Caderno Otorrino
Caderno Otorrino
Caderno Otorrino
Cavidade oral
Anterior: lábios
Posterior: pilares palatinos anteriores
Inferior: assoalho da boca, músculo milo-hióide
Superior: palato duro e palato mole
Vestíbulo oral
Delimitada pelos arcos alveolares da mandíbula, o assoalho é ocupado pela língua, os músculos milo-hióideos
constituem o assoalho muscular, o teto é formado pelos palatos duro e mole e a úvula forma a parte mais
posterior.
Palato duro separa a cavidade nasal da oral e consiste em palato ósseo associado à mucosa;
A língua ocupa a cavidade oral quase totalmente quando a boca está fechada.
Palato
- Palatoglosso;
- Palatofaríngeo;
- Músculo da úvula;
- Levantador de véu palatino (participa da deglutição de fala)
- Todos os músculos acima são inervados pelo plexo faríngeo (união das fibras do vago e do glossofaríngeo)
- Tensor do véu palatino (abertura da tuba auditiva) – inervado pelo ramo mandibular do nervo trigêmio.
Língua
- Ponta
- Margem;
- Corpo;
- Base;
- Dorso;
- Superfície ventral
Características:
Papilas:
Mapa língual Cada botão gustativo é capaz de perceber todas as sensações de paladar.
- Doce – ponta
- Azedo - bordos
- Amargo – atrás
- Salgado – todas as localizações
Inervação da língua
Inervação da gustação:
- 2/3 anteriores - nervo corda do tímpano, ramo do
nervo facial (VII) – PAPILAS FUNGIFORMES;
- 1/3 posterior- nervo glossofaríngeo (IX) – PAPILAS
CIRCUNVALADAS E FOLIÁCEAS
FARINGE
Estende-se desde a base do crânio à borda inferior da cartilagem cricoide (na porção anterior) e à borda da 6ª
vértebra cervical (na região posterior).
1) Nasofaringe/Rinofaringe
2) Orofaringe
3) Hipofaringe
- Superior
- Médio
- Inferior
Participam no processo da deglutição
Inervação da faringe
▪ O anel compreende:
Todos os componentes do anel estão estrategicamente localizados para promover função imune regional (aérea e
digestiva). O anel de Waldeyer compreende as tonsilas palatinas ou amígdalas, a tonsila nasofaringea ou
adenoide, as tonsilas linguais e as tonsilas tubárias
Glândulas salivares
. As glândulas salivares lançam suas secreções
na cavidade oral
Estruturas intraparótidas
- Anamnese detalhada
- Fonte de luz adequada (espelho frontal ou fotóforo)
- Retirar próteses dentárias removíveis
- Avaliação da arcada dentária:
Estado de conservação dentária, cáries, gengivites, infecções
Tipo de mordida
Palpação da articulação temporo-mandibular (ATM)
- Avaliação das gengivas: sangramentos, ulcerações, tumorações
- Abaixador de língua: 2/3 anteriores da língua para evitar reflexo de náusea
- Manter a língua na cavidade oral
- Avaliação das tonsilas palatinas Classificação de Brodsky:
Grau de obstrução, tamanho
Simetria . Grau 0: tonsila na fossa tonsilar, não causa obstrução
Presença de exsudato
. Grau 1: tonsila levemente fora da fossa, <25% obstrução
Ulcerações
Tumorações
.Grau 2: tonsilas bem visíveis, 25-50% de obstrução
Abaulamentos
Presença de caseum e o tamanho das criptas . Grau 3: Tonsilas obstruindo 50-70%
Ducto de Wharton/ ducto submandibular Úvula bífida e fenda palatina Frênulo lingual curto
Aula 02 -
Anatomia, semiologia e fisiologia da laringe
Anatomia
As cartilagens principais :
1. Tireoidea (individual)
2. Cricoidea (individual)
3. Aritenoides (par)
4. Epiglótica (individual)
5. Corniculada (par)
6. Cuneiforme (par)
Cartilagem Tireóidea
Cartilagem Cricóide
Cartilagens Aritenóides
Par;
Apoiadas sobre a cricoide;
Na base apresenta o processo vocal (inserção do ligamento vocal) e o processo muscular (inserem os
músculos cricoaritenóide posterior e lateral);
Cartilagem Epiglótica (Epiglote)
Ímpar, elástica;
Funciona a maneira de um opérculo protetor das vias aéreas inferiores durante a deglutição;
Nódulos cartilagíneos
Músculos
Exceto o músculo cricotireóideo: n. laríngeo superior (nervo misto que também é responsável pela sensibilidade
da mucosa laríngea).
Vascularização
Segmentação laríngea
Supraglote
Glote
Subglote
2) Andar supraglótico
3) Andar infraglótico
Fisiologia
Funções:
A laringe atua como um resistor cuja resistência é variável, regulando o fluxo aéreo inspiratório e
expiratório.
A contração do músculo cricoaritenoide posterior abduz as pregas e diminui a resistência, enquanto que a
contração do Tuba Auditiva e outros músculos adutores estreitam a glote e aumentam a resistência.
Controle ocorre pela atividade da musculatura intrínseca da laringe que determina a configuração glótica
- Fonação
Durante a fonação, as pregas vocais convertem a energia aerodinâmica gerada pelo fluxo expiratório em
energia acústica;
As pregas vocais dos homens são mais longas e espessas que as das mulheres e crianças, logo tendem a
produzir uma frequência fundamental mais baixa (grave)
SEMIOLOGIA DA LARINGE
1. Exame externo:
*Mobilidade
Palpação:
cadeias linfonodais
Laringoscopia indireta e direta da laringe: exame realizado com espelho laringe (espelho de Garcia)
Ordem do exame:
Métodos diagnósticos
Microscopia da laringe e Microcirurgia de laringe
- Raio-x de pescoço
- Tomografia computadorizada
Anatomia do Nariz
- Nariz externo
- Cavidade nasal
1) Nariz Externo
2) Cavidade nasal
Septo Nasal
Região respiratória: revestida por mucosa (epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado) com células
caliciformes e rica em vasos. Composta pelos cornetos e meatos, a partir do corneto inferior.
Região olfatória: revestida por mucosa olfatória do tipo cilíndrico alto pseudo-estratificado com células
olfatórias. Localizada do terço superior do septo e das paredes laterais.
Irrigação/relacionada a epistaxe:
Artéria carótida externa (90%)– artéria maxilar – artéria esfenopalatina. Principal epistaxe posterior.
Artéria carótida interna (10%) – artéria oftálmica– artéria etmoidal anterior e posterior
Área de Little – Plexo de Kiesselback – recebe a maioria dos ramos terminais das artérias que suprem o
nariz (ramos septais das artérias nasal lateral posterior, septal, etmoidal anterior, labial superior e palatina
maior). Região onde ocorre principalmente a epistaxe anterior.
FISIOLOGIA NASAL
Ciclo nasal
Função de olfato
Função de ressonância da voz
Função de aquecer e umidificar o ar (o fluxo de sangue presente na mucosa nasal aquece o ar inspirado)
Filtrar o ar (vibrissas e muco)
Função pró-inflamatória (iniciador das respostas imunes para antígenos inalados e patógenos)
Recepção das secreções dos seios paranasais e lágrimas
SEIOS PARANASAIS
Funções:
Ressonância da voz
Proteger as orelhas da ação da própria voz, por meio da redução da transmissão do som pelos ossos da face
Melhorar o condicionamento do ar inspirado com aquecimento e umidificação
Equalizar a pressão na cavidade nasal durante períodos de mudança de pressão, como espirros e rápidas
mudanças de altitude
Melhorar olfação
Reduzir o peso do crânio
Proteger estruturas intraorbitais de eventuais traumas
Promover o isolamento de calor para o crânio e para órbita devido ao seu conteúdo de ar frio
Semiologia
Anamnese
Exame fisico: Inspeção; Palpação do nariz e dos seios paranasais; Rinoscopia anterior; Rinoscopia posterior;
Endoscopia nasal
Inspeção
Vestíbulo nasal (observar a presença de desvios septais anteriores, celulites, eczemas e foliculites).
Desvios do dorso nasal.
Proptose unilateral (de evolução rápida, acompanhada de sinais inflamatórios, pode-se estar diante de uma
rinossinusite complicada; de evolução mais lenta, considerar a presença de um tumor ou mucocele
nasossinusal).
Rinoscopia anterior
Rinoscopia Posterior
Endoscopia nasal
Exames de imagem
Radiografia de cavum.
Radiografia de seios paranasais.
Tomografia Computadorizada de seios paranasais.
Ressonância Nuclear Magnética.
O diagnóstico das sinusopatias agudas é baseado na história clínica e nos achados de exame físico (rinoscopia
anterior e nasofibrolaringoscopia)
A radiografia pode ser utilizada no diagnóstico dos processos infecciosos agudos, evidenciando a presença de
nível hidroaéreo ou velamento total do seio paranasal avaliado
Mentonaso ou de Waters: Seios maxilares (opacificado, espessamento, hipoplásico ou com erosão de suas
paredes). Posicionamento de Waters/parietoacantial: raio central incide entre os ossos parietais, saindo no
acântion, sendo direcionado para o meio do filme o para o centro do receptor de imagem.
Frontonaso ou de Caldwell: Seios frontais e etmoidais anteriores. Posicionamento de Caldwell: raio central
com 15º de angulação caudal + LOM perpendicular ao receptor de imagem
Submentovértex ou posição axial de Hirtz (vista da base): Seios etmoidais posteriores e esfenoidais
Perfil: realizar com a língua entre os dentes para forçar a respiração nasal e criar uma coluna aérea. No
posicionamento de Hirtz, a cabeça deve fazer um ângulo de 90º, sendo que o raio incide abaixo do queixo.
Radiografia de cavum
Indicado em crianças que apresentam roncos, obstrução nasal, apneia obstrutiva do sono e sialorréia noturna
Realizada em perfil com a boca fechada e aberta. Em casos duvidosos, a avaliação do tamanho da adenóide pode
ser complementada com a nasofibroscopia (considerada por muitos autores o melhor exame).
Indicado na suspeita de fratura nasal. Realizado em perfil com baixa penetração, para avaliação do osso próprio
do nariz.
Tomografia computadorizada
INDICAÇÕES:
Anatomia da orelha
1) ORELHA EXTERNA
Membrana timpânica
2) ORELHA MÉDIA
Ossículos:
Nervo facial: inerva a orelha média, por isso otite média pode dar paralisia facial.
Janela redonda (ou janela da cóclea) – comunicação da cavidade timpânica (orelha média) com a cóclea
Relação com o bulbo da jugular inferiormente, com a artéria carótida anteriormente e com a cavidade craniana
superiormente
Tuba auditiva ou faringotimpânica: canal osteo-cartilaginoso que comunica a cavidade do tímpano (orelha média)
com a parte nasal da faringe (rinofaringe).
3) ORELHA INTERNA
Contém as partes vitais dos órgãos da audição e equilíbrio, que recebem terminações dos ramos coclear e
vestibular do nervo vestibulococlear (VIII par craniano)
- Labirinto ósseo: Vestíbulo; Canais semicirculares ; Cóclea óssea; Preenchido por perilinfa (rica em sódio)
- Labirinto membranoso: Utrículo; Sáculo; Três ductos semicirculares; Ducto coclear; Preenchido por endolinfa
(rica em potássio)
- Labirinto vestibular: formado por vestíbulo e canais semicirculares. Funções: transformar as forças
provocativas pela aceleração da cabeça e da gravidade em um sinal biológico; Informar os centros nervosos
sobre a velocidade da cabeça e sua posição no espaço; iniciar alguns reflexos necessários para a estabilização do
olhar, da cabeça e do corpo.
Vestíbulo
Câmara central e ovoide que se comunica com a cóclea (anteroinferiormente) e com os canais semicirculares
(posterossuperiormente);
Na parede lateral , voltada para OM, ha uma abertura, a JANELA
VESTIBULAR (oval);
Canais semicirculares
Cóclea
Movimentação da endolinfa (dentro do ducto coclear) – deflexão dos esteriocílios das células ciliadas –
despolarização.
SEMIOLOGIA DO EQUILÍBRIO
Tontura: perturbação do equilíbrio corporal, sendo percebida como sensação errônea de movimento do
próprio indivíduo ou do ambiente em que ele se encontra;
Vertigem: ilusão de movimento rotatório (forma mais comum de tontura);
Sistemas envolvidos no equlíbrio: vestibular (labirinto), visual e proprioceptivo;
Origem da tontura: doenças vestibulares, neurológica, visual, cervical, somatossensorial (proprioceptiva) ou
manifestação de processo clínico sistêmico.
Tontura: intensidade, ocorrência, duração das crises, surge ou piora com algo.
Sintomas associados a crise: náusea, vômito, sudorese… (sintomas neurovegetativos)
Presença de sintomas auditivos ou zumbido (hidropsia endolinfática ou neuroma do acústico).
Uso concomitante de medicação?
Doenças prévias?
História familiar?
História de trauma craniano?
Tipo de alimentação?
Uso de medicação para vertigem prévias?
Limitações físicas? (Dor cervical?)
Profissão: Trabalhadores expostos a ruídos e vibrações intensas, Expostos a tintas automotivas e solventes
industriais.
Hábitos: Sedentarismo ou exercícios de alto impacto, Abuso de cafeína, álcool e nicotina.
Duração da crise: Segundos a minutos: VPPB // Horas: Hidropsia Endolinfática (doença de Menière) // Dias:
Neuronite Vestibular.
Fatores desencadeantes: Movimento da cabeça: vertigens posturais, síndrome cervical. Movimento de carro
ou barco: cinetose.
Exame Físico
Aferição de PA e FC
Otoscopia
Nistagmo espontâneo e semi-espontâneo
Romberg; Untemberg
Diadococinesia e dedo-nariz
Marcha
Manobra de Dix-Hallpike
Diagnóstico
Exames Laboratoriais:
Exames complementares:
SEMIOLOGIA DA AUDIÇÃO
Anamnese
Exame físico:
Inspeção
Palpação
Otoscopia
Pneumotoscopia
Videotoscopia
Exames da audição
Exames de imagem
Tomografia computadorizada
Ressonância Nuclear Magnética
Aula 05 - Distúrbios do Equilíbrio e da Audição
Avaliação da Audição
Diapasão,
Emissões otoacústicas.
Audiometria tonal,
Audiometria vocal,
Impedanciometria = Imitanciometria
Audiometria de Tronco Cerebral (BERA),
Eletrococleografia.
Diapasão
Indicadores de risco
Os neonatos e lactentes sem indicadores de risco que obtiverem respostas satisfatórias na triagem devem
realizar o acompanhamento mensal do desenvolvimento da audição e da linguagem na atenção básica.
Objetivos:
Estabelecer o mínimo de intensidade sonora capaz de provocar sensação auditiva;
Detectar perda auditiva em crianças, adultos e idosos;
Auxiliar no topodiagnóstico das lesões auditivas (OE, OM ou OI)
Fornecer dados para indicação de aparelhos de amplificação sonora individual;
Determinar o tipo e o grau da perda auditiva.
Etiologia
Mal-formações Congênitas,
Cerume,
Otoesclerose,
Otites,
Corpo Estranho,
Perfuração ou Rigidez da membrana
timpânica,
Traumatismo Otológico.
Etiologia
Neurinoma do Acústico
Diagnóstico
Zumbido
É um som percebido pelo paciente que não esta sendo gerado pelo meio ambiente.
Nas perdas sensorioneurais geralmente agudo,
Pode ser de origem vascular, tumoral (neurinoma), metabólica.
Desencadeado por drogas ototóxicas: Aminoglicosídeos, AAS, AINH, cafeína, etc,
Associado ao abuso de álcool, alimentos ricos em cafeína, chocolate, etc,
Quando pulsáteis pensar em origem vascular.
Tratamento: Vasodilatadores, sedativos, anti-convulsivantes, mascaramento,
Prognóstico ruim.
Conclusões
Prevenção:
Diagnóstico Precoce:
DISTÚRBIOS DO EQUILÍBRIO
Tontura: Sensação errônea de deslocamento do próprio corpo em relação ao ambiente que o circunda ou deste
ambiente em relação ao paciente.
Vertigem: É a tontura que assume características rotatórias. Pode ser subjetiva ou objetiva.
Vestibulopatias Periféricas
Doença de Menière
Labirintopatia de origem não definida caracterizada por episódios recorrentes de vertigem, perda auditiva
neurossensorial, zumbido, plenitude aural e/ou sintomas neurovegetativos.
Síndrome x doença de Menière: quando se tem uma etiologia definida é chamada de síndrome de Menière, em
casos onde não se encontra a causa, é chamado de doença de Menière.
A doença de Menière é a segunda labirintopatia mais prevalente em nosso meio, acometendo principalmente
adultos (em torno da 4ª década de vida).
Remissões x exacerbações
Fatores precipitantes: estresse emocional, ingestão excessiva de sódio ou de alimentos com alto índice
glicêmico, HAS
Exames Complementares:
Tratamento:
- Quadro clínico: tontura, palidez, sudorese, náusea, vômitos, salivação, bocejos e mal-estar generalizado
originados pelo movimento
- Há um conflito de informações entre os três sistemas envolvidos no equlíbrio corporal (vestibular, visual e
proprioceptivo)
- Mais comum nas mulheres, rara antes dos 2 anos de idade e a partir da quinta década de vida
- Diagnóstico: clínico
- Tratamento: fixar os olhos durante os movimentos que provocam o mal-estar; exercício físico; reabilitação
vestibular; medicação
Doenças Infecciosas
Ototoxicidade
Insuficiência vertebrobasilar:
Lesões de cervicoartroses estimulam a cadeia simpática cervical, o que leva a vasoconstricção das artérias
cervicais
Disfunção proprioceptiva:
A sensibilidade proprioceptiva cervical é oriunda das cápsulas articulares das primeiras vértebras cervicais
e dos músculos suboccipitais;
Causas de disfunção proprioceptiva: processos inflamatórios, traumas, posturas viciosas, cervicoartroses e
tensão muscular excessiva.
Tratamento
São distúrbios caracterizados pelo processamento anormal pelo sistema nervoso central de estímulos
vestibulares periféricos normais.
As vestibulopatias centrais podem envolver disfunções ao nível dos núcleos vestibulares ou de outras estruturas
em que os segundos neurônios dessa via fazem sinapse, tais como o cerebelo, a formação reticular ou mesmo o
córtex cerebral.
Causas mais comuns de vertigem central: isquemias vasculares (predomínio daquelas que envolvem o sistema
vertebrobasilar, portanto em tronco encefálico); enxaqueca; esclerose múltipla e tumores da região do ângulo
pontocerebelar (mais comum schwannoma do nervo vestibular).
Introdução
O pico de incidência é entre 1 e 4 anos de idade. No adulto o local mais comum é em faringe. Locais mais
frequentes (em ordem decrescente):
Orelha
Nariz
Faringe
Laringe
Podem ser inseridos voluntariamente por crianças e excepcionais, e de forma acidental em adultos. Frequência
de corpos estranhos:
Baratas 30,35%
Moscas e Mosquitos 25%
Borboletas e Mariposas 12,5%
Besouros 10,7%
Percevejos e Cigarras 7,15%
Abelhas 5,35%
- Quadro clínico caracterizado por otalgia intensa de início súbito, por vezes, desesperadora, ocorrendo
frequentemente durante o sono. Cursa com barulho intenso e, algumas vezes, ferroadas.
- No caso de depósito de ovos por moscas varejeiras pode-se evoluir para miíase, principalmente em pacientes
com otorréia prévia.
- Deve-se inicialmente imobilizar o agente com o uso de álcool ou substâncias oleosas, para sua remoção
posterior.
- No caso de miíase, remoção completa das larvas sob otomicroscopia , curativo local e uso de Medicação
Sistêmica (Ivermectina).
Quadro clínico sem grandes sintomas. Algumas vezes relatados pela própria criança, mas na maioria das vezes,
descoberto em exames de rotina.
No adulto, o diagnóstico é informado pelo próprio paciente. Otalgia, otorréia, hipoacusia e prurido otológico são
sinais indiretos da presença de CE.
Na criança, os mais comuns são grãos de feijão, pequenos artefatos plásticos e fragmentos de papel e algodão.
No adulto, se destacam os fragmentos de algodão e palitos.
Tratamento:
- Tentativas desastradas podem gerar deslocamento para próximo a membrana timpânica, lacerações da pele do
canal e traumatismo psicológico da criança.
Método de escolha para quase todos corpos estranhos (como contas de colar, artefatos de plástico sem
arestas, areia, pedaços de borracha e pequenas sementes…)
Contraindicado: em caso de perfuração timpânica e grãos e sementes vegetais (corpos estranhos hidrófilos).
- Uso de ganchos rombos e pinças é indicado para sementes e suspeita de perfuração timpânica.
Complicações:
• Complicações:
- Sinusite
- Broncoaspiração
- Evolução para Rinólito no futuro.
• São ocorrências relativamente comuns nas Emergências, cerca de 5% dos CEs em ORL.
• Particularmente em crianças e idosos.
• Em crianças: moedas
• Em adultos: espinha de peixe, ossos de galinha e bolo de carne.
• Estreitamentos esofágicos:
• Em 81% ocorre no esôfago cervical (local mais comum m. cricofaringeo) e somente 19% no esôfago torácico .
• Causam dor localizada, disfagia, odinofagia e sialorréia. Em crianças pequenas, pode haver recusa alimentar.
• O diagnóstico é feito pela história clínica e o exame radiográfico.
• O tratamento pode ser de três formas:
- Remoção com sondas de Foley – reservado exclusivamente para CE rombos (moeda) com até 72 horas de
ingestão.
- Esofagoscopia rígida– pode ser realizado com anestesia tópica ou geral, remoção de todo tipo de corpo
estranho. É obrigatória a realização de esofagografia contrastada após o procedimento para verificar
se houve perfuração.
- Endoscopia Digestiva Alta – apresenta maior conforto, menor complicação, mas é incapaz de remover
corpos estranhos mais complexos.
Conclusão: “Um corpo estranho inerte de orelha não é perigoso por si mesmo, o que o torna perigoso é a
intervenção do médico não-especialista”.
Aula 07 – Otites
Classificação
Otites Externas
Otites Médias
Exame Otoscópico
Otites Externas
Quadro Clínico: Otalgia intensa, Otorreia, Prurido (fungos), Plenitude auricular (pelo edema ou pela secreção),
Relação com banho de piscina, trauma local, Mais comum no verão.
Otoscopia;
Limpeza do canal,
Calor local,
Antibióticos sistêmicos (usados raramente- usar se pericondrite),
Anti-inflamatórios,
Corticoides,
Proteção das orelhas (não deixar cair água)
Gotas auriculares
- Antibióticos c/ ou s/ corticoide (usar por 7 dias)
- Anti-micóticos (não usar corticoide)
- Aguda,
- Com Efusão,
- Crônica: Simples, Colesteatomatosa
- Alergia ou infecção
- Edema de mucosa do trato respiratório (nasofaringe – adenóide, tuba auditiva e OM)
- Acúmulo de efusão
- Proliferação de patógenos (bactérias ou vïrus na efusão)
Epidemiologia OMA
Quadro Clínico: Otalgia intensa, Hipoacusia, Relação com sintomas nasais como rinorréia, congestão, Febre,
Otorréia abundante (perfuração da membrana timpânica).
OMA - Otoscopia
OMA - Tratamento
*a sociedade americana preconiza iniciar no inicio apenas corticóide e analgésico, pq a maioria das otites são de
origem viral, e pede para paciente retornar em 48 horas- se não melhorar, ai inicio antibiótico.
Otite média com efusão é definida como a presença de fluido na OM na ausência de sinais ou sintomas de
infecção otológica aguda;
Etiopatogênese:
Fatores de risco:
Quadro clínico:
- Geralmente assintomático;
- Hipoacusia CONDUTIVA
- Falta de atenção, alteração no desempenho escolar;
- Atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem;
- Plenitude auricular;
- Desequilíbrio;
- Zumbidos;
- Irritabilidade.
• Na otoscopia podemos ver nivel hidro aereo; manobra de valsava- apresenta bolhas; não tem infecção
• paciente adulta com OME sem sintoma prévio IVA, fazer endoscopia nasal para avaliar a região do cavum
( presença de tumor ou hipertrofia da adenoide)
OME
Otoscopia – OME
- Mastoidite Aguda
- Paralisia Facial Periférica
- Labirintite é uma infecção da orelha interna (diferente labirintopatia)
- Meningite Bacteriana
- Abscesso Cerebral
- Abscesso Cerebelar
Aula 08 – Faringotonsilites
- Tonsilas tubárias
- Tonsilas linguais
Tonsilas são estruturas linfoepiteliais que promovem um anel de proteção imunológica na abertura tanto do trato
aéreo quanto do digestivo.
Anatomia
Faringotonsilites
- Definição: processo inflamatório da mucosa faríngea e do tecido linfóide do anel linfático de Waldeyer
- A faringotonsilite infecciosa é a causa mais frequente de infecção da via respiratória superior e responsável
pelo maior número de atendimentos médicos, principalmente por pediatras e otorrinolaringologistas.
- Agentes das faringotonsilites infecciosas: bactérias, vírus, fungos, entre outros agentes menos frequentes.
- Virais
- Bacterianas inespecíficas (Streptococcus pyogenes do grupo A, Mycoplama pneumoniae, Chlamydia
pneumoniae, Staphylococcus aureus, Haemophillus spp., Moraxella catarrhallis, etc)
- Bacterianas específicas (Difteria, Angina de Plaut-Vincent, Angina Luética-Sífilis, Faringite Gonocócica,
Faringite Herpética, Herpangina, Leshmaniose, Paracoccidioidomicose)
Faringotonsilites virais
Mononucleose infecciosa
- A mononucleose pode ser causada pelo vírus Epstein-Barr (EBV), citomegalovírus (CMV), toxoplasma,
adenovírus ou vírus da hepatite.
- O principal vírus relacionado é o EBV (infecta preferencialmente linfócitos B humanos)
- Transmissão por meio de troca de saliva com beijo ou contato próximo
- Pródomo: mal estar geral e fadiga, seguida por início súbito de febre e dor de garganta
- Aumento e eritema de tonsilas, exsudato branco-amarelado na superficie e nas criptas
- Adenomegalia cervical, principalmente posterior
- Febre, angina e poliadenomegalia, edema de úvula e palato são sinais característicos da mononucleose
- Pode ser encontrado hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, rash e petéquias palatais
- Diagnóstico: Hemograma, reação de Paul-Bunnel-Davison, pesquisa de anticorpos IgM e IgG
- Tratamento: Suporte, hidratação e analgésicos. Repouso é importante pelo risco de ruptura do baço
Faringotonsilites Bacterianas
- Febre alta,
- Odinofagia intensa,
- Mialgia,
- Halitose,
- Exsudato esbranquiçado ou amarelado, pontos purulentos,
- Linfadenomegalias
- Não teriam grande relevância se não fossem as complicações geradas pelo agente etiológico Streptoccocus
pyogenes grupo A ou Streptoccocus pyogenes beta-hemolítico do grupo A.
- Tratamento: Penicilinas e macrolídeos
Difteria
- Pseudomembranas invadindo palato, pilares e úvula, ao remover sangra.
- Agente: Corynebacterium diphteriae, bacilo gram-positivo anaeróbio
- Febre baixa, dor de garganta pouco intensa
- Quadro toxêmico grave, prostação e palidez
- Invasão laríngea (crupe - traqueostomia de urgência),
- Raríssima atualmente devido à imunização
- Tratamento: penicilina ou eritromicina, hidratação vigorosa e analgesia
Faringotonsilite Fuso-espiralada
Faringotonsilites Hemopáticas
- Abscesso periamigdaliano: processo infeccioso atinge o espaço peritonsilar, entre a cápsula tonsilar e o
músculo constritor superior da faringe, mais comum na região superior
- Abscesso laterofaríngeo,
- Abscesso retrofaríngeo .
Sintomas: dor intensa unilateral, com irradiação para orelha, sialorreia, dificuldade de deglutição, voz anasalada,
trismo, febre, mal estar e calafrios.
Sinais: abaulamento unilateral, que desloca a tonsila em direção à linha média, sinais inflamatórios intensos,
edema e hiperemia, e exsudato.
Tratamento Cirúrgico:
Laringites
Inflamação laríngea devida a um dano, caracterizada por dilatação capilar e infiltração leucocitária;
Epiglotite (supraglotite)
- Inflamação aguda das estruturas supraglóticas (acima das cordas vocais) – obstrução respiratória
- Envolve: epiglote, aritenoides e pregas ariepiglóticas
- Mais comum em crianças (2 a 4 anos)
- Haemophilus influenzae B
- Evolução rápida (2 a 6 horas) - Febre alta, salivação, posição sentada
com o tórax fletido para frente e o queixo levemente elevado,
estridor inspiratório proeminente e voz abafada. Pode provocar edema
de epiglote e das pregas ariepiglóticas.
- Diagnóstico: história (toxemia importante + culturas positivas) e
exame físico
- Exame da laringe pode precipitar obstrução respiratória – NÃO
recomendado realizar o exame.
- Radiografia lateral cervical – SINAL DO POLEGAR
- Tratamento: manter a via aérea pérvia + ATB (ceftriaxone)
- Vacina contra HIB – queda no número de casos
- Início súbito da laringite após quadro de resfriado comum/ nasofaringite viral ou bacteriana
- Sensação de constrição e dor no nível da laringe
- Tosse inicialmente seca e posteriormente evolui para produtiva
- Disfonia/ afonia
- Etiologia: bacteriana (mais comum: Branhamella/Moraxella catarrhalis e H. influenzae) e viral (menos comum)
- Tratamento: Antibiótico + corticoide (casos mais graves) + evitar fatores agravantes
- Mais em crianças;
- Dispneia de instalação súbita e quase sempre a noite
- A criança vai se deitar bem e acorda no meio da noite com um quadro de sufocação, tiragem supraesternal,
respiração ruidosa com estridor, tosse rouca, sudorese intensa, agitação e ausência de febre.
- Duração: minutos a horas
- Diagnostico: clínico. Igual o Crupe só que não há agente etiológico conhecido e passa mais rápido.
- Tratamento: umidificação do ar + corticoide sistêmico
Câncer de laringe
Sintomas:
- Há fluxo retrógrado de parte do conteúdo gastroduodenal para esôfago e órgão adjacentes (laringe, faringe,
nariz, ouvido e pulmão)
- Disfonia, tosse crônica, globus faringeo, voz molhada, tosse molhada
- Tonsilites recorrentes, hipertrofia de tonsilas e adenoides, infecções crônicas ou recorrentes de orelha
- Pneumonias de repetição e asma brônquica
- Tosse crônica
Aula 10 – Epistaxe
Introdução
- Epistaxe (epi - oriundo de cima / staxis – sangramento) é uma afecção caracterizada por sangramento
proveniente da mucosa nasossinusal.
Anatomia
1) Epistaxe Anterior
2) Epistaxe Posterior
Possíveis Etiologias
Causas Locais:
Inflamatórias-infecciosas: rinossinusite.
Traumática: digital, contusão nasal, fratura nasal, cirurgia nasal.
Anatômicas: desvio septal, perfuração septal
Corpo Estranho
Agentes Químicos: cocaína, gasolina e amônia.
Tumores nasais: benignos (nasoangiofibroma, pólipo, papiloma invertido); malignos (carcinomas, sarcomas).
Climáticos: ar frio e seco (ar condicionado).
Causas Sistêmicas:
Diagnóstico
Definir a etiologia do sangramento nasal não é fácil. Principalmente, quando este se apresenta como um
sinal/sintoma de outra afecção de base.
Uma rápida e direcionada anamnese deve ser colhida para tentar chegar a alguma conclusão que possa
contribuir na interrupção do sangramento desse paciente.
Determinar a fonte do sangramento, se é anterior ou posterior,
Para isso, uma adequada iluminação e material de aspiração devem ser providenciados
Anamnese
Sugerem um sangramento nasal anterior: trauma nasal, uso recente de agentes irritantes nasais, introdução de
corpo estranho nasal, sinais ou sintomas de resfriado, gripe ou alergia recente
Suspeita-se de epistaxe posterior quando: o médico é incapaz de localizar o local de sangramento através da
rinoscopia anterior, ocorre sangramento de ambas fossas nasais (o sangue na rinofaringe reflui para a fossa
nasal não afetada); relato do paciente de sensação de sangue escorrendo por trás da garganta, mesmo após
tamponamento anterior.
A visão direta do local do sangramento pode ser impossível sem o auxílio de um nasofibroscópio ou endoscopia
nasal rígida.
Conduta
Diversas modalidades de tratamento têm sido propostas com o objetivo de controle das epistaxes.
Felizmente, a maioria dos sangramentos é auto-limitada, principalmente em crianças, não necessitando
intervenção médica.
Na maioria das vezes, a abordagem inicial é realizada por um médico não-otorrino. que deve conhecer, pelo
menos, formas básicas de controle do sangramento nasal, como o tamponamento nasal.
Assim, apenas se necessário, este paciente será transferido para um otorrinolaringologista.
Avaliar primeiro se vias aéreas estão pérvias e se há controle hemodinâmico.
Caso haja alteração da pressão arterial, tanto para mais como para menos, ela deve ser normalizada
paralelamente ao controle do sangramento nasal.
Conduta Inicial
1) Tranquilizar o paciente e a família do paciente, manter o paciente sentado com a cabeça levemente inclinada
para diante.
2) Limpeza da cavidade nasal por aspiração ou lavagem com solução salina.
3) O Médico deve estar protegido com luvas, máscara, óculos e avental.
4) Iluminação adequada, espéculo nasal, abaixador de língua e pinça baioneta.
5) Compressão digital - primeira medida a ser tomada.
6) Compressão local com compressa gelada.
7) Uso de algodão embebido em solução vasoconstritora (cuidado em idosos e cardiopatas!!).
Cauterização Química
Caso seja encontrada o local de sangramento pode ser tentado cauterização química com soluções de nitrato de
prata ou ácido tricloroacético,
Tamponamento Nasal
Tamponamento Anterior
Existem diferentes formas de tampão nasal com suas respectivas vantagens e desvantagens.
Os tampões nasais mais frequentemente utilizados na prática clínica são os tampões apenas de gaze,
tampões convencionais (“dedo de luva ou preservativo preenchido por gaze ou espuma”) e esponjas sintéticas
(Merocell).
Os tampões devem ser colocados com ajuda de espéculo nasal, pinça baioneta e iluminação adequada para
evitar maiores traumatismos nasais.
Tamponamento Posterior
No caso de tamponamento posterior, que deve ser realizado antes do anterior, é passado uma sonda pela
fossa nasal que deve ser pega pela cavidade oral.
A esta sonda, deve ser amarrada firmemente um tampão pequeno de gaze do qual vai sair duas extremidades
de fios: um preso a sonda, outro livre.
A sonda é tracionada pelo nariz até o aparecimento do fio através da fossa nasal.
Corta-se o fio que sai pela fossa nasal e fixa-o a pele do paciente para que fique bem tracionado, o fio livre
na cavidade oral deve também ser fixo a pele e será útil na posterior remoção deste tampão.
Caso seja necessário, repetir o mesmo procedimento para outra fossa nasal
Sonda de Foley e sondas específicas nasais, que são mais caras e nem sempre presentes. Devem ser
preenchidas preferencialmente com água ao invés de ar, pois esta último tende a esvaziar espontaneamente.
São de fácil introdução, mas têm como desvantagem a grande pressão exercida sobre o mesmo ponto, que
pode levar a necrose da área se utilizado por um longo período.
Tratamento Invasivo
A primeira abordagem a esses pacientes, realizada por qualquer especialidade médica, deve ser bem feita e,
muitas vezes, vai ser fator principal no resultado favorável do controle do sangramento.
Complicações do tamponamento: rinossinusite, asfixia, SAHOS, Sd choque tóxico, necrose, fístula, hemotímpano.
Aula 11 – Rinossinusite
Definição
Dois ou mais dos seguintes sintomas: obstrução nasal, rinorréia anterior e posterior, dor ou pressão facial,
redução ou perda do olfato;
Um ou mais achados endoscópicos: pólipos, secreção mucopurulenta drenando do meato médio, edema
obstrutivo da mucosa no meato médio;
e/ou alterações da mucosa do complexo óstio-meatal ou seios paranasais visualizadas na tomografia
computadorizada.
Classificação
RINOSSINUSITE AGUDA
Processo inflamatório da mucosa de revestimento da cavidade nasal e dos seios paranasais com duração
inferior a 12 semanas;
Agentes causadores: físico, químico e biológicos (vírus, fungos e bactérias)
Fisiopatologia
Para que haja uma integridade do sistema rinossinusal é necessário que o óstio sinusal desobstruído, função
ciliar normal e muco hidratado e fluido em quantidade adequada.
Fatores Sistêmicos
• Condições debilitantes como desnutrição, uso prolongado de esteróides, diabetes mellitus descompensado,
quimioterapia, transplantados com imunossupressão
• Imunodeficiências: deficiência de IgG ou IgA, Aids (80% têm sintomas de rinossinusite)
• Alteração das secreções exócrinas (mucoviscidose) e doença dos cílios imóveis
• Vasculites (raras na faixa pediátrica)
Diagnóstico
- VIRAL X BACTERIANA:
• VIRAL (resfriado comum ou gripe) – apresentam sintomas que duram menos de 10 dias
• BACTERIANA – os sintomas pioram a partir do quinto dia ou persistem por mais de 10 dias
- Sintomas
DOIS DOS SINTOMAS ACIMA, SENDO QUE OBRIGATORIAMENTE UM DELES DEVE SER OBSTRUÇÃO
NASAL, CONGESTÃO OU RINORRÉIA.
• OUTROS: plenitude auricular, tosse, febre (50% dos adultos), dor de garganta, rouquidão.
- Exame físico (inspeção, palpação dos seios paranasais, rinoscopia anterior)
- Endoscopia nasal
- Raio X simples é dispnensável
- TC exame de escolha em casos recorrentes, crônicos , em complicações, imunodeprimidos, etc
- Microbiologia
• Streptococcus pneumoniae
• Haemophilus influenzae
• Moraxella catarrhalis
• Outras espécies de estreptococos
• Bactérias anaeróbias
• Staphylococcus aureus
• Fungos (imunodeprimidos)
Tratamento
• Antibióticos
• Corticoides orais (melhora da dor intensa)
• Corticoides tópicos nasais
• Anti-histamínicos (rinite alérgica associada)
• Lavagem nasal com solução salina
Tratamento cirúrgico
Complicações
ORBITÁRIAS: Celulite periorbitária, Celulite orbitária, Abscesso subperiosteo, Abscesso orbitário
Rinite é a inflamação da mucosa de revestimento nasal, caracterizada pela presença de um ou mais dos seguintes
sintomas:
• congestão nasal,
• rinorréia,
• espirros,
• prurido e
• hiposmia.
As rinites podem ser classificadas com base em critérios clínicos, frequência e intensidade de sintomas,
citologia nasal e fatores etiológicos. Duração: Aguda, Subaguda ou Crônica. A classificação etiológica parece ser
a mais adequada, pois está diretamente relacionada à terapêutica.
Rinite alérgica
É definida como inflamação da mucosa de revestimento nasal, mediada por IgE, após exposição a alérgenos,
cujos sintomas (obstrução nasal, rinorréia aquosa, espirros e prurido nasal) são reversíveis espontaneamente ou
com tratamento.
- Leve: sono normal, atividades normais (esporte, lazer, trabalho, escola), sintomas não incomodam
- Moderada/Grave: um ou mais itens: Sono comprometido, atividades comprometidas, Sintomas incomodam
- Anormalidades anatômicas/estruturais: desvio de septo nasal; insuficiência da válvula nasal; atresia coanal;
estenose narinária ou do orifício piriforme; hipertrofia de concha nasal inferior ou média, perfuração do
septo nasal, anomalias craniofaciais, traumática, síndrome do nariz vazio
- Hipertrofia de adenoide
- Rinossinusite
- Polipos nasais
- Discinesia ciliar
- Defeito primario do muco (fibrose cística)
- Doenças sistêmicas auto-imunes (LES, AR, S. de Sjogren, policondrite recidivante)
- Doenças granulomatosas (sarcoidose e wegner)
- Fístula liquórica
- Outras (tumores nasais ou do snc, corpo estranho)
Epidemiologia: Incidência em torno de 20% da população, Hereditariedade, Mais comum na infância, adolescência
e adultos jovens. Ácaros do pó domiciliar são os principais agentes etiológicos da RA no Brasil
Quadro Clínico
- Sintomas: espirros em salva, coriza clara abundante, obstrução nasal e intenso prurido nasal (“saudação do
alérgico”). Outros sintomas incluem: respiração oral (irritação e secura na garganta), roncos, voz anasalada e
alterações no olfato
- Outros sintomas:
• Epistaxe (pp em crianças) - friabilidade da mucosa, episódios de espirros ou ato de assoar o nariz
vigorosamente;
• Prurido em CAE, palato e faringe;
• Sintomas oculares (prurido, hiperemia conjuntival, lacrimejamento, fotofobia e dor local)
• Cefaleia, otalgia, diminuição da acuidade auditiva ou sensação de ouvido tapado ou estalidos durante a
deglutição
Diagnóstico
Anamnese:
• Época de início, duração, intensidade e a frequência dos sintomas, fatores desencadeantes e agravantes;
• Medicamentos previamente previstos;
• Pesquisar outras doenças alérgicas (asma, conjuntivite alergica e eczema atopico), traumatismos e cirurgias
nasais prévias;
• História familiar de alergia;
• Tabagismo ativo/passivo, uso de drogas ilícitas, atividade física e hobbies;
• Condições ambientais (domicílio/trabalho/creche)
• Medicações em uso (AAS, beta-bloqueadores)
• Avaliar o quanto a rinite interfere na qualidade de vida (alteraçoes do sono, prejuizo no rendimento escolar
ou profissional
Exame Físico
• Características faciais típicas: olheiras, dupla prega de Dennie-Morgan, prega nasal horizontal (“saudação do
alérgico”), alterações musculoesqueléticas da face, etc
• Rinoscopia anterior (avaliar coloração, trofismo, vascularização e hidratação da mucosa nasal, rinorreia,
forma e tamanho das conchas nasais)
• Rinite alérgica-mucosa pálida, edemaciada e com abundante secreção clara
• Uso de vasoconstrictor topico ou irritantes (cocaína) - mucosa avermelhada
• Rinite atrófica – crostas.
• AEROALÉRGENOS: Ácaros da poeira, fungos, baratas, animais (gato, cão, cavalo, hamster),
polens(gramíneas) e ocupacionais (trigo, poeira de madeira, detergentes, látex)
• IRRITANTES E POLUENTES (fumaça do cigarro, poluentes ambientais, ozônio, óxidos de nitrogênio e
dióxido de enxofre) – agridem diretamente o epitélio nasal e podem desencadear e agravar a RA
• Mudanças bruscas de temperatura
• AINH (AAS) – desencadear ou agravar a RA
Imunopatogenia
Diagnóstico
• Anamnese,
• Exame clínico – rinoscopia anterior e posterior,
• Endoscopia nasal(Nasofibroscopia),
• Testes cutâneos de hipersensibilidade imediata (TCHI) por punctura com aeroalérgenos;
• Determinação de IgE sérica total e específica;
• Teste de provocação nasal (usado somente em pesquisas)
• Citologia nasal (avalia a predominância de eosinófilos na secreção nasal)
• Exames de imagem:
Radiografia de cavum,
Radiografia de seios paranasais,
Tomografia computadorizada de seios paranasais,
Tratamento
Tratamento Cirúrgico
Turbinectomias parciais,
Turbinoplastias,
Rinite idiopática
Rinite Gustativa:
• Quadro clínico: Rinorréia aquosa com determinados alimentos (condimentados e quentes). Ocorre na terceira
idade.
• Rinoscopia anterior sem alterações.
Nervo Facial
Ramos Intrapetrosos
Nervo petroso superficial maior – conduz fibras parassimpáticas, vasodilatadora e secretora para glândulas
lacrimais, palatinas e nasais
Ramo estapédico – inerva o músculo do estribo
Nervo corda do tímpano – sensibilidade gustativa dos 2/3 anteriores da língua e palato; vasodilatação das
glândulas salivares submandibulares e sublinguais
Ramos Extrapetrosos
Ramos sensitivos para a MT (membrana timpânica), MAE (meato acústico externo) e pavilhão da orelha (Zona
de Ramsey-Hunt pode ser acometida pelo herpes zoster e dar sintomas de tonteira, hipoacusia)
Ramos motores para os músculos auricular posterior, occipital, estiloide, platisma, ventre posterior do
digástrico e músculos mímicos da face.
Acometimento supranuclear
Acomete o andar médio e inferior da face
Espástica
As secreções salivares e lacrimais e a
gustação não estão envolvidos
PERIFÉRICA
Acometimento infranuclear
Acomete toda a hemiface
Flácida
Pode comprometer as secreções salivares
e lacrimais e a gustação
- Diagnóstico da PFP
Topodiagnóstico da PFP
Eletrodiagnóstico
Paralisia de Bell
Doença de Lyme
Traumatismos
Introdução
A obstrução nasal é uma das afecções mais frequentes na infância. Em sua forma crônica, promove a
mudança do padrão respiratório nasal para oral.
O ser humano se adapta rapidamente a este padrão respiratório, entretanto, não se deve considerar uma
adaptação fisiológica e sim PATOLÓGICA.
Repercussões causadas pela mudança do padrão respiratório: alteração no crescimento
dentocraniofacial, maior frequência de IVAS, distúrbios do sono...
A respiração oral é o principal sintoma da obstrução das vias aéreas superiores, encontra-se em 25-50%
das crianças entre 8-10 anos.
Nos casos de suspeita de aumento da adenoide pode solicitar um raio X de cavum, caso não esclarecedor
solicitar fibroscopia nasal. A polissonografia é um exame útil.
• Maxila atrésica
• Protrusão de incisivos superiores
• Mordidas aberta e cruzadas
• Eversão de lábio inferior
• Lábio superior hipodesenvolvido
• Narinas estreitas
• Hipotonia da musculatura perioral
A respiração oral resulta em alterações posturais que alteram o crescimento e o desenvolvimento craniofacial:
posição mais baixa da língua e da mandíbula e Elevação da posição da cabeça
As alterações posturais resultam em alongamento da musculatura e desbalanço das forças teciduais, o que vai
afetar o desenvolvimento e crescimento restringindo o crescimento maxilar e sua projeção anterior e inferior.
Resultado: Síndrome da face alongada (olhar apagado e olheira, boca e nariz alongados, face alongada, boca
entreaberta)
Alterações Dentárias
Alterações musculares
Distúrbios do sono
- Uma das principais repercussões da obstrução das vias aéreas é o distúrbio do sono.
- A conexão entre distúrbio respiratório do sono e respiração oral é clara. Está muito associado ao aumento
das tonsilas faríngeas e palatinas e varia desde de ronco primário até apnéia obstrutiva do sono
- Pico de incidência: 2 a 6 anos
- Tipos de distúrbios do sono: ronco primário, síndrome da resistência das vias aéreas superiores,
hipoventilação alveolar obstrutiva, apnéia obstrutiva do sono.
- Prevalência dos sintomas: Roncos habituais: 27,6%; Sonolência diurna excessiva: 7,8%; Apnéia do sono: 0,8%
- A apnéia do sono pode estar associada a: déficit de crescimento, enurese noturna, cor pulmonale, distúrbios
de comportamento e problemas neurocognitivos.
Diagnóstico:
• História clínica compatível ( roncos, sono agitado, baba no travesseiro, parada da respiração durante o sono,
sudorese noturna, enurese noturna...)
• Polissonografia
• Oximetria de pulso ( saturação de O2)
Problemas secundários ao distúrbio do sono
• Déficit de crescimento
• Sintomas neurocognitivos
• Problemas cardiovasculares
• Enurese noturna
Déficit de crescimento
• Na apneia do sono há redução da proteína ligadora do fator semelhante à insulina que reflete na redução de
secreção do hormônio de crescimento.
• A secreção de hormônio de crescimento é afetada apesar de apresentarem porcentagem de ondas lentas do
sono normais ( estágio do sono onde é secretado este hormônio)
• Estudos mostram aumento da velocidade de crescimento após tratamento (adenoamigdalectomia)
Sintomas neurocognitivos
• Normalmente as crianças que apresentam apneia do sono, não apresentam sonolência diurna e sim
hiperatividade, comportamento rebelde, agressividade, isolamento social e problemas de aprendizado.
• Melhora destes sintomas após adenoamigdalectomia
• Investigar apneia do sono em crianças com diagnóstico de distúrbio de déficit de atenção.
Problemas cardiovasculares
• A apneia obstrutiva do sono não tratada na infância pode resultar em hipertrofia ventricular direita, cor
pulmonale e hipertensão sistêmica.
• A elevação da pressão arterial está relacionada a ativação do sistema nervoso simpático secundário ao
despertar ou interrupção do sono, e de menor importância a hipoxemia.
Enurese noturna
• A enurese noturna está presente em 8% a 25% das crianças com apneia obstrutiva do sono quando
comparada as crianças normais (4%).
• Fatores associados a enurese noturna: dificuldade de despertar conscientemente à noite, prejuízo na
urodinâmica e produção insuficiente da vasopressina.
• Durante o dia, a urodinâmica é normal
• Aumento da pressão intra-abdominal causada pelo esforço respiratório contra a obstrução da via aérea que é
transmitido para bexiga.
• O desconforto respiratório pode afetar a secreção de hormônios urinários como peptideo atrial natriurético
e hormônio antidiurético
Infecções de repetição
• A respiração oral impede as funções de umidificação, limpeza e aquecimento do ar o que facilita infecções.
• O aumento dos tecidos adenoideanos e amigdalas favorece o acumulo de bactérias destas regiões o que
aumenta o risco para sinusites.
• Otite média com efusão (secretora) afeta entre 50 a 80% das crianças com obstrução das vias aéreas
superiores. Criança apresenta perda auditiva, problemas no desenvolvimento de linguagem, distúrbios
escolares e de comportamento.
• O aumento do tecido das tonsilas faríngeas e palatinas aumenta a incidência de otites médias agudas e na
perpetuação de efusão na orelha média.
• Aumento na incidência de infecções de vias aéreas inferiores (pneumonias)
Conclusão
• É de extrema importância reconhecer um respirador oral o quanto antes para que anormalidades de
crescimento e alterações sistêmicas sejam evitadas.
• A maioria dos pacientes apresenta melhora dos sintomas com tratamento, seja através de cirurgia ou
tratamento de comorbidades como a rinite alérgica.
• A presença de um individuo com respiração oral exclusiva é rara, geralmente há alguma respiração nasal
residual, porém o individuo acostuma-se ao padrão de respiração oral, sendo de extrema importância avaliar
fisioterapia respiratória para adaptação a respiração nasal quando a patologia é tratada.
Colapsos recorrentes da região faríngea durante o sono, o que resulta em redução substancial do fluxo aéreo
(apneia ou hipopneia), podendo desencadear desordens intermitentes dos gases sanguineos (hipoxemia e
hipercapnia) e podem levar a uma
• Apneia – parada da passagem de ar pelas vias aéreas superiores com duração mínima de 10 segundos
• Apneia obstrutiva – ha aumento do esforço respiratório
• Apneia central – ha ausência do esforço respiratório
• Apneia mista – associação de ausências e esforços respiratórios
• Hipopneia – redução do fluxo aéreo de mais 30% com desaturação de oxiemoglobina maior de 3%, associada
a esforço respiratório e despertares
Considerações
Fisiopatogênese
• Há uma complexa alteração das VAS, cujo o evento principal é o colapso de suas paredes na inspiração
durante o sono
Formas clínicas
• Sintomas noturnos: Ronco alto, Paradas respiratórias (apnéias), Engasgos durante o sono, Atividade motora
anormal durante o sono (agitação), Fragmentação do sono, Noctúria e enurese noturna (em crianças)
• Sintomas diurnos: Sonolência excessiva diurna (SED), Esquecimento, perda de memória e atenção,
Diminuição na concentração, na execução e no aprendizado, Alterações de personalidade (irritabilidade,
agressividade, depressão), Diminuição da libido e impotência no homem, Cefaléia matinal, Secura na boca ao
despertar, Hiperatividade (em crianças)
Diagnóstico
• História clínica
• Exame das VAS (exame físico, nasofibrolaringoscopia)
• Polissonografia – padrão ouro
Exame oral e de cabeça e pescoço
Polissonografia
- Estados do sono:
- Eletroencefalograma
- Eletroculograma
- Eletromiografia
- Eletrocardiograma
- Fluxo aéreo nasal e oral
- Esforço respiratório torácico e abdominal
- Gases sanguíneos (SaO2 e CO2)
Classificação da SAHOS
Tratamento
• Comportamental
• Aparelhos intra-orais
• CPAP
• Tratamento cirúrgico