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CFI Capitulo II 2008

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CONTABILIDADE FINANCEIRA I

CAPTULO II
Estudo das Contas de Meios Circulantes Materiais

So objectivo deste captulo:


Explicar os processos de determinao do custo de existncias vendidas;
Ilustrar os sistemas de custeio vulgarmente utilizados;
Apresentar o processo de utilizao da ficha de armazm;
Regularizar as existncias;

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Captulo II- Estudo das Contas de Meios Circulantes Materiais

CAPITULO II Estudo das Contas de Meios Circulantes Materiais


Generalidade
As existncias constituem um conjunto de bens Activos representando as mercadorias, matrias primas e
produtos acabados, propriedade de uma empresa em determinado momento, que as detm para as utilizar
para venda ou produo de outros bens no decurso normal do seu negcio.
Integram os MCM (existncias) todos aqueles meios que so objecto do trabalho da empresa, aquilo que a
empresa trabalha. Podemos dizer que as contas de existncias so constitudas por trs grupos:
-

O da conta utilizada exclusivamente pelas empresas comerciais, comportando os bens adquiridos


para a venda (mercadorias);

O das contas utilizadas exclusivamente pelas empresas industriais, sendo as que respeitam aos
inputs, isto , aos bens que so incorporados ou utilizados na produo (matrias-primas,
subsidirias e de consumo), e as que respeitam aos outputs, isto , aos bens que resultam da
actividade produtiva (produtos acabados e semi-acabados, subprodutos, resduos e refugos,
etc.);

O da conta utilizada simultaneamente pelas empresas comerciais e industriais, que respeita s


embalagens que envolvem as mercadorias ou produtos.

A existncia poder ser representada por:


Mercadorias - bens adquiridos para venda no sendo sujeitos a qualquer transformao dentro da
empresa.
Produtos Acabados - bens produzidos pela empresa, resultantes do seu processo produtivo que se
encontram completamente terminados e portanto prontos a serem vendidos.
Produtos em curso - bens produzidos pela empresa, que se encontram em processo de fabricao
e que portanto no estejam ainda completamente finalizados.
Matrias Primas - Bens que no se destinam a venda mas a serem incorporados no processo.
Matrias Auxiliares - Bens que se incorporam directamente num determinado produto, mas
concorrem directamente para a sua produo. So tambm designados como matrias subsidirias.
Materiais - bens que concorrem, pelo seu consumo, de forma indirecta para o processo produtivo.

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Fala-se por vezes, tambm de subprodutos e resduos que so produtos secundrios resultantes da
produo de um produto principal, com baixo valor comercial e no utilizveis no processo produtivo
da empresa. So, normalmente, vendidos medida que se vo produzindo. A estes normalmente no
corresponde qualquer conta autnoma, para seu controlo.
Deve-se salientar que a classificao das existncias acima referida no funo da natureza fsica
dos bens mas sim da sua funo na empresa ou fase de transformao em que se encontram.
O mesmo bem pode ser mercadoria para uma empresa e, para outra, produto acabado ou matriaprima conforme as situaes.
A farinha um produto acabado para a indstria de moagem, mercadoria para um comerciante que
transaccione este produto, e matria-prima para uma padaria.
As mercadorias aparecem-nos nas empresas comerciais enquanto as restantes categorias aparecem
tipicamente nas empresas industriais.
Em muitas empresas as existncias representam uma parte substancial do total dos bens Activos,
representando uma parte significativa da aplicao de capitais, pelo que a manuteno de elevados
stocks em armazm poder originar vultuosos encargos financeiros.
Inversamente reduzidas existncias podero conduzir a faltas de bens, o que poder conduzir a
roturas nos fornecimentos aos clientes ou no processo produtivo.
A adequada gesto de stocks um ponto importante na vida de qualquer empresa o que implica
necessariamente a utilizao de adequados procedimentos de controlo contabilstico das mesmas
(introduo do uso de fichas de armazm)
Operaes com Compras
Devem ser registadas na conta "2.1COMPRAS" todas as compras e operaes correlativas (despesas
adicionais de compra, devolues a fornecedores e descontos e abatimentos obtidos), sendo uma conta
transitria ou subsidiria das contas de MCM:

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2.1COMPRAS
2.1.2 Mercadorias
...........................................................................
2.1.6 Matrias primas, auxiliares e materiais
2.1.6. 1 Matrias primas
2.1.6.2 Matrias auxiliares
2.1.6.3 Materiais
2.1.6.3.1 Combustveis e lubrificantes
2.1.6.3.2 Embalagens comerciais
2.1.6.3.3 Peas e sobressalentes
...........................................................................
2.1.6.3.9 - Materiais diversos
2.1.7 Devolues de compras
2.1.8 Descontos e abatimentos em compras
O custo de compra ou custo de aquisio compreende no s o preo de factura (lquido de quaisquer
descontos e abatimentos obtidos), assim como todas as despesas adicionais de compra como fretes,
seguros, direitos alfandegrios, comisses de compra, impostos de transaces, etc.).
2.1 Compras
Debitada

Creditada

Compras a fornecedores

Devolues a fornecedores

Despesas de compra

Descontos e abatimentos comerciais


obtdos
Transf do saldo p/ a respectiva conta de
existncias

Assim, o montante lquido das compras ser composto pelo valor total das compras (ao preo de compra ou
de factura - Pf) e as despesas de compra (Dc) deduzido do valor total das devolues nas compras e os
descontos ou abatimentos obtdos nas compras. Isto :

COMPRAS LQUIDAS = Compras totais + Dc (Devolues + Desc ou Abat obtdos)

Convm recordar que para a determinao do custo das compras, dever ser deduzido o correspondente IVA
pois este, como j foi visto, no concorre para a formao do custo das existncias, o qual dever ser
debitado o Estado.

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Operaes com vendas


Todas as vendas de MCM (mercadorias e produtos) e de servios podero ser consideradas como proveitos
(7.1 VENDAS DE MCM e 7.2 VENDAS DE SERVIOS, respectivamente), desde que sejam considerados
encargos os respectivos custos de aquisio ou de produo (6.1 CUSTO DE MCM VENDIDOS OU
CONSUMIDOS).
Sendo contas da classe VII, Proveitos por Natureza, estas contas sero creditadas pelos aumentos (vendas
de bens e servios) e debitadas pelas diminuies (devolues de clientes, abatimentos concedidos, etc.).
Nestas contas, no se incluem os valores correspondentes ao IVA das existncias vendidas os quais sero
creditados ao Estado.
A conta 6.1 CUSTO DE MCM VENDIDAS OU CONSUMIDAS(CMCMVC) regista o custo das existncias que
forem vendidas ou integradas no processo produtivo (caso das empresas industriais, que ser visto
posteriormente na cadeira de Contabilidade Analtica), sendo subdividida de acordo com as contas da classe
II - MCM.

PREOS DAS EXISTNCIAS


Dentre vrios tipos de preos das existncias, h a destacar os seguintes:
Preo de Compra ou de Factura (Pf):
o pago pelo comprador ao vendedor, isto , o que vem patenteado na factura.
Preo de Custo (Pc):
o preo a que nos ficam as existncias no nosso armazm, consistindo em todos encargos suportados
(preo de factura, fretes, seguros, etc.), deduzidos de descs comerciais obtidos.
Pc = Pf + Dc
Em que Dc = Despesas de compra
Preo de Venda (Pv):
o preo ou valor pelo que vendido aos clientes (preo de custo e a margem de lucro).
PV = Pc + L

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Clculo de Preos de Venda:


Sendo o Preo de Venda, o Preo de Custo acrescido da Margem de Lucro, esta pode ser calculada com
base numa percentagem que incide sobre o preo de custo ou com base numa percentagem que incide sobre
o preo de venda.
1) Margem de Lucro com base no Preo de Custo
Seja: x - % de lucro s/ o Preo de Custo
Se PV = Pc + L

Pv = Pc + xPc

Pv = Pc(1 + x)

2) Margem de Lucro com base no Preo de Venda


Seja: y - % de lucro s/ o Preo de Venda
PV = Pc + L

Pv = Pc + yPv

Pv y

Pv = Pc/(1 y)

Pv = Pc ou
Pv = Pc(1 y)-1
d) Preo de Reposio
o que seria pago para repor o stock em armazm, o que vigora no mercado.
Obs.: A nomenclatura aqui utilizada no rgida, variando de autor para autor.

MTODOS DE CONTABILIZAO DAS EXISTNCIAS OU SISTEMAS DE INVENTRIO


A movimentao de contas de existncias deve ser efectuada, tendo em ateno dois objectivos:

Conhecimento em qualquer momento, da quantidade e valor dos stocks de que a empresa


proprietria, ou detm;

Apuramento do custo dos produtos vendidos e consumidos e, consequentemente do


resultado apurado nas vendas ou na produo.

A Contabilidade Geral constitui um meio precioso para a gesto de stocks, visto ser atravs dela que podem
ser apurados os movimentos havidos, os custos e os resultados que originam. Contabilisticamente, tais
elementos podem ser apurados por dois sistemas informativos diferentes:

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Em Inventrio Permanente, em que o custo determinado e registado em cada venda com base
nas fichas de armazm;
Em Inventrio Intermitente ou Peridico, em que no se podendo conhecer a todo o momento, o
custo das existncias em armazm e, consequentemente, das existncias vendidas, apenas no fim
do exerccio, aps o conhecimento das existncias em armazm por intermdio do inventrio, e da
aplicao da frmula do clculo do Custo de Existncias Vendidas.
Sistema de Inventrio Permanente (SIP)
No sistema de Inventrio Permanente, como o nome indica, possvel determinar, permanentemente, o
valor dos stocks em armazm e apurar em qualquer momento os resultados obtidos nas vendas.
O sistema de Inventrio Permanente exige a criao de um conjunto adequado de subcontas para proceder
aos registos, que se podem padronizar em tipos diferentes, consoante as contas utilizadas:
Conta ou contas que nos do a conhecer permanentemente o valor de stock da empresa;
Conta ou contas de CMCMVC para nos dar a conhecer permanentemente os custos das vendas
ou consumo, e consequentemente o resultado apurado.
Neste tipo de sistema so movimentadas as seguintes contas:
Compras
Destinada a apurar para cada compra o respectivo custo. Debita-se pelas compras e despesas de compras
imputveis s mesmas e Credita-se pelas devolues e abatimentos e pelas entradas em armazm, isto ,
pelas transferncias para a conta de Existncias respectiva16. Esta conta deve estar permanentemente
saldada aps a concluso de cada operao.
Mercadorias
Debitada pelas entradas em armazm, transferncias de compras e devoluo de clientes e Creditada pelas
sadas de armazm resultante de vendas ou abates.

Todos os movimentos so realizados ao custo, utilizando um dos critrios de valorizao das


existncias.

16

O seu saldo, representa o valor das existncias em armazm.

Iremos centrar na conta de Mercadorias

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CMCMVC
Debitada por contrapartida de Mercadorias pelo custo das mercadorias vendidas ao respectivo custo.
Eventualmente Creditada pelas devolues de clientes.
O seu saldo representa em qualquer momento o custo das mercadorias vendidas at ao momento.

Vendas
Regista a Crdito por contrapartida de clientes o valor das vendas efectuadas. Esporadicamente pode ser
Debitada em virtude de devolues de clientes ou abatimentos.

O resultado bruto das vendas dado pela diferena entre o saldo desta conta e o saldo devedor da
conta de Custo das Mercadorias Vendidas;

RBV= VL- CMCMVC


RBV= saldo da conta 7.1 saldo da conta 6.1

A conta de Mercadorias d o valor das existncias que vai figurar no Balano.

VANTAGENS:

O saldo final da conta mercadorias corresponde ao valor das mercadorias em armazm avaliadas ao
preo de custo;

possvel apurar a qualquer momento o CMCMVC;

Aps cada venda possvel determinar a Margem Bruta, pois regista-se para cada venda, os
proveitos e os respectivos custos nas contas 7.1 e 6.1, respectivamente;

Adequado em situaes em que os movimentos no so muito frequentes.

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DESVANTAGENS:

As mercadorias em armazm esto sujeitas a depreciaes e quebras e no se evita, portanto, a sua


inventariao directa;

No momento de venda por vezes ainda no se conhecem certos elementos do preo de custo
(despesas de compra, abatimentos obtidos) das mercadorias vendidas, assim fica falseando o
processo

Implica movimentos excessivos e carga de trabalho, tornando o sistema dispendioso (O objecto do


comrcio, especialmente de retalho, constitudo, no por uma, mas muitas mercadorias)

Quando as compras so numerosas e a preos diferentes, quase impossvel determinar os vrios


preos mdios de custo;

O preo quase sempre um n. com vrias casas decimais, o que torna os clculos incmodos e
pouco rigorosos (Critrio de Custo Mdio);

No adequado para empresas com grande volume de transaces (o sistema de inventrio


intermitente).

Esquema de Movimentao em Sistema de Inventrio Permanente (SIP)


1.1 / 1.2 / 4.1

2.1 Compras

6.1 Vendas de MCMVC

2.2 Mercadorias

2)

3)
(x)

1)

(t)

2.8 Reg de MCM


(t)
(x)

5)
1.4.4.1 IVA Ded MCM

7.1 Vendas de MCM

1.1 / 1.2 / 1.3

4)
4.4.3 IVA Liquidado
1) Pela aquisio de Mercadorias;
2) Pela transferencia da conta 21 para 2.2
Aps esta operao o saldo da conta 21 nulo;
3) Pela sada ao Preo de Custo;
4) Pela Venda de Mercadorias;
5) Registo da Regularizao de MCM (ganho/perda)
O SIP permite analisar os CMCMVC aps cada venda;
MBV= Saldo da 7.1 - Saldo da 6.1

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Sistema de Inventrio Intermitente ou Peridico (SII)


Ainda que o sistema de inventrio permanente seja mais informativo, a complexidade crescente das
transaces torna-o impraticvel em muitas situaes pelo que poderemos, sem receio de errar, dizer que o
sistema de inventrio intermitente o de uso mais generalizado.
Segundo este sistema, s periodicamente, em regra no final do exerccio econmico, se conhece o valor dos
bens em armazm. Este valor obtido por inventariao fsica das existncias (contagem fsica).
Caracterizao:

Este sistema no permite controlar detalhadamente todos os movimentos relativos as existncias;

Pelo sistema de inventrio peridico, a empresa regista todas as suas compras durante o exerccio
em uma conta cumulativa;

De igual modo, no permite determinar a qualquer momento o CMCMVC de um modo permanente


(ou seja, no se consegue determinar aps cada venda o respectivo custo)

Neste caso, o valor dos stocks em armazm e dos resultados apurados, s determinada atravs de
inventariaes directas (contagem fsica) das quantidades em armazm, efectuadas periodicamente
(normalmente quando se pretende encerrar as contas).

Quando o sistema de inventrio intermitente utilizado usam-se normalmente as trs contas seguintes:
Compras
Debita-se pelas compras e despesas de compras imputveis s mesmas e Credita-se pelas devolues e
abatimentos.
O seu saldo representa o valor acumulado das compras.
Mercadorias
Cujo saldo representa o valor das existncias conforme o ltimo balano e que s se movimenta no processo
de apuramento de resultados.
Vendas
Que regista as vendas efectuadas. O seu saldo credor representa o valor acumulado das vendas.

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Captulo II- Estudo das Contas de Meios Circulantes Materiais

Quer se utilize ou no um sistema ou ficheiro autnomo para controlar as existncias em armazm


atravs dos registos das entradas e sadas, a determinao do valor das existncias no final do
perodo efectuado atravs de uma contagem fsica ( o que difere do sistema de inventrio
permanente).

Aps a contagem procede-se a valorizao das existncias de acordo com o critrio utilizado pela
empresa, obedecendo-se a existncia em armazm.

O custo das mercadorias vendidas no perodo obtm-se por diferena:


CMCMVC= Existncia inicial + Compras do perodo - Existncia final + Regul Exist.

Somente o valor das Vendas dado directamente pelo saldo.

VANTAGENS:

O uso deste sistema implica uma reduo de trabalho, devido ao nmero reduzido de lanamentos
que se efectuam para o registo das operaes contabilsticas;

Consequentemente um sistema menos dispendioso.

DESVANTAGENS:

Impreciso na determinao de CMCMVC assim como da existncia em armazm;

Dificuldade de ter o RBV aps cada venda;

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Esquema de Movimentao em Sistema de Inventrio Intermitente (SII)

Na aquisio:
1.1 / 1.2 / 4.1

2.1 Compras

2.2 Mercadorias
Ei
(t)
(x) +(z)
(Y)

(x)

1)

6.1 Vendas de MCMVC

5)

(Y)

3a)
2.8 Reg MCM
(t)
(z)

4)

(Y)=CMCMVC
(Y)= Ei+x+z-t

1.4.4.1 IVA Ded MCM

NOTAS:
As operaes 1) e 2) so efectuadas ao longo do exerccio;
As operaes 3) , 4) e 5) so efectuadas no final do exerccio;

Pela venda:
7.1 Vendas de MCM

1.1 / 1.2 / 1.3


3)Transferncia do valor lquido das compras efectuadas
ao longo do ano e das regularizaes (saldo devedor)
4)Transferncia das regularizaes (saldo credor)
5)Transferncia para 6.1 do CMCMVC apurado no fim do ano

2)
**** Custo de MCMVC= Saldo da 6.1
4.4.3 IVA Liquidado
MBV= Saldo da 7.1 - Saldo da 6.1

Comparao quanto ao momento de contabilizao das operaes pelo SIP e SII

Momento de Contabilizao
OPERAES

SIP

SII

Aquisio de existncias
Entrada no armazm
Venda de existncias
Sada de existncia vendida ou consumida
Reconhecimento de Custos das Existncias Vend Cons.

Permanente
Permanente
Permanente
Permanente
Permanente

Permanente
No Final
Permanente
No Final
No Final

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Como Identificar que tipo de sistema de Inventrio est sendo adoptado por uma determinada
empresa?
Analisando as Demonstraes Financeiras de uma determinada empresa (Balano, Balancete e
Demonstrao de Resultados) ao longo do exerccio podemos verificar:
SIP:

A Conta 2.1-Compras, embora tendo movimentos a Dbito e a Crdito, apresenta sempre Saldo
Nulo;

A Conta 2.2 Mercadorias apresenta movimentos a Dbito e a Crdito e um saldo devedor, (dada a
sua utilizao permanentemente);

Na conta de Custos esto reflectidos na conta 6.1-CMCMVC os custos das mercadorias vendidas ou
consumidas, ou seja, esta conta reflectida ao longo do exerccio, tendo um saldo devedor;

SII:

A Conta 2.1-Compras, reflecte os movimentos a Dbito e a Crdito ao longo do exerccio e no


saldada, isto , apresenta um saldo devedor;

Na Conta 2.2-Mercadorias esto reflectidas apenas o saldo das existncias iniciais, no sendo
movimentadas ao longo do exerccio, mas sim apenas no final;

Ao longo do exerccio a conta 6.1-CMCMVC no reflectido no balancete por no ter movimentos;

Processo das Fichas de Armazm


A contabilizao em inventrio permanente complexa exigindo a manuteno permanente do Razo de
Mercadorias, quer em quantidades, quer em valor, para cada mercadoria objecto do comrcio da empresa.
Torna-se portanto imprescindvel a escriturao do razo auxiliar ou de um ficheiro de existncias de formato
adequado.
A "Ficha de Armazm ou Ficha de Stock" o mapa onde se faz a escriturao com vista a determinao e
registo do custo unitrio dos bens existentes, necessrio contabilizao das vendas.
Convm salientar que nem todas as operaes realizadas pela empresa so registadas nas Fichas de
Armazm, registando-se numa determinada ficha aquelas que dizem respeito ao custo do artigo em causa.

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Captulo II- Estudo das Contas de Meios Circulantes Materiais

As vendas so registadas sempre pelas sadas ao preo de custo. De recordar que o IVA, por no constituir
um custo para a empresa no registado nas Fichas de Armazm.
Um dos modelos de ficheiro de existncias utilizvel poder ser:
Data

Movimento

Entrada
Q

Aquisio

4000

Preo

Sada
Valor

1,17

Transporte

Q.

1,20

Q.

Preo

Valor

4000

1,17

4.680

120

4000

1,20

4.800

500

1,20

600

700

1,20

840

3500
200

Valor

4.680

Venda
Devoluo

Preo

Existncias

1,20

4.200

240

No caso de novas operaes, compras ou vendas relacionadas com esta mercadoria as mesmas levaro a
actualizao desta ficha.
Vejamos a ttulo de exemplo o registo das seguintes:
Compra a prazo de 5000 Kg de produto A ao preo unitrio de 1,314
. Venda a prazo de 2000 Kg a 1,55
. Venda a prazo de 1000 Kg a 1,56
Com a incluso destas operaes a ficha de existncias passaria a ser:
Data

Movimento

Entrada
Q

Aquisio

4000

Preo
1,17

Transporte

Sada
Valor

Q.

Preo

Existncias
Valor

Q.

Preo

Valor

4.680

4000

1,17

4.680

120

4000

1,20

4.800

500

1,20

600

Venda

3500

1,20

4.200

Devoluo

200

1,20

240

700

1,20

840

Aquisio

5000

1,314

6.570

5700

1,30

7.410

Venda

2000

1,30

2.600

3700

1,30

4.810

Venda

1000

1,30

1.300

2700

1,30

3.510

Note-se que aps cada entrada h a necessidade de calcular um novo preo de custo do produto. Na
segunda aquisio teremos:

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Captulo II- Estudo das Contas de Meios Circulantes Materiais

Existncia antes da entrada: 700 x 1,20 =


Entrada :

5000 x 1,314 =

840
6.570
7.410
=========

Existncia aps entrada: 5.700


O novo preo unitrio ser calculado fazendo: 7.410: 5.700 = 1,30
Verifica-se por este pequeno exemplo que a valorizao das existncias, da mais alta importncia, dela
dependendo quer as importncias a inscrever nos resultados quer as que se inscrevem na respectiva rubrica
de balano.

Critrio de Valorimetria
A valorizao de existncias, como processo de determinao dos preos de entrada e de sada, assume um
relevo tanto mais especial quanto maior for o volume de stocks da empresa.
Como critrio bsico e obedecendo determinao do princpio do custo histrico as entradas devero
ser valorizadas ao seu preo de custo, englobando, no apenas, os valores acordados a ttulo de preo como
a deduo de quaisquer descontos comerciais obtidos, mas adicionando os encargos adicionais como
despesas de transporte, seguro, direitos aduaneiros, etc. em que se incorreu at se efectivar a posse
definitiva dos bens, isto :

Preo do custo = Preo da factura + Despesas de compra - Descontos comerciais obtidos

No que diz respeito s sadas, e aos stocks detidos, embora se mantenha sempre o princpio do custo
histrico podero utilizar-se diferentes critrios sintetizados no quadro abaixo que, satisfazendo o referido
princpio do custo histrico conduzem a valores diferentes:

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Captulo II- Estudo das Contas de Meios Circulantes Materiais

Custo especfico
Histricos

Critrio de
Valorimetria das
Sadas

Critrios com base nos


custos

Custo cronolgico directo (FIFO)


Custo cronolgico inverso (LIFO)
Custo mdio ponderado

De reposio - NIFO
Apriorsticos

Custo padro
Custo oramentado

Critrios com base nos preos de venda


Critrios mistos

Dupla avaliao
Menor dos preos

Os critrios baseados nos custos so os mais amplamente divulgados, pelo que ser sobre esses que ir
basear-se o estudo da valorizao da sada das existncias.

No exemplo anterior utilizou-se um dos critrios mais difundidos, o custo mdio, recalculado aps cada
entrada. Apesar de largamente utilizado no o nico. Vamos seguidamente estudar os mais importantes:
Custo Especfico (Ou Originrio)
de aplicao limitada produtos ou lotes no misturveis e relativamente aos quais a separao
vantajosa.
Utilizado apenas por alguns ramos de actividade, nomeadamente, ourivesarias, comrcio de
automveis, barcos, isto , quando se est perante artigos de elevado valor unitrio.
Cada bem avaliado individualmente e independente dos outros da mesma categoria pelo seu
custo total real ou efectivo, isto , pelos encargos totais que lhe sejam directamente imputveis.
Por outro lado, sendo os elementos do inventrio perfeitamente identificveis, so valorizados ao
custo real e no com base em qualquer custo atribudo.
Por exemplo:

DOMESTICAR
1 2 3 45678 90

Facilmente se conhece o preo de custo do artigo que tem a seguinte etiqueta:


ETIR=4.670,00

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Captulo II- Estudo das Contas de Meios Circulantes Materiais

Custo Mdio
O inventrio visto como um todo, pelo que os lotes perdem a sua individualidade.
O custo unitrio das existncias determinado pela mdia ponderada do custo de compra e do
custo dos stocks existentes em armazm, no momento de cada entrada.
Rigorosamente o custo mdio deve ser recalculado aps cada entrada.
De notar que as sadas no alteram o custo mdio, permanecendo o mesmo constante entre
duas entradas sucessivas.
Vantagens:

um mtodo de custeio realstico;

um mtodo em que os custos mdios minimizam os efeitos das variaes dos custos de
aquisio ou de produo;

Custo Cronolgico Directo - FIFO ( First In First Out )


As mercadorias so divididas em lotes, correspondendo a cada lote um preo de custo
especfico.
No FIFO presume-se que os bens vendidos ou consumidos so os comprados ou produzidos em
primeiro lugar, o que significa que:
As existncias so valorizadas aos custos mais recentes e o CMCMVC ficam a preos mais
antigos;
Os CMCMVC sendo os mais antigos podem mostrar-se muito aqum dos preos do mercado,
principalmente se a rotao lenta.
Por outro lado, desaconselhvel o uso deste mtodo em perodos de inflao, porquanto este
processo origina a sobreavaliao dos preos na medida em que as mercadorias so avaliadas
aos preos inferiores aos das existncias. Em pocas de deflao este mtodo origina a sob
avaliao dos resultados dado que as sadas so valorizadas ao preo superior ao das
existncias.
Custo Cronolgico Inverso - LIFO (Last In First Out )
Tal como no critrio anterior as mercadorias so divididas em lotes, correspondendo cada lote a
um preo de custo especfico;
As sadas so dadas ao preo dos lotes mais modernos (as vendas so balanceadas com custos
de sadas mais prxima dos preos de reposio);
As existncias aparecem no Balano valorizadas ao preo dos custos das entradas mais antigas;

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Captulo II- Estudo das Contas de Meios Circulantes Materiais

Proporciona algumas economias de natureza fiscal;


dos critrios que minimiza os efeitos da inflao, pelo que aconselha-se a utilizao deste
mtodo em pocas de inflao porque as sadas em armazm so a preos mais reais e no
sobreavalia os lucros na medida em que as existncias so valorizadas a preos inferiores aos
do mercado
Todos os critrios anteriores respeitam o princpio do custo histrico, no entanto normalmente conduzem a
resultados diferentes.
O PGC consagra os seguintes critrios de valorimetria: custo mdio ponderado, custo padro, FIFO, LIFO e
custo especfico.

Podemos encontrar outros critrios como:


Preo de mercado ou NIFO17
As existncias so valorizadas pelo preo que a empresa teria de suportar se substitusse as
suas existncias, nas condies em que se encontravam as actuais.
Custos Apriorsticos:
Os custos so determinados priori, ou seja, correspondem a custos provisionais ou previsveis
num futuro prximo. Este critrio mais utilizado na contabilidade de custos e oramental.
Subdivide-se em:
Custo Padro
Quando os custos so determinados em funo das condies ideais de
aproveitamento e de funcionamento de todos os factores produtivos;
Custos Oramentados
Determinados na base de quadros discriminativos da actividade a desenvolver
no futuro, ponderados todos os factores que afectam ou podero vir a afectar.
Ao longo das aulas iremos analisar a particularidade dos critrios estabelecidos no PGC. Assim, para se
verificar a diferena entre os diversos critrios veja-se o exemplo anterior, comparando a existncia final
calculada utilizando o custo mdio, o FIFO e o LIFO:

17

Das iniciais de ingls Next IN, First Out

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Captulo II- Estudo das Contas de Meios Circulantes Materiais

Existncia Final
Custo Mdio
2.700 x 1,30

3.510,00

2.700 x 1,314

3.547,80

FIFO
LIFO
700 x 1,20 =

840
2.000 x 1,314= 2.628

3.468,00

Analisando os resultados anteriores, verifica-se que o valor apurado com o custo mdio se situa entre os
obtidos pelos outros dois processos de valorizao, neste caso o FIFO conduz a um valor das existncias
superiores, mas pode suceder o contrrio.
No que respeita ao lucro apurado, o custo mdio conduz tambm a um valor entre o que seria apurado
utilizando os outros dois critrios.
Critrio

Valor Vendas

Custo Mdio

Custo Vendas Lucro

9.610,00

7.860,00 1.750,00

FIFO

9.610,00

7.822,20 (1) 1.788,80

LIFO

9.610,00

7.902,00 (2) 1.708,00

(1)Clculo

(2) Clculo

Venda 1:3.300 x1,20 = 3.960,00

Venda 1: 3.300x 1,20 = 3.960,00

Venda 2: 700 x1,20 =

Venda 2: 2.000x1,314= 2.628,00

840,00

1.300x 1,314 = 1.708,20


Venda 3:1.000 x 1,314 = 1.314,00
------------7.822,20

Venda 3:1.000 x 1,314 = 1.314,00


-----------7.902,00

Resumindo:
Como se Verifica o mtodo FIFO conduz a margens brutas e a valores de existncias mais elevados
por via do menor custo das vendas;
O mtodo LIFO conduz a margens brutas e a valores de existncias mais baixos por via do maior custo
das vendas;
O custo mdio ponderado, atendendo s diferenas de custos, situa-se entre o FIFO e o LIFO.

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Captulo II- Estudo das Contas de Meios Circulantes Materiais

Existem outros mtodos tais como: custo padro, Mtodo NIFO; HIFO, mtodo do inventrio, mtodo
dos retalhistas, etc
Em qualquer mtodo as devolues aos fornecedores e de clientes so portadoras de dificuldades
adicionais.
O procedimento racional ser valorizar ao custo por que haviam entrado em armazm (no caso da
devoluo ao fornecedor) ou ao custo por que haviam sado (no caso da devoluo do cliente)
Relativamente ao processo das fichas de armazm este apresenta alguns inconvenientes:
No rigoroso, pois nunca so valorizados ao seu custo real;
No cmodo, na medida em que necessrio registar todas as entradas, sadas e actualizao das
existncias em quantidades e valor;
muito dispendioso para as empresas que trabalhem com muitos artigos, sujeitos a entradas e sadas
constantes, salvo se essas empresas recorrerem informatizao do armazm.

Estudo da Conta Regularizao de Existncias -Conta 2.8-Regularizao dos MCM


Se todas as sadas de armazm respeitassem a vendas ou a consumos, o CMCMVC deveria se igual a:
CMCMVC = Existncia Inicial + Compras Existncia Final
Contudo, existem sadas de armazm derivadas de outras situaes tais como:
Ofertas;
Quebras;
Sinistros;
Afectao ao/do Imobilizado
Como apurar o custo efectivo resultante destas ocorrncias? Para tal, teremos que efectuar as chamadas
Regularizaes de existncias, que tal como a conta 2.1 Compras tem um carcter transitrio, isto , o seu
saldo ser tambm transferido para a conta 22 Mercadorias.

A, o CMCMVC dever ser igual a:


CMCMVC = Existncia Inicial + Compras Existncia Final + Reg Existncias

A regularizao tanto se pode verificar em relao s mercadorias, como s matrias-primas, ou produtos


acabados.

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Captulo II- Estudo das Contas de Meios Circulantes Materiais

Como fica saldada, esta conta no vai para o Balano. O momento da transferncia tambm depende do
sistema de inventrio utilizado pela empresa. A transferncia ser imediata, no caso de inventrio
permanente, e ser feita no final do perodo em inventrio intermitente ou peridico.

A conta 2.8 Regularizao de Meios Circulantes Materiais de acordo com o PGC destina-se a servir de
contrapartida ao registo de quebras, sobras, sadas e entradas por ofertas, bem como a quaisquer outras
variaes nas contas de existncias no derivadas de compras, vendas ou consumos.
Esta conta Debitada pelas ofertas de Fornecedores e sobras; e Creditada pelas ofertas a clientes, quebras,
sinistros;
Em inventrio Permanente esta conta, em regra apresenta-se saldada aps cada operao pela transferncia
do movimento para a conta de MCM respectiva.

Em Inventrio Intermitente esta conta s saldada no final do exerccio por transferncias do saldo (devedor
ou credor) para a conta de MCM respectiva.

Pelas Ofertas a Clientes:


As ofertas a clientes so normalmente consideradas como um facto normal na vida das empresas, pelo que
devero ser consideradas como um custo operacional.
O IVA relativo aos bens oferecidos aos clientes igualmente um custo para a empresa e deve registar-se na
conta 6.4.2- Imposto sobre Valor Acrescentado
Credita-se por contrapartida da sub-conta de custos 6.7.4 Ofertas e amostras de existncias.
Registo do IVA das ofertas: Debitando a conta 6.4.2-IVA por contrapartida da conta 4.4.3.2-Autoconsumos e
operaes gratuitas.

Pelas Ofertas de Fornecedores:


Debita-se por contrapartida da conta 76 Outros Proveitos e Ganhos Operacionais.

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Captulo II- Estudo das Contas de Meios Circulantes Materiais

Pelas Quebras:
Das quebras verificadas nas existncias umas poder-se-o considerar normais e outras anormais.
Exemplos de Quebras normais: Perdas de validade dos produtos; Lquidos volteis; Evaporao da humidade
contida nos produtos, etc
Exemplos de Quebras anormais: Incndios, Inundaes, Roubos, etc.
Credita-se por contrapartida da respectiva conta de custos

Carcter normal: 67 Outros Custos e Perdas Operacionais

Carcter extraordinrio: 6.9.2.2 Perdas em MCM Quebras

Pelas Sobras:
Debita-se por contrapartida da respectiva conta de proveitos

Carcter normal: 76 - Outros Proveitos e Ganhos operacionais

Carcter extraordinrio: 7.9.2.2 Ganhos em MCM Sobras

Pelos Sinistros:
Uma quebra difere de um sinistro pela sua dimenso reduzida e pelo facto de um sinistro ser sempre um
custo extraordinrio.

Os sinistros (incndios, roubos) so sempre considerados situaes anormais. Os registos contabilsticos a


efectuarem dependem das existncias estarem ou no cobertos pelo seguro, e caso estejam, o saldo final
representa uma perda ou um ganho para empresa.
Assim sendo teremos duas situaes:

a) Sinistro no coberto pelo seguro (ou quando a indemnizao recebida insuficiente para cobrir a
perda)

Pelo registo do Sinistro credita-se a conta de 2.8 Regularizaes por contrapartida da respectiva conta de
custos extraordinrios 6.9.2.1 Perdas em MCM Sinistros

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Captulo II- Estudo das Contas de Meios Circulantes Materiais

Pelo registo da Indemnizao Recebida, credita-se a conta 6.9.2.1 Perdas em MCM Sinistros por
contrapartida da conta de disponibilidades (1.1 Caixa/1.2 Bancos) ou a conta de Outros Devedores.
O saldo da conta 6.9.2.1 Perdas em MCM Sinistros representar o valor da perda verificada.

b) Sinistro Coberto pelo seguro em que a indemnizao recebida d origem a um ganho


Pelo registo do Sinistro credita-se a conta de 2.8 Regularizaes por contrapartida da respectiva conta de
Proveitos extraordinrios 7.9.2.1 Ganhos em MCM Sinistros
Pelo registo da Indemnizao Recebida, credita-se a conta 7.9.2.1 Ganhos em MCM Sinistros por
contrapartida da conta de disponibilidades (1.1 Caixa/1.2 Bancos) ou a conta de Outros Devedores.
O saldo da conta 7.9.2.1 Ganhos em MCM Sinistros representar o ganho relativo ao sinistro.

Pela afectao ao/do Imobilizado:


Frequentemente as empresas comercializam bens que so susceptveis de ser afectos ao seu imobilizado vg,
equipamento informtico, viaturas, mobilirios, etc.
Assim pela afectao ao seu imobilizado, Credita-se a conta Regularizaes por contrapartida da respectiva
conta de Imobilizaes Corpreas.
Quando se tratar de uma afectao do Imobilizado, Debitar-se- a conta de Regularizaes por contrapartida
da respectiva conta de Imobilizaes Corpreas (Creditando-a).

Provises para Depreciao de Meios Circulantes Materiais


Sob o ponto de vista contabilstico, e de acordo com o princpio contabilstico da prudncia as provises para
depreciao de existncias s devem constituir-se quando se verifique que o presumvel valor de venda das
existncias inferior ao custo de aquisio ou de produo dos mesmos, correspondendo, deste modo, a
perdas potenciais, que podem concretizar-se ou no em exerccios posteriores.

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Captulo II- Estudo das Contas de Meios Circulantes Materiais

Do ponto de vista fiscal, so consideradas como custo fiscal as provises que se destinarem a cobrir as
perdas de valor que as existncias sofrerem, dentro dos limites das perdas efectivamente observadas18

Pela constituio ou reforo da Proviso, a conta 2.9- Provises para Depreciao de Meios Circulantes
Materiais creditada, pois representa a perda de valor do activo existncias, por contrapartida da respectiva
sub-conta de custos 6.6.3 Provises do exerccio para Depreciao de Existncias.
2.9- Provises para Depreciao de
Meios Circulantes Materiais
x

6.6.3 Provises do exerccio para


Depreciao de Existncias
x

Por outro lado, esta proviso poder ser reduzida ou anulada quando deixarem de se verificar os motivos que
o originaram, e segundo o PGC, a reduo das provises considerada um ganho de natureza
extraordinria.
Assim sendo, pela reduo ou anulao da Proviso, debitada a conta 2.9- Provises para Depreciao
de Meios Circulantes Materiais por contrapartida da conta de proveitos extraordinrios - 7.9.6 Reduo de
amortizao e provises.
7.9.6 Reduo de amortizao e
provises
x

18

2.9- Provises para Depreciao de


Meios Circulantes Materiais
x

Alnea b) do nmero 1 do artigo 28 do CIRPC aprovado atravs da Lei n.34/2007 de 31/Dezembro

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