TRAGÉDIA Roteiro
TRAGÉDIA Roteiro
TRAGÉDIA Roteiro
TRAGDIA
GREGA
SANTIAGO RS
2016
Oficina de Teatro
Ato I
OS LABDACIDAS
JOCASTA
Mas, pelos deuses, dipo, dize-me: por que razo te levaste a to forte
clera?
DIPO
JOCASTA
DIPO
JOCASTA
DIPO
JOCASTA
DIPO
JOCASTA
DIPO
Suponho que disseste ter sido Laio assassinado numa trplice encruzilhada?
JOCASTA
Sim.
DIPO
JOCASTA
DIPO
JOCASTA
A notcia aqui chegou pouco antes do dia em que foste aclamado rei
deste pas.
DIPO
JOCASTA
DIPO
No me perguntes nada, ainda. Como era ento Laio? Que idade teria?
JOCASTA
DIPO
JOCASTA
DIPO
Meu pai Polbio, de Corinto; minha me, Mrope, uma dria. Eu era
considerado como um dos mais notveis cidados de Corinto, quando
ocorreu um incidente fortuito, que me devia surpreender, realmente, mas
que eu talvez no devesse tomar tanto a srio, como fiz. Um homem,
durante um festim, bebeu em demasia, e, em estado de embriaguez, ps-
se a insultar-me, dizendo que eu era um filho enjeitado. Possudo de justa
indignao, contive-me naquele momento, mas no dia imediato procurei
meus pais e interroguei- os a respeito. Eles irritaram-se contra o autor da
ofensa, o que muito me agradou, pois o fato me havia profundamente
impressionado. revelia de minha me, e de meu pai, fui ao templo de
Delfos; mas, s perguntas que propus, Apolo nada respondeu, limitando-se
a anunciar-me uma srie de desgraas, horrveis e dolorosas; que eu
estava fadado a unir-me em casamento com minha prpria me, que
apresentaria aos homens uma prole malsinada, e que seria o assassino de
meu pai, daquele a quem devia a vida. Eu, diante de tais predies,
resolvi, guiando- me apenas pelas estrelas, exilar-me para sempre da terra
corntia, para viver num lugar onde nunca se pudessem realizar pensava
eu as torpezas que os funestos orculos haviam prenunciado.
Caminhando, cheguei ao lugar onde tu dizes que o rei pereceu. A ti,
mulher, vou dizer a verdade, do princpio ao fim. Seguia eu minha rota,
Oficina de Teatro
JOCASTA
Pausa.
JOCASTA
DIPO
JOCASTA
DIPO
Jocasta sai.
DIPO
No quero mais ser testemunha de minhas desgraas,
nem de meus crimes! Na treva, agora, no mais verei aqueles a
quem nunca deveria ter visto, nem reconhecerei aqueles que
no quero mais reconhecer!
DIPO
Vejam. Olhem bem, todos vocs cidados da gloriosa
Tebas. Vejam a punio daquele que matou o Rei Laio. Agora,
mergulhado em seus infortnios e privado de ver tudo aquilo
que o desgraou. Ah! Infeliz de mim! Para onde irei? meu
destino, quando acabars de uma vez?!... Como me traspassam
as dores do meu sofrimento e a lembrana de meu infortnio!
Cena 02 AS FENCIAS
CREONTE
Ladys and Gentlemans! Welcome to the TEBAS CITY! Tonight in the right
side, the King of the TEBAS, Etocles!
ETOCLES
Palas, filha de Zeus! Faze com que meu brao mergulhe a lana vitoriosa
no peito de meu irmo! Concede-me a graa de exterminar agora este
exilado decidido a destruir a nossa ptria!
Oficina de Teatro
CREONTE
POLINICES
CREONTE
Parem! Parem com essa disputa agora. Meus filhos! teocles, Polinices,
suplicante lhes peo, acabem agora com essa disputa! Me deixem passar!
JOCASTA (Agressiva)
JOCASTA
Chego tarde demais para vos socorrer, meus filhos! Onde esto os deuses
agora? Os meus filhos! Os meus filhos! Mortos!
Me, me. Estou morrendo, minha me... Tenho pena de ti, e tambm
sinto pena de minha irm e at de meu irmo que morre, pois apesar de
nossa amizade fraterna ter se transformado em inaudito dio, ele no era
menos meu irmo por isso. Ah! Minha me , e tu minha irm!... Rogo,
suplico-vos!... Desejo que me sepulteis no cho da ptria e apazigueis
minha cidade revoltada!... Seja-me concedido ao menos um pedao da
Oficina de Teatro
terra onde nasci e onde est o trono de nossos ancestrais, perdido para
sempre! Que tuas mos cerrem meus olhos, minha me.
POLINICES
Polinices morre. Jocasta chora sobre o corpo dos filhos mortos. Antgona
levanta a me que a acompanha por alguns passos e cai. Jocasta pega
com raiva a terra. Num crescente ela vai pegando a terra at culminar
em atirar ela contra as janelas. Ela ento pega as espadas de seus filhos e
vai saindo de cena. Fica em cena apenas Antgona e os dois cadveres.
Ouve-se de fora de cena dois gritos estridentes de Jocasta. Aps o
segundo grito, ouve-se o som das espadas caindo no cho. Entra Creonte
e o Coro, para retirar o corpo de Etocles.
Cena 03 ANTGONA
CREONTE
ANTIGONA
teu triste destino meu irmo querido, cadver insepulto para sempre. Mas
ainda que tenha de morrer, hei de enterr-lo, eu mesma e em segredo!
Entra Ismene.
ISMENE
Mas, minha pobre irm, em tais condies, em que te posso eu valer, quer
por palavras, quer por atos?
ANTIGONA
ISMENE
ANTIGONA
ISMENE
Queres tu, realmente, sepult-lo, embora isso tenha sido vedado a toda a
cidade?
ANTIGONA
Uma coisa certa: Polinice era meu irmo, e teu tambm, embora recuses
o que eu te peo. No poderei ser acusada de traio para com o meu
dever.
ISMENE
ANTGONA
Visto que j me tens presa, que mais queres tu, alm de minha
morte?
Oficina de Teatro
CREONTE
ANTGONA
CREONTE
ANTGONA
CREONTE
ANTGONA
CREONTE
ANTGONA
CREONTE
ANTGONA
CREONTE
ANTGONA
CREONTE
ANTGONA
CREONTE
ANTGONA
CREONTE
ANTGONA
CREONTE
ISMENE
ANTGONA
ISMENE
ANTGONA
Quem tudo fez, Hades e os mortos bem sabem... quem s
me ama por palavras, no pode ser, para mim, uma verdadeira
amiga.
ISMENE
ANTGONA
No! No me acompanhes na morte! No queiras passar
como autora do que no fizeste! Meu sacrifcio, s, bastar!
ISMENE
ANTGONA
Pergunta-o a Creonte... Todos os teus cuidados so para
ele...
ISMENE
ANTGONA
ISMENE
ANTGONA
Salvar tua vida... No tenho a menor inveja de ti, se o
conseguires!
ISMENE
ANTGONA
Tu escolheste a vida, e eu, a morte.
ANTGONA
Dolorosas recordaes tu me trazes, renovando as angstias
sem fim que tenho sofrido por meu pai, por nosso destino,
pelo infortnio minaz dos Labdcidas! Oh! Funesto
casamento, o de minha pobre me! Unio com o meu
desgraado pai, que lhe devia a vida! De que mseros
progenitores eu nasci! E ser por eles que, maldita, sem ter
sido desposada, eu caminho para a sepultura! Meu irmo,
que desastrado casamento tu fizeste! Tua morte, que me
faz perder a vida!
Sem que chorem por mim, sem amigos, sem cnticos de
himeneu, desgraada, sou conduzida nesta fnebre
viagem!... A luz sagrada do sol, j no mais poderei ver. Que
ningum lamente minha sorte! Que ningum suspire por
mim!Seja eu a ltima que deso ao Hades antes do termo
natural de meus dias...
(Pausa).
L, ao menos, tenho esperana de que minha chegada agradar
a meu pai, a minha me, e tambm a ti, meu irmo querido!
Quando morrestes, eu, com minhas prprias mos, cuidei de
vossos corpos, sobre eles fiz libaes fnebres; e hoje, Polinice,
porque dei sepultura a teus restos mortais, eis a minha
recompensa! Creio, porm, que no parecer dos homens sensatos,
eu fiz bem.
Oficina de Teatro
Ato II
OS ATRIDAS
CLITEMNESTRA
Responde com franqueza ao que vou responder.
AGAMENN
Pois interroga-me sem mais vacilaes.
CLITEMNESTRA
Preparas-te para matar a nossa filha?
AGAMENN
Ousas falar assim? Suspeitas Citeminestra, do que no tens
motivos para suspeitar?
CLITEMNESTRA
Acalma-te, Agamenn! Responde primeiro.
AGAMENN
Se forem razoveis as tuas perguntas ters de mim respostas
tambm razoveis.
CLITEMNESTRA
Atm-te ao nosso assunto, que eu tambm me atenho.
AGAMENN
Ah! Sorte venervel! Ah! Destino! Ah! Gnio que segues os meus
passos incansavelmente!
CLITEMNESTRA
E os meus tambm,e os passos da triste Ifignia! O mesmo Gnio
rancoroso nos persegue.
AGAMENN
Quem est sendo injusto em relao a ti?
CLITEMNESTRA
Perguntas-me? Provas que perdeste a razo! (Silncio) Obtive
Oficina de Teatro
AGAMENN
Amo os meus filhos e seria demente se no os amasse! Ousar
um suplcio enorme para mim mas no ousar me deixa tambm
infeliz. Que poderei fazer eu? fcil ver daqui as naus
inumerveis cheias de soldados, a infinidade de guerreiros bem
protegidos pelo bronze dos escudos; a rota pela qual se pode ir
a Tria est fechada para nossa expedio, se eu no sacrificar
a nossa filha Ifignia, seguindo as instrues do adivinho, os
gregos no sero capazes de arruinar os muros venerveis da
antiga Tria!
Entra Ifignia.
CLITEMNESTRA
Ai! Minha filha! Tua morte me alucina! Teu pai nos abandona
nossa prpria sorte depois de consagrar-te deste modo ao
Hades!
Clitemniestra sai.
IFIGNIA
Apenas por que Pris deteve o seu olhar sobre a funesta Helena sim, a
funesta causadora de infortnios! vou dar meu ltimo suspiro imolada
pelo cutelo do meu pai!
Cena 02 AGAMENN
CLITEMNESTRA
Pela justia feita em nome de uma filha, pelo Destino, pelas Frias
vingadoras a quem dedico o sacrifcio deste homem, minha
esperana no dar lugar ao medo! A est por terra o homem que
humilhou a prpria esposa entregue triste solido! Fui eu quem o
feriu, quem o matou; eu mesma o levarei sepultura, mas sem que
seus parentes o lamentem. Sua filha infeliz (triste Ifignia!) ir solcita
ao encontro dele no rio clere das aflies e ternamente h de
beijar-lhe as mos.
Cena 03 ELECTRA
ORESTES
ELECTRA
ORESTES
ELECTRA
ORESTES
Oficina de Teatro
Talvez no haja no mundo pessoa a quem eu possa abraar com mais direito!
ELECTRA
ORESTES
ELECTRA
At que enfim! Aquele que far a justia! Meu querido irmo! O designado a vingar a
morte de nosso desventurado pai, o infeliz Agamenn!
ORESTES
Mas como posso eu, te ajudar nessa vingana contra os assassinos do nosso pai?
ELECTRA
Usando para com esses assassinos da mesma audcia que vitimaram a Agamenn.
ORESTES
ELECTRA
Sem dvida, e com o mesmo ferro com que ela matou o nosso pai. Mesmo que tenha
de morrer aps derrubar o sangue de minha me!
ORESTES
ELECTRA
ORESTES
ELECTRA
Eu me incubo da morte da nossa me. Mandei avisar a ela que dei a luz, mesmo ainda
no ter sido tocada por nenhum homem, ainda que seja pura e casta. Ela vir assim
que souber que eu estou no resguardo do parto. de interesse dela deplorar
abastardamento da minha raa! Agora a ti Orestes, cabe o primeiro golpe. Egisto,
aquele que desposa de nossa me e do trono do nosso falecido pai de forma to
nojenta e injusta, o mesmo que me colocou neste lugar, longe do palcio, ir at as
Oficina de Teatro
(ORESTES sai)
FIM