Figuras de Linguagem
Figuras de Linguagem
Figuras de Linguagem
Metfora
A metfora um tipo de comparao, mas sem os termos comparativos (tal como, como, so
como, tanto quanto, etc). Na metfora, a comparao entre dois elementos est implcita,
trazendo uma relao de semelhana entre eles. Exemplo:
Tempo dinheiro.
Percebemos neste exemplo a relao implcita, onde o tempo to valoroso quanto o dinheiro,
por isso ele colocado como semelhante moeda.
Comparao
A comparao consiste na aproximao entre dois objetos por meio de uma caracterstica
semelhante entre eles, dando a um as caractersticas do outro. Difere da metfora porque possui,
obrigatoriamente, termos comparativos. Em suma, uma comparao explcita. Exemplo:
Tempo como dinheiro.
Neste exemplo vemos o principal definidor de uma comparao: a palavra como traz
explicitamente a ideia de que o tempo valoroso como o dinheiro.
Metonmia
a substituio de uma palavra por outra sendo que, entre ambas, h uma proximidade de
sentidos, uma relao de implicao. Exemplos:
Anttese
A anttese consiste no uso de palavras, expresses ou ideias que se opem. Exemplo:
Soneto da Separao
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mos espalmadas fez-se o espanto
Vincius de Moraes
Neste soneto vemos claramente a anttese por trs da temtica da separao amorosa: o que
antes era riso trouxe lgrimas com a separao; as bocas unidas pelo beijo no amor se separam
como a espuma que se espalha e se dissolve. A oposio de sentimentos e atos forma claramente
a anttese.
Paradoxo
Paradoxo a presena de elementos que se anulam numa frase, trazendo tona uma situao
que foge da lgica. Exemplo:
Amor fogo que arde sem se ver;
ferida que di e no se sente;
um contentamento descontente;
dor que desatina sem doer;
Lus de Cames
A situao do paradoxo aqui clara: os elementos marcados se anulam, trazendo uma srie de
questionamentos. Como pode uma ferida, algo que causa dor fsica, no ser sentida? Como o
contentamento, que causa felicidade, pode ser descontente? Como a dor pode no doer? Vemos
claramente a fuga da lgica.
Hiprbole
Esta figura de linguagem consiste no emprego de palavras que expressam uma ideia de exagero
de forma intencional. Exemplo:
Ela chorou rios de lgrimas.
Chorar rios remete a um choro contnuo, exagerado e o termo rios vem para enfatizar a ideia de
que foi um choro intenso.
Eufemismo
O eufemismo ocorre quando utilizamos palavras ou expresses que atenuam e substituem outras
que produzem um efeito desagradvel e chocante. Exemplos:
Ironia
a expresso de ideias com significado oposto ao que se realmente pensa ou acredita. Exemplo:
Moa linda, bem tratada,
Trs sculos de famlia,
Burra como uma porta:
Um amor!
Mrio de Andrade
O trecho o exemplo claro de ironia: a moa descrita como, bonita e bem tratada, tradicional,
conservadora ( de famlia) e burra. O destaque em "um amor", apoiando-se na descrio da
moa, mostra que ela, ao contrrio de ser esse "amor de pessoa", , na verdade, algum sem
atrativos, sem graa.
Elipse
Temos elipse quando, em um texto, alguns elementos so omitidos sem ocasionar a perda de
sentido, uma vez que as palavras omitidas ficam subentendidas atravs do contexto. Exemplos:
Zeugma
parecido com a elipse, no entanto, s podemos identificar desta forma esta figura de linguagem
quando h omisso de algo que j foi expresso no texto. Sabemos que o termo foi omitido porque
j foi apresentado. Exemplo:
Cano do Exlio
Nosso cu tem mais estrelas
Nossas vrzeas tem mais flores
Nossos bosques tem mais vida
Nossa vida mais amores
Gonalves Dias
Neste trecho vemos a omisso da palavra tem no ltimo trecho. No foi necessrio o emprego
dessa palavra para entender que a vida tem mais amores, pois j houve repetio da palavra nos
outros versos.
Pleonasmo
Repetio de uma ideia por meio de outras palavras. utilizado como forma de nfase e, alm de
ser figura de linguagem, classificada como vcio. A diferena entre a figura de linguagem e o
vcio de linguagem simples: para ser figura de linguagem, o pleonasmo vem de forma
intencional, para dar mais expressividade no texto, enquanto no vcio vem como uma repetio
no intencional e desnecessria. Exemplo:
Quando hoje acordei, ainda fazia escuro
(Embora a manh j estivesse avanada).
Chovia.
Chovia uma triste chuva de resignao
Como contraste e consolo ao calor tempestuoso da noite.
Manuel Bandeira
A repetio proposital de Manuel Bandeira ao dizer que "chovia uma chuva" intensifica a ideia de
que estava chovendo.
Polissndeto
Consiste na repetio de conjunes para garantir um texto mais expressivo. Exemplo:
O olhar para trs
E
E
E
E
Vincius de Moraes
A conjuno e vem para caracterizar o polissndeto, trazendo aes e sensaes que ocorrem de
forma contnua e rpida.
Assndeto
O assndeto ocorre quando h omisso das conjunes. Exemplo:
Morte no avio
Acordo para a morte.
Barbeio-me, visto-me, calo-me.
Carlos Drummond de Andrade
A conjuno geralmente substituda por vrgula, como no exemplo.
Onomatopeia
Temos onomatopeia quando h o uso de palavras que reproduzem os sons de seres vivos e
objetos. mais comum em histria em quadrinhos.
Anfora
Consiste na repetio de palavras ou expresses com o objetivo de enfatizar uma ideia. Exemplo:
Elegia Desesperada
Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres
Que ningum mais merece tanto amor e amizade
Que ningum mais deseja tanto poesia e sinceridade
Que ningum mais precisa tanto de alegria e serenidade
Vincius de Moraes
Sinestesia
A sinestesia traz textos que expressam as sensaes humanas, com o cruzamento de palavras
referentes aos cinco sentidos. Exemplo:
Recordao
Agora, o cheiro spero das flores
leva-me os olhos por dentro de suas ptalas
Ceclia Meireles
Aqui, vamos uma caracterstica do olfato (cheiro) misturada com outra do tato (spero).
Gradao
Nesta figura as ideias aparecem de forma crescente ou decrescente dentro de um texto. Exemplo:
Meia noite em ponto em Xangai
A mulher foi-se encolhendo, agarrada aos braos da poltrona. Cravou o
olhar esgazeado no retngulo negro do cu. Encolheu-se mais ainda, cruzando os
braos. Limpou as mos pegajosas no brocado da bata. Susteve a respirao.
Lygia Fagundes Telles
Aqui a gradao crescente vem trazendo uma ideia da sensao do medo que vai aumentando.
Aliterao
Consiste na repetio de consoantes em uma sequncia de palavras, trazendo um texto com um
efeito sonoro. Confira um exemplo no trecho da msica Chove Chuva de Jorge Ben Jor:
Chove, chuva, chove sem parar
Neste caso, o ch repetido vem para dar a sonoridade da chuva, alm de dar ritmo msica de
Jorge Ben Jor.
Eufemismo
anacoluto
prosopopia
pleonasmo
"Oh! eu quero viver, beber perfumes, Na flor silvestre, que embalsama os ares."
(Mackenzie)
I.
II.
III.
metfora
hiprbole
hiprbato
anfora
anttese
(UNIFEI)
Eram cinco horas da manh e o cortio acordava, abrindo, no os olhos
(Alusio Azevedo, O Cortio)
A figura de linguagem que se explecita em "o cortio acordava" conhecida como
onomatopia.
metonmia.
comparao.
gradao.
personificao.