FACULDADE NOVO MILNIO

ENGENHARIA DE PETRLEO E GS

DOUGLAS JOS DE ALMEIDA LIRA

ESYED DE OLIVEIRA BRAGANA
JADH BARBOSA LAUREANO
JOO CARLOS DA SILVA GOMES
MATHEUS CAETANO

COMPLETAO INTELIGENTE

VILA VELHA
2015/1

DOUGLAS JOS DE ALMEIDA LIRA

ESYED DE OLIVEIRA BRAGANA
JADH BARBOSA LAUREANO
JOO CARLOS DA SILVA GOMES
MATHEUS CAETANO

COMPLETAO INTELIGENTE

Trabalho Acadmico sobre Completao

Inteligente, apresentado professora
Paula Almeida, M. Sc; da disciplina
Perfurao e Completao.

VILA VELHA
2015/1

LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Tipos de Plataforma ............................................................................ 9
Figura 2: rvore de Natal Molhada (ANM) ....................................................... 10
Figura 3: rvore de Natal Seca (ANS) ............................................................. 10
Figura 4: Poo Aberto, Liner Rasgado e Revestimento Canhoneado .............. 11
Figura 5: Zonas Explotadas: (a) Simples, (b) Seletiva, (c) Dupla ..................... 12
Figura 6: Condicionamento do Poo ................................................................ 15
Figura 7: Falha em cimentao de um poo .................................................... 15
Figura 8: Decodificador digital .......................................................................... 19
Figura 9: Vlvula Accu-Pulse ........................................................................... 19
Figura 10: Sensor PDG da WellDynamics ....................................................... 20
Figura 11: Modelo de Packer da Halliburton. ................................................... 21
Figura 12: Flatpacks da WellDynamics ............................................................ 22
Figura 13: Clamps em Flatpacks ...................................................................... 22
Figura 14: Hydraulic Disconnect Tool da Hulliburton........................................ 23
Figura 15: Conectores em Tubing Hangers...................................................... 24
Figura 16: Esquema de conectores uma ANM. ............................................. 24
Figura 17: Funcionamento de uma Fibra ptica em sensor ............................ 25
Figura 18: Completao Inteligente no poo 8-RO-35D-RJS ........................... 26
Figura 19: Completao Inteligente no campo Sleipner, Poo A, Statoil ......... 27
Figura 20: Coluna de Produo com Completao Inteligente ........................ 28

SUMRIO
1 - OBJETIVOS .......................................................................................................................... 5
2 - JUSTIFICATIVAS................................................................................................................. 6
3 - INTRODUO ...................................................................................................................... 7
4 - COMPLETAO EM POO PETROLFERO ................................................................ 8
5 - TIPOS DE COMPLETAO .............................................................................................. 9
1.

Quanto ao Posicionamento da Cabea de Poo ................................................. 9

2.

Quanto ao Revestimento de Produo................................................................. 11

3.

Quanto ao Nmero de Zonas Explotadas ............................................................ 12

6 - ETAPAS DA COMPLETAO DE POOS ................................................................. 14

1.

Instalao dos Equipamentos de Superfcie ...................................................... 14

2.

Condicionamento do Poo ...................................................................................... 14

3.

Avaliao da Qualidade da Cimentao............................................................... 15

4.

Canhoneio .................................................................................................................... 16

5.

Instalao da Coluna de Produo........................................................................ 16

6.

Colocao do Poo em Produo ......................................................................... 16

7 - COMPLETAO INTELIGENTE .................................................................................... 17

8 - COMPONENTES DA COMPLETAO INTELIGENTE ............................................. 19
1.

Vlvulas de Acionamento Remoto ou Inteligentes ........................................... 19

2.

Sensores de Presso e Temperatura .................................................................... 20

3.

Sensores Medidores de Vazo ............................................................................... 21

4.

Packers de Completao Inteligente..................................................................... 21

5.

Cabos e Flatpacks ...................................................................................................... 21

6.

Clamps .......................................................................................................................... 22

7.

Splice Sub .................................................................................................................... 22

8.

Ferramenta de Desconexo Hidrulica ................................................................ 23

9.

Conectores e Tubing Hanger .................................................................................. 23

10.

Equipamentos de Controle de Superfcie ........................................................ 24

11.

Fibra ptica ............................................................................................................. 25

9 - COLUNAS COM COMPLETAO INTELIGENTE ..................................................... 26

10 - RISCOS E CUSTOS ADICIONAIS ............................................................................... 29
10 - CONCLUSO ................................................................................................................... 30
11 - REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................................................. 31

1 - OBJETIVOS
O Objetivo geral deste trabalho mostrar como funciona a completao num
poo de petrleo, de forma que o poo possa produzir de forma eficiente, eficaz
e segura. Teremos como principais objetivos:

Mostrar as etapas de uma completao poo, detalhando cada um deles.

Detalhar os equipamentos utilizados em completao inteligente.

Enfatizar a importncia da completao do poo petrolfero, que visa um
maior lucro.

Listar os benefcios do uso adequado dos equipamentos.

Relatar sobre os riscos de uma m completao.

Apresentar a viso do grupo quanto a completao inteligente, a fim de
despertar no leitor um interesse maior por esse tema to importante.

2 - JUSTIFICATIVAS
indiscutvel que o mercado do petrleo muito vantajoso, porm para que
isso se torne realidade, preciso realizar amplos estudos sobre o poo
petrolfero para saber quais equipamentos sero utilizados, como sero
utilizados e em que momento. Aps a perfurao do poo, preciso deixa-lo
apto a produzir, assim uma srie de operaes so realizadas. Estas
operaes visam aumentar a produo e, consequentemente, maior lucro.
A complexidade das operaes, o aumento de lminas dgua, o tempo gasto
nos trabalhos, entre diversos outros fatores, acabaram por incentivar o
desenvolvimento de novas tecnologias capazes de monitorar e controlar o poo
em tempo real, otimizando o tempo, aumentando a produo e gerando
maiores lucros. Para isso, novos equipamentos surgiram no mercado, com
caractersticas diferentes e capazes fazer este ramos ficar mais lucrativo.
Com base nestas inovaes, o grupo pretende mostrar aos leitores a
importncia da completao e o monitoramento e controle em tempo real num
poo.

3 - INTRODUO
O petrleo um dos recursos naturais no renovveis mais empregados
atualmente, sendo utilizado como fonte de energia, como combustvel para
automveis, navios e avies, alm de ser a matria prima mais verstil
conhecida hoje pelo homem, servindo de substrato para a produo de asfalto,
polmeros diversos, roupas, cosmticos e at remdios. Ele tem uma ampla
aplicao no mundo atual, o que o torna um dos recursos naturais mais
valiosos atualmente.
No passar dos anos, os mtodos utilizados na explorao e produo de
petrleo foram aperfeioados de tal forma a obter um maior aproveitamento e
reduo de custos envolvidos nos processos operacionais (THOMAS, 2001).
Com os avanos tecnolgicos, tornou-se possvel aumentar a vida produtiva
dos poos petrolferos, garantindo uma maior eficcia em sua operao,
resultando em maiores lucros para as empresas operadoras.
Um dos principais avanos na rea petrolfera foi a completao de poos, que
so as operaes destinadas a equipar o poo para produzir leo ou gs, alm
de injetar fludos nos volumes porosos das rochas reservatrios. Amplos
estudos tornaram a completao mais eficaz e com instrumentao especfica,
passando ento, a receber o nome de completao inteligente.
Os estudos realizados tero reflexo em toda a vida produtiva do poo
petrolfero, permitindo uma explorao segura e economicamente vivel.

4 - COMPLETAO EM POO PETROLFERO

Completada a fase de perfurao do poo, preciso prepara-lo para o deixar
em perfeitas condies de produo de petrleo ou gs, ou ainda para injeo
de fludos nos reservatrios. Ao conjunto de operaes destinadas a equipar o
poo para esta produo denomina-se completao (THOMAS, et. al, Cap 6, p.
137).
A Completao visa manter o poo em condies de operar de forma segura e
econmica durante toda sua vida produtiva, buscando uma otimizao da
vazo de produo, ou de injeo, evitando assim futuras intervenes para a
manuteno do poo, que so denominadas de workover. Para que isso
ocorra, deve ser feito um amplo planejamento criterioso das operaes, alm
de um cuidadosa anlise econmica.
H bastante tempo, viu-se a necessidade de completar poos, instalando
vlvulas de segurana na subsuperfcie, ou formao, e acionando-as na
superfcie atravs de comandos hidrulicos. Alm disso, foram desenvolvidos
sensores de presso e temperatura, que so ligados na superfcie atravs de
cabos eltricos, para que o operador tenha cincia do que ocorre no poo. A
cada dia a tecnologia foi avanando e ficando evidente que poderia gerar um
maior lucro de forma segura e eficaz se a completao fosse feita com
monitoramento e controle em tempo real do poo.

5 - TIPOS DE COMPLETAO
Thomas (2001) classificou a completao de um poo em trs principais
formas:

1. Quanto ao Posicionamento da Cabea de Poo

possvel extrair petrleo em reas terrestres (on shore) ou martimas (off
shore). Quando se trata de reas martimas, a produo mais custosa e
trabalhosa, devido a diversos fatores, como a lmina dgua que pode ser rasa,
profunda ou ultra profunda. Quando a produo on shore, a cabea de poo
fica na superfcie. Na produo off shore, tambm possvel colocar a cabea
de poo na superfcie, porm apenas quando a lmina dgua for mais rasa
(aproximadamente at 300m). Para produo em guas mais profundas fica
invivel trazer a cabea de poo para a superfcie, dessa forma ela instalada
no fundo do mar. Junto da cabea de poo instalada uma rvore de Natal
para controlar e permitir a produo dos fludos. Quando a cabea de poo
est na superfcie, utiliza-se a rvore de Natal Seca (ANS), quando est no
fundo do mar, utiliza-se a rvore de Natal Molhada (ANM).

a. Tipos de Plataformas
Em produes martimas, a escolha do tipo de plataforma a ser usada depende
da lmina dgua, condies do mar, relevo do fundo do mar, finalidade do
poo, disponibilidade do apoio logstico, e, principalmente, relao custo
benefcio. A Figura 1 ilustra as principais plataformas martimas.

9
Figura 1: Tipos de Plataforma
Fonte: Livro Petrleo em guas Profundas. 2013, p. 417.

b. rvore de Natal
A rvore de Natal um equipamento composto por diversas vlvulas que
controlam a produo do poo. Alm disso, permite a realizao de operaes
necessrias vida produtiva do poo. Elas so classificadas em rvore de
Natal Seca (ANS), quando esto na superfcie, conforme Figura 3, ou rvore
de Natal Molhada (ANM), demonstrado na Figura 2, quando esto acopladas
cabea de poo no fundo do mar. So conectadas a um manifold (recebe a
produo de vrios poos) ou a uma plataforma atravs dos dutos submarinos.

Figura 3: rvore de Natal Seca (ANS)

Fonte: Aula do M. Sc. Luiz Otvio Castro, Cet-Faesa, 2013.

Figura 2: rvore de Natal Molhada (ANM)

Fonte: Aula do M. Sc. Luiz Otvio Castro, Cet-Faesa, 2013.

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2. Quanto ao Revestimento de Produo

Aps perfurar o poo e atingir o objetivo principal, a completao pode ser por
trs formas: poo aberto, liner canhoneado ou rasgado e com revestimento
canhoneado (THOMAS, et. al, Cap 6, p. 138) (Figura 4).

Figura 4: Poo Aberto, Liner Rasgado e Revestimento Canhoneado

Fonte: Fundamentos de Engenharia de Petrleo. Thomas, 2001.

a. Poo Aberto (a)

Ao atingir o topo da zona produtora, descida uma tubulao de revestimento
e cimentada no espao anular, depois continua a perfurao at a
profundidade final. As principais vantagens deste tipo de completao a
maior rea aberta para o fluxo e a reduo dos custos com revestimento e
canhoneio. Ela recomendada para reservatrios naturalmente fraturados. Em
contrapartida, as principais desvantagens so a falta de seleo dos fludos,
isso impede futuras correes quando h produo de fludos indesejveis, por
exemplo, gua ou gs em poos de leo.

b. Poo com Liner Rasgado ou Canhoneado (b)

O liner a ltima tubulao descida no poo e colocada na zona de produo
para minimizar a entrada de areia na coluna de produo. Ele pode ser descido
previamente rasgado, ou pode ser cimentado e canhoneado posteriormente
nas zonas de interesse. Tem praticamente as mesmas caractersticas que o
poo aberto, logo, suas vantagens so a maior rea aberta ao fluxo e a
11

reduo dos custos, alm de sustentar as paredes de poo da zona de

produo. Sua desvantagem fica por conta da falta de seletividade e pelo custo
adicional do liner. Sua principal utilizao em poos horizontais.

c. Poo com Revestimento Canhoneado (c)

O principal tipo de completao utilizado atualmente. O poo perfurado at o
fim, depois desce um tubo de revestimento, cimenta o espao anular, e aps
estas etapas, canhoneia o revestimento, atingindo o reservatrio e conectandoo com o poo. Este tipo de completao muito importante, pois pode
canhonear apenas as reas de interesse, tendo uma maior seletividade dos
fludos. Para futuras operaes de restaurao e estimulao, este tipo muito
mais fcil e prtico. A sua desvantagem o custo adicional do revestimento e
do canhoneio e um possvel dano formao, causado pela cimentao ou
canhoneio.

3. Quanto ao Nmero de Zonas Explotadas

As completaes ainda podem ser classificadas em Simples e Mltiplas (ou
seletivas), conforme Figura 5.

Figura 5: Zonas Explotadas: (a) Simples, (b) Seletiva, (c) Dupla

Fonte: Fundamentos de Engenharia de Petrleo. Thomas, 2001.

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a. Simples (a)
Consiste de uma nica tubulao de produo, que acompanhada de outros
equipamentos chamada de coluna de produo, neste tipo a produo
independente e controlada atravs de uma nica zona de interesse.

b. Mltipla (b) (c)

Nesta completao possvel produzir em mais de uma zona (reservatrio)
atravs de uma ou mais colunas de produo em um mesmo poo. A Figura 5
(b) detalha a completao seletiva, onde existe apenas uma coluna de
produo equipada de forma a permitir a produo de duas zonas em conjunto
ou alternadamente. J a Figura 5 (c) detalha a completao dupla, onde existe
a produo simultnea de duas zonas de modo independente, atravs de duas
colunas de produo dentro do mesmo poo.

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6 - ETAPAS DA COMPLETAO DE POOS

A completao composta por diversas etapas e componentes essenciais para
a vida produtiva do poo. Dentre essas etapas existem diversos equipamentos
necessrios para este processo, alguns j falados neste trabalho e outros a
conhecer, dentre os principais: cabea de poo, revestimentos de produo,
colunas de produo, packer, vlvulas, dutos, rvore de natal, transmissores,
fibra tica e uma infinidade de equipamentos que tem funes distintas e
importantes para estes processos. A completao dividida na completao da
formao (completao inferior), completao de isolamento e completao
superior. Em uma completao tpica, seguido as etapas abaixo para a
completao.

1. Instalao dos Equipamentos de Superfcie

O poo est perfurado e com fluido de perfurao e como ainda no h
produo, instala-se a cabea de produo, a base adaptadora de produo e
o Blow Out Preventer (BOP), pois necessrio total segurana para acessar o
interior do poo com os demais equipamentos.

2. Condicionamento do Poo
Aps a instalao dos equipamentos de superfcie descida uma coluna com
uma broca e um raspador para deixar o poo em perfeitas condies de
receber os demais equipamentos, conforme Figura 6. A broca corta os restos
de cimento e tampes mecnicos, e o raspador literalmente raspa o
revestimento da parede de produo retirando os restos do processo anterior.
Aps esta etapa o fludo de perfurao trocado pelo fludo de completao,
que um fludo mais leve, porm precisa ter uma densidade que fornea uma
presso hidrosttica um pouco maior que a presso da formao, impedindo o
fluxo de fludos do reservatrio.

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Figura 6: Condicionamento do Poo

Fonte: Fundamentos de Engenharia de Petrleo. Thomas, 2001.

3. Avaliao da Qualidade da Cimentao

A cimentao responsvel por vedar o poo, impedindo que os fludos
escapem por fora dele. Alm disso, ela d um amplo suporte mecnico ao
poo. Uma possvel falha na cimentao poder causar grandes prejuzos
produo, como produo de fludos indesejveis, testes de avaliao das
formaes incorretos, prejuzos no reservatrio e nas operaes de
estimulao, chegando a um possvel abandono de poo. A cimentao tem de
estar perfeita, para isso passado um perfil acstico para medir a aderncia do
cimento ao revestimento e do cimento formao (THOMAS, et. al, Cap 6, p.
142), identificando assim, possveis falhas, como ilustrado na Figura 7.

Figura 7: Falha em cimentao de um poo

Fonte: Fundamentos de Engenharia de Petrleo. Thomas, 2001.

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4. Canhoneio
O canhoneio o processo que conecta o poo formao. Para tal, so
descidos canhes que disparam tiros e perfuram o revestimento, atingindo a
formao. Esta etapa extremamente importante, pois dependendo da forma
como canhoneado o poo, afetar a produo dos fludos, gerando mais
lucros ou no.

5. Instalao da Coluna de Produo

Esta etapa j demonstrada que o poo est quase atingindo a fase de
produo. A coluna de produo constituda basicamente por tubos
metlicos, e neles so conectados vrios outros equipamentos que ajudaro na
produo de fludos. Sua principal finalidade conduzir os fludos superfcie,
permitir a instalao de equipamentos para elevaes artificiais, possibilitar a
circulao de fluidos para o amortecimento do poo em intervenes futuras.

6. Colocao do Poo em Produo

Depois de cumpridas todas as etapas anteriores, finalmente o poo est pronto
para produzir. Ento retirado o BOP e colocado em seu lugar a rvore de
Natal, que controlar a produo do poo. Existem diversas formas de induzir a
surgncia de fludos na superfcie. Entre elas, destacam-se a injeo de gs lift
controlado por vlvulas (vlvulas de gs lift), que passa por fora da coluna e
depois entra na coluna de produo, diminuindo sua presso hidrosttica.
Outra forma utilizando a injeo de gs lift atravs de tubos flexveis que
descido pelo interior da coluna de produo. H ainda a troca do fluido por
outro com menor densidade. Existe a possibilidade de ir retirando o fluido do
interior do poo gradativamente atravs de um pisto, esta operao
conhecida como pistoneio.

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7 - COMPLETAO INTELIGENTE
O aumento da complexidade, importncia, dificuldade, custos de investimento e
manuteno, alm das incertezas do reservatrio tm gerado uma necessidade
de investimento em estudos para buscar uma completao com maiores
recursos. Estas completaes devem monitorar o fluxo do fluido nos meios
porosos e na linha de produo, podendo alter-los remotamente, sem a
necessidade de descer uma sonda, arame, ou outros equipamentos. Este tipo
de completao possibilita uma atualizao e acompanhamento em tempo real
dos eventos que acontecem no reservatrio e na linha de produo, permitindo
aos engenheiros um entendimento dos fenmenos que acontecem no poo.
Alm do acompanhamento, estas completaes permitem o controle do poo,
para fechar total ou parcialmente as zonas de produo. As indstrias
passaram a chamar este conjunto de completao inteligente.
A cada dia a tecnologia voltada para esta rea aumenta mais. Davies, J, et. al
(2004) disse que para que a completao se torne inteligente preciso o
desenvolvimento de sensores inteligentes, capazes de se comunicar entre si e
com a central na superfcie. Atualmente essas comunicaes podem ser feitas
atravs de tecnologias wireless (sem fio), acsticas, eletromagnticas ou
ssmicas. Estudos so realizados para tornar a tecnologia wireless mais
vantajosa, por exemplo, usando a coluna de revestimento como um cabo
coaxial ou criando protocolos padres para que os prprios dispositivos tomem
decises simples automaticamente.
A completao inteligente pode ser vista com um grande sistema. Ela se
relaciona com os equipamentos de superfcie, rochas, reservatrios e fludos.
Possui vrios

subsistemas,

tais

como sensores,

vlvulas,

linhas de

comunicao ou de controle, rvores de natal, cabea de poo, umbilicais,

alm de diversas interfaces. Por ser um sistema muito complexo, alm de estar
num ambiente que pode degenerar os equipamentos, a completao inteligente
precisa ser composta de equipamentos de altssima qualidade e precisa contar
com redundncias, como backups de comandos, sensores, linhas, etc.
As informaes obtidas atravs da completao inteligente so diversas, tais
como

presso,

temperatura,

pH,

viscosidade,

vazo,

possveis

erros
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mecnicos, eltricos ou hidrulicos, problemas com a formao ou coluna de

produo. Com todas estas informaes os responsveis podem estimar com
maior preciso o que acontece no reservatrio e qual ao deve ser tomada
para otimizar a produo. Entre 2000 e 2004, a Shell analisou 80 poos e listou
uma srie de benefcios da completao inteligente, destacando-se os
seguintes:

tima

sequncia

de

produo

(ganhando

tempo

evitando

manobras), produo simultnea e controlada de vrias zonas (poo Fourier-3

em Na-Kika), produo em poo horizontal longo com vrias zonas (existe um
poo no campo de Iron Duke que atravessa 5 zonas), alto ganho em poos
produtores ou injetores de gs ou gua (as incertezas de reservatrio faziam
com que as intervenes se tornassem extremamente caras), monitorao do
fluxo, melhor aproveitamento em poos multilaterais, controle de injeo de
gua em poo fraturados, produtores alternantes (a Shell controla um poo no
Mar do Norte que produz leo, mas no inverno abre-se uma vlvula
remotamente de uma zona de capa de gs e aumenta a produo de gs),
teste de produo em subsuperfcie, abandono inteligente, uso de gas lift de
uma zona para elevar a produo de leo em outra zona atravs de comandos
eltricos, otimiza o consumo de energia, auxilia no projeto de novos poos,
ajuda a compreender melhor os reservatrios, evita novas intervenes
(alterando remotamente as configuraes), e com todas essas benfeitorias,
aumenta o lucro e consequentemente o valor do ativo.

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8 - COMPONENTES DA COMPLETAO INTELIGENTE

Como relatado anteriormente, os equipamentos principais de uma completao
inteligente so as vlvulas e sensores de subsuperfcie, acoplados a outros
equipamentos, que recebem ou enviam as informaes e comando
remotamente. Dentre os principais produtos, destacam-se:

1. Vlvulas de Acionamento Remoto ou Inteligentes

As vlvulas podem receber comandos eltricos ou hidrulicos. No sistema
hidrulico, o fluido acionado e permite o fechamento ou abertura de forma
parcial ou total. J no sistema eltrico, um motor eltrico aciona um parafuso
sem fim que desloca a camisa de vlvula infinitesimalmente (RODRIGUES, et.
al, 2005). A Welldynamics, empresa especializada em completao inteligente,
possui vrios sistemas de acionamento das vlvulas: direct hydraulics, AccuPulse e digital hydraulics. No sistema hidrulico direto uma linha de controle
acessa o lado do fechamento da vlvula e outra acessa o lado da abertura. No
sistema Accu-Pulse, instalado um dispositivo na subsuperfcie que acumula
um volume fluido, envia-se um comando da superfcie que aciona o comando
ao fluido e movimenta a vlvula em at 12 posies. No sistema digital um
decodificador hidrulico digital na superfcie se comunica com cada vlvula da
coluna de produo, aplicado uma presso de bombeio no fludo que
acionar a vlvula na subsuperfcie. A Figura 9 demonstra uma vlvula AccuPulse e a Figura 8, um decodificador digital hidrulico.

Figura 9: Vlvula Accu-Pulse

Fonte: http://www.halliburton.com/en-US/ps/well-dynamics/wellcompletions/intelligent-completions/downhole-control-systems/accupulse.page

Figura 8: Decodificador digital

Fonte: http://www.halliburton.com/en-US

19

Existem ainda os sistemas hidrulicos-eltricos, que enviam o comando

atravs de um computador, que segue por um cabo eltrico at um mdulo
eletrnico, ele processa o sinal e envia o comando para as vlvulas atravs de
fluidos, este mdulo tambm envia informaes do poo para a superfcie.
Atualmente, os sistemas hidrulicos so os mais econmicos e confiveis.

2. Sensores de Presso e Temperatura

O registro contnuo de presso e temperatura em subsuperfcie conhecido
como PDG (Permanent Dowhole Gauges). A tecnologia usada para a
fabricao de sensores PDG baseada em cristal de quartzo, que tem alta
resoluo. Eles so especificados em tipo de sensor, protocolo de telemetria,
taxa de amostragem de registros, faixa de presso registrvel, limites de
presso e temperatura, faixa de presso de calibrao, estabilidade de presso
em longo prazo, resoluo, preciso, tolerncia a vibrao, tolerncia a
choques, sensibilidade e acelerao (RODRIGUES, et. al, 2005). A Figura 10
ilustra um sensor PDG da WellDynamics.

Figura 10: Sensor PDG da WellDynamics

Fonte: http://www.halliburton.com/en-US/search/default.page?k=pdg

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3. Sensores Medidores de Vazo

So sensores simples do tipo Venturi e medem a vazo do lquido ao passar
por um orifcio insertvel. Junto dele vem acoplado dois sensores PDG: um
montante e outro no estrangulamento.

4. Packers de Completao Inteligente

Os packer inteligentes contem orifcios de passagem onde so instalados
conectores, abaixo e acima, para as linhas de controle. Tem como principais
caractersticas a possibilidade de assentamento atravs das linhas de controle,
no permite a movimentao de componentes durante o assentamento,
controla o fluido de zonas diferentes, etc. So essenciais no controle da
produo e geralmente so muito caros. A Figura 11 mostra um packer da
Halliburton.

Figura 11: Modelo de Packer da Halliburton.

Fonte: Halliburton.

5. Cabos e Flatpacks
O flatpack um umbilical chato com linhas encapsuladas e proteo mecnica,
que prov a comunicao entre os dispositivos de subsuperfcie e as fontes de
comando e fora motriz na superfcie. Geralmente os modelos contm uma
linha hidrulica e um par de fios eltricos. Para evitar entupimentos nas linhas
deve-se monitor-los constantemente. A Figura 12 mostra exemplos de
flatpacks.

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Figura 12: Flatpacks da WellDynamics

Fonte: http://www.halliburton.com/en-US

6. Clamps
Os clamps servem para segurar os flatpacks na sua descida ou retirada. So
importantes para a completao inteligente, pois evitam danos durante as
operaes. A Figura 13 mostra um clamps segurando um flatpack a um tubo.

Figura 13: Clamps em Flatpacks

Fonte: Apostila de Completao. RODRIGUES, Valdo F, 2005.

7. Splice Sub
um conector usado acima de componentes chave, como packer e vlvulas.
Ele facilita a conexo das linhas de controle (cabos) no packer ou vlvula, por
exemplo, quando se quiser aumentar o flatpack, usa-se um splice sub para
fazer esta conexo.

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8. Ferramenta de Desconexo Hidrulica

Esta ferramenta permite a retirada da parte superior da coluna de produo,
acima do desconector hidrulico, e posterior reconexo sem que haja uma
interveno destrutiva ou mecnica. A Figura 14 detalha o modelo de
desconexo hidrulica da Hulliburton.

Figura 14: Hydraulic Disconnect Tool da Hulliburton.

Fonte: http://www.halliburton.com/en-US/ps/well-dynamics/well-completions/intelligent-completions/system-accessories/smartwellhydraulic-disconnect-tool.page

9. Conectores e Tubing Hanger

Os conectores eltricos e hidrulicos e as penetraes atravs de packers,
tubing hangers, ANM e interfaces montante so aspectos crticos de uma
completao inteligente (RODRIGUES, et. al, 2005). O suspensor de coluna de
produo deve possuir orifcios para a passagem das linhas hidrulicas e
eltricas necessrias ao sensoriamento de subsuperfcie e ao acionamento de
vlvulas para acionamento remoto. A Figura 16 mostra o esquema de
conectores em uma ANM, j a Figura 15 ilustra os conectores ao Tubing
Hanger.

23

Figura 16: Esquema de conectores uma ANM.

Fonte: E&P-SERV/US-SUB/ EQSB

Figura 15: Conectores em Tubing Hangers

Fonte: Apostila de Completao. RODRIGUES, Valdo F, 2005.

10. Equipamentos de Controle de Superfcie

Na superfcie, existem diversos equipamentos que auxiliam no recebimento de
dados e controle das informaes, entre eles, os manifolds, unidades de
potncia hidrulica e linhas hidrulicas so obrigatrios em sistemas
hidrulicos. Eles so controlados a partir de uma sala de controle.

24

11. Fibra ptica

A tecnologia da fibra ptica uma tcnica que consiste no envio de um pulso
de luz da superfcie e o registro da luz que retorna. uma tecnologia de grande
preciso e amplamente usada em novas completaes inteligentes. Ela pode
medir presso e temperatura, assim como a vazo do fluido e a comunicao
com os umbilicais. A Petrobras foi pioneira nesta tecnologia. A Figura 17
detalha como funciona a fibra ptica em sensores.

Figura 17: Funcionamento de uma Fibra ptica em sensor

Fonte: Apostila de Completao. RODRIGUES, Valdo F, 2005.

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9 - COLUNAS COM COMPLETAO INTELIGENTE

As ilustraes abaixo detalham colunas de produo com completao
inteligente e seus respectivos componentes.

Figura 18: Completao Inteligente no poo 8-RO-35D-RJS

Fonte: Apostila de Completao. RODRIGUES, Valdo F, 2005.

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Figura 19: Completao Inteligente no campo Sleipner, Poo A, Statoil

Fonte: SPE 64280, 2000.

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Figura 20: Coluna de Produo com Completao Inteligente

Fonte: Apostila de Completao. RODRIGUES, Valdo F, 2005.

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10 - RISCOS E CUSTOS ADICIONAIS

O uso de completao inteligente em um poo envolve muitos custos, e quanto
maior for a lmina dgua (em casos de poos off shore), maior ser a
complexidade, e consequentemente, os riscos e custos adicionais.
Os riscos de falhas durante a operao esto ligados a uma correta instalao
dos equipamentos. A eficincia e performance destes equipamentos dependem
de conectores e fluidos adequados. Os materiais preciso ser trocados
periodicamente para evitar o desgaste ou a corroso. certo que quanto mais
equipamentos para o controle em tempo real da produo, melhor ser, porm
isso gerar custos adicionais para a compra e para a mo de obra
especializada na instalao e manuteno. Para que estes custos no deem
prejuzo operao, essencial que a empresa faa um levantamento
cuidadoso da relao custo benefcio e avalie ser vantajoso ou no o uso de
determinados equipamentos.

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10 - CONCLUSO
A completao um dos processos mais complexos da fase de explorao e
produo de um poo. Ela pode ser considerada como um enorme sistema
com grandes potenciais de estudos e descobertas, pois ela conecta a fase de
perfurao fase de produo. Ainda se comunica com todos os ambientes,
desde o reservatrio at a superfcie. Contm equipamentos com minsculas
medidas at dezenas de metros, ou ainda, simples at totalmente complexos.
Envolve estudos da fsica, qumica, matemtica e diversas outras cincias.
Pode gerar empregos desde servios braais at estudos minuciosos. Ela
quem define se o poo deve continuar a produo ou se ser abandonado. E
para que esta importante etapa da indstria petrolfera continue ajudando na
produo, amplos estudos podem ser feitos em diversas reas.
Conclui-se assim, que quanto mais estudo for feito para o ramo petrolfero,
maiores sero os ganhos e mais oportunidades surgiro para novas
descobertas. A completao inteligente foi um marco na completao de poos
e no vai parar de surgir novas tecnologias enquanto houver petrleo a ser
descoberto.
.

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11 - REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS
THOMAS, Jos E. (Org.). Fundamentos de Engenharia de Petrleo. Ed
Intercincia. Rio de Janeiro. Petrobras. 2001.
MORAIS, Jos M. (Coord.). Petrleo em guas Profundas Uma Histria
Tecnolgica da Petrobras na Explorao e Produo Offshore. Braslia.
IPEA. 2013.
CASTRO, Luiz O. Aula de Completao de Poos Petrolferos. CET-FAESA.
2013.
RODRIGUES, Valdo F. Apostila Completao Inteligente. Petrobras. 2005.
VIDAL, Camila. Aula de Perfurao e Completao. Novo Milnio. 2013.
FONSECA, Tiago. Aula de Completao de Poos Submarinos. Spetro.
2009.
Petrobras.

Petrleo

Brasileiro

SA.

Disponvel

em:

<http://www.petrobras.com.br/pt/>. Acesso em 04/04/2015.

Halliburton. Disponvel em <http://www.halliburton.com/en-US/default.page>.
Acesso em 02/05/2015.
Shell Brasil. Disponvel em <http://www.shell.com/br>. Acesso em 01/05/2015.
Click Maca. Disponvel em <http://www.clickmacae.com.br/>. Acesso em
10/05/2015.
Alis Tecnologia. Disponvel em <www.alistecnologia.com.br>. Acesso em
07/05/2015.

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