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(PPT) LERNER-Ler e Escrever Na Escola - o Real o Possível e o Necessário

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Apontamentos sobre o livro

Ler e escrever na escola: o real, o possvel e o necessrio


Dlia lerner

Assessoria Acadmica Sorocaba


Assessoriaacademicasorocaba.blogspot.com.br
Introduo
Ler e escrever transcende a alfabetizao no sentido estrito;

Desafio: incorporar todos os alunos cultura do escrito e o de


conseguir que todos cheguem a ser leitores e escritores;

O que necessrio:

a) fazer da escola uma comunidade de leitores que recorrem


aos textos buscando resposta para todos os problemas que
necessitam resolver, tratando de encontrar informao para
compreender melhor algum aspecto do mundo;

b) fazer da escola uma comunidade de escritores que


produzem seus prprios textos para mostrar suas idias, para
informar sobre fatos que os destinatrios necessitam e devem
conhecer, enfim, por tantos outros motivos reais e importantes;
c) fazer da escola um mbito onde a leitura e a escrita
sejam prticas vivas e vitais, onde ler e escrever sejam
instrumentos poderosos que permitem repensar o mundo
e reorganizar o prprio pensamento, onde interpretar e
produzir textos sejam direitos que legtimo exercer e
responsabilidade que necessrio assumir;

d) , em suma, preservar o sentido do objeto de ensino


para o sujeito da aprendizagem, o necessrio preservar
na escola o sentido que a leitura e a escrita tm como
prticas sociais;

Imagem da internet
O real

O real que levar prtica o necessrio uma tarefa


difcil para a escola. por isso que, antes de formular
solues antes de desdobrar o possvel -, preciso
analisar as dificuldades.
Dificuldades envolvidas na escolarizao das
prticas

Ao tratar dessa tema, muitas perguntas cujas respostas no


so evidentes, se apresentam: o que se aprende quando se
ouve o professor lendo? Em que momento as crianas se
apropriam da linguagem dos contos? Como ter acesso s
antecipaes e inferncias que as crianas presumivelmente
fazem ao tentar ler um texto por si mesmas? Quando se
pode dizer que um aluno aprendeu a recomendar livros ou a
confrontar diversas interpretaes?;

Portanto no simples determinar com exatido o que,


como e quando os sujeitos aprendem essas prticas.
Tenses entre os propsitos escolares e extra-escolares da leitura e
da escrita

A escola tem propsitos didticos da leitura e da escrita:


ensinar ler e escrever;

Prticas sociais: usos;

Paradoxo da instituio escolar: se a escola ensina ler e


escrever com o nico propsito de que os alunos
aprendam a faz-lo, eles no aprendero a funo social
da leitura e da escrita, se a escola abandona os propsitos
didticos e assume os da prtica social, estar
abandonando ao mesmo tempo a sua funo ensinante.
Relao saber-durao versus preservao do
sentido
O ensino se estrutura de acordo com um eixo temporal nico,
segundo uma progresso linear, cumulativa e irreversvel;

Distribuir os contedos em parcelas de saber e de tempo


graduando as dificuldades;

Tal organizao entra em contradio no apenas com o tempo


da aprendizagem como tambm com a natureza das prticas de
leitura e escrita;

Paradoxo: se se tentar parcelar as prticas, impossvel


preservar a sua natureza e o seu sentido para o aprendiz, se no
as parcelamos, difcil encontrar uma distribuio dos
contedos que permita ensin-las.
Tenso entre as duas necessidades institucionais: ensinar e
controlar a aprendizagem

O que fazer para preservar na escola o sentido que a


leitura e a escrita tm fora dela?

Como evitar que se desvirtuem ao serem ensinadas e


aprendidas?

O possvel: fazer o esforo de conciliar as necessidades


inerentes instituio escolar com o propsito educativo
de formar leitores e escritores;

O possvel: gerar condies didticas que permitam por


em cena uma viso escolar da leitura e da escrita mais
prxima da verso social (no escolar) dessas prticas.
O que fazer?
1- formular como contedos do ensino no s os saberes
lingusticos como tambm as tarefas do leitor e do escritor:
fazer antecipaes sobre o sentido do texto que se est lendo e
tentar verific-las recorrendo informao visual, discutir
diversas interpretaes acerca de um mesmo material,
comentar o que se leu e compar-lo com outras obras do
mesmo e outro autor. Recomendar livros, compartilhar leituras
com outros, atrever-se a ler textos difceis, tomar notas,
planejar o que vai escrever, modificar o plano enquanto
escreve, revisar,fazer modificaes...

2- Articular os propsitos didticos com propsitos


comunicativos que tenham um sentido atual para o aluno e
que tenham correspondncia com os que habitualmente
orientam a leitura e a escrita fora da escola
Como fazer essa articulao?

Pode concretizar-se atravs de uma modalidade


organizativa bem conhecida: os projetos de produo-
interpretao;

O trabalho por projetos permite que todos os integrantes


da classe - e no s o professor- orientem suas aes para
uma finalidade compartilhada;

Essa modalidade organizativa que prev um tempo maior


de durao, alm de favorecer a autonomia dos alunos, que
podem tomar iniciativas porque sabem para onde marcha o
trabalho, se contrape ao parcelamento do tempo e do
saber;
Avaliao: preciso delegar (provisoriamente) s crianas a
responsabilidade de revisar seus escritos, permitindo que
se defrontem com problemas de escrita que no poderiam
descobrir, se o papel de corretor fosse assumido sempre
pelo professor.

Imagem da internet
Para transformar o ensino da leitura e da escrita
qual o desafio?

O desafio formar praticantes da leitura e da escrita e no


apenas sujeitos que possam decifrar o sistema de escrita;

O desafio formar pessoas desejosas de embrenhar-se em


outros mundos possveis que a literatura oferece;

O desafio conseguir que os alunos cheguem a ser produtores


de lngua escrita, conscientes da pertinncia e da importncia
de emitir certo tipo de mensagem em determinado tipo de
situao social;

O desafio conseguir que a escrita deixe de ser na escola


somente um objeto de avaliao, para se constituir realmente
num objeto de ensino;
O desafio promover a descoberta e a utilizao da
escrita como instrumento de reflexo sobre o prprio
pensamento, como recurso insubstituvel para
organizar e reorganizar o prprio conhecimento;

O desafio , em suma, combater a discriminao que


a escola opera atualmente, no s quando cria o
fracasso explcito daqueles que no consegue
alfabetizar, como tambm quando impede aos
outros- os que aparentemente no fracassam
chegar a ser leitores e produtores de textos
competentes e autnomos;
Acerca da transposio didtica: a leitura e a escrita
como objetos de ensino*
Chevallard e o conceito de transposio didtica:

Um contedo de saber que tenha sido definido como


saber a ensinar, sofre, a partir de ento, um conjunto de
transformaes adaptativas que iro torn-lo apto a
ocupar um lugar entre os objetos de ensino. O trabalho
que faz de um objeto de saber a ensinar, um objeto de
ensino, chamado de transposio didtica. (Chevallard,
1991, p. 39).

o A verso escolar da leitura e da escrita no deve afastar-se


demasiado da verso social no-escolar.
* Essas informaes no esto no livro, acrescentei-as por conta da importncia do tema.
Acerca do contrato didtico*
Definio de contrato didtico de acordo com Brousseau:

Chama-se contrato didtico o conjunto de comportamentos do


professor que so esperados pelos alunos e o conjunto de
comportamentos do aluno que so esperados pelo professor...
Esse contrato o conjunto de regras que determina, uma
pequena parte explicitamente mas sobretudo implicitamente, o
que cada parceiro da relao didtica dever gerir e aquilo que,
de uma maneira ou de outra, ele ter de prestar conta perante
o outro.

Distribuies de obrigaes.

* Essas informaes no esto no livro, acrescentei-as por conta da importncia do tema.


Ferramentas para transformar o ensino

Devem ser levadas em conta, entre outras, as


seguintes questes: introduzir modificaes no
currculo, na organizao institucional, criar
conscincia em relao opinio pblica,
desenvolver a pesquisa no campo da didtica da
leitura e da escrita, alm de traar novamente as
bases de formao dos professores e promover a
hierarquizao social de sua funo.
Apontamentos a partir da perspectiva curricular
O propsito educativo do ensino da leitura e da escrita no curso
da educao obrigatria o de incorporar as crianas
comunidade de leitores e escritores: formar os alunos como
cidados da cultura escrita;

Se este o propsito, ento fica claro que o objeto de ensino


deve definir-se tomando como referncia fundamental as
prticas sociais de leitura e escrita. (Lerner, 2002);

A idia subjacente era que o texto era uma soma de palavras


que, por sua vez, era uma soma de letras, de modo que bastava
ensinar as letras e como junt-las para formar palavras,
depois oraes e, finalmente, textos;

Questes gramaticais e ortogrfica so tratadas nos grais mais


avanados.
A correta reflexo didtica de Lerner concebe as prticas
sociais de leitura e escrita como o verdadeiro objeto de
ensino, constitui uma contribuio inestimvel para
abandonar esse cenrio;

Entretanto, o aprendizado das prticas sociais de leitura


implica um processo prolongado de construo de saberes
e estratgias por parte dos alunos;

Se partirmos dessa definio de leitura, nossa prtica


docente tender a propor situaes em que as crianas
desenvolvam essas estratgias para ir apropriando-se das
caractersticas do sistema de escrita e da linguagem escrita
por meio de prticas de leitura de diferentes textos de
circulao social.
Necessidade de mudana na prtica docente;

Se partirmos dessa definio de leitura, a prtica docente


tender a propor situaes em que as crianas
desenvolvam essas estratgias para ir apropriando-se das
caractersticas do sistema de escrita e da linguagem escrita
por meio de prticas de leitura de diferentes textos de
circulao social.

Imagem da internet
possvel ler na escola? No. No possvel ler
na escola.

A leitura aparece desgarrada dos propsitos que lhe do


sentido no uso social, porque a construo do sentido no
considerada como uma condio necessria para a
aprendizagem;

O uso de textos especialmente projetados para o ensino


da leitura apenas uma das manifestaes de um
postulado bsico da concepo vigente na escola: o
processo de aprendizagem evolui do simples para o
complexo;
Sim, possvel ler na escola;

Enfrentamos um grande desafio: construir uma nova verso


fictcia da leitura, uma verso que se ajuste muito mais prtica
social que tentamos comunicar e permita a nossos alunos se
apropriarem efetivamente dela

Na escola, a leitura antes de mais nada, um objeto de ensino.


Para que tambm se transforme em objeto de aprendizagem,
necessrio que tenha sentido do ponto de vista do aluno, o que
significa que deve cumprir uma funo para a realizao de um
propsito que ele conhece e valoriza. Para que a leitura como
objeto de ensino no se afaste demasiado da prtica social que
se quer comunicar, imprescindvel representar ou
reapresentar, na escola, os diversos usos que ela tem na vida
social;
Cada situao de leitura: ter duplo propsito, ou
seja, didtico e comunicativo;

Modalidades de leitura;

Situaes de Leitura.

Imagem da internt
Gesto do tempo, apresentao dos contedos e
organizaao das atividades

Produzir mudana na utilizao do tempo didtico;

Para tanto, cumprir, pelo menos, com duas condies:


manejar com flexibilidade a durao das situaes
didticas e tornar possvel a retomada dos prprios
contedos em diferentes oportunidades e a partir de
perspectivas diversas;

Colocar em ao diferentes modalidades organizativas:


projetos, atividades habituais, sequncias de atividades e
atividades independentes;
Projetos: permitem uma organizao muito flexvel do
tempo;

Atividades habituais: que se reiteram de forma sistemtica e


previsvel;

As sequncias de atividades: em uma durao limitada a


algumas semanas de aula e inclui atividades coletivas,
grupais e individuais;

situaes independentes as quais podem ser classificas em


dois subgrupos: situaes ocasionais e situaes de
sistematizao.
Acerca do controle: avaliar a leitura e ensinar a ler

A avaliao um instrumento que permite determinar


em que medida o ensino alcanou seu objetivo.

O PROFESSOR: UM ATOR NO PAPEL DE LEITOR

A leitura do professor de particular importncia na


primeira etapa da escolaridade, quando as crianas
ainda no lem eficazmente por si mesmas. Durante
esse perodo, o professor cria muitas e variadas
situaes nas quais l diferentes tipos de textos;

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