VCP Modulo3
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desordem
Apresentação do Módulo
Objetivos do Módulo
Estrutura do Módulo
Uma das consequências desse novo modelo foi o aumento da capacidade quantitativa
de atendimento aos chamados da população, assim como a redução do tempo de resposta das
organizações policiais a tais chamados. Por outro lado, a alocação dos policiais das rondas a
1 De forma interessante, essas são as explicações oferecidas pelo Mapa da Violência: jovens do Brasil, na edição
de 2011, para o aumento do crime e da violência nas regiões Norte e Nordeste do Brasil no período do estudo, de
1998 a 2008.
pé em “radiopatrulhamento” – dando início ao que a crítica denomina como um processo de
distanciamento da polícia – criou um rompimento do senso de responsabilidade do policial
pela comunidade onde atuava.
A partir dos anos 80 – Com a constatação de que, apesar de tudo, as taxas de crime e
violência continuavam a subir e as estratégias policiais pareciam não atender as
demandas por prevenção e controle, surgem vários estudos colocando em discussão o
chamado modelo tradicional, apresentando novas propostas de estratégias que se
propunham a aliar-se ao modelo e produzir resultados diferentes. É nesse cenário que
florescem as abordagens orientadas à comunidade e aos problemas, as teorias
situacionais e as abordagens situacionais de prevenção.
Importante!
Em relação às estratégias e táticas que não funcionam, cabe salientar que, no caso brasileiro,
somadas a todas as características que contraindicam tais ações, a possibilidade de realização
de prisões pela polícia está estritamente definida na Constituição Federal, sendo possível a
realização de prisões exclusivamente nos casos, condições e circunstâncias em que a lei
permita sua aplicação, o que inviabiliza a utilização de tais prisões (senão em circunstâncias
também previstas em lei) em caráter “preventivo” (veja a recém-promulgada Lei nº 12.40 de 4
de maio de 2011 que altera dispositivos do Código Penal brasileiro no que tange à realização
de prisões cautelares).
Aula 2 – Estratégias orientadas à comunidade e à solução de problemas
Nas últimas décadas, uma grande quantidade de modelos e ações policiais tem sido
implementada em diversos países sob a classificação de estratégia comunitária. Tais ações
têm tido o objetivo primordial de dar uma melhor resposta às comunidades e de obter um
nível de credibilidade maior no trabalho da polícia. A melhoria da interação entre polícia e
população a respeito de questões relacionadas à segurança e ao crime, e a criação de um
espaço de participação da comunidade na criação de estratégias de prevenção e controle do
crime e da violência também são outros importantes objetivos buscados com essa nova
maneira de agir da polícia.
Importante!
Importante!
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O termo “polícia comunitária para a solução de problemas” vem sendo utilizado para designar uma estratégia
que une os princípios filosóficos e estratégicos do policiamento comunitário propostos por Trojanowicz e
Bucquerroux, e das técnicas de solução de problemas propostas por Herman Goldstein na estratégia de
policiamento orientado para a solução de problemas.
comunitária na redução da criminalidade, o que ainda tem deixado organizações policiais
diversas com certa insegurança no aumento de investimentos em programas dessa natureza, a
maioria dessas organizações veem na polícia comunitária uma estratégia cada vez mais
relevante na prevenção do crime e estão dispostas a colocá-la à prova em alguma medida. O
mais importante em relação a toda essa discussão é que a eficácia das inovações, segundo
alertam alguns estudiosos, depende mais do reconhecimento externo que se dê a elas do que
do grau de solidez técnica que indiquem as análises de custo/benefício. Sobre isso, a
importância e o valor da polícia comunitária parecem ainda estar mais assentados na melhoria
das relações da polícia com a comunidade, na diminuição do medo do crime e no
reconhecimento do trabalho policial, objetivos alcançáveis através da polícia comunitária e de
alto valor para as organizações policiais.
Outros desafios comuns são: vencer o ceticismo e a sensação de que não se oferece
nada novo; modificar a percepção da comunidade de que a polícia comunitária é “frouxa”
com os delinquentes; dotar as comunidades de recursos necessários para levar a teoria à
prática, particularmente no que se refere à disponibilidade de serviços sociais que apoiem
os programas de polícia comunitária para solução de problemas; e vencer o temor da
comunidade em sofrer represálias de delinquentes por cooperarem com a polícia.
Aula 3 – Estratégias de redução da desordem
Sob essa ótica, um programa que aplica as leis de forma mais severa, mesmo para os
crimes ou comportamentos delituosos menos graves (como o caso da mendicância em muitas
cidades brasileiras, ou ainda a perturbação da ordem através de dispositivos de som ligados
em alto volume em áreas residenciais) e que envolvem todas as demais instâncias sociais da
administração pública, cada uma cuidando efetivamente de suas competências, produz uma
aparência mais segura nas comunidades e bairros, os moradores se sentem mais protegidos e
há um nível desejável de inibição para o crime nessas comunidades.
3.2. Desafios
As prisões por delitos leves têm sido objeto de críticas semelhantes na América Latina.
No Chile, por exemplo, esse tipo de ação policial tem sido qualificado como discriminatório
contra a juventude, vez que foca o consumo público de drogas e as “suspeitas”, além de serem
vistas como pouco eficazes contra a criminalidade mais grave, o que tem produzido
discussões no congresso daquele país sobre o poder de prisão da polícia.
Outra questão importante levantada pelo BID diz respeito a que, diante das atuais
crises nos aparatos policiais de muitos dos países das Américas, o Brasil entre eles, a
estratégia mais promissora para melhorar a eficácia policial seja a melhoria de sua relação
com a comunidade. Medidas que visem a redução da violência e corrupção policial, o
fortalecimento das responsabilidades das instituições policiais e a melhoria das relações com a
comunidade provavelmente ajudarão ao aumentar as denúncias de crimes e a cooperação dos
cidadãos, resultando em um valioso apoio às atividades tradicionais da polícia, principalmente
no que tange à investigação e produção de provas.
Segundo o BID, uma percepção moderna propõe que uma polícia democrática deve
estar assentada no princípio de capacidade de resposta e prestação de contas. A polícia deve
estar apta a dar respostas adequadas a todos os cidadãos independentemente de quem sejam e
não somente à administração pública a qual pertença. A prestação de contas, muito antes de
interferência nos processos administrativos e operacionais das organizações policiais, se
transparente, é um mecanismo de reforço constante às ações da organização para a sociedade,
a qual, ao participar amplamente de seu próprio processo de produção de segurança,
juntamente com a polícia, oferecerá o necessário respaldo para as atividades das organizações
policiais e funcionará como um mecanismo de pressão importante na obtenção de recursos
adequados à atividade policial.
Assim, eleger uma estratégia de ação policial que tenha dado certo em uma
determinada realidade, não garante sua aplicabilidade e, muito menos, seu sucesso na
realidade presente que se quer modificar. A introdução de tais estratégias deve considerar sua
necessária adaptação às novas circunstâncias. Para isso, questões relativas ao tipo de
comunidades onde serão implementadas, questões sócio-culturais de tais comunidades, bem
como os recursos necessários para a implantação eficaz da nova estratégia deverão ser
considerados com antecedência.
Fonte: http://www.conseg.gov.br/portal/conseg/arquivos-da-conseg/1atlas_feira1.pdf
http://www.crime-prevention- http://www.crime-prevention-
intl.org/fileadmin/user_upload/Publication intl.org/fileadmin/user_upload/Publication
s/Observatorios_de_la_delincuencia_ESP. s/Compendio_internacional_de_practicas_
pdf de_prevencion_de_la_criminalidad__ESP.
pdf
http://www.crime-prevention-
intl.org/uploads/media/Informe_de_activid
ades_2010-final.pdf
http://www.crime-prevention-
intl.org/fileadmin/user_upload/Publication
s/Prevencion_Del_Delito_En_Zonas_Urba
nas_Y_Juventud_En_Riesgo_ESP.pdf
Finalizando...