DP - 10 - Acusação e Abstenção. MOÇAMBIQUE PDF
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Por:
Vitalina do Carmo Papadakis
Juza de Direito
1. A acusao
1.1. Noo
Acusao a pea processual, subscrita por quem tem legitimidade para faz-
lo, que imputa a agente(s) devidamente identificado(s), facto(s) preciso(s),
tipificado(s) pela lei como crime ou contraveno.
Nas formas de processo de querela e polcia correccional a acusao
autonomizada e ser deduzida se houver indcios suficientes da existncia de um
facto punvel, de quem foram os seus agentes e da sua responsabilidade (art. 349
CPP).
A acusao que se denomina querela no processo do mesmo nome, e que se
denomina acusao em processo de polcia correccional proferida aps a instruo
preparatria ou aps a instruo contraditria.
ao Ministrio Pblico, como rgo oficial titular da aco penal, que compete o
seu exerccio (art.1 do DL n. 35 007, de 13 de Outubro de 1945) devendo1 deduzir
uma acusao sempre que se verifique o condicionalismo referido no artigo 349 do
CPP.
A legitimidade do Ministrio Pblico para acusar est, nos crimes semi-pblicos,
condicionada a prvia denncia do ofendido, e, nos crimes particulares, a tal denncia
e ulterior acusao do assistente.
1.2. Espcies
a) pblica e particular
1
O Ministrio Pblico no tem qualquer discricionariedade quanto a acusar ou no acusar, pois est
sujeito a um especfico princpio da legalidade ou obrigatoriedade.
2
Particulares so aqueles crimes em que o procedimento, pelo Ministrio Pblico, depende de
denncia ou acusao particular.
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Tm natureza pblica os crimes em que o Ministrio Pblico promove, obrigatoriamente, por sua
iniciativa, o procedimento penal, independentemente de denncia ou acusao particular.
Semi-pblicos (ou semi-particulares) so os crimes em que a denncia a condio de que depende
exclusivamente a investigao e a sujeio a julgamento dos seus agentes.
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Vitalina do Carmo Papadakis e Ana Maria Gemo, Acusao (noo e espcies), tipos de crime
quanto legitimidade para o exerccio da aco penal, a absteno e o assistente
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b) provisria e definitiva
1.4. Legitimidade
Nesta sede, legitimidade poder definir-se como o poder conferido, por lei, a
certas entidades para requerer a sujeio a julgamento, nas vrias formas de processo,
dos agentes de crimes ou contravenes.
Detem-na, em geral, o Ministrio Pblico, titular da aco penal (art. 1 do DL n.
35 007, de 13 de Outubro de 1945).
equiparado, para todos os efeitos, acusao em processo penal, o envio ao
tribunal, por certas entidades, dos autos de notcia por elas levantados nos termos do
art. 166 do CPP.
Legitimidade para acusar conferida ainda aos assistentes em processo penal,
definidos no art. 4 do DL n. 35 007, de 13 de Outubro de 1945, como auxiliares do
Ministrio Pblico.
Tratando-se de infraces particulares, a acusao do Ministrio Pblico a
existir, por no ser forosa subordinada do assistente. Da que o Ministrio
Pblico enquanto o ofendido no estiver admitido como tal ou se, tendo essa
qualidade, a no deduzir no possa, embora titular da aco penal, formul-la,
devendo os autos serem arquivados (art. 348 do CPP).
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Quando o juiz repute necessria a realizao de diligncias complementares de prova, para receber ou
rejeitar a acusao, pode decidir pela abertura oficiosa da instruo contraditria e neste caso, se a
acusao era definitiva ela passa a ser provisria, pois no final da instruo os autos voltaro ao
Ministrio Pblico e a parte acusadora, se houver, para, nos termos do artigo 363 do CPP, manterem
ou modificarem as suas acusaes.
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2. A absteno da acusao
Decorrido o prazo da instruo preparatria ou logo que tenha sido obtida prova
bastante para fundamentar a acusao ou deva ter lugar, o Ministrio Pblico encerr-
la-, em seguida far um exame crtico da prova conseguida e depois acusar (art.
349, 350, 354, 358, 359, 360 CPP) ou se abster de acusar. Neste ltimo caso o
Ministrio Pblico proferir um despacho de:
3. O assistente
3.1. Noo
Os assistentes so uma categoria especial de auxiliares do Ministrio Pblico.
Enquanto que os agentes da PIC como auxiliares do Ministrio Publico intervm
directamente na feitura dos autos quer porque os redigem quer porque realizam ou
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J o lesado, sendo aquele que sofreu danos ocasionados pelo crime pode coincidir
(e normalmente coincide) com o ofendido e, por isso, pode tambm constituir-se
assistente (no por ser lesado, mas por ser ofendido). Em razo da sua qualidade de
lesado pode apenas intervir no processo como parte civil, formulando pedido de
indemnizao civil (ex. aqueles que prestam auxlio a um sinistrado, vtima de
atropelamento).
Quanto ao queixoso pode-se dizer que, no mbito dos crimes semi-pblicos e
particulares, esta figura determinante para o desencadeamento do procedimento
criminal. Com efeito, nos crimes desta natureza, o processo criminal s se inicia com
a apresentao de queixa pelos respectivos titulares desse direito (caso contrrio, o
Ministrio Pblico carece de legitimidade para dar incio a instruo do processo.
As pessoas de cuja queixa ou acusao particular depender o procedimento
podem constituir-se assistentes no processo (se no o fizerem no so sujeitos
processuais).
a) Legitimidade
b) Representao judiciria
c) Prazo
i. Crimes particulares
A constituio de assistente obrigatria (art. 9 do DL n. 35.007, de 13 de
Outubro de 1945), devendo a pessoa com legitimidade para se constituir assistente
declarar na denncia que deseja constituir-se assistente ( 3), sob pena de o processo
no prosseguir.
d) Custas judiciais
e) Deciso
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Sendo o lesado, entendendo-se como tal a pessoa que sofreu danos ocasionados pelo crime, poder
deduzir o pedido de indemnizao civil, ainda que se no tenha constitudo ou no possa constituir-se
assistente (art. 32 do CPP).
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3.5. Atribuies
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Memoriais caracterizam-se por constiturem simples exposies de factos ou interpretaes dos
mesmos. Neles nada se requer.
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TRAMITAO PROCESSUAL
(Esquema Simplificado)
- Forma de processo
- Comum
- Querela
- Polcia correccional
- Transgresses
- Sumrio
- Especial
- Processo de ausentes (art. 562 e segs CPP)
- Processo por difamao, calnia e injria (art. 587 e segs
CPP)
- Processo por infraces cometidas pelos juzes de direito
de 1 instncia e magistrados do Ministrio Pblico, junto deles, no
exerccio das suas funes ou por causa delas (art. 595 e segs CPP)
- Processo por infraces cometidas pelos juzes de direito
de 1 instncia e magistrados do Ministrio Pblico, junto deles,
estranhas ao exerccio das suas funes (art. 609 e segs CPP)
- Processo por infraces cometidas pelos juzes do
Tribunal Supremo, pelos magistrados do Ministrio Pblico, junto deles,
ou outros de igual categoria (art. 613 e segs CPP)
- Processo da reforma de autos perdidos, extraviados ou
destrudos (art. 617 e segs CPP)
- Natureza do crime
- Pblico
- Semi-pblico (art. 6 CPP)
- Particular (art. 7 CPP)
1. INSTRUO PREPARATRIA
2. ACUSAO E DEFESA
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BIBLIOGRAFIA
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