A Culinária Mineira Como Signo e Patrimônio Cultural
A Culinária Mineira Como Signo e Patrimônio Cultural
A Culinária Mineira Como Signo e Patrimônio Cultural
IMATERIAL
BONOMO, JULIANA R.
1. UNIRIO. PPGMS
Av. Pasteur 296, Urca, RJ.
jbonomo@superig.com.br
RESUMO
O presente trabalho tem como principal objetivo investigar como a culinria mineira pode ser
considerada um smbolo do estado de Minas Gerais, assim como um patrimnio cultural imaterial. Para
tanto, iremos refletir acerca do alimento como um signo, para, depois, analisarmos a participao das
polticas pblicas no reconhecimento da culinria regional como um bem cultural. Em seguida,
contextualizaremos a nossa discusso com o estudo do ofcio das quitandeiras de Minas Gerais, dado
que se trata de uma atividade tradicional, cujo conhecimento passado de gerao em gerao.
Palavras-chave: culinria mineira, identidade regional, patrimnio cultural imaterial, quitandeiras.
I. INTRODUO
H, atualmente, uma tendncia crescente no Brasil e no mundo patrimonializao de
saberes e prticas culinrias. At o ano de 2013, a UNESCO reconheceu como Patrimnio
Imaterial da Humanidade a culinria mexicana, a refeio gastronmica moda francesa, a
dieta mediterrnea e o po de mel croata.
Contudo, apesar da classe poltica fazer uso desse imaginrio da cozinha tpica para dar
legitimidade s suas aes e se afirmar no cenrio nacional, enfatizamos que essa uma das
razes possveis para o crescimento dessa viso da culinria regional como um bem cultural,
pois, ao mesmo tempo, acreditamos que as culturas ligadas culinria fornecem razes (ainda
que imaginrias) aos habitantes de uma regio, inserindo-os numa dinmica em que se
percebem parte de um grupo definido. Em outras palavras, pensamos que o investimento
governamental em polticas pblicas que associam cultura e culinria tpica, por si s, no
suficiente para manter o sentimento de pertencimento dos habitantes de Minas Gerais.
Desse modo, a busca dos habitantes do estado pelas suas razes e o medo de perd-las
seriam fatores que ajudariam a sustentar esse status adquirido pela culinria mineira. E
nesse sentido que, nesse artigo, com o foco no estado de Minas Gerais, que vamos refletir
acerca do alimento como signo e patrimnio cultural, enquanto uma linguagem que traduz a
histria e os costumes de uma sociedade. Na seo seguinte, ser discutido o papel do poder
pblico no reconhecimento dos elementos da culinria tpica como bens culturais e patrimnio
imaterial, onde traamos uma trajetria histrica das aes do governo a partir dos anos 70
at os dias de hoje. Finalmente, contextualizaremos a discusso analisando o ofcio das
quitandeiras do interior de Minas Gerais que, embora, no tenha sido patrimonializado, vem
sendo declarado como tal pela classe poltica do estado.
Segundo Roberto Da Matta (1997, p. 37), existe uma diferena entre comida e alimento. Para
ele, o alimento tudo o que ingerido para manter uma pessoa viva. J a comida carrega
significados sociais e refere-se a alguma coisa que ajuda a estabelecer uma identidade,
definindo um grupo, uma classe ou uma pessoa. A comida no apenas uma substncia
alimentar mas tambm um modo, um estilo e um jeito de alimentar-se. E o jeito de comer
define no s aquilo que ingerido, como tambm aquele que o ingere.
Seguindo esse argumento, para Lody (2008, p. 12) alimentar-se um ato nutricional, comer
um ato social, pois se constitui de atitudes, ligadas aos usos, costumes, protocolos, condutas
e situaes. Portanto, a escolha daquilo que se vai comer cultural, voltada histria, ao
sentimento telrico e faz com que ingredientes e processos culinrios ocupem sentidos e
significados prprios. Enquanto um fator de identificao, o autor coloca a comida e a lngua
no mesmo patamar, ambos funcionando como um canal de comunicao. Comida e idioma
tm valores reconhecidos pelo que comunicam sobre as pessoas, seus cotidianos, suas
festas, suas caractersticas individuais, suas identidades e principalmente suas diferenas.
(p. 32)
No Brasil, temos alguns exemplos de pratos emblemticos cujo forte valor simblico
relaciona-se a identidades regionais do pas, tais como o churrasco gacho, o pato no tucupi
dos paraenses, o acaraj dos baianos, o arroz com pequi dos goianos, a carne seca e o baio
de dois dos nordestinos, o tutu de feijo, o leito pururuca, as quitandas e o po-de-queijo
dos mineiros.
Segundo Maciel (2005, p. 52), a construo dessas cozinhas regionais segue caminhos
diferentes, dadas as suas condies histricas. Portanto, deve-se entender a sua formao de
acordo com o seu processo histrico cultural, contextualizando e particularizando a sua
existncia. No entanto, a autora ressalta o fato de que a cozinha regional.
no pode ser reduzida a um inventrio, convertida em frmulas ou combinaes de elementos
cristalizados no tempo e no espao. Entendendo-se a identidade social como um processo
dinmico relacionado a um projeto coletivo que inclui uma constante reconstruo, e no como
algo dado e imutvel, pode-se afirmar que essas cozinhas agem como referenciais identitrios,
estando sujeitas a constantes transformaes (p. 53).
De acordo com Castro (2008, p. 12), esse conceito de patrimnio cultural imaterial tem um
vis antropolgico e engloba potencialmente as expresses de todos os grupos e camadas
sociais. Essa noo vem, portanto, dar uma visibilidade ao problema da incorporao de um
amplo e diverso conjunto de processos culturais nas polticas pblicas associadas cultura,
memria e identidade do pas. Desse modo, o patrimnio cultural imaterial torna-se um
instrumento de reconhecimento da diversidade cultural do Brasil e que traz consigo o tema da
incluso cultural e dos efeitos sociais dessa incluso. Castro (2008, p. 13) destaca ainda que
a noo de patrimnio imaterial permitiu destacar um conjunto de bens culturais que, at
ento, no era oficialmente includo nas polticas pblicas de patrimnio, orientadas pelo
critrio de valor artstico e histrico do bem protegido.
Trazendo toda essa discusso para o nosso tema, podemos dizer que esse olhar do poder
pblico para os chamados novos patrimnios, direcionou-se para a cozinha regional mineira,
primeiramente, no registro do modo artesanal de fazer queijo Minas como patrimnio cultural
imaterial em 2002 pelo IEPHA ( Instituto Estadual do Patrimnio Histrico e Artstico de Minas
Gerais) e, mais tarde, em 2008 pelo IPHAN. Ainda dentro no estado de Minas Gerais, os
doces de So Bartolomeu foram registrados como patrimnio imaterial do municpio de Ouro
Preto em 2008 e o modo de fazer pastel de angu foi registrado em 2010 como patrimnio
cultural imaterial do municpio de Itabirito.
Por fim, concordamos com Lody (2008, p. 152) que a melhor forma de se conservar e
transmitir memrias no exerccio, na transmisso do conhecimento, na conquista da
experincia e, no caso da culinria, na realizao das receitas. Para isso, preciso que haja
festivais de comidas tpicas promovidas nas cidades de Minas Gerais e em outros estados do
Brasil.
No plano nacional, outros dois fatos vieram contribuir para o reconhecimento de uma fala que
associa a imagem do mineiro cozinha. O primeiro deles ocorreu em 1985, no episdio
conhecido como Broa de Milho. Ziraldo Alves Pinto, na poca presidente da Funarte,
apresentou um projeto que propunha a criao de centros de estudo de culinria brasileira,
justificados pela importncia cultural do tempero e da broa de milho. Ziraldo foi nomeado pelo
ministro Jos Aparecido de Oliveira, que foi substitudo pelo tambm mineiro Alusio Pimenta,
que acabou sendo chamado pela imprensa de Ministro da Broa de Milho. (ABDALA, 2007, p.
55)
O segundo fato, mais recente, aconteceu na posse da Presidncia do pas por Itamar Franco,
mineiro de Juiz de Fora, onde foram servidos cafezinho, po-de-queijo e biscoitos, rendendo
comentrios na imprensa. A Folha de So Paulo, no dia seguinte sua posse, criou a alcunha
Repblica do Po de Queijo. (FOLHA DE SO PAULO, 3 out. 1992 apud ABDALA, 2007, p.
56)
Trazendo o tema da cozinha regional para a idia da construo de uma identidade regional,
percebemos que essa fala regionalista tende a caracterizar o mineiro como um ser
hospitaleiro, amante da mesa farta de alimentos, amigo dos doces, das quitandas e dos
queijos. Esse discurso, por sua vez, que se iniciou com os viajantes do sculo XIX, agora
reforado pela classe poltica e pela mdia.
Quando Minas Gerais convidado a se apresentar no ano que vem no evento em Madrid , ns
temos a um bilhete premiado, resultado de um trabalho conjunto do governo com o
FECOMRCIO, os chefs, os produtores, todos, enfim. Temos em mos uma oportunidade que
Aqui o governador refere-se ao Madrid Fusin, o evento gastronmico internacional mais importante do mundo.
Na edio de 2013, o estado de Minas Gerais participou do evento expondo sua culinria reinventada por trs
chefs mineiros.
rarssima e singular de apresentar uma grande riqueza do nosso estado que de fato, mostra ao
Brasil e ao mundo que ns temos grandes atrativos. Ns teremos a partir de 2013, grandes
eventos internacionais em Minas Gerais. No h dvida que a gastronomia uma ncora como
aquilo que se prende.
(...) Fizemos um levantamento, o Secretrio Agostinho me relata, uma pesquisa que foi feita no
Brasil pela EMBRATUR, o que o turista brasileiro associa primeiro ao ouvir o nome do estado de
Minas Gerais: culinria, gastronomia, a boa mesa, as delcias. Quando vamos ao Rio de Janeiro,
por exemplo, as pessoas falam, isso muito bom, que delcia, de Minas, essa frase muito
conhecida. Ento significa produto de qualidade. Portanto essa bandeira que estamos
levantando em irmandade com todos algo que nos alegra muito.
passando a ser item para projetos culturais no Estado, por meio de Lei de Incentivo.
Muitas tradies que envolvem o preparo e o consumo das quitandas persistem at hoje no
interior de Minas. A partir dessas evidncias que pensamos, nesse trabalho, em promover
uma reflexo acerca do ofcio das quitandeiras enquanto um patrimnio cultural imaterial. O
oficio das quitandeiras ainda no foi registrado como patrimnio, embora ele venha sendo
declarado como tal nos discursos dos representantes do poder pblico, em particular, no
municpio de Congonhas, onde acontece, h 13 anos, o Festival da Quitanda.
A quantidade de quitandas de cada receita incerta, pois cada quitandeira tem a sua prpria receita. Por
exemplo, a receita de biscoito de polvilho da quitandeira A pode render uma lata de alumnio cheia enquanto que a
receita da quitandeira B, pode render duas latas. Portanto, a referncia de quantidade o volume de quitandas e
no o peso ou unidades.
Outra tradio que se mantm a utilizao do fogo a lenha e o forno de barro, que podem
ser encontrados com frequncia nas casas do interior. Por causa desses fornos que emitem
uma grande quantidade de calor, observamos que, nessas casas, a cozinha o ltimo
cmodo, estando prxima ao quintal ou a um espao aberto onde fica o forno de barro.
Num contraste entre o tradicional e o moderno, vimos nas casas das quitandeiras que, sem
perder a prioridade, o fogo a lenha e o forno de barro dividem o espao da cozinha com os
fornos eltricos e industriais. Outro trao de modernidade a incorporao de novos
instrumentos de cozinha, que antes no eram utilizados pelas suas mes ou avs, como as
batedeiras e os liquidificadores. Temos a, ento, uma reconfigurao do modo de fazer que,
pautado na tradio, no ignora as facilidades advindas da tecnologia.
Quanto aos motivos para trabalharem com as quitandas, embora nos relatos das quitandeiras
que entrevistamos eles variem entre uma forma de passar o tempo e o prazer de realizar uma
atividade que gostam, notamos que o motivo principal o econmico, constituindo-se a venda
das quitandas uma renda complementar da famlia. Com isso, saberes e prticas que vm
de seus antepassados vo sendo reapropriados, tornando-se um trabalho, um meio de
ganhar a vida.
A maior parte das quitandeiras que entrevistamos so donas de casa. Muitas delas, com baixa
escolaridade, sem qualificao ou porque os maridos ou os pais no permitiram que
trabalhassem fora, escolheram vender as quitandas como uma forma de ganhar dinheiro sem
sair de casa. Essa atividade artesanal, ento, que no exige muita qualificao e que pode ser
feita na sua prpria casa, tornou-se uma soluo para gerar uma renda a mais para a famlia.
Contudo, essa soluo, de transformar um saber fazer que vem dos antepassados em
atividade econmica, parece ter funcionado bem no passado, pois, hoje em dia, a gerao
mais jovem no se interessa em trabalhar com as quitandas, conforme o relato das
entrevistadas. Outra questo que surgiu constantemente nas entrevistas, principalmente
entre as quitandeiras idosas, que suas famlias querem que elas parem de trabalhar,
embora elas queiram continuar, mesmo que seja diminuindo o ritmo do trabalho. Esses fatos
nos fizeram refletir acerca da continuidade do ofcio, dado que esse aprendizado, passado de
gerao em gerao, est se perdendo.
Algranti (1997, p. 120) ressalta que esse papel que a mulher ocupa na casa iniciou-se nos
tempos coloniais, cujas primeiras cozinheiras foram as ndias.
Se a mulher desempenhou em todas as civilizaes o papel de provedora de alimentos da
famlia e de responsvel pela organizao domstica, nos primeiros tempos da colonizao, em
virtude da falta de mulheres brancas, as ndias assumiram seu lugar, ensinando a socar o milho,
a preparar a mandioca, a tranar fibras, a fazer redes e a moldar o barro. [...] No espao de
domiclio, e no que toca aos costumes domsticos, a figura feminina ganhou destaque, embora
seja inegvel que sua importncia e influncia na colonizao no ficaram restritas esfera
domstica [...] toda a sua educao era voltada para o casamento, para as atividades que
deveriam desempenhar enquanto mes e esposas. (ALGRANTI, 1997, p. 120)
Reforado pelo papel histrico da mulher no espao da casa, em volta das quitandeiras,
formou-se, ento, um amplo imaginrio em que elas aparecem como as verdadeiras guardis
da memria familiar, detentoras de um saber que, ao mesmo tempo, traz memrias mais
amplas, regionais. Dessa forma, o produto de seu trabalho, a quitanda, transforma-se em um
bem simblico, repleto de significados da famlia e da regio.
cultura mineira. Ao representar o passado e torn-lo presente nas pessoas que o vivenciam, o
ambiente que cerca a cozinha regional, tambm cerca de monumentos essa memria.
O ambiente da cozinha e o os objetos semiforos3 que so utilizados na feitura das quitandas
transcendem a figura da quitandeira e auxiliam na reproduo do imaginrio acerca de Minas
Gerais. A casa da roa, o fogo a lenha, o forno de barro, os tachos de cobre, as gamelas,
cuias e os instrumentos empretecidos pela fuligem do fogo remetem a aspectos que
caracterizam, identificam e especificam o mineiro, tornando-se smbolo de sua identidade.
Contudo, destacamos que esses smbolos no so naturalmente dados, uma vez que so
resultado de um processo de construo histrica. Todos esses objetos, portanto, constam no
discurso acerca da identidade mineira como pertencentes aos antepassados, que so
ressignificados no presente.
Nesse sentido, sustentamos que as quitandeiras tambm so semiforos4, na medida em que
trazem consigo um passado representado e transmitido na forma de receitas. Recorrer ao
conhecimento dessas pessoas, ento, insere os habitantes de Minas num continuum. As
quitandeiras mais velhas tornam-se uma referncia desse conhecimento que remete a uma
memria coletiva do estado de Minas Gerais. esse passado, por sua vez, que se associa
identidade regional, podendo ser considerado um patrimnio cultural do estado.
V. Concluso
Nesse artigo, procuramos investigar de que forma a culinria regional pode ser considerada
um bem cultural e um patrimnio imaterial. Pensando no ato de comer como um ato social,
conclumos que a culinria tpica confere um sentimento de pertencimento para uma
determinada sociedade, uma vez que ela reflete sua histria, usos, condutas e costumes.
Com o foco no estado de Minas Gerais, vimos que o poder pblico vem elaborando polticas a
fim de promover a culinria regional como um bem cultural e que a patrimonializao dos seus
elementos seriam uma forma de dar concretude ao discurso que associa a identidade dos
mineiros com sua cozinha tpica. Notamos, no entanto, que as aes do governo por si s no
so capazes de promover um sentimento de pertencimento nos habitantes do estado.
Tomamos, aqui, o conceito de Marilena Chau, que denomina de semiforos os objetos carregados de fora
simblica, caracterizado por um trao fundamental que o faz precioso a sua singularidade. Um semiforo
fecundo porque dele no param de brotar efeitos de significao. CHAU, M. A nao como semiforo. Brasil: mito
fundador e sociedade autoritria. So Paulo: Perseu Abramo, 2000. p. 11 a 29.
4
Pensamos aqui no conceito de homens semiforos de Krysztof Pomiam (1994) que nos atenta para o fato de que,
da mesma forma que existem objetos semiforos, existem homens semiforos que carregam um significado que os
ultrapassa enquanto mediadores entre o mundo daqueles que os observam e o mundo que representam.
Dessa forma, patrimonializar seria uma tentativa de no deixar com que os bens culturais
ligados culinria se percam. Aqui, cabe pensarmos na retrica da perda que, de acordo
com Gonalves (1996), tende a inserir os bens culturais num processo histrico de
transformao que levaria, inexoravelmente, sua destruio. Assim, o papel das polticas de
patrimnio deveria ser controlar esse processo de transformao e tentar recuperar o que
estava sob ameaa de perda.
Trazendo essa discusso para o ofcio das quitandeiras de Minas Gerais, vimos que ele tende
a se perder, caso no haja um incentivo para a sua continuidade. nesse sentido que
devemos pensar nos benefcios da sua patrimonializao, alm claro, da valorizao e do
reconhecimento do trabalho das mulheres que exercem esse ofcio.
Portanto, o plano de salvaguarda que envolve os patrimnios, como prope o IPHAN, poderia
atuar na melhoria das condies sociais e materiais de reproduo do conhecimento que
possibilitaria a continuidade do ofcio. Acreditamos, com isso, que o plano de salvaguarda
poderia se inserir num projeto que promovesse a incluso social para as pessoas, com aes
como a da EMATER-MG, que investe na profissionalizao das quitandeiras, na formao de
novas profissionais e na sua insero no mercado de trabalho. Esse investimento na culinria
tpica, por sua vez, aumentaria o potencial turstico da regio, trazendo, com isso, benefcios
econmicos para as pessoas.