Doutrinas Wesleyanas
Doutrinas Wesleyanas
Doutrinas Wesleyanas
Apostila de
DOUTRINAS WESLEYANAS
Criado por Desenvolvimento Clrigo Igreja do Nazareno, Kansas City, MO USA. 2002.
Traduo: Joo M. Monteiro Adaptaes: Aline Goulart
OBJETIVO: O curso examinar a vida de Wesley no seu contexto histrico, a Inglaterra no sculo XVIII.
Tambm examinar a dependncia de Wesley, bem como a sua apropriao de certas tradies
teolgicas. Influncia da Igreja Primitiva, do misticismo Catlico (da Idade Mdia), da Reforma
Protestante (a reao de Jacob Armnio a ela, bem como a apropriao Moraviana), e do
Anglicanismo (aps o Acordo Elizabetano). O quadriltero Wesleyano.
Donald A. Thorsen, Experi mental Method i n the Pra ctical Theology of John Wesl ey, Wesleyan Theological Journal 24, p. 125.
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P gi na 06
I Cornti os 1.27
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Trata-se de um grupo de estudo que evoluiu com o tempo e se tornou no que alguns acreditam ser o
modelo das reunies de bando de Wesley. Posteriormente ele reuniria todos os recm -convertidos
ao Metodismo em grupos pequenos cuja finalidade era a responsabilidade e o encorajame nto
mtuos.
Foi tambm no contexto do clube de santidade que Wesley veio a apreciar o que podemos
chamar de ministrio de servio social. Os membros visitavam semanalmente os encarcerados, o
orfanato, ou os doentes. Para Wesley, esses tipos de actividades eram parte integrante do conceito
de disciplina espiritual.
Por altura do ano de 1733, o clube de santidade, conhecido como os Metodistas de Oxford,
j estava crescendo e forte. Wesley, entretanto, comeou a ter dvidas quanto sua salvao. Ele
lutou em busca de alguma confirmao de que ele, de fato, era um filho de Deus. Quando surgiu a
oportunidade de ir Gergia como missionrio, Wesley foi. Como ele disse, O meu motivo
principal... a esperana de salvar a minha prpria alma. Trs meses aps a morte do pai em 1735,
um membro da junta da organizao chamada Sociedade para a Propagao do Evangelho (S.P.G.)
convidou John Wesley Gergia. Juntamente com o seu irmo Charles e outro membro do Clube de
Santidade, ele embarcou em Janeiro de 1736. Para todos os efeitos, o tempo que passaram em
Gergia foi um fracasso do ponto de vista pastoral, relacional e espiritual. Parte do plano de John era
de converter os ndios. Anotaes no seu dirio mostram que longe de famintos pelo Evangelho
como John tinha imaginado por causa da sua forte crena na graa proveniente os NativoAmericanos aborreceram a John. Do mesmo modo, ele tambm tinha pouca pacincia para com os
colonos.
Albert Outler considerou as prticas pastorais de John grosseiras e o seu ministrio na
Gergia um fiasco. A atrapalhar ainda mais as coisas para John foi um romance complicado. John
apaixonou-se por Sophie Hopkey mas permaneceu perptuamente indeciso. Por fim ela casou -se
com outra pessoa. John ento proibiu-a e ao marido de participar na Santa Ceia, e foi de seguida
processado por difamao do carter do marido. As tenses foram aumentando at que John se viu
solicitado a comparecer perante um jri para responder a doze acusaes. Finalmente John decidiu
voltar Inglaterra para se poupar de mais embarao.
O desastre que foi a Gergia produziu um resultado positivo: a aproximao de John dos
Moravianos. Ele os encontrou pela primeira vez durante a viagem Gergia, e viu -se impressionado
pela sua segurana de salvao. Durante a estadia l ele reuniu-se com eles de vez em quando, e de
regresso Inglaterra acabou por visitar a comunidade Moraviana na Alemanha. Eles era firmes
apoiantes da doutrina Luterana da sola fide: salvao pela f somente. Nos seus dez anos de busca
de santidade Wesley no se havia dado conta do poder dessa doutrina vital, e a essa altura da sua
vida Wesley precisava saber com certeza que era filho de Deus, independentemente dos seus
prprios esforos ou da retido de obras.
Peter Bohler, um Moraviano que aconselhou Wesley em vrias ocasies, desafiou-o a pregar
a f at alcan-la e depois preg-la por a teres alcanado. Foi precisamente o que Wesley fez. Em
fazendo isso, Wesley ofendeu sensibilidades Anglicanas. Em sua defesa ele indicou que o Livr o de
Homilias e o Livro da Orao Comum ambos declaram com firmeza a doutrina da salvao pela f.
Em vez de ficar desanimado, Wesley encarou positivamente a controvrsia com os seus irmos
Anglicanos e declarou que a beno especial de Deus estava sobre os sermes que provocaram
maior ofensa. Em 24 de Maio de 1738 John dirigiu-se a um encontro Moraviano na Rua Aldersgate
onde finalmente ele alcanou a certeza de salvao que tinha vindo a buscar. Ele sentiu o corao
estranhamente aquecido e escreveu no seu dirio, Senti que cria em Cristo, em Cristo somente
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para a salvao, e uma certeza me foi dada de que ele havia tomado os meus pecados, e me salvado
da lei do pecado e da morte.
No h consenso entre os estudiosos sobre o que aconteceu com Wesley ne ssa noite. Alguns
vm nisso a sua verdadeira converso, enquanto para outros tratasse da sua converso evanglica,
ou de um passo espiritual de entre vrios, ou ainda de uma experincia de inteira santificao. O
prprio Wesley no ajuda muito na definio do momento.
Ele faz referncia ao ano de 1738 como sendo significativo, mas podia estar a referir-se
data da primeira reunio da sociedade ou o comeo do avivamento evanglico na Inglaterra. Em
outros escritos ele repete a anotao do dirio por cinco vezes, mas sem comentrio. Mais tarde
Wesley faz referncia a 1725 mais do que 1738 como sendo chave para o seu desenvolvimento
espiritual. Talvez mais intrigante no seu dirio sejam as anotaes que vm imediatamente a seguir
ao dia 24 de Maio, em que ele expressava contnuas dvidas sobre a sua vida espiritual.
O que se sabe com certeza que Aldersgate virou Wesley numa direo diferente. A maior
parte dos estudiosos concorda que Wesley ganhou um novo grau de certeza da sua salvao,
baseado na graa e no nas obras. Esse testemunho do Espritocomo Wesley o chamoutornouse uma doutrina central do Metodismo. Depois de Aldersgate, Wesley tambm pregou sola fide com
tanto empenho nos plpitos Anglicanos que acabou por ser proibido de pregar mais em mui tas
dessas igrejas. No podendo pregar nos plpitos, ele decidiu pregar nos campos. E virou a sua
ateno para um ministrio itinerante pela Inglaterra.
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cedo na vida, prestou a essa mulher admirvel homenagem e respeito. Ele foi, sem dvida, o reflexo
da influncia da sua querida me.
Quando tinha dez anos de idade, os pais mandaram-no para Londres, onde passou uns seis
anos na Escola Charterhouse. Os dias passados j foram dias de proveito, mas, a princpio, dias de
lutas e grandes tentaes. No sendo um menino muito robusto, o pai aconselhou -o que fizesse uma
corrida, todas as manhs, ao redor do quarteiro, onde estava a escola. Ele cumpriu fielmente esta
ordem; e de manh cedo podia-se ver correndo ao redor da escola, um menino de cabelos louros
agitados pelo vento.
Terminando o seu curso nesta escola, quis estudar na Universidade de Oxford, onde seu pai
havia estudado. Durante este perodo passou da meninice mocidade. No era mais uma criana,
porm um adulto, com a sua personalidade mais ou menos desenvolvida. Seu irmo mais velho,
Samuel, que a esse tempo morava em Londres, escrevia cartas ao pai, elogiando o Joozinho pela
sua inteligncia e coragem. Ele no deixou de seguir o conselho de seu pai e, fielmente, fazia as
corridas diariamente ao redor da escola, assistia cultos aos domingos, comungava, lia a Bblia e fazia
orao. O Sr. Southy diz que por sua tranqilidade, regularidade e aplicao tornou -se o favorito de
seu mestre, Dr. Wolher.
2.1.3. Um incidente impressionante na sua meninice.
Joo, o dcimo quinto filho de Samuel e Susanna Wesley, nasceu na pequena cidade de
Epworth, Linconshire, Inglaterra, no dia 28 de junho de 1703. Como j dissemos, ele no tinha
motivo para se envergonhar de seu parentesco. O lar na casa pastoral de Epworth era semelhante a
uma colmia de abelhas em atividade e interesse. Quando tinha passado seis anos da vida aqui nesta
casa to cheia de encantos, aconteceu certo dia um incidente to impressionante do qual ele nunca
se esqueceu. A altas horas da noite a casa incendiou-se e, sendo uma casa de madeira e j velha, no
levou muito tempo para ser consumida. Todos os membros desta numerosa famlia com os criados
tinham abandonado a casa. Muitos dos seus vizinhos tinham afludo ao redor da casa para socorrlos. Notaram que Joo no estava com os demais membros da famlia.
A casa j estava envolvida em chamas e Joozinho ainda estava dormindo no segundo andar.
A escada j estava tomada pelo fogo e as labaredas estavam passando pelo forro do teto, iluminando
o quarto onde a criana se achava. A claridade acordou o menino. Assustado, ele correu para a janela
e olhou para baixo, l enxergando os rostos dos seus pais e vizinhos iluminados pela claridade do
incndio. Descer pela escada era impossvel, pular pela janela era perigosssimo. O desespero
apoderou-se dos pais. Que fazer? Havia no meio dos vizinhos um homem mais calmo e refletido do
que os outros, o qual se chegou parede da casa, convidou mais dois homens para treparem em
seus ombros, fazendo deste modo uma escada at a janela onde se encontrava o menino. Joo pulou
nos braos do homem e desceu de um para outro at chegar salvo ao cho.
O pai, abraando o seu filho, convidou seus vizinhos para fazerem orao, dizendo
Venham, meus amigos, vamos dar graas a Deus pelo livramento do meu filho; deixai a casa
queimar; tendo meus filhos, sou rico! Assim ajoelharam-se e renderam graas a Deus. Este
incidente de tal forma impressionou a criana que nunca mais dele se esqueceu e, mais tarde na
vida, recordando-se deste incidente, considerava-se a si mesmo como um tio arrebatado ao fogo e
comparava este mundo a uma casa incendiada cujos habitantes corriam o perigo de perder-se no
fogo eterno.
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Potter, a 19 de setembro de 1725. A 17 de maro de 1726 foi eleito preceptor de Lincoln College em
Oxford. Em outubro do mesmo ano foi eleito lente (professor de escola superior ou secundria) da
cadeira de grego e moderador das classes. A 14 de fevereiro foi -lhe conferido o grau de Mestre em
Artes.
Sendo um estudante e professor diligente, estabeleceu o seguinte horrio de estudos que
seguia assiduamente: segundas e teras-feiras, Grego e Latim; quarta-feira, Lgica e tica;
quintafeira, Hebraico e rabe; sexta-feira, Metafsica e Filosofia Natural; sbado, Oratria e Poesia;
domingo, Divindade. Nas horas vagas estudava Francs e lia uma grande variedade de livros
modernos.
No outono de 1727 ele foi ajudar seu pai na sua parquia de Epworth e Wroote, onde passou
quase dois anos com pouco sucesso e satisfao. Sendo convidado de novo a voltar para Oxford
como preceptor, aceitou o convite e entrou em servio pelos fins do ano de 1729.
2.2. O Wesley Adulto [1739-60]
A fase mdia da vida de Wesley foi consumida com o surgimento e organizao do
Reavivamento Metodista na Inglaterra, e a sua necessidade de esclarecer a teologia Metodista. A
primeira posio teolgica que Wesley assumiu foi de renunciar os extremos do Moravianismo.
Embora tivesse profundo reconhecimento pela sua
FAA SUAS ANOTAES AQUI
influncia na sua vida, e a sua doutrina de sola fide,
Wesley comeou a sentir-se inconfortvel com o seu
quietismo5. Wesley viu que nfase demasiada sobre a
doutrina da graa conduziria a uma espcie de
antinomianismo. Da a necessidade de permanecerem
quietos perante Deus. A partir de 1725, Wesley nunca
mais vacilou na sua convico de que o Cristo
manifesta a sua crena atravs de boas obras,
particularmente obras de amor e compaixo pelos
mais necessitados. Ecoando o livro de Tiago, Wesley
exigiu que a f fosse demonstrada e legitimada por
tais obras.
Nas dcadas de 1740 e 1750 deu-se o
surgimento do povo chamado Metodistas. Com a
organizao de reunies de sociedades, bandos e
classes, Wesley ofereceu aos seus convertidos um programa disciplinado de formao espiritual, no
contexto da comunho com outros Cristos, e com nfase no cuidado pastoral. As sociedades eram
grupos maiores, semelhantes em tamanho a uma congregao mdia. Reunies de bandos e classes
eram pequenos grupos que promoveram intensamente a responsabilidade mtua. A maior parte do s
estudiosos v essa estrutura como algo crucial no desenvolvimento do Metodismo, ao contrrio de
outros avivamentos peridicos que tiveram sucesso no incio, mas no viram qualquer colheita em
longo prazo.
Wesley tambm estabeleceu uma grande rede de pre gadores leigos, os quais viajavam de
sociedade em sociedade pregando e assegurando o cumprimento do plano e da viso evanglica de
Wesley. Conferncias anuais, iniciadas pela primeira vez em 1744, tambm desempenharam um
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Doutri na mstica, especialmente difundida na Espanha e na Frana no sc. XVII, segundo a qual a perfeio mora l cons i s te na
a nul a o da vonta de, na i ndi ferena a bs ol uta , e na uni o co ntempl a ti va com Deus .
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APOSTILA de Doutrinas Wesleyanas
de Wesley. Wesley tinha-se pronunciado resolutamente contra tal separao. Ele queria ver o
Metodismo como um movimento de renovao dentro da Igreja Anglicana. Ainda mais peremptria
do que a posio de Wesley foi a do seu irmo, Charles, que manteve que em nenhuma circunstncia
devia a separao ocorrer. Mas uma situao inesperada na Amrica forou John a ceder. Como
sabido, o surgimento de questes polticas nas colnias Americanas resultou na Guerra da Revoluo
em 1776. No meio do conflito, a Igreja Anglicana retrocedeu para a Inglaterra. Isso deixou os
Metodistas na Amrica com o problema prtico e pastoral da administrao dos sacramentos.
Embora tivessem sempre reunido para cultos de pregao e reunies das sociedades, Wesley exigiu
que os Metodistas tanto na Inglaterra como na Amrica recebessem o sacramento da Santa Ceia em
Igrejas Anglicanas.
Wesley viu-se profundamente perturbado
FAA SUAS ANOTAES AQUI
com o fato de que na ausncia de sacerdotes
Anglicanos, os Metodistas Americanos se viram sem
oportunidade de receber o sacramento. Para ele a
Santa Ceia era to importante que ele decidiu aprovar
a ordenao Metodista de Francis Asbury e Thomas
Coke, e comission-los como superintendentes
gerais da Igreja Metodista em 1784 numa
conferncia em Baltimore. Essencialmente, isso
desencadeou uma srie de eventos que conduziram
os Metodistas Americanos independncia. Aps a
morte de Wesley, os Metodistas Ingleses tornaram-se
uma igreja distinta do Anglicanismo.
A deciso de Wesley causou grande desavena
com o seu irmo Charles. A relao entre eles nunca
mais foi a mesma. Presentes tambm estiveram
outras dificuldades pessoais. John Wesley tinha-se casado contra a opinio de Charles. O casamento
foi um autntico fracasso, e Molly Wesley finalmente separou-se definitivamente de John em 1771.
Quando ela faleceu em 1781, Wesley s veio a tomar conhecimento muito tempo depois.
Mas apesar de todas essas controvrsias e dificuldades, Wesley continuou a ser um forte
lder at sua morte. Ele continuou a publicar e a pregar e a corresponder com o seu povo
Metodista, e continuou produtivo at ao fim. Ele foi imediatamente reconhecido como um homem
incrivelmente influente.
Contudo, em Janeiro de 1738, Wesley declarou que em vrios pontos tinha errado na sua
apropriao das fontes da Igreja Primitiva. Ele achou que no as tinha sujeitado suficientemente
autoridade das Escrituras. Tinha estendido demais at ao sculo IV as fontes verdadeiramente
importantes. Tinha errado em interpretar conclios e snodos como sendo mais aplicveis
universalmente do que na realidade deviam ser. A partir dessa altura, Wesley passou a acreditar que
quanto mais prxima do perodo do Novo Testamento estivesse a fonte, mais segura seria. Assim
comeou a dar preferncia s fontes pr-Nicenas ou seja datando de antes do conclio ecumnico
de 325. Tambm passou a preferir fontes Orientais. Essas so as fontes Patrsticas escritas em
Grego, em vez de Latim. Mas a diferena no se reduzia lngua. Bem cedo teologia Oriental e
teologia Ocidental comearam a receber nfases distintas.
A teologia Oriental tinha em regra um foco
FAA SUAS ANOTAES AQUI
litrgico e prtico. Colocava maior peso na condio
humana e na capacidade humana de transformao
do que as fontes Ocidentais. Assim, a sua noo de
salvao e santificao tinha como foco a verdadeira
transformao de carter pela graa de Deus, e era
completamente otimista no tocante ao crescimento
espiritual nesta vida. Igualmente se concentrou essa
teologia na cooperao dinmica entre a graa de
Deus e a nossa apropriao dela, processo conhecido
como sinergismo. Entre as fontes Orientais que mais
influenciaram Wesley esto Irineu, Clemente de
Alexandria, Orgenes, Macrio, Joo Crisstemo, e
Efram Siro. Desses e muitos outros se apropriou
Wesley, na busca da experincia de Deus e da vida de
santidade.
3.2. O Misticismo e a Reforma
O interesse de Wesley pelos aspectos prticos do nosso relacionamento com Deus levou -o da
Igreja Primitiva ao misticismo Catlico Medieval, at nfase na graa que acompanhou a Reforma
Protestante. Wesley nutriu profunda apreciao pela tradio mstica de figuras como Santa Teresa
de vila, S. Joo da Cruz, e Francisco Fenelon, cujas experincias de Deus o impressionaram
grandemente. Mesmo assim, acabou por concluir que todos eles exageraram, e isso principalmente
por duas razes:
>> Primeira razo: ele rejeitou a ideia de que o alvo da experincia Crist a unificao com Deus.
Era a posio dos msticos que o crente pode gradualmente progredir at alcanar a experincia da
unificao. Para alguns msticos, o alvo da unificao era o desaparecimento total do ser humano na
essncia de Deus. Teologicamente, era o parecer de Wesley que a essncia divina permanece
separada da essncia humana. Na sua maneira de ver, ns tornamo-nos como Deus. De acordo com
o misticismo, quase que nos tornamos parte do prprio Deus.
>> Segunda razo: Wesley queria refutar o quietismo de alguns msticos. Como foi mencionado
numa lio anterior, nunca foi a inteno de Wesley defender um Cristianismo que negligenciasse a
obra de Deus sob pretexto da graa ou at mesmo da orao. O misticismo podia colocar tanta
nfase na nossa prpria jornada mstica que as expresses prticas do amor ao prximo acabariam
por ser negligenciadas.
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APOSTILA de Doutrinas Wesleyanas
4. O QUADRILTERO W ESLEYAN O
4.1. Por que o Quadriltero?
O prprio Wesley nunca usou o termo quadriltero. Foi um especialista em assuntos
Wesleyanos, Albert Outler, quem estabeleceu o termo como forma de explicar o conceito Wesleyano
da verdade religiosa. O quadriltero consiste de quatro elementos. Mas eles no so de igual valor.
Para Wesley, as Escrituras so o elemento principal. Seria at prprio referir-se s Escrituras como
sendo a fonte de autoridade, com um trio de elementos a servir-lhe de suporte. Esses elementos so
a tradio, a razo, e a experincia.
O quadriltero funciona como um sistema de verificao. Uma boa ilustrao disso que se
algum afirma que teve uma experincia em que Deus lhe mandou cometer adultrio, isso
naturalmente seria examinado, e desmentido, pelas Escrituras, nos Dez Mandamentos.
Mas pela mesma medida, se eu interpretar as
FAA SUAS ANOTAES AQUI
Escrituras em isolamento, fora do contexto da
comunidade, da razo, ou das experincias de outros,
a minha interpretao tem que ser examinada e
talvez corrigida por essas outras fontes.
As Escrituras tm ento que ser interpretadas
em dilogo com as outras fontes, da mesma maneira
que as Escrituras servem como prova final das outras
trs.
Para reiterar, Wesley nunca explicou isso
diretamente, mas era esse o seu mtodo teolgico;
era a sua maneira de praticar a interpretao bblica e
teolgica.
A BBLIA
A Bblia a principal fonte de verdade religiosa por ser a revelao especial de Deus, que d
testemunho da revelao final de Deus em Cristo. A questo da autoridade deve ser aqui levantada.
Porque que a Bblia tem autoridade?
Existem tradies que afirmam que a fonte da autoridade da Bblia jaz no fato de ela ser
inspirada diretamente por Deus; ela sem erro, e tem, portanto veracidade e autoridade. de notar
que toda essa questo da iseno de erro um debate que comeou nos princpios do sculo 20.
Seria ento antiquado questionar Wesley sobre a sua posio nesse debate. Mas no uma questo
irrelevante para os Wesleyanos.
Enquanto que as tradies mais conservadoras defendem que a Bblia em tudo isenta de
erro, os que seguem Wesley mantm que a Bblia isenta de erro em tudo quanto tem a ver com a
nossa salvao.
Nas igrejas mais conservadoras, fundamentalistas, abraa-se a teoria de que a inspirao
aconteceu em forma de ditado. Isso sugere que Deus deu aos autores das Escrituras cada palavra
que escreveram. E se cada palavra foi escrita por Deus, ento a Bblia est livre de qualquer erro em
todo o sentidona sua cincia, histria, e cosmologia.
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APOSTILA de Doutrinas Wesleyanas
No extremo oposto estaria uma posio segundo a qual as Escrituras so um livro puramente
humano. Este extremo no d lugar a qualquer pretenso de iseno de erro. Os que defendem esta
posio afirmam que a Bblia somente o produto de escritores humanos.
Na posio central, na via media, est a doutrina da inspirao plena. Deus de tal forma
inspirou os autores das Escrituras que a sua situao humana, histrica e cultural no posta de
lado, mas antes engajada. Deus fez uso no s das mos deles, como seria o caso na teoria do
ditado, mas tambm das suas mentes e das suas experincias na comunicao do Seu amor,
propsito e plano de redeno da humanidade.
A salvao de Deus -nos revelada perfeitamente. Ela merece toda a confiana nos fins para
que foi inspirada: a salvao e a vida santa, no entender de Wesley e seus seguidores. Esta certeza
de certa forma liberadora. Se, por exemplo, a Bblia parece que se contradiz no relato de alguma
cronologia histrica, para o Wesleyano a autoridade dela no fica comprometida. Os mais
conservadores tm que defender e preservar a Bblia como perfeita em todo o sentido, dado que se
ela parecer contraditria mesmo que seja num mnimo detalhe, a sua autoridade cai. Wesley tinha
muito que dizer com respeito interpretao da Bblia. Ele estava bastante ciente da necessidade de
determinar o contexto de uma dada passagem, e de evitar o uso fci l do texto. Ele serviu- se das
lnguas originais, e investigou a situao histrica e cultural na interpretao do texto.
Wesley acabou por desenvolver a chamada analogia da f. Esta expresso refere -se a uma
corrente de doutrinas bblicas que emergem do tom geral das Escrituras. Sobre cada passagem da
Bblia, devemos perguntar: o que que esta passagem acrescenta ao nosso conceito do pecado
humano, da justificao pela f, do novo nascimento, e da santidade presente tanto interna como
externa?
Conforme observa Maddox, Ele acreditava que era a articulao global destas verdades que
conferia unidade s diversas componentes das Escrituras. Consoantemente, ele exigiu que todas as
passagens fossem lidas luz destas verdades.
Mas podamos perguntar: No lida a Bblia com outros assuntos? Claro, responderia Wesley.
Mas aqueles assuntos que no tm a ver com as doutrinas essenciais de pecado, salvao, e
santificao devem ser vistos como matrias no-essenciais. Porque razo que Wesley estava
empenhado em distinguir as questes essenciais das no-essenciais? A sua preocupao era com a
unidade Crist.
Os Cristos frequentemente discordam e por vezes at argumentam sobre assuntos no essenciais, dividindo assim o Corpo de Cristo. Era sua posio que ns de vemos pensar e deixar
pensardevamos humildemente permitir outras opinies aos outros crentesnas questes que
no so essenciais salvao.
A TRADIO
Por sculos e sculos as Escrituras tm sido interpretadas pela comunidade de f. O ramo
Catlico Romano da Cristandade tem posto tal nfase no papel da Igreja na interpretao das
Escrituras que se pode at dizer que as Escrituras e a tradio levam igual autoridade no seio do
Catolicismo. No outro extremo, alguns elementos da Reforma Protestante insistiram de tal maneira
que a tradio tinha sido corrompida que a proclamao de sola scriptura, Escrituras somente, se
tornou o seu grito de batalha.
Uma vez mais, Wesley assume uma posio intermdia. A tradio no est no mesmo plano
que a autoridade das Escrituras. Mas a tradio pode prestar grande auxlio na fiel e coletiva
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APOSTILA de Doutrinas Wesleyanas
interpretao da Bblia. Mas que tradio? Na cronologia da histria Crist, Wesley destacou dois
pontos como sendo particularmente importantes:
>> Primeiro: ele manteve em alta estima os escritores da Igreja Primitiva. Como ficou observado
numa lio anterior, Wesley deu preferncia ao perodo Ante -Niceno, e s obras dos escritores
Orientais.
>> Segundo: Wesley encarou o prprio Anglicanismo como a nova personificao do carter da
Igreja Primitiva. Ser que ele estava sendo parcial nesse ponto? claro que sim. Cada um de ns
quereria que a nossa denominao, qualquer que ela fosse, constitusse a mais clara expresso da f
Crist; se assim no fosse, procuraramos outro lugar.
Wesley, contudo, no era esttico ou rgido na sua apropriao do pensamento Anglicano. O
seu relacionamento com o Anglicanismo era mais dinmico, particularmente no tocante aos seus
Artigos da Religio, que ele chegou a editar para o seu povo Metodista. Em ltima anlise, a tradio
no era uma entidade esttica para Wesley, mas sim a verdade do evangelho nas mos das pessoas.
Isso se encontra refletido no conceito que Wesley tinha do apostolicismo. No era uma linhagem
com origem nos apstolos que assegurava a verdade. Era a f dos apstolos, expressa de novas
maneiras para novas geraes que confere tradio a sua qualidade dinmica e autoritativa.
A EXPERINCIA
Antes de Wesley, encontramos tanto a
Igreja Primitiva como o Anglicanismo usando o
que poderamos chamar de o triltero de
Escritura, tradio, e razo. Ao acrescentar o
distinto elemento de experincia, Wesley
expande a metodologia para constituir um
quadriltero.
Que uso fez Wesley da experincia? Em
primeiro de tudo, Wesley cria firmemente na
religio do corao. O cristo pode gozar no seu
corao a segurana do amor salvador de Deus. A
doutrina da segurana tambm conhecida por
testemunho do esprito extrada por
Wesley de Romanos 8:16, onde Paulo afirma que
O prprio Esprito testifica com o nosso esprito
de que somos filhos de Deus.
Na formulao e discusso da doutrina da
segurana, Wesley tambm foi influenciado pela
sua prpria experincia em Aldersgate. Para
Wesley, a f Crist algo experiencial. Ele acreditava que algum pode afirmar todos os credos, e
crer em todas as doutrinas certas, e ainda assim estar espiritualmente morto. A graa de Deus tem
que ser apropriada individualmente, resultando em segurana e transformao de vida e corao.
Mas Wesley chegou a usar a experincia como fonte para a formulao das doutrinas em si?
Sim e no. Se com essa pergunta queremos dizer que ele alcanou concluses baseadas na
experincia, independentemente das Escrituras, ento a resposta no! Wesley nunca usou a
experincia dessa maneira. Alguns tm sugerido que ele na verdade baseou a sua doutrina do
pecado original na sua experincia apenas. Contudo, o que ele na verdade estava fazendo era
FAA SUAS ANOTAES AQUI
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APOSTILA de Doutrinas Wesleyanas
apresentar o pecado original como algo evidente, bvio para todos. As nossas experinci as
constituem prova de que a humanidade corrompida. Mas Wesley jamais ps de lado as
Escrituras, como se o pecado original fosse um conceito extra-bblico. O que ele fez foi estar disposto
a adaptar a sua interpretao das Escrituras quando confrontado pelas experincias do seu povo
Metodista. Isso por demais evidente se considerarmos dois assuntos especficos.
>> Primeiro: Wesley levou tempo a formular a sua noo de santificao. Se a santificao
instantnea ou se se trata de um processo progressivo uma questo que surgiu medida que o
Metodismo se desenvolveu de uma dcada para outra. Na opinio de Wesley, a Bblia no se
pronuncia sobre essa questo; embora tenha muito a dizer sobre a santificao e a vida de
santidade, ela no se pronuncia quanto forma ou altura da sua obteno.
Wesley comeou a escutar testemunhos, muitos e muitos testemunhos, de uma experincia
instantnea de graa depois de uma experincia inicial de converso. Estes testemunhos levaram
Wesley a afirmar que esta experincia mais profunda de santificao pode, de fato, ser instantnea,
e pode assim ser esperada agora na jornada Crist. Isso modificou a opinio de Wesley. A sua
posio madura, que a santificao tanto um crescimento progressivo quanto uma experincia
instantnea.
Este exemplo revela um aspecto muito importante do uso que Wesley fez da experincia.
Para ele, experincias legtimas eram por natureza coletivas, bem como consistentes atravs do
tempo. Por outras palavras, as Escrituras no devem ser interpretadas com base em sentimentos
individualistas, mas antes na base do testemunho que uma inteira comunidade de f d de uma
realidade que tem impacto duradouro.
>> Segundo: Wesley tambm aplicou esta noo de que a experincia coletiva questo da
liderana das mulheres na igreja. Embora no comeo da sua carreira Wesley tivesse mantido uma
opinio tradicional das mulheres, o fato de que muitas mulheres Metodistas estavam a sentir a
chamada de Deus para pregar finalmente levou Wesley a afirmar estes exe mplos extraordinrios
de direo Divina como tendo base bblica. Assim foi que ele oficialmente aprovou mulheres como
pregadoras e lderes nas suas sociedades Metodistas.
A RAZO
Como no caso da experincia, Wesley nunca viu a razo como uma fonte ind ependente da
verdade. Como diz Rebekah Miles, a razo um meio, no uma fonte. Como vimos na nossa lio
sobre a epistemologia, no podemos chegar a Deus atravs da razo sem revelao especial. Mas
isso no significa que a f irracional. Wesley questionava uma f que tinha muito entusiasmo
mas pouco discernimento. O Cristo verdadeiro racional. A razo essencial.
Uma vez mais, Wesley encontra uma via meia entre aqueles que pem de lado a razo e
aqueles que a exaltam demais. Para Wesley, qual a funo da razo? semelhana dos
empiricistas Britnicos da altura, Wesley acreditava que experincias, ganhas por intermdio dos
sentidos, constituem a fonte principal do conhecimento humano. O que a razo faz assistir -nos no
processamento dessas experincias ajudar-nos a fazer sentido delas, organiz-las, e finalmente
comunic-las aos outros. A razo tambm nos assiste no entendimento, anlise, estruturao, e
comunicao de questes de f e verdade bblica. Mas em ltima anlise, a razo no cons egue
produzir uma vida plena de f que encontra expresso em virtude concretamente, f esperana e
amor.
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APOSTILA de Doutrinas Wesleyanas
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aplicando uma analogia humana pessoa de Deus, dado que Deus, na Sua essncia, transcende o
nosso entendimento. Talvez fosse melhor dizer que Deus um Deus relacional.
Uma das evidncias mais claras do carter relacional de Deus est no fato de que Deus criou
o ser humano para relacionamento com Ele. No pensamento de Wesley, Deus Criador e
Sustentador. Isso significa que todas as coisas tm a sua origem em Deus (criao ex nihilo, criao a
partir do nada), mas tambm que o mundo s continua a existir e funcionar porque Deus o continua
a sustentar. Deus est intimamente envolvido na vida. Sem a obra sustentadora de Deus nada
continuaria a existir.
De uma maneira geral, o conhecimento cientfico e a estrutura da crena religiosa relativa
criao que Wesley adotou era aquela que estava em vigor nos seus dias. O que de maior interesse
a persistncia de Wesley sobre a ideia de que haver uma nova criao que a prpria terra ser
renovada na consumao dos tempos.
De maneira geral, a questo da ecologia tem sido algo de interesse para os Wesleyanos. O
profundo respeito de Wesley pela terra tem influenciado alguns a estabelecer uma ligao entre a
teologia Wesleyana e questes ecolgicas. Os Wesleyanos tm que ter cuidado com uma atitude
mais arrogante encontrada em algumas tradies fundamentalistasde que a eroso da terra sinal
de que o mundo est prestes a chegar ao fim. Para qu preserv-lo?
Wesley ainda defende o carter relacional de Deus na sua discusso da pessoa de Deus, ou
seja, da Trindade. Tinha sido prtica comum na Cristandade Ocidental tanto na sua forma
Protestante como Catlica enfatizar a unidade de Deus, subordinando a obra do Esprito Santo
obra do Pai e do Filho. Mas Wesley, mais influenciado pelas fontes Orientais da Igreja Primitiva do
que pelo Cristianismo Ocidental, realou a distino das trs Pessoas, dando no seu pensamento
grande ateno ao Esprito. Wesley um Trinitrio consumado, mas o seu foco de ateno
diferente dos seus contemporneos Ocidentais.
Para Wesley o que era importante era o fato de que as caractersticas de Deus, at mesmo a
Sua natureza Trinitria, influenciam a maneira como o cristo conhece e responde a Deus. Se
amamos e adoramos o verdadeiro Deus, Pai, Filho e Esprito Santo, ento somos capazes de crescer
em amor e virtude.
5.2. A Pessoa de Cristo
PARA REFLETIR: Wesley aconselha os seus ministros a: Declarar em cada sermo (e quanto mais
explicitamente melhor) que o primeiro e grande mandamento para o Cristo Crer no Senhor Jesus
Cristo: que Cristo tudo em todos, nossa sabedoria, retido, santificao e redeno ; que toda a vida,
amor, fora provm dele somente, todos de graa dados atravs da f.
Como Anglicano devoto, Wesley seguiu a Cristologia dos conclios ecumnicos primitivos, os
quatro primeiros dos quais desenvolveram o credo ortodoxo da natureza de Jesus Cristo. Jesus Cristo
plenamente Deus, tendo a mesma essncia e substncia que o Pai, Aquele qu e revelou plena e
cabalmente a natureza de Deus. Jesus um s com Deus na medida em que compartilha da mesma
essncia, mesmos atributos, e mesmos propsitos.
Tal como afirma o credo de Calcednia, Wesley declara que Jesus verdadeiramente Deus e
verdadeiramente homem, perfeito como Deus e como homem, e assim digno da nossa verdadeira
adorao. E, contudo Wesley reconhece que a Cristologia da Igreja Primitiva estava filosoficamente
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APOSTILA de Doutrinas Wesleyanas
limitada grande parte da linguagem do credo procede no das Escrituras mas do sistema filosfico
prevalente na fase derradeira do Imprio Romano.
Wesley buscou a sua Cristologia, bem como toda a sua teologia na Bblia em primeiro lugar.
Ele tinha uma preferncia por linguagem bblica. Por essa razo Wesley no tinha intere sse em
algumas das especulaes que corriam nos seus dias sobre a questo de Cristologia. Na verdade, o
seu interesse principal no era a natureza de Cristo. A sua nfase estava na obra de Cristo, conhecida
como a doutrina da soteriologia. A sua soteriologia mais ampla do que a do Cristianismo Ocidental,
o qual enfatizava a morte de Jesus Cristo como o aspecto mais importante da salvao. Seguindo o
exemplo de Irineu de Lyon (que trabalhou no sculo
FAA SUAS ANOTAES AQUI
segundo), Wesley afirma o significado da vida de
Jesus para a salvao. No seu pensamento, a
encarnao era de muito maior importncia.
E, contudo, de acordo com Randy Maddox,
alguns tm sugerido que Wesley revela ambivalncia
no tocante humanidade de Jesus. comum no
Cristianismo Ocidental a tendncia de manter
distintas as duas naturezas de Cristo. A teologia
Oriental, por outro lado tem, como diz Maddox,
enfatizado a interpenetrao das naturezas.
Isso tem dado lugar acusao de
monofisitismo uma heresia Cristolgica da Igreja
Primitiva que de tal maneira enfatizou a natureza
divina de Cristo que a Sua humanidade ficou
diminuda. Assim, a questo que Maddox levanta a
questo das tendncias monofisitistas de Wesley.
Maddox reconhece que existe algum desconforto com a humanidade de Jesus nos escri tos
de Wesley, particularmente nas suas Notas sobre o Novo Testamento. Ele tende a minimizar
qualquer emoo ou vulnerabilidade que Jesus tenha mostrado. Maddox explica isso focalizando a
ressonncia de Wesley com o alvo que a Ortodoxia Oriental mantm para a humanidadede tornarse como Deus (conceito conhecido como deificao ou divinizao) o que poderamos chamar de
alvo do processo de santificao.
A encarnao e vida de Cristo, bem como a Sua morte, influenciam a nossa compreenso e
obteno da santidade. Maddox tambm mostra que a Redeno baseada firmemente na iniciativa
de Deus em relao humanidade, sendo o Cristo divino a expresso mais plena dessa iniciativa.
semelhana de toda a teologia de Wesley, a sua Cristologia tem relevncia prtica. Ele tem
muito maior interesse na obra de Cristo do que na Sua natureza. E ainda assim, mesmo quando fala
da Sua natureza, as implicaes prticas sempre acompanham as a suas consideraes.
5.3. A Pessoa do Esprito
O Esprito a presena de Deus na vida Crist. Wesley tem por chave o fato de que Cristo no
s fez proviso para a nossa redeno, como tambm que tal redeno aplicada pela obra do
Esprito. correto afirmar que Wesley deu maior ateno do que as suas contrapartes Ocidentais
doutrina do Esprito Santo.
Ainda nos dias de hoje, aqueles que se posicionam na tradio Wesleyana da santidade tm
uma doutrina mais ampla e profunda do Esprito do que aqueles que pertencem tradio
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APOSTILA de Doutrinas Wesleyanas
Reformada. O Esprito uma pessoa da Divindade, com caractersticas pessoais, com ser prprio,
no simplesmente uma parte subordinada, funcional de Deus ou uma expresso presente de Cristo
na terra.
O Esprito tem um papel singular na Trindade e nas nossas vidas. Como diz Maddox, Wesley
foi claro na sua posio de que o Esprito Santo deve ser visto como inteiramente pessoal, no
apenas uma fora ou energia nas nossas vidas. . . . Para ele, graa no era apenas um produto de
origem Divina que estendido humanidade. Era a atividade do prprio Deus na vida hu mana...
presente atravs da habitao em ns da Pessoa do Esprito Santo.
Em jeito de sumrio, Wesley escreveu: Eu creio que o infinito e eterno Esprito de Deus, em
igualdade com o Pai e o Filho, no s perfeitamente santo em si mesmo, como tambm a f onte
imediata de toda a santidade em ns: iluminando-nos o entendimento, corrigindo os nossos desejos
e afeies, renovando as nossas naturezas, unindo as nossas pessoas com Cristo, assegurando -nos da
adoo de filhos, dirigindo-nos nos nossos atos, purificando e santificando as nossas almas e corpos
para um pleno e eterno gozo de Deus.
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APOSTILA de Doutrinas Wesleyanas
Vivemos sob a lei, e se deixarmos que a lei cumpra a sua funo, ela nos conduzir ao ponto de
reconhecermos a nossa necessidade de salvao. A graa preveniente ajuda-nos a despertar para
essa necessidade. O estado evanglico, ento, subsequente ao novo nascimento em Cristo; no
estamos sob a lei, mas sob a graa. Este novo nascimento d incio ao processo de renovao da
imagem de Deus em ns.
6.2. O Pecado
O que foi que aconteceu quando Ado e Eva pecaram? E como que o pecado original afeta
a ns? Comecemos a nossa investigao com uma discusso da essncia do pecado original.
Enquanto que a maior parte dos intrpretes de Wesley tem seguido a interpretao tradicional
Agostinho do pecado original como sendo o orgulho, uma nova interpretao foi oferecida pela
Dra. Leclerc, publicada na obra Singleness of Heart: Gender, Sin, and Holiness in Historical
Perspective. Segundo esta anlise, embora o termo orgulho fosse usado frequentemente por Wesley,
nunca foi tratado como paradigma dominante do
FAA SUAS ANOTAES AQUI
pecado original.
O mais direto sermo de Wesley sobre este
assunto O Pecado Original (1854) revela esta
falta de predominncia do termo orgulho. Aqui, a
idolatria que nitidamente tida como a principal
definio do pecado original, seguida de orgulho,
egosmo, e amor do mundo. Diz Wesley, todo o
orgulho idolatria; assim como o amor do mundo.
Por outras palavras, existem duas formas de pecado
original: desordenado amor-prprioorgulhoe
desordenado amor pelo prximo, referida aqui como
o amor do mundo; explica Wesley: O que que
nos mais natural do que buscar felicidade na
criatura, em vez do Criador?
Wesley escreveu tambm um sermo
intitulado A Idolatria Espiritual, j no final da sua vida. Vale a pena citar uma passagem: Sem
dvida desejo de Deus que nos amemos uns aos outros. Seu desejo que amemos os nossos
parentes e irmos em Cristo com um amor peculiar; e especialmente aqueles a quem Ele conferiu
significado particular nas nossas almas. A esses devemos amar fervorosamente;, mas sempre com
um corao puro. Mas no isso impossvel ao homem, de manter a fora de afeto, sem
contudo manchar em nenhuma maneira a alma, mantendo-a com pureza total? No estou sugerindo
apenas pureza em relao cobia. Sei que isso possvel. Sei que uma pessoa pode nutrir inefvel
afeto por uma outra sem qualquer desejo desta natureza. Mas ser que isso isento de idolat ria?
Ser que isso no constitui amar a criatura mais do que o Criador? No colocar o homem ou a
mulher no lugar de Deus? Entregar-lhes o seu corao? Que isso seja ponderado seriamente, mesmo
por aqueles a quem Deus ajuntou; por maridos e mulheres, pais e filhos.
Sem dvida que estes devem amar-se ternamente uns aos outros: tm o dever de faz -lo.
Mas no tm nem a obrigao nem a permisso de se amar uns aos outros de maneira idlatra. E
entretanto, quo frequentemente isso acontece! Quo frequentemente no o marido, a esposa, o
filho colocado no lugar de Deus? Quantos no so os que, embora sendo considerados bons Cristos,
colocam o seu afeto num ou no outro, no deixando nenhum lugar para Deus! Procuram a sua
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APOSTILA de Doutrinas Wesleyanas
orar, porque pensamos que em fazendo isso ns provamos a Deus a nossa vontade de obedecer,
ou pior ainda, que por meio dessas obras ns ganhamos o favor de Deus.
Mas o conceito de Wesley leva-nos para alm da mera obedincia ou qualquer tipo de
retido baseada em obras, ao enfatizar que a maneira como ns agimos como Cristos na verdade
acaba por ser para o benefcio do nosso prprio crescimento e transformao semelhana de
Cristo. Para ser perfeitamente claro, Wesley firmemente defendeu que o uso dos meios jamais
expiar um pecado sequer; isso s o sangue de Cristo pode fazer. Mas como que ns recebemos
os benefcios da expiao de Cristo? Wesley claro: recebendo os meios.
Wesley colocado certas atividades em trs categorias. Em primeiro lugar esto os meios
gerais da graa.
Nesta lista ele
inclui observar os
FAA SUAS ANOTAES AQUI
mandamentos, negarmos a ns mesmos, tomar a
nossa cruz, e cultivar a presena de Deus. Ao
negarmo-nos a ns mesmos, Wesley acreditava,
podemos aproximar-nos mais de Deus quando
voluntariamente pomos de lado as distraes. Wesley
tambm acreditava que quando tomamos a nossa
cruz, ns podemos aproximar-nos de Deus e dos
Seus propsitos, engajando-nos naquilo que vai
contra as nossas inclinaes naturais. Cultivar a
presena de Deus a prtica de estar ciente de Deus
ao longo do dia. Cada um desses meios gerais nos
deixa abertos graa de Deus.
Wesley usa o termo meios institudos ou
particulares da graa, para se referir queles meios
em que o prprio Cristo admoesta os Seus discpulos a
participar, tais como a orao, a leitura da Bblia, a Ceia do Senhor, o jejum, e a Conferncia Crist,
termo que Wesley usou para se referir conversa Crist.
Os meios prudentes da graa evoluram com o tempo, tendo sido reconhecidos como aes
sbias na vida de crescimento na graa. Estas incluem reunies de classe (pequenos grupos),
reunies de orao, cultos de testemunho e de viglia, celebraes de amor (um tipo de culto de
testemunho), visitao aos doentes, fazer todo o bem possvel, e leitura de devocionais clssicos.
Batismo Infantil
O batismo infantil provm das nossas razes Metodistas, e da teologia de John Wesley.
Quando batizamos crianas, estamos reconhecendo ao mesmo tempo vrias caractersticas
importantes de Deus.
Em primeiro lugar, proclamamos juntos a nossa crena na realidade da graa preveniente de
Deus. Enquanto que a dedicao centra-se na responsabilidade dos pais em relao aos filhos, o
batismo virado para a responsabilidade de Deus para com o menino, constituindo assim uma das
poucas ocasies em que a igreja junta celebra a doutrina da graa preveniente.
A graa preveniente aquela graa que faz da criana parte do Corpo de Cristo. a graa
que a mantm segura nos braos carinhosos de Deus contra qualquer eventualidade; e a graa que
mais tarde a trar ao ponto de uma deciso pessoal por Jesus Cristo, se ela assim responder. graa
concedida pelo Esprito Santo, que cremos ir trabalhar misteriosamente na sua vida.
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APOSTILA de Doutrinas Wesleyanas
Ao apresentarem uma criana para o batismo, os pais esto a fazer um comprom isso
perante o povo de Deus de fazer tudo o que estiver ao seu alcance para guiar e alimentar o seu filho
espiritualmente. Mas mais importante ainda, reconhecemos que o prprio Deus se compromete com
a criana profunda e duradouramente para alm do que podemos pedir ou imaginar.
Cremos que o batismo, como smbolo da nova aliana, o sinal das promessas de Deus
mesmo para a criana, tal como a circunciso constitua sinal da aliana de Deus no Velho
Testamento. Cremos que a criana pertence a Deus.
Batismo do Crente
Este seria muito mais raro no contexto de Wesley, visto que quase todo o cidado Britnico
era batizado ainda criana na Igreja Anglicana. Cabe assim a autoridades como Rob Staples
desenvolver um conceito Wesleyano de batismo adulto. Staples enuncia cinco significados diferentes
que o smbolo do batismo sugere.
1. Levar o marco de Cristo: o Crente deve levar o marco da pureza de Cristo.
2. Morrer com Cristo: o smbolo, especialmente quando o modo de imerso usado,
representa a sepultura debaixo da gua que significa morte para o pecado.
3. Viver a vida de Cristo: Emergir da gua simboliza a nossa participao na ressurreio e
tambm que o enterramento dos nossos pecados nos liberta para viver uma nova vida como nova
criao em Cristo.
4. Receber o Esprito de Cristo: Tal como o Esprito esteve presente no batismo do prprio
Cristo, afirmamos que o Esprito est presente no nosso batismo. Como diz Paulo em Romanos,
todos quantos esto em Cristo receberam o Esprito de Cristo. Assim, o batismo, como smbolo da
nossa vida em Cristo, tambm simblico da presena do Esprito.
5. Tornar-se parte do corpo de Cristo: desde as primeiras liturgias Crists, que o batismo era
visto como ponto de transio do novio plena membresia na Igreja.
Santa Ceia
Wesley tinha uma apreciao muito elevada da Ceia do Senhor. Ser mais fcil considerar a
sua posio se antes esboarmos as interpretaes clssicas da Santa Ceia.
Transubstanciao: Esta teoria associada a maior parte das vezes com o Catolicismo
Romano. a crena de que o po e vinho se transformam no verdadeiro corpo e sangue de Cristo.
Quando o sacerdote faz a orao da consagrao, d-se uma mudana na essncia dos elementos,
embora continuem parecendo como po e vinho.
Consubstanciao: Esta teoria associa-se mais frequentemente com Martinho Lutero.
semelhante transubstanciao no sentido de que o sangue e corpo de Cristo esto literalmente
presentes no po e vinho. A diferena que a essncia dos elementos tambm continua a ser po e
vinho ao mesmo tempo que corpo e sangue.
Presena Espiritual: Esta teoria mais comumente associada com Joo Calvino. Calvino no
acreditou que havia uma mudana nos elementos mas que Cristo verdadeiramente entra no po e
vinho num sentido espiritual.
Memorial: Esta teoria associada geralmente com Ulrico Zunglio, um Reformador
contemporneo de Calvino e Lutero. Esta teoria declara que a Ceia do Senhor deve ser tomada como
um memorial da morte de Cristo, como memria do Seu sacrifcio por ns. No h aqui a noo de
que Cristo participa nos elementos em si.
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APOSTILA de Doutrinas Wesleyanas
A maior parte dos entendidos concorda que a posio de Wesley intermdia, entre o
conceito de presena espiritual e a posio memorialista com alguns intrpretes da posio de
Wesley a coloc-lo bem prximo de Calvino.
A diferena entre Wesley e Calvino que o que se experincia no apenas a presena de
Cristo, como manteve Calvino, mas a presena da inteira Trindade no pleno ato da Santa Ceia. A
posio de Wesley centra-se na Santa Ceia como um meio da graa. Eis aqui as suas prprias
palavras: A ceia do Senhor foi ordenada por Deus para servir como meio de comunicar graa
preveniente, ou justificadora, ou santificadora, conforme a necessidade da pessoa. Aqueles para
quem ela foi ordenada so todos quantos sabem e sentem que querem a graa de Deus, seja para
livr-los do pecado, para mostrar que os seus pecados j foram perdoados, para renovar as suas
almas na imagem de Deus, ou para entrar na presena de Deus em comunho com ele. Nenhuma
preparao necessria para alm de um desejo de receber qualquer graa que Deus achar por bem
conceder.
Nenhuma aptido exigida para alm de um sentido da nossa total pecaminosidade e
invalidez longe de Cristo. Assim, se desejares a graa que Deus deseja conceder-te, aproxima-te e
recebe conforto e fora. Rob Staples sublinha que a Santa Ceia particularmente um meio de graa
santificadora, lembrando-nos assim que no pensamento de Wesley existe uma ligao integral entre
os meios da graa e o crescimento na nossa santificao. impossvel crescer na nossa caminhada
espiritual sem assistir aos meios da graa de uma maneira geral. Mas para Wesley, a Santa Ceia era o
meio mais importante, e negligenci-la era inconcebvel.
O Dever de Comunho Constante
De novo, Rob Staples ajuda-nos a interpretar o significado da Santa Ceia quando examina o
significado do smbolo. A Santa Ceia um smbolo de:
>> Gratido a Deus
>> Comemorao de Cristo
>> Auto-sacrifcio ou consagrao
>> Comunho e unidade dos fiis
>> Promessa da vinda do Reino
7. O CAMIN HO DA SALVAO
PARA REFLETIR: E, em primeiro lugar, perguntemos o que a salvao? A salvao de que se fala aqui
no aquilo que frequentemente se deduz desse termo: a ideia de ir ao cu, de felicidade eterna . No se
trata da partida da alma para o paraso. No se trata de uma bno que jaz do outro lado da morte. As
prprias palavras do texto no deixam margem para dvida, Vs sois salvos. No se trata de algo que
distante. algo presente, uma bno de que tendes possesso agora, pela livre misericrdia de Deus.
Sim, pode-se afirmar por estas palavras, e com igual justeza, Vs fostes salvos. De maneira que a
salvao de que se fala aqui pode se estender inteira obra de Deus, desde o despontar da graa na alma
at sua consumao na glria. 8
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salvao aos nossos prprios esforos pessoais de alcanar a retido. s a graa, atravs da f, que
nos capacita a arrepender neste segundo sentido.
7.3.3. F
A dvida que Wesley tinha para com os Moravianos e a tradio Luterana no tocante
natureza da f no pode ser subestimada. Contudo, Wesley no se limitou a aceitar simplesmente
essa noo sem modificao. O seu pensamento evoluiu com o tempo. O seu encontro inicial com os
Moravianos alterou a sua noo de salvao. Numa palavra, enquanto que antes de 1737 Wesley
acreditava que a santificao precedia a justificao, depois de 1738 Wesley inverteu a ordem.
Somos justificados pela f somente, sola fide. No nos tornamos justos a fim de nos fazermos dignos
da justificao Divina. A justificao um dom FAA SUAS ANOTAES AQUI
gratuito de Deus, tal como o a prpria f. Mas luz
do principal interesse de Wesley no aspecto
teraputico e santificador da salvao e no na
nfase Ocidental sobre o perdo de culpa e luz
do conceito que Wesley tinha do relacionamento
dinmico e cooperativo que temos com Deus na
nossa prpria salvao em vez da nfase
Reformista sobre a irresistibilidade da graa a
prpria definio que Wesley d da f amplia-se.
Na religio experiencial de Wesley, f no
sentido de mera aceitao de uma gama de
afirmaes nunca constituiria f de verdade. Do
mesmo modo, a f estende-se para alm da
justificao e torna-se a essncia da crena em Cristo
para todo o momento ao longo da jornada da
salvao. A f o relacionamento cooperativo que temos com Deus. Isso conhecido como
sinergismo e no monergismo e fundamental para toda teologia Wesleyana.
7.3.4. O Testemunho do Esprito
Um elemento chave na noo que Wesley tem da experincia Crist a sua doutrina do
testemunho do Esprito, tambm conhecida como a doutrina da segurana. semelhana do que se
deu com as suas outras doutrinas, tambm a doutrina da segurana evoluiu com o tempo. Na sua
fase jovem pr-Aldersgate Wesley ligou a segurana f. Mas nessa altura, f para Wesley
constitua uma aceitao racional das postulaes bsicas da tradio Crist, particularmente a
Anglicana. As suas prprias lutas espirituais e falta de segurana pessoal, a despeito da sua
ortodoxia, cedo o levaram a questionar a validade deste tipo de certeza racional.
O seu contacto com os Moravianos muito influenciou a compreenso que Wesley tinha da
doutrina da segurana, ao ponto de ele chegar a defender que todos os Cristos podiam perceber a
obra do Esprito Santo nas suas vidas. Este entendimento de Wesley baseava-se em Romanos 8:1516, que diz, Pois no recebestes o esprito de escravido para outra vez estardes em temor, mas
recebestes o esprito de adoo, pelo qual clamamos: Aba, Pai! O mesmo Esprito testifica com o
nosso esprito de que somos filhos de Deus. semelhana dos Moravianos, Wesley acreditava que
ns devemos almejar esta experincia de tal maneira que se no a temos, ento justo questionar a
nossa f em Cristo.
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sujeitos a erro, e os seus atos so por vezes limitados por enfermidades da presente condio
humana.
Cristo isento de sofrer tentao continuamente na sua vida. Por outro lado, Wesley
acreditava que mesmo os Cristos recm-nascidos so perfeitos no sentido de que eles no precisam
cometer atos externos de pecado. Posteriormente Wesley modificaria a sua opinio sobre o
relacionamento entre a perfeio Crist e o pecado, observando que os Cristos nunca se tornam
incapazes de pecar, mas que o pecado j no tem que dominar o corao do crente. Em 1761,
Wesley escreveu a obra Sobre a Perfeio, em que afirmou que a perfeio Crist :
ter a mente de Cristo;
a renovao da imagem de Deus em ns;
o amor perfeito;
santidade interior e exterior;
A principal definio que Wesley d da santidade o amor. o amor que exclui o pecado
da vida do Cristo. Na opinio de Mildred Bangs Wynkoop, enganamo-nos em relao santidade se
vemos nela apenas a ausncia do pecado. A santidade no uma ausncia, mas sim uma presena, a
presena do amor.
Quando Wesley usa o termo santificao ele est a referir-se vida Crist na sua totalidade
e restaurao teraputica ou espiritual que se d ao longo da jornada espiritual. tambm nesse
sentido que ele usa o termo salvao. Mas santificao tem ainda outros significados.
Wesley faz referncia ao que se chama de santificao inicial para deixar claro que a retido
oferecida por Cristo comea a ter efeito no novo crente. Aqui Deus inicia o processo de fazer-nos
retos e santos. Aquilo que podemos designar de crescimento na graa a santificao progressiva
ou gradual que ocorre entre o novo nascimento e a inteira santificao, bem como entre a
inteira santificao e a santificao final tambm conhecida como glorificao. Wesley ps
grande nfase sobre a necessidade da santificao progressiva.
Para Wesley, inteira santificao refere-se a uma experincia mais profunda da graa de
Deus. Ele oferece explicao disso na sua obra Uma Explicao Clara da Perfeio Crist. Nela ele
explica que essa experincia no acontece to cedo quanto a Explorando a Teologia de John Wesley
justificao, nem to tarde quanto morte. Ele sublinha que a obra gradual tem que preceder bem
como seguir a experincia. Mais explica que ela susceptvel de perda. Ele tambm lida com a
questo da instantaneidade atravs da sua clssica declarao de que o indivduo pode estar a
morrer por algum tempo, mas que inevitavelmente o momento da morte acaba por ocorrer.
O que mais divide os entendidos Wesleyanos a questo da maneira como Wesley entende a
manifestao da inteira santificao. Alguns acham que a nfase do Movimento da Santidade sobre a
instantaneidade vai muito alm da inteno de Wesley e rigidifica a sua teologia que muito
mais fluida e dinmica. Outros dizem que uma definitiva, segunda experincia de crise alinha-se
perfeitamente com o paradigma do prprio Wesley e no deve ser vista como uma renovao vinda
do sculo 19. Na interpretao da Dra. Leclerc, era o desejo de Wesley que tanto a experincia
instantnea como o crescimento gradual fossem alvo de igual ateno.
1. Wesley mantm que o amor por Deus e pelo prximo descritivo e normativo da vida
Crist. No seu entender, o amor no algo apenas presente, mas sim algo que reina no corao do
crente maduro.
2. Wesley chegou a identificar a inteira santificao com um certo nvel de maturidade Crist
e foi cauteloso em reivindic-la ainda muito cedo na peregrinao Crist, mas tambm exortou os
fiis a procurar a experincia agora.
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3. A santidade, ou o amor perfeito, uma obra da graa tanto progressiva como instantnea.
4. A santidade, ou o amor perfeito, sinrgica; vivida num relacionamento dinmico com
Deus, o qual concede a graa que necessitamos para ser santos.
5. Wesley chegou a suspeitar de termos como a destruio do pecado, que implicavam a
impossibilidade de regresso do pecado; mas Wesl ey permaneceu altamente otimista de que o amor
derramado no nosso corao atravs da f pode excluir o pecado. Ele aborreceu-se com a disputa
sobre a possibilidade da perfeio Crist ser impecvel. A tnica dele estava no amor, no na
impecabilidade como o alvo da maturidade Crist.
6. Uma das maiores, seno a maior das contenes de Wesley era que a vida Crist no tinha
que continuar a ser uma vida de luta contnua. Para ele, negar este tipo de transformao vitoriosa
era negar a suficincia da graa capacitadora de Deus era fazer do poder do pecado maior do que
o poder da graa.
9. LTIMAS COISAS
PARA REFLETIR: Wesley sempre relacionou o Reino vindouro com a salvao presente: Ele est j a
renovar a face da terra. E temos forte razo para esperar que a obra que ele iniciou, ele a concluir no dia
do Seu Senhor Jesus; que ele jamais interromper esta bendita obra do seu Esprito at que haja cumprido
as suas promessas; at colocar ponto final ao pecado e misria, enfermidade e morte; e
restabelecido santidade e felicidade universais, e levado todos os habitantes da terra a cantar juntos,
Aleluia! O Senhor Deus Onipotente reina! 9
Na religiosidade do sculo 18, o Cristo devia no s viver em retido devia tambm morrer
em retido.
9.1. Morte
A caracterstica distinta da morte Crist a ausncia do temor, aliada ao anseio de ver Cristo.
A morte do prprio Wesley foi um celebrado evento no Metodismo.
9.2. Imortalidade e Ressurreio
As especulaes de Wesley sobre a transio desta vida para a prxima no foram extensas,
e certamente no dogmticas. Ele rejeitou a noo Platnica de que s a alma sobrevive morte,
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Enquanto que Wesley certamente tinha um conceito de Igreja que est bem patente nos seus
sermes e tratados, a sua eclesiologia transparece mais claramente na necessidade bem real de
negociar o relacionamento entre a Igreja Anglicana e as sociedades Metodistas. Assim como
aconteceu com vrias das suas posies teolgicas, as suas preocupaes eram mais prticas do que
tericas. John Wesley era Anglicano de nascena, e por suas prprias palavras continuaria Anglicano
at morrer. E contudo, em 1784, os Metodistas Americanos separaram-se da Igreja Anglicana, com a
aprovao de John. S depois da sua morte que os Metodistas Britnicos seguiriam o exemplo dos
Americanos.
O que que levaria John a uma deciso to radical que causaria dificuldades com o seu
irmo Charles para o resto das suas vidas? Desde o princpio do movimento Metodista, John viu a
sua identidade como um movimento dentro do Anglicanismo. Wesley organizou sociedades que de
vrias formas se comportaram como congregaes. As sociedades reuniram-se para servios de
pregao. Dividiram-se em pequenos grupos para prestarem contas uns aos outros bem como para
formao espiritual. As sociedades tiveram comunho umas com as outras, serviram o mundo
juntas, e serviram-se mutuamente de vrias maneiras.
FAA SUAS ANOTAES AQUI
E contudo, Wesley no viu essas sociedades como
igrejas.
Unio com a Igreja Anglicana era
extremamente importante para ele, embora eles o
tivessem
tcitamente rejeitado e explicitamente banido dos
plpitos Anglicanos. Wesley queria que os seus
Metodistas se vissem a si mesmos com Anglicanos.
Quaisquer que fossem as suas actividades durante a
semana como Metodistas, ele exigiu que aos
domingos todos os Metodistas assistissem aos
servios Anglicanos, a fim de receberem a Ceia.
Quando a Guerra da Revoluo eclodiu nas
Colnias, os sacerdotes Anglicanos regressaram
Inglaterra. A essa altura, casas de culto Metodistas
espalhavam-se no s pelas Colnias, como para alm delas.
Wesley viu-se muito preocupado que esses Metodistas ficassem privados dos sacramentos,
dada a ausncia do clero. E assim ele permitiu ordenaes de pregadores como Metodistas. O
Metodismo tornou-se uma denominao independente. Wesley estava na disposio de sacrificar a
unidade da igreja a fim de servir a necessidade prtica de acesso aos sacramentos para o seu povo.
10.1. Wesley e a Identidade Pastoral
Antes mesmo da separao Americana, Wesley j era deliberado e diligente no tocante ao
treinamento dos seus pregadores leigos e lderes de sociedades. Ele queria que eles fossem to
instrudos quanto possvel, e era intencional com respeito preparao deles, embora reconhecesse
ao mesmo tempo a necessidade dos dons e graas que s provm de Deus. a igreja que confirma a
chamada interior, examinando os frutos externos da obra do ministrio. Consideremos uma lista
parcial de qualidades enumeradas na sua obra Discurso ao Clero (1756).
1. Bom entendimento, bom senso, e capacidade racional
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2. Discernimento
3. Boa memria
4. Compreenso profunda da natureza da chamada pastoral
5. Profundo conhecimento das Escrituras
6. Conhecimento das lnguas Bblicas originais
7. Conhecimento da cincia, filosofia e lgica
8. Conhecimento dos escritores Patrsticos
9. Conhecimento de personalidade e carter nas pessoas
10. Senso comum
11. Cortesia e sabedoria
12. Foco
13. Amor a Deus e ao prximo
14. Desejo de santidade pessoal
15. Desejo de cooperar com a graa de Deus
acepes mais recentes da santidade debatidas na ltima conferncia Metodista. Muito do que
Wesley publicou foi para o benefcio educacional do seu povo.
otimista,
FAA SUAS ANOTAES AQUI
intensamente otimista, no s no tocante
transformao
individual
como
tambm
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APOSTILA de Doutrinas Wesleyanas
APNDICE I
O Arminianismo
JAMES ARMINIUS (Jacob Armnio)
Viveu na Holanda um homem a quem os que no o conheciam no o podiam estimar
suficientemente; aqueles que no o estimavam jamais o haviam conhecido suficientemente
Nasceu na Holanda, na cidade de Oudewater em 10 de outubro de 1560.
Morreu prematuramente em 19 de Outubro de 1609 aos 49 anos.
Nome do Pai: Hermann Jakobs
Nome da Me: Anglica Jakobs
Nome da Esposa: Elizabeth Real
Ainda bem novo sofreu com o falecimento do seu pai, ficando sob a guarda da sua me que
com dificuldade tentava criar ele e seus dois irmos. Porm, um ex-sacerdote catlico convertido ao
cristianismo, Teodoro Emilio, percebendo nele qualidades encaminhou-o a Utrecht para estudar.
Quando Armnio tinha 15 anos, Teodoro faleceu. Voltou para Oudewater. Mas passado um tempo o
matemtico Rudolph Snelius interessou-se por ele, levando-o a Marburg, onde exercia professorado.
Enquanto estava em Marburg estudando, as tropas espanholas entraram em Oudewater saqueando
residncias e destruindo tudo na cidade. Nesta invaso foram mortos os parentes de Armnio.
Foi para a Universidade de Leiden, ali durante seis anos, estudou Teologia, Filosofia,
Hebraico, Literatura entre outras disciplinas. Enviado a estudar em Genebra foi aluno de Teudoro de
Beza, sucessor de Calvino, porm bem mais extremado na questo do predestinismo. Aps trs anos
estudando ali, foi Itlia, entre outras cidades, visitou Roma. Nesta poca alguns indivduos mal
condicionados comearam a espalhar boatos difamando e manchando a reputao de Armnio.
Propalavam que este confabulara com os jesutas e at mesmo que era devoto do Papa. Era o
comeo de uma luta que no deixaria em paz pelo resto da vida.
Em 1588, foi chamado para exercer encargos pastorais em Amsterd. Em 1590 casou-se com
Elizabeth Real. Em 1591 foi tachado por seus adversrios de pelagiano. Em 1594 as autoridade o
chamaram para colaborar no plano de reforma das instituies educativas locais. Em setembro de
1603 foi empossado professor de Teologia.
Doutrinas Arminianas
Armnio defendeu uma forma evanglica de sinergismo (crena que a salvao do homem
depende da cooperao entre Deus e o homem), que contrrio ao monergismo, do qual faz parte o
Calvinismo (crena de que a salvao inteiramente determinada por Deus, sem nenhuma
participao livre do homem). O sinergismo arminiano difere substancialmente de outras formas de
sinergismo, tais como o Pelagianismo e o Semipelagianismo.
Armnio e seus seguidores divergiram do monergismo calvinista por entenderem que as
crenas calvinistas na eleio incondicional (especialmente na reprovao incondicional), na expiao
limitada e na graa irresistvel: seriam incompatveis com o carter de Deus, que amoroso,
compassivo, bom e deseja que todos se salvem. Violariam o carter pessoal da relao entre Deus e
o homem. Levariam conseqncia lgica inevitvel de que Deus fosse o autor do mal e do pecado.
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APOSTILA de Doutrinas Wesleyanas
O arminianismo um tipo distinto de teologia protestante, por vrios motivos. Uma das suas
doutrinas distintivas seu ensino acerca da predestinao, pois assim os escritores b blicos o fazem,
mas afirma que esta predestinao da parte de Deus salvar aqueles que se arrependem e crem.
Assim sendo, seu ponto de vista chamado predestinao condicional, visto que a predeterminao
do destino dos indivduos baseada na prescincia de Deus quanto ao modo de eles,
espontaneamente, aceitarem ou rejeitarem Cristo.
Os Cinco Pontos do Arminianismo: No Snodo de Dort, os remonstrantes apresentaram a
doutrina arminiana clssica na forma dos cinco pontos seguintes:
Eleio Condicional: Deus, por um eterno e imutvel decreto em Cristo, antes da criao
do mundo, determinou eleger, dentre a raa humana cada e pecadora, aqueles que pela graa
crem em Jesus Cristo e perseveram na f e obedincia. Contrariamente, Deus resolveu rejeita r os
no convertidos e descrentes, reservando-lhes o sofrimento eterno (Jo 3.36).
Expiao Universal: Em consequncia do
FAA SUAS ANOTAES AQUI
decreto divino, Cristo, o salvador do mundo, morreu
por todos os homens, de modo a garantir, pela morte
na cruz, reconciliao e perdo para o pecado de
todos os homens. Entretanto, essa salvao s
desfrutada pelos fiis (Jo 3.16; 1Jo 2.2).
F Salvadora: O homem no pode obter a
f salvadora por si mesmo ou pela fora do seu livre arbtrio, mas necessita da graa de Deus por meio de
Cristo para ter sua vontade e seu pensamento
renovados (Jo 15.5).
Graa Resistvel: A graa a causa do
comeo, do progresso e da completude da salvao
do homem. Ningum poderia crer ou perseverar na f
sem esta graa cooperante. Consequentemente,
todas as boas obras devem ser creditadas graa de
Deus em Cristo. Com relao operao desta graa, contudo, no irresistvel (At 7.51).
Indefinio Quanto Perseverana: Os verdadeiros crentes tm fora suficiente, por meio
da graa divina, para lutar contra Satans, contra o pecado e contra sua prpria carne, e para venc los. Mas, se eles, em razo da negligncia, podem ou no apostatar da f verdadeira e vir a perder a
alegria de uma boa conscincia, caindo da graa, uma questo que precisa ser melhor examinada
luz das Sagradas Escrituras.
Os cinco pontos do Calvinismo: Posteriormente ao Snodo, quando os arminianos
apresentaram os cinco pontos do Arminianismo, os calvinistas responderam com os cinco pontos do
Calvinismo, que so os seguintes:
Total depravao: No existe no homem aps a queda de Ado fora ou vontade do ser
humano para buscar a salvao. Todos os homens herdam, de Ado, a natureza pecaminosa,
decada.
Eleio Incondicional: A salvao no est condicionada vontade ou aes humanas,
mas ao soberano decreto de Deus que decide salvar alguns, os eleitos, deixando que os demais
sofram o castigo eterno.
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APOSTILA de Doutrinas Wesleyanas
tambm a f. Deus fez o homem reto agente livre. A prescincia de Deus dirige a livre agncia do
homem, mas no a anula, salvando-o quando Ele queira ou no, ou condenando-o injustamente.
Desenvolvimento da salvao Predestinao
Vrias experincias auxiliaram na formao do pensamento sinergista de Wesley referente
salvao, eleio e predestinao. Alcanar a salvao, confiando no zelo pessoal; fazer-se digno dos
mritos de Cristo por suas prprias aes. Quem nele se expressava era, de fato, a influncia da
educao domstica e do meio em que vivia.
A doutrina da predestinao, no conceito de Wesley, contrria ao esprito da Escritura,
notifica o Evangelho, destri o amor ao bem e santidade. A Bblia ensina que Deus no quer a
morte do mpio e, para isso, mandou seu filho ao mundo, para todo aquele que nele crer seja salvo.
Mas se apenas os eleitos se salvaro para que pregar-lhes? E por que tambm faz-lo aos noeleitos. Aqueles se salvaro mesmo, com ou sem evangelho. Isso destri o zelo pela santidade,
porque leva os homens a negligenciarem a sua condio.
O Pecado Original
Arminianos, Metodistas e Calvinistas, aceitam
que a vontade do homem era livre antes da queda, no
den, mas diferem quanto ao estado primitivo. Para
os calvinistas a condio do homem era de perfeita
santidade. Porm, os arminianos dizem que se assim
fosse o homem no teria cado. Ensinam os calvinistas
que a natureza ficou totalmente depravada pelo
pecado. J os arminianos dizem que a natureza do
homem ficou prejudicada pelo pecado, porm no
completamente arruinado, tanto que o homem ainda
conserva a possibilidade de escolher o bem voltar-se
para Deus. Ao invs de depravao total, aceitam a
idia do enfraquecimento de nossa natureza. Agora o
homem fraco por ndole. E porque o , assiste-o a
graa divina a fim de ajud-lo a realizar a vida
espiritual e a atingir a salvao. S respondemos por
nossos pecados individuais, no de nossos
antepassados.
A Doutrina da Regenerao
O Arminianismo e o Metodismo se distinguem aqui. Ambos vem na regenerao o resultado
de uma obra divino-humana. Nem s Deus, nem s o homem, afastando-se assim do Calvinismo que
Monergista. Os Arminianos parecem dar primazia da iniciativa ao homem, enquanto os
Wesleyanos a concedem ao Esprito Santo. Ele, o Esprito Santo, que procura, antes, ilumin-lo e
persuadi-lo. O homem, todavia, se quiser, pode resistir ao Divina. Por conseguinte no bom
entender do Metodismo, a regenerao o trabalho do Esprito Santo em cooperao com a
vontade do homem.
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APOSTILA de Doutrinas Wesleyanas
APNDICE II
Revelao Geral e Revelao Especial13
REVELAO GERAL:
Deus se apresenta ao homem pela: natureza, histria, razo e cuidados que Ele manifesta
criao. Basta uma simples observao de todo o sistema criado, para que a razo requeira uma
resposta. Em regra geral, por mais simples que seja a explicao; suas correntezas desaguaro no
divino. Nenhum ser humano vive sem o contato ou conhecimento de Deus; mesmo subjetivamente,
este contato ou revelao acontece. Esta forma de revelao no pode resolver as questes
intrnsecas do ser, por sua abstrao, ela somente supre as necessidades naturais, no podendo
trazer respostar aos anseios espirituais mais profundos. Neste conceito revelado, o homem divaga
por diversas interpretaes, em busca de respostas, acaba achando mais dvidas, e assim, surgem s
religies. Religio (do latim: religio usado na Vulgata, que significa prestar culto a uma divindade,
ligar novamente, ou simplesmente religar). Na inteno de religar-se ao divino, o homem acaba
criando muitos atalhos, que no levam a lugar algum.
FAA SUAS ANOTAES AQUI
diante desta questo to pertinente, que, Deus por
seu infinito amor, deu-nos uma revelao especial de
sua graa. Havendo Deus antigamente falado muitas
vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas,
a ns falou-nos nestes ltimos dias pelo Filho. (Hb
1:1). Examinais as Escrituras, porque vs cuidais ter
nelas a vida eterna, e so elas que de mim testificam.
(Jo 5:39).
REVELAO ESPECIAL:
A Bblia Sagrada, de Gnesis ao Apocalipse o
registro mais importante e confivel que temos de
Jesus Cristo o filho de Deus, O Deus que se fez
homem, a palavra que se fez carne, a verdade viva que desceu do cu e habitou entre ns. Morreu,
ressuscitou, foi elevado ao cu, hoje reina sobre todas as coisas e voltar. Este nvel absoluto de
revelao, s possvel pelas Sagradas Escrituras, no h outro mecanismo ou instrumento. Mesmo
a igreja, j teria se desintegrado se no as tivesse por regra de f e prtica. A tradio oral da igreja
crist, no plenamente confivel, sem a bblia, a Igreja Crist Evanglica no existiria. A Bblia
uma ferramenta, uma bssola, um GPS, um roteiro confivel. Ela no o caminho! Ela,
simplesmente, mostra o caminho que Jesus. A Igreja Crist e bblica a nica organizao espiritual
que h no mundo, e que detm o conhecimento desta verdadeira revelao especial de Deus. Por
isso a ordem : Ide e fazei discpulos, ide e pregai. Esta revelao Especial, no ser entregue por
outros, somente a Igreja capaz de faz-lo. A Igreja bblica, ora, prega, ensina, faz misses, ministra
comunho, adora em esprito e verdade, e proclama que Jesus o Deus, Senhor e salvador de todo
os homens... Como sabemos destas coisas? Atravs da Bblia, claro! No se riamos to bem
informados, se o Senhor no nos tivesse entregado essa revelao to Especial.
13
Ma teri a l extra do de: (Extrado de: Revelao Especial, s os crentes tm! do Pr. Jos Jocely Silva Arajo)
http://www.l i dera nca .org/cgi -bi n/i ndex.cgi ?a cti on=forum&boa rd=teol ogi a &op=di s pl a y&num=3657
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