Intervenção Do Estado Na Economia Nacional
Intervenção Do Estado Na Economia Nacional
Intervenção Do Estado Na Economia Nacional
Universidade Púngué
Chimoio
2023
Universidade Púnguè
Cadeira:
Direito Económico
3º Grupo
Tema:
Intervenção do Estado na Economia
Docente:
Dr. Massamba Jeque
Universidade Púngué
Chimoio
2023
Índice
1.0. Introdução .............................................................................................................. 4
1.1. Objectivos .......................................................................................................... 4
1.1.1. Objectivo geral ........................................................................................... 4
1.1.2. Objectivos específicos ................................................................................ 4
2.0. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA NACIONAL ........................ 5
2.1. Noções gerais sobre a economia moçambicana ................................................. 5
2.2. Formas de intervenção do Estado na economia nacional .................................. 5
2.3. Factores que influênciam na intervenção do Estado na economia .................... 6
2.3.1. Imperativos da segurança nacional ............................................................. 6
2.3.2. Relevante interesse coletivo ....................................................................... 7
2.4. Intervenção Direta .............................................................................................. 8
2.4.1. Intervenção directa através de uma empresa publica ................................. 8
2.5. Intervenção Indireta ........................................................................................... 9
2.5.1. O Estado como agente regulador .............................................................. 10
2.5.2. Intervenção indirecta por indução ............................................................ 11
2.6. Intervenção via normatização e actuação judicial ........................................... 11
3.0. Conclusão ............................................................................................................ 14
1.0.INTRODUÇÃO
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2.0.INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA NACIONAL
2.1.Noções gerais sobre a economia moçambicana
De acordo com Ramos (2017) o Estado pode interferir na ordem econômica de forma:
• Direta ou
• Indireta.
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Analisando a Constituição da República de Moçambique, ressalta-se que esta reconhece
duas formas de ingerência do Estado na ordem econômica:
• A participação e
• A intervenção.
Já o artigo 97.º da CRM concretamente na alínea g), conjugando com o artigo 99.º no
número 2, afirma que como agente normativo e regulador da actividade econômica, o
Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento,
sendo este determinante para o sector público e indicativo para o sector privado.
Sendo assim, quando se fala em actuação directa, o próprio Estado actua na economia de
um país, seja em regime de monopólio, seja de participação com as empresas do sector
privado. Pois. de acordo com o pensamento de Farias e Jacome (2019) o Estado actua
diretamente quando o próprio Estado interfere no desenvolvimento da operação na
prestação de serviços públicos e na concorrência com o sector privado em regime de
monopólio ou cooperativo como mencionado anteriormente.
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De acordo com o pensamento de Newit (1997) no que se refere à ação direta e indirecta
do Estado na economia, chama a atenção para observar que esse fenômeno ocorre de
forma especial a fim de garantir a segurança nacional. Fora, que a decisão de participar
fica sempre nas mãos do próprio Estado o que justificaria a constituição de empresas e
instituições públicas no que se refere à segurança e aos interesses nacionais.
Como já vem sendo destacado, não tanto quanto a segurança nacional, a semântica
empregada pelo constituinte quanto ao termo, relevante interesse coletivo, é por demais
abrangente. Como se trata de ação subsidiária, fora os casos previstos na própria CRM
em relação à titularidade das actividades que o Estado as exercerá, ou seja, actividades
próprias dos agentes privados, o Estado actuará após o devida apreciação por parte do
Poder Legislativo que definirá, em certa medida, a ocorrência ou não do interesse
coletivo, especialmente, nos casos em que não houver interesse do particular ou mesmo
havendo esse interesse, não seja o suficiente para o atendimento da demanda coletiva.
Pois, Ramos (2017) destaca que em matéria de concorrência o Estado intervém criando
empresas estatais que desempenham um papel já existente em determinados sectores da
economia e que se dividem em empresas públicas e sociedades capitalistas mistas. E
também o mesmo Estado intervém na economia criando instituições reguladoras das
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actividades económicas, com vista a manter a organização e o respeito pelas leis, com o
objectivo de garantir o desenvolvimento económico do país.
2.4.Intervenção Direta
De acordo com o que foi exposto anteriormente nos preceitos do artigo 101.º da CRM,
pode se dizer que o Estado está intervindo, directamente, na economia quando não sendo
o titular natural daquela actividade econômica passa a explorá-la.
De acordo com Bibbio (2000) a simples análise desses dois substratos fáticos, necessários
à intervenção do Estado no domínio econômico, tanto os imperativos da segurança
nacional quanto o relevante interesse coletivo, têm um grande grau de abstratividade, ou
seja, são conceitos bastante indetermináveis, carecendo ao aplicador da lei, uma detida
análise do caso concreto.
A empresa pública é uma das formas que o Estado poderá actuar na actividade econômica,
tanto para executar atividades próprias do Estado, portanto, exclusivas, ou serviços
públicos essenciais, como atuar em atividades de titularidade dos particulares. Essa
opção, normalmente, levará em consideração a disponibilidade de capital para
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investimento por parte do próprio Estado, sem auxílio da iniciativa privada, ou porque a
esta não interesse, ou porque o Estado avalie como estratégico (RAMOS, 2017).
De acordo com o mesmo autor citado anteriormente, nesta área as empresas estatais
gozam de estatuto jurídico preferencial e são criadas por lei para explorar a actividade
económica. As sociedades de capitais também fazem parte da inferência direta do Estado
através delas é permitido explorar a actividade económica em sociedade por ações com
capital de outros investidores podendo ser pessoa singular ou coletiva.
Por exemplo, temos o sector bancário, onde o Estado determina a cessação da actividade
dos bancos privados que operam no país, alguns dos quais, os respectivos valores activos
e passivos são integrados no Banco de Moçambique e relativamente a outros, e com vista
a assegurar o reembolso aos interessados pelo Banco de Moçambique, os respectivos
depósito e a correspondente cobertura são para estes transferidos.
Neste processo alguns serviços são assegurados ou parcialmente prestados por entidades
de direito público, outros são prestados por entidades privadas dirigidas por empresas do
Estado.
2.5.Intervenção Indireta
Na área de intervenção indireta no que diz respeito às funções regulatórias o estado define
os padrões que vão determinar como os órgãos públicos e privados devem actuar
(FARIAS & JACOME, 2019). Além da regulamentação o Estado também fiscaliza e
controla a observância da lei pelos agentes econômicos estimula incentivos de acordo
com as condições de mercado para estimular ou suprimir determinados comportamentos
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e traçar planos para alcançar o desenvolvimento econômico. No sector indireto menciona-
se a arrecadação de impostos, subsídios e vantagens (CORREIA, 2010).
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2.5.2. Intervenção indirecta por indução
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área, na especialização de características de produtos ou tecnologias a ser empregados na
fabricação e na imposição de padrões ambientais no local de trabalho e fora da empresa”.
• Comando e controle e
• Incentivos financeiros.
Como já referido anteriormente na forma de intervenção indirecta, ainda que não actue
como empresário directamente, o Estado pode achar-se muito presente na vida
econômica, regulando excessivamente as actividades econômicas, descendo a minúcias
que deveriam ser negociadas no mercado. A dinâmica das actividades empresariais exige
uma margem de manobra maior de tal forma que possam adequar-se às demandas e
inovações do mercado. Se as regras são muito rígidas, reduz-se a capacidade de adaptação
e de sobrevivência das empresas. É certo que a actividade econômica já tem o risco como
algo inerente. No entanto, o risco além do razoável afugenta os investimentos de longo
prazo, visto que o ganho somente é proporcional ao risco em actividades financeiras
eminentemente especulativas.
Sendo assim, além de regular o que não deveria, o Estado não tem a devida agilidade em
mudar a regra quando os ventos tocarem em outra direção, e, pior ainda, pode chamar a
si a responsabilidade de exercer a atividade econômica em sentido estrito, inclusive sob
monopólio. Bittar (2006) afirma o facto de as falhas de mercado configurarem conceito
dinâmico pode definir que a ação do Estado no sentido de induzir uma (suposta) estrutura
mais eficiente de monopólio pode não ser adequada. As rápidas mudanças tecnológicas e
do próprio tamanho do mercado estão, permanentemente, alterando as condições de
mercado e, consequentemente, as estruturas organizacionais existentes. Dada a natural
morosidade dos governos para perceber mudanças e o facto de as condições de mercado
configuraram conceito dinâmico, a tentativa de corrigir falhas de mercado poderia ser
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substituída por uma desnecessária falha de Estado em decorrência da velocidade daquelas
transformações.
Olhando para este contexto, Ramos (2017) afirma que o convívio diuturno com um
extenso, complexo e altamente mutável ordenamento jurídico pode ser um factor de
desestimulo aos investimentos. É preciso redobrar as cautelas visto que aos riscos
inerentes ao negócio acrescenta-se o risco jurídico. As empresas podem ser surpreendidas
com alterações na legislação tributária, pondo a perder os projetos de investimentos que
tinham em mente.
Não se pode estimular o investimento sem segurança jurídica e esta não existe sem regras
claras, honestas e estáveis. Uma empresa não pode fazer um plano de investimentos
quando a qualquer momento uma medida provisória poderá trazer mudanças
significativas, pondo por terra todo um planejamento. Sendo assim, Ramos (2017) afirma
que a actividade normativa há que ser exercida com responsabilidade e parcimônia, ainda
maiores quando se passa da mera regulamentação para a produção legislativa.
Nesse sentido é preciso certo pragmatismo de quem elabora as leis e dos operadores do
Direito, de tal forma que não se afaste do mundo dos acontecimentos, nem que opte por
soluções baseadas em critérios de momento, casuísticos, sendo ao máximo objetivo. É
neste momento que é importante fazer uma análise econômica do Direito, para que a
legislação e o Direito não se afaste da realidade dos fatos (BITTAR, 2006).
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3.0.CONCLUSÃO
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4.0. BIBLIOGRAFIA
MUNSLOW, B. (1983). Mozambique: the revolution and its origins. Londres: Longman.
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