Este documento fornece orientações aos sistemas de ensino sobre a implementação da Lei no 12.764/2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Ele destaca a importância da educação inclusiva, da formação de professores, e do direito das pessoas com autismo à educação básica e profissionalizante.
Este documento fornece orientações aos sistemas de ensino sobre a implementação da Lei no 12.764/2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Ele destaca a importância da educação inclusiva, da formação de professores, e do direito das pessoas com autismo à educação básica e profissionalizante.
Este documento fornece orientações aos sistemas de ensino sobre a implementação da Lei no 12.764/2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Ele destaca a importância da educação inclusiva, da formação de professores, e do direito das pessoas com autismo à educação básica e profissionalizante.
Este documento fornece orientações aos sistemas de ensino sobre a implementação da Lei no 12.764/2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Ele destaca a importância da educação inclusiva, da formação de professores, e do direito das pessoas com autismo à educação básica e profissionalizante.
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MINISTRIO DA EDUCAO
Secretaria de Educao Continuada, Alfabetizao, Diversidade e Incluso
Diretoria de Polticas de Educao Especial Esplanada dos Ministrios, Bloco L, Anexo I, 4 andar, sala 412 CEP: 70047-900 Braslia, Distrito Federal, Brasil Fone: (61) 2022-7661/9081/9177 Fax: (61) 2022-9297
NOTA TCNICA N 24 / 2013 / MEC / SECADI / DPEE
Data: 21 de maro de 2013.
Assunto: Orientao aos Sistemas de Ensino para a implementao da Lei n 12.764/2012
A Lei n 12.764/2012 institui a Poltica Nacional de Proteo dos Direitos da Pessoa
com Transtorno do Espectro Autista, atendendo aos princpios da Poltica Nacional de Educao Especial na Perspectiva da Educao Inclusiva (MEC/2008) e ao propsito da Conveno sobre os Direitos das Pessoas com Deficincia CDPD (ONU/2006), definidos no seu art. 1, nos seguintes termos: O propsito da presente Conveno promover, proteger e assegurar o exerccio pleno e equitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficincia e promover o respeito pela sua dignidade inerente. De acordo com o 2, do art. 1 da Lei n 12.764/2012, a pessoa com transtorno do espectro autista considerada pessoa com deficincia. Conforme a CDPD (ONU/2006): Pessoas com deficincia so aquelas que tem impedimentos de longo prazo de natureza fsica, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interao com diversas barreiras, podem obstruir sua participao plena e efetiva na sociedade em igualdade de condies com as demais pessoas.
Dentre as diretrizes para a consecuo do objetivo da Lei n 12.764/2012,
estabelecidas no art. 2, destacam-se aquelas que tratam da efetivao do direito educao: I - a intersetorialidade no desenvolvimento das aes e das polticas e no atendimento pessoa com transtorno do espectro autista; II - a participao da comunidade na formulao de polticas pblicas voltadas para as pessoas com transtorno do espectro autista e o controle social da sua implantao, acompanhamento e avaliao; [...] V - o estmulo insero da pessoa com transtorno do espectro autista no mercado de trabalho, observadas as peculiaridades da deficincia e as disposies da Lei n 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criana e do Adolescente); VII o incentivo formao e capacitao dos profissionais especializados no atendimento pessoa com transtorno do espectro autista, bem como pais e responsveis; [...] Tais diretrizes coadunam-se com os seguintes objetivos da Poltica Nacional de Educao Especial na Perspectiva da Educao Inclusiva: Transversalidade da educao especial desde a educao infantil at a educao superior; Atendimento Educacional Especializado; Continuidade da escolarizao nos nveis mais elevados de ensino; Formao de professores para o atendimento educacional especializado e demais profissionais da educao para a incluso escolar; Participao da famlia e da comunidade; Acessibilidade urbanstica, arquitetnica, nos mobilirios, equipamentos, nos transportes, na comunicao e informao; Articulao intersetorial na implementao das polticas pblicas. A intersetorialidade na gesto das polticas pblicas fundamental para a consecuo da incluso escolar, considerando a interface entre as diferentes reas na formulao e na implementao das aes de educao, sade, assistncia, direitos humanos, transportes, trabalho, entre outras, a serem disponibilizadas s pessoas com transtorno do espectro autista. A participao da comunidade na formulao, implantao, acompanhamento e avaliao das polticas pblicas constitui um dos mecanismos centrais para a garantia da execuo dessa poltica, de acordo com os atuais preceitos legais, polticos e pedaggicos que asseguram s pessoas com deficincia o acesso a um sistema educacional inclusivo em todos os nveis. A formao dos profissionais da educao possibilitar a construo de conhecimento para prticas educacionais que propiciem o desenvolvimento scio cognitivo dos estudantes com transtorno do espectro autista. Nessa perspectiva, a formao inicial e continuada deve subsidiar os profissionais, visando /ao: Superao do foco de trabalho nas estereotipias e reaes negativas do estudante no contexto escolar, para possibilitar a construo de processos de significao da experincia escolar; Mediao pedaggica nos processos de aquisio de competncias, por meio da antecipao da organizao das atividades de recreao, alimentao e outras, inerentes ao cotidiano escolar; Organizao de todas as atividades escolares de forma compartilhada com os demais estudantes, evitando o estabelecimento de rituais inadequados, tais como: horrio reduzido, alimentao em horrio diferenciado, aula em espaos separados; Reconhecimento da escola como um espao de aprendizagem que proporciona a conquista da autonomia e estimula o desenvolvimento das relaes sociais e de novas competncias, mediante as situaes desafiadoras; Adoo de parmetros individualizados e flexveis de avaliao pedaggica, valorizando os pequenos progressos de cada estudante em relao a si mesmo e ao grupo em que est inserido; Interlocuo permanente com a famlia, favorecendo a compreenso dos avanos e desafios enfrentados no processo de escolarizao, bem como dos fatores extraescolares que possam interferir nesse processo; Interveno pedaggica para o desenvolvimento das relaes sociais e o estmulo comunicao, oportunizando novas experincias ambientais, sensoriais, cognitivas, afetivas e emocionais; Identificao das competncias de comunicao e linguagem desenvolvidas pelo estudante, vislumbrando estratgias visuais de comunicao, no mbito da educao escolar, que favoream seu uso funcional no cotidiano escolar e demais ambientes sociais; Interlocuo com a rea clnica quando o estudante estiver submetido a tratamento teraputico e se fizer necessria a troca de informaes sobre seu desenvolvimento; Flexibilizao mediante as diferenas de desenvolvimento emocional, social e intelectual dos estudantes com transtorno do espectro autista, possibilitando experincias diversificadas no aprendizado e na vivncia entre os pares; Acompanhamento das respostas do estudante frente ao fazer pedaggico da escola, para a aquisio de conhecimentos e o desenvolvimento de competncias, considerando a multiplicidade de dimenses que envolvem a alfabetizao, a resoluo das tarefas e as relaes interpessoais, ao longo da escolarizao; Aquisio de conhecimentos tericos-metodolgicos da rea da Tecnologia Assistiva, voltada Comunicao Alternativa/Aumentativa para estes sujeitos. Planejamento e organizao do atendimento educacional especializado considerando as caractersticas individuais de cada estudante que apresenta transtornos do espectro autista, com a elaborao do plano de atendimento objetivando a eliminao de barreiras que dificultam ou impedem a interao social e a comunicao. A implementao da diretriz referente insero das pessoas com transtorno do espectro autista no mercado de trabalho remete ao princpio da poltica de incluso escolar das pessoas com deficincia, cuja finalidade assegurar o acesso educao em todos os nveis, etapas e modalidades, promovendo as condies para sua insero educacional, profissional e social. fundamental reconhecer o significado da incluso para que as pessoas com transtorno do espectro autista tenham assegurado seu direito participao nos ambientes comuns de aprendizagem, construindo as possibilidades de insero no mundo do trabalho. Esse princpio congruente com o teor do art. n 27 da CDPD (ONU/2006) que preconiza o direito da pessoa com deficincia ao exerccio do trabalho de sua livre escolha, no mercado laboral, em ambiente inclusivo e acessvel. Para a realizao do direito das pessoas com deficincia educao, o art. 24 da CDPD (ONU/2006) estabelece que estas no devem ser excludas do sistema regular de ensino sob alegao de deficincia, mas terem acesso a uma educao inclusiva, em igualdade de condies com as demais pessoas, na comunidade em que vivem e terem garantidas as adaptaes razoveis de acordo com suas necessidades individuais, no contexto do ensino regular, efetivando-se, assim, medidas de apoio em ambientes que maximizem seu desenvolvimento acadmico e social, de acordo com a meta de incluso plena. Para a garantia do direito educao bsica e, especificamente, educao profissional, preconizado no inciso IV, alnea a, do artigo 3 da Lei n 12.764/2012, os sistemas de ensino devem efetuar a matrcula dos estudantes com transtorno do espectro autista nas classes comuns de ensino regular, assegurando o acesso escolarizao, bem como ofertar os servios da educao especial, dentre os quais: o atendimento educacional especializado complementar e o profissional de apoio. No art. 3, pargrafo nico, a referida lei assegura aos estudantes com transtorno do espectro autista, o direito acompanhante, desde que comprovada sua necessidade. Esse servio deve ser compreendido a luz do conceito de adaptao razovel que, de acordo com o art. 2 da CDPD (ONU/2006), so: [...] as modificaes e os ajustes necessrios e adequados que no acarretem nus desproporcional ou indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que as pessoas com deficincia possam gozar ou exercer, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos humanos e liberdades fundamentais. O servio do profissional de apoio, como uma medida a ser adotada pelos sistemas de ensino no contexto educacional deve ser disponibilizado sempre que identificada a necessidade individual do estudante, visando acessibilidade s comunicaes e ateno aos cuidados pessoais de alimentao, higiene e locomoo. Dentre os aspectos a serem observados na oferta desse servio educacional, destaca-se que esse apoio: Destina-se aos estudantes que no realizam as atividades de alimentao, higiene, comunicao ou locomoo com autonomia e independncia, possibilitando seu desenvolvimento pessoal e social; Justifica-se quando a necessidade especfica do estudante no for atendida no contexto geral dos cuidados disponibilizados aos demais estudantes; No substitutivo escolarizao ou ao atendimento educacional especializado, mas articula-se s atividades da aula comum, da sala de recursos multifuncionais e demais atividades escolares; Deve ser periodicamente avaliado pela escola, juntamente com a famlia, quanto a sua efetividade e necessidade de continuidade. A organizao dos servios de apoio deve ser prevista pelos sistemas de ensino, considerando que os estudantes com transtorno do espectro autista devem ter oportunidade de desenvolvimento pessoal e social, que considere suas potencialidades, bem como no restrinja sua participao em determinados ambientes e atividades com base na deficincia. No processo de incluso escolar dos estudantes com transtorno do espectro autista fundamental a articulao entre o ensino comum, os demais servios e atividades da escola e o atendimento educacional especializado AEE. O AEE foi institudo pelo inciso 3, do art. 208, da Constituio Federal/1988 e definido no 1, art. 2, do Decreto n 7.611/2011, como conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedaggicos, organizados institucionalmente e prestados de forma complementar ou suplementar escolarizao. Conforme Resoluo CNE/CEB n 4/2009, que dispe sobre as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educao Bsica, a funo desse atendimento identificar e eliminar as barreiras no processo de aprendizagem, visando plena participao. A institucionalizao da oferta do AEE no Projeto Poltico Pedaggico PPP da escola considera a flexibilidade desse atendimento realizado individualmente ou em pequenos grupos, conforme Plano de AEE de cada estudante. O Plano de AEE do estudante com transtorno do espectro autista contempla: a identificao das habilidades e necessidades educacionais especficas; a definio e a organizao das estratgias, servios e recursos pedaggicos e de acessibilidade; o tipo de atendimento conforme as necessidades de cada estudante; o cronograma do atendimento e a carga horria, individual ou em pequenos grupos. O professor do AEE acompanha e avalia a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedaggicos e de acessibilidade na sala de aula comum e nos demais ambientes da escola, considerando os desafios que estes vivenciam no ensino comum, os objetivos do ensino e as atividades propostas no currculo, de forma a ampliar suas habilidades, promovendo sua aprendizagem. Este atendimento prev a criao de redes intersetoriais de apoio incluso escolar, envolvendo a participao da famlia, das reas da educao, sade, assistncia social, dentre outras, para a formao dos profissionais da escola, o acesso a servios e recursos especficos, bem como para a insero profissional dos estudantes. A modalidade da educao especial disponibiliza o atendimento educacional especializado - AEE, os demais servios e recursos pedaggicos e de acessibilidade, contemplando a oferta de profissional de apoio, necessrio incluso escolar do estudante com transtorno do espectro autista, nas classes comuns do ensino regular, nas escolas pblicas e privadas. Os servios da educao especial constituem oferta obrigatria pelos sistemas de ensino, em todos os nveis, etapas e modalidades, devendo constar no PPP das escolas e nos custos gerais da manuteno e do desenvolvimento do ensino. Os professores das classes comuns e os do AEE devem manter interlocuo permanente com o objetivo de garantir a efetivao da acessibilidade ao currculo e um ensino que propicie a plena participao de todos. Para o cumprimento de seus objetivos, o AEE no poder prescindir de tal articulao, devendo os profissionais do turno de matrcula do aluno proporcionar condies para que tal articulao seja possvel. As instituies de ensino privadas, submetidas s normas gerais da educao nacional, devero efetivar a matrcula do estudante com transtorno do espectro autista no ensino regular e garantir o atendimento s necessidades educacionais especficas. O custo desse atendimento integrar a planilha de custos da instituio de ensino, no cabendo o repasse de despesas decorrentes da educao especial famlia do estudante ou insero de clusula contratual que exima a instituio, em qualquer nvel de ensino, dessa obrigao. Para apoiar o desenvolvimento inclusivo das redes pblicas de ensino, visando assegurar a matrcula, organizar e disponibilizar os servios da educao especial na perspectiva da educao inclusiva, o Fundo de Manuteno e Desenvolvimento da Educao Bsica e de Valorizao dos Profissionais da Educao - FUNDEB prev valor diferenciado de 1,20, no mnimo, para estudantes pblico alvo da educao especial matriculados nas classes comuns do ensino regular das redes pblicas e 2,40, no mnimo, para a dupla matrcula, ou seja, uma na educao bsica regular e outra no atendimento educacional especializado. Considerando que a recusa de matrcula e o no atendimento s necessidades educacionais especficas dos estudantes, fere o dispositivo constitucional que assegura o direito incluso escolar, recomenda-se que tal fato seja comunicado ao Ministrio Pblico, bem como ao Conselho de Educao, no mbito municipal, estadual ou federal, responsvel pela autorizao de funcionamento da respectiva instituio de ensino, pblica ou privada, a fim de que se proceda instruo de processo de adequao ou de descredenciamento da instituio de ensino, bem como aplicao das penalidades previstas no art. 7 da Lei n 12. 764 ao gestor escolar ou autoridade competente que recusar a matrcula do estudante com transtorno do espectro autista.
Martinha Clarete Dutra dos Santos
Diretora de Polticas de Educao Especial DPEE / SECADI / MEC
A utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no processo educativo em alunos com deficiência intelectual do ensino fundamental nas séries iniciais: estudo de caso em escolas públicas municipais de Piúma/ES