal concluso, o revisor/auditor dever normalmente procurar
aconselhamento jurdico.
26. Como disposto no "Cdigo de tica para os Contabilistas Profissionais" emitido pela Federao
Internacional de Contabilistas, recepo de uma indagao do revisor/auditor proposto o revisor existente
deve informar se existem quaisquer razes profissionais pelas quais o revisor/auditor proposto no deve
aceitar a designao. A extenso at qual um revisor/auditor existente pode discutir os negcios de um cliente
com o revisor/auditor proposto depender de se ter ou no obtido a permisso do cliente para o fazer e/ou dos
requisitos legais ou ticos que se aplicam em cada pas relativos a tal divulgao. Se existirem quaisquer razes ou
outras matrias que precisem de ser divulgadas, o revisor existente dever, tendo em conta as limitaes legais e
ticas incluindo quando apropriado a permisso do cliente, dar pormenores de informao e discutir livremente com
o revisor proposto todas as matrias relevantes para a designao. Se for negada pelo cliente a sua permisso de
discutir os negcios com o revisor proposto, esse facto deve ser divulgado ao revisor proposto.
Perspectiva do Sector Pblico
1. A respeito do pargrafo 9 desta NIR, tem de ser notado que a natureza e o mbito da reviso/auditoria do sector
pblico pode ser afectada por legislao, regulamentos, portarias e directivas ministeriais relativas deteco de
fraudes e erros. Estes requisitos podem reduzir a capacidade do revisor/auditor para exercer julgamento. Alm de
qualquer responsabilidade formalmente mandatada para detectar fraudes, o uso de "dinheiros pblicos" tende a
impor um mais elevado perfil nos aspectos de fraude, e os auditores/revisores podem necessitar de dar resposta s
"expectativas" pblicas respeitantes deteco de fraudes. Tem tambm de ser reconhecido que as
responsabilidades de relato tal como debatidas nos pargrafos 19 e 20 desta NIR 11, podem ficar sujeitas a
disposies especficas do mandato de reviso/auditoria ou da respectiva legislao ou regulamentao.
Apndice
Exemplos de Condies ou de Acontecimentos que Aumentam o Risco de Fraude ou Erro.
Questes acerca da integridade ou competncia da gerncia
A gerncia ser dominada por uma pessoa (ou por um pequeno grupo) e no existir um eficaz rgo de
fiscalizao.
Existir uma estrutura empresarial complexa sem que a complexidade parea estar justificada.
Existir uma falha permanente na correco dos principais pontos fracos do controlo interno, sempre que tais
correces sejam praticveis.
Existir um fundo de maneio inadequado devido a lucros decrescentes ou a expanso demasiado rpida.
Estar-se a deteriorar a qualidade dos ganhos, por exemplo, tomadas de risco crescentes com respeito a
vendas a crdito, alteraes nas prticas de negociar ou seleco de polticas contabilsticas alternativas que
melhorem os resultados.
A entidade necessitar de uma tendncia de lucros crescentes para suportar o preo de mercado das suas
aces devido a uma oferta pblica j anunciada, a uma aco de tomada de controlo por outra entidade ou
outro motivo.
A entidade ter um investimento significativo num sector ou numa linha de produtos marcados por rpidas
mudanas.
Exercer-se presso sobre o pessoal da contabilidade para completar as demonstraes financeiras num
perodo de tempo anormalmente curto.
Transaces no usuais
Transaces no usuais, especialmente prximo do fim do ano, que tenham um efeito significativo nos
lucros.
Pagamentos de servios (por exemplo, a advogados, consultores ou agentes) que paream excessivos em
relao aos servios prestados.
Registos inadequados, por exemplo, ficheiros incompletos, ajustamentos excessivos nos livros e nas contas,
transaces no registadas de acordo com os procedimentos normais e contas sem controlo de saldos.
Documentao inadequada de transaces tal como falta da devida autorizao, documentos de suporte no
disponveis e alteraes nos documentos (qualquer destes problemas de documentao assume maior
significado quando dizem respeito a transaces vultosas ou no usuais).
Alguns factores exclusivos de um meio informtico que se relacionam com as condies e acontecimentos acima
descritos incluem:
Incapacidade de extrair informaes dos ficheiros do computador devido a falta de, ou desactualizada,
documentao do contedo dos registos ou dos programas.
Inadequado planeamento global das transaces processadas por computador e das bases de dados com as
contas financeiras.