Lesões Medulares - Ebook
Lesões Medulares - Ebook
Lesões Medulares - Ebook
clnicas e experimentais
Presidente da Repblica
Michel Miguel Elias Temer Lulia
Ministro da Educao
Jos Mendona Bezerra Filho
Reitor
Prof. Henry de Holanda Campos
Vice-Reitor
Prof. Custdio Lus Silva de Almeida
Pr-Reitora de Administrao
Prof. Denise Maria Moreira Chagas Correa
Imprensa Universitria
Diretor
Joaquim Melo de Albuquerque
Conselho Editorial
Presidente
Prof. Antonio Cludio Lima Guimares
Conselheiros
Prof. Angela Maria R. Mota Gutirrez
Prof. talo Gurgel
Prof. Jos Edmar da Silva Ribeiro
Francisco de Assis Aquino Gondim
Florian P. Thomas
Jos Ronaldo Vasconcelos da Graa
Leses medulares
clnicas e experimentais
Fortaleza
2016
Leses medulares clnicas e experimentais
Copyright 2016 by Francisco de Assis Aquino Gondim, Florian P. Thomas, Jos
Ronaldo Vasconcelos da Graa.
Todos os direitos reservados
Impresso no Brasil / Printed In Brazil
Imprensa Universitria da Universidade Federal do Cear (UFC)
Av. da Universidade, 2932, fundos Benfica Fortaleza Cear
Coordenao editorial
Ivanaldo Maciel de Lima
Reviso de texto
Yvantelmack Dantas
Normalizao bibliogrfica
Luciane Silva das Selvas
Programao visual
Sandro Vasconcellos / Thiago Nogueira
Diagramao
Thiago Nogueira
Capa
Heron Cruz
ISBN: 978-85-7485-256-0
CDD 617
SUMRIO
APRESENTAO.................................................................................11
PREFACE..............................................................................................15
HOMENAGEM.....................................................................................19
RESUMO..............................................................................................21
RESUME...............................................................................................23
MIELONEUROPATIAS NUTRICIONAIS............................................139
INTRODUO..................................................................................139
DEFICINCIA DE TIAMINA................................................................140
DEFICINCIA DE VITAMINA B12......................................................141
DEFICINCIA DE VITAMINA E...........................................................143
DEFICINCIA DE COBRE...................................................................145
DOENA INFLAMATRIA INTESTINAL............................................145
BIBLIOGRAFIA...................................................................................146
MIELOPATIAS VASCULARES.............................................................149
INTRODUO..................................................................................149
ACIDENTE VASCULAR MEDULAR....................................................149
MALFORMAES ARTERIOVENOSAS VERTEBROMEDULARES.......154
BIBLIOGRAFIA...................................................................................172
ASPECTOS CLNICOS........................................................................180
DIAGNSTICO..................................................................................182
MANEJO CLNICO.............................................................................184
BIBLIOGRAFIA...................................................................................185
COMPROMETIMENTO MEDULAR
EM DOENAS NEURODEGENERATIVAS..........................................331
INTRODUO..................................................................................331
DEGENERAES ESPINOCEREBELARES............................................332
PARAPARESIAS ESPSTICAS HEREDITRIAS (PEH)...........................335
10 Estudos da Ps-Graduao
OS AUTORES.....................................................................................355
LESES MEDULARES CLNICAS E EXPERIMENTAIS 11
APRESENTAO
PREFACE
tions. It is this situation that Dr. Francisco Gondim and his collaborators
hope to remedy with this book.
Robert M. Woolsey, MD
Professor Emeritus of Neurology
St. Louis University School of Medicine
Formerly: Director, Spinal Cord Injury Service, St. Louis VA
Medical Center
18 Estudos da Ps-Graduao
LESES MEDULARES CLNICAS E EXPERIMENTAIS 19
HOMENAGEM
RESUMO
RESUME
Figura 1 - Canal vertebral e medula espinhal mostrando os detalhes das razes ventral e dorsal
Figura 2 - Detalhe de uma pea anatmica da medula espinhal, em relao aos dedos de uma
mo, onde percebemos seu diminuto tamanho, apesar de receber aferncias de todo o corpo
Tratos espino-cerebelares
BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA
INTRODUO
Domnio Motor
Insuficincia respiratria;
Quadriplegia;
Arreflexia dos membros superiores e inferiores;
Atonia muscular dos membros superiores e inferiores.
Domnio Sensitivo
Anestesia abaixo do nvel afetado;
Perda da vibrao e propriocepo nos membros superiores
e inferiores.
Domnio Autonmico
Choque medular (neurognico): caracterizado por hipoten-
so sem taquicardia compensatria;
Perda do tnus dos esfncteres vesical e retal;
Reteno urinria e fecal ocasionando distenso abdominal;
Ileus (leo paraltico), perda da motilidade gastrintestinal e
retardo do esvaziamento gstrico;
Sndrome de Horner: ptose ipsilateral, miose e anidrose de-
corrente da interrupo de vias simpticas descendentes pro-
venientes do hipotlamo;
Hipotermia decorrente de distrbios do controle da regulao da
temperatura corporal por falncia do sistema nervoso simptico.
Hiperreflexia autonmica
Sndrome de Brown-Squard
Radiculopatias
- Traumatismo raquimedular
- Psicognicas
BIBLIOGRAFIA
ALTERAES CARDIOVASCULARES E
AUTONMICAS PS-INJRIA MEDULAR
Francisco de Assis Aquino Gondim
Paulo Roberto Lacerda Leal
Jos Ronaldo Vasconcelos da Graa
tonmica, apesar de esta ter sido descrita aps leses to baixas quanto
T8-10.21 Roche et al. recentemente descreveram hipertenso neurog-
nica em adolescentes com paraplegia lombo sacral, mas tal achado ain-
da no foi confirmado por outros pesquisadores.62
Clinicamente, a hiperreflexia autonmica compreende uma cons-
telao de queixas, que incluem cefaleia, ctis anserina, sudorese, ver-
melhido, hiperatividade pilo motora, taqui ou bradicardia, dor torcica,
parestesias, calafrios, obstruo nasal, mal-estar, ansiedade, alteraes
visuais e hipertenso paroxstica. Se no for tratada, pode induzir com-
plicaes neurolgicas severas, tais como hemorragia retiniana,8 suba-
racnoidea e intracraniana,1,44 eventos isqumicos,29 convulses e epis-
dios transitrios de afasia,10,81 paradas cardacas recorrentes11 e morte.10
Objetivamente, aumentos macios da presso sistlica e diast-
lica so o sinal mais notvel, apesar de um continuum, desde a leve
at a elevada hipertenso poder ocorrer. Como parte da resposta para
compensar o aumento da PA, ocorre bradicardia, mediada pelos baror-
receptores e vasodilatao acima do nvel da leso. Taquicardia tambm
comum, especialmente se a inervao simptica para o corao no
afetada pela leso. Aumento da PA da ordem de pelo menos 20%, e
vasoconstrio abaixo do nvel da leso foram critrios recentemente
sugeridos por alguns autores.37
A magnitude das alteraes da PA indica a necessidade do re-
crutamento de um grande leito vascular durante episdios de hiperre-
flexia autonmica. Vasoconstrio cutnea e da musculatura esqueltica
abaixo do nvel da injria foram mecanismos propostos.14 Contudo, a
incapacidade de um leito vascular esplncnico dilatado (resultado do
TRM) em sofrer vasoconstrio, atravs de comando central, ou mes-
mo vasoconstrio esplncnica durante a hiperreflexia autonmica so
hipteses mais plausveis.37 A maioria dos pesquisadores concorda com
o papel ativo do sistema nervoso simptico. Entretanto, traados micro-
neurogrficos obtidos durante tais episdios falharam em demonstrar
alteraes significativas durante episdios de hiperreflexia autonmica,
apesar de marcantes alteraes cutneas.67 Tais achados corroboram
a possvel participao do leito vascular esplncnico. Diferentes me-
canismos vm sendo propostos sobre a fisiopatologia da hiperreflexia
LESES MEDULARES CLNICAS E EXPERIMENTAIS 87
BIBLIOGRAFIA
ALTERAES GASTRINTESTINAIS
PS-INJRIA MEDULAR
Francisco de Assis Aquino Gondim
Jos Ronaldo Vasconcelos da Graa
Armenio Aguiar dos Santos
Francisco Hlio Rola
Figura 1 - Efeito da TM completa torcica alta (entre T4 e T5) sobre a recuperao de corante fenol
vermelho no estmago ao longo dos primeiros 30 dias aps TM completa em ratos acordados
80
TMC
Recuperao Fracional (%)
* Falso-operado
60 *
40
20
0
1
d 7
d 10d 15d 30d
Figura 2 - Variaes dirias no peso das fezes dos animais falso operados e dos animais
submetidos transeco medular (TM) torcica alta imediatamente antes e ao longo de 30
dias aps a cirurgia.
TMC
Falso-operado
7.5
Peso Animais (g)
5.0
*
*
2.5
0.0
Pre - 1d 3d 7d 10d 15d 30d
cirurgia
*, P<0,05, Teste no-paramtrico Mann-Whitney
80
Sham + Saline
70
SCT + Saline
60
Fracional Dye
Recovery (%)
SCT + Fluoxetine
50
Sham + Fluoxetine
40
30
20
10
0
Stomach Proximal Medial Distal
BIBLIOGRAFIA
DISFUNO SEXUAL
FISIOLOGIA SEXUAL
COMPLICAES
ABORDAGEM TERAPUTICA
Tratamento hormonal
Agentes Tpicos
Bombas de Vcuo
Prteses penianas
Educao do paciente
BIBLIOGRAFIA
MANUSEIO DA DISREFLEXIA
AUTONMICA EM PACIENTES COM LESES
MEDULARES
Florian Patrick Thomas
Davi Farias de Arajo
APRESENTAO CLNICA
Eventos geniturinrios
Anormalidades vaginais
Gravidez e trabalho de parto
Eletroejaculao
Eventos gastrintestinais
Constipao e impactao intestinal (2 causa mais comum de DA)
Distenso intestinal devido a outras causas, como tumores
Refluxo
Clculos biliares e colecistite
lceras gstricas, gastrite, colite, peritonite
Apendicite
Hemorroidas e fissuras anais
Procedimentos endoscpicos
Estimulao digital para induo a defecao
Queimaduras e escaldes
Insolao
Picadas de insetos
Bolhas e cortes
Efeitos de presso
Eventos tromboemblicos
Intervenes cirrgicas
Outros
DIAGNSTICO DIFERENCIAL
Feocromocitoma
Hipertenso essencial
Pr-eclmpsia e eclmpsia
TRATAMENTO
PREVENO
BIBLIOGRAFIA
MIELONEUROPATIAS NUTRICIONAIS
Francisco de Assis Aquino Gondim
INTRODUO
DEFICINCIA DE TIAMINA
DEFICINCIA DE VITAMINA E
DEFICINCIA DE COBRE
BIBLIOGRAFIA
MIELOPATIAS VASCULARES
Francisco Jos MontAlverne
Keven Ferreira da Ponte
Diego Bandeira
INTRODUO
A B
Fonte : Elaborada pelos autores.
152 Estudos da Ps-Graduao
MALFORMAES ARTERIOVENOSAS
VERTEBROMEDULARES
4.1) Fstula perimedular tipo 1 3.2) FAV ventral intradural B 3.1) microFAV medular
4.2) Fstula perimedular tipo 2 3.3) FAV ventral intradural C 3.2) macroFAV medular
4.3) Fstula perimedular tipo 3 4.1) MAV intramedular compacto 3.3) MAV intramedular com nidus
5) MAV intramedular 4.1) MAV intramedular difuso 3.4) MAV metamrica
3.4) MAV metamrica 5) MAV do cone medular
6) MAV intradural-extradural
FAV DURAL
Figura 2 - Ilustrao de uma fstula dural com drenagem perimedular com aferncia de
uma artria menngea com shunt repousando na dura-mter e drenagem por uma rede
venosa perimedular (Retirada com permisso da Conti, M et al. 4)
A B
LESES MEDULARES CLNICAS E EXPERIMENTAIS 161
C
Fonte: Elaborada pelos autores.
5) Evoluo clnica: sem tratamento evolui com piora clnica permanente, com 20%
dos pacientes apresentando restries graves aps 6 meses.
6) Diagnstico:
FAV PERIMEDULAR
A B
D
C
Fonte: Elaborada pelos autores.
LESES MEDULARES CLNICAS E EXPERIMENTAIS 167
A B
Fonte: Elaborada pelos autores.
4) Apresentao clnica:
6) Diagnstico:
a) RM: imagens vasculares em flow-void intradurais em torno da medular com ou sem
compresso medular
b) Arteriografia medular: exame padro ouro para o diagnstico e planejamento
teraputico
A) MAV MEDULAR
4) Apresentao clnica:
6) Diagnstico:
A B
C D
Fonte: Elaborada pelos autores.
BIBLIOGRAFIA
INTRODUO
EPIDEMIOLOGIA
VIROLOGIA
FISIOPATOLOGIA
ASPECTOS CLNICOS
DIAGNSTICO
MANEJO CLNICO
BIBLIOGRAFIA
Fisiopatologia
Epidemiologia e Prognstico
Apresentao Clnica
Exame Fsico
Diagnstico
Diagnstico Diferencial
Achados Histopatolgicos
Tratamento e Manuseio
NEUROCISTICERCOSE ESPINHAL
Epidemiologia
Patogenia e Fisiopatologia
Apresentao Clnica
Diagnstico
Tratamento e Manuseio
NEUROSSFILIS ESPINHAL
Classificao da Neurossfilis
Tabes Dorsalis
DEFINIO
QUADRO CLNICO
Tratamento
Epidemiologia
Patognese
Manifestaes Clnicas
Testes Laboratoriais
Tratamento
BIBLIOGRAFIA
INTRODUO
Sintomas X X X
Sexo X X X
Faixa etria X X X
Tipo clnico X X X
Legenda:
Percentuais da ltima anlise em itlico e vermelho
CIS = Sndrome Clnica Isolada.
RR = recorrente remitente
P = progressiva desde o incio.
SP = secundariamente progressiva
Escolaridade
Grfico 3 - Proporo das pessoas de 25 anos ou mais de idade com ensino supe-
rior concludo, segundo a cor ou raa - Brasil - 1999/2009
Faixa etria
Faixa etria
Sintomas Total
Inferior a 30 Entre 30 e 50 Superior a 50
Legenda
b) Tempo de acompanhamento:
mdia = 6,8 anos (variao de 1,2 at 43,3 anos!!)
(D.P.= 7,8); mediana = 4,3
25% dos pacientes acompanhados por at 1,2 anos;
75% dos pacientes acompanhados por at 10,1 anos.
Grfico 8 - Tempo de acompanhamento da doena
A.I. 2,4 1 a 13 1, 8 2
BIBLIOGRAFIA
1. ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROLOGIA. Departamen-
to Cientfico de Neuroimunologia. Diretrizes para o tratamento
de esclerose mltipla com drogas imunomoduladoras. Arq. Neu-
ropsiquiatr., v. 63, n. 3, p. 892-895, 2005.
2. AMATO, M. P. et al. A prospective study on the natural history
of multiple sclerosis: clues to the conduct and interpretation of
clinical trials. J. Neurol. Sci., v. 168, p. 96-106, 1999.
3. BRAMWELL, B. The prognosis in disseminated sclerosis; dura-
tion in two hundred cases of disseminated sclerosis. Edinburgh
Med. J., v. 18, p. 15-23, 1917.
4. BRASIL. Ministrio da Sade. Protocolos Clnicos e Diretrizes
Teraputicas: medicamentos excepcionais. Braslia, 2002.
5. BRASIL. Ministrio da Sade. Portaria no 493, de 23 de setembro
de 2010. Protocolo Clnico e Diretrizes Teraputicas: Esclerose
Mltipla. Dirio Oficial [da] Repblica Federativa do Brasil, Po-
der Executivo, Braslia, DF, 24 set. 2010. n. 184, p. 679. Seo 1.
6. BRITO FERREIRA, M. L. et al. Epidemiologia de 118 casos
de esclerose mltipla com seguimento de 15 anos no centro de
referncia do Hospital da restaurao de Pernambuco. Arq. Neu-
ropsiquiatr., v. 62, n. 4, p. 1027-1032, 2004.
7. BRONNUM-HANSEN, H.; KOCH-HENRIKSEN, N.; HYL-
LESTED, K. Survival of patients with multiple sclerosis in Den-
mark: a nationwide, long-term epidemiologic survey. Neurolo-
gy, v. 44, p.1901-1907, 1994.
8. CALLEGARO, D. Contribuio do estudo clnico evolutivo da
esclerose mltipla: anlise de 120 pacientes. Tese (Doutorado em
234 Estudos da Ps-Graduao
Introduo
Aspectos clnico-neurolgicos
Aspectos Neuropatolgicos
Sorologia
Diagnstico
Diagnstico Diferencial
Figura 2 - Surto de mielite na NMO. A) Sagital, T1. B) Sagital T2: hipersinal com extenso
e C4 a T6. C) T1 sagital ps-contraste: realce paramagntico com extenso segmentar de
C7 a T5. D) T2 Axial: hipersinal centro-medular. E) T1 axial ps-contraste: realce para-
magntico em regio centro-medular
1- Novo critrio: disseminao no espao (DIS) pode ser demonstrado pela presena de uma ou
mais leses em T2 em pelo menos dois de quatro dos seguintes stios no SNC: periventricular,
justacortical, infratentorial ou medula-espinhal.
Neurite ptica
Mielite Aguda
RNM de coluna mostra leso longitudinal que se estende por > 3 segmentos
vertebrais
Neurite severa com acuidade pior que 20/200 em pelo menos um olho
NMO Definida:
Neurite ptica
Mielite aguda
1. RNM de coluna com leso medular contnua que se estende por >3
segmentos vertebrais
BIBLIOGRAFIA
1. ALPER, G. Acute disseminated encephalomyelitis. J Child Neu-
rol., v. 27, n. 11, p. 1408-1425, 2012.
2. BERMAN, M. et al. Acute transverse myelitis: incidence and eti-
ologic considerations. Neurology, v. 31, n. 8, p. 966-971, 1981.
3. CORDONNIER, C. et al. Prospective study of patients present-
ing with acute partial transverse myelopathy. J Neurol., v. 250,
n. 12, p. 1447-1452, 2003.
4. DE SEZE, J. et al. Acute myelopathies: clinical, laboratory and
outcome profiles in 79 cases. Brain., v. 124, p. 1509-1521, 2001.
5. GASPERINI, C. et al. A comparison of the sensitivity of MRI
after double- and triple-dose Gd-DTPA for detecting enhancing
lesions in multiple sclerosis. Magn Reson Imaging., v. 18, n. 6,
p. 761-763, 2000.
6. HAO, X. T. et al. Intractable hiccup caused by spinal cord lesions in
demyelination disease. J Spinal Cord Med., v. 36, n. 6, p. 711-714.
7. JACOB, A. et al. Neuromyelitis optica: changing concepts. J
Neuroimmunol. v. 187, n. 1-2 p. 126-138, 2007.
8. JARIUS, S.; WILDEMANN, B.; PAUL, F. Neuromyelitis opti-
ca: clinical features, immunopathogenesis and treatment. Clin.
Exp. Immunol., v. 176, p. 149-164, 2014.
266 Estudos da Ps-Graduao
MANEJO NEUROCIRRGICO DA
MIELOPATIA TRAUMTICA
Gerardo Cristino Filho
Paulo Roberto Lacerda Leal
Willy Okoba
INTRODUO
Apesar dos avanos no entendimento da patognese, as leses
medulares (LMs) continuam com altos ndices de morbimortalidade,
com evoluo devastadora, gerando incapacidade funcional definiti-
va. Isto acarreta altos investimentos em termos de sade e previdn-
cia, alm das perdas de produtividade no trabalho. Estudos america-
nos mostram que cada vtima custa em torno de 500.000 a 2 milhes
de dlares aos cofres pblicos.45
Conforme dados americanos, a incidncia de trauma raquime-
dular (TRM) gira em torno de 40 pessoas por um milho de habi-
tantes/ano.32 As principais causas de TRM so:32 acidentes automo-
bilsticos (47%); violncia, especialmente envolvendo arma de fogo
(14%); acidentes esportivos (9%).
Na maioria das vezes, o TRM vem acompanhado de leses na
estrutura ssea e conformao da coluna vertebral, dentre os quais:
fratura de um ou mais dos elementos sseos, luxao articular, rotu-
270 Estudos da Ps-Graduao
APRESENTAO CLNICA
Sndrome Centro-Medular
o tipo mais comum de sndrome medular incompleta,
caracterizando-se pela disfuno motora desproporcionalmente
maior nas extremidades superiores em relao s inferiores. Em
geral resultante de leso por hiperextenso na presena de es-
pores osteofticos, principalmente em indivduos idosos. A ci-
rurgia costuma ser usada nas compresses em curso, geralmente
272 Estudos da Ps-Graduao
Sndrome de Brown-Squard
Trata-se de hemisseco medular. Os achados ipsilaterais so:
paralisia motora abaixo da leso (trato corticoespinhal) e perda fun-
cional da coluna posterior (propriocepo e sensibilidade vibratria).
Os achados contralaterais so: perda das sensibilidade trmica e do-
lorosa inferior leso, iniciando 1 a 2 segmentos abaixo (trato espi-
notalmico), e preservao do toque leve resultante de vias redun-
dantes ipsilaterais e contralaterais (tratos espinotalmicos anteriores).
Extenso
As leses em extenso so mais comuns na regio cervical e de-
correm de um grau varivel de inclinao posterior com os pilares arti-
culares como ponto fixo, determinando ruptura das estruturas anterio-
res. As principais causas desse mecanismo so acidentes automotivos e
queda sobre objeto fixo perpendicular ao eixo do corpo.37 Os achados
radiolgicos padres para as leses em extenso so: aumento do es-
pao discal abaixo do nvel acometido; avulso triangular da margem
anterosuperior do corpo vertebral; retrolistese; fraturas do arco neural.
274 Estudos da Ps-Graduao
Rotao
O mecanismo usual consiste em um golpe com compresso da
parte superior da coluna vertebral somado a um movimento de incli-
nao lateral e rotao, determinando ruptura do complexo ligamentar
posterior e luxao ou fratura das facetas, sendo frequente a associa-
o com fraturas de arcos costais e processos transversos.37 As leses
rotacionais so altamente destrutivas e tipicamente produzem com-
prometimento neurolgico grave. Os achados radiolgicos desse me-
canismo de leso so: fragmentao acentuada da vrtebra, incluindo
rotao e deslocamento de fragmentos; fraturas dos processos trans-
versos, arcos costais ou ambos; fraturas e deslocamentos das facetas
articulares; ruptura da linha cortical posterior do corpo vertebral.
Cisalhamento
As leses em cisalhamento resultam de foras diretas horizon-
tais ou oblquas sem haver sobrecarga axial e geralmente ocorrem na
regio toracolombar e na juno craniocervical (luxao atlanto-occi-
pital). Assim como as leses rotacionais, esse mecanismo altamen-
te destrutivo e determina comprometimento neurolgico grave.37 Os
principais achados radiolgicos so: disposio oblqua dos fragmen-
tos na tomografia computadorizada (TC); deslocamento ou distrao
lateral da coluna; fraturas dos arcos costais e processos transversos.
Uso de Metilprednisolona
A metilprednisolona o nico tratamento sugerido em ensaios
clnicos que melhora o desfecho clnico em pacientes com LM agu-
da no penetrante; porm as evidncias so limitadas e controversas.
Os melhores resultados foram observados quando a administrao
ocorreu nas primeiras oito horas aps a leso. Dois estudos rando-
mizados e duplos cego testaram a eficcia da terapia com glicocorti-
coides em pacientes com LM aguda.
The National Acute Spinal Cord Injury Study II (NASCIS II):
comparou a administrao de metilprednisolona (30 mg/kg endove-
noso [EV], seguido por 5,4 mg/kg por hora, por mais 23 horas), ao
Naloxona e ao Placebo em 427 pacientes com LM aguda.7 Aps um
ano, no houve diferena significativa funcional entre os grupos pes-
quisados. Houve discreta melhora em pacientes tratados com metil-
prednisolona dentro das primeiras oito horas aps a LM, em compa-
rao com aqueles tratados com placebo. Contudo, houve maiores
taxas de infeco da ferida operatria neste grupo de pacientes. Os
critrios de excluso do estudo (esses pacientes no foram estudados
e no foi feita qualquer avaliao quanto ao medicamento ser til ou
no): sndrome da cauda equina, ferimentos por arma de fogo, mor-
bidade com risco vida, gravidez, dependncia de narcticos, me-
nores de 13 anos, pacientes que utilizam esteroides de manuteno.
The National Acute Spinal Cord Injury Study III (NASCIS III):
comparou trs grupos Metilprednisolona administrado por 24 ho-
ras, Metilprednisolona administrado por 48 horas e Mesilato de Ti-
rilazado (inibidor potente da peroxidao lipdica) administrado por
48 horas aps LM aguda completa ou incompleta.7 No total, 499 pa-
cientes foram tratados com uma dose endovenosa de 30 mg/kg de
LESES MEDULARES CLNICAS E EXPERIMENTAIS 277
EXAMES DE IMAGEM
Figura 3 Paciente vtima de TRM por acidente automobilstico evolui com sndrome
centro-medular. A imagem de RNM ponderada em T2 evidenciou contuso medular
extensa de C3 a C7, com perda da lordose fisiolgica e compresso medular anterior
centrada em C5.
CRITRIOS DE INSTABILIDADE
TRATAMENTO CIRRGICO
Em casos de LM aguda, o objetivo da conduta cirrgica prin-
cipalmente a estabilizao da coluna vertebral, reduo das luxa-
es e a descompresso dos elementos neurais. No h consenso na
literatura sobre quando operar diante desses casos.5 Dessa forma,
a conduta acaba sendo decidida pela experincia do profissional e
pelas normas do centro especializado.
Trao/Reduo
Descompresso e Estabilizao
Quando operar?
PROGNSTICO
BIBLIOGRAFIA
1. ALBERT, T. J.; KIM, D. H. Timing of surgical stabilization after
cervical and thoracic trauma. Invited submission from the Joint
Section Meeting on Disorders of the Spine and Peripheral Ner-
ves. J Neurosurg Spine, v. 3, p. 182-190, 2005.
2. AMBROZAITIS, K.V. et al. Pathophysiology of acute spinal
cord injury. Medicina (Kaunas), v. 42, 2006.
288 Estudos da Ps-Graduao
SIRINGOMIELIA DIAGNSTICO E
TRATAMENTO
Jos Arnaldo Motta de Arruda
INTRODUO
Histrico
Classificao da Siringomielia
Siringomielia idioptica
esto associadas.
MOUFARRIJ e AWAD47 propuseram uma nova classificao
da malformao de Chiari que apresentada a seguir:
Chiari Tipo I Herniao do rombencfalo (tonsilas e parte
do tronco cerebral), sem mielomeningocele
Tipo Ia Congnita.
Tipo Ib Adquirida (aracnoidite; derivao lomboperitoneal;
punes lombares repetidas; de novo ).
Chiari Tipo II Herniao do rombencfalo com mielome-
ningocele lombar.
Chiari Tipo III Herniao do rombencfalo com encefalo-
cele occipitocervical.
Cada uma das categorias pode ser subdividida de acordo com
a presena ou no de siringomielia.
Casos: 2, 9, 10, 13, 16, Casos: 8, 27, 31, 38 e 39 Casos: 15, 20, 21, 24, 33, Casos: 4, 26, 35, Casos: 1, 3, 7, 14, Casos: 5, 12 e 60 Casos: 6, 11, 23,
18, 19, 22, 28, 29, 30, 32, 34, 36, 46, 48, 53, 54 e 59 37, 49, 52 e 57 17, 25, 40 e 55 41, 44, 51, 56 e 58
42, 43, 45, 47 e 50
Quadro 1- Sintomas
1 Cefaleia
2 Diplopia
3 Disfagia
4 Vertigem
5 Colapso nas pernas (drop attacks)
6 Diminuio da audio
7 Dor nos membros e trax
8 Fraqueza muscular
9 Ausncia de sudorese
10 Diminuio da sensibilidade termoalgsica
11 Voz anasalada
12 Dor na face
13 Impotncia sexual
14 Marcha cambaleante
15 Dor no pescoo
16 Disestesias
316 Estudos da Ps-Graduao
Resultados
11
> 80%
99
60 a 80%
30
30
40 a 60%
15
15
20 a 40%
44
0 a 20%
0 5 10 15 20 25 30 35
BIBLIOGRAFIA
INTRODUO
DEGENERAES ESPINOCEREBELARES
Ataxias espinocerebelares
Ataxias recessivas
1. Geneticamente determinadas
Amiotrofia espinhal (SMA)
Doena de Kennedy
Neuropatias motoras hereditrias distais (dHMN)
2. Infecciosas
Poliomielite
3. Inflamatrias
Sndrome de Hopkins
4. Neurodegenerativas
Esclerose Lateral Amiotrfica (ELA)
5. Causa no esclarecida
Doena de Hirayama
Fonte: Elaborada pelos autores.
CONCLUSO
Lista de abreviaturas
Figura 1 - Imagem de ressonncia magntica cervical (corte axial ponderado em T2) mos-
trando a representao esquemtica das reas medulares comprometidas nas diferentes
doenas neurodegenerativas. (A) Ataxia de Friedreich: funculos posteriores > tratos corti-
coespinhais laterais; (B) Paraparesias espsticas hereditrias: tratos corticoespinhais laterais
> funculos posteriores; (C) Esclerose lateral amiotrfica: tratos corticoespinhais laterais e
cornos ventrais da medula.
BIBLIOGRAFIA
ESTIMULAO ELETROMAGNTICA
REPETITIVA DA MEDULA ESPINHAL EM RATOS
ACORDADOS
Paulo Marcelo Gondim Sales
Francisco de Assis Aquino Gondim
INTRODUO
Fatores Modais
Fatores Espaciais
Fatores Temporais
BIBLIOGRAFIA
OS AUTORES
Diego Bandeira
Mdico neurorradiologista do Hospital Regional Norte de Sobral
Marcondes C. Frana Jr
Neurologista e neurofisiologista clnico, Professor Doutor, Departa-
mento de Neurologia, FCM UNICAMP
Willy Okoba
Mdico, residente de Cirurgia Geral da Santa Casa de Misericrdia
de Sobral
360 Estudos da Ps-Graduao