Gênero Textual
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Gênero Textual
Bakhtin d incio a seu estudo sobre os gneros de discurso ressaltando que todas as atividades
humanas esto relacionadas utilizao da lngua e que, portanto, no de admirar que
tenhamos tanta diversidade nesse uso e uma conseqente variedade de gneros que se
afiguram incalculveis. Tambm observa que toda essa atividade se concretiza [...] em forma
de enunciados (orais e escritos) concretos e nicos, que emanam dos integrantes duma ou
outra esfera da atividade humana (BAKHTIN, 2000: 279).
a. contedo temtico ou aspecto temtico objetos, sentidos, contedos, gerados numa esfera
discursiva com suas realidades socioculturais;
b. estilo ou aspecto expressivo seleo lexical, frasal, gramatical, formas de dizer que tm sua
compreenso determinada pelo gnero;
Os gneros esto sempre ligados a algum tema e a um estilo, com uma composio prpria, e
com eles operamos de modo inevitvel e incontornvel, desde que usemos a lngua:
Esses gneros do discurso nos so dados quase como nos dada a lngua materna, que
dominamos com facilidade antes mesmo que lhe estudemos a gramtica [...] Aprender a falar
aprender a estruturar enunciados [...] Os gneros do discurso organizam nossa fala da mesma
maneira que a organizam as formas gramaticais. [...] Se no existissem os gneros do discurso e
se no os dominssemos, se tivssemos de construir cada um de nossos enunciados, a
comunicao verbal seria quase impossvel (BAKHTIN, 2000: 301-302).
Uma releitura de Bakhtin revela-nos que os gneros discursivos no so criados, a cada vez,
pelos falantes, porm so transmitidos social e historicamente (MARCUSCHI, 2002a). No
obstante, os falantes contribuem, de forma dinmica, tanto para sua preservao como para
sua permanente transformao e renovao. Essa explicao atende ao critrio de criatividade
nos usos dos gneros.
Bakhtin defende uma relao muito estreita entre os vrios processos de formao dos
gneros e as aes humanas, tanto as individuais como as coletivas, o que envolve um
historicismo necessrio. Lngua e vida humana interpenetram-se de tal modo que um gnero
no ser, nunca, mero ato individual, porm, uma forma de insero social.
c.a variedade dos gneros do discurso pressupe a variedade dos escopos intencionais
daquele que fala ou escreve (BAKHTIN, 2000: 291);
Por mais frutferas e instigantes que sejam as idias de Bakhtin sobre os gneros do discurso,
no se pode deixar de admitir que so ainda vagas para uma atividade de anlise. Ele muito
importante e claro para se ter a viso global dos fenmenos discursivos e para se obter uma
idia clara da natureza da linguagem enquanto uma atividade dialgica de carter scio-
interativo (MARCUSCHI, 2002a: 63).
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A linguagem, utilizada nos mais diversos campos da atividade humana, decorre atravs de
enunciados sejam orais ou escritos, reais e nicos. Cada enunciado individual, porm, cada
campo da atividade humana o elabora e o organiza atravs de tipos, formas relativamente
estveis, que denominamos gneros do discurso. Em termos prticos, dispomos de um rico
repertrio de gneros do discurso, empregando-os de forma segura e habilidosa j que o
aprendemos conjuntamente com a lngua materna, a dificuldade conhecer a sua existncia
em termos tericos.