Disfunções - Organizacionais
Disfunções - Organizacionais
Disfunções - Organizacionais
AULA
Disfunções organizacionais
Meta da aula
Apresentar as principais disfunções organizacionais
encontradas nas organizações de uma forma geral.
objetivos
2
diferenciar as principais disfunções organiza-
cionais encontradas nas empresas.
Consultoria Organizacional | Disfunções organizacionais
Consultor de ovelhas
Sujeito para o BMW ao lado de um pastor, na montanha, e pergunta:
– Pastor, se eu adivinhar quantas ovelhas tem no seu rebanho, o senhor me dá uma?
– Sim.
O sujeito puxa o notebook, acopla o celular, acessa a internet, o GPS, enfim, aciona toda sua parafernália tec-
nológica e atira:
– Pastor, o senhor tem 313 ovelhas.
– Acertou. Pode pegar sua ovelha.
O sujeito apanha um animal e volta para o BMW, quando o pastor retruca:
– Se eu adivinhar a sua profissão, o senhor devolve meu animal?
– Sim, responde o sujeito.
– O senhor é consultor!
– Como adivinhou?
– Por três razões: primeira, o senhor se meteu onde não foi chamado; segunda, falou o que eu já sabia; terceira,
não entende nada do meu negócio. Devolva o meu cachorro!
(Autor desconhecido).
32 CEDERJ
reservar o local. O hotel/pousada é uma organização. Se for comprar um
2
peixe na praia, certamente você irá a uma aldeia de pescadores, indicada por
AULA
um morador do local. Essa aldeia de pescadores possui uma cooperativa que
comercializa os peixes. A cooperativa é uma organização. Portanto, até em
férias os nossos relacionamentos se fazem por meio das organizações.
Além disso, percebe-se que as organizações têm aumentado seu tamanho e sua
abrangência, bem como sua complexidade. À medida que as organizações crescem
e se expandem em todos os domínios da vida social, em contrapartida decrescem
para os indivíduos as opções de vida extraorganizacional, fazendo com que os mes-
mos, para que possam adequadamente conviver e sobreviver, criem MECANISMOS M ECA N ISMOS
D E A COMOD A ÇÃ O
DE ACOMODAÇÃO psíquicos, sociais e tecnológicos (FOGUEL, 1995).
Formas desenvol-
vidas pelas pessoas
que participam das
organizações e que
O QUE É UMA ORGANIZAÇÃO? permitem melho-
rar a convivência
e a sobrevivência
O ser humano não vive isolado, mas em contato contínuo com seus no ambiente. Um
indivíduo que tem
semelhantes. E, nessa interação humana, ambas as partes vão envolver-se
tendência a dar mui-
mutuamente, uma influenciando a atitude da outra. Em virtude das tas sugestões e está
em um ambiente que
limitações individuais, os seres humanos veem-se obrigados a cooperar não aceita sugestões
tende a se adaptar
uns com os outros para o alcance de objetivos que, com a ação isolada, a este ambiente por
não seria possível alcançar. Para Barnard (1968), a organização é “um uma mudança de
comportamento. Um
sistema de atividades conscientemente coordenadas de duas ou mais bom exemplo se dá
quando uma pessoa
pessoas”. A cooperação entre elas é imprescindível para a existência da ingressa em uma
organização, pois uma organização somente existe quando há pessoas organização e inicia
suas atividades de
capazes de se comunicar e que estão dispostas a contribuir com ação a forma muito efetiva,
porém os colegas
fim de cumprirem um propósito comum. de trabalho, que já
estão acomodados,
Na visão de Schein (1982), a organização necessita de coordenação e
começam a criar
objetivos comuns. As pessoas coordenam seus esforços e verificam que con- barreiras para esse
novo funcionário.
seguem alcançar melhor seus objetivos em conjunto do que isoladamente. A pessoa, para se
integrar melhor ao
Uma organização é a coordenação planejada das atividades de uma grupo e não ficar
deslocada, prefere
série de pessoas para a consecução de algum propósito ou objetivo
ficar menos efetiva.
comum, explícito, através da divisão de trabalho e função e através
de uma hierarquia de autoridade e responsabilidade.
CEDERJ 33
Consultoria Organizacional | Disfunções organizacionais
34 CEDERJ
De acordo com a visão de Etzioni (1976), “as organizações são
2
unidades sociais (ou grupamentos humanos) deliberadamente construídas
AULA
e reconstruídas para buscar objetivos específicos”.
Assim, as organizações se caracterizam pela divisão do trabalho,
do poder e da responsabilidade de comunicação, divisões essas que são
planejadas com o intuito de realizar os objetivos específicos; pela presença
de um poder central que controla e combina esforços; e pela substituição
das pessoas que não satisfazem os objetivos organizacionais.
A divisão do trabalho é essencial para a organização. É um pro-
cesso que se inicia, geralmente, quando se especificam os meios para se
atingir um fim. No sistema de meios e fins, do qual a organização faz
parte, os meios para um nível mais elevado da hierarquia organizacional
são os fins para grupos diretamente abaixo.
Para Schein (1982),
TIPOS DE ORGANIZAÇÕES
CEDERJ 35
Consultoria Organizacional | Disfunções organizacionais
! São exemplos de
organizações formais:
1. grandes empresas – Companhia
Siderúrgica Nacional, Grupo Votorantim,
Coca-Cola, dentre outras;
2. entidades públicas – Ministério da Fazen-
da, Ibama, Incra, dentre outras;
3. organização militar – Exército, Marinha,
Aeronáutica;
4. universidades – Universidade Federal
Fluminense, Universidade Federal
de Juiz de Fora, dentre
outras.
36 CEDERJ
Já a organização informal é frouxamente organizada, flexível, mal
2
definida e espontânea. A participação dos seus membros pode ser consciente
AULA
ou inconsciente e, muitas vezes, é difícil determinar o momento em que uma
pessoa passa a ser membro da organização. A participação ou o envolvimen-
to pode crescer com o tempo. A natureza exata dos relacionamentos entre
os membros e os objetivos da organização são inespecificados.
CEDERJ 37
Consultoria Organizacional | Disfunções organizacionais
38 CEDERJ
Atividade 1
2
AULA
Classifique, para cada um dos exemplo, o tipo de organização. Lembre-se de 1
que as organizações podem assumir mais de uma classificação. Justifique a sua
resposta.
( ) Empresa que produz aço onde cada função está claramente definida e onde o indivíduo
concentra-se total e unicamente em seu trabalho.
Resposta Comentada
1. As organizações, nas suas mais diversas formas, têm contribuído muito para
atender as necessidades das pessoas. É por meio delas que recebemos os serviços
públicos como saneamento, limpeza, ordem social. É por meio das empresas
privadas que outras necessidades individuais nos são oferecidas como alimenta-
ção, divertimento, trabalho e até mesmo aceitação social. As suas características
são diversas e são estas que definem o modo de atuação, o produto que será
oferecido e as necessidades que irão atender.
A resposta para esta atividade se segue:
CEDERJ 39
Consultoria Organizacional | Disfunções organizacionais
DISFUNÇÕES ORGANIZACIONAIS
O DO surgiu a
ilustra o ciclo de vida das empresas.
partir de 1962
como um conjunto
de ideias a respei-
to do homem, da
organização e do
ambiente, no intuito
de proporcionar
o crescimento e o
desenvolvimento
Maturidade
das organizações.
Sustentação Declínio/
No sentido restrito,
transformação
o DO é um desdo- Crescimento
bramento prático e
operacional da Teo-
ria Comportamental
em direção à abor- Figura 2.1: Fases de desenvolvimento das organizações.
dagem sistêmica.
Não se trata de uma
teoria administrativa
propriamente dita,
mas de um movi-
mento envolvendo
vários autores preo-
cupados em aplicar
as ciências do com-
portamento – e prin-
cipalmente a Teoria
Comportamental –
na Administração.
40 CEDERJ
2
AULA
As fases do ciclo
de vida das organizações
são assim apresentadas:
1) Crescimento: É a fase inicial da orga-
nização. Nesta fase os produtos e serviços
apresentam-se em fase de lançamento, apresen-
tando potencial de mercado. Os dirigentes da organi-
?
zação comprometem recursos para que o negócio cresça.
Geralmente operam com fluxo de caixa negativo e baixo
retorno sobre o investimento – ROI. O objetivo financeiro deve
ser buscar percentuais de crescimento de receita e de aumento
de vendas para determinados mercados, grupos de clientes e regi-
ões. Nesta fase é comum, depois de iniciado um negócio, surgirem
muitos momentos em que os pontos negativos superam os positivos
e que quaisquer sentimentos de satisfação não passam de pequenas
compensações. Por vezes, é só a componente emocional que mantém o
empreendedor na decisão de continuar com o negócio.
2) Sustentação: As organizações desenvolvem os projetos que são direcio-
nados a avaliar gargalos, ampliar a capacidade e buscar a melhoria contí-
nua, em lugar de grandes investimentos de retorno a longo prazo (expan-
sões). Busca-se manter participação no mercado, aumentando um pouco
a cada ano. Os objetivos financeiros estão focados na obtenção do melhor
retorno sobre o capital investido.
3) Maturidade/colheita dos investimentos: Nesta fase não são realizados
mais investimentos significativos. Os investimentos são feitos apenas para
manter equipamentos e capacidades, não para ampliar ou gerar novas
capacidades. Qualquer projeto de investimento deve ter períodos de
retorno muito bem definidos e curtos. A meta principal é maximizar o
fluxo de caixa em benefício da empresa. Os objetivos financeiros são o
fluxo de caixa operacional (antes da depreciação) e a diminuição da
necessidade de capital de giro.
4) Descontinuidade/transformação: A organização começa a apre-
sentar custos crescentes. Os retornos podem estar em declínio
(sintoma básico). A participação no mercado apresenta taxas
decrescentes. Surgem novos concorrentes e outras pressões
internas e externas. Podem ocorrer súbitas mudanças de
tecnologias, mercados ou legislações. A retomada do
crescimento se dá pela inovação e pela ênfase
para a descoberta de novos caminhos. Ocor-
rem mudanças de objetivos financeiros
e de investimentos.
CEDERJ 41
Consultoria Organizacional | Disfunções organizacionais
42 CEDERJ
Estágios
2
superiores
AULA
Forças de deterioração
Processos de
desenvolvimento
Estágio atual de
desenvolvimento da
organização
Processos de
deterioração
Forças de desenvolvimento
Estágios de regressão
“Morte”
DISFUNÇÕES DE 1º GRAU
CEDERJ 43
Consultoria Organizacional | Disfunções organizacionais
44 CEDERJ
Mesmo com as melhores das intenções, se essa disfunção existe
2
em uma organização, as decisões, quando tomadas tendo por base
AULA
objetivos divergentes aos objetivos da organização, podem conduzir a
organização à morte.
Além disso, podem ser criados indicadores de desempenho que não
se constituem em medidas válidas para a verificação do atingimento dos
objetivos perseguidos. Em consequência desse fato, os indivíduos podem
ser recompensados por atenderem aos indicadores de desempenho que
pouco tem a ver com os objetivos da organização. O contrário também
pode ocorrer, ou seja, outros indivíduos podem ser punidos por não
atenderem a tais indicadores, o que, nessas circunstâncias, não implica
que não estejam atendendo aos objetivos da organização.
CEDERJ 45
Consultoria Organizacional | Disfunções organizacionais
46 CEDERJ
g) Grande distância entre a fonte das informações necessárias para as
2
decisões e o local onde elas são tomadas
AULA
Essa disfunção está intimamente ligada ao aspecto de centralização
de decisões apresentado anteriormente.
Essa distância está relacionada ao lapso que acontece, geralmen-
te, entre a fase de busca de informações e a fase da tomada de decisão,
devido, principalmente, aos extensos organogramas verticais.
Duas consequências surgem:
• perda de agilidade no processo de tomada de decisões;
• decisões baseadas em informações de baixa qualidade, desatualizadas
e mesmo incorretas.
CEDERJ 47
Consultoria Organizacional | Disfunções organizacionais
48 CEDERJ
Atividade 2
2
AULA
A Nike foi fundada em 1964 por Phil Knight, como um negócio de fundo de 2
quintal, em Portland, Oregon. Era seu projeto de conclusão do curso de MBA em
Stanford. Começou importando calçados do Japão, até que seu sócio inventou uma
sola, cozinhando borracha na chapa de waffle.
• Os comerciantes dizem que todo mundo está vendendo os mesmos produtos. As marcas
não se diferenciam umas das outras.
• Está ocorrendo uma migração para produtos de outro tipo (sapatos esportivos e botas mar-
rons). A Reebok estima que de 15 a 20% do negócio “branco” ficou “marrom” em 1997.
• A revista Time também informou que nos Estados Unidos algumas pessoas perguntavam se era
justo pagar 100 dólares por um par de tênis feito por alguém que ganha 3 dólares por dia.
Nessa época, a Nike definiu a meta de se tornar líder mundial no futebol até a Copa
seguinte, em 2002. O futebol é um esporte mundial. A empresa percebeu que não pode
ter credibilidade como marca esportiva sem atuar com produtos para o futebol. Para ser
líder, a Nike tem que vencer Umbro, Diadora, Puma e Adidas (que é três vezes maior
que a Nike, em termos de futebol, no mundo). Nos Estados Unidos, a Nike é a
segunda no futebol.
CEDERJ 49
Consultoria Organizacional | Disfunções organizacionais
Em 1998, a Nike aumentou seus investimentos em P&D para lançar novos produtos,
mas não comunicou isto de forma sistemática a todas as outras unidades da empresa,
espalhadas pelo mundo.
Resposta Comentada
A Nike, uma empresa multinacional, apresenta vários desafios para conseguir
competir mundialmente. Um deles é tornar ágil o processo de tomada de decisões
para que as mesmas circulem de forma rápida e coerente; além disso, deve-se
tornar o processo de comunicação interna claro para facilitar a comunicação das
estratégias para todos os níveis organizacionais e para todas as filiais da Nike, ou
seja, a comunicação deve fluir de forma limpa e clara. Ainda, a Nike deve simplificar
a sua estrutura evitando assim estruturas complicadas, infladas, macrocefálicas,
as quais, na maioria das vezes, acabam por escamotear a responsabilidade
por decisões e emperrar o processo decisório.
50 CEDERJ
DISFUNÇÕES DE 2º GRAU
2
AULA
As disfunções de 2º grau caracterizam-se por fazer com que a
organização não perceba com rapidez suas disfunções de 1º grau. Desta
maneira, elas impedem ou tornam tardio o tratamento das disfunções,
pois mantêm ativado o ciclo destrutivo apresentado na conclusão da
aula, na Figura 2.3.
São elas:
• falta de compreensão da organização como um sistema total;
• utilização de estratégias comportamentais baseadas no princípio da
unilateralidade;
• existência de tabus, formais e informais, sobre a discussão de certos
temas;
• crença de que competência técnica é mais vital para a consecução dos
objetivos organizacionais do que a competência interpessoal;
• falta de consciência de que existem causas importantes de deterioração
embutidas dentro da própria organização;
• postura dos membros da organização de encarar crenças, objetivos,
políticas e estruturas como rígidas, inflexíveis, inelásticas e imutáveis;
• “memória organizacional” muito limitada ou pouco difundida.
CEDERJ 51
Consultoria Organizacional | Disfunções organizacionais
CONTROLAR U N I L AT E R A L M E N T E
52 CEDERJ
c) Existência de tabus, formais e informais, sobre a discussão de certos
2
temas
AULA
Alguns temas que são considerados “tabus”, ao não serem dis-
cutidos, impedem a tomada de consciência das disfunções às quais tais
temas se vinculam, disfunções essas que deixam de ser tratadas e, conse-
quentemente, resolvidas. Um bom exemplo de tema que pode se tornar-se
um tabu são as proibições impostas aos membros da organização e as
orientações e fatos tidos como inquestionáveis. Ex: Em casos extremos,
podem existir empresas onde há uma regra em que as férias têm que ser
vendidas e, se o funcionário tirar férias, ele será mandado embora.
CEDERJ 53
Consultoria Organizacional | Disfunções organizacionais
54 CEDERJ
Atividade 3
2
AULA
A Amigos S/A é uma empresa de confecção de roupas íntimas femininas e pos- 3
sui a seguinte estrutura organizacional: uma gerência geral ocupada pelo dono
do negócio, uma gerência de produção ocupada por uma costureira com 30 anos de
experiência e uma gerência administrativa ocupada pela cunhada do dono da empre-
sa. A empresa tem 30 funcionários. As decisões nessa empresa são tomadas única e
exclusivamente pelo dono do negócio, o Sr. Elias, homem muito austero e seguro de
si, que tem como principais características a capacidade de conduzir o negócio, porém
de forma muito centralizadora. Para a gerente de produção, Rita, a capacidade de fazer
as roupas com qualidade e eficiência é muito importante. Ela, como mulher de grande
experiência, também é muito austera, não tolera erros e principalmente é muito exigente
com suas funcionárias, chegando ao ponto de preferir uma boa briga a uma conciliação.
A gerência administrativa, ocupada pela dona Ruth, é conduzida de forma mais leve. Ela
“passa a mão na cabeça” dos funcionários quando Dona Rita os maltrata e humilha. Ela
é uma pessoa que busca sempre a conciliação.
A partir da descrição deste caso, identifique duas disfunções de 2º grau que podem surgir
se a empresa Amigos S/A continuar sendo gerenciada da forma descrita.
Resposta Comentada
A empresa Amigos S/A pode apresentar como disfunções de 2º grau a valorização
das competências técnicas acima das competências interpessoais quando dona
Rita prefere uma boa briga a uma solução de conciliação. Além disso, decisões
centralizadas podem provocar um tabu em relação à participação dos funcionários
nas decisões organizacionais. Além disso, dona Rita pode se utilizar de estratégias
comportamentais baseadas no princípio da unilateralidade para conseguir
aquilo que ela quer do grupo de trabalho.
CEDERJ 55
Consultoria Organizacional | Disfunções organizacionais
CONCLUSÃO
À luz do que foi visto nesta aula, observa-se que o mundo é orga-
nizacional e que as organizações são entes complexos que possuem uma
série de problemas chamados de disfunções organizacionais. Estas dis-
funções podem ser distinguidas em dois grupos, segundo Foguel (1995):
disfunções de 1º grau e disfunções de 2º grau. Estas disfunções podem
criar na organização o que se convencionou chamar de ciclo destrutivo
das organizações, que se apresenta na Figura 2.3, abaixo.
Disfunções de 1º grau
• Alto grau de incongruência.
• Falta de definição clara do negócio e dos objetivos das organizações.
• Existência de políticas e diretrizes vagas e/ou ambíguas.
• Estruturas em alto grau de ambiguidade com respeito à divisão
de tarefas e à autoridade para tomada de decisões.
• Estruturas definidas anualmente.
• Estruturas com alto grau de centralização e com “macrocefalia”.
• Grande distância entre a fonte das informações necessárias para
as decisões e o local onde as decisões são tomadas.
56 CEDERJ
O papel do gestor e do consultor organizacional é romper ou, ao
2
menos, atenuar os seus efeitos. As formas para fazê-lo serão detalhadas
AULA
nas próximas aulas.
Atividade Final
Utilizando o questionário a seguir, entreviste duas organizações. Para desen- 1 2
volver bem esta atividade o aluno deverá inicialmente escolher duas orga-
nizações que atuem em ramos de atividades diferentes. Após sua escolha, solicite ao
dono das organizações ou seu representante legal que responda ao questionário. Após
a realização do levantamento de dados, analise as respostas obtidas e desenvolva um
relatório identificando como a organização se configura, ou seja, linear, linha-staff, formal,
informal e quais são as principais disfunções encontradas na mesma. Quanto maior for
o volume de informações levantadas, melhor será a análise a ser realizada.
2. Endereço Completo
CEDERJ 57
Consultoria Organizacional | Disfunções organizacionais
14. Como são determinados os requisitos aplicáveis aos processos principais do negócio
e aos processos de apoio?
Resposta Comentada
A partir desse pequeno questionário, será possível levantar informações importantes
para um levantamento inicial sobre a situação da organização pesquisada. Esse ques-
tionário permite que informações sobre algumas disfunções das organizações sejam
analisadas, principalmente aquelas relacionadas à forma de liderança, ao processo
de planejamento estratégico e o desdobramento do mesmo para as várias áreas
funcionais e ainda sobre as disfunções relacionadas com o processo de comunicação
interno e externo. Não existe uma resposta correta desta atividade. A mesma deverá
ser analisada e enviada para correção para o professor da disciplina.
58 CEDERJ
2
RESUMO
AULA
Nesta aula procurou-se analisar e explicar o mundo organizacional em que
vivemos. A partir daí, analisaram-se os conceitos de organização e então partiu-se
para estudar as disfunções organizacionais que podem ser de primeiro e de
segundo grau. As organizações são unidades sociais (ou grupamentos humanos)
deliberadamente construídas e reconstruídas para buscar objetivos específicos.
Existem várias tipificações para as organizações, dentre elas destacam-se
organizações formais de organizações informais, organizações lineares, funcionais
ou linha-staff, organizações públicas e privadas, dentre outras. À medida que as
organizações se desenvolvem e alcançam níveis de complexidade, aparecem o
que a literatura chama de disfunções organizacionais. Estas disfunções podem
ser de 1º grau e de 2º grau.
As principais disfunções de 1º grau são: alto grau de incongruência; falta de
definição clara do negócio e dos objetivos das organizações; existência de políticas
e diretrizes vagas e/ou ambíguas; estruturas em alto grau de ambiguidade
com respeito à divisão de tarefas e à autoridade para tomada de decisões;
estruturas definidas anualmente; estruturas com alto grau de centralização e com
“macrocefalia”; grande distância entre a fonte das informações necessárias para
as decisões e o local onde as decisões são tomadas; sistemas de planejamento
ineficazes; políticas organizacionais inexequíveis no ambiente ou inadequadas,
devido a mudanças ocorridas e não detectadas a tempo; descompasso entre as
intenções do primeiro escalão e as medidas implementadas pelo segundo escalão;
pouca orientação para as missões e objetivos finalísticos dos órgãos; multiplicidade
de órgãos cuidando do mesmo problema.
As principais disfunções de 2º grau são: falta de compreensão da organização como
um sistema total; utilização de estratégias comportamentais baseadas no princípio
da unilateralidade; existência de tabus, formais e informais, sobre a discussão de
certos temas; crença de que competência técnica é mais vital para a consecução dos
objetivos organizacionais do que a competência interpessoal; falta de consciência
de que existem causas importantes de deterioração embutidas dentro da própria
organização; postura dos membros da organização de encarar crenças, objetivos,
políticas e estruturas como rígidas, inflexíveis, inelásticas e imutáveis; “memória
organizacional” muito limitada ou pouco difundida. Foi apresentado também o
ciclo destrutivo das organizações.
CEDERJ 59