Contabilidade Sem Fins Lucrativos
Contabilidade Sem Fins Lucrativos
Contabilidade Sem Fins Lucrativos
Capitulo I
1.1 RESUMO
O objetivo do presente trabalho consistiu em analisar os tipos de informações contábeis que
devem ser geradas nas entidades sem fins lucrativos. Entretanto, não se desenvolveu uma análise
minuciosa dos procedimentos contábeis aplicáveis às operações dessas organizações, mas, sim,
uma discussão das questões mais gerais sobre o assunto. Entendeu-se que, antes de iniciar a
abordagem sobre as informações que devem ser geradas e evidenciadas pela contabilidade, seria
interessante conhecer os aspectos conceituais relacionados à instituições dessa natureza. Assim,
inicialmente foram contempladas a conceituação, características, diferenças e semelhanças com
as demais organizações, fontes de recursos etc., das entidades sem fins lucrativos. Em seguida
procedeu-se uma incursão teórica na contabilidade por fundos, no sentido de segregá-los por
categoria e tipo de fundo. Na seqüência fez-se uma investigação sobre as demonstrações
contábeis cabíveis para essas entidades, bem como dos ajustes necessários em função de suas
peculiaridades. Por último foram abordados aspectos gerais relacionados à mensuração contábil,
no sentido de assegurar maior qualidade nas informações geradas e oferecidas aos diferentes
tipos de usuários da contabilidade.
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1.2 Introduҫão
A contabilidade exerce um papel importante nas organizações gerenciando informações
económico-financeira, tornando-as úteis para finalidades de controlo interno (prestação de contas
à accionistas) assim como externo (prestação de contas ao governo ou banco).
Dia a dia, são constituídas mais organizações sem fins lucrativos com varias finalidades, sendo
que a maior parte delas visam complementar a parte o Governo não consegue fazer fase, neste
caso estamos perante as organizações de promoção de saúde, organizações educacionais e de
assistência social.
Independente de visar lucros ou não, toda e qualquer organização utiliza recursos e necessita de
informações para realizar um processo de desenvolvimento. Encaixam-se neste contexto, as
instituições sem fins lucrativos, que são instituições privadas, que possuem por propósito, seja
específico ou não, colaborar com a sociedade.
1.3 Justificativa
O elevado e rápido crescimento das organizações sem fins lucrativos a nível do nosso País e não
só do mundo no seu todo, constitui o motivo pelo qual escolhi o tema em análise, este constante
aumento das organizações sem fins lucrativos a nível do nosso País nas diversas áreas sociais
leva-nos a procurar compreender também o funcionamento económico-financeiro destas
organizações de modo a poder obter informações contabilísticas do Património e as alterações
que ocorrem com o passar do tempo. A contabilidade é a ciência que proporciona o estudo
detalhado para obtenção destas informações, torna-se necessário saber o quanto a contabilidade
poderá contribuir na melhoria do funcionamento e na confiabilidade de organizações sem fins
lucrativos, uma vez que é uma tendência o aumento dessas organizações e há carência de estudos
sobre este assunto.
Este aumento de organizações sem fins lucrativos que tem se observado dia a pois dia, sendo
estas organizações depende de donativos para a sua existência, torna-se fundamental que seus
recursos sejam correctamente empregados na busca de suas finalidades e de seus objectivos, sem
desperdícios ou desvios.
Para isto, ganha visibilidade o papel desempenhado pela gestão, controle interno contabilístico,
uma vez que os recursos disponíveis são escassos e precisam ser optimizados por meio de
eficientes métodos de controlo, os quais fornecerão subsídios para a tomada de decisão
Segundo Cook e Winkle (1983, p. 133), a fim de cumprir o objectivo das demonstrações
financeiras de fornecer aos usuários informações que os ajudem em suas decisões económicas, a
administração tem a responsabilidade de projectar e manter um sistema de controlo interno capaz
de produzir demonstrações financeiras fidedignas.
1.4 Problematização
Nas sociedades moçambicanas, a influência e a actuação de entidades sem fins lucrativos vem se
ampliando a cada dia, seja para atender demandas específicas, seja para assumir um papel que,
muitas vezes, deveria ser de iniciativa do Estado, como prover serviços de saúde, educação,
treinamento profissional, entre outros. Elas surgem a partir de grupos de pessoas que se
organizam com o fim específico de atender interesses em comum sem a finalidade de lucro.
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O grande desafio dessas organizações é buscar alternativas para suprir suas necessidades e
atender melhor suas finalidades através de uma gestão financeira eficiente e transparente.
O controlo financeiro, por se tratar de uma peça fundamental para a organização, deve ser
avaliado e organizado de modo a atender as necessidades e expectativas da organização.
Sem um controle eficiente a organização pode incorrer em diversos prejuízos, pondo em risco
sua própria continuidade. Para evitar isto, ganha relevância o papel desempenhado pelo sector
financeiro de tais organizações.
Os funcionários responsáveis pelos controles devem estar preparados não apenas para
disponibilizar tais informações, mas também para atender as necessidades dos tomadores de
decisão e utilizar ferramentas precisas para a montagem de um método de controle interno
eficaz, contemplando todas as movimentações ocorridas no sector financeiro:
Uma organização sem um controle financeiro eficiente não consegue tomar decisões com
segurança. Não tem uma visão geral da sua situação; não sabe se está operando com folga ou
falta de recursos, se os seus custos estão elevados, se está obtendo déficit ou superávit. O
controle eficiente é responsável por mostrar o melhor caminho para a tomada de decisão.
Nas organizações sem fins lucrativos, não é diferente. Deve-se implantar um sistema de controlo
interno de forma que contemple todas as necessidades de gestão e controle de seus recursos,
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1.5 Objectivos
Segundo PILLET (2003:98), objectivo é a descrição clara do que se pretende alcançar com o
resultado de uma pesquisa.
1.6 Metodologia
Para se alcançar os objectivos acima supracitado, a metodologia do presente trabalho estará
centralizada em pesquisa bibliográfica e material disponibilizado pela internet.
O método corresponde ao procedimento racional ordenado constituído por meios básicos para
proceder ao longo do caminho e alcançar estabelecidos
No que tange a modalidade de pesquisa, SALVADOR (1986,P.10), por um lado afirma que:
Segundo LAKATO (2003.P.107), [observação directa] não consiste apenas em ver […], mas
também examinar factos ou fenómenos que se deseja estudar.
Capitulo II
2.1 Revisão Bibliográfica
Ao lado do modo de produção capitalista emergem as ONG’s, criadas pela sociedade civil para
preencher as lacunas deixadas pelo setor público, no que concerne à garantia dos direitos à vida,
segurança, igualdade, liberdade e prosperidade. Elas se caracterizam como entidades sem fins
lucrativos, desde fundações que investem na área social, microorganizações de defesa de causas
específicas, dentre outras.
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Instituições sem fins lucrativos são entidades privadas, que tem por objectivo promover acções
para a sociedade, sem que o lucro seja a razão para sua existência. Essas instituições adquirem
seus recursos económicos, financeiros e materiais a partir de contribuições, doações e
subvenções.
Segundo DRUCKER, “as entidades sem fins lucrativos são agentes de mudança humana. Seu
produto é um paciente curado, uma criança que aprende, um jovem que se transforma em um
adulto com respeito próprio isto é, toda uma vida transformada.” A partir desta definição,
entidades sem fins lucrativos, para os propósitos deste trabalho e em sentido genérico,
compreende aquelas instituições que possuem as seguintes características básicas:
Neste contexto, os interesses particulares dos promotores e diretores destas entidades são
relegados em prol de interesses comunitários mais amplos. Além do mais, o seu
desenvolvimento baseia-se na concretização dos objetivos institucionais que justifiquem a sua
existência no ambiente em que operam.
Esta idéia é corroborada por DRUCKER, ao dizer que as entidades sem fins lucrativos “fazem
algo muito diferente das empresas ou do governo. As empresas fornecem bens ou serviços. O
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governo controla. A tarefa de uma empresa termina quando o cliente compra o produto, paga por
ele e fica satisfeito. O governo cumpre sua função quando suas políticas são eficazes. A
instituição sem fins lucrativos não fornece bens ou serviços, nem controla. Seu produto não é um
par de sapatos, nem um regulamento eficaz. Seu produto é um ser humano mudado. As
instituições sem fins lucrativos são agentes de mudança humana. Seu produto é um paciente
curado, uma criança que aprende, um jovem que se transforma em um adulto com respeito
próprio; isto é, toda uma vida transformada”.
As Instituições sem fins lucrativos não se mantêm sozinhas, elas dependem da captação de
recursos oriundos de diversas fontes tais como contribuições, doações, subvenções, venda de
serviços, mensalidades de associados, etc.
Doações – são recursos recebidos de indivíduos, empresas, ou de outras entidades sem fins
lucrativos, em forma de dinheiro, outros bens, direitos ou serviços. Portanto, as doações referem-
se a bens, direitos ou serviços, ao contrário das contribuições que são somente efetuadas em
forma pecuniária. Outra característica é a não regularidade da doação, ao contrário das
contribuições que são realizadas em períodos prévia e regularmente definidos.
Doações, coreesponde as transferências gratuitas, em carácter definitivo, de recursos financeiros
ou do direito de propriedade de bens, com finalidade de custeio, investimento e imobilizações,
sem contrapartida do beneficiário.
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Elas também podem se contribuições pecuniárias, prevista em lei orçamentária, concedida por
órgãos do sector público a entidades públicas ou privadas, com o objectivo de cobrir despesas
com a manutenção e o custeio destas, com ou sem contraprestação de bens ou serviços da
beneficiária dos recursos.
Ressalte-se que as entidades sem fins lucrativos não têm como missão o levantamento de fundos.
Estes devem ter apenas a finalidade de viabilizar o cumprimento da mesma. Por isso, há uma
tendência de substituir o termo levantamento de fundos por desenvolvimento de fundos. O
primeiro consiste em pedir dinheiro para a realização das atividades da entidade, enquanto que o
segundo termo implica em buscar apoio através do reconhecimento, por parte da sociedade,
pelos relevantes serviços que a instituição presta ao público alvo.
Martins6 define-a como “uma forma de registro contábil em que uma entidade segrega os
activos, os passivos e até o patrimônio líquido, em função da natureza dos recursos que estão
sendo utilizados, conforme a necessidade de se manter controlo em função do uso desses mesmo
recursos.” Compara-a ao sistema de contabilização usa à técnica de utilização de vários diários e
razões auxiliares.
Para isso, a entidade requer um sistema de contábilização com um elenco de contas específicas
para cada fundo, com contas patrimoniais (ativo e passivo) e contas de resultado (receitas e
despesas). Por conseguinte, também é aconselhável a elaboração de demonstrações
contabilísticas separadas para cada fundo, como se fosse entidades distintas.
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Como as entidades sem fins lucrativos tem três categorias diferentes de recursos no que diz
respeito à sua utilização (as recebidas sem nenhuma restrição, as recebidas com restrições
temporárias e as recebidas com restrições permanentes), de acordo com OLAK, elas dão origem,
respectivamente, a três categorias de fundos: de uso irrestrito (geral), de uso temporariamente
restrito e de uso permanentemente restrito.
O fundo irrestrito corresponde aos ativos livres de quaisquer restrições cujo doador impõe certas
restrições para sua utilização, as quais deixarão de existir quando forem cumpridas os propósitos
para os quais os recursos foram doados. Assim, quando as restrições impostas pelo doador
deixarem de existir, os recursos serão transferidos para o fundo irrestrito.
Por fim, o fundo permanentemente restrito refere-se aos ativos cuja utilização está
permanentemente atrelada às condições impostas por seus doadores.
É importante observar que, os diversos tipos de fundos acima, podem ser de uso irrestrito,
temporariamente restrito ou, ainda, permanentemente restrito.
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Observa-se que ela evidência, entre outros aspectos, os gastos relativos à prestação do serviço
remunerado. Porém, as entidades sem fins lucrativos não governamentais podem receber
serviços gratuitamente prestados por voluntários, inclusive, algumas vezes, sendo a maior fonte
de sobrevivência da organização. Nestes casos, a contabilidade não registra tal fato devido a falta
de objetividade para atribuir valores aos serviços prestados.
Por sua vez, a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos é de muita utilidade aos
usuários da informação contábil. Segundo SILVA ET AL., ela “tem por objetivo evidenciar a
folga financeira de curto prazo de uma empresa, através da análise das fontes dos recursos e de
sua utilização.” Todavia, mais útil do que esta demonstração, também para este tipo de entidades,
parece ser a Demonstração do Fluxo de Caixa. Além de ser mais inteligível para quem não é do
meio contábil, ela tem condições de evidenciar as entradas de recursos por categoria de fundo e
as respectivas saídas de recursos, inclusive as transferências interfundos.
psicologia já tem provocado mudanças drásticas. Já é tempo de derrubar uma restrita definição
de mensuração também na contabilidade.
RUSSEL, diz que mensuração de uma grandeza (um conjunto de propriedades ou um objeto) é,
em sentido mais amplo, um método, no qual uma correspondência única e recíproca é
estabelecida entre todas ou algumas das variedades de grandezas e todos ou alguns dos números
(sistema ordinal ou cardinal, como for o caso).
Deve-se ressaltar que esses números podem ser designados sob diferentes regras e conduzidos
para diferentes tipos de escalas e de mensuração, porém, nem todos de igual capacidade e
utilidade para os usuários da informação contábil. Portanto, não é necessário que a mensuração
fique restrita à simples problemas de quantificação física, o que a fez emergir.
CHAMBERS apud GLAUTIER e UNDERDOWN DIZ que “mensuração tem sido definida
como a atribuição de números a objetos de acordo com regras, especificando o objeto a ser
medido, a escala a ser usada e as dimensões da unidade.”
Em se tratando do objeto a ser medido esbarra-se, imediatamente, no fator tempo. Mensurar
objetos e eventos passados já é uma tarefa consagrada pela contabilidade. Porém, estruturar um
modelo de mensuração que possa ser aplicado à objetos ou eventos que ainda estão por se
realizar certamente é mais complexo, visto que estas medidas referem-se à estimativas subjetivas
e, consequentemente, menos fidedignas.
Outro aspecto relacionado ao objeto ou evento a ser medido diz respeito à bases apropriadas de
mensuração para cada tipo de decisão a ser tomada. Neste sentido, Guerreiro15 explica que
“mensurações são necessárias não somente para expressar objetivos e clarificar alvos a respeito
dos quais as decisões devem ser tomadas, mas elas são também necessárias para controlar e
avaliar os resultados das atividades envolvidas no processo de atingir os alvos.”
3. Conclusão
E assim terminamos o nosso trabalho concluindo que as entidades sem fins lucrativos,
constituem o chamado terceiro setor, que não é governamental e sem fins lucrativos. Elas se
configuram como emergentes no atual contexto econômico-político-social, procurando preencher
às lacunas que o poder público deixa no que concerne ao atendimento das necessidades básicas
dos indivíduos, especialmente os de menor poder aquisitivo.
4. Referências Bibliográficas
FISCHER, Rosa Maria e FISCHER, André Luiz. O dilema das ONG’s. XVIII Encontro Anual da
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração. Curitiba, v. 10, p.
17-25, set./1994. p. 19.
OLAK, Paulo Arnaldo e NASCIMENTO, Diogo Toledo do. Contabilidade para Entidades Sem
∕Fins Lucrativos – Terceiro Sector. São Paulo: Atlas, 2006.
OLAK, Paulo Arnaldo. Contabilidade de entidades sem fins lucrativos não governamentais.
Dissertação de Mestrado. São Paulo, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da
Universidade de São Paulo - FEA/USP, 1996. p. 2.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade por fundos. IOB - Temática Contábil e Balanços. São Paulo,
Bol. 32/90, 1990. p. 266.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de entidades de fins não lucrativos. IOB - Temática Contábil e
Balanços. São Paulo, Bol. 12/97, 1997. p. 2.
19
SILVA, César Augusto Tibúrcio et al. DOAR e fluxo de caixa. Anais da 7ª Semana de
Contabilidade do Banco Central. Rio de Janeiro, 5 a 8 de maio de 1998. Rio de Janeiro: Banco
Central do Brasil, 1998. p. 325.
BIERMANN JR., Harold. Measurement and accounting. In McCULLERS, Levis D. e
SCHROEDER, Richard G. Accounting theory: text and readings. 2 ed. New York, John Wiley &
Sons, 1982. p. 174.
Contents
20
Capitulo I.........................................................................................................................................3
1.1 Resumo......................................................................................................................................3
1.2 Introduҫão..................................................................................................................................4
1.3 Justificativa................................................................................................................................5
1.4 Problematização.........................................................................................................................5
1.5 Objectivos..................................................................................................................................7
1.6 Metodologia...............................................................................................................................7
Capitulo II........................................................................................................................................8
3. Conclusão..................................................................................................................................17
4. Referências Bibliográficas.........................................................................................................18