QUESTÕES Discursivas Filosofia Antiga
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1. (Udesc 2006) Na Grcia antiga, antes da filosofia clssica (sculo V a.C.), o pensamento
filosfico era dominado pelos pr-socrticos, que foram os primeiros filsofos e tiveram a
funo de romper com a mitologia, criando assim a Filosofia.
Quais eram as principais preocupaes desses filsofos?
2. (Unesp 2011) Leia o texto, extrado do livro VII da obra magna de Plato (A Repblica), que
se refere ao clebre mito da caverna e seu significado no pensamento platnico.
Agora, meu caro Glauco continuei cumpre aplicar ponto por ponto esta imagem ao que
dissemos, comparar o mundo que a viso nos revela morada da priso e a luz do fogo que a
ilumina ao poder do sol. No que se refere subida regio superior e contemplao de seus
objetos, se a considerares como a ascenso da alma ao lugar inteligvel, no te enganars
sobre o meu pensamento, posto que tambm desejas conhec-lo. Quanto a mim, tal minha
opinio: no mundo inteligvel, a ideia do bem percebida por ltimo e a custo, mas no se
pode perceb-la sem concluir que a causa de tudo quanto h de direto e belo em todas as
coisas; e que preciso v-la para conduzir-se com sabedoria na vida particular e na vida
pblica.
3. (Unesp 2010) Em 399 a.C., o filsofo Scrates acusado de graves crimes por alguns
cidados atenienses. (...) Em seu julgamento, segundo as prticas da poca, diante de um jri
de 501 cidados, o filsofo apresenta um longo discurso, sua apologia ou defesa, em que, no
entanto, longe de se defender objetivamente das acusaes, ironiza seus acusadores, assume
as acusaes, dizendo-se coerente com o que ensinava, e recusa a declarar-se inocente ou
pedir uma pena. Com isso, ao jri, tendo que optar pela acusao ou pela defesa, s restou
como alternativa a condenao do filsofo morte.
Com base no texto apresentado, explique quais foram os motivos da condenao de Scrates
morte.
PLATO. Repblica.Trad. de Anna Lia Amaral de Almeida Prado. So Paulo: Martins Fontes,
2006. p. 18.
Acaso no seria uma defesa adequada dizermos que aquele que verdadeiramente gosta de
saber tem uma disposio natural para lutar pelo Ser, e no se detm em cada um dos
muitos aspectos particulares que existem na aparncia, mas prossegue sem desfalecer nem
desistir da sua paixo, antes de atingir a natureza de cada Ser em si, pela parte da alma
qual dado atingi-lo pois a sua origem a mesma ; depois de se aproximar e de se unir
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Da mesma maneira, quando algum tenta, por meio da dialtica, sem se servir dos sentidos
e s pela razo, alcanar a essncia de cada coisa, e no desiste antes de ter apreendido s
pela inteligncia a essncia do bem, chega aos limites do inteligvel, tal como aquele chega
ento aos do visvel. (Repblica, 532 a-b)
6. (Uff 2009)
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Gabarito:
Resposta da questo 1:
Pode-se dizer que no perodo pr-socrtico as principais preocupaes dos filsofos eram em
relao origem do mundo, das causas de transformao da natureza e, por extenso, da
origem e transformao dos seres humanos. No por acaso que esse perodo tambm
chamado de perodo cosmolgico.
Resposta da questo 2:
Ns estamos diante de um trecho que compe um dos mais famosos da histria da filosofia e
cujas tarefas, as do filsofo, esto delineadas em forma de alegoria. A primeira tarefa a ser
entendida que a caverna o nosso mundo, o mundo onde esquecemos de tudo supe
Plato enquanto todos ns j tivssemos vivido como puro esprito contemplando o mundo
das ideias. Pela teoria da reminiscncia, Plato explica como os sentidos correspondem a uma
ocasio para despertar nas almas as lembranas adormecidas. Deste modo, a sombra significa
o amor pela doxa (amor pela opinio), pelas opinies que existem no mundo das sombras, de
onde os acorrentados ainda no tiveram capacidade de se libertarem. Quanto luz do sol,
exatamente o oposto, uma vez que j libertos das correntes, ao contemplar fora da caverna a
verdadeira realidade passa da opinio cincia, ou melhor, ao amor pela filosofia. Ao que v a
luz do Sol, cabe, segundo Plato, ensinar e governar. Trata-se da ao poltica, da
transformao dos homens em sociedade, desde que as mesmas estejam voltadas para a
contemplao do modelo do mundo das ideias.
Resposta da questo 3:
importante, antes de mencionar os motivos pelos quais condenaram Scrates morte, dizer
que quando falava, era dono de um estranho fascnio. Requisitado por muitos jovens, passava
horas discutindo na praa pblica, assim, interpelava a todos assumindo ser ignorante e fazia
perguntas aos que julgavam entender sobre um determinado assunto colocando qualquer um
em tal situao que no havia um outro jeito a no ser reconhecer sua prpria ignorncia. Com
isso Scrates alm de discpulos, conseguiu inmeros inimigos. Scrates foi acusado de
corromper a mocidade e desconhecer os deuses da cidade, por isto, foi condenado morte. A
histria de sua condenao, defesa e morte contada num dos mais belos dilogos de Plato,
Apologia de Scrates.
Resposta da questo 4:
a) A ironia socrtica uma parte do mtodo utilizado por Scrates para refutar seus
interlocutores, quando esses acreditam e, at mesmo, anunciam possuir um saber. Nesse
sentido, a ironia socrtica um mtodo de combater pretensos saberes. Scrates no um
dissimulado, algum que finge nada saber, pois, na verdade, ele se reconhece como
ignorante; sua sabedoria consiste em saber que no sabe, isto , em ter conscincia de sua
ignorncia. Por causa disso, Scrates adotou como finalidade de sua filosofia interrogar (ou
refutar) todos aqueles que se julgam sbios.
b) Embora o sofista Trasmaco considere a ironia socrtica uma dissimulao, ou seja, uma
estratgia para se desviar dos temas debatidos, sabe-se que o intuito de Scrates no se
identifica com um fingir nada saber. O mtodo dialtico de Scrates pressupe pelo menos
dois interlocutores um perguntador e um respondedor , caracterstica imprescindvel para
a efetivao do mtodo. Sendo assim, se Scrates irnico para no dar resposta aos seus
interlocutores, no para fingir no saber, mas para se posicionar no papel de interrogador
no processo dialtico; o que lhe permitir efetivar seu mtodo.
Na presente questo, dever ser concedido para a resposta que reconhecer que a ironia
socrtica tem por finalidade situar Scrates no papel de perguntador no processo dialtico de
perguntas e respostas.
Resposta da questo 5:
a) O mtodo em questo a dialtica. por meio dela, afirma Plato, que o filsofo pode
atingir a Ideia, ou a realidade inteligvel. A dialtica leva o filsofo para alm dos aspectos
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particulares do mundo visvel. Vale dizer que, com frequncia, Plato se refere ao filsofo
como dialtico, isto , como aquele que detm a arte (ou domina o mtodo) que leva das
aparncias essncia.
b) Trata-se da realidade inteligvel (mundo das Ideias, das Formas), na qual se encontram as
essncias, o Ser de cada coisa existente. Uma realidade alcanvel apenas pelos olhos da
alma, pois observado apenas pelo esforo da razo. Exatamente por ser inteligvel, essa
realidade tem como caractersticas: ser metafsica, isto , imaterial, ou incorprea; ser una, isto
, reduz a multiplicidade das coisas sensveis a uma unidade; ser eterna, por no se submeter
ao ciclo de gerao e degenerao das coisas do mundo sensvel.
Resposta da questo 6:
Plato e Aristteles so considerados os dois principais filsofos gregos. Os dois apresentam
inmeras diferenas entre si, sendo as principais relacionadas forma de conhecimento. Ainda
que faam a separao entre o conhecimento sensvel e o intelectual, Plato busca a verdade
em um mundo ideal, enquanto que Aristteles a busca no mundo material, no fazendo a
distino entre os dois mundos. por isso que, na pintura de Rafael, Plato aponta o dedo
para cima (para o mundo das ideias) e Aristteles faz referncia para baixo (para o mundo
material).
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Legenda:
Q/Prova = nmero da questo na prova
Q/DB = nmero da questo no banco de dados do SuperPro
1.............107094.....Mdia.............Filosofia.........Udesc/2006..........................Analtica
2.............106408.....Mdia.............Filosofia.........Unesp/2011..........................Analtica
3.............96544.......Mdia.............Filosofia.........Unesp/2010..........................Analtica
4.............96191.......Mdia.............Filosofia.........Ufu/2008...............................Analtica
5.............121247.....Mdia.............Filosofia.........Ufu/2012...............................Analtica
6.............108374.....Mdia.............Filosofia.........Uff/2009................................Analtica
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