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Prática Jurídica I - Quesitos

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CASO 1 – Prótese

DOS FATOS

A autora, que é filiada ao plano de saúde “Cartão de Todos – Todos por


Todos”, tomou conhecimento de que o réu, na qualidade de dentista,
fornecia desconto em seus serviços para quem possuísse o referido plano,
vez que é conveniado ao mesmo. Sendo assim, procurou o requerido para
que o mesmo lhe extraísse alguns dentes e lhe fizesse uma prótese dentária
(dentadura).

O tratamento foi realizado nos dias 13/10/2014, 14/10/2014, 21/10/2014 e


10/11/2014. A autora gastou, no total, o valor de R$960,00 (R$300,00 +
R$140,00 + R$140,00 + R$380,00), como demonstram os recibos anexos.

Ocorre que após o tratamento, a prótese dentária claramente ficou


incompatível com a boca/face da autora, como resta facilmente
comprovado pelas fotos anexas, ou verificarmos sua arcada dentária
natural quando jovem e a prótese confeccionada. Alguns conhecidos
chegaram até mesmo a comparar a boca da autora com a prótese a boca de
um hipopótamo ou outro animal de grande porte. Ademais, além do
problema estético, a autora vem sofrendo demasiadamente com incômodos
e dores na região bucal, inclusive restando impossibilitada de ingerir
comida sólida, deixando de comer por diversas ocasiões e,
conseqüentemente, passando por acentuada perda de peso nesses dois
últimos meses.

Frente a isso, procurou por diversas vezes o dentista requerido, mostrando-


lhe a incompatibilidade da prótese, tanto esteticamente, quanto pelo
incômodo, dores e inviabilidade de mastigação, e o mesmo sempre lhe
atestava se tratar de problema passageiro, decorrente de simples
adaptação com a prótese dentária.

A autora não pôde, ainda, procurar outro profissional por não ter
condições financeiras para realizar uma nova prótese o que só aumenta
o seu sofrimento. A quantia gasta com a produção da referida prótese,
inclusive, foi conseguida por meio de empréstimos com amigos e
familiares.

Não é preciso narrar que a autora se sentiu enganada e humilhada por ter
investido uma quantia em uma prótese dentária, com a qual pretendia
resolver sério problema de mastigação e também estético. Na realidade, o
dinheiro investido só trouxe preocupação e sofrimento por conta dos
incômodos e dores. A revolta maior da autora foi pelo fato de que em
momento algum foi admitido qualquer problema por parte do réu,
tendo o mesmo sempre insistido na orientação de que era questão de
adaptação.

Por essas razões, merece o requerido ser condenado judicialmente a pagar


uma devida indenização à autora, por todo o mal que lhe causou.

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da xª Vara Cível da Comarca


de Juiz de Fora – MG

Processo nº. x.2015.8.13.0145

x, devidamente qualificada nos autos do processo em


epígrafe, por seu advogado ao final assinado vem, respeitosamente e nos
melhores termos de direito, perante Vossa Excelência, para apresentar seus
quesitos a serem respondidos pela ilustre expert e dizer que não possui
condições financeiras para indicar assistente técnico.

Nesse sentido, requer sejam respondidos pela ilustre


perita:

1) A prótese dentária objeto de discussão na presente ação é


compatível com a face/boca da autora?
2) Uma prótese dentária inadequada gera dores e impossibilita o
paciente desenvolver com normalidade as funções de mastigação?
3) Qual é o período médio de adaptação do paciente com uma
prótese correta?
4) A inadequação da prótese à boca/face do paciente é facilmente
perceptível por um dentista especializado?

Protesta por eventual quesitação suplementar.

Termos em que, respeitosamente,


pede deferimento.
Juiz de Fora, 31 de agosto de 2016.

___________________________________
ADVOGADO– OAB

CASO 2 – Notebook

DOS FATOS

A primeira requerente (IVANI) adquiriu junto a


primeira requerida (MB COMPUTADORES), em 15 de dezembro de 2014,
um notebook, marca HP, modelo DUS AMD Turion PS20, Dual Core 2.3,
Serial SCA0213221, fabricado pela segunda requerida, a fim de presentear
sua filha, segunda requerente (BIANCA), que é professora.

Ocorre que, no dia seguinte a compra, o aparelho


passou a apresentar problemas de funcionamento tendo a requerente
retornado ao estabelecimento comercial, em 21 de dezembro de 2014,
oportunidade em que o mesmo foi entregue a primeira requerida sob a
promessa de encaminhamento ao técnico responsável.

Retornando na loja dias depois, a requerente percebeu


que o defeito inicialmente apresentado permanecia e o notebook passou a
desligar sozinho com um som “robotizado”.

Dessa forma, retornou a loja em 24 de fevereiro de


2015, oportunidade em que, mais uma vez foi recolhido o produto sob a
justificativa de que seria enviado ao técnico.

Após 20 (vinte) dias de manutenção o produto foi


novamente retirado, ocasião em que indagada a vendedora sobre a solução
do problema a mesma apenas informou que o aparelho havia sido levado
até o técnico por um motoboy, não sabendo informar o que estava
acontecendo com o mesmo.

Não obstante, desta vez, além de permanecer com os


problemas anteriores o notebook passou a apresentar um “borrão” na tela
inviabilizando, definitivamente, qualquer utilização.
Sendo assim, após procurar o Procon, o referido órgão
entrou em contato com ambas as requeridas e a segunda requerida (HP),
por meio da funcionária Camila, entrou em contato telefônico, no dia 16 de
abril de 2015, orientando a requerente entrar em contato com a assistência
técnica autorizada, tendo em vista que, segundo alegou a segunda requerida
(HP), a primeira requerida (MB), em momento algum a havia contatado
para solucionar o defeito do produto, sendo tal fato, segundo afirmou, de
seu total desconhecimento.

Em contato com a assistência técnica, foi agenda a data


de 26 de maio de 2015 para que um técnico realizasse alguns testes por
telefone, comprometendo-se a segunda requerida (HP) a entrar em contato
a fim de apresentar parecer.

Contudo, na segunda-feira, dia 28 de maio de 2015 a


funcionária da segunda requerida, de nome Alessandra, entrou em contato
por telefone afirmando que como o notebook em questão foi fabricado nos
Estados Unidos da América, sua garantia não seria válida no Brasil.

Por fim, cumpre ressaltar, que pelo fato da segunda


requerente (Bianca) necessitar do referido computador para desempenho de
sua atividade profissional de professora, é certo que além da via cruzes a
qual ambas as requeridas submeteram as requerentes, ainda há
prejuízo de ordem profissional a ser devidamente sopesado e
quantificado por Vossa Excelência.

Diante da situação retro descrita, não restou outra


alternativa as autoras senão buscarem a tutela do Estado para verem
garantidos os seus direitos a usufruirem de um produto que foi devidamente
comprado e pago e cujos fornecedores vem se negando a oferecer a
necessária garantia.

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da xª Vara Cível da Comarca


de Juiz de Fora – MG

Processo nº. x.2015.8.13.0145


x,, devidamente qualificadas nos autos da ação
COMINATÓRIA c/c INDENIZAÇÃO que movem em face de MB
COMPUTADORES e de HP – HEWLETT-PACKARD BRASIL LTDA,
comparece perante Vossa Excelência, por seu advogado abaixo nomeado
apresentar seus quesitos para o ilustre expert:

1) Queira o Sr. perito identificar o fabricante, a marca, o modelo e o ano


de fabricação do notebook periciado?

2) Queira o Sr. perito apontar quais são os defeitos do aparelho?

3) Queira o Sr. perito informar se o notebook, com os defeitos


apresentados, possui condição de uso ou se mostra imprestável?

4) Queira o Sr. perito informar se seria possível reparar o aparelho ou se


seria necessária sua substituição por um novo?

Termos em que, respeitosamente,


pede deferimento.

Juiz de Fora, 10 de junho de 2016.

___________________________________
ADVOGADO– OAB

CASO 3 – Aposentadoria

DOS FATOS

Conforme documentos anexos, a Autora é professora


pelo Estado de Minas Gerais tendo sido uma das servidoras efetivadas
pela Lei Complementar nº 100, de 5 de novembro de 2007, motivo pelo
qual passou a gozar dos benefícios próprios da condição de Estatutária, em
especial a participação como segurada no Regime Próprio de Previdência
Social.
Porém, após o STF dar provimento parcial à Ação
Direta de Inconstitucionalidade 4876, que declarou inconstitucional
dispositivos da Lei Complementar 100/2007, de Minas Gerais, foi decidido
que os servidores públicos efetivados sem concurso público seriam
demitidos. Todavia, os efeitos da declaração de inconstitucionalidade
foram modulados para os servidores já aposentados e para os que
preencham ou venham a preencher os requisitos da aposentadoria até
a ata do julgamento do dia 26 de março de 2014, conforme decisão da
Corte, que seguiu o voto do relator da matéria, Ministro Dias Toffoli.

Saliente-se que a Autora conta com mais de 24 anos


de serviço como professora pelo Estado de Minas Gerais, tendo dedicado
todos estes anos ao governo, e hoje não conta com nenhuma estabilidade,
ou seja, está prestes a ser demitida ilegalmente, já que apresenta
incapacidade laborativa podendo vir a preencher os requisitos para
aposentadoria por invalidez, ou, no mínimo, permanecer em tratamento por
prazo ainda indefinido.

Nesse sentido, vale ressaltar que a autora vem


passando por problemas ortopédicos desde 2005, conforme ressonâncias
magnéticas anexas, situação que veio se agravando até que, em outubro de
2012, entrou em ajustamento funcional, sendo afastada de suas funções,
apresentando atualmente incapacidade laborativa atestada, inclusive, em
caráter definitivo.

Nesse sentido, vale transcrever os últimos relatórios


médicos do requerente:

Portanto, há que se observar que a conduta tomada


pelo Estado de Minas Gerais ao negligenciar a grave situação de saúde
da Autora, encaminhando para sua demissão e negando-lhe
aposentadoria, afastam os direitos fundamentais assegurados pela
Constituição Federal, em especial direito à vida, saúde, integridade
física, trabalho e dignidade da pessoa humana.

Com efeito, conforme ampla documentação anexa, a


requerente além de apresentar problemas na coluna e no quadril
esquerdo que lhe impedem de trabalhar, está incapacitada
psicologicamente para o trabalho por apresentar transtorno misto
ansioso e depressivo, conforme relatório psiquiátrico anexo, possui 60
anos, faz uso de diversos medicamentos contínuos e não possui
condições de reabilitação, estando mas do que comprovada sua
incapacidade laborativa.

Portanto, em especial por apresentar patologias desde


2005, conforme documentos anexos, que se agravaram até a presente data,
verifica-se que não deve prevalecer a demissão da Autora e, estando os
demais requisitos preenchidos para a concessão do benefício pleiteado, a
Requerente faz jus a ser mantida no cargo e a posterior aposentadoria por
invalidez.

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da xª Vara Cível da Comarca


de Juiz de Fora – MG

Processo nº. x.2015.8.13.0145

x, já qualificada nos autos da ação em epígrafe, em


curso perante esse douto Juízo, vem à presença de Vossa Excelência, por
seu procurador abaixo-assinado, indicar seu assistente técnico e formular
quesitos a serem respondido pelo ilustre perito.

Assistente Técnico: Dr. Fabiano B. Loures, Cirurgião de Quadril, CRM


36016, com endereço profissional na Rua Delfim Moreira, nº. 186,
Granbery, Juiz de Fora-MG, CEP 36.010-570.

Quesitos:

1 – A Requerente possui alguma lesão ou doença? Qual(is)?


2 – É possível a cura desta(s) doença(s)? Se possível, de que forma?
3 – A lesão ou doença provocam dores?
4 – Em decorrência da(s) moléstia(s) há impedimento/dificuladade para a
realização de atividades habituais e laborais?
5 – Qual a causa da doença? Trata-se de doença ocupacional ou relacionada
ao trabalho?
6 – Requer, por fim, que o Sr perito faça outros esclarecimentos que
entender pertinentes.
A Requerente protesta pela apresentação de quesitos suplementares, caso
necessário.
Termos em que, respeitosamente,

Pede Deferimento

Juiz de Fora, 03 de maio de 2016.

___________________________________
ADVOGADO– OAB

CASO 4 – Empréstimos

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da xª Vara Cível da Comarca


de Juiz de Fora – MG

Processo nº. x.2015.8.13.0145

x já qualificada nos autos da ação em epígrafe, em


tramitação perante esse honrado juízo, comparece perante Vossa
Excelência, por seu procurador, para apresentar seus quesitos ao ilustre
expert e informar que não possui condições de indicar assistente técnico:

1) Quais os pagamentos efetuados pela autora, discriminando-os


mês a mês, e indicando seu montante?

2) Quais foram os valores cobrados a autora pela ré,


discriminando-os mês a mês, e indicando seu montante?

3) Nos valores cobrados e pagos, indique o valor principal, o


valor da taxa de juros aplicada, das comissões, eventuais multas,
encargos, taxas, etc., discriminando-os mês a mês.
4) Qual a fórmula aplicada pela ré para calcular os valores de que
trata o quesito supra? Foram utilizados juros compostos? Verifica-
se na cobrança mensal a presença da capitalização dos juros, ou
seja, do anatocismo?

5) Foram feitas cobranças mensais cumulativas entre juros, taxas,


comissões, encargos, etc.? Quais os valores e taxas aplicados?

6) Houve nos cálculos da cobrança mensal, flutuação das taxas e


encargos financeiros? Em que patamar? Qual a fórmula aplicada?

7) Houve renegociação de dívida entre autora e réu? Se houve,


cumulou nova taxa de juros? Em que patamar? Qual a fórmula
aplicada para se chegar ao patamar eleito pela ré?

8) Expurgando-se a capitalização de juros, cumulativamente entre


estes, taxas, encargos, etc. e aplicada a taxa de juros mensal
contratada de forma simples, qual seria a real dívida da autora?

9) Considerando o valor obtido no quesito “8”, qual o valor do


pagamento a maior feito pela autora devidamente corrigido? E
quanto ainda vai lhe ser exigido a mais nas prestações vincendas
até o final do contrato?

Queira o Sr. Perito informar tudo mais que entenda


necessário, considerando-se a natureza da demanda e os termos da inicial.

Protesta, por oportuno, pela apresentação de quesitos


suplementares e solicitação de outros esclarecimentos.

Termos em que, respeitosamente,


pede deferimento

___________________________________
ADVOGADO– OAB

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