Livro

KLS
Sistemas de
computao e
de informao
Sistemas de computao
e de informao
Ruy Flvio de Oliveira

Luiz Augusto Arruda Costa
2016 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicao poder ser reproduzida ou transmitida de qualquer
modo ou por qualquer outro meio, eletrnico ou mecnico, incluindo fotocpia, gravao ou qualquer outro tipo
de sistema de armazenamento e transmisso de informao, sem prvia autorizao, por escrito, da Editora e
Distribuidora Educacional S.A.
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Vice-Presidente Acadmico de Graduao

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Conselho Acadmico
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Parecerista
Ruy Flvio de Oliveira
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Editorao
Emanuel Santana
Cristiane Lisandra Danna
Andr Augusto de Andrade Ramos
Daniel Roggeri Rosa
Adilson Braga Fontes
Diogo Ribeiro Garcia
eGTB Editora
Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)
Oliveira, Ruy Flvio de

O48s Sistemas de computao e de informao / Ruy Flvio de
Oliveira, Luiz Augusto Arruda Costa. Londrina : Editora e
Distribuidora Educacional S.A., 2016.
252 p.
ISBN 978-85-8482-453-3
1. Sistemas de transmisso de dados. 2. Redes de

computadores. 3. Tecnologia da informao. I. Costa, Luiz
Augusto Arruda. II. Ttulo.
CDD 005
2016
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 Parque Residencial Joo Piza
CEP: 86041-100 Londrina PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumrio
Unidade 1 | Tecnologia da informao e comunicao no ambiente 7

organizacional
Seo 1.1 - Importncia da informao 9

Seo 1.2 - Papel e valor da informao 23
Seo 1.3 - Contextualizao sobre a tecnologia da informao 37
Seo 1.4 - Panorama sobre a tecnologia da informao 51
Unidade 2 | Classificao dos sistemas computacionais 67
Seo 2.1 - Conceitos gerais sobre sistemas computacionais

Fundamentos e estrutura geral de um sistema de computao 69
Seo 2.2 - Classificao sobre os sistemas computacionais
Principais classificaes e caractersticas dos sistemas computacionais 81
Seo 2.3 - Fundamentos gerais sobre sistemas de informao
Classificao e caractersticas dos sistemas de informao 95
Seo 2.4 - Impacto da internet nos sistemas de informao
A evoluo dos sistemas de informao com a internet 109
Unidade 3 | Tecnologias de desenvolvimento de sistemas 125
Seo 3.1 - Fundamentos gerais sobre desenvolvimento de sistemas 127

Seo 3.2 - Classificaes e tipos de linguagens de programao 143
Seo 3.3 - Principais tipos de sistemas gerenciadores de banco de
dados 159
Seo 3.4 - Ferramentas CASE 177
Unidade 4 | Gesto da informao e do conhecimento 191
Seo 4.1 -Gesto da informao e do conhecimento 193

Seo 4.2 - Business Intelligence 205
Seo 4.3 - ETL, Data Warehouse e Data Marts 219
Seo 4.4 - OLAP e Data Mining 231
Palavras do autor
Nos dias atuais, boa parte das atividades executadas pelas pessoas est de alguma
forma relacionada com o uso de dados e de informaes geradas por esses dados, por
exemplo, a qualidade das informaes geradas por uma pesquisa realizada no Google
depende muito dos dados fornecidos e disponveis na web. Alm disso, as organizaes
modernas precisam de dados e informaes para a tomada gil de decises.
No adianta uma organizao ter milhares de dados e informaes se ela no
consegue utiliz-los da maneira apropriada, o que acontece com muitas organizaes
que acabam se perdendo, devido falta de planejamento e de estratgias de
armazenamento dos dados. O uso de computadores no mais um privilgio das
grandes empresas! bem provvel que aquele caderno de receitas de sua me, av
ou tia esteja sendo trocado por um computador ou tablet!
Esta disciplina pretende mostrar a importncia da informao nos processos
organizacionais e como podemos tratar todos esses dados e informaes de uma
maneira adequada e segura, permitindo que uma organizao se torne altamente
competitiva. O uso intensivo da internet na maioria das atividades empresariais e
a agilidade que se exige nos negcios obrigam as empresas serem cada vez mais
eficientes no uso de seus dados e informaes.
Sendo assim, muito importante que o aluno desenvolva uma rotina de autoestudo
para que possa assistir s aulas e aproveitar ao mximo esse momento de ensino-
aprendizagem, possibilitando um debate de alto nvel com seus colegas e professores.
Seja bem-vindo e mergulhe com paixo neste maravilhoso mundo da informtica!
Este livro composto por quatro unidades:

Unidade 1: Tecnologias da informao e comunicao no ambiente
organizacional
Unidade 2: Classificao dos sistemas computacionais
Unidade 3: Tecnologias de desenvolvimento de sistemas
Unidade 4: Gesto do conhecimento
Unidade 1
Nesta unidade, sero apresentados os principais conceitos das tecnologias de
informao, apresentando um histrico da evoluo e um cenrio das diversas
tecnologias da informao atualmente em uso pelas organizaes.
Unidade 2
Nesta unidade, sero apresentados os principais sistemas computacionais e como
so estruturados. Sero apresentados, tambm, os principais tipos de equipamentos de
computao atualmente em uso e o impacto da internet nos sistemas de informao.
Unidade 3
Nesta unidade, sero apresentados os principais conceitos e ferramentas de
desenvolvimento de sistemas, as linguagens de programao utilizadas e os sistemas
de gerenciamento de bancos de dados.
Unidade 4
Nesta unidade, sero apresentados os principais conceitos de gesto do
conhecimento e de sua importncia nas organizaes. Voc ver os conceitos de
inteligncia artificial, big data, cloud computing e as principais tcnicas, ferramentas e
algoritmos de tratamento de grandes bancos de dados.
Unidade 1
TECNOLOGIA DA
INFORMAO E
COMUNICAO NO
AMBIENTE ORGANIZACIONAL
Convite ao estudo
Muitas vezes, os alunos perguntam: Por que necessrio estudar
sistemas de computao e de informao?. A resposta muito simples:
Os sistemas de computao e de informao esto presentes em boa parte
das atividades realizadas pelas pessoas em uma organizao. E podemos
afirmar, ainda, em boa parte das nossas atividades dirias.
Com o contedo que estudaremos na Unidade 1, voc ser capaz de

conhecer e compreender as principais tecnologias relacionadas informao
e comunicao, que ocorre pelo uso dos sistemas de informao. Nesse
sentido, a seguir apresentamos os objetivos de aprendizagem desta unidade de
ensino. So eles:
1. Entender a importncia da informao nas atividades pessoais e

profissionais.
2. Conhecer as estratgias de coletas de dados que so utilizadas para

gerar informaes.
3. Conhecer a evoluo das tecnologias de informao que so utilizadas

nas atividades profissionais e pessoais.
4. Conhecer o cenrio das tecnologias da informao disponveis e o seu

futuro.
No intuito de aproximar o contedo estudado, ou seja, a teoria e seus

conceitos, com as prticas do mercado de trabalho, vamos trabalhar com a
seguinte situao que visa estreitar essas relaes: Sebastio possui uma pequena
loja de autopeas, com 5 funcionrios, a qual tem tido problemas para atender
aos seus clientes pela constante falta de peas. Atualmente, a loja no possui
nenhum tipo de sistema informatizado. Todos os controles so manuais e so
U1
registrados em um pequeno caderno. Mas, frequentemente, os funcionrios

acabam esquecendo de fazer os devidos registros, o que dificulta todo o
controle do estoque. Preocupado com a situao, Sebastio resolve contratar
uma empresa de informtica para desenvolver um sistema que possibilite o
controle total do estoque da loja.
Seja bem-vindo! Os conceitos desta unidade so fundamentais para que

voc consiga compreender a importncia da informao nas atividades
profissionais e pessoais e ajudar Sebastio a solucionar o problema no controle
total do estoque da loja. Nos dias atuais, o acesso s informaes no mais um
privilgio de grandes organizaes. Descubra como a tecnologia da informao
pode melhorar a sua produtividade e tambm o seu lazer.
8 Tecnologia da informao e comunicao no ambiente organizacional

U1
Seo 1.1
Importncia da informao
Dilogo aberto
Seja bem-vindo!
Nesta seo, vamos abordar alguns conceitos bsicos que so fundamentais para
entender a diferena entre dado e informao e como so utilizados nos sistemas
de informao. A seo 1.1 possibilitar a voc, aluno, conhecer e compreender as
principais tecnologias relacionadas informao e comunicao, bem como
entender a importncia da informao nas atividades pessoais e profissionais.
A partir desta seo, voc descobrir como identificar os dados importantes para
serem utilizados nos sistemas de informao, alm de evidenciar a sua importncia
para auxiliar nas tomadas de deciso e nos processos produtivos em geral. Isso significa
que, em todas as reas do conhecimento e de mercado, os sistemas esto presentes e
a necessidade de ter acesso rpido informao cada vez maior.
Nesse sentido, para resolver a situao da loja de autopeas que estamos
trabalhando, a primeira ao a ser realizada pela empresa de informtica que foi
contratada por Sebastio determinar quais so os dados importantes a serem
considerados para a primeira etapa de identificao das necessidades de controle e
acesso a informaes que a loja requer. Alm disso, quais so as informaes que ele
pretende obter com a implantao de um sistema.
Sendo assim, identifique quais so os dados que precisam ser levantados e que
tipo de informaes so fundamentais para atender aos requisitos de atendimento aos
clientes. Lembre-se de que um dos motivos que levaram implantao de um sistema
que permita o controle de estoques a disponibilizao de peas e a sua respectiva
reposio, objetivando maximizar as vendas com o controle dessas informaes.
Bons estudos!
Tecnologia da informao e comunicao no ambiente organizacional 9

U1
No pode faltar
Estamos todo o tempo consultando dados e informaes. A previso do tempo

que voc consulta no seu smartphone apenas uma das informaes que voc
busca ao longo do dia. Para gerar essa informao, muitos dados foram analisados
e relacionados com o uso de diversos sistemas de computao e informao. O
Facebook, por exemplo, utiliza uma quantidade imensa de dados para analisar e
retornar para voc uma relao de pessoas que voc talvez conhea.
Observe os sistemas de compras eletrnicas, que exigem um grande poder de

computao e tratamento de dados. Imagine grandes empresas que vendem pela
internet fazerem os seus controles de pedidos e estoques manualmente. Isso
praticamente impossvel nos dias atuais. Com certeza, muitas pessoas iriam receber
produtos errados e os prazos de entrega seriam muito longos.
O que dado?
Dado uma representao simblica, bruta e desprovida de significado. Pode

ser nmero, letra, caractere, som, nome, data, figura, smbolo, temperatura, presso,
umidade, etc. Podemos dizer que os dados so a principal matria-prima dos sistemas
de informao. So coletados dos mais diversos tipos de fontes, como instrumentos,
pesquisas, eventos, observaes, etc. (BALTZAN; PHILLIPS, 2012).
A seguir, temos um grfico que contabiliza os dados coletados no Brasil nos anos
2000 e 2010 sobre trabalho infantil.
Figura 1.1: Quantidade de trabalhadores com idade entre 10 e 17 anos, nos anos 2000 e
2010
4.000.000
3.000.000
2.000.000
1.000.000
0
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
2000 2010
Fonte: IBGE (2015).

U1
A simples observao deste grfico nos permite gerar a informao de que o

nmero de trabalhadores com idade entre 10 e 17 anos diminuiu no ano de 2010
em comparao com o ano 2000, analisando-se os dados do pas. Mas tambm
nos permite observar que, nas regies Norte e Centro-Oeste, no houve alterao
dos dados.
Reflita
Dados so coletados dos mais diversos tipos de fontes, como livros,

revistas, jornais, relatrios, discos, instrumentos musicais, pesquisas,
eventos, observaes, e inclusive de diversos equipamentos e
instrumentos industriais. Procure sempre identificar os dados que so
realmente fundamentais para gerar informaes.
O que informao?
Informao o que se obtm com algum tipo de processamento de dados. Uma

informao somente ser obtida se dados puderem ser relacionados (BALTZAN;
PHILLIPS, 2012). Por exemplo, as anlises dos dados obtidos de um censo demogrfico
podem gerar informaes sobre a populao como:
quantas pessoas possuem mais de 60 anos;
quantas mulheres tem mais de 2 filhos; e
quantas pessoas possuem nvel superior.
Para obter essas informaes, os dados so contabilizados e analisados por

sistemas de computao. Observe o exemplo da Figura 1.2 a seguir.
Figura 1.2: Pesquisas no Google sobre tablets e notebooks
Fonte: Google Trends (2015).

U1
No quadro da Figura 1.2 possvel observar informaes geradas pelo Google

Trends sobre pesquisas realizadas sobre tablets e notebooks. possvel observar que
a partir de 2011 o interesse por tablets tem um crescimento muito acentuado e que
o interesse por informaes relacionadas sobre notebooks est em queda, o que
confirma as previses dos analistas de que os tablets devero substituir os notebooks
em muitas aplicaes.
Uma informao pode ser gerada por meio de grficos, clculos, tabelas, sons,
textos, etc. Com a evoluo da tecnologia da informao, as empresas comearam
a racionalizar os seus sistemas de trabalho, com a utilizao de computadores em
suas principais atividades, reduzindo a duplicao de dados para evitar conflitos de
informaes. Atualmente, com a interligao dos computadores em redes, os diversos
departamentos de uma empresa podem compartilhar informaes que so geradas
por dados armazenados em um nico banco de dados centralizado.
Exemplificando
Um bom exemplo de gerao de informao quando adquirimos

um determinado livro em um sistema de compras eletrnicas. Voc j
observou que, aps a escolha do livro, sempre surgem indicaes do tipo:
pessoas que compraram este livro tambm adquiriram tais livros. Com
base na anlise do tipo do livro escolhido, o prprio sistema identifica que
o cliente pode ser um potencial cliente para outro livro do mesmo assunto.
Assimile
Uma pesquisa difundida pelo IBOPE afirma que 47% dos entrevistados
disseram preferir a web para se informar (a mdia mundial de 45%)
(TECMUNDO, 2015).
Apesar de ser uma grande fonte de informaes, a web no deve ser

a nica fonte de informaes utilizadas em suas pesquisas. Existem
muitos sites de alta qualidade (principalmente os sites de universidades
e institutos de pesquisas), mas, tambm, existem muitas informaes
de m qualidade e com erros muito grosseiros na web. Portanto,
fique atento!

U1
O que sistema de informao?
Um sistema de informao pode ser entendido como um conjunto de elementos

que coletam, processam, armazenam e distribuem informaes, de forma organizada
e coordenada, para auxiliar na tomada de decises. Quando pensamos em sistema
de informao, inicialmente nos vem mente algo realizado por computadores, no
entanto, a gerao de informaes pode ser realizada manualmente. O que ocorre,
principalmente nas grandes empresas, a dificuldade de manipular tantos dados e
informaes, com agilidade e confiabilidade, de forma manual. Portanto, o uso de
computadores se tornou imprescindvel para a competitividade das empresas. Isso
no impede que dados obtidos manualmente possam ser inseridos e integrados em
um Sistema de Informao.
Um sistema de informao tem como objetivo a coleta, processamento,

armazenamento e distribuio de informaes com finalidades prticas, de forma
clara e objetiva, para o apoio tomada de decises. Todas as informaes geradas
devem ser atualizadas e confiveis. Informaes desatualizadas e incorretas podem
trazer grandes prejuzos a uma organizao.
Compreender o impacto direto que as informaes tm sobre os resultados de

faturamento de uma empresa fundamental para todos os colaboradores. A agilidade
no mundo dos negcios fundamental para o sucesso empresarial. Sendo assim,
administrao de informaes, como vendas, entregas, estoques e consumo de
matrias-primas pode levar uma empresa a um grande sucesso ou a um grande
fracasso (BALTZAN; PHILLIPS, 2012).
Figura 1.3: Quadro de informaes de partidas e chegadas de aeroportos
Fonte: Freeimages (2015).

U1
No quadro da Figura 1.3, possvel observar as informaes geradas pelo sistema

de informao de um aeroporto, sobre partidas e chegadas de voos. Esse um caso
tpico de sistema de informao.
Entre os principais objetivos da utilizao dos sistemas de informao, podemos citar:
Gerao de informaes estratgicas e especficas para os departamentos de

uma empresa.
Gerao de informaes de utilidade pblica.
Confiabilidade na manipulao dos dados.
Agilidade na gerao de informaes (SILVA, 2014).
Exemplificando
Um grande exemplo da aplicao de um sistema de informao o sistema

de folha de pagamentos. Imagine uma empresa com 1000 funcionrios.
Se os clculos de cada funcionrio forem realizados manualmente, a
possibilidade de erros pode ser muito grande. Alm do grande tempo
necessrio para gerar todos os comprovantes de pagamento. Com o uso
do computador, esse tipo de operao pode ser realizado em apenas
alguns minutos.
Saiba mais
A quantidade de informaes fornecidas por um carro de Frmula 1 durante
uma volta to grande que exige pessoal qualificado para interpretar e
utilizar estas informaes durante a corrida. Informaes do carro, das
condies da pista e dos demais competidores, so utilizadas para prever
o melhor momento para fazer o pit stop, considerando tambm quando
os outros times o faro (TECMUNDO, 2015).
O que tecnologia da informao?
Tambm conhecida como TI, podemos dizer que tecnologia da informao

representa todos os componentes de hardware e software de um sistema
computacional (OBRIEN, 2011). Nesse momento, no se preocupe com os termos
hardware e software, pois esses conceitos sero apresentados com detalhes na
Unidade 2. Observe na Figura 1.4 alguns benefcios da TI:

U1
Figura 1.4: Funes de negcio que recebem os maiores benefcios da TI (%)
0 10 20 30 40 50 60 70
Atendimento ao consumidor 70%
Finanas 51%
Vendas e marketing 42%
Operaes de TI 39%
Gerenciamento de operaes 31%
RH 17%
Segurana 17%
Fonte: Adaptado de Baltzan e Phillips (2012).
A TI forma toda a infraestrutura de base necessria para gerao das informaes

de um sistema de informao de uma organizao. O departamento de TI de uma
organizao considerado um departamento altamente estratgico para o sucesso
de suas atividades. um departamento que necessita de altos investimentos e
de equipamentos com alta capacidade de processamento. O papel principal da
tecnologia da informao, em sua maior parte, dar todo o suporte s estratgias
e aos processos de uma organizao. Observe na Figura 1.5 como as empresas
enxergam o uso das tecnologias da informao (BALTZAN; PHILLIPS, 2012):
Figura 1.5: Metas do projeto da tecnologia da informao (%)
0 10 20 30 40 50 60 70 80 00
Reduzir custos/ Melhorar a produtividade 81%
Melhorar a satisfao/Fidelidade do consumidor 71%
Criar uma vantagem competitiva 66%
Gerar crescimento 54%
Otimizar a cadeia de suprimentos 37%
Expanso global 16%

U1
Faa voc mesmo
Faa uma reviso dos conceitos apresentados (dados e informao). Eles

so fundamentais para a compreenso de um sistema de informao.
Pesquise mais
BALTZAN, Paige; PHILLIPS, Amy. Sistemas de Informao. Porto Alegre:
AMGH, 2012, p. 369.
O'BRIEN, James A. Sistemas de informao e as decises gerenciais na

era da internet. 3. ed. So Paulo: Saraiva, 2011, p. 316.
STAIR, Ralph M. Princpios de sistemas de informao. So Paulo:

CENGAGE, 2015, p. 752.
Sem medo de errar

Agora que os conceitos bsicos j foram aprendidos, vamos resolver a situao-
problema 1:
Passo 1: relacionar os dados que sero importantes para o sistema a ser desenvolvido.
Esse um passo muito importante para o desenvolvimento de um sistema de

informao. Os dados so os principais elementos que permitem a obteno de
informaes importantes. Procure relacionar apenas os dados que realmente sejam
importantes para a gerao de informaes. Se voc no puder identificar todos os
dados importantes neste momento, no se preocupe. medida que voc adquirir
experincia, sua capacidade de identificar os principais dados vai se aprimorar.
No nosso exemplo, a equipe de desenvolvimento da empresa contratada, aps

reunir-se com o proprietrio da loja de autopeas, concluiu que os dados que precisam
ser coletados so:

U1
Cdigo da pea.
Descrio da pea.
Custo da pea.
Preo de venda da pea.
Fornecedor da pea.
Quantidade de peas em estoque.
Quantidade mnima da pea para estoque.
Ateno!
Neste momento, ainda no precisamos nos preocupar com os tipos dos

dados. Esse um assunto que ser tratado mais tarde na Seo 1.2.
Lembre-se
Podemos dizer que os dados so a principal matria-prima dos sistemas

de informao.
Reflita
Ser que todos os dados importantes foram considerados? Ser que

toda aplicao de controle de estoque utiliza os mesmos dados? Troque
ideias com seus colegas e com seu professor.
Ateno!
Certifique-se de que voc identificou todos os dados necessrios para

o desenvolvimento do sistema. Como sugesto, imagine que tipo de
informao o sistema dever gerar e verifique se os dados coletados so
suficientes para gerar as informaes. Isto no impede que novos dados
possam ser adicionados futuramente, mas isto implica, muitas vezes, em
custos adicionais.

U1
Passo 2: relacionar as informaes que devero ser geradas pelo sistema

informatizado, para atender aos requisitos dos clientes
Um sistema de informao permite a gerao de uma enorme quantidade de

informaes e relatrios (que podem ser impressos ou apenas apresentados na tela
do computador). Nesse momento, a sugesto focar nas principais informaes
que podero ajudar no desempenho da atividade comercial. Mesmo porque,
quanto mais complexo for o sistema, maior ser o custo de desenvolvimento e
implementao dele.
Com os dados em mos, a equipe de desenvolvimento sugeriu que, inicialmente,

a loja deveria ter trs tipos de relatrios para permitir uma gesto eficiente do negcio:
Relatrio de peas vendidas, com quantidade: esse relatrio vai permitir

identificar as peas mais vendidas (dia, ms, ano).
Relatrio de total faturado (dia, ms, ano): este relatrio vai permitir o controle
do faturamento e possibilitar o planejamento de investimentos da loja.
Relatrio das peas que atingiram o estoque mnimo: esse relatrio vai permitir
um controle mais eficiente do estoque, reduzindo a falta de peas. Quando o estoque
atingir o valor mnimo de estoque programado, o sistema vai emitir, no final do dia, a
relao das peas que precisam ser repostas no estoque.
Ateno!
Focar apenas nas informaes realmente necessrias no momento.

Deixe para implementar recursos mais sofisticados quando seu sistema
j estiver em uso, o que permitir a voc identificar o que realmente
precisa ser melhorado.
Quanto mais complexo for um sistema, mais custoso ele se torna, alm
de demorar muito tempo para ser posto em uso.
Muitos sistemas acabam sendo abandonados durante o seu

desenvolvimento, devido falta de planejamento adequado de sua
implementao. A melhor opo informar a equipe de desenvolvimento
sobre suas pretenses para que ela possa desenvolver o sistema de
forma modular, mas preparado para a incluso de novas funcionalidades.
Acredite, os especialistas esto preparados para isso!

U1
Faa voc mesmo
Crie uma nova situao para o controle do estoque de uma farmcia.

Ser que os dados sero os mesmos? Quais informaes poderiam ser
importantes para o proprietrio da farmcia no que tange o controle por
meio de um sistema de informao?
Saiba mais
Assista palestra a seguir:
TED. The dark side of data (O lado negro dos dados: com legendas em
portugus). Disponvel em: <https://www.ted.com/playlists/130/the_
dark_side_of_data>. Acesso em: 8 out. 2015.
Pesquise mais
PRADO, Edmir Parada Vasques; SOUZA, Cesar Alexandre de. Fundamentos
de sistemas de informao. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014, p. 300.
SILVA, Nelson Peres da. Anlise e estruturas de sistemas de informao.

2. ed. So Paulo: rica, 2014, p. 170.
Avanando na prtica
Pratique mais
Instruo
Desafiamos voc a praticar o que aprendeu, transferindo seus conhecimentos para novas situaes
que pode encontrar no ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois compare-as com as de
seus colegas.
Identificando dados para desenvolvimento de um sistema de informao

1. Competncia de Fundamentos Conhecer e compreender as principais tecnologias
de rea relacionadas informao e comunicao.
Entender a importncia da informao nas atividades pessoais
2. Objetivos de aprendizagem
e profissionais.
Contextualizao sobre a importncia da informao para
3. Contedos relacionados
uma organizao no ambiente global.

U1
Em um pequeno supermercado de bairro, identifique quais

4. Descrio da SP so os principais dados que precisam ser coletados para o
desenvolvimento de um sistema de informao.
Em um supermercado, podemos considerar como dados
principais:
Cdigo do produto.
Descrio do produto.
Custo do produto.
Preo de venda do produto.
5. Resoluo da SP Fornecedor do produto.
Quantidade do produto em estoque.
Quantidade mnima do produto para estoque.
No caso do supermercado, outro dado importante tambm:

Data de validade do produto.
Lembre-se
Muitos sistemas de informao especficos (por exemplo: controle de

estoque) possuem uma estrutura de dados muito semelhante, o que
no significa que todos sejam capazes de serem atendidos por um
nico sistema. Cada cliente possui particularidades, que a equipe de
desenvolvimento dever estar preparada para atender.
Faa voc mesmo
Visite um pequeno supermercado e observe que dados so coletados

quando voc passa no caixa e procure identificar que tipo de informao
estes dados esto gerando e compare com os dados considerados no
exemplo anterior.
Faa valer a pena!
1. Por que os estudantes precisam estudar sistemas de computao

e informao?
a) Os sistemas de computao e informao so importantes para poder

surfar na web.
b) Os sistemas de computao e informao so importantes para quem
trabalha com TI.

U1
c) Os sistemas de computao e informao so usados somente por

especialistas de TI.
d) Os sistemas de computao e informao so importantes somente
para quem trabalha com TI.
e) Os sistemas de computao e informao esto presentes em boa
parte das atividades realizadas pelas pessoas em uma organizao e em
boa parte das nossas atividades dirias.
2. Que tipo de competncias podem ser adquiridas com o estudo de

sistemas de computao e informao?
a) Entender os conceitos de dados, informaes, sistemas de

informao e tecnologia da informao.
b) Executar servios de manuteno de equipamentos como
computadores e impressoras.
c) Executar servios profissionais de fotografia utilizando-se
mquinas digitais.
d) Acessar sistemas de bancos sem passar pelos sistemas de segurana.
e) Realizar compras pela internet.
3. Por que o departamento de TI considerado estratgico para

uma organizao?
a) Porque tem armazenados muitos dados sigilosos.

b) Porque permite gerar informaes importantes para a tomada
de decises.
c) Porque trabalha com computadores.
d) Porque possui os profissionais mais estratgicos de uma organizao.
e) Porque registra todas as informaes disponveis da organizao.

U1

U1
Seo 1.2
Papel e valor da informao
Dilogo aberto
Nesta seo, vamos abordar as metodologias de coletas de dados que so utilizadas

para gerar informaes. Voc descobrir como registrar os dados importantes para
serem utilizados nos sistemas de informao e como trat-los com segurana. As
informaes so geradas por meio da manipulao dos dados obtidos de uma
aplicao de banco de dados, que, por sua vez, so utilizados como fonte para
transformar esses dados em informao.
A qualidade de um sistema de informao est diretamente ligada qualidade dos
dados utilizados, portanto, os dados precisam ser confiveis para que possam gerar
informaes confiveis. Uma das grandes vantagens de um sistema de informaes
que utiliza computadores a possibilidade de coletar os dados de forma automtica,
evitando erros de digitao.
importante registrar que o uso de computadores em um sistema de informaes
no garante que estas informaes geradas sejam confiveis. O processo de gerao
de informaes depende tambm de outros fatores relacionados ao desenvolvimento
do software que manipula todos os dados.
Aps analisar os dados que precisam ser levantados, e as informaes desejadas
pelo cliente, a equipe de informtica da empresa contratada comeou a estudar as
estratgias de coleta dos dados e a estruturao de todo o software que vai fazer o
controle da loja. Para isso, a equipe de informtica vai se reunir com o proprietrio
da loja para sugerir que recursos e informaes sero disponibilizados para que haja
um controle de estoque adequado de forma a atender as demandas. Com isso, a
sua principal atividade ser identificar quais so os tipos de recursos e informaes
que devem ser observados pela empresa de informtica e, assim, iniciar a anlise dos
requisitos desse sistema.
A seo 1.2 possibilitar a voc, aluno, atendendo ao objetivo de aprendizagem
desta aula, conhecer as metodologias de coletas de dados e as estruturas de dados
que so utilizadas para gerar informaes.
Bons estudos!

U1
No pode faltar
A tecnologia da informao, tambm conhecida como TI, apesar de utilizar

intensamente computadores e equipamentos de alta tecnologia, precisa de
profissionais talentosos para planejamento e desenvolvimento dos sistemas de
informao. Um sistema de informao mal planejado pode trazer grandes prejuzos
a muitas organizaes.
O sucesso de um negcio depende das metodologias e tecnologias utilizadas para

coletar dados e gerar informaes para apoiar a tomada de decises.
A grande maioria dos profissionais em nvel de gerncia entende muito bem os

processos que esto envolvidos no seu negcio, mas, frequentemente, ficam perdidos
quanto utilizao dos recursos de TI de forma eficaz. Os profissionais que entendem
o poder da tecnologia da informao e o que ela capaz de proporcionar com
certeza estaro melhor preparados para enfrentar os desafios em busca do sucesso.
O sucesso de um negcio est apoiado em trs recursos fundamentais (BALTZAN;
PHILLIPS, 2012), como podemos observar na Figura 1.6:
Figura 1.6: A relao entre pessoas, informaes e TI
Esses trs recursos (pessoal, informao e TI, nessa ordem de prioridade) so

indispensveis para o sucesso de uma organizao. Se um falhar, todos falham
(BALTZAN; PHILLIPS, 2012).
A cultura de uma organizao desempenha um papel fundamental de como ela

ir compartilhar as informaes entre os seus colaboradores, clientes e sociedade.

U1
A maneira como as pessoas utilizam as informaes refletir a importncia que os

lderes da organizao atribuem ao uso das informaes para alcanar o sucesso ou
para evitar o fracasso (BALTZAN; PHILLIPS, 2012).
As metodologias para coletas de dados
Desenvolver um sistema de informao como construir uma casa. Voc pode

deixar essa tarefa por conta de outras pessoas, com a esperana de que a casa
satisfaa todas as suas necessidades, entretanto, participar do processo de construo
pode ajudar a garantir que as suas necessidades sejam atendidas, conforme suas
especificaes. Portanto, recomenda-se que aqueles que estejam diretamente ligados
aos processos que faro uso das informaes estejam envolvidos no desenvolvimento
dos sistemas, como principais interessados.
Os elementos que so necessrios para o desenvolvimento de um sistema de

informao nem sempre esto disposio de forma clara e objetiva. indispensvel
encontrar estes elementos, seguindo uma metodologia de coleta de informaes,
permitindo um trabalho ordenado, disciplinado e bem planejado. O sucesso no
desenvolvimento de um projeto de um Sistema de Informaes depende de um
levantamento investigativo e cuidadoso de dados e informaes, rigorosamente
planejado com antecedncia, de forma que o desenvolvimento no seja prejudicado
por falhas nas coletas de dados.
Considerando que se trata de uma fase altamente investigativa, as metodologias

mais importantes para a coleta de informaes sobre o sistema atual so:
Seminrios e questionrios.
Observaes pessoais e entrevistas.
Pesquisas: arquivos, manuais de procedimentos, registros de informaes

existentes, etc.
A aplicao dessas metodologias dificilmente realizada de forma isolada, j que,

na maioria das vezes, so metodologias complementares para a identificao dos
dados e informaes relevantes ao sistema (SILVA, 2014).
Estruturas de dados
Para que seja possvel realizar o desenvolvimento de um sistema de informao,

preciso padronizar o processo de entrada e sada de dados, de modo a permitir
a validao dos dados pelo sistema, impedindo que o usurio entre com valores
incompatveis. Para isso, deve ser gerado um documento que registre os dados que
sero considerados no projeto, como no exemplo da Tabela 1.1, de um sistema de
folha de pagamentos (SILVA, 2014).

U1
Tabela 1.1: Planilha de dados de funcionrios

Data de
Cdigo Nome Salrio Funo
admisso
001 Antonio Carlos 01/05/2000 R$ 2.500,00 Eletricista
002 Henrique Dias 01/07/2012 R$ 2.300,00 Soldador
Maria Helena da
003 01/09/2012 R$ 2.000,00 Cozinheira
Silva
Projetista
004 Carlos dos Santos 01/10/2013 R$ 4.500,00
Mecnico
Fonte: O autor (2015).
Nesse momento, no ser necessrio determinar os tipos dos dados que sero
utilizados (isso ser analisado na Seo 3.3 sobre bancos de dados).
Reflita
No necessrio registrar os dados de todos os funcionrios nesse

momento. A Tabela 1.1 mostra apenas um exemplo de quais dados seriam
registrados no sistema. O objetivo nesse momento definir como ser a
estrutura dos dados a serem armazenados.
A tecnologia como estratgia nas organizaes
Um bom profissional, seja qual for a rea em que atue, precisa entender a estreita
correlao que existe entre negcios e tecnologia. O sucesso de uma empresa
depende muito das informaes sobre seus clientes e fornecedores, para o melhor
planejamento de suas atividades. Uma empresa necessita de tecnologias para
administrar seus estoques e suas vendas.
Medir o sucesso da TI uma tarefa difcil. Alm disso, calcular o retorno de

investimento (ROI Return on Investiment) de um sistema muito complicado.
Por exemplo, qual o ROI de um investimento de R$ 50.000,00 na implantao de
um firewall para prevenir ataques de vrus e acessos de hackers em uma indstria?
Se o firewall nunca detectar nenhum tipo de vrus ou ataques de hackers, pode-se
considerar que o investimento de R$ 50.000,00 foi um desperdcio. Mas se o firewall
impedir apenas um ataque de hacker, que poderia paralisar toda a produo por
vrias horas, o investimento teria um ROI muito mais alto que o valor investido na sua
aquisio e implantao.
Algumas questes levantadas por executivos de empresas sobre os sistemas

de TI incluem:

U1
O desempenho da tecnologia da informao satisfatrio para a empresa?
Quais so os riscos que devem ser considerados em um projeto de TI?
Quais so os fatores mais importantes a serem monitorados para garantir que o

projeto permanea no rumo certo?
Os gerentes precisam de indicadores para medir a eficincia de seus negcios. Os

KPIs (Key Performance Indicators), indicadores-chave de desempenho, so as medidas
que esto diretamente vinculadas s estratgias de uma organizao. E como gerar
esses KPIs? So informaes que podem ser geradas pelos sistemas de informao,
calculados por meio dos dados disponveis no sistema (BALTZAN; PHILLIPS, 2012).
Observe na Figura 1.7 um exemplo de KPI:
Figura 1.7: KPI que indica a produo, por turno, de veculos de uma montadora
400
350
300
250
200
150
100
50
0
Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Modelo 4
Turno 1 Turno 2 Srie 3
Tecnologia disruptiva versus tecnologia sustentada
Uma tecnologia disruptiva a tecnologia que utiliza inovaes tecnolgicas

para mudar totalmente uma tecnologia em uso. o caso das cmeras digitais que
mudaram totalmente a forma de registrar as fotografias. Esse o grande risco que as
empresas de tecnologia enfrentam em seus negcios. Os sistemas de informao
podem ser grandes ferramentas para detectar as tendncias de consumo de um
produto, permitindo que as empresas desenvolvam, rapidamente, estratgias para
evitar a queda de seus faturamentos.
A tecnologia sustentada, por outro lado, est em busca da melhoria de um

produto j existente, como, por exemplo, o desenvolvimento de veculos com menor
consumo de combustvel. As tecnologias sustentadas no geram grandes inovaes,
mas permitem produzir produtos melhores, mais eficientes e mais baratos (BALTZAN;
PHILLIPS, 2012).

U1
Figura 1.8 Tecnologias que foram substitudas por tecnologias totalmente inovadoras
Fonte: <http://images.freeimages.com/ Fonte:.<http://pt.freeimages.com/photo/old-

images/previews/f46/camera-film-1461179. typewriter-2-1491447>. Acesso em: 6 out. 2015.
jpg>. Acesso em: 6 out. 2015.
Assimile
A Cisco Systems, grande fabricante de equipamentos para redes

de computadores, implementou um sistema de indicadores (KPIs)
para melhorar o processo de operaes de negcios, que permitiu
identificar que mais de 70% das encomendas on-line precisavam de
entradas manuais, tornando impossvel encaminhar automaticamente
as encomendas para fabricao. Alterando o processo e adicionando
novos sistemas de informaes, em seis meses, a empresa dobrou a
porcentagem de encomendas que iam automaticamente para produo
(Fonte: BALTZAN; PHILLIPS, 2012).
Saiba mais
Assista palestra:
YOUTUBE. Tecnologia Disruptiva - Roberto Picchi Conversando

sobre gesto. 2015. Disponvel em: <https://www.youtube.com/
watch?v=6MTSC7bTcFQ>. Acesso em: 6 dez. 2015.
Pesquise mais
Leia o texto:
HALPERN, Arie. Inovao disruptiva, sim. Mas que gere retorno. 205.
Disponvel em: <http://computerworld.com.br/inovacao-disruptiva-sim-
mas-que-gereretorno>. Acesso em: 6 out. 2015.

U1
Anlise de sistemas
O termo anlise de sistemas surgiu bem depois da inveno dos computadores,

em razo da necessidade de criao de sistemas mais eficientes e eficazes. Mais
recentemente, a anlise de sistemas passou a investigar dados, informaes e fatos
relacionados operao de uma empresa, tendo como objetivo solucionar problemas.
Com a evoluo dos computadores, os sistemas comearam a implementar

funcionalidades e recursos que geraram a necessidade de um profissional especialmente
qualificado para o desenvolvimento de sistemas cada vez mais complexos.
Para o exerccio da atividade de desenvolvimento de sistemas, esses profissionais

precisam incorporar diversas qualificaes profissionais e acadmicas, tais como:
Conhecimento profundo das tecnologias de computao e de informao.
Manter-se atualizado com as novas tecnologias que surgem a cada dia.
Ser tico, pois ter acesso, muitas vezes, a informaes confidenciais.
Habilidade de negociao.
Habilidade para identificao dos dados a serem obtidos e informaes a

serem geradas.
Bom senso nas tomadas de decises.
Viso de negcios.
Comprometimento com as suas atividades.
Boa comunicao e sociabilidade.
Humildade para obter as informaes com as pessoas envolvidas em suas

atividades.
Esses profissionais precisam estar sempre se aprofundando nos assuntos

relacionados informtica, pois a evoluo nessa rea muito rpida. Um profissional
dessa rea que fique cinco anos sem atualizao dos seus conhecimentos ser
um profissional que estar completamente defasado com o mercado e encontrar
dificuldades para se manter em sua atividade (SILVA, 2014).
Segurana de informaes
Nos dias atuais, os sistemas de informaes so altamente estratgicos para as

organizaes. Quantas vezes voc tentou acessar algum servio e no conseguiu e

U1
depois teve a resposta que o sistema estava com problemas? Apesar de muitas vezes
no representar a verdade, esse tipo de ocorrncia muito comum. Por qu?
Porque as organizaes articulam todas as suas atividades e estratgias diretamente

relacionadas com o uso de computadores. Se o sistema cai, a empresa para.
Em muitos casos, os custos de paradas no podem ser recuperados. Uma fbrica
de eletrodomsticos, que j opera em 3 turnos para atender a demanda, no vai
conseguir recuperar o tempo perdido. Portanto, os sistemas precisam ser confiveis e
estar disponveis sempre que necessrios. Os computadores e demais equipamentos
(fontes, switches, cabos) devem ser instalados com todas as recomendaes das
normas e dos fabricantes.
O uso da internet para interligar os computadores de uma organizao trouxe

grandes benefcios, mas tambm acrescentou alguns problemas de segurana. Uma
organizao que no esteja preparada para evitar o ataque de hackers e de vrus
est extremamente vulnervel e corre o risco de ter suas operaes paralisadas. Os
cibercrimes so uma ameaa real e crescente para todas as organizaes. E para os
indivduos tambm! (OBRIEN, 2011)
No entanto, at os sistemas de automao industrial j se tornaram alvos destes

ataques. Imagine os riscos de uma indstria qumica ou usina nuclear ser invadida por
hackers. Isso no exagero. Casos como esses j foram confirmados (por exemplo, o
caso da Usina Nuclear de Davis-Besse, em 2003) (BRANQUINHO et al., 2014).
Ateno!
Voc tem o hbito de fazer backups de todos os seus arquivos e dados? E

de guard-los em local seguro? A poltica de segurana da empresa deve
garantir um local para armazenamento dos backups, fora do prdio da
empresa.
Exemplificando
Aps o ataque de 11 de setembro, algumas empresas instaladas no World

Trade Center acabaram falindo, pois no tinham backup de seus arquivos
e dados fora do prdio, apesar das amplas evidncias que apontavam
para essa necessidade. Aps o ataque ao World Trade Center que foi
perpetrado por meio de um furgo carregando um artefato explosivo em
26 de fevereiro de 1993, o banco de investimentos Morgan Stanley (que
ocupava 50 dos 200 andares combinados das duas torres) encabeou um

U1
projeto de proteo de dados, que rapidamente foi copiado pela maioria

das demais empresas que funcionavam no World Trade Center. Quando,
em 11 de setembro de 2001, os avies foram lanados contra as torres,
quase todas as empresas j estavam preparadas para problemas potenciais,
com seus dados copiados e armazenados em outras localidades. Aquelas
que no tomaram as providncias necessrias sofreram as consequncias.
Para saber mais a respeito, leia os textos a seguir:
SERPRO. Clusters: segurana estratgica. Disponvel em: <http://www4.

serpro.gov.br/imprensa/publicacoes/tema-1/antigas%20temas/tema-198/
materias/clusters>. Acesso em: 6 out. 2015.
LAUDON, Kenneth C.; LAUDON, Jane P. Essentials of management

information systems. 11. ed. Nova York: Prentice Hall, 2014.
Faa voc mesmo
Utilize programas como o Dropbox, Google Drive ou OneDrive para

armazenar uma cpia de seus dados e arquivos na nuvem.
SEM MEDO DE ERRAR

problema 2:
Passo 1: definir a estrutura dos dados a serem armazenados no banco de dados.
nesse momento que se deve definir a estrutura que o banco de dados dever ter,
registrando em uma tabela, por exemplo, todos os dados importantes.
No nosso exemplo, a equipe de desenvolvimento contratada, aps reunir-se

com o proprietrio da loja de autopeas, concluiu que os dados que precisam ser
coletados so:
Cdigo da pea.
Descrio da pea.
Custo da pea.
Preo de venda da pea.
Fornecedor da pea.

U1
Quantidade de peas em estoque.
Quantidade mnima da pea para estoque.
Aps analisar os dados, a equipe de desenvolvimento elaborou o modelo de Tabela

1.2 a seguir:
Tabela 1.2: Planilha de dados de peas

Preo Quantidade Quantidade
Cdigo Descrio Custo
Venda Fornecedor de peas Mnima p/
da pea da pea (R$)
(R$) em Estoque Estoque
leo sin-
ttico tipo
25.898 1 (litro) R$ 35,00 R$ 45,50 Petrobras 56 5
p/ 10.000
km
Palheta
12.421 limpeza R$ 22,50 R$ 29,25 XKY 12 3
para-brisas
Tampa
Reser-
01.284 R$ 12,00 R$ 15,60 SFER 15 5
vatrio
Radiador
Aditivo p/
25.725 R$ 75,00 R$ 97,50 Petrobras 18 10
radiador
Ateno!
Nesse momento, no necessrio ainda definir os tipos dos dados. Essa

uma informao importante para a equipe de desenvolvimento calcular a
capacidade necessria do dispositivo de armazenamento de dados, mas
voltaremos a esse assunto na Seo 3.3 sobre bancos de dados.
Lembre-se
Ser que todos os dados importantes foram considerados? Troque ideias

com seus colegas e com seu professor.

U1
Passo 2: analisar as informaes que o cliente definiu como prioritrias, para serem
geradas pelo sistema.
Aps analisar a solicitao do cliente, a equipe de desenvolvimento confirmou que

os dados considerados sero suficientes para gerar os relatrios previstos inicialmente.
Relatrio de peas vendidas, com quantidade: este relatrio vai permitir

identificar as peas mais vendidas (dia, ms, ano).
Relatrio de total faturado (dia, ms, ano): este relatrio vai permitir o controle
do faturamento e possibilitar o planejamento de investimentos da loja.
Relatrio das peas que atingiram o estoque mnimo: este relatrio vai permitir
um controle mais eficiente do estoque, reduzindo a falta de peas. Quando o estoque
atingir o valor mnimo de estoque programado, o sistema vai emitir, no final do dia, a
relao das peas que precisam ser repostas no estoque.
A equipe de desenvolvimento tambm sugeriu um novo relatrio:
Relatrio de totalizao de peas em estoque: este relatrio vai permitir calcular

o quanto Sebastio tem investido em estoque.
Alm dos relatrios previstos, ficou acertado com o cliente que o sistema de
informao a ser desenvolvido dever tambm dispor dos seguintes recursos:
Cadastro de peas.
Cadastro de fornecedores, que ser armazenado em um banco de

dados especfico.
Consulta de peas (por cdigo ou descrio).
Consulta de fornecedores (por nome).
Faa voc mesmo
Use os dados que voc criou na Seo 1.1 no exemplo da farmcia e defina
o modelo do banco de dados. Compare com o exemplo apresentado
para verificar se os dados so iguais.
Saiba mais
A GE (General Electric) investiu US$ 1,5 bilho em tempo de funcionrios,
hardwares, softwares e outras tecnologias para implementar um sistema
de monitorao de operaes, em tempo real, para que seus executivos

U1
possam monitorar as operaes de vendas, estoque e economias em

todas as 13 operaes globais de negcios da empresa a cada 15 minutos.
Isto permite que a GE responda s mudanas, reduza tempos de ciclo
e melhore a gesto de risco em questo de horas, em vez de esperar
por relatrios mensais ou trimestrais. A GE estima que o investimento ir
proporcionar um retorno de 33% ao longo de 5 anos (Fonte: BALTZAN;
PHILLIPS, 2012)
Pesquise mais
BALTZAN, Paige; PHILLIPS, Amy. Sistemas de informao. Porto Alegre:
AMGH, 2012. p. 369.
BROWN, Tim. Design Thinking: uma metodologia poderosa para decretar

o fim das velhas ideias. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. p. 250.
BURGELMAN, Robert A.; CHRISTENSEN, Clayton M.; WHEELWRIGTH,

Steven C. Gesto estratgica da tecnologia e da inovao: conceitos e
solues. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012. p. 648 .
Avanando na prtica
Pratique mais
Instruo
seus colegas.
Definindo a estrutura de dados para desenvolvimento de um sistema de informao

de rea relacionadas informao e a comunicao.
Conhecer as estratgias de coletas de dados que so utilizadas
para gerar informaes.
O papel estratgico da informao nas empresas e o valor da
informao nos processos de tomada de deciso.
Pratique com os dados de um pequeno supermercado de bairro
4. Descrio da SP
e defina a estrutura dos dados que devem ser considerados.

U1
Monte uma tabela conforme os exemplos desta seo com

os dados a seguir:
Cdigo do produto.
Descrio do produto.
Custo do produto.
Preo de venda do produto.
5. Resoluo da SP
Fornecedor do produto.
Quantidade do produto em estoque.
Quantidade mnima do produto para estoque.
No caso do supermercado, outro dado importante tambm:

Data de validade do produto.
Faa voc mesmo
Visite um pequeno supermercado e observe que dados so coletados

quando voc passa no caixa. Faa um comparativo com os dados das
aplicaes anteriores para verificar se os dados so os mesmos.
Pesquise mais
Leia o artigo a seguir, que mostra o surgimento de algumas tecnologias
disruptivas que causaram grandes mudanas na sociedade:
COMPUTERWORLD. Dez tecnologias disruptivas. 2012. Disponvel

em: <http://www.computerworld.com.pt/2012/07/19/dez-tecnologias-
disruptivas/>. Acesso em: 6 out. 2015.
Lembre-se
Pesquise a histria da fotografia digital e estude principalmente o caso da

KODAK, a maior empresa de filmes fotogrficos do mundo, que chegou
a pedir falncia. Apesar de ser a inventora da fotografia digital, no soube
tirar proveito de sua inveno.

U1
Faa valer a pena!
1. Por que recomenda-se que as pessoas ligadas diretamente aos

processos que faro uso do sistema de informao estejam envolvidas
no desenvolvimento do sistema?
a) Para garantir uma reduo no custo de desenvolvimento do sistema.

b) Para garantir uma reduo no tempo de desenvolvimento do sistema.
c) Para garantir que o sistema possa atender todas as necessidades
previstas.
d) Para permitir que o sistema possa atender as necessidades individuais
de cada usurio.
e) Para garantir que o sistema possa ser modificado futuramente pelo
prprio cliente.
2. Um sistema de informao tem como elemento central:
a) Os computadores que processam os dados.

b) Os usurios que utilizam as informaes geradas pelo sistema.
c) Os relatrios gerados pelo sistema.
d) Os bancos de dados, onde esto armazenados os dados utilizados
para gerar informaes.
e) Os usurios que cadastram as informaes nos bancos de dados.
3. O que um cibercrime?
a) Um aplicativo criminoso para coleta de dados.

b) Um aplicativo para desenvolvimento de sistemas de rastreamento
de dados.
c) Um crime cometido com o uso de computador.
d) Um crime cometido por um computador.
e) Um crime cometido por um especialista em computao.

U1
Seo 1.3
Contextualizao sobre a tecnologia da

informao
Dilogo aberto
Nesta seo, vamos abordar a evoluo das tecnologias da informao. Por meio
desta seo, voc conhecer as principais tecnologias e equipamentos que fazem
parte da histria da computao.
Aps a deciso sobre as informaes que o novo sistema dever disponibilizar na
loja de autopeas de Sebastio, a equipe de informtica recebe a solicitao de um
dos funcionrios, para que seja realizado um treinamento, j que todos so totalmente
leigos sobre o assunto. Com o aval do cliente, a empresa resolve aceitar a solicitao. A
fim de realizar esse treinamento, a empresa de informtica mobiliza a sua equipe para
criar um treinamento personalizado sobre as tecnologias que poderiam ser utilizadas.
importante perceber que as principais mudanas e tendncias nos sistemas de
computadores ocorreram durante vrias geraes da computao e continuaro
a ocorrer no futuro. A atual quinta gerao de computadores tem acelerado as
tendncias das geraes anteriores e continuar a evoluir ao longo do sculo XXI.
Ainda se discutem as datas e a passagem completa para uma quinta gerao de
computadores, uma vez que o conceito de geraes pode no mais se adequar s
mudanas contnuas e rpidas nas tecnologias de hardware, software, dados e rede
de computadores.
Em todo caso, porm, podemos estar certos de que o progresso nos computadores
continuar a acelerar-se e de que o desenvolvimento de tecnologias e aplicaes com
base na internet ser uma das maiores foras que dirigiro a informtica no sculo XXI
(O BRIEN, 2011).
importante para o profissional de TI conhecer como ocorreu essa evoluo, para
entender como as tecnologias evoluram e como esto evoluindo.
Na Seo 1.3, vamos fazer uma pequena viajem pelo tempo e conhecer um pouco
da evoluo das tecnologias que transformaram as atividades profissionais e pessoais.
O objetivo de aprendizagem desta seo conhecer a evoluo das tecnologias de
informao que so utilizadas nas atividades profissionais e pessoais.

U1
No pode faltar
Vamos acompanhar a evoluo dos sistemas computacionais, dividindo essa

evoluo em dcadas, analisando as principais caractersticas de cada dcada.
Dcada de 1940
Caracterizada pelo desenvolvimento dos primeiros computadores eletrnicos

(COLOSSUS, 1942; ENIAC, 1946). Ainda no existiam dispositivos como teclado e
monitor e o conceito de sistema operacional. Para utilizao do ENIAC, era necessrio
um profundo conhecimento do hardware, pois a programao era realizada em
painis, por meio de 6 mil conectores, utilizando Linguagem de Mquina.
Figura 1.9: Computador ENIAC
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/ENIAC#/media/File:Eniac.jpg>.Acesso em: 12 out. 2015.
Figura 1.10: Carto perfurado
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Fortran#/media/File:Hollerith_card.jpg>. Acesso em: 12 out. 2015
O ENIAC foi desenvolvido entre 1943 e 1945 para o exrcito dos EUA, para quebrar
cdigos de comunicao e pesquisas de balstica. Como ficou pronto somente aps
o final da Segunda Guerra Mundial, 3 meses aps a rendio do Japo, foi utilizado em

U1
diversos projetos, como o desenvolvimento da bomba de hidrognio. Tinha 30m de

comprimento e pesava 30 toneladas; era to grande que ocupava uma rea de 180m.
Custou cerca de US$ 500 mil na poca. Seu hardware tinha 70 mil resistores, 18 mil
vlvulas, 10 mil capacitores e 1500 rels, que, em funcionamento, consumiam 200 mil
watts de energia. A programao era realizada por meio de 6 mil chaves manuais e
cartes perfurados, por funcionrias do exrcito (as primeiras programadoras que se
tem notcia). Foi utilizado durante 10 anos (1946 a 1956).
Pesquise mais
Assista ao vdeo:
YOUTUBE. Histria do ENIAC. 2010. Disponvel em: <https://www.

youtube.com/watch?v=gQbTeayG6Dg>. Acesso em: 12 out. 2015.
Dcada de 1950
Caracterizada por grandes inovaes que marcaram a indstria da computao,

como os primeiros computadores com transistores, a criao das primeiras linguagens
de programao e dos primeiros sistemas operacionais.
Figura. 1.11: Transistores Caractersticas marcantes da dcada de

1950:
Programao por meio de cartes

perfurados.
Criao dos primeiros computadores:
com transistores e memria magntica;
para aplicaes comerciais e

Fonte: <http://images.freeimages.com/images/ para processamento em tempo real.
previews/8e6/transistor-1413175.jpg>. Acesso
em: 12 out. 2015.
Criao das primeiras linguagens de
programao: Fortran, Algol e Cobol.
Criao dos primeiros sistemas operacionais: Monitor, SOS, FMS e IBSYS (IBM),
Atlas (Universidade de Manchester, Inglaterra) (MACHADO, 2014).

U1
Dcada de 1960
Caracterizada pela criao dos primeiros computadores com o uso de circuitos

integrados (que possibilitaram um grande aumento do poder de processamento
e diminuio no tamanho dos computadores) e pela criao dos conceitos de
multiprocessamento, memria virtual, time-sharing e multiprogramao.
Caractersticas marcantes da dcada de 1960:
Substituio das fitas magnticas por discos magnticos.
Criao do sistema operacional Unix (1969).
Criao do primeiro supercomputador: Cray CDC 6600.
Criao do primeiro sistema operacional com time-sharing: CTSS (MIT).
Criao do computador System/360 (IBM): com sistema operacional OS/360,

que causou uma grande revoluo na indstria de computadores pela introduo de
um conceito baseado em mquinas de diversos portes com a mesma arquitetura.
Criao do computador PDP-8 (DEC): Primeira linha de computadores de pequeno

porte e baixo custo, criando o mercado de minicomputadores (MACHADO, 2014)
Dcada de 1970
Caracterizada pela criao dos primeiros computadores com o uso

de microprocessadores, permitindo o desenvolvimento dos primeiros
microcomputadores de uso pessoal. Essa foi uma dcada de grande desenvolvimento
tecnolgico, com o surgimento das empresas de computadores pessoais e softwares
para aplicaes comerciais.
o caso tpico do surgimento de uma tecnologia disruptiva (computadores

pessoais) que causou uma grande revoluo no mundo dos negcios. o perodo
em que comeam a surgir os primeiros cursos de computao para no profissionais
da area (principalmente de linguagem COBOL).
Exemplificando
Criao dos Sistemas Operacionais CPM, Apple DOS, BSD, Atari DOS.

U1
criao da Apple e Microsoft (1976);
lanamento do microcomputador Apple II (1977);
lanamento dos primeiros computadores com mais de um processador;
popularizao das redes WANs (Wide Area Networks) e LANs (Local Area
Networks);
criao das linguagens Pascal (1970) e C (1972). (MACHADO, 2014;

ISAACSON, 2011; SCHENDLER, TETZELI, 2015; WIRTH, 1970; JOHNSON,
RITCHIE, 1977)
Figura 1.12: Microprocessador 6502 para Apple II
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Apple_II_Plus.jpg?uselang=pt-br>.Acesso em: 12 out. 2015.
Figura 1.13: Microcomputador Apple II
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/File:KL_MOS_6502.jpg?uselang=pt-br>. Acesso em: 12 out. 2015.

U1
Saiba mais
O artigo a seguir conta detalhes da histria da criao da Apple por Steve
Jobs e Steve Wozniak, com vrios fatos interessantes que marcaram a
sua criao:
MORIMOTO, Carlos E. A Histria da Apple. 2009. Disponvel em: <http://

www.hardware.com.br/artigos/historia-apple/>. Acesso em: 12 out. 2015.
Pesquise mais
O artigo a seguir conta detalhes da histria da criao da Microsoft por Bill
Gates e Paul Allen, com vrios fatos interessantes que marcaram a criao
do Windows:
PERON, Marluce. A Histria da Microsoft. 2009. Disponvel em:

<http://www.tecmundo.com.br/video-game-e-jogos/2068-a-historia-
damicrosoft.htm>. Acesso em: 12 out. 2015.
Dcada de 1980
Caracterizada pela consolidao dos computadores:
Minicomputadores e superminicomputadores: com sistemas multiusurio, com

base no Unix, que possibilitaram a criao das workstations.
Microcomputadores: com a entrada da IBM (1981) no mercado de

microcomputadores, criando o conceito dos computadores pessoais.
Caractersticas marcantes da dcada de Figura 1.14: IBM PC

1980:
Lanamento dos microprocessadores de

16 bits.
Lanamento do IBM PC (personal

computer): com o sistema operacional DOS e
posteriormente Windows).
Lanamento das primeiras estaes de

trabalho RISC; Fonte: <https://upload.wikimedia.org/ wikipedia/
commons/f/f1/Ibm_pc_5150.jpg>. Acesso em: 12
out. 2015.
Consolidao do protocolo de rede TCP/
IP;

U1
Lanamento do Windows 1.0, a primeira interface grfica para o Sistema

operacional DOS.
Lanamento dos primeiros Sist. Operacionais com interface grfica.
(Mac OS e OS/2).
Criao dos sistemas operacionais de rede: Novell Netware e Microsoft LAN

Manager). (MACHADO, 2014; WALLACE, 1993).
Dcada de 1990
Caracterizada pela evoluo da complexidade das aplicaes que exigiram uma

maior capacidade de processamento e armazenamento de dados, como sistemas
especialistas, redes neurais, sistemas de bancos de dados distribudos, inteligncia
artificial, CAD, sistemas multimdia, softwares de engenharia e pela criao da World
Wide Web (WWW).
Grandes avanos nas telecomunicaes. Figura 1.15: Projeto em CAD

Aprimoramento dos recursos de segurana.
Consolidao dos sistemas operacionais

grficos.
Desenvolvimento do sistema operacional

Linux.
Popularizao do software aberto: MySQL

(banco de dados), Apache (servidor web);
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/
Consolidao da arquitetura Cliente/ wikipedia/commons/d/da/C3D_kernel_1.pn>.
Acesso em: 12 out. 2015.
Servidor;
Liberao do uso do GPS (Global Positioning System) para uso no militar.
(MACHADO, 2014).

U1
Faa voc mesmo
Busque mais informaes e aprenda com a leitura do artigo indicado,

que explica o que e como funciona o GPS inicialmente criado para uso
militar, mas hoje disponvel para outras aplicaes.
BARBIAN, Eduardo. O que so sistemas de navegao por satlite?.

2013. Disponvel em: <https://www.oficinadanet.com.br/post/10580-
sistemas-de-navegacao>. Acesso em: 12 out. 2015.
Dcada de 2000
Caracterizada pela grande evoluo nos processadores e equipamentos de

comunicao, possibilitando grande reduo de custos dos computadores e
notebooks, popularizando o uso do computador e da internet e possibilitando a
criao dos dispositivos mveis.
Consolidao das redes sociais (Orkut, Facebook, Twitter, LinkedIn ...).
Consolidao do uso de mquinas virtuais.
Evoluo do Sistema Operacional Unix nos servidores corporativos.
.Desenvolvimento de equipamentos de redes mais robustos, para atender

demandas de alta disponibilidade e sistemas em cluster (MACHADO, 2014).
Dcada de 2010
Caracterizada pela consolidao da computao em nuvem (cloud computing),

pela mudana da forma de comercializao de software como servio e no mais
como produto (dispensando a instalao de softwares no computador) e pela
consolidao das tecnologias sem fio.
Popularizao dos softwares para armazenamento na nuvem.
Consolidao da fotografia digital de alta qualidade e baixo custo.
Popularizao do servio de streaming de msica (MACHADO, 2014).

U1
Assimile
Sistema operacional um conjunto de rotinas executado pelo computador

com a finalidade de gerenciar a utilizao e o compartilhamento de
recursos como memrias e perifricos em geral.
Reflita
As pessoas geralmente confundem os termos internet e "WWW" (World

Wide Web), porm eles no so sinnimos. O World Wide Web um
sistema global de hipertexto que utiliza a internet como seu mecanismo de
transporte. A internet uma rede que conecta milhes de computadores
pelo mundo (BALTZAN; PHILLIPS, 2012).
Vocabulrio
Streaming: uma tecnologia que permite a reproduo de udio e vdeo,

em tempo real, enquanto so baixados da internet, de forma a tornar as
conexes mais rpidas. Um exemplo clssico de utilizao desta tecnologia
o site YouTube.
Sem medo de errar

problema apresentada nesta seo: identificar as tecnologias que poderiam ser
utilizadas para informatizar a loja.
Para isso, a equipe de informtica fez uma apresentao sobre as tecnologias

que poderiam ser utilizadas para facilitar a operao da loja, com o foco principal na
internet, pois para onde esto migrando os servios mais inovadores na gesto de
negcios em geral. Com o uso da internet, seria possvel implantar diversos recursos,
em etapas, com custo baixo, como:
Criao de um site que permita aos clientes conhecer os produtos comercializados

pela loja e futuramente implantar um sistema de comrcio eletrnico.
Criao de uma pgina no Facebook para permitir a divulgao, marketing e o

relacionamento com os clientes de uma forma mais amigvel.

U1
Uso da tecnologia Voice over Internet Protocol (VoIP) (como Skype e WhatsApp)
para comunicao entre funcionrios, clientes, fornecedores e demais usurios,
permitindo uma reduo dos custos com telefonia.
Uso do YouTube para realizao de treinamentos. Muitas empresas

disponibilizam bons vdeos de manuteno e operao de seus produtos que
ajudam muito o aprendizado.
Uso de Cloud Computing para armazenamento de dados em equipamentos que

esto localizados em instalaes seguras, fora do local, com o uso da internet. Esse
o caso de tecnologia disruptiva j consolidada e utilizada por diversas empresas.
Uso de tecnologia mvel (tablets e smartphones) que poderiam ser utilizados para
fazer consultas aos dados do sistema e demais servios que poderiam ser providos via
internet. Essa uma opo barata para pesquisas de fornecedores e catlogos que
poderiam auxiliar o atendimento dos clientes.
Lembre-se
Os primeiros computadores eletrnicos no utilizavam dispositivos como

teclado, monitor e o conceito de sistema operacional.
Ateno!
Se o computador pessoal no tivesse sido inventado, ser que teramos

hoje os tablets e smartphones? Ser que teramos alcanado os nivis de
desenvolvimento que hoje conquistamos?
Avanando na prtica
Pratique mais
Instruo
seus colegas.
Aplicando a tecnologia da informao para divulgao e marketing do negcio

Conhecer a evoluo das tecnologias de informao que so
utilizadas nas atividades profissionais e pessoais.

U1
A evoluo das tecnologias da informao e comunicao no

ambiente organizacional.
Consulte o site de algumas lojas de autopeas e verifique que
tipos de informaes podem ser teis para voc desenvolver
4. Descrio da SP algo semelhante. Nesse momento, ainda no objetivo do
lojista fazer o comrcio por meio da internet, mas divulgar e
fazer marketing de seu negcio.
O site precisa ter um menu principal com algumas
opes como:
para informar alguns detalhes

Home da loja como marcas e
fornecedores atendidos.
para buscar peas de
Automveis
automveis.
Motos para buscar peas de motos.
para permitir a busca de
Pesquisar
peas especficas.
para permitir que o cliente
Cadastro possa receber informaes.
(por exemplo, promoes)
para que os clientes e
fornecedores possam
encontrar informaes sobre
Contato
telefones e a localizao da
loja e at realizar um chat
on-line.
5. Resoluo da SP
Nesse ponto, chegamos concluso que um novo dado

deveria ter sido includo na estrutura do banco de dados:
a marca do automvel ou moto, que permitiria realizar
pesquisas mais precisas. Portanto, este o momento de
aprimorar a sua aplicao. Inclua na estrutura do banco de
dados o item MARCA.
Para cada tipo de veculo (automvel ou moto), crie um

menu de categorias que permita encontrar as peas mais
procuradas, como:
Acessrios
Amortecedores
Escapamentos
Freios
Pneus
Quando a categoria for selecionada, a pgina dever mostrar

as peas (que sero buscadas do banco de dados de peas
da loja, com a descrio da pea, fornecedor, preo de venda
e marca).

U1
Lembre-se
Esse ainda no um sistema de comrcio eletrnico, mas um sistema

simples para acesso ao banco de dados de peas da loja, que pode trazer
grandes resultados, com muito pouco investimento. Um sistema de
comrcio eletrnico bem mais complexo e envolve outras tecnologias
que sero abordadas futuramente.
Faa voc mesmo
Um outro exerccio que voc pode fazer e que ampliar os seus

conhecimentos uma investigao sobre os tipos de sistemas de
informao que existem e como so utilizados nas mais diversas reas
do mercado de trabalho. Por exemplo, quais so os tipos de sistemas de
informao utilizados na indstria, ou, ento, nas instituies financeiras.
Analise tambm quais so as particularidades em termos de segurana
da informao de que tratam esses sistemas, de acordo com o ambiente
organizacional em que esto inseridos. Leia e aprenda mais em: <http://
revista.ibict.br/index.php/ciinf/article/view/1689>. Acesso em 10 dez. 2015.
Faa valer a pena!
1. Para que tipo de aplicao foi desenvolvido o computador ENIAC?
a) Para aplicaes de comrcio eletrnico.

b) Para clculos de folhas de pagamentos.
c) Para aplicaes militares.
d) Para aplicaes bancrias e financeiras.
e) Para uso em sistemas de automao industrial.

U1
2. Como era realizada a programao do computador ENIAC?
a) Por meio de 6 mil conectores e carto perfurado, utilizando linguagem

de mquina.
b) Por meio de teclado, mouse e monitor, como nos micros atuais.
c) Por meio de botes e chaves.
d) Por meio de linguagens e sistemas operacionais rudimentares.
e) Por meio da digitao de cdigos especiais.
3. Qual era o sistema operacional utilizado pelo computador ENIAC?
a) Microsoft Windows 1.0.

b) O computador ENIAC no utilizava um sistema operacional.
c) DOS.
d) UNIX.
e) CPM.

U1

U1
Seo 1.4
Panorama sobre a tecnologia da informao
Dilogo aberto
Nesta seo, vamos abordar o cenrio em que se situam as tecnologias da

informao e a sua relevncia no ambiente organizacional. Voc conhecer algumas
das mais modernas tecnologias e equipamentos utilizados nas mais diversas aplicaes.
Vamos explorar algumas tecnologias que podem transformar nossas atividades
de forma dinmica e inteligente, sob o ponto de vista da gesto de informaes e
tomadas de deciso. Estamos falando dos softwares, tambm conhecidos como
Aplicaes Ricas da Internet. E ainda, vamos conhecer novas formas de transaes
comerciais pela internet.
Aps a realizao do treinamento sobre a evoluo da informtica, os
funcionrios perceberam o grande potencial de uso do computador nas suas
atividades e se mostraram interessados em futuras ampliaes de recursos do
sistema. Para atender a esta demanda de interesse, a empresa de informtica
convida os funcionrios para participar de um workshop intitulado Cenrio de
tecnologias de computao, informao e comunicao, que a empresa realizar
nos prximos dias para seus clientes.
Faa um levantamento que indique que tipos de cenrios, tecnologias e aplicaes
que os funcionrios podero esperar neste tipo de workshop. Voc sabe, a tecnologia
da informao evolui muito rpido. Novos equipamentos e novas tecnologias surgem
a cada dia, permitindo a criao de novos tipos de servios. A internet alcana um
nmero maior de usurios todos os dias, no mundo todo, e novas aplicaes se
tornam possveis com o uso da tecnologia da informao.
Estamos vivendo uma era de revoluo nos negcios. Observamos grandes
mudanas nas formas como os desenvolvedores de software e usurios finais utilizam
a internet como uma plataforma, impulsionando as empresas de todos os setores em
direo a uma nova forma de fazer negcios.
o que podemos chamar de WEB 2.0, uma WEB inteligente, direcionada ao
usurio, permitindo, inclusive, que o usurio faa suas contribuies.
Na Seo 1.4, vamos abordar novas tecnologias que esto sendo utilizadas pelas
pessoas e pelas empresas nas suas atividades. O objetivo de aprendizagem desta

U1
seo conhecer algumas das tecnologias que esto transformando as atividades do

homem nas mais diversas reas, portanto, possibilitar que voc conhea o cenrio das
tecnologias da informao disponveis e o seu futuro. E ento, vamos l?
No pode faltar
Software RIA (Rich Internet Application Aplicaes Ricas da Internet)
A utilizao de aplicativos de cloud computing tem elevado a WEB de uma

biblioteca on-line para uma poderosa plataforma de computao, transformando
atividades tradicionalmente executadas por software instalado em um computador,
em aplicaes conhecidas como RIA (Rich Internet Application Aplicaes Ricas
da Internet). Essas aplicaes utilizam software que tem todas as funcionalidades de
uma aplicao tradicional, mas so executadas atravs de um navegador web, no
necessitando de instalao de aplicativos especficos nos micros locais.
O software RIA resultado do aperfeioamento contnuo das linguagens de

programao e das plataformas de hardware e software desenvolvidas para explorar o
mximo de recursos da web. O fato de estar on-line permite enfatizar seus benefcios
de um software colaborativo. Exemplos de software RIA (STAIR; REYNOLDS, 2015):
Google Docs (edio de documentos).
Google Maps (mapa interativo).
Adobe Photoshop Express (edio fotos).
Adobe Apollo (desenvolvimento aplicativos para internet).
Microsoft Office 2013 (edio de documentos).
Microsoft SharePoint (plataforma colaborativa para aplicaes empresariais).
Flickr (compartilhamento imagens).
e-Business
O termo e-Business (Eletronic Business) ou (Negcio Eletrnico) a realizao de

atividades comerciais com o uso de computadores, redes de computadores e internet,
em qualquer lugar e em qualquer hora, por qualquer pessoa. O e-Business no est
necessariamente relacionado com a venda ou compra de produtos ou servios, mas
sim ao processo de negociao on-line. No fim da negociao, pode ou no haver
uma transao comercial (BALTZAN; PHILLIPS, 2012).

U1
O termo e-Commerce (eletronic commerce) ou (comrcio eletrnico) refere-

se apenas a transaes on-line de compra e venda, enquanto o termo e-Business,
derivado do termo e-Commerce, refere-se realizao de negcios na internet, no
apenas de compra e venda, mas, tambm, de atendimento ao cliente e de colaborao
com os parceiros de negcios (BALTZAN; PHILLIPS 2012).
O termo M-Business (mobile business) ou (negcios eletrnicos mveis)

corresponde verso mvel do e-Business. Trata-se de negcios eletrnicos realizados
por meio de dispositivos mveis (tablets e smartphones) (OBRIEN, 2011). Observe a
Figura 1.16 sobre os modelos de e-Business e suas descries no Quadro 1.1.
Figura 1.16: Modelos de e-Business
G2G
Governo Governo
G2B B2G G2C C2G

B2C
Empresa Consumidor
C2B
B2B B2B2C
C2C
Empresa Consumidor
Consumidor
B2E E2B
Empregado
Fonte: Adaptado de Takahashi (2000).
A seguir, vamos conhecer as respectivas definies das transaes comerciais que

podem se realizar por meio da internet, ou seja, com o comrcio eletrnico:
Quadro 1.1: Descrio de modelos de e-Business

Transao entre empresas.
B2B Business to Business
(Ex.: www.dell.com.br)
Transao entre empresa e
B2C Business to Consumer consumidor.
(Ex.: www.submarino.com.br)
Transao entre empresa e
B2G Business to Government governo.
(Ex.: preges e licitaes)
Transao entre consumi-
dor e empresa.
C2B Consumer to Business
(Ex.: www.catho.com.br
cadastro de currculos)

U1
Transao entre
consumidores atravs de
C2C Consumer to Consumer uma empresa.
(Ex.: www.pagseguro.uol.
com.br)
Transao entre
consumidor e governo.
C2G Consumer to Government (Ex.: www.receita.fazenda.
gov.br - Declarao
Imposto renda)
Transao entre governo
e empresas (gerao de
G2B Government to Business informao).
(Ex.: www.receita.fazenda.
gov.br - Consultas)
Transao entre governo e
consumidor.
G2C Government to Consumer
(Servios de pagamentos de
tarifas)
Transao entre governos
G2G Government to Government ou rgos do governo.
(Ex.: www.brasil.gov.br)
Sites de empresas que
B2E Business to Employee vendem diretamente para
funcionrios.
Sites de empresas que
coletam informaes de
E2B Employee to Business funcionrios.
(Ex.: Sugestes e
reclamaes)
Transao entre empresas
Business to Business to com intuito de fazer
B2B2C
Consumer negcios para venda para
um cliente final.
Pesquise mais
Veja mais informaes sobre o uso de tecnologias de informao pelo
governo, conhecido como governo eletrnico.
TAKAHASHI, Tadao. Sociedade da Informao no Brasil - Livro Verde.
Braslia: Ministrio da Cincia e Tecnologia, 2000. Disponvel em: <www.
governoeletronico.gov.br/biblioteca/arquivos/livro-verde/download>.
Acesso em: 13 nov. 2015.

U1
Saiba mais
Veja mais informaes sobre negcios on-line no curso da Intel
Curso de e-Business
<http://dialogoti.intel.com/pt-br/curso/e-business>.
Sistemas de tomada de deciso
A rea de negcios est em um ritmo de crescimento to acentuado que,

quanto mais informaes um negcio gera, mais difcil a tomada de decises. A
quantidade de informaes que precisam ser compreendidas e analisadas para tomar
boas decises est crescendo exponencialmente. Antes do uso dos computadores,
as pessoas podiam confiar em relatrios manuais para tomar decises porque a
quantidade de informaes era limitada.
O avano das tecnologias, as inovaes na comunicao e a globalizao

resultaram em um aumento considervel do volume de informaes disponveis e
das alternativas que precisam ser consideradas, tornando-se praticamente impossvel
tomar decises sem o uso de sistemas de informaes. Decises com alto nvel de
complexidade, que envolvem muito mais informaes que o crebro humano capaz
de compreender, exigem prazos cada vez mais curtos para tomada de decises. As
pessoas no tm mais tempo suficiente para examinar e analisar todas as informaes
manualmente (BALTZAN; PHILLIPS, 2012).
Os sistemas de informao executiva mais avanados j utilizam a inteligncia

artificial para ajudar os executivos a tomar decises estratgicas (BALTZAN;
PHILLIPS, 2012). Um modelo de tomada de decises bem conhecido, desenvolvido
por Herbert Simon, divide essa fase em trs estgios: informao, projeto e escolha.
Este modelo foi mais tarde expandido por George Huber, com cinco estgios,
conforme Figura. 1.17.

U1
Figura 1.17 Modelo de tomada de decises de George Huber
Inteligncia
Tomada de
deciso Projeto
Soluo do
Escolha problema
Implantao
Monitorao
Fonte: Adaptado de Stair e Reynolds (2015).
No Quadro 1.2, so apresentadas, com mais detalhes, as descries dos estgios

propostos por George Huber em um processo de tomada de decises.
Quadro 1.2 Modelo de tomada de decises de George Huber
Nesse estgio, so identificados os potenciais problemas ou as

Inteligncia
oportunidades e os recursos e limitaes ambientais.
Nesse estgio, so desenvolvidas as solues alternativas para o
Projeto
problema e avaliadas as suas viabilidades.
Nesse estgio, so selecionadas as aes que devero ser tomadas
Escolha
para alcanar os objetivos.
Implantao Nesse estgio, as solues escolhidas so colocadas em prtica.
Nesse estgio, os tomadores de deciso avaliam as solues
implantadas para determinar se os resultados esperados foram
Monitorao
alcanados, fazendo os ajustes necessrios para que os objetivos
sejam plenamente atingidos.
RFID (Radio Frequency IDentification)
uma tecnologia de identificao por radiofrequncia que permite muito mais

recursos que o uso do cdigo de barras, pois possibilita o rastreamento instantneo
dos produtos em todo o processo de produo, estoque e logstica com um volume
considervel de informaes sobre cada produto (PRADO; SOUZA, 2014).

U1
Figura 1.18: Cartucho de impressora jato de tinta com etiqueta RFID

O Walmart e o Departamento de Defesa dos
EUA, juntamente com alguns outros grandes
varejistas, exigem que seus fornecedores
utilizem etiquetas RFID em pallets e caixas que
so enviados para os centros de distribuio e
lojas selecionadas. Essa obrigatoriedade est
a ponto de gerar impacto sobre um grande
nmero de fabricantes e distribuidores em todo
o mundo. Enquanto as empresas procuram
utilizar a tecnologia em muitos cenrios de
vrios setores, as exigncias do varejista so
a principal fora orientadora por trs do atual
investimento na tecnologia.
Pesquise mais
Veja mais informaes sobre a aplicao do RFID no artigo da Microsoft:
SIKANDER, Javer. Cadeia de suprimentos no varejo com recursos

RFID. 2005. Disponvel em: <https://msdn.microsoft.com/pt-br/library/
ms954628.aspx>. Acesso em: 13 nov. 2015.
Saiba mais
Assista ao vdeo a seguir:
YOUTUBE. Apresentando a tecnologia RFID. 2012. Disponvel em:

<https://www.youtube.com/watch?v=O0dGr5ZBRhs>.
A era da educao digital
Uma das grandes aplicaes da internet a sua utilizao para educao e formao,
por meio de milhares de sites de organizaes e universidades que disponibilizam

U1
diversos cursos, sem custo, com possibilidade, inclusive, de obteno de certificao.

O caminho que a tecnologia traou no meio educacional sem volta. Vivemos na era
em que cada indivduo pode construir o seu conhecimento (MORAN, 2002).
EAD (Educao Distncia)

uma modalidade de ensino na qual a mediao didtico-pedaggica nos
processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilizao de meios e tecnologias
de informao e comunicao, permitindo que estudantes e professores desenvolvam
atividades educativas em lugares ou tempos diversos (MORAN, 2002).
Quadro 1.3: Alguns sites importantes sobre educao digital
Disponvel em: <https://pt.coursera.org/>.

Coursera
Acesso aos sites de universidades de todo
o mundo.
Disponvel em: <http://www.eaulas.usp.br/
portal/home>. Acesso em: 13 nov. 2015.
e-Aulas USP
Conferncias e aulas da Universidade de
So Paulo.
Disponvel em: <https://software.intel.com/
Intell Developer Zone pt-br>. Acesso em: 13 nov. 2015.
Site da Intel com diversos cursos.
Disponvel em: <https://pt.khanacademy.
Khan Academy org/>. Acesso em: 13 nov. 2015.
Site para ensino de matemtica.
Disponvel em: http://www.microsoftvirtu-
alacademy.com/?lang=pt-br>. Acesso em:
Microsoft Virtual Academy
13 nov. 2015.
Site da Microsoft com diversos cursos.
Disponvel em: <https://www.ted.com/>.
Site com palestras de renomados profis-
TED
sionais.
(em ingls, mas diversos contm legenda
em portugus).
Disponvel em: <http://univesptv.cmais.
com.br/cursos>. Acesso em: 13 nov. 2015.
UNIVESP on-line
Site ligado TV Cultura com diversos
cursos.
Disponvel em: <http://www.veduca.com.
br/>. Acesso em: 13 nov. 2015.
Veduca
Site com cursos de diversas instituies de
ensino.
Fonte: O autor (2015)

U1
Faa voc mesmo
Veja o vdeo sobre as revolues que esto ocorrendo na educao de

Salman Khan:
YOUTUBE. Vamos reinventar a educao. 2012. Disponvel em: <https://

www.youtube.com/watch?v=xtV4QUjnBlI>. Acesso em: 13 nov. 2015.
Vocabulrio
Inteligncia artificial: simplesmente uma maneira de fazer o computador

pensar de forma inteligente por meio do estudo de como as pessoas
pensam quando esto tentando tomar decises e resolver problemas
(LEVINE, 1988).
Exemplificando
O sistema de controle de pedgios Sem Parar um exemplo de aplicao

da tecnologia RFID. Quando o usurio dispe desse servio, ao passar
por uma praa de pedgio e se aproximar da cancela, feita a leitura do
sensor do veculo e, se tudo estiver ok, a cancela liberada e o valor do
pedgio adicionado em um banco de dados. O pagamento acumulado
mensamente pode ser realizado atravs de transaes bancrias.
Reflita
Que tipos de cursos complementares poderiam ser interessantes para

minha carreira?
Assimile
O e-Business no est necessariamente relacionado com a venda ou

compra de produtos ou servios, mas, sim, ao processo de negociao on-
line. No fim da negociao, pode ou no haver uma transao comercial.

U1
Sem medo de errar

problema 4: apresentar um cenrio das tecnologias de computao, informao e
comunicao que esto revolucionando o mercado de negcios eletrnicos.
Para isso, a equipe de informtica fez uma apresentao sobre as tecnologias

mais modernas que esto sendo utilizadas em sistemas de negcios eletrnicos e
que podero ser implantadas na loja de autopeas de Sebastio. Entre as tecnologias
apresentadas, Sebastio se interessou por:
Uso do Google Maps, que poder ser implantado no site da loja para orientar os
clientes e fornecedores sobre a sua localizao.
Implantao de um sistema de comrcio eletrnico (e-Commerce) que permita

a Sebastio comercializar seus produtos atravs da internet, o que possibilitar atingir
um nmero maior de clientes.
Implantao de um sistema de tomada de deciso que poder trazer informaes

importantes para que Sebastio possa analisar com mais segurana quais sero os
prximos investimentos que podero ser realizados em seu negcio.
Uso da tecnologia RFID nos produtos da loja, que permitir uma maior agilidade
nas operaes de controle da loja, identificando com maior preciso todo o processo
de logstica que poder ser utilizado, considerando o crescimento previsto dos
negcios que sero realizados pela internet.
Uso da internet para a realizao de cursos para os funcionrios e clientes, j que

muitos fornecedores da loja disponibilizam manuais e cursos sobre seus produtos,
sem qualquer custo. Para isso, Sebastio resolveu que vai fazer um investimento
para criar uma sala de treinamentos para que seus fornecedores possam ministrar
cursos presenciais que vo permitir que seus funcionrios e clientes aprimorem seus
conhecimentos sobre as novas tecnologias que a indstria automobilstica cria a
cada dia.
Saiba mais
Assista a um vdeo interessante que mostra a aplicao do RFID em
uma loja:
YOUTUBE. RFID Sistema de Loja Inteligente. 2012. Disponvel em: <https://

www.youtube.com/watch?v=1s_fs33e5Dg>. Acesso em: 13 nov. 2015.

U1
Ateno!
O termo e-Commerce (eletronic commerce ou comrcio eletrnico)

refere-se apenas a transaes on-line de compra e venda, enquanto o
termo e-Business, derivado do termo e-Commerce, refere-se realizao
de negcios na internet, no apenas de compra e venda, mas, tambm, de
atendimento ao cliente e de colaborao com os parceiros de negcios.
Lembre-se
O software RIA resultado do aperfeioamento contnuo das linguagens

de programao e das plataformas de hardware e software desenvolvidas
para explorar o mximo de recursos da web. O fato de estar on-line
permite enfatizar seus benefcios de um software colaborativo.
Avanando na prtica
Pratique mais
Instruo
seus colegas.
Aplicando a tecnologia RFID no comrcio eletrnico

Conhecer o cenrio das tecnologias da informao disponveis
e o seu futuro.
O cenrio das tecnologias da informao e comunicao no
ambiente organizacional.
Faa uma pesquisa na internet sobre o uso da tecnologia
RFID. Que tipos de equipamentos so necessrios para sua
utilizao? Quais so tipos de etiquetas que so utilizadas para
4. Descrio da SP comrcio eletrnico? Discuta com seus colegas e professor
sobre a viabilidade de uso do RFID em produtos de baixo
custo. Consulte o case do Walmart, que considerado um dos
maiores usurios desta tecnologia.

U1
O RFID utiliza uma tecnologia de identificao automtica

por aproximao que utiliza a radiofrequncia. Apesar de
ser conhecida desde a dcada de 1960, vem sendo utilizada
com maior intensidade nos ltimos anos em aplicaes
que focam a cadeia de suprimentos, rastreamento de
animais e pedgios. Traz grandes benefcios, como reduo
dos nveis de inventrio, custos de transportes, reduo
5. Resoluo da SP do tempo de entrega, reduo nos custos logsticos. Os
principais equipamentos para sua implementao so os
leitores, antenas e transponders integrados com sistemas de
computao e automao. Existem dois tipos de etiquetas
de RFID: ativa e passiva. O principal motivo pelo qual os
cdigos de barra no so substitudos pelo RFID o custo das
etiquetas, que ainda alto para ser aplicado em produtos de
baixo custo.
Lembre-se
O EAD uma grande ferramenta para voc aprimorar os seus

conhecimentos. Visite os sites apresentados no Quadro 1.3 e escolha os
cursos pelos quais tenha interesse. Aproveite, pois muitos desses cursos
no possuem nenhum tipo de custo e muitos at fornecem certificados
que podem valorizar o seu conhecimento.
Faa voc mesmo
Faa uma pesquisa para entender a diferena entre as etiquetas RFID

ativa e RFID passiva.

U1
Faa valer a pena!
1. O que um software RIA (Rich Internet Application)?
a) Software de sistemas de informao para grandes empresas.

b) Software para controle de aplicaes militares via internet.
c) Software para acesso de sistemas bancrios e financeiros via internet.
d) Software que tem todas as funcionalidades de um software tradicional,
mas executado via internet.
e) Software com controle de sistemas bancrios e financeiros.
2. Que tipo de software permite explorar o compartilhamento e o uso

colaborativo com o uso da internet?
a) Software RIA (Rich Internet Application).

b) Software RISC (Reduced Instruction Set Computer).
c) Software livre.
d) Software de redes sociais.
e) Software de edio de imagem.
3. O termo e-Business (eletronic business ou negcio eletrnico)

utilizado para:
a) Atividades de compras realizadas por meio do uso de computadores,

redes e internet.
b) Atividades de vendas realizadas por meio do uso de computadores,
redes e internet.
c) Atividades de compras e vendas realizadas por meio do uso de
computadores, redes e internet.
d) Atividades comerciais realizadas por meio do uso de computadores,
redes e internet.
e) Atividades de pesquisas de preos realizadas por meio do uso de
computadores, redes e internet.

U1

U1
Referncias
BALTZAN, Paige; PHILLIPS, Amy. Sistemas de informao. Porto Alegre: AMGH, 2012.
MORAN, Jos Manuel. Educao Inovadora, 2005. Disponvel em: <http://www.eca.
usp.br/prof/moran/>. Acesso em: 08 dez. 2015.
O'BRIEN, James A. Sistemas de informao e as decises gerenciais na era da internet.
3. ed. So Paulo: Saraiva, 2011.
PALMISANO, Angelo; ROSINI, Alessandro Marco. Administrao de sistemas de
informao e a gesto do conhecimento. 2. ed. So Paulo: CENGAGE, 2011.
PRADO, Edmir Parada Vasques; SOUZA, Cesar Alexandre de. Fundamentos de Sistemas
de Informao. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.
SANTOS, Aldemar de Arajo. ERP e sistemas de informaes gerenciais. So Paulo:
Atlas, 2013.
SEBESTA, Robert W. Conceitos de linguagens de programao. 9. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2011.
SILVA, Nelson Peres da. Anlise e estruturas de sistemas de informao. 2. ed.
So Paulo: rica, 2014.
STAIR, Ralph M.; REYNOLDS, George W. Princpios de sistemas de informao. So
Paulo: Cengage, 2015.
Tecnologia da Informao e Comunicao no Ambiente Organizacional 65

Unidade 2
CLASSIFICAO DOS
SISTEMAS COMPUTACIONAIS
Convite ao estudo
A crescente evoluo dos computadores permitiu a criao de diversos tipos

de computadores e dispositivos computadorizados que muitas vezes os usurios
tm dificuldade para escolher o melhor equipamento para uma determinada
aplicao. Na Unidade 2, vamos estudar os diversos tipos e classificaes dos
Sistemas Computacionais e vamos explorar as suas principais caractersticas.
Aps completar esta unidade, voc ser capaz de definir qual o melhor tipo de
sistema de computao para cada tipo de aplicao.
Os objetivos de aprendizagem desta unidade so:
1. Entender os conceitos gerais sobre sistemas de computao.
2. Conhecer as principais classificaes e caractersticas dos Sistemas

Computacionais.
3. Conhecer os principais tipos de sistemas de informao.
4. Conhecer os principais impactos da internet nos Sistemas de Informao.
Uma agncia de publicidade acaba de fechar um grande negcio com

uma importante indstria de alimentos para renovao de todo o projeto de
marketing da companhia. Vera, a proprietria da agncia, resolve ento fazer
alguns investimentos para renovar os equipamentos de TI de sua agncia. Mas,
devido ao crescimento acelerado da indstria de TI nos ltimos anos, com
muitos lanamentos de equipamentos e novas tecnologias, a equipe de projetos
est encontrando dificuldades para decidir sobre as novas aquisies, pois cada
departamento da empresa possui uma necessidade especfica. Para conhecer
os novos equipamentos e as novas tecnologias de TI disponveis no mercado, a
agncia decidiu convidar alguns dos principais fornecedores de equipamentos
de TI para apresentarem seus produtos. Quais sero os requisitos principais a
serem observados para que a agncia possa obter o mximo de performance
de sua equipe na realizao de novos projetos?
U2
Os conceitos desta unidade so fundamentais para que voc consiga

compreender os diversos tipos de sistemas de computao e ajudar Vera,
a proprietria da agncia de publicidade, a definir onde devero ser feitos os
novos investimentos para que a agncia possa oferecer os melhores servios
aos seus clientes. Descubra como fazer as melhores escolhas de sistemas de
computao para as suas aplicaes.
68 Classificao dos sistemas computacionais

U2
Seo 2.1
Fundamentos e estrutura geral de um sistema de

computao
Dilogo aberto
Nesta seo vamos abordar alguns dos principais conceitos e fundamentos bsicos
sobre o hardware e software de um sistema de computao. muito importante que
qualquer usurio de um sistema computadorizado conhea os principais elementos
que fazem parte do sistema. Voc vai conhecer os principais perifricos e dispositivos
que so utilizados nos sistemas de computao de qualquer porte.
Por que a informao sobre hardware e software importante? Porque as

organizaes investem muito dinheiro tanto em um quanto no outro para melhorar a
produtividade, aumentar a receita, reduzir custos e oferecer um melhor servio para
seus clientes. Portanto, a escolha do hardware e do software certo exige a compreenso
da relao com o sistema de informao e as necessidades da organizao. As
organizaes que no so capazes de investir com inteligncia na aquisio destes
elementos podem colocar seus negcios em risco (STAIR; REYNOLDS, 2015).
Uma agncia de publicidade acaba de fechar um grande negcio com uma

importante indstria de alimentos para renovao de todo o projeto de marketing da
companhia. Vera, a proprietria da agncia, resolve ento fazer alguns investimentos
para renovar os equipamentos de TI de sua agncia. Mas, devido ao crescimento
acelerado da indstria de TI nos ltimos anos, com muitos lanamentos de
equipamentos e novas tecnologias, a equipe de projetos est encontrando dificuldades
para decidir sobre as novas aquisies, pois cada departamento da agncia possui uma
necessidade especfica. Para conhecer os novos equipamentos e as novas tecnologias
de TI disponveis no mercado, a agncia decide convidar alguns dos principais
fornecedores de equipamentos de TI para apresentarem seus produtos. Quais sero
os requisitos principais a serem observados para que a agncia possa obter o mximo
de performance de sua equipe na realizao de novos projetos?
Classificao dos sistemas computacionais 69

U2
A Seo 1 da Unidade 2 possibilitar a voc, aluno, conhecer os principais conceitos

para especificao de um sistema computacional. O objetivo de aprendizagem desta
seo entender os conceitos gerais sobre sistemas de computao.
No pode faltar
Um computador composto por dois elementos principais: hardware e

software, conforme descrito a seguir:
Hardware
o conjunto de todos os dispositivos que compem a arquitetura de um

computador, como: processador, memrias, teclado, mouse, monitor, redes,
placas de vdeo, barramentos e todos os demais dispositivos que esto conectados
ao computador (STAIR; REYNOLDS, 2015).
O hardware bsico de um computador formado por trs elementos principais:
CPU, memria e dispositivos de entrada e sada (tambm conhecidos

como perifricos)
Figura 2.1 | Hardware bsico de um sistema computacional
Perifricos CPU
Perifricos
de entrada (Unidade de
de sada
procesamento)
Dispositivos
de memria
CPU (Central Processing Unit) ou UCP (Unidade Central de Processamento)
Tambm conhecida como processador. o elemento principal de um

computador. Podemos dizer que pode ser considerado o crebro do computador.
Responsvel por realizar o gerenciamento de todas as tarefas, clculos e
lgicas realizadas pelo computador. No caso dos microcomputadores, tablets

U2
e smartphones, esta funo executada por microprocessadores. No caso de

computadores de maior porte, a CPU formada por diversos processadores que
trabalham em conjunto para aumentar a capacidade de processamento. Um
processador multicore combina dois ou mais processadores independentes em um
nico chip, para que possam compartilhar a carga de trabalho e elevar a capacidade
de processamento, como a execuo de mltiplas tarefas simultaneamente (por
exemplo: usar um editor de textos enquanto um CD gravado). Quando uma
organizao seleciona uma CPU, deve levar em considerao os benefcios de
velocidade de processamento com o consumo de energia e o custo. Quanto mais
rpidas as mquinas, (os computadores) mais caras e mais energia consumida
pela CPU (STAIR; REYNOLDS, 2015).
Agora conhea os principais elementos componentes do hardware e sua

funo em um sistema computacional:
Memria
Pode ser considerada como o segundo elemento mais importante de

um computador. Existem trs tipos de memria em um computador (STAIR;
REYNOLDS, 2015):
Memria principal
Conhecida tambm como memria RAM (Random Access Memory ou Memria

de Acesso Aleatrio), uma memria voltil utilizada para armazenar programas e
dados durante a operao do computador.
Memria cache
Memria voltil de alta velocidade, mas com baixa capacidade de

armazenamento. Fica localizada entre o processador e a memria principal e
possui uma cpia de parte dos dados contidos na memria principal. Quando o
processador precisa acessar um dado da memria principal, ele verifica primeiro
se o dado est disponvel na cache e, se estiver, ele utiliza o dado normalmente.
Quando o processador no encontra o dado na cache, ele busca o dado na
memria principal e faz uma cpia do bloco de dados de onde o dado foi localizado
e armazena na cache.
Memria secundria
Memria no voltil, mais lenta que a memria principal, utilizada para

armazenar programas e dados que no podem ser perdidos quando o computador
desligado, por exemplo, HD (Hard Disk) ou Disco Rgido.

U2
Dispositivos de entrada e sada
Tambm conhecidos como perifricos, podem ser divididos em duas categorias

(MACHADO; MAIA, 2014):
Dispositivos de armazenamento
Responsveis pelo armazenamento de dados e programas que no so perdidos

quando o computador desligado. Entre estes dispositivos esto: HD, disquete,
fitas magntica, pendrive, discos ticos (CD e Blu-Ray), cartes de memria, etc.
Podem ter seus dados alterados a qualquer momento pelo usurio.
Dispositivos de interface com o usurio
Teclado, mouse, monitor, impressora, plotter, caixas de som, joystick, scanner,

leitores de cartes de memria, reprodutor de MP3, etc.
Vocabulrio
Memria voltil: a que perde os dados armazenados quando o

computador desligado.
Software: o conjunto de programas que controlam a operao do

computador (STAIR; REYNOLDS, 2015). Pode ser dividido em duas
categorias principais (FOROUZAN; MOSHARRAF, 2011):
Sistema Operacional;
Aplicativos.
Reflita
O software tem um impacto profundo, tanto Figura 2.2 | Importncia

nos indivduos como nas organizaes. Ele do software nos negcios
pode fazer a diferena entre lucros e perdas
e entre sade financeira e falncia. Sabendo
disso, as organizaes reconhecem esse
impacto e gastam mais em software do que em
harware
computadores (STAIR; REYNOLDS, 2015).
software
Fonte: adaptado de<http://
www.freeimages.com/photo/
balance-1172786>. Acesso em: 19
jan. 2016.

U2
Sistema operacional
uma interface entre o hardware do computador e o usurio, que facilita a

execuo de outros programas e o acesso aos recursos de hardware e software.
O sistema operacional permite que um usurio do computador possa executar
tarefas sem conhecer os detalhes de funcionamento do hardware. Exemplos de
sistemas operacionais: Windows, OS X, Android, Unix, Linux, OS/2, DOS, CPM, etc.
(FOROUZAN; MOSHARRAF, 2011).
Figura 2.3 | Funes bsicas de um sistema operacional
Inteface com
usurio
Gerenciamento Gerenciamento de
Gerenciamento Utilitrios e outras
de recursos de arquivos de dados
de tarefas funes
hardware e programas
Fonte: Adaptado de OBrien (2011).
O processo de inicializao do sistema operacional composto por dois

estgios principais (FOROUZAN; MOSHARRAF, 2011):
Boot ou Bootstrap.
Carregamento do sistema operacional.
Boot ou Bootstrap
Quando um computador ligado, um programa armazenado em um chip

de memria no voltil, conhecido como BIOS (Basic Input/Output System),
executado para realizar uma srie de testes de hardware (conhecidos como
POST (Power on Self Test). Se os testes forem aprovados o carregamento
do sistema operacional liberado. Todo esse procedimento de testes e
carregamento do sistema operacional conhecido como boot ou bootstrap
(MACHADO; MAIA, 2014).
Figura 2.4 | Chip de memria com BIOS
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:BIOS_chips#/media/File:ROM_BIOS.jpg>. Acesso em: 7 nov. 2015.

U2
Pesquise mais
O BIOS gravado pelo fabricante da placa da CPU. Alguns computadores
permitem a alterao do BIOS, o que deve ser feito somente por
profissionais especializados, pois existe o risco de danificar o computador.
O BIOS responsvel por fazer os primeiros acessos aos dispositivos que
esto instalados no computador (disco rgido, teclado, vdeo), criando
condies para que o sistema operacional seja carregado e comece a
operar. Depois que o sistema operacional carregado, ele passa a assumir
as funes de acesso ao hardware (ALBERTO; ROQUE, 2015).
Aplicativos
So os programas utilizados pelos usurios, para a realizao de diversas tarefas

como processador de textos, planilhas, bancos de dados, jogos, tocadores de msica,
antivrus, edio de imagem e demais ferramentas que so utilizadas pelos usurios.
Estamos vivendo um momento de grande transformao no modo de utilizao

dos programas aplicativos pela mudana da forma de comercializao de software
como servio e no mais como produto (computao em nuvem), que dispensa
a instalao de software no computador, permitindo o uso de computadores com
menor capacidade de armazenamento em discos rgidos.
Os programas aplicativos so projetados para serem executados em um

determinado sistema operacional. Os programas aplicativos que so projetados
para serem executados em diversos tipos de hardware e sistemas operacionais
possuem a caracterstica de independncia de hardware.
Faa voc mesmo
Agora faa uma lista sobre todos os perifricos de um computador que

voc conseguir lembrar e identifique se o perifrico um dispositivo de
entrada ou sada. Depois tire suas dvidas com o professor.
Linguagens de programao
Os aplicativos e demais programas so desenvolvidos por meio de linguagens

de programao, que so linguagens projetadas para expressar tarefas que possam
ser executadas por um computador.

U2
As linguagens de programao possuem diversas ferramentas para auxiliar o

programador no desenvolvimento de aplicaes e para a converso dos programas
em cdigos que podem ser executados pelo computador. A escolha da linguagem
de programao a ser utilizada para o desenvolvimento de uma aplicao depende
muito do tipo da aplicao a ser desenvolvida. Cada linguagem possui recursos
especficos que permitem otimizar um determinado tipo de aplicao (MACHADO;
MAIA, 2014).
Exemplificando
Exemplo de programa em Linguagem Figura 2.5 | Exemplo de

PASCAL para calcular a mdia de 2 linguagens de programao
nmeros.
Program media;
var N1, N2, M : real;
begin
write('Primeiro Nmero ? ');
readln(N1);
write('Segundo Nmero ? ');
readln(N2);
M := (N1+N2)/2; Fonte: O autor (2015).
writeln('Mdia = ', M);
end.
Os programas de computadores esto sujeitos a bugs (erros encontrados

nos programas) que podem causar grandes problemas de interrupo de
um determinado servio. Para evitar os bugs dos programas, os fabricantes de
software desenvolvem diversas ferramentas que so utilizadas em conjunto com as
linguagens de programao durante o desenvolvimento, para auxiliar a deteco
dos eventuais bugs em uma aplicao.
Assimile
Quando o Facebook precisou adicionar dois novos centros de dados,

escolheu montar seus prprios computadores customizados, em vez
de adquirir os mesmos de fabricantes tradicionais. Os computadores
instalados tinham apenas os componentes mnimos necessrios para
a execuo de funes especficas. Como resultado, os custos de
montagem e adaptao foram reduzidos em cerca de 24% (STAIR;
REYNOLDS, 2015).

U2
Banco de dados
um conjunto integrado de elementos de dados relacionados logicamente.

Rene os registros armazenados previamente em arquivos distintos em uma
fonte comum de registros de dados, fornecendo os dados que so utilizados em
muitas aplicaes. Os dados so armazenados em um banco de dados e so
independentes dos programas aplicativos que os utilizam e do tipo de dispositivos
de armazenamento secundrio nos quais esto armazenados (OBRIEN, 2011):
Dados armazenados no banco de dados de clientes:
Nome Figura 2.6 | Exemplo de um

Endereo pessoal Banco de Dados de clientes
Endereo trabalho
Telefones pessoais
Telefones trabalho
Banco de Dados
E-mail de Clientes
Profisso
Estado Civil
Como exemplo podemos citar o Banco de Dados de clientes de uma empresa,

que contm o cadastro de todos os clientes e utilizado quando a empresa
precisa buscar os dados de um determinado cliente para realizar uma determinada
operao.
Sem medo de errar
Agora que os conceitos bsicos j foram aprendidos, vamos resolver a

situao-problema 1:
Passo 1: Definir o hardware dos computadores para cada departamento da agncia
Para definir o hardware de um computador preciso estar atento aos

seguintes itens:
Cada tipo de aplicao pode se beneficiar por um tipo especfico de hardware,

portanto, antes de definir o hardware preciso conhecer quais sero os tipos de
atividades a serem executadas pelo computador.
Escolha da CPU: um dos principais elementos que impactam no desempenho

de um computador. A escolha deve levar em considerao os benefcios de
velocidade de processamento com o consumo de energia e o custo.

U2
Definio da quantidade de memria principal (RAM): por ser considerado

o segundo elemento mais importante que impacta no desempenho de um
computador, deve ser determinado em funo do tipo de aplicao que ser
utilizada. Quanto mais complexos os aplicativos utilizados, maior deve ser a
quantidade de memria do computador.
Definio da quantidade de memria secundria: a especificao desse

tipo de memria tambm depende muito do tipo de aplicao. Aplicaes com
bancos de dados, por exemplo, precisam de dispositivos com grande capacidade
de armazenamento. As aplicaes que utilizam exclusivamente a computao na
nuvem podem ser beneficiadas com a reduo da capacidade de armazenamento
local, ou seja, podem utilizar HDs com menor capacidade, o que reduz o custo
final do computador.
Definio do tipo de monitor: tambm depende muito da aplicao. Para

aplicaes que utilizam programas grficos e CAD, recomendado o uso de
monitores maiores, pois permitem um ganho de produtividade e qualidade de
trabalho.
Definio do tipo de impressora: tambm depende muito da aplicao e do

volume de impresso. Em aplicaes com alto volume de impresso, a impressora
laser tem uma melhor relao custo/benefcio que a impressora jato de tinta.
No caso de empresas de engenharia que precisam imprimir grandes desenhos
(tamanhos A2, A1 ou A0), necessrio o uso de plotters, j que as impressoras
disponveis no mercado permitem a impresso at o tamanho A3.
Empresas que trabalham com atividades multimdia devem estar atentas

escolha das placas de udio e vdeo que atendam aos requisitos de trabalho.
Passo 2: Definir o software dos computadores.
A escolha do sistema operacional depende muito dos tipos de aplicativos que

sero utilizados. Alguns aplicativos so desenvolvidos exclusivamente para um
determinado sistema operacional. Com a instalao de um software de mquina
virtual, possvel utilizar em um nico computador diversos sistemas operacionais.
Neste caso, o computador precisa de um hardware que suporte a instalao de
vrios sistemas operacionais.
Passo 3: Definir a Linguagem de Programao.
Este um passo que s interessa a quem quiser desenvolver programas. O

usurio que vai utilizar aplicativos disponveis no mercado no precisa se preocupar
com a aquisio deste tipo de software. Se o usurio pretende desenvolver
qualquer tipo de programa, ser preciso adquirir as ferramentas necessrias para o
desenvolvimento, que dependem muito do tipo de aplicao a ser desenvolvida.

U2
Cada tipo de aplicao possui uma ou mais linguagens apropriadas para o seu
desenvolvimento. Um importante fator a ser considerado no desenvolvimento de
um programa o conhecimento da linguagem de programao a ser utilizada, o
que pode representar uma barreira para alguns programadores.
Ateno!
Escolha o monitor com um tamanho apropriado para a realizao das

tarefas. O departamento de criao, por exemplo, precisa de monitores
coloridos de alta resoluo para a execuo de trabalhos de qualidade.
Lembre-se
Cuidado ao escolher a quantidade de memria RAM, pois um dos

itens mais importantes para um bom desempenho do computador.
Um computador com pouca memria RAM pode apresentar um baixo
desempenho em alguns tipos de aplicaes.
Avanando na prtica
Pratique mais!
Instruo
seus colegas.
Especificando o hardware de um microcomputador
1. Competncia de fundamentos Especificar o hardware de um microcomputador.
de rea
Entender os conceitos gerais sobre sistemas de
computao.
Conhecer as principais classificaes e caractersticas dos
2. Objetivos de aprendizagem sistemas computacionais.
Conhecer os principais tipos de sistemas de informao.
Conhecer os principais impactos da internet nos sistemas
de informao.
3. Contedos relacionados Fundamentos e estrutura geral de um sistema de computao.

U2
Faa uma pesquisa na internet nos sites de fabricantes de

4. Descrio da SP micros para identificar os detalhes de especificao de um
micro.
Faa um levantamento para avaliar o custo de trs opes
disponveis de um notebook observando:
Tipo de processador.
Velocidade do processador.
Quantidade de memria (bsica e expanso).
Dispositivos de entrada/sada disponveis:
- Mouse (com fio/sem fio).
- Teclado (com fio/sem fio).
Sistema Operacional.
5. Resoluo da SP
Dispositivos de armazenamento (HD).
Placas de vdeo.
Tamanho/resoluo do monitor.
Outras interfaces.
Dica: Consulte o site da Dell (www.dell.com.br) e leia o
item Ajude-me a escolher: processador para que voc
possa entender melhor por que existem vrias opes de
escolha de um processador. Observe como a escolha do
processador impacta no custo final do computador.
Faa voc mesmo
Faa agora uma nova pesquisa, mas com opes disponveis de desktop
e verifique se os recursos disponveis so compatveis com os levantados
acima.
Lembre-se
Antes de escolher um computador descubra para que tipo de atividade

ele ser utilizado.
Faa valer a pena
1. Conjunto de dispositivos que compem a arquitetura de um

computador:
a) Processador.
b) Hardware.
c) Firmware.
d) Software.
e) CPU.

U2
2. Elementos que compem o hardware bsico de um computador:

a) Processador, CPU e software.
b) CPU, teclado e monitor.
c) CPU, memria e perifricos.
d) Processador, firmware e hard disk.
e) Teclado, monitor e hard disk.
3. Das opes abaixo, qual pode ser considerada como elemento

principal de um computador?
a) CPU.
b) Memria.
c) Hard Disk.
d) Software.
e) Fonte.

U2
Seo 2.2
Principais classificaes e caractersticas dos

sistemas computacionais
Dilogo aberto
Nesta seo vamos abordar os principais tipos e caractersticas de sistemas

computacionais, englobando desde os equipamentos mais simples, com menor
capacidade de processamento, at os supercomputadores, utilizados para aplicaes
que necessitam de alto poder de processamento. O profissional de TI enfrenta
desafios dirios em sua carreira para definir os melhores equipamentos para cada tipo
de aplicao e, portanto, deve estar preparado para encontrar as melhores solues.
No existe uma nica frmula para decidir qual o melhor equipamento, pois no existe
uma nica soluo possvel. Temos sempre que levar em considerao fatores como
custo, poder de processamento, tipo de usurio, tipo de aplicao, etc.
o que ocorre na agncia de publicidade de Vera, que possui diversos

departamentos, em que cada um tem necessidades especficas. Aps a deciso sobre
os requisitos dos equipamentos que sero adquiridos pela agncia de publicidade de
Vera, a equipe de projetos agora precisa decidir que tipos de equipamentos podero
ser utilizados para a realizao de novos projetos. Quais equipamentos seriam mais
adequados para cada atividade realizada na empresa, j que cada atividade possui
requisitos prprios de qualidade e desempenho?
Na ltima seo fizemos uma abordagem sobre hardware, software, sistema

operacional e linguagens de programao. Nesta seo vamos identificar como estes
elementos so aplicados em cada tipo de sistema computacional, ou seja, cada tipo
de computador existente.
De forma a atender o objetivo de aprendizagem proposto, esta aula possibilitar

a voc, aluno, conhecer com mais detalhes os principais tipos e caractersticas dos
sistemas computacionais. Aps concluir esta seo, voc estar melhor preparado

U2
e seguro nas escolhas que far quando surgirem novos desafios. Mas no pare por
aqui, continue sempre em busca de novas informaes, pois novos equipamentos
e novas tecnologias surgem a todo momento e o profissional de TI deve estar
sempre atualizado.
No pode faltar
As principais mudanas e tendncias nos sistemas de computao ocorreram

durante perodos conhecidos como geraes, com caractersticas, conforme a
tabela 2.1 (OBRIEN, 2011).
Tabela 2.1 | Geraes de computadores
Primeira Segunda ger. Terceira ger. Quarta ger. Quinta ger.
ger.
Tamanho dos Mainframe Mainframe Microcomputador Microcomputador Computadores

computadores tamanho tamanho tamanho mesa mesa e laptops em rede (todos
sala armrio os tamanhos)
Rede Nenhuma Terminais Redes baseadas Redes locais e Internet,
de vdeo em mainframes e Cliente/Servidor intranets e
conectados minicomputadores extranets
aos
mainframes
Circuito Vlvulas Transistores Circuitos Circuitos Circuitos
integrados baixa integrados alta integrados
densidade densidade muito alta
densidade
Custo US$ 10,00 US$ 1,00 US$ 0,10 US$ 0,001 US$ 0,0001
(milho de
instrues)
Fonte: Adaptado de OBrien (2011).
De um modo geral, podemos classificar os sistemas computacionais em duas

categorias principais (STAIR; REYNOLDS, 2015):
Computadores de uso geral
Utilizados para as mais diversas aplicaes, como negcios, uso pessoal,

entretenimento, educao, etc. Podem ser divididos em dois grupos principais:
Computadores monousurios, para uso de um nico usurio. Podem ser

portteis ou no portteis. Ver tabelas 2.2 e 2.3.
Computadores multiusurios, que permitem o uso por vrios usurios

simultaneamente. Ver tabela 2.4.

U2
Tabela 2.2| Computadores de uso geral monousurios (portteis)
Computadores de uso geral: monousurios (portteis)

Handhelds, Laptops Notebooks Netbooks Tablets
Palmtops, PDAs
e Smartphones
Uso tpico Organizao de Aplicaes Aplicaes Aplicaes Aplicaes
dados pessoais que requeiram que requeiram que requeiram que requeiram
mobilidade mobilidade mobilidade com mobilidade
baixo poder de e uso de
processamento internet
Tabela 2.3| Computadores de uso geral: monousurios (no portteis)
Computadores de uso geral: monousurios (no portteis)

Thin Client Desktops Nettop Estao de
trabalho
Uso tpico Entradas de Uso geral, Substituio de Aplicaes de
dados, consultas com poder de Desktops com engenharia e
a bancos de processamento, menor consumo desenvolvimento
dados e acesso memria e de energia de software
a aplicativos via armazenamento
internet para
a maioria
das tarefas
empresariais
Tabela 2.4| Computadores de uso geral: multiusurios
Computadores de uso geral: multiusurios

Servidor Mainframe Supercomputador
Uso tpico Aplicaes de rede Aplicaes Aplicaes
e internet de grandes cientficas,
organizaes e matemticas,
armazenamento militares,
de grande volume simulao,
de dados previso de tempo
Computadores de uso especfico
Utilizados em aplicaes especiais (militares, cientficas, automao (veculos,

industrial, predial, comercial, etc.), equipamentos industriais, etc.).

U2
Computadores de uso geral: monousurios
a) Handhelds, Palmtops, PDAs e Smartphones
Equipamentos para uso de um nico usurio, que agregam diversas

funcionalidades. So a evoluo das agendas eletrnicas. Possuem uma grande
variedade de programas utilitrios para o uso dirio como agenda, lista de
contatos, GPS, mapas, aplicativos de comunicao, previso do tempo, jogos e
muitos possuem acesso a redes sem fio e internet. Atualmente os Smartphones
ocupam esta categoria de equipamentos, combinando as funcionalidades de
um telefone celular com cmera digital, computador pessoal, e-mail, tocador de
MP3, navegador WEB e acesso s redes sociais em um nico dispositivo (STAIR;
REYNOLDS, 2015).
Figura 2.7 | Handheld Figura 2.8 | Palmtop Figura 2.9 | PDA
Fonte: <http://pt.freeimages. Fonte: <http://pt.freeimages.com/ Fonte: <http://pt.freeimages.

com/photo/compaq-ipaq- photo/palm-1-1456919>. Acesso em: com/photo/pda-1242244>.
wireless-stylus-1474463>. Acesso 20 nov. 2015 Acesso em: 20 nov. 2015
em: 20 nov. 2015.
Exemplificando
O iPhone da Apple um exemplo tpico de smartphone que combina as

funcionalidades de um telefone celular, cmera, e-mail, acesso internet
e outros recursos em um nico dispositivo porttil.
b) Laptops
So computadores pessoais projetados para permitir a mobilidade. So

pequenos e leves para facilitar o uso no colo de seus usurios. Podem ter um
poder de processamento e armazenamento de informaes compatvel com um
micro-desktop (STAIR; REYNOLDS, 2015). Ver Figura 2.10.

U2
c) Notebooks
Podemos dizer que laptops mais leves, finos e menores e, normalmente,

possuem uma menor capacidade de processamento. Os modelos mais simples
geralmente no vm equipados com leitores de CD, DVD ou Blu-ray. Como so
mais finos que os laptops, suas baterias permitem um tempo menor de trabalho
(STAIR; REYNOLDS, 2015). Ver Figura 2.11.
d) Netbooks
Pertencem categoria dos laptops, porm menores, mais leves e mais baratos.
Possuem baixa capacidade de processamento e so limitados quanto ao uso de
aplicativos simultaneamente. Normalmente, utilizam verses mais simples dos
sistemas operacionais tradicionais (STAIR; REYNOLDS, 2015). Ver Figura 2.12.
Figura 2.10 | Laptop Figura 2.11 | Notebook Figura 2.12| Netbook
Fonte: <http://pt.freeimages.com/ Fonte: <http://pt.freeimages.com/ Fonte: <https://commons.

photo/laptop-1242490>. photo/notebook-2-1240405>. wikimedia.org/ wiki/File:Averatec-
Acesso em: 20 nov. 2015. Acesso em: 20 nov. 2015. Netbook.jpg?uselang=pt-br>.
Acesso em: 20 nov. 2015
muito difcil diferenciar laptop, notebook e netbook, pois existe uma grande
variedade de produtos no mercado com caractersticas compatveis e at com
hardware e custos semelhantes.
e) Tablets
So pequenos computadores, sem teclado, que utilizam a prpria tela para

entrada de dados. Alguns modelos permitem o uso de canetas especiais. Os Tablets
PC so equipamentos com maior capacidade de processamento, pois integram as
caractersticas de um laptop e de um tablet em um nico equipamento (STAIR;
REYNOLDS, 2015). Ver Figuras 2.13 e 2.14.

U2
Figura 2.13 | Tablet Figura 2.14 | Tablet PC
Fonte: O autor (2015). Fonte: <http://www.freeimages.com/

photo/tablet-pc-1-1237869>. Acesso em:
20 nov. 2015.
Pesquise mais
Veja mais informaes sobre os diversos tipos de Tablets PC no artigo
a seguir:
MICROSOFT. O que e um Tablet PC?. 2003. Disponvel em: <https://

www.microsoft.com/brasil/windowsxp/tabletpc/evaluation/about.mspx>.
Reflita
Os tablets apresentam uma srie de recursos que permitem novas

aplicaes para um sistema de computao porttil. Procure identificar
alguns tipos de aplicaes em que os tablets possam ser utilizados com
vantagem em relao aos desktops e laptops.
f) Thin Client
um computador de baixo custo, com processamento limitado e com hardware

muito simples. No possui drives (CD, DVD ou Blu-ray) e nem slots de expanso.
Utilizado normalmente apenas para aplicaes que acessam redes e computao
na nuvem, como terminais de acesso a outros sistemas (STAIR; REYNOLDS, 2015).
Ver Figura 2.15.

U2
Assimile
Thin Client um computador de baixo custo, com processamento

limitado e com hardware muito simples (no possui drives de CD, DVD
ou Blu-ray) e nem slots de expanso (STAIR; REYNOLDS, 2015). Ver Figura
2.15.
g) Desktop
Computador criado para uso sobre uma mesa. o tipo mais comum de
computador pessoal no porttil, utilizado para as mais diversas aplicaes.
Possui uma grande vantagem em relao aos notebooks, pois permite que o seu
hardware seja livremente configurado de acordo com a necessidade do usurio
(MICROSOFT, 2015). Ver Figura 2.16.
h) Nettop
Computador de mesa de baixo custo, menor, mais leve e projetado para

consumir menos energia do que um desktop. Possui um hardware mais completo
que um Thin Client, mas inferior a um desktop, sendo uma boa opo para uso
de aplicaes simples e aplicativos de computao na nuvem (STAIR; REYNOLDS,
2015). Ver Figura 2.17.
i) Estao de trabalho
Tambm conhecida como Wokstation um computador pessoal com alto

poder de processamento e grande capacidade de memria, usado para aplicaes
que exigem alto desempenho como aplicaes de CAD, programas de engenharia
e clculos matemticos, edio de vdeo, mas com tamanho ainda compatvel
para caber em uma mesa de trabalho. Pode ter a aparncia de um desktop ou de
um laptop (STAIR; REYNOLDS, 2015).
Figura 2.15 | Thin Client Figura 2.16| : Desktop Figura 2.17| Nettop
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/ Fonte: <http://images.freeimages. Fonte: <https://commons.wikimedia.

wikipedia/commons/8/82/Fujitsu_ com/images/previews/c33/ org/ wiki/Category:Nettops#/media/
Futro_S100_Thin_Client-Single_ composition-2-1553000.jpg>. File:2009_Taipei_IT_Month_Day1_
Client_%283671388816%29.jpg>. Acesso em: 20 nov. 2015. Acer_Aspire_Revo.jpg>. Acesso em: 20
Acesso em: 20 nov. 2015. nov. 2015.

U2
Alm dos computadores j apresentados, vamos abordar agora alguns tipos

de computadores mais complexos, mas muito importantes para aplicaes que
exigem grande capacidade de processamento.
Computadores de uso geral: multiusurios
a) Servidor
Computador projetado para ser utilizado por vrios usurios simultaneamente,

com grande capacidade de comunicao rpida e eficiente. Possui alta capacidade
de armazenamento de dados e informaes e memria de grande capacidade.
Pode ser utilizado como servidor web, servidor de arquivos, servidor de dados
e outras aplicaes que requisitam atividades em rede. So computadores que,
normalmente, possuem sistemas de alimentao de emergncia para evitar a
interrupo de servios considerados estratgicos. Podem suportar grandes
bancos de dados e aplicaes que exigem grande escalabilidade, que consiste
na habilidade para aumentar a capacidade de processamento para atender um
nmero crescente de transaes em um determinado perodo (STAIR; REYNOLDS,
2015).
Vocabulrio
Escalabilidade: consiste na habilidade para aumentar a capacidade de

processamento de um servidor, para atender um nmero crescente de
transaes em um determinado perodo (STAIR; REYNOLDS, 2015).
b) Mainframe
Computador de grande porte com alta capacidade de processamento, capaz

de atender centenas de usurios simultaneamente, conectados atravs de uma
rede. Deve ser instalado em local seguro, com acesso restrito, conhecido como
Data Center (Centro de Dados), pois requer sistemas de controle de temperatura,
umidade e poeira. Devido ao crescimento do poder de processamento dos
servidores e dos microcomputadores, o seu uso vem sendo reduzido num
processo conhecido como downsizing, em que computadores de menor porte,
mas com grande capacidade de processamento, esto cada vez mais assumindo
as suas atividades (STAIR; REYNOLDS, 2015). Ver Figura 2.18.
c) Supercomputador
o mais poderoso computador existente, utilizado em aplicaes que exigem

grande capacidade computacional e alta velocidade de processamento, como
aplicaes cientficas e militares, modelos climticos, simulaes e pesquisa

U2
qumica e farmacutica. Como exemplo de sua capacidade de processamento

podemos citar o Supercomputador K construdo pela Fujitsu, considerado o mais
rpido do mundo (2011), que tem o poder de processamento equivalente a um
milho de computadores laptop trabalhando em conjunto (STAIR; REYNOLDS,
2015). Ver Figura 2.19.
Figura 2.18 | Mainframe IBM 360 Figura 2.19 | Supercomputador
(dcada de 1960)
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/ wikipedia/ Fonte: <https://upload.wikimedia.org/ wikipedia/

commons/c/c0/IBM_System360_Mainframe. commons/4/49/Supercomputador_LUSITANIA_1.JPG>.
jpg>. Acesso em: 2 nov. 2015. Acesso em: 20 nov. 2015.
Saiba mais
Veja mais informaes sobre supercomputadores no artigo a seguir:
HAMANN, Renan. Supercomputadores: conhea as supermquinas

mais velozes do mundo. 2014. Disponvel em: <http://www.tecmundo.
com.br/supercomputadores/51545-supercomputadores-as-maquinas-
maisvelozes-do-mundo-.htm>. Acesso em: 13 nov. 2015.
d) Sistemas operacionais
No poderamos falar sobre computadores sem considerar um dos seus

principais elementos: os sistemas operacionais. Entre os principais sistemas
operacionais atualmente em uso, podemos citar (STAIR; REYNOLDS, 2015):
Computadores para aplicaes pessoais
Microsoft Windows, Mac OS-X, Google Android, iOS, Symbian, Linux, Crome
OS, HP webOS.
Computadores para grupos de trabalho (servidores)
Microsoft Windows Server, Mac OS X Server, Linux, UNIX, IBM i5/OS, z/OS, HP-UX.

U2
Computadores para uso de empresas e organizaes

Microsoft Windows Server, Linux, UNIX, IBM i5/OS, z/OS, HP-UX.
Smartphones e Tablets
Microsoft Windows, Google Android, iOS, Symbian, webOS.
Interfaces grficas e sistemas embarcados
Microsoft Windows Embedded, Linux.
Mainframes
IBM-MVS, OS/390, z/OS, z/Linux.
Supercomputadores
Linux, Microsoft Windows, AIX, Open Solaris.
Assimile
Um sistema operacional pode ser utilizado em mais de um tipo de

aplicao, como, por exemplo, o Linux, que pode ser utilizado para
computadores pessoais e, tambm, para computadores que trabalham
em grupos.
Faa voc mesmo
Veja um artigo interessante sobre o uso do Linux em supercomputadores:
GRAVEHEART, Paulo. 91% dos maiores supercomputadores do mundo

usam Linux. 2010. Disponvel em: <https://tecnoblog.net/26177/91-dos-
maiores-supercomputadoresdo-mundo-rodam-linux/>. Acesso em: 13
nov. 2015.
Sem medo de errar
Quais tipos de computadores seriam mais adequados para cada atividade

realizada na agncia de publicidade de Vera, j que cada tipo de atividade possui
requisitos prprios de qualidade e desempenho?
O departamento de projetos, que no caso da agncia de Vera engloba os

setores de criao e produo, utiliza diversos programas de edio de imagens,
manipulao de udio e vdeo que requerem computadores com alto poder de
processamento, alm de grande capacidade de memria e de armazenamento.
Considerando-se que os trabalhos so executados com a participao de diversos

U2
profissionais que trabalham de forma colaborativa, o ideal seria que a agncia

pudesse adquirir um sistema com base na arquitetura cliente/servidor, com
sistema operacional Windows Server, em que seriam instalados os programas
utilizados pela equipe (Servidor) e com o cliente poderiam ser utilizados diversos
tipos de computadores de acordo com a necessidade de cada profissional, como
laptops, notebooks, desktops (com Sistema operacional Windows) e tablets (com
Sistema Operacional Android). Como os profissionais visitam regularmente os seus
clientes, importante que a agncia disponha de laptops, notebooks e tablets de
alto desempenho para permitir uma boa apresentao de seus trabalhos. Seria
importante que fosse adotado um padro nico de smartphone (com sistema
operacional Android) para toda a equipe, para compatibilizar os aplicativos de troca
de arquivos, e-mails e agendas, pois o uso de diferentes tipos de smartphones,
com sistemas operacionais diferentes poderia reduzir a produtividade da equipe.
Os departamentos financeiro e comercial (que utilizam basicamente planilhas,

editor de textos, agendas e programas de internet banking) poderiam utilizar
computadores mais simples que o departamento de projetos, como desktops, que
poderiam estar interligados atravs de uma rede e conectados internet (com
sistema operacional Windows). Outra opo poderia ser o uso de nettops, pois
apresentam um custo menor e a vantagem de consumirem menos energia. Este
o caso que realmente precisa ser avaliado com muito critrio com relao ao
poder de processamento necessrio.
A secretaria/recepo da agncia, que faz o controle de agendas de toda a

empresa e d suporte aos demais departamentos, poderia usar um computador do
tipo Thin Client interligado rede da empresa (com sistema operacional Windows),
pois utiliza programas mais simples que no requerem muito processamento,
basicamente o uso de editores de textos e acesso aos bancos de dados da empresa
e internet.
Ateno!
Cuidado na hora de escolher os smartphones da equipe. A

incompatibilidade entre os equipamentos e sistema operacional poder
prejudicar a produtividade!
Lembre-se
Servidores so computadores que, normalmente, precisam de sistemas

de alimentao de emergncia para evitar a interrupo de servios
considerados estratgicos.

U2
Pesquise mais
Veja um artigo muito interessante sobre Tablet PC:
HAMMAN, Renan. J da para trocar o PC por um tablet Windows barato?.

2015. Disponvel em: <http://www.tecmundo.com.br/tablet/75594-
trocar-pc-tablet-windows-barato.htm>. Acesso em: 20 nov. 2015
Avanando na prtica
Pratique mais!
Instruo
seus colegas.
Especificando os tipos de computadores de uma loja de departamentos,
para uso da equipe de vendedores internos da empresa
1. Competncia de fundamentos Especificar os tipos de computadores de uma aplicao.
de rea
Desenvolver a capacidade de definir os tipos de
computadores adequados para uma determinada aplicao.
Principais classificaes e caractersticas dos sistemas
computacionais.
Uma loja de departamentos est fazendo investimentos
para atualizar todos os seus sistemas de computao e
informao, pois os sistemas atuais no esto atendendo
4. Descrio da SP
mais s necessidades da empresa. O desafio atual
identificar quais so os tipos de equipamentos mais
adequados para atender a sua equipe de vendas internas.
Como um dos requisitos principais de uma loja de
departamentos a manipulao de uma grande quantidade
de dados, e considerando-se que a mesma possui mais de
100 lojas distribudas pelo pas, deve-se pensar na criao
de um Data Center que possa integrar todos os servidores
capazes de atender todas as suas necessidades. Por meio
da internet todas as lojas poderiam acessar este Data Center
para consultar os bancos de dados da empresa.
Os vendedores internos das lojas precisam constantemente
fazer consultas de produtos (preo, estoque) e poderiam
5. Resoluo da SP
utilizar computadores do tipo Thin Client para acessar os
bancos de dados da empresa. Os leitores de cdigo de
barras instalados nas lojas tambm poderiam acessar os
mesmos bancos de dados para fornecer os preos das
mercadorias, permitindo que os prprios clientes realizem a
pesquisa de preos.
Com o sistema operacional ficou definido que os Servidores
utilizaro o Microsoft Windows Server e os Thin Client
devero utilizar o Linux (como forma de reduo de custos,
j que o Linux no necessita de licena).

U2
Faa voc mesmo
Pense agora quais seriam os equipamentos que poderiam ser utilizados

em uma instituio de ensino para que os alunos possam consultar as
suas notas e faltas.
Pesquise mais
STAIR, Ralph M.; REYNOLDS, George W. Princpios de sistemas de
informao. So Paulo: CENGAGE, 2015. p. 752.
Lembre-se
Computadores multiusurios so aqueles que permitem o uso por diversos

usurios simultaneamente, como o caso dos servidores, mainframes
e supercomputadores.
Faa valer a pena
1. As principais mudanas e tendncias nos Sistemas de Computao

ocorreram durante perodos conhecidos como geraes. Em quantas
geraes podemos dividir os Sistemas de Computao?
a) Trs geraes.
b) Quatro geraes.
c) Cinco geraes.
d) Sete geraes.
e) Oito geraes.
2. Qual gerao dos computadores pode ser caracterizada pelo uso

de vlvulas?
a) Primeira gerao.
b) Terceira gerao.
c) Quarta gerao.

U2
d) Quinta gerao.
e) Sexta gerao.
3. Computador que, normalmente, possui sistemas de alimentao

de emergncia, para evitar a interrupo de servios considerados
estratgicos. Assinale a alternativa correspondente:
a) Desktop.
b) Estao de trabalho.
c) Thin Client.
d) Nettop.
e) Servidor.

U2
Seo 2.3
Classificao e caractersticas dos sistemas

de informao
Dilogo aberto
Caro aluno, nesta seo vamos abordar os principais tipos e caractersticas dos
sistemas de informao, considerando desde os sistemas mais simples at os sistemas
ERP que tm grande importncia no processo de deciso gerencial. Conhecer esses
conceitos de grande relevncia para os profissionais de TI entenderem as relaes
existentes entre os sistemas e as atividades de uma organizao. A crescente evoluo
da tecnologia da informao e a necessidade das organizaes de extrair o mximo
de informaes de seus sistemas permitiram a criao de sistemas especficos para
cada tipo de aplicao. A aplicao eficaz desses sistemas essencial para que voc
consiga aprimorar os processos de deciso e produtividade de sua organizao.
No caso da agncia de publicidade de Vera, que vem crescendo bastante nos

ltimos anos, usufruindo dos novos equipamentos que esto sendo implantados
na agncia, agora chegou o momento de atualizar os sistemas de informao que
daro todo o suporte para o trabalho das equipes das mais diversas reas. Portanto,
colaboradores dos departamentos da agncia foram convocados para analisar os
requisitos destes sistemas e avaliar os investimentos que sero necessrios para a
sua aquisio. Que tipos de sistemas poderiam ajudar a melhorar a produtividade, a
qualidade e os processos de deciso dos trabalhos realizados pela agncia?
Na ltima seo fizemos uma pequena viagem pelos tipos de computadores

disponveis no mercado mundial e identificamos algumas possibilidades para uso na
agncia de publicidade. Agora hora de voc conhecer os sistemas de informao
que podero ser executados nestes computadores.
A Seo 3 da Unidade 2 possibilitar a voc, aluno, conhecer com mais detalhes os

principais tipos e caractersticas dos sistemas de informao que podem ser utilizados

U2
nos mais diversos tipos de organizaes. Aps concluir esta seo, voc estar melhor
preparado e seguro nas escolhas que far quando surgirem novos desafios. Continue
sempre buscando novas informaes, pois novos equipamentos, novas tecnologias
e novos tipos de sistemas surgem a todo momento e o profissional de TI deve estar
sempre atualizado. Com isso, atendemos ao nosso objetivo de aprendizagem desta
seo que conhecer os principais tipos e caractersticas dos Sistemas de Informao.
Vamos em frente e bons estudos!
No pode faltar
Os papis fundamentais das aplicaes de sistemas de informao em

uma organizao
Existem trs razes fundamentais para todas as aplicaes de tecnologia da

informao nas organizaes em geral. Todas elas so consideradas vitais para o
desempenho de uma organizao, como (OBRIEN, 2011):
Suporte de seus processos e operaes.
Suporte na tomada de decises de seus funcionrios e gerentes.
Suporte em suas estratgias em busca de vantagem competitiva.
Uma organizao deve ter sistemas de informao que apoiem a rotina e as

atividades do dia a dia que ocorrem no curso normal de um negcio e auxiliam
uma empresa a agregar valor aos seus produtos e servios (STAIR; REYNOLDS,
2015).
Nos modelos de economia que esto cada vez mais orientados para o
servio, o atendimento ao consumidor passa a ser o objetivo primordial de
praticamente todas as organizaes. Os colaboradores que atuam diretamente no
atendimento aos clientes, sejam em vendas, servio ao consumidor ou marketing,
necessitam de sistemas de processamento de transaes de alta qualidade e de
suas informaes relacionadas para fornecer um bom servio, como verificar o
estoque de itens pedidos, a programao planejada de produo para informar
o consumidor quando o item desejado estar em estoque ou para entrar com
os dados para programar uma entrega de produtos. No importa qual a sua
funo dentro da organizao, muito provvel que voc fornecer contedo ou
utilizar o resultado de sistemas de informao empresarial de sua organizao
(STAIR; REYNOLDS, 2015). A seguir, so descritos os principais tipos de sistemas de
informao utilizados nas empresas para auxiliar a tomada de decises.

U2
Sistemas de Processamento de Transaes (SPT)
So sistemas utilizados por gerentes operacionais que precisam monitorar

as transaes e as atividades bsicas de uma organizao, como vendas,
recebimentos, depsitos em dinheiro, sistemas de reservas de hotis, expedio,
folhas de pagamento, decises de crdito ou fluxo de materiais em uma empresa,
para responder perguntas como: quantas unidades de um determinado produto
h em estoque (LAUDON; LAUDON, 2014)?
So sistemas to crticos para uma empresa que, se deixarem de operar por

algumas horas, podem causar um verdadeiro colapso e, possivelmente, grandes
danos s diversas empresas ligadas ela (LAUDON; LAUDON, 2014).
Vocabulrio
Transao: qualquer intercmbio relacionado com os negcios,

como pagamento de funcionrios, pagamento de fornecedores, etc.
(STAIR; REYNOLDS, 2015).
Saiba mais
O SPT foi o primeiro aplicativo para computador desenvolvido para muitas
organizaes e um dos primeiros sistemas comerciais computadorizados
foi a folha de pagamento (STAIR; REYNOLDS, 2015).
Sistemas de Informao Gerencial (SIG)
uma categoria especfica de sistemas de informao, utilizada por gerentes

de nvel mdio, que auxiliam na monitorao, no controle, na tomada de deciso e
nas atividades administrativas, por meio de relatrios que so gerados com rotinas
simples, como resumos e comparaes, em vez de modelos matemticos ou
tcnicas estatsticas avanadas. Estes sistemas resumem e relatam as operaes
bsicas da organizao por meio da utilizao dos dados fornecidos pelos sistemas
de processamento de transaes (LAUDON; LAUDON, 2014). Um exemplo tpico
de informao gerada por um SIG quantidade de matria-prima consumida por
um determinado processo em um determinado perodo.
Sistemas de Apoio Deciso (SAD)
So sistemas utilizados por gerentes e analistas de negcios que querem usar

tcnicas analticas e modelos sofisticados para analisar dados. Focam problemas
nicos e que se alteram com rapidez, para os quais no existe um procedimento de
resoluo totalmente predefinido (LAUDON; LAUDON, 2014). Tentam responder
a perguntas como: qual seria o impacto na programao da produo se

U2
aumentssemos as vendas em 50% em um determinado perodo? O que poderia

acontecer com as vendas de um produto se houvesse falta de uma matria-prima
por mais de 90 dias?
Os Sistemas de Apoio Deciso utilizam informaes obtidas de Sistemas SPT

e SIG, mas recorrem regularmente a informaes de fontes externas, tais como
o valor corrente de aes e de matrias-primas ou at os preos de produtos de
concorrentes (LAUDON; LAUDON, 2014).
Sistemas de Informao Empresarial

So sistemas que garantem que as informaes possam ser compartilhadas por
todas as funes da organizao e por todos os nveis de gerncia, que utilizam
bancos de dados como ferramentas para apoiar a administrao e o gerenciamento
de um negcio (STAIR; REYNOLDS, 2015). Os Sistemas de Informao Empresarial
podem ser classificados em (BALTZAN; PHILLIPS, 2012):
Sistemas de Gerenciamento de Operaes e Gesto da Cadeia de Suprimentos.

Sistemas de Relacionamento com o Cliente e Inteligncia de Negcios.
Sistemas de Planejamento de Recursos Empresariais e Sistemas de Colaborao.
Sistemas de Gerenciamento de Operaes

o gerenciamento de sistemas ou processos que convertem ou transformam os
recursos (inclusive recursos humanos) em bens e/ou servios. Basicamente podemos
dizer que a criao de bens ou servios que envolvem a transformao ou converso
de entradas (capital, trabalho, informao, etc.) em sadas (bens e servios).
Figura 2.20 | Processo de transformao de entradas em sadas
ENTRADAS TRANSFORMAO SADA
Terra,
Trabalho,
Processo de Bens
Capital,
converso Servios
Informao,
eta.
Feedback Feedback Feedback
Controle

U2
Exemplo: Processo de produo de automveis (BALTZAN; PHILLIPS, 2012).
Entrada: Peas que compem o automvel.
Transformao: Processo de fabricao e montagem.
Sada: Automvel de alta qualidade.
Para garantir que os resultados desejados sejam alcanados, a empresa

deve realizar a monitorao de qualidade em diversos pontos do processo de
transformao (feedback) e comparar com os padres previamente estabelecidos
para determinar se so necessrias aes corretivas (controle).
Vocabulrio
Feedback: a monitorao de qualidade em diversos pontos

do processo de transformao para comparar com os padres
previamente estabelecidos para determinar se so necessrias aes
corretivas (controle).
Sistemas de Gesto da Cadeia de Suprimentos
Tambm conhecidos como SCM (Supply Chain Management). A Gesto da

Cadeia de Suprimentos consiste no gerenciamento de todas as partes envolvidas
(planejamento, execuo e controle), direta ou indiretamente, nos processos de
aquisio e converso de matrias-primas em produtos acabados, bem como o
armazenamento e entrega dos produtos acabados, para maximizar a eficcia e
a rentabilidade de todas as etapas do processo. O objetivo do SCM reduzir os
custos e melhorar o servio ao cliente, ao mesmo tempo que reduz o investimento
global em estoque na cadeia de fornecimento (BALTZAN; PHILLIPS, 2012; STAIR;
REYNOLDS, 2015).
As ferramentas de SCM utilizam tcnicas matemticas avanadas e modelos

de pesquisa operacional para agregar o planejamento de capacidade finita aos
sistemas ERP, tanto para produo, como para a distribuio e modelagem de
sistemas mais eficientes de previso de demanda. Entre as funcionalidades
disponveis em um SCM esto (PRADO; SOUZA, 2014):
- Planejamento da produo.
- Planejamento da demanda.
- Planejamento da distribuio.

U2
Sistemas de Relacionamento com o Cliente
Tambm conhecidos como CRM (Customer Relationship Management),

so sistemas utilizados para gerenciar as relaes com os clientes. As empresas
de sucesso reconhecem a importncia de manter relaes saudveis com os
clientes, gerando um impacto positivo na fidelidade e reteno de clientes, o que
ajuda muito na rentabilidade e na vantagem competitiva sobre os concorrentes
que no conseguem promover este tipo de relacionamento com o cliente
(BALTZAN; PHILLIPS, 2012; PRADO; SOUZA, 2014). medida que as organizaes
comeam a migrar do tradicional foco no produto para organizaes focadas no
cliente, elas esto reconhecendo seus clientes como especialistas, no somente
como geradores de receita, percebendo rapidamente que, sem clientes, elas
simplesmente no existem, e que fundamental que faam de tudo para garantir
a satisfao deles. Em uma poca em que se torna difcil diferenciar um produto, o
CRM um dos ativos mais valiosos que uma organizao pode adquirir (BALTZAN;
PHILLIPS, 2012). Existem trs fases na evoluo de um CRM que permitem que
a organizao obtenha informaes estratgicas dos seus clientes (BALTZAN;
PHILLIPS, 2012):
Informao: Identificao do cliente.
Anlise: Segmentao do cliente (melhores, piores, faixa de idade).
Prognstico: Prognsticos sobre comportamento do cliente.
Outros tipos de CRM (PRADO; SOUZA, 2014):
CRM Operacional: aplicaes voltadas ao consumidor, como ferramentas

para automao de marketing, vendas e servios de campo.
CRM Analtico: aplicaes que absorvem caractersticas de avaliao vindas

de Sistemas BI para criao de relatrios e indicao de desempenho dos clientes.
CRM Colaborativo: para aplicaes com interao com o cliente em servios

de call center, portais de vendas de servios na Web, e-mail, etc.
Sistemas de Inteligncia de Negcios
Tambm conhecidos como BI (Business Intelligence), referem-se s aplicaes

e tecnologias que so utilizadas para coletar, acessar e analisar dados e informaes
de apoio Tomada de Deciso (BALTZAN; PHILLIPS, 2012). Este assunto ser
abordado na seo 4.2 desta disciplina.
Sistemas de Colaborao
So conjuntos de ferramentas fundamentadas na tecnologia da informao

que suportam o trabalho das equipes, facilitando o compartilhamento e o fluxo das

U2
informaes e resolvendo tarefas especficas de negcios, como o trabalho remoto,

as reunies on-line, a implantao de aplicativos, a gesto de projetos remotos
e o gerenciamento de vendas, permitindo que pessoas, equipes e organizaes
cresam e construam com base nas ideias e nos talentos dos colaboradores,
fornecedores, clientes e parceiros de negcios. Entre estes sistemas podemos
citar (BALTZAN; PHILLIPS, 2012):
Sistemas de Gesto de Contedo, que fornecem ferramentas para gerenciar a

criao, o armazenamento, a edio e a publicao de informaes de um ambiente
colaborativo, como, por exemplo, o Wordpress que o CMS (Content Management
System) mais utilizado atualmente para a criao e manuteno de websites.
Sistemas de Gesto do Conhecimento (tema a ser abordado na Unidade 4), que

envolvem a captura, classificao, avaliao, recuperao e o compartilhamento
dos ativos de informao de modo que fornea o contexto para as decises e
aes eficazes.
Sistemas de Controle de Workflow, que definem todas as etapas ou regras, do

incio ao fim, necessrias para automatizao dos processos.
Sistemas de Groupware, que utilizam tecnologias como videoconferncia,

web conferncia, mensagens instantneas para comunicao, cooperao,
coordenao, negociao e resoluo de problemas, fornecendo todo o suporte
interao e dinmica de equipes de trabalho.
Sistemas de Planejamento de Recursos Empresariais (ERP Enterprise

Resource Planning)
Sistemas que integram todos os departamentos e funes de uma organizao

em um nico sistema de informao, para que os colaboradores possam tomar
decises visualizando informaes que impactam em todas as operaes de
negcios da organizao (BALTZAN; PHILLIPS, 2012). O ERP atua como um
poderoso sistema de gerenciamento interno de informaes, no qual todos os
envolvidos na aquisio, na produo, no planejamento e na entrega de produtos
trabalham com as mesmas informaes, eliminando redundncias de dados,
reduzindo o tempo das atividades e mantendo a consistncia entre as operaes,
de modo a evitar a criao de ilhas de informao (BALTZAN; PHILLIPS, 2012).
Exemplificando
SAP, TOTVS, DATASUL e BAAN so exemplos de ERP disponveis no

mercado.

U2
O ERP composto por dois componentes-chave (BALTZAN; PHILLIPS, 2012): o

corao do ERP e a evoluo do ERP (BALTZAN; PHILLIPS, 2012).
O corao do ERP
Banco de dados centralizado que coleta informaes em todos os componentes

de aplicao individuais do Sistema ERP (conhecidos como mdulos) e os alimenta
tambm com informaes oriundas da contabilidade, produo, do marketing
e dos recursos humanos. Quando uma informao alterada em um desses
mdulos, os demais mdulos do sistema so automaticamente atualizados.
Figura 2.21 | Fluxo de dados em um Sistema ERP
Compras
Marketing e Contabilidade e
Vendas Finanas
Informaes
Recursos
Produo Humanos
Estoque
Fone: Adaptado de Baltzan e Phillips (2012).
Assimile
O corao do ERP um banco de dados centralizado que coleta

informaes em todos os componentes de aplicao individuais do
Sistema ERP (conhecidos como mdulos).
A evoluo do ERP
O ERP cresceu ao longo dos anos, incorporando novas funcionalidades

para se tornar parte da empresa. Na sua concepo inicial era uma ferramenta
para planejamento de materiais e depois acabou se estendendo para outras
funcionalidades, conforme Figura 2.22.

U2
Figura 2.22 | Evoluo do ERP
ERP ERP estendido ERP - II

Gesto de Projetos
Planejamento de materiais Programao Produo
Gesto de Conhecimento
Entrada de pedidos Prognstico
Controle de Workflow
Distribuio Planejamento de Capacidade
CRM
Livro razo e-Commerce
Gesto de recursos humanos
Contabilidade Armazenamento
Capacidade do portal
Controle de cho de fbrica Logstica
Finanas integradas
1990 2000 Presente
Sistemas como o SCM, o CRM e o ERP so a espinha dorsal

do e-Business. A integrao desses aplicativos a chave para
o sucesso de muitas empresas, pois permite o desbloqueio de
informaes para torn-las disponveis para qualquer usurio,
em qualquer lugar e a qualquer hora (BALTZAN; PHILLIPS,
2012, p. 255).
Pesquise mais
Acesse o portal com diversas informaes sobre ERP:
SISTEMA ERP. Tudo sobre ERP. Disponvel em: <http://sistemaerp.org/>.

Acesso em: 14 dez. 2015.
Saiba mais
Veja mais informaes sobre ERP no livro: SANTOS, Aldemar de Arajo.
ERP e sistemas de informaes gerenciais.
So Paulo: Atlas, 2013. p. 136.
Reflita
Uma empresa de mdio ou grande porte poderia gerenciar seus dados e

informaes, com eficincia, sem o uso de Sistemas como SCM, CRM e
ERP?

U2
Sem medo de errar
Quais tipos de sistemas poderiam ajudar a melhorar a produtividade, a qualidade

e os processos de deciso dos trabalhos realizados pela agncia?
Considerando o tipo de servio realizado por uma agncia de publicidade,

um dos sistemas que seriam estratgicos para implantao o Sistema de
Relacionamento com o Cliente, tambm conhecido como CRM (Customer
Relationship Management), que poder ser utilizado para gerenciar todas as relaes
com os clientes. Uma agncia de publicidade trabalha com muitos projetos e
muitos clientes simultaneamente, o que requer um alto nvel de gerenciamento de
dados e de informaes de clientes, fornecedores, parceiros e demais elementos
envolvidos no processo.
Uma agncia de publicidade deve reconhecer a importncia de manter relaes

saudveis com os clientes, gerando um impacto positivo na fidelidade e reteno
deles, o que ajuda muito na rentabilidade e na vantagem competitiva sobre os
concorrentes que no conseguem promover este tipo de relacionamento com o
cliente. Em uma poca em que se torna difcil diferenciar um produto, o CRM
um dos ativos mais valiosos que uma organizao pode adquirir. Atravs do CRM a
agncia poder obter informaes importantes sobre as atitudes comportamentais
dos clientes e identificar as melhores opes de servios que podero ser oferecidas
para estes clientes.
Outro sistema que poderia ser implantado na agncia o Sistema de Inteligncia

de Negcios, tambm conhecido como BI (Business Intelligence), para auxiliar os
executivos em seus processos de tomada de deciso, por meio da anlise dos
dados disponveis no sistema.
Devido ao grande volume de dados e informaes que so acumuladas

diariamente com os projetos, importante que a agncia disponha de Sistemas
Colaborativos para permitir um Gerenciamento Cooperativo e de Gesto do
Conhecimento para resguardar ideias, projetos e material utilizado como fonte de
pesquisa para os trabalhos.
Finalmente, a implantao de um Sistema ERP (Enterprise Resource Planning)

vai permitir a integrao de todos os departamentos e funes realizadas pela
agncia e que poder atuar como um poderoso sistema de gerenciamento de
informaes centralizadas, eliminando a redundncia de dados, integrando em
uma nica aplicao todos os sistemas necessrios para o gerenciamento executivo
do negcio. Apesar de uma agncia de publicidade no necessitar de todos os
mdulos requeridos por uma aplicao de uma indstria de manufatura, possvel
a utilizao e a aquisio somente dos mdulos que so comumente usados em
qualquer tipo de negcio. Existem modelos de Sistemas ERP para empresas de

U2
todo porte, com custo compatvel com os recursos disponveis nestes sistemas.
No caso da implantao de um Sistema ERP bem provvel que a agncia no
precise investir em Sistemas CRM e de Colaborao, pois alguns dos Sistemas ERP
mais modernos j incorporam estas funcionalidades como mdulos opcionais.
Ateno!
Em uma poca em que se torna difcil diferenciar um produto, o CRM

um dos ativos mais valiosos que uma organizao pode adquirir.
Lembre-se
Sistemas como o SCM, o CRM e o ERP so a espinha dorsal do

e-Business. A integrao desses aplicativos a chave para o sucesso de
muitas empresas, pois permite o desbloqueio de informaes para torn-
las disponveis para qualquer usurio, em qualquer lugar e a qualquer hora
(BALTZAN; PHILLIPS, 2012, p. 255).
Avanando na prtica
Pratique mais!
Instruo
seus colegas.
Especificando os tipos de sistemas de informao de uma indstria
de manufatura de eletrodomsticos
1. Competncia de fundamentos Especificar os tipos de sistemas de informao de
de rea uma aplicao.
2. Objetivos de aprendizagem Conhecer os principais tipos de sistemas de informao.
3. Contedos relacionados Classificao e caractersticas dos sistemas de informao.
Uma grande indstria de manufatura de eletrodomsticos
est realizando um levantamento entre sua equipe de TI
para definir a aquisio de novos sistemas de informao
para agilizar todo o sistema de pedidos de seus clientes
4. Descrio da SP
lojistas, pois o sistema atual no capaz de identificar as
mudanas de comportamento dos seus clientes e isso vem
causando grandes alteraes nos pedidos recebidos, o que
acaba dificultando o planejamento da produo.

U2
Uma das solues propostas a implantao de um Sistema

ERP-II que permita a implantao de funcionalidades como
a gesto do conhecimento que servir como uma base
de dados para melhorar a capacidade de gerenciamento e
anlise das informaes utilizadas pelo Sistema CRM, como
a anlise de reclamaes de clientes por meio do SAC
5. Resoluo da SP
(Servio de Atendimento ao Consumidor). Os Sistemas ERP
integram processos de negcio nas reas de manufatura
e produo, finanas e contabilidade, vendas e marketing
e recursos humanos em um nico software, integrando
sistemas distintos em um nico repositrio de dados, que
pode ser acessado por diversos departamentos da empresa.
Faa voc mesmo
Pense agora qual seria o tipo de sistema ideal para uma empresa
jornalstica que manipula diariamente uma grande quantidade de dados
e informaes.
Pesquise mais
de sistemas de informao. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p. 300.
Um interessante artigo sobre mitos e desafios sobre CRM pode ser

encontrado em:
SERSON, Mindlin Fernando. CRM: mitos e desafios. Disponvel em:

<http://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br/files/artigos/GVEXEC1002073073.pdf>.
Lembre-se
O corao do ERP um banco de dados centralizado que coleta

informaes em todos os componentes de aplicao individuais do
Sistema ERP (conhecidos como mdulos).

U2
Faa valer a pena
1. Sistema de gerenciamento de processos que converte ou transforma

os recursos em bens e/ou servios. Estamos falando do:
a) Sistema de Planejamento de Recursos Empresariais.
b) Sistema de Relacionamento com o Cliente.
c) Sistema de Inteligncia de Negcios.
d) Sistema de Gesto da Cadeia de Suprimentos.
e) Sistema de Gerenciamento de Operaes.
2. Sistema de gerenciamento de todas as partes envolvidas nos processos

de aquisio e converso de matrias-primas em produtos acabados.
Estamos falando do:
a) Sistema de Planejamento de Recursos Empresariais.
b) Sistema de Relacionamento com o Cliente.
c) Sistema de Inteligncia de Negcios.
d) Sistema de Gesto da Cadeia de Suprimentos.
e) Sistema de Gerenciamento de Operaes.
3. Sistema utilizado para gerenciar as relaes com os clientes. Estamos

falando do:
a) ERP.
b) SCM.
c) CRM.
d) BI.
e) MRP.

U2

U2
Seo 2.4
A evoluo dos sistemas de informao com

a internet
Dilogo aberto
Nesta seo vamos abordar a evoluo dos sistemas de informao por meio do
uso da internet e as novas tecnologias que esto mudando totalmente a forma de
utilizao de programas aplicativos que no precisam ser instalados no computador,
e que so executados diretamente por meio da internet. Vamos abordar tambm
os sistemas de colaborao e ferramentas de social business que esto mudando
completamente a forma de trabalho dos usurios com o uso de sistemas que permitem
o trabalho de equipes de forma colaborativa.
Nas sees anteriores, foram definidos os tipos de computadores e sistemas de

informao adequados para cada departamento e atividade realizada na agncia
de publicidade. Agora o momento para conhecer novas tecnologias e recursos
disponveis com o uso da internet, que esto mudando a forma de trabalho,
possibilitando, cada vez mais, o compartilhamento de tarefas entre equipes.
O nosso desafio identificar como esses novos recursos podem ajudar os diversos
departamentos da agncia a desenvolver novos projetos com muito mais rapidez e
eficincia. Alm disso, conhecer que tipos de mudanas podem ser esperadas na
forma de trabalho de toda a agncia com a integrao total das atividades por meio
da internet.
De forma a atender o objetivo de aprendizagem proposto para esta aula, voc,

aluno, conhecer com mais detalhes as principais tecnologias e recursos que permitem
o uso da internet como ferramenta para vrias das tarefas realizadas atravs de um
sistema computadorizado. Aps concluir esta seo, voc estar mais preparado e

U2
seguro para escolher as melhores opes quando surgirem novos desafios. Continue
sempre em busca de novas informaes e novidades, pois novas ferramentas e
recursos surgem a todo momento e o profissional de TI deve estar sempre atualizado.
No pode faltar
Com a criao da internet, as foras competitivas tradicionais ainda esto

atuando, mas a rivalidade em termos de competitividade tornou-se muito mais
intensa (PORTER, 2001 apud LAUDON; LAUDON, 2014). Portanto, podemos
afirmar que, com a criao da internet, os modelos de negcios sero totalmente
impactados de alguma forma. A internet se tornou o sistema de comunicao
pblico mais abrangente do mundo e o maior caso de implementao de redes
individuais em todo o planeta, tendo a web como o servio mais conhecido. A
internet foi criada no incio da dcada de 1970 como uma rede do Departamento
de Defesa dos Estados Unidos para conectar cientistas e professores universitrios
ao redor do mundo (LAUDON; LAUDON, 2014).
A internet como estratgia no mundo dos negcios
Uma vez que a informao esteja disponvel a todos, a internet aumenta o poder
de barganha dos clientes, que podem com grande rapidez e facilidade encontrar
um fornecedor com custos e/ou condies de fornecimento muito mais atrativas,
fazendo com que os lucros das empresas sejam reduzidos e impondo severos riscos
a alguns setores da economia, como, por exemplo, as enciclopdias impressas e
as agncias de turismo. Mas a internet tambm possibilitou a criao de inmeros
novos servios e mercados, constituindo-se atualmente como alicerce de muitos
modelos de novos negcios, fazendo com que setores inteiros da economia
mudem sua maneira de fazer negcios em escala global. Muitas empresas se
aproveitaram de um sistema de comunicao internacional e de baixo custo para
adotar uma estratgia de negcios global, que permite a reduo de custos de
seus produtos e servios, possibilitando, inclusive, a criao de microempresas
multinacionais (LAUDON; LAUDON, 2014).
Existem quatro maneiras principais de organizar negcios internacionais

(LAUDON; LAUDON, 2014):
Exportao domstica: caracterizada pela forte centralizao das atividades

empresariais no pas de origem.

U2
Multinacional: caracterizada pela concentrao da gerncia e do controle

financeiro fora de uma matriz, descentralizando as operaes de produo, vendas
e marketing para unidades em outros pases, adaptando seus produtos e servios
com o intuito de atender s condies locais de mercado.
Franqueadores: tm seus produtos/servios criados e produzidos incialmente

no pas de origem, mas que confiam suas futuras produes, marketing e recursos
humanos locais a outras empresas (franquias como: lanchonetes, locadoras de
veculos e escolas de idiomas).
Transnacional: empresa que no possui uma nica matriz, mas matrizes

regionais que so gerenciadas sob uma perspectiva global, responsvel pela tomada
de decises estratgicas, aproveitando-se das vantagens competitivas locais.
Computao em nuvem
A computao em nuvem, tambm conhecida como cloud computing, um

modelo computacional no qual a capacidade de processamento, armazenamento,
software e outros servios so obtidos de um agrupamento de recursos virtualizados
por meio de uma rede, geralmente a internet, que pode ser acessada com base na
demanda do momento, a partir de qualquer local ou dispositivo conectado rede.
Com base nesse modelo computacional, podemos afirmar que uma internet de
boa qualidade passa a ser fator decisivo nas aplicaes com base em computao
na nuvem, que oferece ainda um grande benefcio que reduo de custos com
equipamentos, com o uso de computadores com hardware mais simples para
vrias aplicaes (LAUDON; LAUDON, 2014).
O Instituto Nacional de Padres e Tecnologia dos Estados Unidos (NIST

National Institute of Standards and Technology) define que a computao em
nuvem deve apresentar as seguintes caractersticas (MELL; GRACE, 2009 apud
LAUDON; LAUDON, 2014):
Autosservio sob demanda: os usurios podem obter recursos computacionais,

como tempo de uso de servidores ou armazenamento na rede, conforme suas
necessidades, de forma automtica e por si mesmos.
Acesso ubquo rede: os recursos da nuvem podem ser acessados usando

dispositivos padres de rede e de internet, inclusive as plataformas mveis.
Agrupamento de recursos independentemente da localizao: os recursos

computacionais so agrupados para atender mltiplos usurios, com diferentes
recursos visuais atribudos dinamicamente de acordo com a demanda desses
usurios. O usurio, normalmente, no sabe onde os recursos computacionais
esto localizados.
Rpida elasticidade: os recursos computacionais podem ser rapidamente

U2
aumentados ou reduzidos para atender s alteraes na demanda dos usurios.
Infraestrutura em nuvem como servio: os clientes utilizam processamento,

armazenamento, redes e outros recursos computacionais fornecidos por
provedores de servio de nuvem para executar seus sistemas de informao.
Plataforma em nuvem como servio: os clientes utilizam a infraestrutura e

as ferramentas de programao suportadas pelo provedor para desenvolver suas
prprias aplicaes.
Servio medido: as tarifas pelos servios em nuvem so fundamentadas na

quantidade de recursos efetivamente utilizados.
Software em nuvem como servio: os clientes podem utilizar software

hospedado na infraestrutura de nuvem do provedor e entregue pela rede como,
por exemplo, o Google Apps, que oferece aplicativos comuns on-line, cobrando
dos usurios uma taxa anual de assinatura (embora possua tambm uma verso
gratuita) para acessar esses aplicativos a partir de um navegador web. Os dados e
o software so mantidos nos servidores remotos dos provedores.
Um sistema de computao em nuvem pode ser (LAUDON; LAUDON, 2014):
Pblico: quando o servio mantido por um provedor de servio de nuvem.
Privado: quando o servio mantido exclusivamente por uma organizao.
Foras atuantes nos ambientes de computao em nuvem
Os ambientes de computao em nuvem esto sempre sujeitos atuao de

trs importantes foras que, a um mesmo tempo, impulsionam e impedem os
usurios de aderir a tal modalidade de prestao de servios, como apresentado
na Figura 2.23 (PRADO; SOUZA, 2014):
Barreiras potenciais adoo da computao em nuvem (Tabela 2.5).
Benefcios potenciais da adoo da computao em nuvem (Tabela 2.6).
Riscos inerentes computao em nuvem (Tabela 2.7).

U2
Figura 2.23 | Foras atuantes nos ambientes de computao em nuvem
Benefcios
Nuvem
Barreiras Riscos
Fonte: Adaptado de Prado e Souza (2014).
Reflita
Ser que as empresas que no adaptarem seus modelos de negcios,

incluindo a internet como ferramenta estratgica, conseguiro sobreviver?
Assimile
As foras atuantes nos ambientes de computao em nuvem so:

benefcios, barreiras e riscos.
Faa voc mesmo
Faa uma pesquisa entre seus colegas e procure identificar cinco

tarefas que so executadas diariamente, nas quais o uso da internet
imprescindvel.

U2
Tabela 2.5 | Barreiras potenciais adoo da computao em nuvem
1 Dvidas quanto viabilidade da terceirizao de determinados servios, em funo da

criticidade dos negcios e da necessidade de controle.
2 Problemas inerentes ao modelo de servios, muitos ainda desconhecidos e que podem no
ser esclarecidos de forma adequada pelo fornecedor.
3 Maturidade ainda no comprovada do modelo de servios e governana, por ser muito novo
este tipo de servio.
4 Dvidas quanto capacidade do fornecedor em negociar de maneira satisfatria e em atender
a SLAs.
5 Dvidas quanto segurana que possa vir a ser oferecida pelo fornecedor.
6 Dvidas quanto capacidade do fornecedor em atender a urgncias.
7 Dvidas quanto capacidade e agilidade do fornecedor em prover suporte.
8 Dvidas quanto capacidade do fornecedor em garantir disponibilidade e em dispor de
recursos para atender contingncias.
9 Oferta de servios ainda limitada.
10 Investimentos recentes realizados em infraestrutura prpria.
A Tabela 2.5 cita algumas das barreiras potenciais que podem dificultar a adoo
da computao em nuvem. Cada uma delas deve ser analisada com muito critrio
para evitar o comprometimento das operaes e dos custos da organizao.
Tabela 2.6 | Benefcios potenciais da adoo da computao em nuvem

Permite concentrar o foco de TI nos negcios e nos processos principais que do sustentao
aos negcios.
Gera oportunidade para aprimoramento tecnolgico e absoro de novos conhecimentos.
Negcio
Facilita o acesso a inovaes, tornando possvel o uso de novos tipos de aplicativos e servios
cuja utilizao talvez no fosse possvel se dependesse apenas de investimentos e recursos
prprios.
Possibilita reduo global de investimentos e de gastos com custeio de TI.
Demanda investimentos iniciais menores para se dispor do mesmo nvel de recursos e
Financeiro tecnologia.
Permite substituir investimentos em ativos prprios por despesas, gerando benefcios fiscais.
Propicia menor mobilizao de recursos de pessoal e infraestrutura de TI.
Oferece escalabilidade, proporcionando flexibilidade para crescer e lidar com situaes de
pico e sazonalidade.
Viabiliza a implantao mais rpida de novos servios e aplicativos.
Confere maior grau de disponibilidade aos servios.
Tcnico Propicia portabilidade aos servios, viabilizando trocas de fornecedores.
Propicia maior simplicidade e menor esforo para gerir os ativos alocados TI.
Reduz ou elimina a necessidade de lidar com planejamento de capacidade e outros processos
associados a ativos prprios.
Aumenta o nvel global de segurana em TI, desde que cumpridos os SLAs pelos fornecedores.

U2
A Tabela 2.6 cita alguns benefcios que a computao em nuvem pode oferecer
desde que todas as barreiras tenham sido consideradas.
Exemplificando
A computao em nuvem uma grande aliada do processo de backup de

uma organizao com relao segurana de armazenamento de dados,
pois permite a recuperao de dados em casos de catstrofes, como
inundaes e incndios que possam destruir os equipamentos de TI de
uma organizao.
Vocabulrio
SLA (Service Level Agreement): um contrato formal entre os

clientes e seus provedores de servio que define as responsabilidades
especficas do provedor e o nvel de servio esperado pelo cliente
(LAUDON; LAUDON, 2014).
Apesar dos benefcios da computao em nuvem, a Tabela 2.7 cita alguns riscos
associados ao seu uso. Qualquer tipo de organizao deve sempre considerar
todos estes fatores para que no tenham suas operaes comprometidas.
Tabela 2.7 | Riscos inerentes computao em nuvem
No continuidade: interrupo definitiva da prestao dos servios pelo provedor.

Indisponibilidade: interrupo temporria dos servios em decorrncia de problemas
tcnicos ou de ordem diversa por parte do provedor.
Governana inadequada: o modelo de governana adotado pelo provedor possui lacunas
Negcio e/ou pontos falhos e no atende s necessidades impostas pelos contratos acordados
com seus clientes.
Imaturidade do modelo: baixa maturidade do modelo de prestao de servios em
nuvem por ser muito recente, podendo gerar exposio indevida para os gestores de TI
dos clientes.

U2
Baixo grau de confidencialidade e deficincias de isolamento no ambiente de nuvem,

possibilitando acessos indevidos e/ou adulterao de dados e/ou aplicativos de
consumidores.
Falhas de integridade que permitem a introduo fraudulenta de agentes de software com
funes destinadas a provocar o mau funcionamento de servios operados na nuvem.
Falhas que implicam a necessidade de reprocessamento de rotinas e/ou recuperao
de dados.
Rendimento insatisfatrio dos servios contratados, decorrentes de picos de demanda,
balanceamento inadequado e/ou subdimensionamento dos recursos, etc.
Operacional
Demora excessiva ou dificuldade para provisionar ou liberar recursos da nuvem.
Dificuldade ou impossibilidade de integrao de diferentes aplicativos.
Dificuldade ou impossibilidade de intercambiar dados e/ou aplicativos entre provedores
distintos.
No deteco em tempo hbil de ataques que geram sobrecarga dos servidores ao tentar
interpretar solicitaes sem sentido que culminem na desestabilizao do sistema.
Falhas no servio de suporte: profissionais mal preparados, gargalos no atendimento,
indisponibilidade do servio, etc.
Incapacidade e/ou inexperincia do provedor para prestar servios relacionados ao
ambiente de computao em nuvem.
No atendimento a aspectos relacionados legislao ou disciplinados por padres
utilizados como referncia.
Dificuldade ou impossibilidade de troca de provedor, devido a particularidades do sistema.
Falta de visibilidade com os ativos e recursos disponibilizados pelo provedor.
Estrutural
Limitaes impostas pelo provedor por contratos de licenciamento de software realizados
de forma inadequada com seus fornecedores.
Dificuldade do provedor em adotar uma postura distinta diante das necessidades e
demandas por servios de diferentes graus de relevncia para os usurios.
M reputao gerada por aspectos negativos da prestao de servios a um determinado
usurio ou grupo de usurios.
Saiba mais
A Amazon obtm parte da sua receita oferecendo a capacidade excedente
de sua infraestrutura de TI para outras empresas realizarem servios de
vendas baseados em computao na nuvem (LAUDON; LAUDON, 2014).
Pesquise mais
de sistemas de informao. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p. 300.

U2
Ferramentas e tecnologias para colaborao e social business
Uma cultura colaborativa orientada a equipes no gera benefcio se no

existirem sistemas de informao que viabilizem a colaborao e o social business.
Atualmente, existem centenas de ferramentas preparadas para lidar com o fato de
que, para sermos bem-sucedidos no trabalho, dependemos muito mais uns dos
outros, de colaboradores, clientes, fornecedores e gerentes. Algumas ferramentas
avanadas, como o Lotus Notes da IBM so caras, mas poderosas o suficiente
para as empresas globais. Outras esto disponveis on-line gratuitamente e so
adequadas para pequenas empresas (LAUDON; LAUDON, 2014). A seguir vamos
conhecer algumas dessas ferramentas:
E-mail
uma forma til de comunicao via internet que suporta texto, contedo
HTML e compartilhamento de documentos e arquivos. Pode ser utilizado em
diversos tipos de sistemas computacionais (computadores, celulares, tablets, etc.).
Exemplos: Gmail, Outlook, Thunderbird, IncrediMail, Eudora.
Mensagem instantnea
uma comunicao on-line e em tempo real entre duas ou mais pessoas

conectadas internet, que permite o compartilhamento de imagens, udio,
arquivos e comunicao de voz. Exemplos: Skype, Google Talk, WhatsApp, Yahoo
Messenger, ICQ, Viber, Line, Hangouts.
Wikis
So ferramentas elaboradas com base na web que permitem adicionar,

remover e alterar um contedo on-line sem qualquer conhecimento sobre
desenvolvimento de pginas da web ou tcnicas de programao. So ferramentas
ideais para armazenamento e compartilhamento do conhecimento e dos insights
da empresa. O maior exemplo a Wikipedia, o maior projeto de referncia editado
colaborativamente no mundo todo.
Plataformas para colaborao e social business
So plataformas multifuncionais para a colaborao e social business entre equipes

de colaboradores que atuam juntos a partir de diferentes localidades. Os sistemas
mais usados so de audioconferncia, videoconferncia e compartilhamento de
documentos. Exemplos: Sharepoint, Lotus Notes, SmartCloud for Business, Skype,
FaceTime, Google Chat, Google Docs, Google Drive, Dropbox, iCloud, SkyDrive, etc.

U2
Ferramentas de busca e pesquisa
So ferramentas que possibilitam encontrar informaes na web especificando,

palavras principais, conhecidas como palavras-chave, para um tpico de interesse.
Permitem o uso de operadores (OR, NOT) para resultados de pesquisa mais
precisos. Exemplos: Google, Yahoo!, AOL, Microsoft Bing e o chins Baidu.
Saiba mais
Social business o uso de redes sociais (Facebook, Twitter, Linkedin,
etc.) como forma de envolver funcionrios, clientes e fornecedores com
o objetivo de aprofundar as interaes com grupos dentro e fora da
empresa, para agilizar e melhorar o compartilhamento de informaes, a
inovao e tomada de decises (LAUDON; LAUDON, 2014).
Sem medo de errar
Quais mudanas podem ser esperadas na forma de trabalho de toda a agncia

de publicidade com a integrao total das atividades por meio da internet?
Aps analisar as novas tecnologias e recursos disponveis, a equipe de TI decidiu

pela implementao de quatro novas tecnologias:
Considerando que a maior parte das atividades realizadas pela agncia depende
do uso de computadores, a primeira ao a ser executada a implementao do
uso de programas que permitam o armazenamento de dados em nuvem, como
forma de compartilhamento de dados e informaes que podem ser acessados
de qualquer lugar em qualquer momento, por qualquer tipo de computador, por
qualquer pessoa autorizada, desde que esteja devidamente conectada internet.
o caso de programas como Google Drive, Dropbox, iCloud, SkyDrive, etc. A
escolha do melhor programa dever ser feita pela equipe de TI da agncia, com
base em fatores como custo e capacidade de armazenamento disponvel, pois cada
software apresenta caractersticas distintas de custo e licenciamento. Lembrando
que o fato de utilizar a internet para armazenamento de dados e informaes no
exclui a necessidade de realizao de backups desses dados e informaes, devido
aos riscos j estudados nesta seo. Outra vantagem significativa no uso desses
programas a reduo do risco de infeco por vrus nos computadores, pois

U2
diminui muito a necessidade de uso de pen drives para troca de dados e arquivos
entre os sistemas, pois todo o acesso pode ser feito diretamente pela internet.
Implementao de programas de comunicao como Skype e WhatsApp, que

permitem reduzir muito os custos de ligaes telefnicas, pois utilizam a internet
como meio de comunicao.
Implementao de programas que permitem o trabalho colaborativo,

possibilitando que cada integrante da equipe possa editar, comentar ou apenas
visualizar o contedo de um arquivo, com a possibilidade de trabalhar off-line
como o caso do software Google Docs.
Implementao de programa de agenda compartilhada on-line, como

o Google Agenda, que permite o compartilhamento de agendas entre equipes
de trabalho, reduzindo muito o tempo gasto em comunicaes em busca da
adequao de compromissos entre a equipe.
Como podemos observar, todas as tecnologias apresentadas necessitam da

internet. Portanto, no adianta a empresa fazer a implementao de todas essas
tecnologias se no possuir uma internet de boa qualidade, pois isso pode custar
caro. Um dos grandes erros que esto ocorrendo nas empresas o uso cada vez
maior da internet sem considerar os investimentos necessrios para um servio de
boa qualidade.
Ateno!
Use sempre cabos e conectores de boa qualidade para interligao de

computadores em redes. Eles representam um custo muito baixo, mas
podem comprometer muito a qualidade das atividades que dependem
da rede.
Lembre-se
No economize na infraestrutura da internet. Este um fator muito

importante para o sucesso no uso de sistemas que precisam da internet.

U2
Pratique mais!
Instruo
seus colegas.
Definindo a melhor opo de software para armazenamento na nuvem
1. Competncia de fundamentos Especificar os tipos de programas adequados para uma
de rea aplicao.
Conhecer os principais impactos da internet nos sistemas
de informao.
3. Contedos relacionados Hardware; Software; Computao em nuvem.
A equipe de TI de um grande escritrio de advocacia
recebeu a incumbncia de escolher o melhor programa
para armazenamento de dados e arquivos na nuvem para
4. Descrio da SP ser adotado no escritrio. O desafio identificar quais so
os principais fatores que devem ser considerados para
a implementao da tecnologia de cloud computing na
empresa.
A escolha de qualquer software a ser adotado como padro
uma tarefa que deve ser realizada com muito cuidado,
pois envolve o uso do software por muitos usurios
com conhecimentos diversos de TI. Entre as principais
caractersticas que devem ser observadas, podemos citar:
- O custo de armazenamento. Muitos programas no
possuem custo de utilizao do sistema, mas limitam a
capacidade de armazenamento. Portanto, antes de qualquer
definio, a equipe de TI dever fazer um levantamento
para identificar as necessidades dos usurios quanto
capacidade de armazenamento.
- Confiabilidade do programa/fornecedor. Considere que
5. Resoluo da SP sero armazenados muitos arquivos importantes e decisivos
para a empresa, portanto, faa opes por programas
que sejam notadamente reconhecidos no mercado pela
qualidade.
- Avalie se a empresa possui boa infraestrutura de internet
que suporte o trfego de dados com qualidade para todos
os usurios.
- Verifique se os elementos de rede (switch, roteadores,
cabos) so adequados para implantao de cloud
computing.
Lembre-se que o uso de cloud computing acaba
aumentando o uso e a dependncia da internet.
Faa backups para evitar problemas de perdas de dados.
Faa voc mesmo
Faa uma pesquisa e compare os recursos disponveis nos programas

de armazenamento na nuvem e defina qual seria a melhor opo
para um usurio domstico que pretende usar esta tecnologia para
armazenamento de seus arquivos pessoais.

U2
Lembre-se
Software sem custo, normalmente, possui restries importantes.
Faa valer a pena
1. Sistema de comunicao pblico, o mais abrangente do mundo e

o maior caso de implementao de redes individuais em todo o planeta.
Estamos falando do/da:
a) Web.
b) Ethernet.
c) Internet.
d) Celular.
e) TV a cabo.
2. Rede que possibilitou a criao de inmeros novos servios, mercados

e muitos modelos de novos negcios. Estamos falando de:
a) Celular.
b) Digital.
c) Computadores.
d) Internet.
e) Web.
3. A internet foi criada como uma rede do Departamento de Defesa dos

Estados Unidos para conectar cientistas e professores universitrios ao
redor do mundo. Em que dcada foi criada a internet?
a) Dcada de 1960.
b) Dcada de 1970.
c) Dcada de 1980.
d) Dcada de 1990.
e) Dcada de 2000.

U2

U2
Referncias
BALTZAN, Paige; PHILLIPS, Amy. Sistemas de informao. Porto Alegre: AMGH, 2012.
FOROUZAN, Behrouz; MOSHARRAF, Firouz. Fundamentos da Cincia da Computao.
2. ed. So Paulo: Cengage, 2012.
LAUDON, Kenneth C.; LAUDON, Jane P. Sistemas de informao gerenciais. 11. ed. So
Paulo: Pearson, 2014.
MACHADO, Francis Berenger; MAIA, Luiz Paulo. Arquitetura de sistemas operacionais.
5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014.
O'BRIEN, James A. Sistemas de informao e as decises gerenciais na era da internet.
3. ed. So Paulo: Saraiva, 2011.
PRADO, Edmir Parada Vasques; SOUZA, Cesar Alexandre de. Fundamentos de sistemas
de informao. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.
ROQUE, Luiz Alberto Oliveira Lima. Automao de processos com linguagem Ladder e
sistemas supervisrios. Rio de Janeiro: LTC, 2014.
STAIR, Ralph M.; REYNOLDS, George W. Princpios de sistemas de informao. So
Paulo: CENGAGE, 2015.
MICROSOFT. Artigos mensais. Disponvel em: https://support.microsoft.com/pt-br/
kb/910723. Acesso em: 1 fev. 2016.

Unidade 3
TECNOLOGIAS DE
DESENVOLVIMENTO DE
SISTEMAS
Convite ao estudo
Ol!
No sei se voc percebeu, mas passamos da metade de nosso aprendizado

inicial acerca de Sistemas de Computao e Informao. Eu digo inicial
porque deste primeiro contato certamente viro muitas outras oportunidades
de aprendizado para voc neste vasto campo, tanto ao longo de seu
desenvolvimento acadmico, quanto no desenrolar de sua vida profissional.
Afinal de contas, estamos cercados por sistemas de computao e informao,
nossas vidas so facilitadas cada vez mais por estes sistemas e h muito o que
se aprender acerca deles.
Nesta segunda parte de nosso trabalho, vamos voltar nossas atenes para
dois assuntos de grande importncia no cenrio de sistemas de informao: a
tecnologia envolvida no desenvolvimento de sistemas e, na prxima unidade, a
gesto do conhecimento. Desta maneira, voc vai consolidar suas competncias
nessa rea, que devem ser: conhecer e compreender as principais tecnologias
relacionadas informao e comunicao.
Temos os seguintes objetivos de aprendizagem para esta unidade de ensino:
1. Conhecer os principais aspectos de um sistema de informao e seu

papel de apoio (ferramenta) a servio da instituio como meio de atingir seus
objetivos.
2. Conhecer algumas formas de categorizao de linguagens de

programao, os principais paradigmas de programao e exemplos de
linguagens que fazem parte de cada paradigma.
3. Conhecer sobre os principais conceitos que dizem respeito ao banco

de dados relacional que serve a um sistema de informao.
U3
4. Conhecer os principais conceitos envolvidos na seleo e no uso das

ferramentas CASE, mostrando suas diferentes categorias, exemplos e vantagens.
Tambm no deixaremos de apontar os desafios enfrentados na adoo destas
ferramentas.
Marlene teve, o que ela tem certeza que , uma excelente ideia. Dona de
trs pequenas lojas de convenincia em Belo Horizonte, ela percebeu que o
pblico que frequenta a loja composto em sua maioria por profissionais das
classes A e B, jovens adultos entre 25 e 35 anos de idade, solteiros e sem muito
tempo disposio, visto que o pico de movimento em suas lojas se d entre
18:00 e 22:00. Observando esta situao, Marlene teve a ideia de tornar seus
servios de convenincia ainda melhores: decidiu criar uma loja que pode ser
acessada a partir da web ou de um aplicativo para celular. O cliente compra
por meio de seu dispositivo de preferncia, paga por carto de crdito e tem o
produto entregue no endereo que indicar. A fim de transformar esta boa ideia
de negcio em realidade, voc foi contratado, pois mesmo que Marlene seja
bastante competente e criativa, ela no conhece nada acerca de sistemas de
informao. Sua tarefa ser ajud-la projetando e implantando a melhor soluo
com base em sistemas de informao que disponibilizem os servios solicitados
pela proprietria.
Em situaes assim, em que um negcio no mundo real passa a ser

exercido tambm no que podemos chamar de mundo virtual, quais so os
desafios a vencer? Se, diferentemente de uma loja na rua ou em um shopping,
um aplicativo no fecha suas portas, como garantir que a infraestrutura est
sempre disponvel para o cliente? Como consolidar as informaes de pedidos
e garantir que o estoque seja sempre capaz de os atender? Como garantir a
segurana das informaes dos clientes e dos fornecedores? Estas e vrias
outras questes devero ser respondidas para que o sistema de informaes
realize competentemente suas tarefas.
E a, pronto para este desafio? Ento vamos l!
126 Tecnologias de desenvolvimento de sistemas

U3
Seo 3.1
Fundamentos gerais sobre desenvolvimento de

sistemas
Dilogo aberto
Nas sees e unidades anteriores voc foi apresentado a vrios conceitos que
dizem respeito infraestrutura necessria para os sistemas de informao. Conheceu
um pouco da histria do desenvolvimento dos computadores, entendendo como foi
possvel atingir as enormes capacidades computacionais disponveis hoje em dia a
partir das arquiteturas e das mquinas de geraes anteriores. Viu tambm como se
organiza um computador e quais so os mdulos que o compem. Agora chegado
o momento de expandir seu conhecimento acerca dos sistemas de informao,
compreendendo quais so os elementos que compem a arquitetura de um sistema de
informaes e conhecendo os principais conceitos do processo de desenvolvimento
desses sistemas.
Nesta primeira seo voc ser apresentado aos conceitos de arquitetura de

sistemas de informao e aos desafios envolvidos no desenvolvimento destes mesmos
sistemas.
Na Seo 3.2 voc conhecer as principais classificaes e tipos de linguagens

de programao e sua importncia no processo de desenvolvimento de sistemas de
informao.
Na Seo 3.3 voc ser introduzido aos tipos de sistemas gerenciadores de banco
de dados (como MySQL, Oracle, dBase) e como so fundamentais aos sistemas de
informao, pois so eles quem organizam a gigantesca massa de dados e informaes
que permeia toda a nossa sociedade.
Por fim, na Seo 3.4 voc entrar em contato com as ferramentas CASE,
suas classificaes e demais tecnologias pertinentes ao processo de anlise e
desenvolvimento de sistemas de informao.
Nesta etapa do projeto de criao de uma loja virtual de convenincia para Marlene,
voc definir os principais componentes da arquitetura da soluo informatizada a ser
Tecnologias de desenvolvimento de sistemas 127

U3
implementada, soluo est que nada mais que um sistema de informao. Perguntas
como quem so os usurios do sistema?, como estes usurios acessaro o sistema?,
qual a infraestrutura de hardware, software e redes necessrias para o sistema?, qual
a soluo de base de dados mais adequada para atender as necessidades do sistema,
entre outras devero ser respondidas para que voc possa apresentar a arquitetura
mais indicada para o caso.
Voc tambm mostrar Marlene como o desenvolvimento do sistema deve ser

uma consequncia dos planejamentos organizacional e estratgico da empresa e
como deve ser conduzida a definio da soluo a partir destes dois planejamentos. O
resultado dos trabalhos desta etapa ser um relatrio com tudo aquilo que for definido
a ttulo de arquitetura do sistema a ser criado, a saber:
A estrutura do sistema.
Os componentes do sistema.
O relacionamento entre os componentes do sistema.
Os requisitos do sistema.
O relacionamento do sistema com os planejamentos organizacional e estratgico

da instituio.
Quantas coisas novas, no? Pois , assim voc vai aprofundando seus conhecimentos
acerca dos sistemas de informao e computao, preparando-se cada vez mais para
o mercado de trabalho, que precisa muito de profissionais com estes conhecimentos.
Mos obra e boa sorte!
No pode faltar
Agora que vimos os princpios bsicos de um sistema de informao, est na
hora de voltarmos nossas atenes para o processo de criao de um sistema de
informao. Em outras palavras, agora que j cobrimos o o que, est na hora de
focarmos o como. O processo de criao de um sistema de informao, como voc
j deve desconfiar, composto de vrios passos, e no haveria como este primeiro
passo ser diferente de bolar a arquitetura do sistema em questo. por a, portanto,
que vamos comear.
Bernus, Mertins e Schmidt (1998) afirmam que a arquitetura de um sistema de

informao composta pela estrutura deste sistema, seus componentes e as relaes
entre estes elementos. Esta definio estabelece trs elementos importantes, a saber:

U3
Estrutura (do ingls framework) Da mesma forma que na construo

de um edifcio primeiro necessrio definir e construir a estrutura, isto , o
esqueleto de concreto e ferro sobre o qual sero erguidas as paredes,
instaladas as infraestruturas de gua, luz e esgoto, e, por fim, aplicados os
acabamentos, assim tambm ocorre com os sistemas de informao. Apesar
de no utilizarem concreto e ferro, os sistemas de informao precisam ter suas
estruturas definidas a priori. Estas estruturas, segundo Schmidt (1997), definem
as funcionalidades bsicas do sistema de informao. Trata-se de componentes
bsicos de entrada e sada de dados, armazenamento e organizao de
informaes em bases de dados, interface com componentes externos, entre
outros. Por sua prpria natureza, os frameworks so genricos e no mais das
vezes so reutilizados no desenvolvimento de outros sistemas. Podemos pensar
na estrutura de um sistema de informaes como sendo o organograma que
define o funcionamento genrico de uma empresa e a definio dos principais
cargos desta mesma empresa.
Componentes Segundo Foukalas, Ntarlandimas, Glentis e Boufidis (2010),
os componentes de um sistema de informao so as unidades modulares
que desempenham as principais funes de um sistema de informaes.
So os grandes blocos, responsveis pelas principais aes desempenhadas
pelo sistema. Podemos pensar nos componentes como sendo os vrios
departamentos de uma empresa, cada um desempenhando seu papel, e assim
contribuindo para que a empresa cumpra com seus objetivos definidos.
Relacionamentos Em um sistema de informao, os relacionamentos so
as regras por meio das quais os mdulos de um sistema de informaes se
comunicam e trocam dados e informaes uns com os outros. Podemos
pensar nos relacionamentos como os conjuntos de regras formais e informais
por meio dos quais os vrios departamentos de uma empresa se comunicam.
Segundo Maier e Rechtin (2009), a arquitetura de sistemas de informao , de
fato, um conjunto de vrias arquiteturas complementares, a saber:
Arquitetura de Hardware Como os componentes de hardware de um
sistema se organizam para que ele funcione da maneira mais otimizada possvel
(mximo poder de processamento, alta capacidade de armazenamento, altas
velocidades de entrada, sada e armazenamento/busca de dados).
Arquitetura de Software Como a organizao interna do software (assunto
principal deste item).
Arquitetura Corporativa Como a instituio como um todo (empresa, rgo
governamental, instituio, etc.) se organiza, de forma a obter maior sinergia e
mais eficincia/eficcia em suas aes.

U3
Arquitetura de Sistemas Colaborativos Organizao de sistemas distribudos

em que vrios usurios trabalham em um mesmo projeto, preservando a
consistncia do fluxo de trabalho e dos dados e informaes sendo processados.
Arquitetura de Sistemas de Manufatura Organizao de sistemas fabris,

que, alm do hardware e do software, incluem mquinas que utilizam as
informaes do sistema para a produo de bens de acordo com especificaes
dos usurios.
Arquitetura de Sistemas Estratgicos Organizao de sistemas

que auxiliam diretamente na tomada de decises pelos executivos da
organizao. Diferem dos demais sistemas por sua natureza preditiva, isto ,
por estabelecerem possveis cenrios futuros e resultados de aes sendo
consideradas pelos executivos.
Pesquise mais
A ligao entre arquitetura de sistemas de informao e os aspectos

organizacionais da instituio vai muito alm da tecnologia, e um dos
aspectos que torna possvel a traduo dos processos organizacionais
em sistemas de informao geis e teis o modelo adotado para a
arquitetura. o que se discute neste excelente artigo dos pesquisadores
da Universidade Federal de Santa Catarina, publicado pelos pesquisadores
Tait, Barcia e Pacheco (1998).
TAIT, Tania Fatima Calvi; BARCIA, Ricardo Miranda; PACHECO, Roberto.

Um modelo de arquitetura de sistemas de informao para integrar
aspectos tcnicos e organizacionais nos sistemas de informao. Abepro
- Associao Brasileira de Engenharia de Produo, 1998. Disponvel
em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep1998_art533.pdf>.
Elementos da arquitetura de sistemas de informao
Quando buscamos entender quais so os elementos que compem a arquitetura

de sistemas de informao, til fazer uma comparao com o que est por trs de
um tipo de arquitetura mais prximo de todos ns: a arquitetura civil, por meio da qual
construmos prdios, instalaes comerciais/industriais/governamentais e residncias.
Ao projetar um prdio ou uma residncia, por exemplo, um arquiteto poder fazer,

entre outras, as seguintes perguntas:

U3
1. Como so as pessoas que utilizaro este edifcio? Quantas pessoas sero, na

maioria do tempo? Sero sempre as mesmas, ou sero sempre pessoas diferentes?
Qual ou quais as faixas etrias? A que classe(s) social(is) pertencem? Como seu
background sociocultural? Estas e outras questes semelhantes ajudam a definir o
edifcio em seu aspecto mais importante: as pessoas s quais este edifcio servir.
2. Como ser utilizado o edifcio em questo? Ser usado para fins familiares? Ser
usado para fins comerciais? Haver grande movimentao de pessoas pelo edifcio?
Haver grande movimentao e/ou armazenamento de objetos no edifcio? Estas e
outras questes semelhantes definem o processo de uso do edifcio.
3. Onde est localizado geograficamente o terreno onde ser construdo o

edifcio? H boas estradas, avenidas e ruas que levam at ele? H acesso fcil via
transporte pblico (nibus, metr, trem)? H acesso fcil a meios de transporte
interurbano (rodoviria, ferroviria, porto, aeroporto)? Estas e outras questes
semelhantes definem as redes de transporte que servem o local, e determinam a
infraestrutura de transporte que deve estar presente neste local (exemplo: necessrio
ter vrios subsolos de garagens ou melhor fazer uma parceria com a prefeitura e
construir uma estao de metr, privilegiando o transporte pblico?).
4. Quais os principais eventos temporais que ocorrero nesse edifcio? Sero

sempre as mesmas atividades realizadas nos mesmos momentos no dia, na semana,
no ms? Que atividades so essas? Estas e outras questes semelhantes ajudam a
definir o edifcio sob o ponto de vista dos eventos temporais que ali devero ocorrer.
5. Quais so as regras formais e informais de uso do edifcio? Poder ser utilizado

a qualquer hora ou apenas em horrios predefinidos? H restries das atividades
que ali podem ser conduzidas? H cdigo de vestimenta ou qualquer um se veste
como quiser dentro do edifcio? H restries quanto aos objetos que podem ser
levados e utilizados dentro do edifcio? A lei determina a existncia de cmodos para
fins especficos no edifcio? A lei determina a existncia e disposio de sadas de
emergncia e outros dispositivos de segurana no edifcio? Estas e outras questes
semelhantes ajudam a definir como ser o edifcio para que este esteja de acordo com
regras de uso e construo.
Estes cinco grandes grupos de questes permitem um paralelo com o que os

especialistas do site Tutors Globe (2015) estabelecem como sendo os cinco elementos
da arquitetura de sistemas de informao. Traduzindo as questes acima para o
campo dos sistemas de informao, temos (TUTORSGLOBE, 2015):

U3
1. Quem sero os usurios do sistema de informaes?

2. Para que serve o sistema e quais seus principais processos? (Qual o
processo de manipulao de dados e informaes?)
3. Como so ou devem ser, se ainda no existirem as redes que
transportam dados e informaes para dentro e para fora do sistema
de informaes, e, ainda, onde/como sero armazenados e acessados
estes dados e informaes?
4. Que eventos e em que momento do tempo esses eventos devero
ocorrer no sistema de informaes?
5. Quais so as regras e casos de uso do sistema de informaes?
Estes elementos determinam a arquitetura do sistema de informaes sendo
projetado, e devem ser determinados a priori, antes mesmo de serem definidas as
funcionalidades genricas do sistema.
Assimile
A arquitetura de um sistema de informaes semelhante arquitetura

de um edifcio em um ponto crucial: em ambos os casos devem ser
levantados com muito detalhe as necessidades do sistema (ou o edifcio).
Em ambos os casos, a arquitetura o processo de criar, a partir destas
necessidades, as ferramentas que as possam atender, seja com elementos
da construo civil no caso do edifcio ou com os elementos da
informtica no caso do sistema de informao.
De certa forma estas questes fazem parte do levantamento de requisitos do

sistema, contudo, podemos argumentar que compem a infraestrutura, ou a poro
mais bsica dos requisitos do sistema de informaes.
Arquitetura de sistemas na nuvem
Na Unidade 2 vimos uma pequena introduo aos sistemas na nuvem e voc

pode retornar quela unidade para relembrar os conceitos, se achar oportuno. Agora,
importante observar que os sistemas de informao que englobam a nuvem em
sua arquitetura, na verdade diferem dos sistemas de informao tradicionais em trs
pontos importantes (REESE, 2009):
A infraestrutura de processamento, armazenamento e base de dados

destes sistemas a que chamamos de backend, que de uso privado
no reside localmente, mas sim em ambientes chamados datacenters, no
mais das vezes contratados pelas empresas proprietrias dos sistemas de
informao em questo.

U3
O acesso ao sistema feito pela internet (mas no necessariamente pela Web)

e no por infraestrutura proprietria de rede.
A interface de acesso e operao destes sistemas a que chamamos de

frontend, que de uso pblico pode residir em vrios tipos de dispositivos,
incluindo computadores de mesa, laptops, tablets e smartphones, no sendo
restrita a um nico tipo de interface acessvel apenas a partir dos computadores
internos da instituio.
Processo de desenvolvimento de sistemas de informao
Talvez a maior dificuldade que enfrentamos quando nos entregamos tarefa de

desenvolver um sistema de informao seja fazer a correta traduo dos processos
de uma instituio qualquer para o sistema a ser desenvolvido. Marakas e OBrien
(2013, p. 477) traduzem de forma clara esta preocupao:
A tecnologia da informao provocou uma mudana ssmica

no modo como as empresas fazem negcios. Apenas conhecer
a importncia e a estrutura de e-business no suficiente.
Voc precisa criar e implementar um plano de ao que lhe
permite fazer a transio de um projeto de negcio antigo
para um novo projeto de e-business.
A chave para esta traduo, afirmam os autores, o planejamento. Uma instituio

minimamente interessada em atuar eficientemente, para se organizar, se estabelecer
no ambiente em que atua e crescer de maneira sustentvel precisa se planejar para
tanto. O famoso estrategista e futurologista Alvin Toffler, em sua obra clssica de 1985,
A Empresa Flexvel, oferece uma imagem contundente acerca da importncia do
planejamento: Uma empresa sem estratgia e como um avio voando em plena
tempestade, jogando para cima e para baixo, aoitado pelo vento, perdido entre
relmpagos. Se os relmpagos ou os ventos no o destrurem, simplesmente ficara
sem combustvel.
Reflita
O filsofo romano Sneca oferece sua sabedoria no que diz respeito

importncia da estratgia:
Se um homem no sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe ser

favorvel.

U3
Muito antes do surgimento de todo o aparato de tecnologia da informao nas

corporaes, estas j planejavam suas aes. O planejamento em si no , portanto,
ideia nova. Alis, bem mais antigo at mesmo que o conceito de empresa, sendo
que as primeiras instncias de planejamento podem ser vistas nas manobras militares
da antiguidade. No sculo XIX, o crescimento da atividade corporativa global,
impulsionada pela Revoluo Industrial do sculo XVIII, alicerou-se fortemente em
iniciativas de planejamento e esta tendncia s fez crescer no sculo XX e neste
comeo de sculo XXI. natural, portanto, que no s a introduo de elementos de
tecnologia da informao, mas tambm que qualquer nova ferramenta ou ao que
se contemple adotar na instituio, seja congruente com o que esta instituio planeja
para seu futuro.
Planejamento organizacional
Marakas e OBrien (2013) afirmam que solues fundamentadas em sistemas de

informao que possam ser adotadas por toda a instituio dependem de um processo
coeso de planejamento, desenvolvimento e implantao, e tal processo deve sempre
estar integrado ao planejamento organizacional desta instituio. A Figura 3.1, a seguir,
mostra os principais componentes de um planejamento organizacional:
Figura 3.1 Componentes do processo de planejamento organizacional
Analizar o ambiente Articular o

interno da planejamento da
organizao organizao
Construo do Estabelecer Desenvolver

Prever ocorrncias estratgicas polticas
time, modelagem misso, viso,
interna e externas e tticas
e consenso valores e objetivos
Desenvolver aes
Avaliar realizes
de implantao,
e recursos
mtodos e controles
Fonte: Adaptado de Marakas e OBrien (2013, p. 480).
Pode-se observar, olhando para o lado direito desta figura, que o planejamento
organizacional engloba o planejamento estratgico, isto , herda as caractersticas que
foram especificadas na coluna da esquerda da figura (que lista a criao da Identidade
Estratgica da instituio) e, assim, o que se v basicamente o planejamento

U3
estratgico da instituio. J o planejamento organizacional descreve um processo

mais abrangente, que visa a organizao da instituio para que possa definir seus
rumos em seguida.
Este processo tem incio com trs grandes aes de coleta e anlise de informaes,
a saber:
1. Analisar o ambiente interno da organizao, levantando a situao atual, suas

foras, suas deficincias, sua liderana, etc.
2. Avaliar cenrios realistas que podem vir a ocorrer internamente (na organizao
em si, seus processos produtivos, sua situao financeira, etc.).
3. Avaliar as realizaes passadas da organizao e os recursos que tem

disposio (recursos humanos, financeiros, propriedade intelectual, know-how, etc.)
para realizaes futuras.
De posse dos resultados desta anlise, a organizao deve realizar um exerccio

de construo do time de planejamento, selecionando pessoal capacitado para a
tarefa. A primeira tarefa deste time ser a criao de um modelo de trabalho e de um
consenso sobre como proceder ao planejamento frente (MARAKAS; OBRIEN, 2013).
Planejamento estratgico
O prximo passo do planejamento organizacional j faz parte do planejamento

estratgico. Trata-se da criao ou reviso do que chamamos de Identidade Estratgica
da instituio, definindo (ou redefinindo, se for o caso) trs elementos que so a
essncia da instituio, qualquer que seja sua natureza:
Misso Para que serve a instituio?
Viso Onde a instituio quer estar em um futuro distante (algo na linha de

50 ou 100 anos)?
Valores Quais so os valores que definem a instituio e que so condio

fundamental para sua existncia?
Objetivos Para onde a instituio quer se direcionar neste momento?
Exemplificando
A Identidade Estratgica de uma instituio o alicerce para todas as suas

estratgias e aes. A Vale uma empresa multinacional brasileira com
vistas a se tornar uma das mais importantes empresas do planeta. Veja a
Misso, a Viso e os Valores da Vale:

U3
Misso Transformar recursos naturais em prosperidade e

desenvolvimento sustentvel.
Viso Ser a empresa de recursos naturais global nmero um
em criao de valor de longo prazo, com excelncia, paixo pelas
pessoas e pelo planeta.
Valores A vida em primeiro lugar; valorizar quem faz a nossa
empresa; cuidar do nosso planeta; agir de forma correta; crescer e
evoluir juntos; fazer acontecer.
O prximo passo j diz respeito definio das diretrizes da instituio, isto

: definio das polticas, estratgias e tticas que levaro a empresa a atingir seus
objetivos para o perodo. Aps o desenvolvimento das polticas, estratgias e tticas,
deve ser feita a articulao do planejamento da organizao, isto , colocar as
polticas, estratgias e tticas definidas em um plano coeso, com comeo, meio e fim,
contemplando todos os passos e contabilizando os objetivos intermedirios a serem
atingidos, at a realizao final do plano e se tudo correr dentro do planejado o
atingimento dos objetivos globais definidos para o perodo.
Nesta etapa devero ser definidos, tambm, os mecanismos de acompanhamento

e controle de execuo do plano, de forma que periodicamente os gestores da
instituio e principalmente os responsveis pela conduo do plano possam
averiguar se a instituio est seguindo o caminho planejado e qual a efetividade das
aes tomadas (MARAKAS; OBRIEN, 2013).
Depois de toda esta explicao, a pergunta que voc deve estar se fazendo : E
o que tudo isso tem a ver com sistemas de informao? Apesar de excelente esta
pergunta, a resposta muito simples: tudo. Os sistemas de informao so excelentes
ferramentas para se implementar estratgias e tticas, adicionando rapidez e eficincia
aos processos da organizao (quando bem projetados e corretamente implantados).
Como so ferramentas, porm, eles tm a mesma caracterstica de qualquer enxada
ou chave de fenda: so elementos de apoio. Quando um mecnico est desmontando
um motor e encontra um parafuso com uma fenda com formato de cruz de trs
pontas, ele pensa puxa, preciso comprar uma chave de fenda trplice. Ele pode se
planejar e olhar para o esquema do motor antes de comear e perceber que esse
motor contm parafusos com fendas de trs pontas, e ento se planejar para ter a
chave trplice quando precisar. O que o mecnico no faz comprar uma chave de
fenda trplice e dizer: bem, agora eu s trabalharei com motores que tenham fendas
trplices.
Este exemplo mostra exatamente como deve ser o processo de planejamento

da arquitetura e do desenvolvimento de sistemas de informao: este sistema deve
ser planejado e implantado de maneira a fornecer o apoio necessrio s polticas,
estratgias e tticas da instituio.

U3
Faa voc mesmo
Voc decidiu empreender e criar uma empresa de software para atender

as demandas de outras empresas clientes que buscam oferecer seus
produtos e servios via web e dispositivos mveis, mas como no
so clientes do setor de informtica, no sabem como proceder. Sua
empresa vai criar as solues que permitiro a estas empresas clientes
ter uma presena na Internet.
Pensando nesse sentido, como definiria a Identidade Estratgica de sua
Empresa? Em outras palavras:
Qual a Misso de sua empresa?
Qual a Viso de sua empresa?
Quais os Valores de sua empresa?
Sem medo de errar

Sabendo que Marlene uma excelente gestora de seu negcio de lojas de
convenincia, mas que no tem experincia em TI, nem tem condies de ter um time
grande de tecnologia da informao em sua empresa, o ideal levar em considerao
uma soluo que gere o mnimo de trabalho, e ao mesmo tempo permita a flexibilidade
que o negcio merece.
Marlene j tem um planejamento organizacional pronto, realizado no ano passado,

e apresentou os resultados do planejamento estratgico a voc. Como o planejamento
estratgico diz respeito a um perodo que j passou, com as estratgias de expanso
e investimento j tendo sido realizadas, e como tambm no previa a criao das
lojas on-line, h muito o que fazer neste quesito. O ideal sugerir fortemente
Marlene que outro ciclo de planejamento organizacional seja realizado, e que neste
novo ciclo a expanso on-line seja levada em conta durante a fase de definio de
polticas, estratgias e tticas para a empresa. Seria til, tambm, revisitar a Identidade
Estratgica da empresa e adequ-la aos novos direcionamentos estratgicos que a
Marlene porventura tenha para o negcio.
Ateno!
Os sistemas de informao devem servir como ferramentas para as

estratgias e diretrizes da empresa e nunca o contrrio.

U3
Em seguida, ser necessria uma reunio com Marlene e com seus funcionrios
mais graduados de forma a levantar os principais requisitos para o sistema. Respostas
s seguintes questes devero ser obtidas:
1. Quem sero os usurios do sistema de informaes?
2. Para que serve o sistema e quais seus principais processos? (Qual o processo
de manipulao de dados e informaes?)
3. Como so ou devem ser, se ainda no existirem as redes que transportam dados
e informaes para dentro e para fora do sistema de informaes (e, ainda, onde/como
sero armazenados e acessados estes dados e informaes)?
4. Quais eventos e em que momento do tempo estes eventos devero ocorrer no
sistema de informaes?
5. Quais so as regras de uso do sistema de informaes?
Em funo de Marlene e seu time no serem experts em TI, o ideal que o
sistema dependa o mnimo de infraestrutura prpria e tenha seus componentes
disponibilizados como servios contratados pela empresa de Marlene tanto quanto
for possvel. Para tanto, a empresa deve implantar o novo sistema de informaes na
nuvem, de forma que toda operao e manuteno da infraestrutura de hardware
fique fora das mos da empresa de Marlene.
Como os sistemas hospedados na nuvem podem ser acessveis a partir de qualquer
canal de comunicao com a Internet, o aspecto de redes tambm fica definido de
forma bastante favorvel para a empresa de Marlene.
Por fim, importante que sejam definidos, com base nos requisitos levantados, as
principais funcionalidades do sistema, dividindo estas funcionalidades em mdulos e
definindo os relacionamentos e as comunicaes entre estes mdulos.
Lembre-se
A arquitetura do sistema de informaes deve conter a estrutura, os

componentes e os relacionamentos entre os componentes e tudo isso
deve ser definido com base nos requisitos levantados junto ao cliente.
Avanando na prtica
Pratique mais
Instruo
que pode encontrar no ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois as compare com as de
seus colegas.

U3
Definindo a arquitetura do sistema de informaes

Conhecer os principais aspectos de um sistema de informao
2. Objetivos de aprendizagem e seu papel de apoio (ferramenta) a servio da instituio
como meio de atingir seus objetivos.
Viso geral da arquitetura e do processo de desenvolvimento
de um sistema de informao.
Jair foi motoboy durante dez anos. Conhecendo bem este
ramo de atividade, ele teve uma ideia, depois que baixou o
aplicativo Uber em seu celular: por que no criar um Uber
voltado para motoboys? Surgiu da a ideia da Uberboy, uma
empresa de servio de motoboys, servio este que pode ser
prestado por qualquer proprietrio de motocicleta que se
cadastre. O Jair no conhece nada de informtica e acaba de
abrir a pessoa jurdica de sua empresa. Ele procurou voc para
desenvolver todo o sistema da Uberboy. Nesta etapa voc vai
4. Descrio da SP criar um relatrio com todos os principais pontos da arquitetura
do sistema da Uberboy.
1. Sugerir ao Jair que execute um ciclo de planejamento

organizacional, com nfase no planejamento estratgico da
Uberboy.
2. Conhecendo as polticas, estratgias e tticas da Uberboy,
voc deve tambm obter seus objetivos para o perodo
coberto pelo planejamento recm-realizado.
3. Coletar junto ao Jair, seus scios (se existirem) e seus
principais funcionrios (se existirem) as funcionalidades
necessrias ao sistema de informaes a ser desenvolvido.
5. Resoluo da SP
4. Desenhar os mdulos principais do sistema, suas
funcionalidades e relacionamentos.
5. Definir a arquitetura geral do sistema. Algumas perguntas
importantes: Ser hospedado na prpria Uberboy? Ou fora
dela, em algum prestador de servio? Como ser o acesso
ao aplicativo?
6. De posse de todas as informaes coletadas, gerar um
relatrio a ser apresentado ao Jair, para a continuidade dos
trabalhos.
Faa voc mesmo
Faa uma pesquisa sobre modelos de arquitetura de sistemas e identifique

qual seria a melhor soluo de armazenamento e comunicao para uma
soluo como a de Jair, que totalmente on-line.

U3
Lembre-se
Software hospedado na nuvem economiza na manuteno da

infraestrutura.
Faa valer a pena!
1. Observe o texto a seguir e em seguida escolha a alternativa que

completa mais adequadamente este texto:
A ___________ de um sistema de informaes formada por trs

elementos principais, a ___________, que define as funcionalidades
bsicas do sistema, os ___________, que so as unidades modulares
que desempenham as vrias aes do sistema, e os _______________
que so as formas com que os _____________ trocam informaes.
a) Definio, estratgia, modelos, protocolos, modelos.

b) Arquitetura, estrutura, componentes, relacionamentos, componentes.
c) Arquitetura, estrutura, componentes, relacionamentos, usurios.
d) Definio, estratgia, modelos, protocolos, usurios.
e) Organizao, estrutura, programas, protocolos, usurios.
2. Observe as duas colunas a seguir. A coluna da esquerda lista os

diversos aspectos que compem a arquitetura de sistemas e a coluna da
direita explica o que cada um destes aspectos.
Organizao de sistemas fabris, que alm
do hardware e do software, incluem
I. Arquitetura de Hardware A mquinas que utilizam as informaes
do sistema para a produo de bens de
acordo com especificaes dos usurios.
Organizao de sistemas distribudos
II. Arquitetura de Software B em que vrios usurios trabalham em
um mesmo projeto.
Como a organizao interna do
III. Arquitetura Corporativa C
software.

U3
Como os componentes de hardware

IV. Arquitetura de Sistemas de um sistema se organizam para que
D
Colaborativos o hardware funcione da maneira mais
otimizada possvel.
Organizao de sistemas que auxiliam
V. Arquitetura de Sistemas
E diretamente na tomada de decises
de Manufatura
pelos executivos da organizao.
Como a instituio como um todo
VI. Arquitetura de Sistemas se organiza, de forma a obter maior
F
Estratgicos sinergia e mais eficincia/eficcia em
suas aes.
a) I-D, II-C, III-E, IV-A, V-F, VI-B.

b) I-C, II-D, III-F, IV-B, V-A, VI-E.
c) I-D, II-C, III-A, IV-E, V-F, VI-B.
d) I-D, II-C, III-F, IV-B, V-A, VI-E.
e) I-F, II-E, III-D, IV-C, V-B, VI-A.
3. Analise as asseres a seguir:
I. Em uma corporao, os sistemas de informao so ferramentas.

PORQUE
II. As estratgias e demais diretrizes corporativas servem aos sistemas de
informao.
Analisando-se as asseres acima, conclui-se que:
a) As duas afirmaes so verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.

b) As duas afirmaes so verdadeiras, e a segunda no justifica a
primeira.
c) A primeira afirmao e verdadeira, e a segunda e falsa.
d) A primeira afirmao e falsa, e a segunda e verdadeira.
e) As duas afirmaes so falsas.

U3

U3
Seo 3.2
Classificaes e tipos de linguagens de

programao
Dilogo aberto
Voc se recorda de suas aulas de ingls no ensino escolar ou mesmo em alguma

escola de ingls que tenha frequentado ou que ainda frequenta? Lembra-se de ter
que aprender palavras e construes novas, achar interessante (e um tanto inusitada)
a pronncia desta ou daquela palavra, aprender como construir uma frase para
expressar um pensamento? Mais importante: lembra-se da sensao de vitria que
nos ocorre quando conseguimos entender o que algum fala em ingls ou alguma
frase que lemos em nosso dia a dia? Pois , este o poder da comunicao e do
intelecto humano, no mesmo? Temos a capacidade de aprender a nos comunicar
com pessoas que encaram o mundo apoiados por outras maneiras de se comunicar.
Mas e quando no de pessoas que estamos falando? E se o interlocutor um
computador? Ser que ele compreende ideias como as compreendemos? No,
pois foram projetados para lidar com dados e informaes de uma forma bastante
diferente de ns, seres humanos. Ainda assim, uma semelhana permanece: existem
vrias linguagens por meio das quais podemos dar instrues aos computadores para
que desempenhem os papis que precisamos que eles desempenhem. Sendo assim,
nesta seo voc entender como so classificadas as linguagens de programao e
conhecer vrios exemplos destas linguagens.
E onde podemos usar este conhecimento? Lembra-se do sistema que sua empresa
vai desenvolver para Marlene, a proprietria das lojas de convenincia, que est abrindo
uma loja virtual? Ento, na seo anterior fizemos a arquitetura do sistema e, para que
esta arquitetura d origem ao sistema de informao em si, nesta prxima etapa, voc
identificar quais linguagens de programao sero utilizadas para desenvolver cada
uma das partes definidas para a loja virtual de Marlene. O resultado desta etapa ser
um relatrio de planejamento com a indicao de todos os recursos de linguagens de
desenvolvimento de software a serem empregados no projeto de Marlene.
E a? Aceita o desafio? Ento vamos l!

U3
No pode faltar
bem sabido que aes que antigamente eram feitas a duras penas por seres
humanos, tais como balanos de contas em um banco, hoje so realizadas rpida
e precisamente por computadores. Analisemos a seguinte questo: eu tenho que
ordenar uma lista de nmeros em ordem aleatria. Digamos que sejam 10.000
nmeros, de forma que no fiquemos tentados a ordenar a lista na mo. O problema
pode ser expressado de forma simples, no? Vejamos:
Dada a lista L, composta por 10.000 nmeros naturais, organize os nmeros

desta lista em ordem crescente, isto , do menor para o maior.
Pronto: algum que conhea o idioma portugus e que tenha algumas noes
bsicas de matemtica conseguiria entender o que pede o problema, no verdade?
Muito bem, mas e o computador? Ser que se ligarmos nosso computador,

acionarmos o microfone e vocalizarmos as instrues acima ele saber o que fazer?
No, nada acontecer. A resposta a esta indagao simples: receberemos de
volta, pois o computador no sabe nem como reagir s nossas palavras. Como nos
comunicamos com o computador, ento?
Linguagem de Mquina
Quando se afirma que um problema do mundo real pode ser descrito em

linguagem humana (alguma das centenas que temos nossa disposio) para
nossa compreenso e convenincia, seria da mesma forma a interpretao por um
computador? Bansal (2014) descreve o caminho a ser seguido diante deste impasse
que a interpretao de instrues para a linguagem de mquina. Os computadores
compreendem linguagem de mquina, que em ltima instncia uma cadeia de
zeros e uns. Estas cadeias de zeros e uns constituem a forma mais bsica de nos
comunicarmos com os computadores, e so parte do que chamamos de Linguagem
de Mquina. Qualquer instruo que queiramos que o computador execute deve
ser traduzida para a Linguagem de Mquina, eliminando todas as ambiguidades, de
maneira clara, para que o computador entenda o que dele se espera (BANSAL, 2014).
Reflita
A programao do hardware do ser humano (isto , seu crebro)

feita ao longo de anos, com tentativas e erros gerando o conhecimento
sobre o que fazer, quando fazer, etc. (e tambm o que no fazer, quando
no fazer, etc.) (LAWSON, 2003). J no caso dos computadores, pelo
hardware ser muito mais simples e projetado por ns humanos, podemos

U3
simplesmente adicionar um programa memria e, se este programa

bem feito, o computador far exatamente o que esperamos dele.
Em linguagem de mquina, diferentes sequncias de zeros e uns so entendidas de

maneira diferente pelo computador, que a partir delas realiza uma operao qualquer.
Veja alguns exemplos de operaes que o computador tem a capacidade de realizar
a partir de instrues em Linguagem de Mquina:
Buscar o dado contido em algum registrador (posio fixa de memria dentro

do microprocessador) ou posio de memria (pode ser memria RAM, memria de
vdeo, disco rgido, CD, etc.).
Gravar um dado em algum registrador (posio fixa de memria dentro do

microprocessador) ou posio de memria (pode ser memria RAM, memria de
vdeo, disco rgido, CD, etc.).
Somar dois valores dentro da ULA (Unidade Lgica e Aritmtica).
Comparar dois valores na ULA para saber qual o maior (ou se so ambos iguais).
Passar um dado para que seja manipulado por algum perifrico do computador
(como por exemplo a placa de vdeo ou a impressora).
Voc pode perceber uma caracterstica importante da Linguagem de Mquina

pelos exemplos anteriores: as instrues que o computador compreende e consegue
executar so bem simples. Para que o computador consiga entender, por exemplo,
que voc quer que o seu carro faa uma curva no jogo de corrida que voc est
jogando, na verdade ele executa em alguns poucos centsimos de segundo vrias
centenas de milhares de instrues simples como as do exemplo.
Se voc acha que a Linguagem de Mquina complicada, por uma razo bem
simples: porque ela , de fato, complicada. E por isso justamente que somente l
no incio da Era dos computadores, ainda na dcada de 40, que a programao era
feita em Linguagem de Mquina.
Exemplificando
Imaginando um processador responsvel exclusivamente por acender,

apagar e incrementar/decrementar o brilho de uma lmpada, podemos
imaginar as seguintes instrues em linguagem de mquina:
0000 Parar o programa
0001 Ligar a lmpada no mximo brilho

U3
0010 Desligar a lmpada
0011 Aumentar brilho da lmpada em 10%
0100 Reduzir brilho da lmpada em 10%.
Por que precisamos de linguagens de programao?
Hoje em dia existem centenas de linguagens de programao catalogadas e em

uso no mundo todo (TURBAK; GIFFORD, 2008). E por que temos tantas linguagens
de programao assim? Bem, as linguagens de programao surgem por trs razes
bastante importantes, a saber:
1. Porque a Linguagem de Mquina a nica compreendida pelos computadores

complexa demais para ser usada por ns humanos.
2. Porque os problemas que resolvemos com computadores so de natureza

diferente e precisam de enfoques diferentes para serem resolvidos. As linguagens
de programao oferecem estes enfoques diferentes, por meio de paradigmas
diferentes de programao.
3. medida que a capacidade dos computadores aumenta em termos de

memria e velocidade de processamento, mais recursos surgem para facilitar
nossa comunicao com eles.
Sobre este ltimo ponto importante observar como ele ocorre. L nos primrdios
da computao digital, s tnhamos a interface de comunicao com base em chaves
de liga/desliga, que nos permitiam programar zeros (em chaves desligadas) e uns (em
chaves ligadas). Depois vieram os cartes perfurados aplicados computao, os
terminais com teclado e impressora (o vdeo s viria mais tarde), o monitor de vdeo,
o mouse, as interfaces grficas e por a vai. E com todas essas facilidades de hardware,
o software tambm melhorou muito, dando-nos a capacidade de nos comunicar
de forma cada vez mais natural e eficaz com os computadores. A cada passo que
galgamos nessa escalada, temos a oportunidade de refinar nossa comunicao, por
meio de linguagens mais avanadas.
Categorias de linguagens de programao
importante observar que no existe apenas uma maneira de classificar as

linguagens de programao. Podemos analis-las historicamente, como fazem
Gabbrielli e Martini (2010), citando sua evoluo desde a Linguagem de Mquina da
dcada de 40, passando pelas vrias evolues ao longo das dcadas desde ento,
e chegando at os dias de hoje. Em que pese esta perspectiva histrica ser til, as
linguagens de programao surgiram para atender a propsitos diferentes e ,para
tanto, foram desenvolvidas utilizando diferentes paradigmas.

U3
Vocabulrio
Paradigma um conjunto de normas (mais formais) e direcionamentos

(menos formais) dentro dos quais um determinado assunto desenvolvido
e aes para o desenvolvimento deste assunto so tomadas. De forma
simplificada, podemos dizer que um paradigma a forma de pensamento
que rege um determinado assunto.
Outra forma de categorizar as linguagens de programao analisar como

so tratadas pelos computadores onde so executadas. Existem linguagens de
programao que, depois de escritas, so traduzidas para a Linguagem de Mquina, e a
partir da o resultado pode ser executado diretamente, sem a necessidade de programas
intermedirios. Neste caso, dizemos que o programa escrito em linguagem Xis foi
compilado e tem acesso direto ao processador a partir da. interessante observar
que este processo de compilao uma via de mo nica. Uma vez que o programa
escrito em uma linguagem de programao compilvel foi de fato compilado, o
resultado um arquivo em linguagem de mquina e no h como fazer a volta, isto ,
no h como gerar o programa original a partir do arquivo em Linguagem de Mquina
resultante da compilao.
Em contrapartida s linguagens compilveis, h as linguagens interpretadas. Neste

caso, o programa no acessa diretamente o processador, ou seja, no traduzido
diretamente para Linguagem de Mquina. Ao contrrio, este programa tratado por
outro que interpreta seus comandos e passa as instrues de mquina geradas
naquela hora e naquele local para o computador que as executar. Quer um
exemplo? Seu navegador web um interpretador da linguagem HTML (Hyper Text
Markup Language), que, quando interpretada por este navegador, gera as pginas web
que voc visita.
Veja a seguir, na Tabela 3.1, exemplos de linguagens de programao interpretadas

e linguagens de programao compiladas:
Tabela 3.1 Exemplos de linguagens interpretadas e compiladas

Linguagens Interpretadas Linguagens Compiladas
HTML Fortran
Python Pascal
Logo C
Basic (dos primeiros microcomputadores da
C++
dcada de 70)
Linguagens de linha de comando (DOS, CSH,
Cobol
etc.)
Javascript Assembly

U3
Em resumo, podemos categorizar as linguagens de programao de vrias

maneiras, entre elas:
Categorizao histrica.
Categorizao por paradigmas de programao.
Categorizao por acesso direto ou indireto ao processador.
No restante desta aula, veremos vrias linguagens de programao sob o ponto de

vista do paradigma em que se encaixam. Uma linguagem pode pertencer a mais de
um paradigma, como os exemplos frente vo mostrar.
Paradigmas de programao
Os paradigmas que veremos a seguir so os seguintes:
Paradigma de Linguagens de Script.
Paradigma de Linguagens Imperativas.
Paradigma de Linguagens Funcionais.
Paradigma de Linguagens Procedurais.
Paradigma de Linguagens Lgicas.
Paradigma de Linguagens Orientadas a Objetos.
Paradigma de Linguagens de Bases de Dados.
Vamos l?
Paradigma de linguagens de script

O paradigma de linguagens de script talvez seja o mais difcil de se definir, segundo
Barron e Wegner (2000), pelo fato de que a diferena entre scripts e programas
bastante sutil. Scripts, na verdade, podem ser considerados programas, mas guardam
algumas diferenas importantes em relao aos programas criados em linguagens de
programao, tais como o C, o Fortran, o Pascal e tantas outras. Enquanto programas
criados nestas linguagens so geralmente compilados e de uso genrico, os scripts
so programas com propsitos bem distintos (BARRON; WEGNER, 2000), como:

Construir aplicaes com componentes j prontos, disponibilizados
pelo sistema.
Controlar aplicaes que tm interfaces programveis.
Escrever prottipos de programas, nos quais a velocidade de desenvolvimento

mais importante que a eficincia do processo de desenvolvimento.

U3
As linguagens de script so interpretadas, e seus interpretadores geralmente

fazem parte dos aplicativos bsicos do sistema operacional. Alguns exemplos
de Linguagens de Script:
CSH, KSH, BASH e outras shell languages, ou seja, linguagens de linha de

comando de interface de texto dos sistemas operacionais, disponveis nos
ambientes UNIX (incluindo o Linux, o BSD, o OS-X e tantos outros).
AWK, PERL, Python e outras linguagens voltadas para prototipagem e

desenvolvimento rpido de procedimentos simples no computador.
PHP, JCL, Javascript e outras linguagens de scripting para a web.
Paradigma de linguagens imperativas
Segundo Collard (2003), a programao imperativa aquela em que os comandos

(que so os prprios imperativos) geram resultados a partir de dados de entrada. Como
veremos frente, este paradigma contrasta com o paradigma de linguagens lgicas
pelo fato de que estas conseguem, tambm, em teoria, gerar os dados de entrada a
partir dos resultados do processamento (para mais informaes, veja o prximo item
desta mesma seo). As linguagens imperativas descrevem como um problema deve
ser resolvido e esta descrio se d por meio do algoritmo e dos comandos utilizados
para implantar este algoritmo. Alguns exemplos de linguagens imperativas:
Fortran A primeira linguagem de programao imperativa a ser desenvolvida,

em 1954, pela IBM.
ALGOL Linguagem criada para a implementao de algoritmos matemticos.
BASIC Linguagem criada com o objetivo especfico de facilitar o

aprendizado de programao. Bastante popular nos anos 70 e 80 nos
microcomputadores pessoais.
COBOL Linguagem imperativa que tambm permite a interao com

bases de dados e tem o mrito de ser a primeira linguagem cuja sintaxe foi
desenvolvida para se aproximar do idioma ingls.
Pascal Linguagem imperativa que permite a separao das aes em

procedimentos, que podem ser invocados a qualquer momento dentro do
programa (vide paradigma de linguagens procedurais, mais frente).
C Linguagem imperativa desenvolvida em conjunto com o sistema

operacional Unix e que j foi a linguagem mais utilizada para o desenvolvimento
de programas executveis.

U3
Paradigma de linguagens funcionais
Gabbrielli e Martini (2010) descrevem o paradigma de linguagens funcionais como

sendo aquele em que os programas no executam aes no sentido de modificar um
ou mais estados, por meio da alterao do valor de variveis e valores de memria.
Os prprios conceitos de memria e de varivel so ausentes nesse paradigma de
programao. As linguagens funcionais no se preocupam com o como um problema
ser resolvido, mas sim com a declarao do problema em si. Ou seja, estas linguagens
se preocupam com o que o problema. Este um processo de declarao, ou, dito
de outra forma, este processo de relatar os problemas como funes (dando origem
ao nome funcional).
Alguns exemplos de linguagens funcionais:
LISP Primeira linguagem funcional, desenvolvida ainda na dcada de 50, tendo

surgido um ano aps o surgimento da linguagem Fortran. uma linguagem
utilizada para a expresso de problemas lgicos e de funes matemticas.
Erlang Linguagem funcional criada inicialmente pela Ericsson para suportar
a operao de dispositivos tolerantes a falha (que continuam a operar mesmo
diante de problemas que ocorram com os mesmos), em especial, equipamentos
telefnicos (centrais telefnicas).
Haskell Linguagem funcional desenvolvida no incio da dcada de 90 com
o objetivo de ser um padro aberto de linguagens funcionais de propsito
genrico.
Paradigma das linguagens procedurais
Em primeira instncia, as linguagens procedurais so aquelas em que as expresses

sintticas, quando grafadas corretamente, descrevem aes, que chamamos de
procedimentos (GABBRIELLI; MARTINI, 2010). Podemos, tambm, tomar este termo
com um significado mais prximo a vrias linguagens de programao que surgiram a
partir do fim da dcada de 60: a possibilidade de se declarar procedimentos (tambm
conhecidos como sub-rotinas) que podem ser invocados a qualquer momento da
execuo do programa. Sobre as linguagens procedurais, importante observar: so
um subconjunto das linguagens imperativas, isto : todas as linguagens procedurais
so tambm linguagens imperativas (mas nem todas as linguagens imperativas so
linguagens procedurais).
Declarados os procedimentos em uma linguagem procedural qualquer, eles

podem ser acionados em qualquer parte do programa e podem inclusive acionar a si
mesmos, criando um processo chamado de recurso, que muito til na implantao
de algoritmos complexos.

U3
Faa voc mesmo
Um recurso bastante interessante para entender o que programao

procedural a Ilha do Mistrio, um site que ensina a programar de
maneira divertida. Voc consegue criar um monstro e fazer com que ele
resolva as tarefas propostas? Voc consegue, por exemplo, fazer com
que o monstro se mova? Consegue faz-lo pegar a bola? Visite o site
e tente voc mesmo. Disponvel em: <http://monstercoding.com/app.
html#lab/:pt>. Acesso em: 11 jan. 2016.
Alguns exemplos de linguagens procedurais:
Pascal Linguagem desenvolvida por Niklaus Wirth, em 1970, implementando

procedimentos, recursividade e programao estruturada em sua totalidade.
C Linguagem procedural de programao estruturada desenvolvida por

Dennis Ritchie e Ken Thompson.
C++ Evoluo da Linguagem C adotando os princpios da orientao

a objetos (vide paradigma da orientao a objetos, mais frente nesta
mesma seo).
SmallTalk Criada em 1980 nos laboratrios da Xerox-PARC, foi a primeira

linguagem procedural orientada a objetos (vide paradigma da orientao a
objetos, mais frente nesta mesma seo).
Java Linguagem procedural desenvolvida por James Gosling, na Sun

Microsystems, em 1995. Criou o conceito de Escreva uma vez, execute em
qualquer lugar (WORA Write Once, Run Anywhere). Os programas escritos
em Java so compilados em um cdigo chamado Bytecode, que pode ser
executado por uma mquina Java em qualquer computador, em qualquer
sistema operacional para o qual a mquina Java tenha sido criada. a linguagem
mais utilizada hoje em dia para desenvolvimento Web.
Paradigma das linguagens lgicas
As linguagens lgicas so aquelas em que os problemas resolvidos so os problemas

da lgica formal. Programas criados em linguagens lgicas tm, em geral, o objetivo de
resolver questes em que tcnicas como a induo e a deduo so necessrias. So
linguagens bastante teis no estudo da Inteligncia Artificial e os programas criados
nestas linguagens conseguem emular o raciocnio humano.

U3
Alguns exemplos de linguagens lgicas:
Prolog A pioneira entre as linguagens lgicas, desenvolvida em 1972 por

Alain Colmerauer e Robert Kowalski, em um esforo conjunto entre a Frana
e a Esccia. a base das linguagens lgicas at os dias de hoje, sendo que de
alguma forma todas elas seguiram os passos inicialmente trilhados pelo Prolog.
Datalog Linguagem de programao derivada diretamente do Prolog que

utilizada para dedues a partir da interao com bases de dados. uma
linguagem til na identificao de informaes a partir da anlise de registros de
bases de dados (veja tambm o paradigma de linguagens de bases de dados).
OWL Esta linguagem tem no nome as iniciais de Web Ontology Language

(a inverso das letras ocorre para que se forme a palavra owl, que coruja em
ingls. uma linguagem utilizada para se criar ontologias, ou organizaes
taxonmicas de conhecimento a partir de sites da web. Sua utilizao no
sentido de se agrupar e organizar conhecimento armazenado na web.
SWRL Abreviao de Semantic Web Rule Language, uma linguagem que

busca identificar significado semntico a partir de informaes armazenadas
em sites na web.
Paradigma das linguagens orientadas a objetos
O paradigma imperativo, e em especial o paradigma procedural, so bastante

teis no desenvolvimento de sistemas complexos, contudo, ambos sofrem de uma
fraqueza intrnseca: o tratamento dos dados pode se tornar um processo complicado
ou desorganizado, dependendo de para onde pende: o controle necessrio torna
a administrao complexa e qualquer coisa menos do que o adequado pe o
projeto em risco de se desorganizar. Erros em projetos muitas vezes se devem
manipulao indevida de dados, e encontrar estes erros em projetos com dezenas ou
centenas de milhares de linhas de cdigo tende a ser um processo demorado e caro
(BALAGURUSAMY, 2008).
O paradigma da orientao a objetos visa resolver justamente este processo. A

manipulao dos dados feita de forma hierrquica, sendo que classes de objetos
(estruturas de dados) so criadas e especializadas medida que os procedimentos
vo ficando mais locais. Desta forma, a administrao das estruturas de dados e dos
dados em si fica facilitada e os erros em funo de manipulao indevida de dados
so bastante reduzidos.

U3
Pesquise mais
Veja nesse interessante artigo de Jos Carlos Marcoratti as principais diferenas
entre Programao Orientada a Objetos e Programao Procedural.
MARCORATTI, Jos Carlos. Programao Orientada a Objetos x

Programao Procedural. Disponvel em: <http://www.macoratti.
net/14/06/oop_proc.htm>. Acesso em: 10 jan. 2016
Exemplos de linguagens orientadas a objetos:
SmallTalk A primeira linguagem a implantar o paradigma da orientao

a objetos.
C++ Uma linguagem derivada do C, que implementa todo o paradigma de

orientao a objetos ao mesmo tempo que mantm a sintaxe da linguagem C.
Java A mais popular das linguagens orientadas a objetos nos dias de hoje,
principalmente por suas facilidades de programao web.
Eclipse Mais do que uma linguagem de programao, o Eclipse um

SDK (Software Development Kit, ou Kit de Desenvolvimento de Software), um
ambiente de programao para o Android, sistema operacional de smartphones
e tablets do Google.
Swift SDK para o iOS, sistema operacional de smartphones e tablets

da Apple.
Paradigma das linguagens de bases de dados
Uma base de dados relacional um conjunto de dados organizados de forma

que buscas possam ser feitas nestes dados, o que torna possvel que relaes entre
os dados gerem informaes, deduzidas a partir do que seria apenas uma massa de
registros sem maior sentido. justamente o relacionamento entre dados que permite
o surgimento de significado, transformando tais dados em informaes (VAN DER
LANS, 2006).
As organizaes, as buscas e os relacionamentos entre os dados de uma base

relacional ocorrem por meio de uma linguagem que permita tudo isso. Estas
linguagens podem ser e comumente so utilizadas para se criar programas de
manipulao das bases de dados. Em uma base de dados relacional, as estruturas
de dados so limitadas e bem definidas, o que facilita muito sua manipulao. Estas
linguagens, livres da necessidade de se definir e gerenciar estruturas de dados, podem

U3
focar suas atenes s buscas e manipulaes dos dados em si, surgindo o paradigma
das linguagens de bases de dados.
Exemplos de linguagens de bases de dados:
Natural Linguagem desenvolvida pela Software AG para permitir acesso s

bases de dados do programa ADABAS, da IBM. Ainda hoje uma linguagem
bastante usada para lidar com bases de dados de mainframes da IBM.
SQL Abreviao de Search and Query Language, ou Linguagem de Buscas e

Questionamentos, utilizada pela maioria dos sistemas atuais de gerenciamento
de bases de dados, tais como o Oracle e o MySQL.
Datalog Linguagem de programao lgica (vide paradigma de linguagens

lgicas nesta seo) voltada para a manipulao de bases de dados.
Sem medo de errar

importante observar que o sistema de informao sendo desenvolvido para
implantar a loja de convenincia de Marlene na internet, teremos que considerar vrios
ambientes, a saber:
O ambiente de backend, ou em outras palavras, o ambiente do servidor, que

conter a aplicao e os dados de estoque e dos clientes.
O ambiente de frontend, ou em outras palavras, a aplicao que vai rodar no

dispositivo do cliente (computador de mesa, laptop, smartphone, tablet, etc.).
Para a aplicao principal, que ser executada nos servidores de Marlene, podemos
utilizar uma linguagem de alto desempenho e alta flexibilidade, como o caso do
C++, uma linguagem que tem as vantagens de ser:
1. Compilada Indicada para gerar cdigo eficiente e rpido, que pode

aproveitar todas as facilidades da comunicao direta com o processador,
sem intermedirios.
2. Imperativa Indicada dada a natureza de execuo de aes da aplicao.
3. Procedural Indicada porque a presena de procedimentos permite a

reutilizao de cdigo ao longo do projeto.
4. Orientada a Objetos Indicada em funo das facilidades que oferece

para manipulao de dados, e organizao/consistncia de acesso a estes
dados e minimizao de erros potenciais na utilizao de estruturas de
dados do programa.

U3
Lembre-se
Uma linguagem pode pertencer a mais de um paradigma de programao.
Como este aplicativo principal dever manipular algumas grandes bases de dados
relacionais (cadastros de clientes, estoque de mercadorias, pedidos de clientes,
informaes financeiras e administrativas, etc.), recomendvel que a aplicao
principal faa interface com um mdulo de manipulao de base de dados. Neste
caso, a linguagem indicada para fazer a manipulao dos dados o SQL, por sua
flexibilidade e eficincia na manipulao de bases de dados relacionais.
Com as questes de linguagem de programao pertinentes ao servidor resolvidas,

devemos agora nos concentrar nos clientes. Comeamos por analisar quem ou
quem so estes clientes. Temos trs grandes possibilidades para o acesso aplicao
por parte dos clientes, a saber:
Computadores pessoais (desktops, laptops, etc.).
Dispositivos mveis Android (80% do mercado de smartphones e tablets

no Brasil).
Dispositivos mveis iOS da Apple (18% do mercado de smartphones e tablets

no Brasil).
Para facilitar o desenvolvimento e abranger o mximo de usurios possveis,

podemos utilizar as seguintes linguagens de programao para os dispositivos dos
clientes:
HTML e Java para os computadores pessoais, o que torna necessrio que

o usurio tenha apenas um navegador funcionando em seu computador para
acessar a aplicao (alm do acesso internet, claro).
Eclipse para a aplicao dos dispositivos Android.
Swift para a aplicao dos dispositivos iOS da Apple.
Ateno!
HTMS uma linguagem interpretada, dependendo do navegador para ser

executada. Java, Eclipse e Swift so linguagens compiladas.

U3
Avanando na prtica
Pratique mais
Instruo
seus colegas.
Definindo as linguagens de programao adequadas

Conhecer algumas formas de categorizao de linguagens
2. Objetivos de aprendizagem de programao, os principais paradigmas de programao e
exemplos de linguagens que fazem parte de cada paradigma.
Desenvolvimento de Software, taxonomia de linguagens
de programao.
Marco Aurlio acaba de se formar em Anlise de Sistemas e
est buscando oportunidades para seu futuro profissional.
Como ele sempre foi um entusiasta da programao, adora as
plataformas mveis e apaixonado por jogos de computador,
teve uma ideia para um novo jogo de estratgia no qual times
4. Descrio da SP de jogadores podem se organizar e jogar uns contra os outros.
Este jogo dever ser executado nos dispositivos mveis dos
jogadores, mas os dados dos times e das aes devero ser
centralizados de alguma forma, para manter a consistncia
do jogo. Ajude Marco Aurlio a definir as linguagens de
programao mais indicadas para desenvolver o projeto.
Como o foco do jogo so os dispositivos mveis, importante
que as linguagens de programao para estes dispositivos
sejam usadas, no caso, o Eclipse (para ambiente Android) e
o Swift (para ambiente iOS) so as linguagens mais indicadas.
5. Resoluo da SP
Para o backend, onde apenas a consistncia dos dados deve
ser mantida, uma base de dados relacional deve ser adotada,
com o SQL sendo a linguagem mais indicada para este
mdulo do sistema.
Lembre-se
Existem centenas de linguagens de programao disposio dos

desenvolvedores. O processo de escolha deve ser bastante criterioso e
comea com a pergunta qual o propsito do software sendo desenvolvido
e passa por uma anlise detalhada da arquitetura do sistema.

U3
Faa voc mesmo
Faa, por meio de uma pesquisa na web, uma investigao mais

aprofundada sobre desenvolvimento de aplicaes para os sistemas
operacionais mveis Android e iOS, de forma a identificar os processos/
etapas e, tambm, as particularidades de cada uma das plataformas para
os sistemas operacionais.
Faa valer a pena!
1. Qual a nica linguagem compreendida pelos computadores?

a) Ingls.
b) Portugus.
c) Linguagem binria.
d) Linguagem de mquina.
e) Linguagem Java.
2. Sobre as categorias de linguagens de programao, correto

afirmar que:
a) So duas: linguagem de mquina em uma categoria e todas as demais
linguagens em outra categoria.
b) So duas: linguagens compiladas em uma categoria e linguagens
interpretadas em outra categoria.
c) Podem ser vrias, pois no h apenas uma forma de categorizar
linguagens de programao.
d) So infinitas, pois cada linguagem est em uma categoria prpria, sem
qualquer semelhana com outras linguagens.
e) Existe apenas uma categorizao: a categorizao histrica, pois listar
as linguagens de programao historicamente a nica categorizao
objetiva possvel.

U3
3.Observe os seguintes itens:

I. Paradigma de Linguagens Imperativas.
II. Paradigma de Linguagens Objetivas.
III. Paradigma de Linguagens Funcionais.
IV. Paradigma de Linguagens Procedurais.
Assinale a alternativa que contm apenas paradigmas vlidos de

linguagens de programao:
a) I, II e III, apenas.
b) I, II e IV, apenas.
c) I, III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.

U3
Seo 3.3
Principais tipos de sistemas gerenciadores de
banco de dados
Dilogo aberto
Voc j parou para pensar mais a fundo no que significa o termo informao,
que se encontra na expresso sistemas de informao? Vamos fazer um experimento
mental: se eu digo que uma pessoa tem uma massa de 200, voc acha que ele pesa
muito ou pouco? Bom, se a unidade de peso for em quilogramas, ele pesa muito,
mas se a unidade de medida for em gramas, ento trata-se de um feto ainda no ventre
materno; o que voc provavelmente vai pensar. E se eu disser que se trata de um
adulto de alta estatura saudvel que est dentro de sua faixa de peso adequada? A
voc pode pensar assim: Ah, ento a unidade de peso usada a libra, que equivale a
aproximadamente 455g. Ele deve ter uns 1,85m de altura e ento est dentro de seu
peso adequado, 91kg.
O nmero 200, originalmente atribudo ao peso do indivduo, no tem significado

completo at que que lhe atribuamos mais um dado: a unidade de medida. Ou, ento,
atribumos ao indivduo outras caractersticas que permitam deduzir a unidade de medida,
como neste caso. S o dado (o nmero 200 para o peso) tem pouco ou nenhum
significado. preciso combin-lo com outro dado, a unidade de medida em libras, para
que ele tenha significado: 200lb. Esta combinao de dados que gera algo que tem
significado leva um nome importante em nosso contexto de estudo: informao.
Nesta seo vamos estudar um tpico intimamente ligado ao raciocnio

desenvolvido anteriormente: como podemos organizar e combinar os dados
disponveis de forma a gerar informaes teis com eles. Neste contexto, entram em
cena os Sistemas de Gerenciamento de Bancos de Dados Relacionais, e se o nome
assusta um pouco, em um instante voc vai ver que, apesar de ser comprido, um
conceito bem fcil de se entender e muito til de se usar.
Quando pensamos no caso de Marlene e de sua loja de convenincias on-line

lembrando que j definimos a arquitetura do sistema chegado o momento de
auxili-la a definir a poro do sistema que responsvel pelos dados de clientes,
dados de estoques, dados de pedidos, dados fisco-financeiros e dados administrativos.
Nesta etapa voc deve apresentar respostas a diversas questes importantes acerca da
manipulao de dados dentro do sistema de Marlene, entre elas: quais informaes

U3
devero fazer parte do banco de dados? Como fazer a modelagem dos dados para que
o sistema tenha um desempenho timo? Qual o gerenciador de banco de dados mais
adequado para o projeto? Onde sero armazenados e como podem ser recuperados
os dados? O banco de dados deve ser distribudo ou pode ser centralizado? As
respostas a estas importantes questes devem ser apresentadas sob forma de um
relatrio que oriente Marlene em suas decises.
Estas e outras questes devero ser respondidas no relatrio apresentado a Marlene.
E a? Vamos ao desafio?
Ento, mos obra!!
No pode faltar
Podemos considerar informaes como sendo recursos disposio de uma

instituio qualquer. Como assim, recursos?, voc pode perguntar. Bem, informaes
so recursos da mesma forma que papel sulfite um recurso: a instituio precisa
deles e os utiliza para atingir seus objetivos. A diferena que informaes so recursos
abstratos, enquanto o papel sulfite um recurso concreto. E da mesma forma que
ocorre com qualquer tipo de recurso, a instituio precisa gerenciar a informao
de maneira adequada, o que pode ser resumido em cinco grandes grupos de tarefas
(BALTZAN; PHILLIPS, 2008):
1. Determinar quais informaes sero necessrias.
2. Adquirir as informaes necessrias.
3. Organizar as informaes disponveis de maneira significativa para a instituio.
4. Garantir a qualidade da informao.
5. Disponibilizar ferramentas de acesso aos colaboradores que precisam

das informaes.
O primeiro ponto fruto de um conjunto de decises estratgicas e aes tticas

que devem emergir dos executivos e colaboradores da instituio. Em outras palavras,
ficam a cargo das pessoas, e no da tecnologia. Os demais pontos, como veremos
nesta seo, ou so realizados por ferramentas tecnolgicas, ou so pesadamente
auxiliados por elas. a tecnologia de banco de dados a servio da instituio.

U3
Banco de Dados Relacional
Segundo uma definio bastante simples e til de Stair e Reynolds (2015), um

banco de dados no nada alm de uma coleo organizada de dados. No contexto
dos sistemas de informao, os bancos de dados so fundamentais, pois permitem
o acesso rpido e otimizado aos dados disponveis, facilitando sua combinao e
correlao de forma que possamos obter deles informaes teis para o sistema e
principalmente para seus usurios. A possibilidade de correlao dos dados d ao
banco de dados um nome especial: Banco de Dados Relacional, pois neste possvel
combinar dados de natureza diferente (um nmero e uma unidade de massa, por
exemplo), gerando informaes contextualmente significativas.
Exemplificando
Quando, em uma planilha de dados, combinamos o nome de uma

pessoa, com o nome de uma rua, com um nmero, com uma cidade,
com um estado e com um nmero especial chamado CEP, estamos
produzindo uma informao relacional importante: esta pessoa a partir
deste momento passa a ter um endereo naquele sistema de informaes.
Uma planilha eletrnica (como aquelas que geramos no Microsoft Excel) pode ser
considerada uma base de dados relacional, porque:
a) Disponibiliza ferramentas para o armazenamento e a manipulao de dados,

o que permite que a chamemos de base de dados.
b) Permite a correlao dos dados, o que permite que a chamemos de relacional.
importante observar que no preciso muita coisa para que um determinado

mecanismo possa ser considerado uma base de dados: um saco de supermercado em
que armazenamos pedaos de papel, cada um com um dado, pode ser considerado
uma base de dados. No uma base de dados l muito til e no permite nenhuma
organizao fora o fato de evitar que os pedaos de papel saiam voando. uma base
de dados porque os dados esto l, podem ser consultados (ainda que o processo seja
para l de inconveniente), dados podem ser adicionados e retirados.
Sistemas de Gerenciamento de Bancos de Dados Relacionais (SGBDR)
Da mesma maneira, uma planilha Excel pode at ser considerada uma base de
dados relacional, pois, diferentemente do saco de supermercado, o programa prov
facilidades para que os dados presentes em uma famlia sejam relacionados uns com os
outros, permitindo que deles obtenhamos informaes. Contudo, o Excel foi projetado

U3
para servir a outros propsitos sua nfase na manipulao e na transformao dos

dados e como base de dados relacional uma ferramenta ineficiente.
Mesmo que o programa Excel oferea facilidades para o relacionamento de

dados, ele no um programa dedicado a este fim. Aos programas dedicados s
operaes de busca e correlao de dados, possibilitando o acesso rpido a estes e
bases de grande volume, sua combinao de forma a gerar informaes teis, alm,
claro, de mecanismos para que novos dados sejam cadastrados, e tambm para que
dados existentes sejam modificados e/ou apagados, damos o nome de Sistemas de
Gerenciamento de Bancos de Dados Relacionais. importante frisar neste momento
que um sistema de gerenciamento de bancos de dados relacionais um conjunto
de ferramentas disposio de um ou mais usurios. Os SGBDR por si ss no
correlacionam dados, nem adicionam ou removem dados de uma base de dados:
necessria a interveno direta do usurio para tanto (VAN DER LANS, 2006).
Assimile
Os sistemas de gerenciamento de bancos de dados relacionais apenas

apresentam ferramentas para a manipulao dos dados. Esta manipulao
fica a cargo do usurio, isto , a obteno de informaes teis por
meio da correlao dos dados s pode ser realizada com a interveno
humana. At porque o sistema em si no consegue definir o que til,
pois no tem a capacidade de raciocnio inerente aos seres humanos.
Hierarquia de dados
Segundo Stair e Reynolds (2015), geralmente organizamos dados em uma

hierarquia que vai do menor e mais simples para o maior e mais complexo: vamos
do bit (um nmero binrio que s pode conter os valore 0 ou 1), passando pelo
byte, que uma coleo de 8 bits e subindo em complexidade e volume de dados
possveis de serem armazenados. Obviamente que podemos hierarquizar os dados de
inmeras maneiras diferentes, mas, para propsitos de bancos de dados relacionais e
seu gerenciamento, utilizaremos uma hierarquizao que faa sentido neste contexto,
a saber (STAIR; REYNOLDS, 2015):
Caractere Um subconjunto dos bytes. Pode ser uma letra, um nmero ou

um smbolo na tabela ASCII. Exemplo: a letra F.
Campo Uma combinao de bytes de tamanho arbitrrio que descreve

um pequeno aspecto de um todo maior, uma entidade qualquer. Pode conter
apenas nmeros, apenas letras, apenas smbolos ou uma combinao de todos
ou de alguns destes. Exemplo: o sobrenome Freitas.

U3
Registro Um conjunto de campos que so naturalmente relacionados

e descrevem uma entidade. Exemplo: se juntamos os campos logradouro,
nmero, complemento, CEP, cidade, estado e pas, temos uma entidade
chamada endereo.
Arquivo Um conjunto de registros de mesma natureza. Exemplos: o conjunto

de endereos de funcionrios de uma empresa; o conjunto de informaes de
documentos (CPF, RG, Carteira de Trabalho, Diploma, etc.) dos funcionrios de
uma empresa, entre outros.
Banco de Dados Um conjunto de arquivos de dados integrados e

relacionados. A Figura 3.2, a seguir, representa esta hierarquia de dados:
Figura 3.2 Hierarquia de dados
Conjunto de Exemplo: dados pessoais

Banco de dados arquivos integrados e + documentao +
correlacionados endereos
Conjunto de Exemplo: nomes de

Arquivo registros de mesma todos os funcionrios de
natureza uma empresa
Conjunto de campos Exemplo: nome +

Registro que descrevem uma sobrenome + nmero
entidade de funcionrio
Combinao de Exemplo: (19)3258-

Campo caracteres 4545, Santiago
Subconjunto dos
Caractere bytes. Pode ser letra, Exemplo: F, 2, /, (
nmero ou smbolo.
Fonte: Adaptado de Stair e Reynolds (2015, p. 207).
Organizando os dados
Se compararmos uma empresa deste incio do sculo 21 com uma empresa do

incio do sculo 20, uma caracterstica das empresas atuais nos saltar aos olhos:
complexidade. Comparadas s empresas do incio do sculo passado, as empresas
de hoje so bastante complexas. No modelo antigo, uma empresa tinha basicamente
quatro setores: produo, vendas, finanas e administrao, enquanto hoje em dia
inmeros departamentos e papis so necessrios para que a empresa seja eficiente
em suas aes no mercado, junto aos seus parceiros e acionistas. Esta complexidade

U3
toda exige uma organizao absoluta dos dados necessrios e disponveis para a
conduo dos negcios, possibilitando acesso fcil e modificaes rpidas. E bvio
que esta organizao dos dados deve, antes de mais nada, refletir os processos de
negcio da empresa. Em meio a todas estas questes e necessidades, a empresa
precisa levar em conta quatro pontos importantes quando for desenhar sua estrutura
de dados e acesso a estes dados (STAIR; REYNOLDS, 2015):
Contedo Quais informaes devero ser coletadas e disponibilizadas?

Onde e como conseguir tais informaes? Quais os custos de aquisio destas
informaes?
Acesso Quais dados devem ser disponibilizados a determinados usurios?

Quando estes dados devem estar disponveis? De que forma pode/deve ser
feito o acesso?
Estrutura Lgica Como deve ser a organizao dos dados, de forma a

fazerem sentido para determinado usurio? razovel pressupor que o dado
x e o dado y estejam relacionados? Se sim, como deve ser esta relao sob os
pontos de vista qualitativo (que tipo de relao) e quantitativo (quantos dados x
se relacionam com quantos outros dados y)?
Organizao Fsica Onde devem ser armazenados os dados, fisicamente

falando? Uma localidade central suficiente ou h vantagens em se distribuir
os dados em mltiplas localidades? Quais so as facilidades de acesso remoto
(rede)? H redundncia de canais de acesso? Quais mecanismos de redundncia
de dados so necessrios?
Levantamento de requisitos do banco de dados
O projeto de um banco de dados depende da resposta inicial a vrias questes.

como no caso da arquitetura de sistemas, que vimos em aulas anteriores: o processo
comea com o levantamento de necessidades. O levantamento de necessidades para
o banco de dados um subconjunto do levantamento de requisitos do projeto como
um todo e est atrelado agenda global do projeto. No item Organizando os Dados,
que vimos anteriormente, temos vrias das questes que devem ser apresentadas,
discutidas e respondidas antes que se iniciem as aes de modelagem do banco de
dados (STAIR; REYNOLDS, 2015).
Com as respostas s questes, isto , com os requisitos do projeto de banco de

dados efetivamente levantados e analisados, dois aspectos do banco de dados podem
comear a ser definidos, a saber:
Design Lgico.
Design Fsico.

U3
Podemos definir o Design Lgico de um banco de dados como sendo um modelo.

Um modelo um conjunto de ideias e conceitos que descreve uma entidade qualquer.
Neste sentido, o design lgico de um banco de dados busca descrever os dados, sua
organizao e suas relaes, no sentido de como se relacionam, suas dependncias e
em que contexto fazem sentido (STAIR; REYNOLDS, 2015).
Exemplificando
Um exemplo do contexto em que um dado faz sentido o nmero

do edifcio de um logradouro qualquer (rua, avenida, etc.). O nome do
logradouro faz sentido por si s (desde que saibamos que o nome se
refere a um logradouro). O nome Avenida Paulista faz sentido e nos
remete a uma conhecida avenida da cidade de So Paulo. J o nmero
1.573, por si s, no faz sentido a no ser por representar um nmero
natural. Contudo, quando afirmamos que o nmero 1.573 est ligado ao
contexto do nome Avenida Paulista, estamos compondo outro dado a
partir dos dois primeiros: temos agora um ponto especfico na Avenida
Paulista: Avenida Paulista, 1.573 se refere ao edifcio de nmero 1.573
nesta mesma avenida. O dado 1.573 foi contextualizado.
Uma vez realizado o Design Lgico do banco de dados, hora de pensar em seu
funcionamento sob o ponto de vista mais prtico. Entra em cena o Design Fsico, que
se ocupa de questes de acessibilidade, desempenho, alta disponibilidade, espao real
de armazenamento, custos e outros elementos pertinentes implantao do banco
de dados (STAIR; REYNOLDS, 2015).
A principal ferramenta disposio dos responsveis pelo Design Lgico e pelo

Design Fsico do banco de dados a Modelagem de Dados, que veremos a seguir.
Modelagem de Dados
De acordo com Sikha e Earp (2012), a modelagem de dados uma metodologia

que permite definir visualmente (ilustrar) um banco de dados. Em geral, o produto da
modelagem de dados uma representao grfica dos dados que enfatiza o tipo dos
dados e seu relacionamento. Este tipo de diagramao permite que o usurio derive
significado semntico dos dados, ou seja, permite que os dados sejam contextualizados
e deles possamos conseguir significados mais profundos e significativos do que se
estivssemos olhando para os dados separados.

U3
O processo de modelagem de dados pode ser resumido em quatro passos (que,

de fato, englobam quatro grandes conjuntos de tarefas):
1. Identificar os dados que devem fazer parte do banco de dados, em

nvel conceitual.
2. Identificar as relaes quantitativas entre os dados.
3. Identificar as relaes qualitativas entre os dados.
4. Refinar a representao dos dados, identificando os nveis adequados de

abstrao e, tambm, ajustando os relacionamentos, uma vez que os nveis de
abstrao forem definidos.
Reflita
A identificao dos dados que devem fazer parte do banco de dados de

um sistema de informao tarefa estratgica, que deve ocorrer durante
o planejamento do sistema, na etapa de levantamento de requisitos. Um
levantamento malfeito de requisitos pode gerar um banco de dados
inadequado para resolver os problemas de interesse do cliente (SIKHA;
EARP, 2012).
Um exemplo de dado que podemos identificar para uma base de dados o nome
do indivduo que dever ser cadastrado. Outro exemplo, para fins de relacionamento
quantitativo, o nmero de identificao deste indivduo, que nico para ele, ou seja,
tem um relacionamento 1 para 1 (ou, em notao de banco de dados, 1:1), isto ,
cada indivduo cadastrado tem apenas um nmero de identificao e cada nmero de
identificao se refere a apenas um indivduo cadastrado. Outro dado que podemos
adicionar a este modelo o nmero de telefone celular, que pode ser mais de um
para um nico indivduo. Neste caso, a relao 1:n, ou seja um indivduo pode ter
vrios nmeros de telefone celular, mas cada nmero de telefone celular pertence a
apenas um indivduo. Um terceiro dado em nosso banco de dados hipottico seria
curso, com o objetivo de identificar todos os cursos que os indivduos cadastrados
realizaram ao longo de sua vida acadmica. Neste caso, temos um relacionamento
n:n, ou seja, um determinado indivduo pode ter feito vrios cursos e um determinado
curso pode ter sido feito por vrios indivduos em nossa base de dados.
A Figura 3.3, a seguir ilustra estes conceitos de relacionamento:

U3
Figura 3.3 Relaes 1:1, 1:n e n:n

Celular 1 Curso 1
Nome 1
Nmero
Nome Nome Celular 2 Curso 1
Ident.
Nome 2
Celular 3 Curso 1
Relao 1:1 Relao 1:n Relao n:n

No que concerne s relaes qualitativas entre dados de um banco de dados, o

que preciso definir um verbo que determina esta relao. No exemplo anterior,
temos o dado indivduo (representado por nome) e o dado curso. Podemos, portanto,
estabelecer o verbo conjugado na primeira pessoa do singular fazer (no caso, faz)
como relao entre ambos os dados. A Figura 3.4, a seguir ilustra este conceito de
relacionamento quantitativo:
Figura 3.4 Relao qualitativa entre dados
Faz
Nome Curso
Em alguns casos, o verbo vem dentro de um losango, que conecta os dois dados
Modelo Entidade Relacionamento (MER)
O Modelo Entidade Relacionamento (MER) une os conceitos de relao qualitativa

e relao quantitativa, provendo uma ilustrao grfica que permite identificar os
relacionamentos entre dados de forma simples e rpida. Stair e Reynolds (2015) afirmam
que o desenvolvimento de diagramas MER ajudam a assegurar que a estrutura lgica
da aplicao seja consistente com os relacionamentos entre os dados disponveis no
banco de dados. Em outras palavras, o MER importante como ferramenta para o
desenvolvimento da aplicao, uma vez que auxilia a manter a consistncia lgica do
sistema de informao sendo desenvolvido.
Analisemos, a seguir, a Figura 3.5, que mostra um exemplo de diagrama MER:

U3
Figura 3.5 Exemplo de diagrama MER
Vendedor
Atende
Cliente
Faz
Inclui
Pedido Produtos
Gera
Fatura
Podemos ler este diagrama da seguinte forma: um vendedor atende vrios clientes
(1:n, representado pela linha nica saindo de vendedor e pelas trs linhas chegando
at cliente). Cada cliente faz vrios pedidos (1:n) e cada pedido gera uma fatura (1:1).
Cada pedido tambm inclui vrios produtos (1:n).
Faa voc mesmo
Uma biblioteca tem como entidades de dados os bibliotecrios, os

leitores cadastrados, os livros, os peridicos (revistas), as fichas de
reserva de livros e peridicos e os assuntos a que cada livro ou peridico
pertence. Construa um diagrama MER para esta biblioteca.
Modelo de bancos de dados relacional
Existem muitos modelos de bancos de dados, incluindo arquivos sequenciais (flat

files), modelos hierrquicos, modelos distribudos em rede, entre outros. Entre as
vrias possibilidades de modelos, o modelo de banco de dados relacional emergiu
como o mais popular e sua popularidade s cresce, dadas as enormes vantagens de
flexibilidade e agilidade de acesso que propicia. A forma utilizada para se armazenar
e descrever os dados em um banco de dados relacional a tabela bidimensional de

U3
dados. Uma tabela de dados leva o nome de uma relao e, no nvel, lgico equivale
a um arquivo (STAIR; REYNOLDS, 2015).
Grandes massas de dados podem ser organizadas desta forma, com cada uma das
linhas de uma tabela contendo um registro e cada coluna equivalente a um campo
do registro. Grandes massas de dados podem, desta forma, gerar relaes, que so
armazenadas em tabelas. Uma tabela , portanto, um subconjunto de uma massa
global de dados que compe o banco de dados principal.
A Tabela 3.2, a seguir, mostra dois exemplos de uma base de dados relacional:
Tabela 3.2 Banco de dados relacional
Depto. Nome N. Ger.

037 Finanas 1337
218 Marketing 2879
489 Vendas 1368
N. Ger. Nome Sobren. Admisso Fone

1337 Josnaldo Silva 24/01/2006 555-2324
1368 Marluza Pires 19/03/2010 555-5347
4558 Asclvis Santos 31/03/1998 555-3233
As duas tabelas deste banco de dados de exemplo permitem que faamos relaes
entre os mesmos, pois, se precisamos do telefone do gerente do Departamento
de Vendas, podemos consultar a tabela de departamentos e obter o nmero de
funcionrio deste gerente (no caso, 1368). Consultando a tabela de gerentes, temos
que o nmero de telefone do gerente (que se chama Marluza Pires) 555-5347.
E ser que voc consegue imaginar qual a ferramenta que nos permite fazer
consultas em bancos de dados para obter informaes como no exemplo acima?
Se voc disse por meio das linguagens de programao de bancos de dados que
estudamos na aula passada, voc acertou!
Pesquise mais
Existem vrios recursos na internet que ensinam o bsico sobre bancos
de dados relacionais. Por exemplo, os artigos a seguir apresentam uma
viso inicial que vai te ajudar a entender melhor como funcionam estes

U3
sistemas, absolutamente imprescindveis s solues disponibilizadas hoje

em dia:
<http://www.cos.ufrj.br/~marta/BdRel.pdf>. Acesso em: 23 jan. 2016.

<http://ehgomes.com.br/disciplinas/bdd/sgbd.php>. Acesso em: 23 jan.
2016.
<http://br.ccm.net/contents/872-oracle-introducao-ao-sgbd-oracle>.
Acesso em: 23 jan. 2016.
Principais Sistemas de Bancos de Dados Disponveis
Existem hoje no mercado dezenas de Sistemas de Gerenciamento de Bancos de

Dados Relacionais disposio de usurios e desenvolvedores de sistemas. Alguns
dos principais so (STAIR; REYNOLDS, 2015):
Microsoft Access Sistema de banco de dados de usurio nico, gerando

bancos de dados relacionais para um nico usurio. til para organizar dados
pessoais e se integra de forma bastante natural com a sute de programas
Microsoft Office, em especial com o Microsoft Excel.
MySQL Sistema de banco de dados multiusurio de cdigo aberto (

gratuito, de uso pblico, e o cdigo pode ser modificado pelo usurio). Trata-
se de um sistema bastante utilizado em sistemas distribudos, hoje em dia,
principalmente em sites web e em aplicaes mveis que acessam bancos de
dados centralizados.
DB2 Sistema de banco de dados multiusurio da IBM, desenvolvido para

rodar em Mainframes, mas que hoje em dia foi portado at para o sistema
operacional de cdigo aberto Linux.
Oracle Principal soluo corporativa de banco de dados multiusurio

disponvel no mercado. Escalvel para bases de dados de grande porte,
podendo ser distribuda em vrios dispositivos de hardware (tambm fornecidos
pela Oracle). O mais usado para sistemas de misso crtica com grandes bases
de dados.
AWS (Amazon Web Services) A AWS um conjunto de servios de SaaS

(Software as a Service) oferecidos pela empresa norte-americana de vendas de
varejo Amazon, que inclui, entre outros, servios de gerenciamento de banco
de dados relacionais. Neste caso, o cliente no precisa se preocupar com
hardware, software, rede, implantao ou manuteno do SGBD, que fica por
conta da Amazon. Vrios fornecedores esto comeando a oferecer servios
semelhantes ao da AWS, entre eles o Google, a Oracle e a Intuit.

U3
Sem medo de errar

Agora que entendemos um pouco mais acerca dos sistemas de gerenciamento
de bancos de dados relacionais, podemos retomar nossa conversa com Marlene,
no mesmo?
Uma vez que o projeto j est com a arquitetura adiantada (e aqui podemos
argumentar que a arquitetura do sistema de informao nunca fica realmente
pronta, uma vez que o sistema sempre passa por evolues e manutenes) e que
as ferramentas de desenvolvimento j foram escolhidas (linguagens e ambientes de
programao), hora de definirmos como ser o banco de dados do sistema.
Retomando as questes a serem respondidas nesta fase, temos: quais informaes

devero fazer parte do banco de dados? Como fazer a modelagem dos dados para que
o sistema tenha um desempenho timo? Qual o gerenciador de bancos de dados mais
adequado para o projeto? Onde sero armazenados e como podem ser recuperados
os dados? O banco de dados deve ser distribudo ou pode ser centralizado? Vamos s
respostas, que sero apresentadas Marlene em um relatrio especfico acerca das
orientaes para o banco de dados:
Com base no levantamento de requisitos feito durante a etapa de arquitetura,

muitas das questes acerca das informaes que devero ser disponibilizadas
no banco de dados j tero sido respondidas. Nesta etapa, deve haver um
refinamento destas respostas por meio de uma nova rodada de entrevistas com
os profissionais da estrutura de Marlene que faro uso do banco de dados e das
informaes l contidas.
A modelagem dos dados ser feita por meio de um diagrama MER, a ser
pensado em conjunto por representantes das reas para as quais o banco de
dados mais crtico (administrao, finanas, vendas, logstica e estoque). O
diagrama MER resultante ser traduzido para um conjunto de tabelas, que
comporo o banco dedado relacional.
Como o sistema de informao ser essencialmente um site de comrcio
eletrnico, a ser hospedado em algum prestador de servios, o banco de dados
pode ser o MySQL, que uma soluo robusta, flexvel, com grande nmero
de profissionais de TI que com ela tm bastante familiaridade, e que no gera
necessidade de investimento para Marlene, por ser uma soluo Open Source.
O armazenamento dos dados pode ser feito em mquina adjacente
mquina que vai conter o sistema de informao e a garantia dos dados pode
ser feita por meio de backups dirios realizados remotamente para um servidor
de backup hospedado no escritrio de Marlene. Desta forma, os dados podem
ser recuperados instantaneamente de seu armazenamento principal e com
pouqussimo trabalho de seu armazenamento secundrio.

U3
Em funo de a operao de Marlene ser inicialmente circunscrita regio

Metropolitana de Campinas, o banco de dados pode ser centralizado. Esta
situao pode mudar, no futuro, se Marlene decidir expandir seus negcios para
outras regies geogrficas. Neste caso, o banco de dados pode ter instncias
distribudas por cada uma das localidades atendidas (at porque os estoques e
os clientes sero diferentes), com a consolidao sendo feita em um banco de
dados central na matriz da empresa.
Ateno!
Estamos assumindo que o negcio, em seu estado atual, se limita a uma

regio geogrfica, com apenas um conjunto de clientes e apenas um
estoque de produtos.
Lembre-se
O diagrama MER importantssimo para que se possa estabelecer e

testar mentalmente a lgica das relaes entre os dados. a ferramenta
principal da modelagem de dados e nenhum banco de dados pode ser
dito coerente e coeso sem um processo formal de modelagem de dados.
Avanando na prtica
Pratique mais
Instruo
seus colegas.
Definindo o banco de dados do sistema de informao

de rea relacionadas a informao e a comunicao.
Conhecer sobre os principais conceitos que dizem respeito
2. Objetivos de aprendizagem ao banco de dados relacional que serve a um sistema
de informao.
3. Contedos relacionados Arquitetura de sistemas, gesto do conhecimento, data mining.
Ana a proprietria de uma loja de antiguidades em sua

cidade e, frustrada por no conseguir atender clientes que
4. Descrio da SP buscam determinados tipos de objetos que no so comuns
na regio onde vive, ela teve uma ideia muito boa: criar um site
centralizado onde as inmeras lojas de antiguidade espalhadas

U3
pelo Brasil possam cadastrar seu estoque e vender para

qualquer cliente em qualquer parte do pas (ou do mundo).
Ao divulgar sua ideia, Ana recebeu 283 pedidos de cadastro de
lojas de antiguidades localizadas em quase todos os Estados
do pas, s na primeira semana de divulgao. Os responsveis
pelo desenvolvimento da soluo de banco de dados esto
preocupados com algumas questes especficas neste
momento. So elas:
Duas tabelas so chave neste banco de dados, uma
diz respeito ao item de antiguidade e outra loja de
antiguidades. Que dados devem fazer parte de cada uma
destas tabelas?
O banco de dados, neste caso, deve ser centralizado ou
distribudo? Por qu?
De fato, as tabelas de item de antiguidade e loja de
antiguidade so centrais ao banco de dados. A tabela de
item de antiguidade deve conter informaes que permitam
identificar o item e, portanto, podemos incluir: nmero
descritor nico, nome do item, tipo do item (pode ser um
utenslio domstico, um mvel, um objeto de arte, etc.)
a descrio do item, o preo do item. No caso da loja de
antiguidade, a tabela pode ser: nmero identificador da loja,
nmero identificador do proprietrio/responsvel, nome da
loja, endereo da loja.
Quanto centralizao ou descentralizao do banco de
5. Resoluo da SP
dados, dado o volume e a disperso geogrfica das lojas,
mais indicado que o banco de dados seja descentralizado,
com uma base central apenas para a consolidao dos dados.
Desta forma, as lojas de antiguidades mantm uma base local
com todo o estoque, e a base central mantm uma mquina
de busca que auxilie o cliente a encontrar o que busca, com
um descritivo visual e escrito de cada item, bem como com
um apontador interno para a loja que de fato armazena e
disponibiliza aquele item. O pedido feito na base de dados
central, e encaminhado para a loja de antiguidade que vai
efetivar a venda.
Lembre-se
Uma vez determinada a relao qualitativa de um dado com outro (por

meio de um verbo no presente do indicativo, na primeira pessoa do
singular), importante identificar a relao quantitativa.
Faa voc mesmo
RODRIGUES, Joel. Modelo Entidade-Relacionamento e Diagrama

Entidade-Relacionamento. Disponvel em: <http://www.devmedia.
com.br/modelo-entidade-relacionamento-mer-e-diagrama-entidade-
relacionamento-der/14332>. Acesso em: 24 jan. 2016.

U3
Depois, resolva os exerccios contidos na lista a seguir:
CIFERRI, Cristina Dutra de A. Lista de exerccios Modelo Entidade-

Relacionamento. Disponvel em: <http://wiki.icmc.usp.br/images/7/7a/
Mat02_exerc.pdf>. Acesso em: 24 jan. 2016.
Faa valer a pena!
1. Observe os itens a seguir, que se referem ao gerenciamento de

informaes em uma instituio:
I. Determinar quais informaes sero necessrias.
II. Adquirir as informaes necessrias.
III. Organizar as informaes disponveis de maneira significativa para a
instituio.
IV. Garantir a qualidade da informao.
So necessrias ferramentas de hardware e software para se realizar

quais destes itens?
e) I, II, III e IV.
2. Na definio mais ampla e generalista, um banco de dados nada mais

do que uma coleo organizada de dados. Assinale a alternativa a seguir
que s contm exemplos de banco de dados, nesta definio ampla:
a) Agenda telefnica, planilha eletrnica, baralho.
b) Folhas em uma rvore, caderno de receitas, baralho.
c) Lista de aprovados no vestibular, cabelos em uma cabea, caderno
de receitas.
d) Baralho, areia em uma praia, planilha eletrnica.
e) Areia em uma praia, folhas em uma rvore, cabelos em uma cabea.

U3
3. Analise as asseres a seguir:

I. Uma base de dados disponibiliza ferramentas para o armazenamento
e a manipulao de dados.
PORQUE
II. Uma base de dados relacional permite a correlao dos dados.
Analisando-se as asseres acima, conclui-se que:

a) As duas afirmaes so verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
b) As duas afirmaes so verdadeiras, e a segunda no justifica a
primeira.
c) A primeira afirmao verdadeira, e a segunda falsa.
d) A primeira afirmao falsa, e a segunda verdadeira.
e) As duas afirmaes so falsas.

U3

U3
Seo 3.4
Ferramentas CASE
Dilogo aberto
Voc j caminhou bastante nesta jornada do desenvolvimento de sistemas de

informao, assunto principal desta terceira unidade, no mesmo? Voc comeou
por analisar como deve ser feita a arquitetura do sistema, depois entendeu como deve
ser feita a definio das linguagens de programao a serem adotadas e na aula passada
entrou em contato com os aspectos mais relevantes do sistema de gerenciamento
de banco de dados. Com todos estes elementos j definidos, agora est na hora de
voc focar sua ateno em aspectos mais prticos do design e do desenvolvimento
dos sistemas de informao. E, para tanto, hora de descobrir como as ferramentas
automatizadas podem facilitar a criao e a implantao de sistemas de informao,
assunto que fecha esta nossa Unidade 3.
Estas ferramentas levam o nome de Ferramentas CASE. A sigla CASE, em
portugus, significa Engenharia de Software (ou de Sistemas, segundo algumas
tradues) Auxiliada por Computador, e so exatamente o que o nome diz: um
conjunto de ferramentas desenvolvidas com o intuito de facilitar os vrios aspectos da
criao e da implantao de ferramentas de software.
Nesta etapa do projeto de Marlene, voc definir as Ferramentas CASE que sero
utilizadas na automatizao das vrias tarefas ligadas ao desenvolvimento do sistema
de loja de convenincia on-line e defender suas escolhas junto proprietria. Lembre-
se: Ferramentas CASE, como quaisquer ferramentas, no fazem parte da entrega final,
e, portanto, os custos destas devem ser comedidos e sero distribudos por vrios
projetos, no podendo ser repassados em sua totalidade para o projeto em questo.
Quais ferramentas sero teis em quais fases do projeto? Para que exatamente estas
ferramentas sero usadas? Tero custos, e estes custos podem ser escalonados no
projeto? Estes so seus desafios.
Pronto para o trabalho?
Ento vamos l!

U3
No pode faltar
O que so Ferramentas CASE? Para que servem? Em que aspectos especficos elas
auxiliam no desenvolvimento de um sistema de informao? Estas e outras perguntas
devem estar na sua mente neste momento, e no para menos, pois at agora voc
provavelmente no sabia que estas ferramentas existiam.
Mas o fato que o uso de ferramentas no apoio ao design, engenharia e

implantao de sistemas de informao no um assunto novo. A ttulo de exemplo,
Teichroew e Hershey (1976) j descreviam na dcada de 1970 uma tcnica para anlise
de problemas e documentao do processo de criao de sistemas automatizados.
Esta tcnica, conhecida como PSL/PSA (Problem Statement Language/ Problem
Statement Analyzer, ou Linguagem de Definio de Problemas/analizador de
Definio de Problemas), facilitada por uma ferramenta que auxilia na anlise e na
documentao dos problemas a serem resolvidos por meio de sistemas de informao.
Ou seja, no um assunto novo. Vamos, a partir de agora, entender um pouco mais o
que so, para que servem e como funcionam as Ferramentas CASE.
Ferramentas CASE: o que so elas?
A sigla CASE significa Computer-Aided Software Engineering, ou Engenharia de

Software Auxiliada por Computador. Mesmo que esta expresso seja mais aceita para
explicar a sigla, Silva e Videira (2001) apresentam, tambm, para o significado do A os
termos Assisted e Automated, ou assistido e automatizado. J o S tambm pode
ser Systems, ou sistemas, o que aumenta a abrangncia daquilo que as ferramentas
auxiliam (ou assistem, ou automatizam), pois, no caso dos sistemas, os componentes
vo muito alm s do software, tendo o hardware, a rede e os servios tambm
relevncia no que est sendo criado.
Assimile
A sigla CASE foi utilizada formalmente pela primeira vez em 1982,

pela empresa Nastec Corporation, mas, como afirma o pesquisador
Albert Case, por no ser um termo oficial criado por uma instituio
de padronizao, seu significado sofreu pequenas variaes ao longo
do tempo. Uma observao importante: a sigla CASE no foi usada
em funo do nome do pesquisador, e apenas uma coincidncia
(CASE, 1985).

U3
Apesar de o termo CASE no conter a palavra ferramenta, a expresso auxiliado

por computador nos remete a esta palavra, pois, em si, os computadores so
ferramentas que nos auxiliam em inmeras tarefas do dia a dia. Quando falamos de
CASE, portanto, estamos falando de um conjunto de tcnicas e ferramentas que tm
por objetivo (SILVA; VIDEIRA, 2001):
Auxiliar na identificao das atividades e a interao entre elas, usurios e

sistemas e, ainda, na compreenso de sua arquitetura.

Auxiliar na definio, acompanhamento e controle das tarefas de
desenvolvimento do sistema.
Reduzir a complexidade do projeto por meio de sua diviso em pores

menores e mais facilmente gerenciveis.
Reduzir o esforo de desenvolvimento por meio da sistematizao de etapas

e organizao do trabalho a ser realizado.
Aumentar a consistncia do projeto e a coeso dos mdulos do sistema, por

meio de ferramentas de verificao.
Facilitar a manuteno futura do sistema por meio de ferramentas de

documentao.
Pelos objetivos expostos acima, fica fcil perceber que as Ferramentas CASE
so muitas e com propsitos bastante variados. Vamos entender, ento, como se
classificam estas ferramentas.
Reflita
Da mesma forma que as ferramentas de nosso dia a dia (celular, automvel,

computador, etc.) facilitam enormemente nossa vida, as Ferramentas
CASE facilitam a vida dos responsveis pelo desenvolvimento de sistemas
de informao.
Classificao de Ferramentas CASE
A classificao e Ferramentas CASE um processo arbitrrio, emprico, isto , feito

de acordo com as intenes de quem faz esta classificao. Uma das classificaes
mais usadas cataloga as ferramentas de acordo com a fase do desenvolvimento em
que so usadas. Coronel, Morris e Rob (2012) descrevem duas categorias: Ferramentas
CASE Frontend, que do apoio s fases de anlise, planejamento e design, e
Ferramentas CASE Backend, que do apoio s fases de codificao e implementao.
Esta mesma classificao de fases em que as ferramentas so usadas leva um nome

U3
diferente na definio de Silva e Videira (2001), sendo que esta segunda a definio
mais conhecida e utilizada no mercado at os dias de hoje:
Ferramentas Upper-CASE o nome vem de um trocadilho em ingls, pois

a expresso upper case quer dizer letra maiscula. Trata-se das ferramentas
utilizadas em tarefas de mais alto nvel, tais como a anlise, o planejamento e
o design dos sistemas de informao. Alguns exemplos (CORONEL; MORRIS;
ROB, 2012):
o Corporate Modeler Suite, da empresa Casewise, uma sute de

ferramentas de modelagem de sistemas corporativos.
o ERwin, da Computer Associates, uma ferramenta para modelagem

de dados em sistemas de grande porte.
o Visio Professional, da Microsoft, uma ferramenta para design visual

de sistemas e relacionamentos.
o SQL Developer Data Modeler, da Oracle, uma ferramenta de design

de bancos de dados e modelagem de dados que se integra com as
solues de SGBD da Oracle.
o Rational Software Architect, da IBM, um ambiente completo de

modelagem e desenvolvimento que se integra com as linguagens
C++ e Java.
o PowerDesigner, da empresa SAP, uma ferramenta de design e

arquitetura de sistemas de informao.
o Visible Analyst, da empresa Visible, uma ferramenta para anlise

e design de sistemas com apresentao visual entre mdulos e
relacionamentos.
Ferramentas Lower-CASE Mais um trocadilho em ingls, pois a expresso

lower case significa letra minscula. Esta categoria engloba as ferramentas que
so usadas nas fases posteriores ao design do sistema, em sua codificao e
implantao. Alguns exemplos (SILVA; VIDEIRA, 2001):
o Visual Basic e Visual C++, da Microsoft, ambientes de desenvolvimento

de software nas linguagens Basic e C+, respectivamente.
o PowerBuilder, da empresa SAP, ambiente de desenvolvimento que

integra aplicaes aos sistemas de bancos de dados providos pela SAP.
o ClearQuest, da IBM, uma ferramenta para gerncia de mudanas,

que auxilia na organizao das tarefas de manuteno e atualizao
de sistemas.

U3
o TestWorks, da Software Research, uma sute de ferramentas para

testes de software.
o Microsoft Project, da Microsoft, uma ferramenta para gerncia de

projetos e acompanhamento de tarefas.
Ferramentas Integrated-CASE Conceito mais recente (Dcada de 2000).

As Ferramentas CASE assim categorizadas auxiliam tanto nas tarefas de
modelagem (podendo ser consideradas, ento, como Upper-CASE) quanto nas
tarefas de codificao (podendo ser consideradas, ento, como Lower-CASE).
Exemplo:
o DBDesigner4, da fabFORCE, uma ferramenta de cdigo aberto

para modelagem de dados que tambm gera cdigo SQL e auxilia na
monitorao e manuteno do cdigo e dos modelos gerados.
Exemplificando
O desenvolvimento de um sistema de informao de controle de estoque

para uma padaria pode se beneficiar (e muito!) do uso de ferramentas CASE.
Podemos utilizar o PencilProject (uma alternativa gratuita ao Microsoft
Visio): <http://pencil.evolus.vn/Default.html>. Acesso em: 2 fev. 2016.
Para a modelagem do sistema, utilizamos o DBDesigner4: <http://www.

fabforce.net/dbdesigner4/>. Acesso em: 2 fev. 2016.
Para modelagem dos dados e gerao do cdigo SQL, usamos o Gantter

(alternativa gratuita ao Microsoft Project): <http://gantter.com>. Acesso
em: 2 fev. 2016.
Outra categorizao til das Ferramentas CASE diz respeito ao seu propsito,
ou seja, qual sua funo dentro do projeto de desenvolvimento de um sistema de
informao? Podemos ento apresentar as seguintes categorias de Ferramentas CASE
(SILVA; VIDEIRA, 2001):
Modelagem e Processos de Negcio Trata-se de ferramentas para

modelagem e anlise dos processos de um negcio, a serem endereados
pelo sistema de informao.
Modelagem, Anlise e Desenho de Sistemas Podemos nesta categoria

inserir a maioria das Ferramentas CASE reconhecidas como sendo de fato
Ferramentas CASE. No que as demais no sejam, mas esta categoria a que
popularizou o termo CASE.
Desenho de Bancos de Dados So ferramentas que utilizam os elementos

definidos nas duas categorias anteriores e os traduzem para modelos de dados
a serem futuramente implantados no SGBD.

U3
Programao de Aplicaes Ambientes de criao, compilao e

refinamento de cdigo. aqui que tudo aquilo que foi modelado nas
ferramentas anteriores se transforma efetivamente em cdigo executvel. Em
outras palavras, aqui que os sistemas so formalmente criados.
Gerncia de Mudanas Aplicaes que do apoio criao de software,

organizando o acesso ao cdigo sendo criado por equipes de desenvolvimento,
de forma que as verses sejam consistentes, por meio de bloqueios a partes do
cdigo sendo modificadas por algum usurio.
Testes de Software Ferramenta para sistematizao, acompanhamento

e documentao de testes de software. As ferramentas trabalham por meio
a criao de regras de teste e casos de uso a serem testados, permitindo
seu acompanhamento por parte dos desenvolvedores responsveis por
eventuais correes.
Gerenciamento de Projetos Ferramentas para o acompanhamento das

fases do projeto, por meio do agendamento de tarefas e alocao de recursos
(pessoas e insumos).
Pesquise mais
O consultor e pesquisador Vagner Vilela de Oliveira publicou uma srie
de pequenos artigos acerca de vrias ferramentas CASE de mercado. Na
primeira parte, ele faz uma comparao entre o Case Studio 2, o Dr. Case,
o ERwin, o Visio e o Together, e nas quatro partes subsequentes o autor
detalha cada uma das solues comparadas. Vale a pena conferir!
OLIVEIRA, V. Ferramentas CASE Parte I, 2013. Disponvel em: <http://

www.devmedia.com.br/ferramentas-case-parte-i/1505>. Acesso em: 02
fev. 2016.
Faa voc mesmo
Voc sabia que existem vrias Ferramentas CASE gratuitas para testes
disponveis na internet? Trs solues bastante interessantes so:
Advanced Combinatorial Testing System (ACTS) Disponvel em:

<http://csrc.nist.gov/groups/SNS/acts/documents/comparison-
report.html>. Acesso em: 02 fev. 2016.

U3
Open2Test Disponvel em: <http://www.open2test.org>.

Acesso em: 02 fev. 2016.
Software Testing Automation Framework (STAF) Disponvel

em: <http://staf.sourceforge.net>. Acesso em: 02 fev. 2016.
Quais so as caractersticas e objetivos de cada uma destas solues?

Em que casos cada uma delas mais indicada? Quais as vantagens e
desvantagens quando comparamos as trs?
Vantagens e desafios das Ferramentas CASE
Quando uma empresa adota Ferramentas CASE (ou, de fato, quaisquer outras
ferramentas com base em computadores), adiciona s suas tarefas o potencial para
melhorar a qualidade dos resultados, uma vez que os computadores eliminam muitas
das incertezas que ns, humanos, trazemos para qualquer processo. O fato de os
computadores fazerem exatamente aquilo que a eles pedimos dado que lhes
peamos para fazer coisas dentro de seus limites de ao garante esta vantagem,
uma vez que o mesmo no pode ser afirmado com relao ao componente
humano: ns erramos, nos esquecemos, adoecemos e sofremos toda uma gama
de situaes que tm o potencial de influenciar negativamente nosso desempenho.
Da as vantagens da automatizao. No caso das Ferramentas CASE, Silva e Videira
(2001) apontam vrias vantagens em sua adoo no desenvolvimento de sistemas de
informao, a saber:
Uniformidade de Resultados Os processos automatizados pelas

Ferramentas CASE, bem como os resultados gerados se tornam familiares em
funo de sua uniformidade, o que facilita sua compreenso e agiliza a ao das
partes envolvidas.
Reutilizao de Resultados Muitos dos resultados finais e intermedirios

podem ser reutilizados em projetos futuros, o que mais uma vez garante a
familiaridade e a agilidades de ao.
Automatizao O prprio fato de as tarefas serem realizadas por

ferramentas, por definio, automatizar o processo em questo. Esta
automatizao gera em segundos o que demoraria horas (ou dias, ou
semanas) para uma pessoa gerar.
Reduo do tempo de desenvolvimento Um resultado bvio da

automatizao de processos a reduo do tempo envolvido nas tarefas de
desenvolvimento.

U3
Integrao A utilizao de ferramentas gera resultados intermedirios e

finais (chamados de artefatos). Desde o incio da utilizao mais generalizada
de Ferramentas CASE busca-se garantir a compatibilidade destes artefatos, de
forma que os resultados gerados por uma ferramenta possam ser usados como
insumo em outras.
Consistncia demonstrvel Os resultados gerados por uma ferramenta
podem ser comprovados em outras, aumentando a garantia de consistncia
dos sistemas de informao desenvolvidos por meio das mesmas.
Aumento da Qualidade Todos os itens aqui listados contribuem sobremaneira
para o aumento da qualidade dos resultados do desenvolvimento.
Em que pesem as vantagens listadas acima serem bastante superiores s
desvantagens e justificarem a adoo de Ferramentas CASE, importante destacar
que tambm h desafios a serem considerados, e que precisam ser equacionados
quando de sua adoo. Silva e Videira (2001) citam trs desafios importantes:
Em primeiro lugar, a adoo de Ferramentas CASE pode gerar expectativas
surreais na instituio que as adota. Sim, so teis e facilitam bastante o trabalho
de desenvolvimento. Contudo, no resolvem todos os problemas e no devem
ser responsabilizadas quando o componente principal a capacidade de
estratgia e coordenao que sempre dever estar sob nossa responsabilidade
falhar.
Outro ponto importante a curva de aprendizado que exige tempo e em alguns
casos impacta o cronograma de desenvolvimento. Se a ferramenta ser usada em
muitos projetos, este impacto relativo e pode ser minimizado, por meio de descontos
oferecidos ao cliente em questo.
Um terceiro elemento o custo das Ferramentas CASE. Alguns destes custos no
podem ser evitados (ex.: ferramentas de codificao de software). Contudo, alguns
deles so opcionais e, mesmo que as ferramentas sejam de grande utilidade no
processo de desenvolvimento, seu alto custo pode ser postergado, caso a empresa
no tenha os recursos financeiros necessrios para o investimento. A alternativa?
Existem muitas Ferramentas CASE gratuitas disposio dos desenvolvedores.
Sem medo de errar

Como sua empresa uma empresa com grande capacitao, mas ainda iniciante
no mercado, e considerando que o projeto de Marlene conta com recursos limitados,
a definio das Ferramentas CASE deste projeto deve seguir no sentido de se encontrar
ferramentas que ao mesmo tempo sejam teis e de baixo custo (ou, gratuitas, o que
seria melhor ainda).

U3
Uma busca por Ferramentas CASE de baixo custo ou gratuitas aponta para solues
bastante teis e interessantes para este projeto, por exemplo:
CMAP Tools Ferramenta gratuita para criao de mapas conceituais, muito

utilizada na fase de arquitetura de sistemas. Disponvel em: <http://cmap.ihmc.
us>. Acesso em: 03 fev. 2016.
Pencil Project Ferramenta gratuita para diagramao. Uma excelente

alternativa ao Microsoft Visio, que facilita a visualizao dos mdulos e seus
relacionamentos na fase de design de um sistema de informao. Disponvel
em: <http://pencil.evolus.vn>. Acesso em: 03 fev. 2016.
Visual Paradigm Ferramenta gratuita de modelagem de estruturas de

informao e modelagem de dados, que auxilia a desenhar o banco de dados
e a estrutura de processamento de informaes do projeto por meio da UML,
Unified Modelling Language. Disponvel em: <http://www.visual-paradigm.
com/solution/freeumltool/>. Acesso em: 03 fev. 2016.
Anjuta Soluo gratuita de desenvolvimento classificada como IDE

(Integrated Development Environment) que engloba: editor e compilador de
cdigo em C++, controle de verses de software para times de desenvolvimento
e depurador de cdigo, entre outras ferramentas para criao de cdigo.
Disponvel em: <http://anjuta.org>. Acesso em: 03 fev. 2016.
Gantter Soluo gratuita, com base na web para gerenciamento de projetos,

sendo uma excelente alternativa ao Microsoft Project. Disponvel em: <http://
gantter.com>. Acesso em: 03 fev. 2016.
Conseguimos ferramentas de alto valor agregado para a soluo e com o bnus

de serem todas gratuitas, no aumentando nem os custos da empresa, nem o preo
do projeto de Marlene.
Ateno!
Ferramentas CASE no fazem parte das entregas do projeto e, portanto,

seu custo no pode ser passado integralmente para o cliente. Alternativas
de baixo custo ou gratuitas existem e so bastante teis para empresas de
pequeno porte.

U3
Lembre-se
Mesmo que no seja obrigatria a adoo de Ferramentas CASE em

um projeto, estas ferramentas trazem inmeras vantagens para quem as
adota, principalmente o aumento da qualidade do projeto em si.
Avanando na prtica
Pratique mais
Instruo
seus colegas.
Defendendo o uso das ferramentas CASE para o cliente

Conhecer os principais conceitos envolvidos na seleo e no
uso das Ferramentas CASE. Mostrar as diferentes categorias
2. Objetivos de aprendizagem das Ferramentas CASE, seus exemplos amplamente utilizados
no mercado, alm de suas vantagens, bem como alertar o aluno
para os desafios enfrentados na adoo destas ferramentas.
Tecnologias de desenvolvimento de sistemas: Ferramentas
CASE, suas classificaes e demais tecnologias.
Francisco o proprietrio de uma farmcia e buscou sua
empresa para discutir a possibilidade de automatizar o controle
do estoque de seus medicamentos e produtos venda na
farmcia. Francisco veio procurar voc contrariado, pois do
auge de seus 87 anos de idade, sempre administrou a farmcia
(que ele carinhosamente chama de botica) sem a ajuda de
qualquer elemento informatizado. Apesar de Francisco ser uma
4. Descrio da SP pessoa difcil, voc decidiu aceitar o desafio. Tendo mostrado
as etapas do projeto para Francisco, voc comeou a falar
acerca das Ferramentas CASE que vo auxiliar no projeto e,
neste ponto, o cliente se mostrou bastante incomodado: ele
no entende para que servem.
Sua tarefa explicar o que so e quais as vantagens da adoo
de Ferramentas CASE para Francisco, de forma que ele entenda
e concorde que de fato sero teis ao projeto.
Vrias vantagens podem ser citadas para a adoo de
Ferramentas CASE, mas, neste caso especfico, citar, por
exemplo, Uniformidade, ou Consistncia Demonstrvel no
tende a surtir o efeito desejvel, uma vez que so conceitos
5. Resoluo da SP muito distantes da realidade de Francisco.
Voc deve citar a automatizao de tarefas, pois possvel
explicar que um processo automatizado desde que
coordenado e bem supervisionado por uma pessoa tende
a gerar melhores resultados do que se fosse feito

U3
manualmente. Deve citar, tambm, a reduo dos tempos de

desenvolvimento, um resultado direto da automao (este
argumento deve fazer muito sentido para Francisco). Por
fim, voc pode tambm citar que a adoo de Ferramentas
CASE no precisa, necessariamente, aumentar os custos do
projeto, uma vez que h vrias ferramentas disponveis de uso
gratuito, cabendo no oramento de Francisco.
Lembre-se
Uma enorme vantagem da adoo de Ferramentas CASE que, em

ltima instncia resulta das demais vantagens proporcionadas por tais
ferramentas o aumento da qualidade dos resultados.
Faa voc mesmo
A modelagem de dados uma etapa importante em qualquer projeto

de sistema de informaes. Com o objetivo de facilitar este processo de
modelagem, foi criada a UML Unified Modeling Language. Faa uma
pesquisa sobre o que vem a ser e como os desenvolvedores podem se
beneficiar da UML.
Faa, tambm, um comparativo entre as principais solues de UML

gratuitas disposio dos desenvolvedores. Um bom lugar para comear
o site DevCurry, que abriga uma excelente discusso acerca destas
ferramentas. Disponvel em: <http://www.devcurry.com/2010/06/free-
open-source-uml-tools.html>. Acesso em: 04 fev. 2016.
Faa valer a pena!
1. As Ferramentas CASE so utilizadas para auxiliar no processo de

desenvolvimento de sistemas de informao e devem ser teis neste
processo. Analogamente, assinale a alternativa que contm apenas
ferramentas que auxiliam o Homem nas situaes a seguir.
a) Usar bicicleta para transportar uma pessoa, usar as mos para fazer
um bolo, usar um culos para ler um livro.
b) Usar uma agenda para lembrar um compromisso, usar um garfo para
escrever um livro, usar uma p para cavar um buraco.

U3
c) Usar uma colher de pau para mexer um doce, usar um telefone para
falar com algum em outra cidade, usar uma chave de fenda para
apertar um parafuso
d) Usar uma batedeira e um forno para fazer um bolo, usar um garfo
para escrever um livro, usar uma p para transportar um doente.
e) Usar uma maca para transportar um doente, usar uma serra eltrica
para cortar manteiga, usar uma bomba de suco para tirar a gua de
uma piscina.
2. A sigla CASE pode significar:

a) Computer Advanced Software Engineering.
b) Computer Automated Systems Engineering.
c) Computer Aided Symptoms Engineering.
d) Computer Aided Systems Enterprises.
e) Computer Aided Software Enterprises.
3. Analise os itens a seguir:
I. Auxiliar no desenho do sistema a ser desenvolvido.

II. Auxiliar na definio, acompanhamento e controle das tarefas de
desenvolvimento do sistema.
III. Reduzir a complexidade do projeto por meio de sua diviso em
pores menores e mais facilmente gerenciveis.
IV. Reduzir o esforo de desenvolvimento por meio da sistematizao
de etapas e organizao do trabalho a ser realizado.
So objetivos das Ferramentas CASE os itens:

e) I, II, III e IV.

U3
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VAN DER LANS, R. Introduction to SQL: mastering the relational database language.
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Unidade 4
GESTO DA INFORMAO E
DO CONHECIMENTO
Convite ao estudo
D para acreditar que voc j est iniciando a ltima unidade destes nossos
estudos acerca dos sistemas de computao e informao? Caminhamos
bastante, tendo comeado esta jornada para aprender sobre os sistemas de
informao, que hoje so ferramentas fundamentais para o bom funcionamento
de inmeros aspectos da sociedade contempornea.
Hoje em dia difcil imaginar algum aspecto de nossas vidas que no se
beneficie (ou que no dependa) dos sistemas de informao. E quanto mais
sistemas desenvolvemos para nos auxiliar nas tarefas do dia a dia; quanto mais
dados coletamos, organizamos e processamos; quanto mais transformamos
dados em informaes, informaes em conhecimento; e quanto mais
conhecimento acumulamos, mais complexa fica toda esta infraestrutura de
sistemas de informao da qual dependemos. A partir de agora, nessa nossa
ltima unidade, voc vai entrar em contato com as tcnicas mais novas e
eficientes para utilizar adequadamente e aproveitar ao mximo toda esta
gigantesca massa de dados que temos nossa disposio.
Nesta unidade voc entrar em contato com vrias tcnicas que visam
auxiliar organizaes (empresas, ONGS, instituies de ensino e pesquisa,
rgos governamentais, etc.) a lidarem com as informaes que, ao longo
de sua existncia, coletam, armazenam e utilizam em suas aes dirias.
Se o objetivo geral desta disciplina conhecer e compreender as principais
tecnologias relacionadas informao e comunicao. O centro de nossas
atenes nessa unidade final ser a Gesto do Conhecimento. Para tanto, os
objetivos a serem atingidos nas quatro sees subsequentes so:
1. Conhecer a definio e os conceitos bsicos da gesto da informao e
da gesto do conhecimento.
2. Conhecer os principais conceitos e a aplicabilidade da Inteligncia de
Negcios (Business Intelligence).
U4
3. Conhecer os conceitos de Data Warehouse, bem como as principais

tcnicas para lidar com grandes quantidades de dados (Big Data).
4. Conhecer as principais tcnicas e aplicaes de Data Mining.
Na Seo 4.1 voc entrar em contato com os princpios gerais da Gesto
do Conhecimento, entendendo como funciona este ramo da Tecnologia da
Informao e como ele auxilia as organizaes a tomarem melhores decises.
Na Seo 4.2 voc aprender o que Business Intelligence (Inteligncia de
Negcios), suas tcnicas e aplicaes.
Na Seo 4.3 voc aprender como coletar, analisar e gerenciar grandes
quantidades de dados, por meio das tcnicas de Data Warehouse (Armazm
de Dados).
Na Seo 4.4 voc aprender como identificar informaes teis, que
possam estar perdidas em grandes bases de dados, por meio das tcnicas de
Data Mining (Minerao ou Garimpo de Dados).
A Dra. Grasiella Bastos uma famosa cirurgi cardaca que, ao longo de
uma carreira de sucesso, criou uma rede de sade chamada Corao DOr,
composta por hospitais, laboratrios de anlise clnicas, centros de tratamento
e fisioterapia e at mesmo academias de ginstica especializadas para pacientes
cardacos. Em operao h mais de 30 anos, a rede Corao DOr referncia
em cardiologia no Brasil e no mundo e j est em processo de expanso para a
Europa e para os EUA. Em meio a seus projetos de expanso para outros pases,
a diretoria da Corao DOr vem enfrentando alguns desafios na rea de TI. O
desafio mais crucial, segundo o Sr. Reginaldo Gomes, VP de TI da instituio, a
organizao de todos os dados e todas as informaes coletados ao longo das
mais de trs dcadas de operao da rede, de modo que possam ser utilizados
em decises estratgicas do conglomerado, permitindo a consolidao da
liderana da instituio nos mercados em que atua.
Em uma situao assim, ou seja, na situao em que uma instituio tem
vastas quantidades de dados, coletados ao longo de dcadas, advindos de
dezenas de sistemas diferentes, como agrupar esses dados de forma que possam
ser acessados por um ou mais sistemas que deles possam beneficiar-se? Como
garantir sua integridade neste processo de agrupamento e organizao? Como
contextualizar esses dados de forma que possam ser correlacionados de forma
til? Por fim, como processar esses dados de forma que gerem conhecimento
de valor para a tomada de decises da instituio?
Estes so alguns dos desafios que voc vai aprender a enfrentar
nesta unidade!
Pronto para mais esta aventura? Ento, mos obra!
192 Gesto da informao e do conhecimento

U4
Seo 4.1
Gesto da Informao e do Conhecimento
Dilogo aberto
Na unidade anterior voc conheceu vrios aspectos ligados criao de um

sistema de informao. Ocorre que no ciclo de vida de um sistema de informao,
o processo de criao e implantao deste apenas uma primeira parte, que tem
durao bem curta em face da vida til desse sistema. Ao longo dessa vida, o sistema
como um todo responsvel pelo processamento de uma enorme quantidade de
dados, que, em funo de necessidades legais e do sempre decrescente custo de
armazenamento, acumulam-se ao longo dos anos. Hoje em dia, mesmo dados
antigos mantidos em meios no digitais (papel, microfilme, etc.), que antecedem
a popularizao dos computadores, esto sendo rapidamente digitalizados e
disponibilizados para as organizaes que os geraram. As tecnologias de GED
(Gesto Eletrnica de Documentos), por exemplo, tm facilitado que cartrios e
rgos governamentais transportem dcadas e dcadas de dados e informaes
armazenadas em arquivos de papel sejam transportados para grandes bases de
dados digitalizadas. O desafio, a, passa a ser outro: como facilitar a extrao rpida
e o uso deste conhecimento armazenado, de forma a colaborar com as decises
estratgicas da instituio? Esta pergunta, to simples de fazer quanto complexa de
responder, provocou o surgimento de um novo campo de estudos em Tecnologia
da Informao: a Gesto do Conhecimento. E exatamente este o tema principal
dessa unidade.
Em uma recente udio-conferncia com a Dra. Grasiella Bastos e com o Sr.

Reginaldo Gomes, voc e sua empresa foram chamados para participar de uma
concorrncia para auxiliar a rede Corao DOr a tomar as rdeas da imensa massa
de dados presentes nos vrios sistemas de informao do conglomerado. Nesta
etapa, voc dever demonstrar sua expertise em Gesto do Conhecimento e mostrar
aos executivos da Corao DOr os principais conceitos deste campo de estudos,
de forma que se convenam da importncia do assunto e decidam por contratar
sua empresa para o projeto. Quanto mais conhecimento voc demonstrar sobre o
assunto, e quanto mais voc conseguir demonstrar como os conceitos da Gesto
do Conhecimento podem auxiliar o caso especfico da rede, maiores sero suas
chances de ser a empresa escolhida para esta empreitada.
Gesto da informao e do conhecimento 193

U4
Desafiador? Pode apostar. Mas no se preocupe: vamos lhe dar todas as

ferramentas para dominar essa parada.
Boa sorte!
No pode faltar
Dado, informao, conhecimento
Quando os bancos de dados foram introduzidos na Seo 3.2, caracterizamos

os dados e as informaes de maneira til para nossos propsitos. Ocorre que o
estudo do conhecimento um campo vasto e sobre ele h muito mais o que ser
aprendido que seja til para nossos propsitos aqui nos estudos sobre os sistemas
de informao. Vamos, ento, expandir nossos horizontes acerca dos elementos
que compem o estudo do conhecimento.
O pesquisador brasileiro Valdemar Setzer, em um importante artigo intitulado

Dado, Informao, Conhecimento e Competncia, de 2015, expe de maneira clara
e construtiva estes conceitos to necessrios para a continuidade de nossos trabalhos.
Vejamos como so caracterizados os trs elementos principais (SETZER, 2015):
Dado elemento (smbolo ou sequncia de smbolos) quantificado ou

quantificvel. Tudo aquilo a que podemos atribuir uma quantidade pode ser
considerado um dado. A massa de uma pessoa, por exemplo, pode obviamente
ser quantificada, ento pode ser considerada um dado. Alguns elementos podem,
primeira vista, parecer inadequados a esta caracterizao, mas no so. Um
exemplo a cor. Como quantificar a cor laranja que aparece na tela de seu
computador em alguma imagem no computador? Em quantidades de vermelho,
verde e azul, as cores primrias no sistema aditivo.
Informao abstrao informal que algum faz acerca de um conjunto de

dados, que atribui algum significado maior para estes dados. Os pontos principais,
aqui, so dois: em primeiro lugar, informao uma abstrao informal (e no
toa que ambos os termos compartilham o mesmo radical). O que isto quer dizer?
Quer dizer que a informao, por natureza, no formal, pois feita individualmente
por cada um de ns. Cada pessoa abstrai com base em sua experincia de vida.
Conhecimento elemento de caracterizao mais delicada, a informao

que passa pela experincia pessoal e ntima da pessoa que o possui. Por exemplo:
um aluno entra em contato obviamente com a ajuda de um professor com
o mtodo de Bhskara para soluo de equaes de segundo grau. Por meio de
uma aula expositiva, o aluno recebeu informaes acerca do mtodo de Bhskara.
A partir da, dedicou-se durante alguns dias ou semanas resoluo de problemas

U4
que demandam o uso do mtodo de Bhskara. Ele resolveu algumas dezenas de

equaes de segundo grau, entrando em contato pessoal e ntimo com o mtodo.
Depois desse contato pessoal e ntimo, ele poder dizer que tem conhecimento
acerca do mtodo de Bhskara.
Faa voc mesmo
O pesquisador Valdemar Setzer e o professor Kenneth Corra tm vises

ora semelhantes, ora complementares e ora divergentes acerca das
caracterizaes de dado, informao e conhecimento. Leia o artigo de
Setzer, assista a explanao de Corra e, ao final destas duas atividades,
descreva o que h de semelhante, complementar e divergente nos
enfoques dos dois autores.
STZER, Valdemar W. Dado, informao, Conhecimento e Competncia.

2015. Disponvel em: <https://www.ime.usp.br/~vwsetzer/dado-info.
html>. Acesso em: 12 fev. 2016.
Gesto do conhecimento, o lado humano
Quando chegamos caracterizao de conhecimento, natural que pensemos

algo na linha de ah, ento disso, desse conhecimento que se ocupa a disciplina
do Gesto do Conhecimento, certo?.
Sim, de fato, e falaremos muito mais sobre isso ao longo dessa seo, contudo,
importante observar um ponto crucial: no que tange os sistemas de informao,
isto , as ferramentas informatizadas que facilitam nossas interaes com a
informao, precisamos levar em conta as definies apresentadas por Setzer
(2015). Segundo ele, quando falamos de dado, informao e conhecimento,
o nico elemento entre estes que objetivamente quantificvel o dado. Isto
implica, como afirma o autor, que o nico destes elementos que pode ser tratado
pelos sistemas informatizados o dado. Os sistemas de informao podem
facilitar o nosso processo de obteno de informaes a partir de uma massa de
dados, e os sistemas de Gesto do Conhecimento podem nos ajudar a organizar
o conhecimento de uma organizao, contudo, tanto informaes quanto
conhecimento residem exclusivamente na mente humana.
justamente em funo desta caracterstica patentemente humana da

informao e do conhecimento que podemos extrair uma das principais (seno

U4
a principal) caracterstica da Gesto do Conhecimento: mesmo que os sistemas

informatizados ocuparem um papel preponderante nesta rea de estudo, trata-se
de uma disciplina multidisciplinar, isto , que deve englobar outros aspectos que
vo muito alm da tecnologia.
Vamos, a partir de agora, entrar em contato com alguns dos aspectos mais
importantes da Gesto do Conhecimento, primeiramente observando alguns
fatores humanos e, em seguida, alguns dos principais pontos tecnolgicos.
Reflita
A capacidade de criar e manter a infraestrutura de conhecimento,

desenvolver os trabalhadores do conhecimento e aumentar a sua
produtividade por meio da criao, bem como o cuidado na explorao
de novos conhecimentos, sero os fatores-chave para uma nao
tornar-se uma superpotncia do conhecimento.
As dimenses do conhecimento nas organizaes
Para que possamos gerenciar o conhecimento, devemos primeiro entender

como se comporta esse conhecimento no que tange algumas de suas propriedades.
Chamaremos essas propriedades de dimenses. Para fins de nossos estudos,
vamos nos ater a trs dimenses do conhecimento, a saber (NORTH; KUMTA, 2014):
Natureza O que conhecimento em sua essncia? Pode ser comparado

a um objeto que pode ser duplicado, transportado, manipulado e compartilhado?
Ou um processo nico, de difcil controle?
Disponibilidade De que forma o conhecimento disponibilizado e acessado

em uma organizao? Pode ser conhecimento tcito, que o indivduo traz dentro
de si, fruto de sua experincia e de sua trajetria de vida, e o conhecimento
explcito, que nos ensinado e que fcil de expressar em palavras.
Valor Qual o valor para a organizao de um conhecimento que possua?
Com base nessas trs dimenses, a Gesto do Conhecimento buscar sempre

organizar o conhecimento da instituio, de forma que, desse conhecimento,
possa obter competncia e/ou vantagem competitiva para suas aes.

U4
Assimile
As trs dimenses do conhecimento, para fins da Gesto do

Conhecimento, so: Natureza, Disponibilidade e Valor (NORTH;
KUMTA, 2014).
Estratgias para gesto do conhecimento
A esta altura do campeonato, surge o seguinte questionamento: qual o objetivo

principal, isto , para que serve essa tal de Gesto do Conhecimento?. A resposta
simples, como afirmam North e Kumta (2014, p. 99, grifo nosso): O objetivo
estratgico da Gesto do Conhecimento converter conhecimento em vantagem
competitiva que possa ser medida no sucesso dos negcios.
Para tanto, podemos dividir esse objetivo principal em trs objetivos especficos
com relao ao conhecimento (NORTH; KUMTA, 2014):
Objetivos Normativos do Conhecimento Buscam identificar os valores (no

sentido mais amplo do termo) empresariais e comportamentos individuais que
sejam relevantes para que a empresa seja competitiva de forma duradoura, a longo
prazo.
Objetivos Estratgicos do Conhecimento Buscam identificar formas para

se converter o conhecimento disponvel em sucesso nos negcios, bem como
identificar novos conhecimentos necessrios para o crescimento da empresa.
Objetivos Operacionais do Conhecimento Buscam operacionalizar o

conhecimento disponvel j identificado na conduo dos projetos e operaes
da empresa em seu dia a dia.
Exemplificando
Como podemos identificar estes objetivos em uma empresa? Se a empresa

busca instigar o estudo em horrio de trabalho, como no caso do Google,
est atendendo a um objetivo normativo do conhecimento. Se a empresa
tem um processo formalizado para gerao, anlise e premiao de boas
ideias, como no caso da IBM, est atendendo a um objetivo estratgico
do conhecimento. E se uma empresa promove a disseminao interna
de conhecimento para nivelamento em seus projetos, como no caso
da Fundao CPqD, est atendendo a um objetivo operacional do
conhecimento.

U4
Mesmo que os autores foquem seus esforos na Gesto do Conhecimento para

as empresas, no difcil perceber que qualquer organizao (rgo governamental,
ONG, autarquia, etc.) pode se beneficiar da Gesto do Conhecimento. Se os
propsitos de uma instituio sem fins lucrativos, por exemplo, no ter sucesso no
negcio (at porque neste caso, no existe negcio), o aumento da competncia
nesta organizao certamente ser bastante til na conduo de suas atividades.
Em suma: Gesto do Conhecimento no til s para empresas, mas tambm para
todas as instituies em operao (RAHMAN, 2008).
Voltando ao assunto, cada um dos trs conjuntos de objetivos deve gerar aes
dentro da instituio, de forma que o conhecimento seja de fato um recurso que
auxilie a instituio a ser efetiva em suas aes.
Para que a instituio possa criar uma estratgia de Gesto do Conhecimento,

as respostas a cinco questes podem auxiliar bastante (NORTH; KUMTA, 2014).
Essas cinco questes so:
1. Os stakeholders (em especial executivos, colaboradores e acionistas) tm

cincia da importncia do conhecimento para o sucesso da instituio?
2. Quais estratgias da instituio devem contar com o apoio do conhecimento

existente ou a ser obtido?
3. Que conhecimento a instituio tem disponvel e que conhecimento a

instituio deve obter para manter-se competitiva?
4. Como alavancar os recursos de conhecimento da instituio? Em outras

palavras, como lidar com os fatores que promovem a criao de conhecimento e
como remover as barreiras para essa criao de conhecimento?
5. Como a instituio deve organizar seu conhecimento e suas aes para o

conhecimento de modo a preparar-se para a competitividade pelo conhecimento
que se acirra cada vez mais no mercado?
Obviamente, as respostas para essas questes no so nem simples nem

nicas. Cada instituio vai respond-las de forma particular. Contudo, so
excelentes pontos de partida para gerar-se aes teis Gesto do Conhecimento
e, consequentemente, ao sucesso da instituio.

U4
Pesquise mais
H vrias discusses interessantes acerca dos desafios das instituies na

adoo da Gesto do Conhecimento. Procure inteirar-se mais sobre o
assunto com estes dois artigos:
GIANINI, A. Os desafios da gesto do conhecimento. 2010. Disponvel

em: <http://economia.ig.com.br/empresas/os+desafios+da+gestao+de
+conhecimento/a1237809331470.html>. Acesso em: 14 fev. 2016.
PESTANA, M. et al. Desafios da sociedade do conhecimento e gesto de

pessoas em sistemas de informao. Cincia da Informao, Braslia, v.
32, n. 2, p. 77-84, maio/ago. 2003. Disponvel em: <http://www.scielo.br/
pdf/ci/v32n2/17036.pdf>. Acesso em: 14 fev. 2016.
A tecnologia e a gesto do conhecimento
Segundo North e Kumta (2014), a Gesto do Conhecimento pode contar com

o apoio de vrias ferramentas para fazer crescer e disseminar o conhecimento,
de forma que a instituio possa manter-se sempre em dia com as competncias
de que precisa para ser efetiva em suas aes. Algumas dessas ferramentas mais
tradicionais so:
Departamento (ou Diretoria) de Recursos Humanos Certamente a mais

tradicional forma de gerenciar-se o conhecimento em uma empresa.
Departamento (ou Diretoria) de Treinamento Outro recurso de

importantssimo papel dentro da instituio para garantir que ela tenha ao se dispor
o conhecimento de que necessita.
Eventos (congressos, seminrios, feiras, etc.) Ferramentas disposio

do setor de treinamentos da instituio e dos gestores, em geral, que facilitam o
acesso ao conhecimento necessrio instituio.
Biblioteca da Instituio Pode ou no ser subordinada Diretoria de Treinamento

e contm os livros, peridicos e demais materiais necessrios instituio.
Alm dessas ferramentas mais tradicionais, vrias novas (e no to novas assim)

ferramentas esto disposio daquilo que a McAfee (2016) chama de a Empresa
2.0. A saber, a Empresa 2.0 aquela que utiliza ferramentas colaborativas para
obter vantagens nos mercados em que atuam. O uso destas novas plataformas

U4
central na conduo de uma estratgia efetiva de Gesto do Conhecimento. E que

ferramentas so essas? Bem, so vrias, mas sua adoo e insero na cultura da
organizao tm o potencial de melhorar muito a posio da instituio no nicho
em que atua. A seguir, esto listadas algumas das ferramentas que podem auxiliar
as empresas na conduo da Gesto do Conhecimento:
Ferramentas colaborativas de escritrio (office tools) J bastante

disseminadas, mas ainda com bastante potencial no utilizado:
o E-mail A ferramenta mais antiga de colaborao da era digital.
o Calendrio comum Toda plataforma de automao de escritrio tem,

contudo, nem todas as instituies utilizam.
o Reunies de brainstorm Trocas de livres de ideias sobre um assunto definido.
Ferramentas de criao e edio colaborativa de documentos Ferramentas

do tipo Office, mas que permitem o acesso simultneo de vrias partes.
Wikis Ferramentas colaborativas de adio e edio de contedo.
Blogs de colaboradores e parceiros Bastante teis para que contedo

pertinente instituio seja compartilhado entre colegas.
Ferramentas de mensagem instantnea em dispositivos mveis Quando

utilizadas para fins da Gesto do Conhecimento, e no para fins de entretenimento.
Ferramentas de Alerta de contedo Tambm conhecidas como RSS (Really

Simple Syndication), alertam o usurio para contedo de seu interesse.
Ferramentas de Business Intelligence Feramentas de apoio tomada de

deciso a partir da anlise de dados (sero estudadas em seo subsequente).
Ferramentas de Data Warehouse Ferramentas de agregao e normatizao

de dados (sero estudadas em seo subsequente).
Ferramentas de Data Mining Ferramenta de busca de dados relevantes em

grandes massas de dados (sero estudadas em seo subsequente).
Alm dessas todas, as ferramentas de apoio que permitem a automao dos

processos de RH e treinamento (principalmente mantendo atualizada uma base de
dados dos conhecimentos que cada colaborador tem) so, tambm, fundamentais
na Gesto do Conhecimento.
Nas sees subsequentes, vamos ver mais detalhadamente algumas

dessas ferramentas.

U4
Sem medo de errar
Os passos para demonstrar claramente sua expertise em Gesto do

Conhecimento para a Corao DOr podem ser os seguintes:
1. Os executivos da rede Corao DOr esto em busca de expertise no assunto

Gesto do Conhecimento e, para mostrar este conhecimento, voc pode comear
mostrando os conceitos que aprendeu acerca da natureza humana (radicada no ser
humano, e no na tecnologia) da Gesto do Conhecimento. Assim, voc j elimina
a noo errnea de que basta uma instituio adotar esta ou aquela ferramenta
e, pronto, j est gerenciando seu conhecimento. Os departamentos de RH e de
treinamento da Corao DOr so evidncias claras de que essa instituio j se
preocupa com o conhecimento.
2. Em seguida, voc pode fazer uma explanao acerca da Economia do

Conhecimento e mostrar que, no caso de uma rede de sade da envergadura da
Corao DOr, o conhecimento presente na instituio um dos maiores valores que
a rede pode oferecer ao mercado. A alavancagem desse conhecimento tem potencial
para revolucionar no s a Corao DOr, mas todo o mercado em que atua.
3. Voc tambm dever explicar as trs dimenses do conhecimento para

os executivos da Corao DOr: natureza, disponibilidade e valor, apontando
como cada uma dessas dimenses deve ser analisada e mensurada para os
conhecimentos disponveis na instituio.
4. Para mostrar o caminho que a Corao DOr dever seguir para definir suas
estratgias com relao ao conhecimento, voc dever explanar os objetivos
normativos, estratgicos e operacionais do conhecimento, mostrando a
importncia da definio de cursos de ao para o atingimento de cada um destes
grandes grupos de objetivos.
5. Ainda no campo da estratgia, as cinco questes principais acerca da Gesto

do Conhecimento na instituio devero ser apresentadas:
a) Os stakeholders tm cincia da importncia do conhecimento para o sucesso

da instituio?
b) Quais estratgias da instituio devem contar com o apoio do conhecimento

existente ou a ser obtido?
c) Que conhecimento a instituio tem disponvel e que conhecimento a

instituio deve obter para manter-se competitiva?
d) Como alavancar os recursos de conhecimento da instituio?

U4
e) Como a instituio deve organizar seu conhecimento e suas aes para o

conhecimento, de modo a preparar-se para a competitividade por este recurso
que se acirra cada vez mais no mercado?
6. Por fim, voc dever apresentar as ferramentas tradicionais e tecnolgicas

disposio da Corao DOr para implementar um processo de Gesto
do Conhecimento.
Ateno!
A Gesto do Conhecimento uma disciplina humana e no pode ser

alicerada exclusivamente nas ferramentas tecnolgicas.
Lembre-se
A Economia do Conhecimento beneficia as instituies que investem

na Gesto do Conhecimento e tem esta disciplina como primordial na
conduo de suas aes. Para saber mais, leia o artigo:
KUGLER, Henrique. Economia do Conhecimento: O Bonde da Histria.

2013. Disponvel em: <http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2013/09/
economia-do-conhecimento-o-bonde-da-historia>. Acesso em: 14
fev. 2016.
Avanando na prtica
Pratique mais!
Instruo
que pode encontrar no ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois as compare com a de
seus colegas.
Utilizando as ferramentas do conhecimento
1. Competncia de fundamentos Conhecer e compreender as principais tecnologias
Conhecer a definio e os conceitos bsicos da gesto da
informao e da gesto do conhecimento.
Introduo aos conceitos da Gesto da Informao e da
Gesto do Conhecimento.

U4
A Consultation, empresa de consultoria empresarial, est

em busca de melhorar a alavancagem do conhecimento de
seus colaboradores para obteno de vantagem competitiva
4. Descrio da SP no mercado. Para tanto, os executivos da Consultation
contrataram voc para apontar como podem usar as
ferramentas que j tm disposio para melhorar o fluxo de
conhecimento na instituio.
Voc pode comear apontando Consultation o fato de que
no so somente as ferramentas tecnolgicas que devem
ser utilizadas neste processo: o RH da empresa, bem como
o departamento de treinamento, devem ser utilizados no
processo de Gesto do Conhecimento a ser introduzido.
Voc, em seguida, deve apresentar um plano para levantar as
ferramentas em uso na Consultation, levantamento este que
certamente mostrar o uso de:
Ferramenta de correio eletrnico.
Ferramenta de escritrio automatizado.
Para essas ferramentas, um plano de ao para melhor uso
com fins de coleta, organizao e compartilhamento de
conhecimento deve ser criado.
5. Resoluo da SP
Voc deve, tambm, mostrar Consultation as ferramentas
que ela no utiliza, mas que tem sua disposio caso
as queira adotar, no sentido de facilitar a Gesto do
Conhecimento em suas operaes. Essas ferramentas so:
Ferramentas de criao e edio colaborativa de
documentos.
Wikis.
Blogs de colaboradores e parceiros.
Ferramentas de mensagem instantnea em dispositivos
mveis.
Ferramentas de Alerta de contedo.
Ferramentas de Business Intelligence.
Ferramentas de Data Mining.
Lembre-se
As empresas que, sem suas estratgias e aes, incluem ferramentas de

Gesto do Conhecimento so conhecidas como Empresas 2.0.
Faa voc mesmo
O Wikia um dos maiores portais dedicados a pginas colaborativas tipo

wiki disponveis na internet. L voc pode comear uma wiki um
repositrio de conhecimento sobre qualquer assunto. Que tal comear
uma wiki sobre Gesto do Conhecimento? Organize-se com seus
colegas, crie uma conta gratuita no site em portugus da Wikia <http://
pt-br.wikia.com> e crie uma pgina sobre Gesto do Conhecimento, na
qual voc (e quem mais queira participar) vai colocar os conhecimentos
que j adquiriu sobre este assunto. Detalhe: este um excelente recurso
para se organizar conhecimento til em provas e simulados.

U4
Faa valer a pena
1. A abstrao informal que algum faz acerca de um conjunto de dados

leva o nome de:
a) Dado.
b) Conjunto de dados.
c) Informao.
d) Conhecimento.
e) Competncia.
2. Experincia pessoal um elemento necessrio para que possamos

afirmar que o indivduo tenha:
a) Dados.
b) Conjunto de dados.
c) Informao.
d) Conhecimento.
e) Competncia.
3. Os sistemas informatizados s conseguem tratar diretamente:

a) Dos dados.
b) Das informaes.
c) Do conhecimento.
d) Da competncia.
e) Da sabedoria.

U4
Seo 4.2
Business intelligence
Dilogo aberto
Ol! Seja bem-vindo(a) a mais uma seo de estudos de Sistemas de Computao

e Informao!
Quando olhamos para a histria recente da TI, podemos observar um fato curioso,
conforme nos aponta Barbieri (2011): at o fim da dcada de 1960, a nfase maior era
o desenvolvimento de computadores mais rpidos e programas e algoritmos mais
capazes. No que outros aspectos, tais como a interligao dos computadores por meio
de redes, no fosse alvo de pesquisas, mas os demais aspectos citados anteriormente
eram o centro das atenes. Na dcada de 1970, a nfase das pesquisas passou a ser a
interconexo dos computadores, uma tendncia que perduraria por mais de 20 anos.
Novamente, no porque os maiores esforos da indstria e da pesquisa fossem o
aspecto da rede que se deixou de buscar computadores mais rpidos ou avanar nas
tcnicas de programao: a rede apenas ocupava o centro das atenes, enquanto as
demais pesquisas seguiam o seu curso.
Em ambos os perodos, os dados em si o alvo principal de computadores,

programas e redes ficavam em um distante terceiro plano. Este panorama comeou
a mudar na dcada de 1980, com o crescimento das pesquisas em coleta, organizao
e modelagem de dados.
E se no incio dos anos 2000 falamos pouco de outras coisas que no fossem ligadas
diretamente internet (um retorno da rede ao centro das atenes), a partir do incio
da dcada de 2010 os dados voltaram ao centro das atenes, com o crescimento
dos esforos em Gesto do Conhecimento e a busca por apoiar em dados concretos
as decises das instituies. Os dados ocupam hoje, mais do que nunca, o centro das
atenes em TI, um papel que justificado pela sua imensa importncia nos rumos
de corporaes e instituies de toda natureza. O volume de dados disposio de
uma instituio hoje em dia vrias ordens de grandeza maior do que era meros 20
anos atrs, e os desafios para extrair-se informaes teis a partir desta imensa massa
de dados so igualmente grandes (BARBIERI, 2011).

U4
Nesta seo, vamos entender e aprender como enfrentar os principais desafios

ligados a esta questo, o que vai nos ajudar no processo de conhecer e compreender as
principais tecnologias relacionadas informao e comunicao. Nesta etapa, voc
deve mostrar aos executivos da Corao DOr que as tcnicas de Business Intelligence
podem ser bastante valiosas para avanar a agenda de Gesto do Conhecimento para
a instituio, apoiando a tomada de deciso, bem como a formulao e a implantao
de estratgias. Para tanto, voc deve explicar o que e para que serve Business
Intelligence no contexto das empresas de sade, caracterizando este tema, apontar
meios de como a BI pode auxiliar a Corao DOr e sugerir ferramentas que possam
adicionar valor ao projeto da instituio. Pronto para o desafio?
Ento, vamos l!
No pode faltar
Por mais que apenas na ltima dcada o termo Business Intelligence (BI) tenha
se tornado alvo de estudos generalizados por parte das instituies de pesquisa e
foco das atenes de corporaes e outras instituies, esse termo no nada
novo. Luhn (1958) props o termo e seu significado para futuros pesquisadores,
e, se naquela poca o hardware e o software disponveis permitiam apenas uma
pequena frao da capacidade de processamento e anlise a que temos acesso,
hoje, os estudos iniciais j apontavam para resultados que em nossos dias j so
possveis: a tomada de decises apoiada em dados da instituio.
Em nossos estudos nesta seo, vamos aprender um pouco mais sobre este
importante conceito, que hoje est se tornando ferramenta indispensvel em
instituies de todos os portes, naturezas e propsitos.
O que Business Intelligence?
Luhn (1958) comea a discorrer sobre Business Intelligence (Inteligncia de

Negcios) pelo bsico: apresenta uma definio de Inteligncia e uma definio
de Negcio. O autor apresenta uma definio simples e clara para o termo
Inteligncia: a capacidade de apreender as inter-relaes dos fatos apresentados
de forma a orientar a ao para um objetivo desejado (LUHN, 1958, p. 314). Essa
definio atribui inteligncia a capacidade de identificar e analisar as inter-relaes
entre dados (os fatos), sendo que o resultado desta anlise orienta a ao (ou, em
outras palavras, possibilita a tomada de deciso) para que se atinja um objetivo
qualquer, de interesse do indivduo dito inteligente.

U4
J o conceito de Negcio apresentado de forma mais ampla pelo autor,

como: o conjunto de atividades desempenhadas para se atingir objetivos em
quaisquer dos campos da cincia, tecnologia, comrcio, indstria, legislao,
governo, defesa, etc. (LUHN, 1958). Grossmann e Rinderle-Ma (2015) definem
negcios como sendo quaisquer conjuntos de tarefas que uma organizao
realiza com o objetivo de entregar produtos e/ou servios para clientes interessados
em consumi-los.
Inteligncia de negcios, portanto o conjunto de tcnicas e tecnologias que

permitem a anlise de dados disponveis a uma instituio com o objetivo especfico
de apoiar as decises tomadas nessa instituio. importante observar que nos
dias de hoje a Inteligncia de Negcios apoia-se na tecnologia, principalmente em
funo da enorme massa de dados que qualquer instituio tem sua disposio. Os
enormes avanos em tecnologia da informao das ltimas dcadas provocaram
a queda vertiginosa de preos nos dispositivos de armazenamento, o que facilita a
preservao de uma quantidade sem precedentes de dados.
Exemplificando
O preo do Gigabyte de armazenamento vem caindo desde que os

primeiros meios de armazenamento magntico foram criados, na dcada
de 1950. Podemos observar esta queda na tabela a seguir, criada por David
Isenberg com base em uma pesquisa de Ivan Smith:
Tabela 4.1| A queda do preo do Gigabyte de armazenamento ao longo dos

anos
Ano Preo do GB em dlares
1980 US$300.000,00
1987 US$50.000,00
1990 US$10.000,00
1994 US$1.000,00
1997 US$100,00
2000 US$10,00
2004 US$1,00
2010 US$0,10
Fonte: Isenberg (2011).
Ainda segundo Smith (2014), o custo do GB em 2014 atingiu nfimos

US$0,03 (trs centavos de dlar).

U4
Esses dados esto espalhados por diversos servidores e sendo criados/

mantidos/acessados por diversos sistemas de informao. Os estudos de Business
Intelligence tm por objetivo maior correlacionar esta gigantesca massa de dados
e dela obter informaes teis para a tomada de decises da corporao.
Caractersticas e desafios da Business Intelligence (BI)
Podemos identificar nos estudos de Business Intelligence (BI) as seguintes

caractersticas (GROSSMANN; RINDERLE-MA, 2015):
Funo A principal funo da BI, como j mencionado, dar apoio tomada

de decises dentro da instituio, com base em dados e informaes disposio
da instituio.
Fundamentao A BI est fundamentada na constatao de que decises

estratgicas so tomadas, na maioria das vezes, com base em informaes
empricas, que podem ser obtidas por meio da anlise de dados.
Implantao A BI implantada por meio de um sistema de informao

especfico, sistema esse que se assenta sobre a infraestrutura de TI e comunicao
digital da instituio.
Entrega A BI deve, sobretudo, ser capaz de entregar as anlises necessrias,

no tempo adequado, para as pessoas corretas dentro da instituio.
Cada uma dessas caractersticas traz, em si, uma srie de desafios que
precisam ser enfrentados pela instituio que deseja implementar a disciplina BI
(GROSSMANN e RINDERLE-MA, 2015):
Desafios de Funo Encontrar uma lgica do negcio que seja bem

estruturada e orientada a/por processos. Esse desafio torna-se ainda mais complexo
diante da descentralizao fsica e lgica dos dados e informaes da instituio.
Desafios de Fundamentao A tomada de decises com base em

informaes empricas fica ainda mais complexa quando adicionamos as
informaes disponveis na internet, que devem ser filtradas e estruturadas (uma
vez que so a prpria definio da desestruturao) para serem de utilidade no
processo de tomada de decises.
Desafios de Implantao A implantao de sistemas de BI deve levar em

conta que muitos sistemas incluindo a prpria BI podem ser implantados
no somente sobre a infraestrutura da instituio, mas tambm sob forma de
SaaS (Software as a Service) em algum dos inmeros servios de computao
na nuvem disponveis. A integrao de sistemas ditos on-site (fundamentados na
infraestrutura da instituio e off-site (fundamentados em infraestrutura alheia)
um desafio imenso para a BI.

U4
Desafios de Entrega Os dispositivos mveis apresentam uma nova dimenso

aos desafios da BI, pois aumentam em pelo menos uma ordem de grandeza a
quantidade dos requisitos por informaes para tomada de deciso. Aumentam
tambm a necessidade por informaes atualizadas instantaneamente, mantendo,
claro, a qualidade destas informaes.
Assimile
Para cada uma das caractersticas da BI (Funo, Fundamentao,

Implantao e Entrega) h um conjunto de desafios que deve
ser endereado.
Contextualizando a BI
Uma vez que entendemos o que BI e para que serve, hora de analisarmos
outra questo de suma importncia: em que se aplica a BI dentro de um contexto
de negcios? Em outras palavras, em que situaes prticas podemos utilizar as
tcnicas de BI e gerar benefcios para a instituio?
Grossmann e Rinderle-Ma (2015) apresentam quatro cenrios que contextualizam

a utilizao e os benefcios de BI, partindo de situaes localizadas, simples, para
contextos mais abrangentes dentro da organizao. Vejamos:
1. BI em um contexto ttico, separado da gesto estratgica Nesta situao,

as tcnicas e ferramentas de BI so utilizadas para atingir resultados localizados
em um departamento ou em uma diviso da organizao, resultados esses que
no precisam ser normatizados nem consistentes com os rumos estratgicos da
organizao.
2. BI como apoio ao desempenho estratgico Nesta situao, as ferramentas

de BI so utilizadas para coletar dados e gerar informaes acerca dos resultados
sendo obtidos pela implantao das estratgias adotadas pela organizao. Em
outras palavras, neste contexto, BI responde s questes: as estratgias esto
dando resultados? Quantitativamente, que resultados esto sendo obtidos?
3. BI como ferramenta para refinamento de estratgias Nesta situao, damos

um passo a diante com a BI, utilizando as ferramentas no em aes tticas (uma
campanha de marketing, por exemplo), mas, sim para mensurar e aferir os resultados
de uma estratgia em si. Neste contexto, as respostas obtidas pelas ferramentas de
BI ajudam a refinar a estratgia no sentido de obter melhores resultados.

U4
4. BI como recurso estratgico Nesta situao, que o patamar mais alto,

as ferramentas de BI so utilizadas no apenas para o refinamento das estratgias,
mas tambm para sua construo.
Esses so os quatro contextos principais de BI em uma organizao. Os

inmeros exemplos de utilizao das tcnicas e ferramentas de BI sempre cairo
em uma destas quatro categorias.
Faa voc mesmo
O uso de tcnicas de BI pode ser feito tanto no nvel ttico quanto no nvel
estratgico. Quais so as semelhanas e diferenas na aplicao de BI
nos dois casos? Busque, em artigos sobre os dois enfoques, informaes
que o auxiliem a compor um quadro-resposta para esta questo.
Comece pelos artigos:
FORTULAN, M.; GOALVES FILHO, E. Uma proposta de aplicao de

business intelligence no chao-de-fabrica. Revista Gesto da Produo,
v. 12-1, p. 35-66, jan.-abr. 2005> Disponvel em: <http://www.scielo.br/
pdf/%0D/gp/v12n1/a06v12n1.pdf>. Acesso em: 26 fev. 2016.
SILVEIRA, F., Construo de modelo de business intelligence para a

controladoria evidenciar informaes estratgicas. So Leopoldo:
UNISINOS, 2007. Disponvel em: <http://www.repositorio.jesuita.org.br/
bitstream/handle/UNISINOS/2813/construcao%20de%20modelo.pdf>.
Acesso em: 26 fev. 2016. Item 2.10, da pgina 103 118.
Modelagem em BI
Os modelos tm um papel preponderante em BI, pois com base neles que as

aes de coleta, armazenamento, busca e anlise dos dados so realizadas. Por
meio da modelagem, gera-se uma representao mais simples de uma situao
real, representao essa que tratvel pelos sistemas de informao responsveis
pelas aes de BI. Ou, Segundo Grossmann e Rinderle-Ma (2015), o propsito da
modelagem representar objetos e fenmenos de forma objetiva, permitindo a
tomada de aes prticas sobre o modelo.
Os modelos teis para BI visam identificar as relaes no necessariamente

causais e regras entre processos de negcio. Cada modelo criado deve representar
um aspecto do processo de negcio, permitindo que formulemos questes
interessantes a serem respondidas pelos modelos, por meio de tcnicas de anlise.
Surge, ento, o conceito de funo de representao: a forma sob a qual se

U4
apresenta um modelo, de modo que permita que as tcnicas de anlise cheguem

a concluses teis para o processo de tomada de deciso.
Reflita
A qualidade das decises tomadas com base em BI dependem,

efetivamente, da qualidade dos modelos criados, bem como das
capacidades de anlise da soluo (GROSSMANN; RINDERLE-MA, 2015).
So duas as questes bsicas com relao s funes de representao

(GROSSMANN; RINDERLE-MA, 2015):
1. Como representar um modelo qualquer?
2. Como deve ser expressada formalmente esta representao?
No que concerne primeira questo, so trs os enfoques para a representao

de um modelo, a saber:
Modelagem de Fenmenos Fenmenos, para propsitos desta discusso,

so caractersticas de interesse em um processo de negcios, que podem ser
alvo de anlise, ou seja, de perguntas cujas respostas podem ser encontradas no
prprio modelo ou em seu relacionamento com outros modelos.
Modelagem de Dados Os dados inerentes a um processo podem, como j

visto em aulas anteriores, ser combinados e correlacionados, gerando informaes
teis para quem realiza a anlise.
Modelagem de Teorias Se as modelagens de fenmenos e de dados

preocupam-se com o que (o que o fenmeno? O que o dado?), a modelagem
de teorias preocupa-se com o como, ou seja, com o comportamento de uma
entidade modelada, seja como fenmeno ou como dado, anteriormente. uma
modelagem anloga modelagem nas cincias naturais (Matemtica, Fsica,
Qumica, Biologia, etc.), em que se busca demonstrar os comportamentos de
entidades pertencentes a estes dois campos.
A modelagem a tarefa mais delicada em BI, pois a extrao de informaes

teis e de qualidade depende de modelos adequados. A segunda questo
(anteriormente apresentada) respondida com os inmeros modelos eficientes
que as ferramentas de modelagem geram para o uso em BI.

U4
Pesquise mais
No por acaso que a rea de sade foi escolhida para a situao geradora
de aprendizado para essa unidade: uma das reas que mais se beneficia
hoje em dia dos processos, tcnicas e ferramentas de BI. Onde mais, no
setor de sade, podemos aplicar tcnicas de BI? Como estas tcnicas
podem beneficiar as instituies ligadas sade? Faa uma pesquisa
sobre este assunto para discusso com seus colegas.
Comece pelo artigo a seguir:
OLIVEIRA, Daiane Kelly de; ALVES, Dorirley Rodrigo. Business Intelligence

aplicado rea da sade: potencializando a tomada de deciso.
Disponvel em: <http://siaiap32.univali.br/seer/index.php/acotb/article/
download/6598/3744>. Acesso em: 26 fev. 2016.
Ferramentas de BI
Hoje em dia, existem inmeras ferramentas que apoiam a disciplina de BI. A

seguir, veremos algumas delas, a ttulo de ilustrao, para que voc saiba o que pode
ser automatizado e como as tarefas podem ser integradas em BI (GROSSMANN e
RINDERLE-MA, 2015):
Protg (Site: <http://protege.stanford.edu/>) Ferramenta de modelagem

que permite a definio de ontologias para modelagem de dados, bem como o
mapeamento entre ontologias diferentes. Fenmenos, dados e teorias podem
ser modelados por meio dessa ferramenta, que, alm de gratuita, possui cdigo
aberto (open source).
COMA 3.0 (Site: <http://dbs.uni-leipzig.de/Research/coma.html>) Ferramenta

para mapeamento e correspondncia entre esquemas e ontologias. Tambm se
trata de uma ferramenta gratuita e de cdigo aberto.
Sute Hadoop (Site: <http://hadoop.apahe.org/>) Conjunto de ferramentas

de integrao de grandes massas de dados por meio de ferramentas de ETL
(Extract-Transform-Load, ou Extrao-Transformao-Carga). Tambm se trata de
uma ferramenta gratuita e de cdigo aberto.
Pentaho (Site: <http://community.pentaho.com/>) Ferramenta para anlise

de grandes massas de dados (Big Data). O Pentaho transformou-se em uma
comunidade, que cria plugins (adendos) para a ferramenta, plugins esses que
permitem os mais variados tipos de anlises. A ferramenta gratuita, mas muitos
dos plugins so vendidos pelos participantes da comunidade.

U4
H vrias outras ferramentas para auxiliar nos processos de BI, mas estas
englobam as principais classes e funes, exceto as funes de Data Mining e Data
Warehouse, que sero vistas nas sees seguintes dessa unidade.
Vocabulrio
Ontologia: o nome que se d nomenclatura, bem como definio

dos tipos, propriedades e inter-relacionamentos entre entidades em um
banco de dados.
Esquema: estrutura formal de um banco de dados.
Sem medo de errar
Os seguintes passos podem ser seguidos para resolver a SP, justificando o uso
de BI no projeto da Corao DOr:
1. Para ajudar os executivos da Corao DOr a entenderem o que BI, voc

pode comear explicando que BI no apenas uma ferramenta de TI, mas, sim,
uma disciplina completa, que envolve mtodos, processos e tecnologia, e que
essa disciplina presta-se a coletar e analisar os dados disposio da organizao,
transformando-os em informaes teis, de qualidade e disponveis para a tomada
de decises. Pode-se, ainda, apontar o fato de que o setor de sade bastante
propcio para BI, com inmeros casos de sucesso, em que as instituies hoje
tomam melhores decises e tm mais vantagens no mercado em funo das
informaes disponibilizadas pela BI.
2. Em seguida, voc deve contextualizar as vrias possibilidades de utilizao

de BI dentro da Corao DOr, fornecendo exemplos para cada um dos tipos de
projeto de BI que podem ser realizados:
a) BI no contexto ttico um exemplo seria a utilizao de BI para avaliar os

fornecedores de servios de limpeza, identificando aqueles que prestam servios
mais adequados para evitar infeces hospitalares.
b) BI no apoio ao desempenho estratgico um exemplo seria a utilizao de

uma anlise de BI para descobrir qual o perfil do cliente mais propenso a utilizar
servios de laboratrio da instituio, criando uma campanha especfica de
marketing para atrair mais clientes deste perfil.

U4
c) BI no apoio ao refinamento de estratgias um exemplo seria a efetividade

das campanhas de educao continuada da equipe de enfermeiros e tcnicos
na melhoria da qualidade dos servios prestados, digamos, em atendimento a
parturientes.
d) BI como recurso estratgico um exemplo seria utilizar as anlises de vrios

mercados para decidir em qual grande centro abrir um hospital de alto padro de
forma a maximizar o retorno sobre os pesados investimentos que sero necessrios.
3. Por fim, podemos sugerir a Sute Hadoop, como conjunto de ferramentas

para extrao de dados e anlise em grandes massas de dados, presentes nos
bancos de dados e sistemas de informao da Corao DOr.
Ateno!
importante lembrar que BI no se limita tecnologia: uma disciplina

que envolve tambm mtodos e processos.
Lembre-se
A qualidade das informaes obtidas por meio da BI depende sobremaneira

da qualidade da modelagem de dados e processos. Mais informaes
sobre o assunto podem ser obtidas no artigo:
SOUZA, Csar Alexandre; SZAFIR-GOLDSTEIN, Cludia. Tecnologia da

Informao aplicada Gesto Empresarial: Um Modelo para a Empresa
Digital. Revista Tcnica Administrativa, v. 4, n. 2, maio/jun. 2005.
Disponvel em: <http://www.cyta.com.ar/biblioteca/bddoc/040401/
v4n4a1.htm>. Acesso em: 26 fev. 2016.
Avanando na prtica
Pratique mais!
Instruo
que pode encontrar no ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois compare-as com a de
seus colegas.
BI na indstria de hotelaria

U4
Conhecer os principais conceitos e a aplicabilidade da

Inteligncia de Negcios (Business Intelligence).
Introduo arquitetura e aplicabilidade de Business
3. Contedos relacionados Intelligence para a coleta, anlise e compartilhamento de
dados.
Uma rede de hotis de luxo est em busca de novos
mercados e decidiu-se pela costa brasileira como destino de
4. Descrio da SP
seus prximos hotis de veraneio. Mostre duas formas como
a BI pode auxiliar essa rede de hotis no projeto em questo.
1. A rede de hotis pode buscar em seus bancos de dados
informaes acerca dos clientes mais assduos durante os
perodos de baixa temporada em metrpoles sem praia
e que, ao mesmo tempo, sejam clientes escassos em
perodos de alta temporada. Este conjunto de clientes de
alto padro (utiliza os hotis de luxo com frequncia), mas
frequenta outros lugares para as frias. Uma campanha de
marketing dirigida a esses clientes oferecendo descontos em
5. Resoluo da SP estadias nos novos hotis de veraneio para os que atingirem
nveis de estadia nos hotis metropolitanos (digamos, cada
dez estadias nos hotis metropolitanos geram um dia
de estadia nos hotis de veraneio) deve gerar resultados
excelentes para a rede de hotis.
2. Uma anlise nas bases de dados de pesquisas realizadas
pelos hotis pode dar indicaes mais precisas das localidades
preferidas de veraneio dos hspedes metropolitanos,
auxiliando na escolha dos locais dos novos hotis.
Lembre-se
Nessa seo vimos que a BI pode ser aplicada em quatro nveis: ttico,
apoio ao desempenho estratgico, apoio ao refinamento de estratgias e
como recurso estratgico.
Faa voc mesmo
Entre as vrias tcnicas de BI, existe a OLAP (Online Analytical Processing

ou Processamento Analtico On-Line). Descreva em que consiste essa
tcnica e suas aplicaes principais.
Um bom ponto para comear a pesquisa necessria o artigo:
ANZANELLO, Cynthia aurora. LAP: Conceitos e Utilizao. Disponvel

em: <http://www.softsystemit-ead.com.br/phocadownload/BI/
Conceitos%20OLAP.pdf>. Acesso em: 26 fev. 2016.

U4
Faa valer a pena
1. Observe o texto a seguir:

Por mais que apenas na ltima dcada o termo Business Intelligence
(BI) tenha se tornado alvo de estudos generalizados por parte das
instituies de pesquisa e foco das atenes de corporaes e outras
instituies, esse termo no nada novo. Luhn (1958) props o termo
e seu significado para futuros pesquisadores, e, se naquela poca o
hardware e o software disponveis permitiam apenas uma pequena
frao da capacidade de processamento e anlise a que temos acesso,
hoje, os estudos iniciais j apontavam para resultados que em nossos dias
j so possveis: a tomada de decises apoiada em dados da instituio.
Com base no texto anterior, possvel afirmar que:
a) BI uma disciplina que tem dez anos de idade.
b) O objetivo da BI estudar a inteligncia humana.
c) BI atende apenas a uma pequena frao da capacidade de
processamento e anlise de dados.
d) Os estudos iniciais de BI foram descartados nos dias de hoje.
e) O termo Business Intelligence foi cunhado em 1958.
2. Sobre a queda dos preos de armazenamento que vem ocorrendo no

mercado, podemos afirmar que:
a) um fenmeno que vem ocorrendo desde o incio da dcada de 1980.
b) De 1980 para 1987, o preo do armazenamento caiu para 1/50 do
que era.
c) O preo do Megabyte de armazenamento caiu para US$0,03 em 2014.
d) No ano 2000 o preo do Megabyte era de US$10,00.
e) Com o valor pago em 1980, em 2014 seria possvel comprar
10.000.000 de vezes a quantidade de armazenamento.

U4
3. Observe as caractersticas da BI na coluna da esquerda e as definies

da coluna da direita:
I. Funo. A. Decises estratgicas so tomadas com base
em informaes empricas.
II. Fundamentao. B. As anlises necessrias, no tempo adequado,
para as pessoas corretas dentro da instituio.
III. Implantao. C. Dar apoio tomada de decises.
IV. Entrega. D. Sistema de informaes que se assenta sobre

a infraestrutura de TI e comunicao digital.
Qual das alternativas, a seguir, faz a correta correspondncia das colunas?
a) I-A, II-B, III-C, IV-D.
b) I-B, II-A. III-D, IV-C.
c) I-C, I-D, III-A, IV-B.
d) I-C, II-A, III-D, IV-B.
e) I-D, II-C, III-B, IV-A.

U4

U4
Seo 4.3
Etl, data warehouse e data marts
Dilogo aberto
Ol!
Vamos fazer uma breve recapitulao do que vimos nesta unidade at agora,
de forma a entendermos o que vem daqui para frente. Ento vamos l!
Comeamos a unidade conhecendo os conceitos de Gesto do Conhecimento
e entendemos como esta disciplina visa colocar o conhecimento no centro das
atenes de uma organizao, como um dos mais importantes ativos (seno o
mais importante) para se atingir o sucesso no mercado. Vimos, em seguida, os
conceitos de Business Intelligence (BI) e entendemos que este campo de estudos
visa dar, aos executivos de uma organizao, insumos extrados dos dados
presentes nos dados disposio desta organizao que permitam uma melhor
tomada de deciso.
Agora a hora de conhecermos algumas das ferramentas que apoiam tanto a BI
quanto a Gesto do Conhecimento. Essas ferramentas, isto , o Data Warehouse,
que usa as tcnicas de ETL e os Data Marts, fornecem toda a infraestrutura para
que as informaes de valor sejam identificadas a partir dos dados.
Essas ferramentas so necessrias por uma razo simples: a complexidade dos
sistemas de informao das organizaes cresceu em algumas ordens de grandeza
nestas ltimas trs dcadas. E isto, como j vimos, tem implicado no crescimento,
na mesma medida, tanto dos sistemas que dependem de bases de dados quanto
das massas de dados armazenadas nesses sistemas. Ou seja: elas no s so
fundamentalmente necessrias, o desempenho das organizaes depende delas.
Nesta etapa, voc deve mostrar aos executivos da Corao DOr que caminhos
devem seguir no sentido de implantar uma operao de Data Warehouse na
instituio, primeiramente expondo o porqu da necessidade dessas ferramentas
e, em seguida, expondo seus conceitos, suas vantagens e seus desafios.
Assim, pretendemos que voc conhea e compreenda as principais tecnologias
relacionadas informao e comunicao, com o objetivo de conhecer os
conceitos de Data Warehouse, bem como as principais tcnicas para lidar com
grandes quantidades de dados (Big Data).
Pronto para mais essa aventura?
Ento vamos l!

U4
No pode faltar
Depois de entender o que e para que serve a BI, fica a pergunta: como fazer
para juntar todos os dados disponveis, mantendo-os seguros e ntegros, e como
disponibilizar esses dados para os sistemas que faro a extrao de informaes
teis dos mesmos? a que entram os conceitos que veremos a seguir.
Viso geral
importante observar que os trs conceitos principais a serem cobertos nesta
seo esto intimamente ligados. So eles:
Data Warehouse.
ETL.
Data Marts.
Um modelo representativo desses conceitos e de suas relaes pode ser
encontrado na Figura 4.1, a seguir:
Figura 4.1 | Modelo Representativo de ETL, Data Warehouse e Data Marts

U4
claro que para entender essa figura de forma abrangente, voc precisa saber
o que so os conceitos principais, no verdade? Ento, vamos a eles.
4.3.2 Data Warehouse
A traduo do termo Data Warehouse j d uma ideia do para que serve esta
ferramenta: em portugus, o termo significa armazm de dados. Da mesma forma
que em um armazm fsico armazenamos vrios tipos de mercadorias muitas
vezes provenientes de vrios fornecedores diferentes em um Data Warehouse
armazenamos dados. Como assim? Mas no exatamente este o conceito de
banco de dados?, voc, que astuto, pode perguntar. E se voc fizer esta pergunta,
isto significa que est prestando devida ateno s nossas aulas. Sim, em essncia,
um Data Warehouse um banco de dados, mas tambm muito mais do que isso.
Baltzan e Phillips (2013) definem Data Warehouse como sendo uma coleo
de dados provenientes de vrios bancos de dados, armazenados e organizados de
forma a permitir anlises que objetivam a combinao de dados para a identificao
de padres e informaes.
Assimile
O Data Warehouse centraliza e normatiza (cria regras de relacionamento

entre as tabelas de um banco de dados, de forma a reduzir as possibilidades
de existir inconsistncias e redundncias) dados de vrios bancos de
dados disponveis na organizao (BALTZAN; PHILLIPS, 2013).
A Figura 4.1 mostra o Data Warehouse no centro e evidencia o recebimento de

informaes que so armazenadas em bancos de dados locais (internos) e remotos
(externos). Cada um desses bancos de dados criado, mantido e utilizado por
diferentes sistemas de informao. Esses sistemas tm seus objetivos especficos
para os dados que mantm e pouco se conversam. O mesmo ocorre com os
bancos de dados externos (e, mais acentuadamente, no caso dos bancos de dados
externos que no se conversarem).
O Data Warehouse da organizao tem por responsabilidade receber e

organizar as informaes de todos os bancos de dados, internos e externos, que
esto disposio, mantendo trs caractersticas dos dados:
Coeso Os dados so organizados em estruturas (registros, como j vimos

anteriormente) e as relaes entre os elementos dessas estruturas devem ser mantidas
quando o banco de dados em questo for importando para o Data Warehouse.

U4
Integridade Alm da estrutura coesa, os dados em si devem ser importados

sem quaisquer variaes, refletindo exatamente o que estava armazenado nos
bancos de dados originais.
Segurana de acesso Os dados importados devem estar livres de acessos

no autorizados e sempre disponveis para acessos autorizados.
O conceito de Data Warehouse enderea cinco desafios operacionais que

dificultam que as anlises gerem valor para os negcios de uma organizao
(BALTZAN; PHILLIPS, 2013):
Inconsistncias nos modelos dados Cada sistema de informao define

estruturas de dados da forma que mais lhes til e no de se estranhar que
inconsistncias surjam entre sistemas diferentes.
O Data Warehouse tem em seu cerne os mecanismos para enderear

esta questo, identificando a forma mais adequada para o armazenamento das
estruturas e gerando, neste processo, a consistncia necessria para que os dados
independentemente de sua provenincia sejam consistentes com dados de
mesma natureza vindos de outros sistemas de informao.
Inconsistncias nos formatos dos dados O mesmo problema que ocorre

na estrutura tambm ocorre no formato dos dados em si: unidades de medida
ou ordem de grandeza nas dimenses (granularidades das dimenses) diferem,
formatos diferem, e por a vai.
O Data Warehouse enderea esta questo, parametrizando e

padronizando os formatos e dimenses de dados.
Baixa qualidade dos dados Os dados, quando presentes, podem ter sido
coletados erroneamente, ou podem ser incompletos.
o Aqui, o Data Warehouse ajuda de uma forma diferente: anlises feitas com
dados de baixa qualidade geram resultados discrepantes das demais anlises
possveis, apontando aos usurios a necessidade de melhorar-se a qualidade dos
dados errneos, e que dados so esses.
Baixa utilidade dos dados Se a especificao do sistema e/ou a modelagem

dos dados no foram bem feitas ou se no meio do caminho as necessidades foram
refinadas e os modelos anteriores j no so totalmente adequados, o resultado uma
coleta de dados de utilidade duvidosa, de pouco valor para as anlises de negcio.
O Data Warehouse ajuda tanto a identificar os dados inconsistentes

(pois como no caso anterior as anlises sero visivelmente discrepantes) quanto
na proviso de dados adequados, pois os mesmos podem vir de outros sistemas,
melhor definidos e com colees mais teis de dados.

U4
Acesso direto ineficiente aos dados Um sistema feito para criar e acessar
dados para uso em um departamento pode ser de difcil acesso ou de uso
inconveniente em outro (se que haver autorizao para acesso em outros
departamentos).
O Data Warehouse, por ter acesso a todos os dados e por ter a funo de
disponibilizar esses dados de maneira organizada e eficaz, resolve este problema,
alis, uma de suas principais razes de existir.
Extract, Transform, Load (ETL)
A expresso Extract, Transform, Load (ETL) j tem em sua traduo o significado

de sua funo: extrao, transformao e carregamento. De qu? A resposta
agora j bem bvia: de dados. Os autores Vaisman e Zimnyi (2014) definem
ETL como sendo o processo pelo qual os dados presentes em bancos de dados
internos e externos so extrados, transformados (padronizados, normatizados)
e carregados no Data Warehouse, estando disponveis para novos processos de
ETL que os disponibilizaro de forma mais adequada para anlises nos vrios Data
Marts dedicados (a serem vistos mais frente).
Esses processos de ETL esto representados na Figura 4.1, na qual podemos ver
que eles configuram as aes principais em um ambiente de Data Warehouse. Se o
Data Warehouse o armazm em que os dados so armazenados e organizados, o
ETL so as empilhadeiras e seus operadores, que se ocupam de buscar dados e de
armazen-los no local adequado (e da forma correta) no Data Warehouse. Ainda nesta
metfora das empilhadeiras e de seus operadores, o ETL tambm atua desempilhando
os dados do Data Warehouse e disponibilizando-os para os Data Marts.
Segundo Silvers (2008), os processos de ETL materializam-se como um

conjunto de aplicaes ou de mdulos de uma aplicao maior de ETL, em outras
palavras: enquanto o Data Warehouse um grande banco de dados unificado, o
ETL , essencialmente, software.
Reflita
O Data Warehouse a massa de dados, enquanto o ETL so as aes

que devem ser realizadas sobre essa massa de dados para normatiz-los e
disponibiliz-los para as anlises (SILVERS, 2008).
A funo principal do ETL fazer a integrao dos dados, apresentando-os de

maneira uniforme dentro do Data Warehouse (KIMBALL; ROSS, 2013).

U4
Esta uniformidade atingida por meio da normatizao de trs elementos dos

dados, a saber (SILVERS, 2008):
Forma O ETL deve normatizar a forma com que o dado expressado,

criando uma forma comum para dados de todas as provenincias.
Funo Em muitos casos, cdigos so usados para representar situaes

dentro de um sistema, e um mesmo cdigo pode ter significados distintos em
sistemas diferentes. O ETL deve criar um conjunto comum de cdigos, mantendo
uma tabela de traduo para evitar ambiguidades e manter significados coerentes.
Granularidade Setores diferentes podem usar unidades de medida e/ou ordens

de grandeza diferentes para o mesmo insumo. O ETL deve prover uma dimenso e
uma unidade de medida comum, mantendo tabelas de traduo entre elas.
Exemplificando
Forma: o nome de uma pessoa pode ser quadrado como Nome

Sobrenome, ou como Sobrenome, Nome.
Funo: o cdigo 27B pode significar chamado atendido para o suporte

de TI e pedido em falta para o setor de suprimentos. O ETL vai criar um
sistema interno de cdigos que evita a ambiguidade, mas permite que os
significados mantenham-se e sejam usados em anlises.
Granularidade: o setor de transporte pode transportar um insumo medido

em contineres, enquanto o setor de compras adquire o mesmo insumo
em tambores de 200 litros, ao mesmo tempo que o setor de vendas
vende o produto final em litros no varejo.
Os analistas responsveis pela operao do ETL, ainda segundo Silvers (2008,

p. 227), so responsveis por fazer com que a filosofia do Data Warehouse
ocorra. Esta chamada filosofia materializa-se em cinco pontos importantes
(SILVERS, 2008):
Integrao de Dados As aplicaes ETL agregam dados de fontes diferentes

dentro do Data Warehouse, independentemente da fonte, forma, funo ou
granularidade dos dados.
No Volatilidade Novos dados so inseridos sem que os dados antigos

sejam destrudos, preservando todos os dados.
Respeito s Variaes de Tempo O ETL preserva o tempo em que os dados

U4
foram criados, preservando a histria das transaes.
Uma Verso da Verdade As aplicaes de ETL remetem-se a apenas um

padro de modelagem e armazenamento.
Investimento de Longo Prazo Os dados so populados no Data Warehouse

e l mantidos indefinidamente, podendo ser analisados a qualquer momento,
preservando a longo o investimento neste ferramental.
Pesquise mais
Leia o artigo:
SILVA, Lus Alexandre da et al. Proposta de Data Warehouse para

ser Consumido por Gestores de Produo. Disponvel em: <http://
www.revista.fatecsebrae.edu.br/index.php/em_debate/article/
download/27/28>. Acesso em: 22 mar. 2016.
Data Marts
Quando voc olha para a Figura 4.1 e reconhece que todos os elementos a
menos de ETL so bancos de dados, naturalmente pode concluir que os Data
Marts tambm so bancos de dados, certo? Certssimo! Os Data Marts so Bancos
de Dados, sim, contudo, so bancos de dados com caractersticas e propriedades
lgicas diferentes dos demais. Diferentes at mesmo do Data Warehose, como
veremos a seguir.
O Data Mart, na definio de Baltzan e Phillips (2013), um repositrio de

dados especficos, um subconjunto dos dados mantidos no Data Warehouse. Uma
distino que ajuda a esclarecer a diferena entre o Data Warehouse e o Data
Mart a seguinte: o Data Warehouse tem um foco organizacional (seu objetivo
organizar e disponibilizar os dados), enquanto o Data Mart tem um foco funcional
(seu objetivo disponibilizar dados que tenham alguma funo especfica para um
grupo dentro da organizao).
Quando analisamos o termo Data Mart podemos traduzi-lo do ingls para o

portugus como mercearia de dados. Neste sentido, enquanto o Data Warehouse
pode ser imaginado como um enorme armazm, agrupando tudo quanto tipo de
dado, independentemente do propsito ou da provenincia, o Data Mart pode ser
imaginado como uma pequena mercearia especializada em algum dos aspectos
de dados disponveis no Data Warehouse. Essa mercearia vai atender a alguma
necessidade especfica de anlise por parte dos usurios.
Existem vrias justificativas para a criao de Data Marts (SILVERS, 2008):

U4
Acesso eficiente aos dados de interesse Mesmo que os Data Warehouses

permitam acesso a todos os dados de uma organizao, o volume de dados
armazenado pode tornar o processo de busca e agregao bastante complexo. A
criao de um Data Mart especfico para os dados que se quer analisar gera este
processo de agregao apenas uma vez, disponibilizando-os todos no Data Mart
em questo. A partir da as anlises ficam bem mais eficientes, pois o volume de
dados reduzido sobremaneira.
Segregao de acesso a dados sensveis Mesmo que o Data Warehouse

permita segurana de acesso, o fato que alguns dados corporativos tm uma
sensibilidade estratgica enorme para a organizao. Dados financeiros e dados de
investimentos so sempre tratados com o maior cuidado. Dados sensveis devem
fazer parte destas anlises estratgicas e Data Marts especficos com segurana
prpria auxiliam a manter o sigilo das informaes sensveis neles presentes.
Anlises de Cenrio Em muitos casos, as anlises de dados de determinada

natureza ou de determinada rea beneficiam-se da presena dos dados do setor
de negcios. A presena dos dados de negcio permite perguntas do tipo e se
acontecer uma determinada situao no mercado interno ou externo? Perguntas
como essa so chamadas de anlises de cenrios e exploram possibilidades,
provendo insumos importantes para a tomada de deciso. S so possveis, no
entanto, se agregamos informaes de outra forma vistas como disjuntas em um
mesmo Data Mart.
importante observarmos que a manuteno e o gerenciamento dos Data

Marts fica a cargo dos analistas que utilizam os dados contidos nestes repositrios,
descentralizando o controle das aes sob responsabilidade dos analistas que
cuidam do Data Warehouse.
Faa voc mesmo
Procure inteirar-se da estrutura de uma empresa nacional de grande porte

qualquer. Tente identificar, no organograma da empresa, setores que
tenham informaes sensveis ao negcio, que devam ser segregadas
e protegidas.
SEM MEDO DE ERRAR!

O processo de implantao das ferramentas de Data Warehouse na Corao
DOr deve seguir passos que construam, para os executivos daquela instituio, a
viso de que as ferramentas sero de fato fundamentais para o processo de Gesto
do Conhecimento em andamento. Um dos caminhos possveis para a resoluo
da situao proposta o seguinte:

U4
1. Fazer um levantamento dos sistemas de informao atualmente em operao

na Corao DOr, destacando os tipos de dados disponveis e informando com
quais outros (se que h algum) sistemas de informao pode-se trocar dados.
2. Citar alguns dos sistemas de informao levantados que no conversam com

outros sistemas, apontando os dados que poderiam ser teis se fosse possvel
combin-los com outros dados disposio da Corao DOr.
3. Mostrar, por meio de uma adaptao da Figura 4.1, o diagrama genrico de

um Data Warehouse, destacando que os dados coletados so unificados, e a partir
da podem ser analisados conjuntamente.
4. Mostrar como funciona o processo de ETL, destacando que esse processo

resolve inconsistncias de forma, funo e granularidade, disponibilizando um
conjunto coeso e completo de dados par as anlises.
5. Mostrar que os Data Marts tornam as anlises mais eficientes e que algumas
anlises de cenrios so possveis graas a eles e segurana que proveem.
Ao final deste trabalho, os executivos da Corao DOr tero condies de

apreciar o valor do Data Warehouse e estaro prontos para discutir o planejamento
de sua implantao na organizao.
Ateno!
O levantamento de sistemas de informao em operao dentro da

empresa fundamental, pois d a dimenso dos dados e uma viso livre
de obstculos do fato de que a maioria dos sistemas no se conversa
(BALTZAN; PHILLIPS, 2013).
Lembre-se
Forma: como o dado armazenado, seu formato.
Funo: qual o significado de um dado, ou seja, para que ele serve.
Granuladidade: dimenso e unidade de um dado.

U4
Avanando na prtica
Pratique mais!
Instruo
seus colegas.
Resolvendo problemas de acesso aos dados por meio de Data Warehouse
de rea relacionadas a informao e a comunicao.
Conhecer os principais conceitos pertinentes a Data
2. Objetivos de aprendizagem Warehouse, bem como as principais tcnicas para lidar com
grandes quantidades de dados (Big Data).
Apresentao da ETL, Data Warehouse e Data Marts para
armazenamento e anlise de grande quantidade de dados.
O empresrio e engenheiro Jeferson Scarafaggio
proprietrio de uma firma de engenharia que constri
edifcios de grande porte em toda a Amrica Latina.
Recentemente chegou ateno de Jeferson que vrios
dos sistemas de informao em operao em sua firma
no se conversam, pois os dados so modelados de formas
4. Descrio da SP
diferentes em cada um deles, h enormes diferenas nos
formatos, funes e granularidades dos dados, e no
conveniente (em muitos casos no nem possvel) o acesso
aos dados por pessoal de diferentes setores da empresa.
Como os conceitos de Data Warehouse podem auxiliar
Jeferson e sua empresa?
No caso da inconsistncia nos modelos de dados, o Data
Warehouse resolve o problema criando um modelo prprio
que unifica e mantm a coerncia dos dados provenientes
de outros sistemas.
No caso dos diferentes formatos, funes e granularidade,
o Data Warehouse tambm os unifica, por meio de
5. Resoluo da SP
um processo de unificao de todos estes atributos,
homogeneizando os dados de todos os sistemas que o
alimentam.
Por fim, utilizando os Data Marts, o acesso aos dados torna-
se mais conveniente, dado obviamente que os usurios
tenham direito a acessar os dados aos quais buscam.
Lembre-se
O Data Warehouse o grande unificador de dados dentro da empresa,

organizando-os e disponibilizando-os de maneira unificada para anlises
de tomada de deciso.

U4
Faa voc mesmo
Identifique os passos, desafios e solues para a criao de Data Marts a

partir de um Data Warehouse. Um bom ponto para se iniciar esta tarefa
o artigo:
CAMPOS, Maria Luiza M.; BORGES, Vania de Jesus A. S. Diretrizes para a

Modelagem Incremental de Data Marts. Disponvel em: <http://www.lbd.
dcc.ufmg.br/colecoes/sbbd/2002/008.pdf>. Acesso em: 09 mar. 2016.
Faa valer a pena
1. Uma traduo adequada para o termo Data Warehouse :

a) Supermercado de Dados.
b) Mercearia de Dados.
c) Armazm de Dados.
d) Almoxarifado de Dados.
e) Ptio de Dados.
2. O Data Warehouse pode ser interpretado como um mecanismo de

apoio tomada de decises, como um mecanismo de unificao e
organizao de dados ou como uma ferramenta tecnolgica. Contudo,
em sua essncia, podemos afirmar que um Data Warehouse no deixa
de ser:
a) Um grande complicador.
b) Uma ferramenta obsoleta.
c) Um supercomputador.
d) Um banco de dados.
e) Um aplicativo mvel.
3. Observe os elementos a seguir:

I. Coeso.
II. Integridade.

U4
III. Segurana de Acesso.

IV. Duplicidade.
Qual das alternativas a seguir contm apenas caractersticas do dado
preservadas pelo Data Warehouse?
e) I, II, III e IV.

U4
Seo 4.4
Olap e data mining

Dilogo aberto
Ol!
Iniciamos agora nossa ltima seo da unidade de Gesto do Conhecimento e

de nossa disciplina de Sistemas de Informao. Estamos terminando e, depois de
um semestre muito intenso e gratificante de aprendizado, hora de olharmos para
o que temos pela frente e movermo-nos em direo ao futuro. Os assuntos aqui
vistos so bastante ricos e muitos outros aprendizados esperam-nos.
Comeamos essa unidade falando acerca da Gesto do Conhecimento, ou

seja, das tcnicas envolvidas em se cuidar do maior ativo de toda a organizao:
o conhecimento de seus colaboradores individuais e o conhecimento coletivo
da organizao em si. Demos continuidade a este processo conhecendo os
conceitos de Business Intelligence (BI), ou Inteligncia de Negcios, e como as
decises estratgicas beneficiam-se (e muito) das informaes que podem ser
extradas dos dados disposio da organizao. O processo de BI alicera-se
sobre dois mecanismos mais prximos da TI: o primeiro o Data Warehouse, uma
forma de se centralizar e organizar os dados todos em um grande armazm de
dados; o segundo, que veremos nessa seo, o Data Mining, o mecanismo que
permite a busca de informaes teis em meio as grandes massas de dados.
Em nosso projeto com a Corao Dor, est na hora de mostrar aos executivos
da organizao que possvel utilizar a enorme massa de dados que a organizao
vem arregimentando desde sua formao, mais de vinte anos atrs. Voc dever
mostrar-lhes o que Data Mining, para que serve este conceito e como as tcnicas
de Data Mining podem auxiliar a Corao Dor. Em sua apresentao, no deixe de
destacar a natureza das previses possveis com esta tcnica, nem de explicar por
que este ponto de suma importncia.
E a, pronto para mais esta aula? Ento, siga em frente e bons estudos!

U4
No pode faltar
Pergunte a qualquer vendedor corporativo, destes que vo de empresa em

empresa oferecendo seus produtos e servios, se vale a pena ficar visitando
clientes mesmo sem que haja eventos de venda ou de demonstrao ocorrendo
por l, e a resposta ser um clamoroso claro que vale a pena! todas as vezes que
voc perguntar.
O motivo dado por eles simples: quanto mais presente junto ao cliente,
melhor o relacionamento e maior a confiana. Verdade, claro, mas no s
isso: quanto mais presente no dia a dia cliente, mais dados o vendedor consegue
juntar acerca do que ocorre dentro daquela empresa, podendo identificar se, em
funo dos acontecimentos, as chances so maiores ou menores de estreitar
o relacionamento ou de oferecer um produto especfico. Em meio a todos os
acontecimentos, ele fica atento, prestando o mximo de ateno que consegue,
em busca daquela sequncia de acontecimentos que lhe mostre que o momento
favorvel ou que melhor sair do caminho por ora.
Sem saber, esse vendedor experiente um expert em Data Mining.
Pesquise mais
Tcnicos e treinadores de futebol tm no Data Mining uma fonte valiosa
de informaes sobre como melhorar o desempenho de seus atletas. Os
estudos estatsticos sobre posicionamento dos atletas (goleiro e jogador),
bem como sobre as execues das aes durante uma cobrana de pnalti
no futebol, so exemplo disso. O artigo a seguir versa sobre este assunto:
WISIAK, Martin; CUNHA, Sergio Augusto. Anlise da Antecipao do

Goleiro em Cobrana de Pnaltis. Disponvel em: <http://www.cdof.
com.br/biomecanica4.htm>. Acesso em: 19 mar. 2016.
O que Data Mining?
Em livre traduo, a expresso Data Mining significa minerao de dados e,

em funo das aes realizadas sobre os dados, poderamos tambm traduzi-la
como garimpo de dados. O termo justifica-se porque se trata de um conjunto
de mecanismos que visam varrer detalhadamente os dados, combinando-os de
vrias formas, com o objetivo de identificar padres que lhes deem sentido. Neste
sentido, assemelha-se minerao de um terreno em busca de metais ou pedras
preciosos, s que no caso o terreno uma enorme massa de dados, e o que h
de precioso so os padres que podem emergir desses dados.

U4
Linoff e Berry (2011, p. 117) definem Data Mining como sendo um processo
de negcios que permite explorar grandes massas de dados com o intuito de se
descobrir regras e padres significativos, e essa definio merece ser quebrada
em trs partes para uma anlise mais detalhada:
Processo de Negcios um processo, no sentido do termo que abrange

a administrao, uma ao contnua, isto , que, aps se iniciar, no para mais.
Pense em uma linha de fabricao de automveis em uma montadora: uma
vez que se comea a montar automveis, no vai parar mais por muitos anos,
produzindo sempre automveis a serem vendidos. uma ao contnua. ,
tambm, um processo de negcios, porque, em que pese ser um mecanismo de
processamento e anlise de dados (ou seja, ligado TI), seu objetivo principal
levantar informaes teis conduo dos negcios da organizao. Ele depende
de outros processos de negcio para coletar os dados e serve a processos de
negcio que usam seus resultados na tomada de deciso.
Grandes Massas de Dados A expresso grandes massas de dados no

tem definio formal, claro, e sua quantificao, qualquer que seja, ser arbitrria.
Ocorre que, com a reduo dos preos de armazenamento provisrio (memria
RAM) e permanente (HD), podemos nos dar ao luxo de armazenar cada vez mais
dados. Grandes massas de dados so aquelas que no conseguimos processar
utilizando, por exemplo, o Microsoft Excel ou outra planilha eletrnica. O Microsoft
Excel consegue desde sua verso de 2007 lidar com mais de um milho de linhas
de dados, e o que consideramos ser Big Data hoje em dia (uma expresso criada
para reduzir a expresso grandes massas de dados) medido em terabytes.
Processos de anlise de dados devem ser extremamente otimizados para lidar
com estas quantidades de dados, pois no estamos mais falando, digamos, dos
automveis mais eficientes em consumo de combustvel no mercado brasileiro,
mas, sim, de algo na linha de quais so as caractersticas econmicas e sociais dos
brasileiros mais propensos a comprar um automvel eficiente no consumo de
combustvel. D para entender a diferena de dimenso?
Regras e Padres Significativos Em muitos casos at que bem fcil

encontrar padres em meio a massas de dados. Analisando-se os dados de uma
grande loja de departamentos no de se estranhar verificar que ano a ano h um
aumento na venda de adornos de Natal, que comea em novembro e vai at o fim
de dezembro, para cair a nveis irrelevantes at o mesmo perodo no ano seguinte.
Em que pese este padro ser bastante til para a identificao do tamanho do
estoque de adornos de Natal a loja deve manter para no perder vendas nem para
ficar com estoque extra desnecessrio, os donos da loja vo precisar de muito
mais se quiserem ser realmente efetivos em seu planejamento. Os dados de anos
anteriores no ajudam a planejar para as mudanas na moda nem nos hbitos de
consumo sempre em mutao dos clientes. Padres teis so aqueles que
vo ajudar a trazer vantagem competitiva para quem os descobrir.

U4
OLAP (On-Line Analytical Processing)
O OLAP, ou Processamento Analtico On-Line, uma ferramenta bastante

utilizada em Data Mining, que envolve a criao de Data Marts especialmente
configurados para permitir anlises multidimensionais de dados, como forma de
encontrar regras e padres que de outra forma seriam difceis de serem discernidos.
O OLAP alicera-se sobre uma estrutura de dados chamada hipercubo (ou,

simplesmente, cubo), que nada mais que uma estrutura que simula mltiplas
dimenses em um banco de dados. O raciocnio que quando temos uma linha de
uma planilha (ou seja, um registro), temos uma estrutura unidimensional; quando
temos uma tabela (linhas e colunas), temos uma estrutura bidimensional e podemos
combinar dados de linhas e colunas diferentes. Quando temos um registro (uma
linha de dados) armazenada em cada posio da tabela bidimensional, temos uma
dimenso a mais nesta estrutura, tornando-a tridimensional. Os cubos utilizados
no OLAP podem ter vrias dimenses, com cada posio sendo uma tabela
inteira, ou mesmo um conjunto de tabelas, adicionando as dimenses posteriores
estrutura. A criao de um Data Mart (a partir do Data Warehouse central), para
que nele possamos aplicar tcnicas de OLAP, deve ser feita com bastante critrio e
cuidado, pois as inconsistncias de estrutura, de formato de dados e de contedo
devem ser evitadas para que a preciso das anlises seja preservada.
Assimile
O processo de Data Mining , por natureza, contnuo. Isto significa que,

uma vez iniciado em uma organizao, ser realizado continuamente
enquanto essa organizao estiver em operao, sem data para acabar
(LINOFF; BERRY, 2011).
Tipos de Anlises do Data Mining
Silvers (2008) aponta para dois tipos principais de anlises realizadas pelas
tcnicas de Data Mining, sempre com o objetivo de descobrir padres que no
saltem aos olhos ou mesmo que estejam bem escondidos em meio ao enorme
contingente de dados existente. Esta busca, ainda segundo o autor, um exerccio
dinmico, sendo que a descoberta de um padro geralmente leva a perguntas que
podem levar a outros padres, e assim por diante. Os dois tipos bsicos de anlises,
segundo Silvers (2008), so:
Anlise Exploratria Consiste na busca por uma hiptese que explique um

comportamento. Este tipo de busca est sempre farejando uma regra de negcio
que permita prever um comportamento futuro por parte de uma ou mais variveis.

U4
o Exemplo de pergunta: ser que alguma coisa no comportamento de compras

de nossos clientes da faixa socioeconmica X permite identificar o quanto
compraro do produto Y no prximo trimestre?
Anlise Confirmatria Consiste em buscar em meio aos dados presentes a

confirmao de que a hiptese levantada realmente verdadeira. Geralmente este
tipo de anlise feito sobre dados histricos da organizao.
o Exemplo de pergunta: ser que o comportamento previsto pela hiptese se

confirmou em perodos passados em que situaes semelhantes foram atingidas
pelas variveis em questo?
Pela natureza das anlises e exemplos de questes listadas, uma caracterstica

do Data Mining aparece com mais clareza: trata-se de um processo computacional,
que apresenta seus dados como probabilidade estatstica e no com a certeza
determinstica de que algo certamente vai acontecer ou algo no ocorrer de forma
alguma. As respostas fornecidas pelas tcnicas de Data Mining geralmente se parecem
com: nas condies apresentadas para as variveis A, B e C, h uma chance de X% de
tal comportamento ocorrer com a varivel D (SILVERS, 2008, p. 175).
Como em qualquer exerccio de natureza estatstica, h erros possveis

envolvidos. Por exemplo: a probabilidade de eu jogar uma moeda para cima e
ela cair em coroa 50%. Contudo, se eu efetivamente tomar uma moeda e
jog-la dez vezes para cima, h uma boa chance de eu conseguir seis coroas e
quatro caras, ou mesmo trs coroas e sete caras (ou alguma outra combinao
diferente de cinco coroas e cinco caras). Se a moeda no tem nenhum truque, a
probabilidade de 50% para cada lado, mas existe um erro associado ao processo.
Esse erro estatstico pode ser positivo ou negativo, dependendo de se chego perto
mas no atinjo (erro negativo) ou se ultrapasso (erro positivo) o valor esperado.
A proximidade com o valor terico esperado dada por uma distribuio normal,
como pode ser visto na Figura 4.2, a seguir:
Figura 4.2 | Distribuio normal do erro em resultados estatsticos
Erro Erro Erro

Negativo Zero Positivo
Fonte: Adaptado de Silvers (2008).

U4
O que esta distribuio diz que se a moeda justa (50% de chances para
cada lado), a maioria das vezes que a jogarmos para cima dez vezes teremos
combinaes prximas ao esperado (5-5, 6-4, 4-6). Em algumas situaes teremos
erros maiores (para cima ou para baixo) e desvios consequentemente maiores do
resultado esperado.
Exemplificando
bem conhecido o fato de que as chances de um casal ter um filho do

sexo masculino igual chance desse filho ser do sexo feminino, ambas
as chances de aproximadamente 50% (na prtica nascem 51% de meninos
e 49% de meninas, mas a mortalidade de meninos fracionalmente maior,
resultando no equilbrio de 50%). Contudo, no incomum ver famlias
com dois (ou mais meninos) e nenhuma menina, e vice-versa (ZATZ, 2012).
As previses permitidas pelas tcnicas de Data Mining so de natureza

semelhante e desvios so esperados, uma vez que estamos tratando com eventos
probabilsticos, e no fsicos. Em um evento fsico, o resultado de um experimento
deve ser sempre o mesmo e qualquer desvio atribudo ao processo de
mensurao. A massa de um objeto constante (a menos que ele esteja passando
por algum processo fsico ou qumico, obviamente). A velocidade de um objeto
livre da ao de foras no varia e assim por diante. J os fenmenos modelados
pelo Data Mining so de natureza de negcios e patentemente no so to estveis
e imutveis quanto as leis da fsica, e para piorar incluem uma boa dosagem de
elementos da natureza humana. Os modelos que mais se aproximam da realidade
baseiam-se na estatstica e nas probabilidades para suas previses.
Business Intelligence e Data Mining
A histria de Billy Beane, gerente geral do time de beisebol Oakland As foi

dramatizada no filme "O Homem que Mudou o Jogo (Moneyball)", de 2011. Nos
eventos representados no filme, Beane (no filme, Brad Pitt) toma uma atitude
bastante estranha at ento no mundo dos esportes: em vez de contratar jogadores
com base nas opinies dos executivos do time supostamente experts no esporte
, decide dar ouvidos ao jovem analista Peter Brand, que baseia suas sugestes em
vrios quesitos de desempenho dentro do campo. Com as escolhas estranhas do
Gerente Geral, o time tem uma ascenso meterica em seu desempenho (LEWIS,
2015). Nos dias de hoje, ningum cogita mais contratar jogadores na MLB (liga
principal de beisebol nos EUA) usando critrios que no sejam fundamentados
nos dados de desempenho dos jogadores. Billy Beane mudou o jogo para sempre
(MAHESHWARI, 2008).

U4
A histria de Billy Beane e Peter Brand, bem como de seu sucesso no Oakland
As, ilustra com preciso o ponto principal acerca do Data Mining: um processo
que existe com o objetivo explcito de servir aos negcios da instituio. Decises
de negcio devem ser tomadas sempre com base em dados slidos: indicadores
de desempenho, relatrios consolidados, projees criteriosas.
Os dados que trazem as informaes necessrias tomada de decises vm

das bases da prpria empresa, e as informaes necessrias tomada de decises
vm dos padres e das regras encontrados nesses dados pelos processos de
Data Mining. Podemos representar as relaes entre Inteligncia de Negcios e
Minerao de Dados (Data Mining) por meio da Figura 4.3, a seguir:
Figura 4.3 | O ciclo da Inteligncia de Negcios e da Minerao de Dados
Inteligncia Negcios
Minerao Dados
Fonte: Adaptado de Maheshwari (2008).
A Figura 4.3 deve ser lida da seguinte forma: o conhecimento dos

empreendedores possibilita a realizao de negcios. Os negcios geram dados
para a empresa, que so armazenados constantemente. Os dados permitem a
minerao, um processo de busca de padres e regras que lhes deem sentido para
conseguir vantagens nos negcios futuros. Os padres e as regras descobertos
pela minerao geram mais inteligncia para os executivos da empresa, e o ciclo
reinicia-se (MAHESHWARI, 2008).
Reflita
Sem inteligncia, no se fazem negcios. Sem negcios, no se geram

dados. Sem dados, no possvel a minerao. Sem minerao, no se
gera inteligncia.
A cadeia de processamento de dados
Segundo Maheshwari (2015), os dados podem ser considerados como os novos

recursos naturais da organizao, um ponto de vista que atribui a eles um valor
escondido, como no caso dos veios de minrios e de outros recursos naturais

U4
disponveis em uma nao. O processo de encontrar esse valor escondido nos

dados ocorre por meio do Data Mining, mas importante que observemos: h um
caminho especfico a ser trilhado pelos dados at que possam ser minerados e
deles serem extradas as informaes de valor.
Esse caminho que aqui chamamos de cadeia de processamento de dados

pode ser representado pela Figura 4.4, a seguir (MAHESHWARI, 2015):
Figura 4.4 | Cadeia de processamento de dados
Mesmo que parea um caminho longo, natural que ocorra de forma rpida
pelo menos at o terceiro estgio, pois so duas aes automatizadas que
ocorrem a partir do momento em que o dado gerado: ser coletado em uma
base de dados (por meio de um sistema de informaes), e da ser armazenado
em um Data Warehouse (por meio de um processo de ETL, como visto na aula
anterior). O passo seguinte, isto , o Data Mining, pode, de fato, demorar um
pouco mais por uma razo simples e importante: o Data Mining depende de que
se atinja determinado volume de dados de forma que os resultados gerados sejam
estatisticamente relevantes. Esse volume tambm importante para que os dados
reflitam com mais preciso a realidade dos fatos, no sendo apenas um caso
isolado resultante de uma amostra desviada da norma.
Podemos ver nos resultados iniciais de eleies um exemplo de desvio da norma

por falta de volume de dados: em funo de uma determinada seo comear
as apuraes antes das demais, o candidato A pode sair na frente. Contudo,
depois que todas as sees comeam a ser apuradas, o quadro real mostra que o
candidato B tem a preferncia do eleitorado, pois sua maioria de votos comea a
se configurar em maior nmero de sees.
Feita a minerao de dados, as informaes resultantes devem ser passadas

a um sistema de visualizao de dados, que as mostrar sob formas de grficos
e relatrios especficos. A visualizao dos dados o ponto alto deste processo,
pois por meio dela que as informaes chegam at quem vai us-las para tomar
decises. Algumas consideraes sobre como apresentar as informaes so
(MAHESHWARI, 2015):

U4
1. importante que sejam apresentadas concluses sobre os dados e as

informaes, e no apenas os dados e as informaes em si (e muito importante
que as concluses apresentadas sejam slidas, isto , no sejam contraditas pelos
prprios dados).
2. Cada informao apresentada usando o apoio visual adequado: mapas,

grficos, grficos de pizza, tabelas. Deve-se escolher com critrio a ferramenta
certa para apresentar a informao (e a concluso) em questo.
3. Os resultados obtidos devem ser organizados de forma a fazer com que o

ponto central (a concluso central a que se quer chegar) esteja em destaque.
4. Os recursos visuais devem refletir os nmeros de maneira precisa. Visuais

imprecisos podem ser mal interpretados, gerando decises ruins a partir de dados bons.
5. Os resultados devem ser apresentados de maneira marcante e criativa, de forma

a criar uma boa impresso a quem assiste (que quem vai tomar as decises futuras).
Faa voc mesmo
Entre no site de sries estatsticas do IBGE <http://seriesestatisticas.ibge.

gov.br> faa uma busca, baixe alguma das inmeras tabelas disponveis
gratuitamente e gere grficos que representem os dados. Quais
informaes voc pode tirar dos dados? Quais concluses so possveis?
Sem medo de errar!

Para mostrar Corao DOr o quanto o Data Mining pode auxiliar nos novos
rumos de Gesto do Conhecimento tomados pela organizao, voc pode seguir
os seguintes passos:
1. Podemos comear nosso trabalho pontuando para os executivos da

Corao DOr o que Data Mining, apontando para a enorme massa de dados da
Organizao e para o Data Warehouse que visamos construir com base no que
foi exposto na Seo 4.3. O objetivo mostrar que em que pese estes bancos de
dados j serem de extrema utilidade para a Corao DOr, um sem nmero de
outras informaes pode estar escondido entre elas, aguardando que buscas e
combinaes no cogitadas at o momento descubram-nas, dando ainda mais
vantagens competitivas para a instituio. Essas combinaes e buscas so feitas
por meio dos mecanismos de Data Mining.
2. Aps explicar o conceito de Data Mining, voc deve explicar que as regras e os
padres a serem levantados por meio deste mecanismo so de natureza estatstica/
probabilstica, ou seja, as concluses a que chegaremos tero probabilidades de

U4
ocorrer, com erros variantes de acordo com a preciso e o volume dos dados
a partir dos quais so gerados. Ainda assim, desde que o processo seja feito com
critrio, e que os dados sejam consistentes, as concluses tendem a ser bastante
teis para a tomada de decises da Corao DOr.
3. Por fim, lembra-se do levantamento dos sistemas de informao e seus

respectivos bancos de dados que realizamos na etapa anterior (Seo 4.3)? Ento,
j mostramos que a Corao DOr tem um enorme manancial de dados sua
disposio. Agora hora de mostrar uma pequena combinao de dados, a
partir da podemos garimpar informaes teis. Algumas sugestes de buscas e
combinaes nas bases de dados com o objetivo de identificar regras que podem
ser tentadas:
a) Problemas cardacos mais comuns combinados com as profisses dos

clientes da Corao DOr.
b) Condio cardaca combinada com hbitos alimentares e de condicionamento

fsico entre os clientes da Corao DOr.
c) Identificar quais as caractersticas socioeconmicas e os hbitos dos clientes

da Corao DOr mais propensos a realizar check-ups cardacos anuais.
Assim, mostraremos aos executivos da Corao DOr que o Data Mining pode
ser um poderoso aliado s aes de expanso da organizao.
Ateno!
A natureza estatstica das regras e dos padres que derivamos de dados

por meio de Data Mining sempre envolve algum grau de erro, que deve
ser levado em considerao na tomada de deciso.
Lembre-se
Quanto maiores os volumes e mais precisos os dados disposio, maior

ser a qualidade das concluses a que chegaremos por meio do Data
Mining.

U4
Avanando na prtica
Pratique mais!
Instruo
seus colegas.
Entendendo o eleitorado
2. Objetivos de aprendizagem Conhecer as principais tcnicas e aplicaes de Data Mining.
Definio das ferramentas OLAP e Data Mining e
demonstrao a partir de cases das suas aplicaes.
O empresrio Saulo Mafuf est contemplando uma carreira
poltica, aps mais de duas dcadas de sucesso no ramo de
entretenimento, em que j produziu vrios artistas famosos,
lanando carreiras e promovendo eventos. Em funo de
sua rea de atuao profissional, tem contato com o pblico
jovem e est em busca de uma plataforma poltica que faa
sentido a esta poro do eleitorado.
4. Descrio da SP Saulo contratou uma empresa de dados que lhe forneceu
vrios bancos de dados contemplando jovens dos 16 aos 25
anos de idade. A empresa tambm juntou dados do IBGE
do Censo de 2010 e da PNAD, e obviamente tambm tem
bancos de dados referentes aos seus prprios eventos e
clientes que os frequentam.
Com o uso de tcnicas de Data Mining, que questes Saulo
pode buscar responder por meio desta massa de dados?
Algumas das questes que Saulo pode buscar responder so:
1. Quais as prioridades para o futuro pessoal e profissional
dos jovens entre 16 e 20 anos, e entre 21 e 25 anos de idade?
2. Entre as preocupaes que podem ser endereadas pelo
poder pblico (sade, educao, segurana, clima, etc.), quais
so as mais importantes para este pblico?
5. Resoluo da SP
3. Entre as qualidades de um governante (liderana,
dinamismo, otimismo, tica, etc.), quais so as mais
importantes para este pblico?
4. Sendo que as ideias de Saulo pendem para a centro-
direita, qual a fatia dos jovens frequentadores de seus
eventos que estaria inclinada a votar nele?
Lembre-se
A busca por padres e regras em meio a uma massa de dados uma

anlise exploratria. Aps a conduo de uma busca exploratria,
indicado fazer uma anlise confirmatria para tentar identificar se padres
semelhantes no passado geraram resultados semelhantes aos que os
padres e regras apontam.

U4
Faa voc mesmo
Comearemos este exerccio com voc respondendo algumas questes,

sem pensar muito: quais seus atores preferidos? Qual o gnero de filmes
que voc mais gosta? Voc tem preferncia por algum tipo especfico de
assunto nos filmes a que assiste?
Em seguida, vamos ver se os fatos esto de acordo com suas percepes.

Procure fazer uma lista dos filmes aos quais voc assistiu nos ltimos
anos. Seja o mais completo que conseguir, procurando em listas de
filmes de anos anteriores na internet, sites de filmes ou outros registros
que tenha mo. Marque os principais atores dos filmes, o gnero dos
filmes (comdia, fico cientfica, etc.) e o assunto principal.
Voc consegue identificar padres em suas preferncias? H atores

que se sobressaem, isto , participam de mais filmes que os outros?
Algum dos atores ou alguma das atrizes que participam dos filmes a que
voc assiste surpresa por destacar-se nos dados que voc juntou? H
assuntos de sua preferncia? H gneros que mais se destacam?
Lembre-se: no estamos em busca de suas opinies sobre os assuntos

(que foram registradas no incio do exerccio), mas, sim, do que os
dados apontam.
Faa valer a pena
1. Voc est na marca do pnalti, diante de um goleiro que, durante as

ltimas 300 cobranas registradas, pulou para o lado esquerdo em 85%
das ocasies. Nesta situao podemos concluir que:
a) Nas demais 15% das ocasies, esse goleiro pulou para o lado direito.
b) Se voc bater o pnalti do lado esquerdo, no vai fazer o gol.
c) Se voc bater o pnalti do lado direito, vai fazer o gol.
d) Se voc bater o pnalti do lado esquerdo, tem mais chances de
fazer o gol.
e) Se voc bater o pnalti do lado direito, tem mais chances de fazer
o gol.

U4
2. Sobre o significado da expresso em ingls Data Mining, podemos

afirmar que:
a) Pode ser traduzida como mina de dados.
b) Pode ser traduzida como miniatura de dados.
c) Pode ser traduzida como garimpo de dados.
d) Pode ser traduzida como milhes de dados.
e) Pode ser traduzida como menina dos olhos dos dados.
3. Observe a sentena a seguir:

Data Mining um processo _______________ que permite
explorar grandes _______________ com o intuito de se descobrir
_______________ significativos.
Qual das alternativas a seguir completa corretamente a sentena
anterior?
a) Gerencial, contingentes de informaes, conhecimentos.
b) De negcios, empresas, dados.
c) Gerencial, gestores do conhecimento, resultados.
d) De negcios, massas de dados, regras e padres.
e) De negcios, contingentes de informaes, resultados.

U4

U4
Referncias
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Nova York: McGraw-Hill, 2013.
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Elsevier, 2011. 392 p.
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Springer, 2015.
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NORTH, K.; KUMTA, G. Knowledge management: value creation through organizational
learning. Nova York: Springer, 2014.
RAHMAN, H. Social and political implications of data mining: knowledge management
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York: Springer, 2014.
ZATZ, M. Gentica: escolhas que nossos avs no faziam. Rio de Janeiro:
Globolivros, 2012.

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KLS

Ruy Flvio de Oliveira

Vice-Presidente Acadmico de Graduao

Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

Oliveira, Ruy Flvio de

1. Sistemas de transmisso de dados. 2. Redes de

Unidade 1 | Tecnologia da informao e comunicao no ambiente 7

Seo 1.1 - Importncia da informao 9

Unidade 2 | Classificao dos sistemas computacionais 67

Seo 2.1 - Conceitos gerais sobre sistemas computacionais

Unidade 3 | Tecnologias de desenvolvimento de sistemas 125

Seo 3.1 - Fundamentos gerais sobre desenvolvimento de sistemas 127

Unidade 4 | Gesto da informao e do conhecimento 191

Seo 4.1 -Gesto da informao e do conhecimento 193

Este livro composto por quatro unidades:

Com o contedo que estudaremos na Unidade 1, voc ser capaz de

1. Entender a importncia da informao nas atividades pessoais e

2. Conhecer as estratgias de coletas de dados que so utilizadas para

3. Conhecer a evoluo das tecnologias de informao que so utilizadas

4. Conhecer o cenrio das tecnologias da informao disponveis e o seu

No intuito de aproximar o contedo estudado, ou seja, a teoria e seus

registrados em um pequeno caderno. Mas, frequentemente, os funcionrios

Seja bem-vindo! Os conceitos desta unidade so fundamentais para que

8 Tecnologia da informao e comunicao no ambiente organizacional

Tecnologia da informao e comunicao no ambiente organizacional 9

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Observe os sistemas de compras eletrnicas, que exigem um grande poder de

Dado uma representao simblica, bruta e desprovida de significado. Pode

Fonte: IBGE (2015).

10 Tecnologia da informao e comunicao no ambiente organizacional

A simples observao deste grfico nos permite gerar a informao de que o

Dados so coletados dos mais diversos tipos de fontes, como livros,

Informao o que se obtm com algum tipo de processamento de dados. Uma

quantas pessoas possuem mais de 60 anos;

quantas mulheres tem mais de 2 filhos; e

quantas pessoas possuem nvel superior.

Para obter essas informaes, os dados so contabilizados e analisados por

Figura 1.2: Pesquisas no Google sobre tablets e notebooks

Fonte: Google Trends (2015).

Tecnologia da informao e comunicao no ambiente organizacional 11

No quadro da Figura 1.2 possvel observar informaes geradas pelo Google

Um bom exemplo de gerao de informao quando adquirimos

Apesar de ser uma grande fonte de informaes, a web no deve ser

12 Tecnologia da informao e comunicao no ambiente organizacional

O que sistema de informao?

Um sistema de informao pode ser entendido como um conjunto de elementos

Um sistema de informao tem como objetivo a coleta, processamento,

Compreender o impacto direto que as informaes tm sobre os resultados de

Figura 1.3: Quadro de informaes de partidas e chegadas de aeroportos

Fonte: Freeimages (2015).

Tecnologia da informao e comunicao no ambiente organizacional 13

No quadro da Figura 1.3, possvel observar as informaes geradas pelo sistema

Entre os principais objetivos da utilizao dos sistemas de informao, podemos citar:

Gerao de informaes estratgicas e especficas para os departamentos de

Gerao de informaes de utilidade pblica.

Confiabilidade na manipulao dos dados.

Agilidade na gerao de informaes (SILVA, 2014).

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O que tecnologia da informao?