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Controlo e Responsabilidade

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Funções de controlo de gestão

O controlo de gestão é uma função fundamental nas organizações. Permite a criação de instrumentos
que possibilitam a definição dos objetivos, medição dos resultados obtidos, o desenvolvimento de ações
que permitam corrigir potenciais desvios e a correta alocação dos recursos. Possibilitam ainda o
acompanhamento quer dos objetivos estratégicos quer operacionais e individuais e apoiam a tomada de
decisão.

Os 8 princípios do Controlo de Gestão

De acordo com Jordan et al. (2008: 21) um bom sistema de controlo de gestão deve ter em conta os
seguintes 8 princípios:

• Os instrumentos de controlo de gestão têm que considerar os objectivos de natureza financeira e não
financeira;

• Tem que haver uma descentralização, delegação e responsabilização;

• Tem que haver uma convergência dos objectivos individuais com os objectivos estratégicos da
organização;

• Os instrumentos de controlo de gestão devem funcionar como catalisadores de acções e não se


resumirem a meros documentos

• Tratar da informação de gestão histórica mas, sobretudo, focalizar-se no futuro;

• Influenciar os comportamentos das pessoas;

• Englobar um sistema de incentivos e premeio;

• Os operacionais são os actores de primeira linha em oposição aos Controllers.

Vantagens e limitações dos sistemas de controlo de gestão

Segundo Jordan, H., Neves, J. C. das & Rodrigues, J. A. (2003) e Pinto et al. (2006) os sistemas de
controlo apresentam claras vantagens, mas também algumas limitações.

Os autores apresentam como vantagens:

 possibilidade de inclusão de objetivos de natureza financeira e não-financeira,


 impõem a definição de objetivos, a medição dos desempenhos e levam ao desenvolvimento de ações,
quando assim se justifica;

 direcionados fundamentalmente para o futuro das organizações;

 possibilidade de aplicação aos vários níveis da organização 13 , com consequente descentralização das
decisões, e delegação da autoridade e da responsabilidade;

 articulação dos interesses dos vários intervenientes14 na realização do objetivo comum (objetivos da
organização);

 foco na informação que realmente interessa controlar;

Apresentam-se como possíveis limitações do sistema de controlo de gestão os seguintes aspetos:

 a complexidade das organizações pode dificultar a sua introdução15

 utilização de procedimentos de controlo muito morosos e complicados. O excesso de burocracia


dificulta o processo de controlo;

 dificuldade ou impossibilidade de seleção da profundidade do controlo (estratégico, operacional e


individual)

 dentro da mesma organização, o sistema de controlo tem que ser adaptado às diferentes realidades
que pretende controlar, o que pode impedir a sua homogeneidade

Nos sistemas de controlo de gestão é fundamental que os aspetos sociais e humanos não sejam
negligenciados. Existem vários aspetos do comportamento humano, como sejam a ambição individual,
ou a tendência para a criação de conflitos, que são fundamentais serem considerados, para que possa
atingir uma maior eficácia com a adoção de um sistema de controlo de gestão.

Papel do controlador de gestão

Papel do controlador de gestão

A mudança no meio envolvente, e consequente evolução dos sistemas de gestão, obrigou à evolução do
papel do controlador de gestão na organização.

Segundo Laverty & Demeestère (1993:319) no início o controlador de gestão limitavase à realização de
cálculos e relatórios. Não participava no processo de elaboração das decisões estratégicas nem nas
decisões económicas mais importantes da empresa. Os novos desafios impostos às organizações requer
do controlador de gestão novas atitudes e dinâmicas, segundo os autores, passam por integrar o
controlo de gestão e a gestão operacional, privilegiar a solidariedade entre funções e aproximar o
controlo de gestão à estratégia.
Para Jordan, H., Neves, J. C. das & Rodrigues, J. A. (2003:432-436) o controlador de

gestão ocupa um papel de “dinamizador” no processo pelo qual os gestores influenciam a


implementação das estratégias na organização. Esta dinamização só é possível se foram desempenhadas
várias atividades, nomeadamente, atividades de gestão previsional e acompanhamento de resultados,
atividades relacionadas com a conceção do sistema de informação para a gestão, atividades de carácter
administrativo e outras atividades resultantes da delegação de outras funções. Além das atividades já
enumeradas, o controlador de gestão moderno assume ainda atividades de carácter relacional, mais
concretamente, consultor, dinamizador e formador - sensibiliza os gestores operacionais e outros
intervenientes, para os problemas da gestão.

Os autores defendem que a tarefa de controlo de gestão das atividades não deve ser atribuída ao
controlador de gestão central, mas sim, aos respetivos gestores (unidade/sector).

Desta forma, permite a responsabilização de cada gestor pelos resultados alcançados e medidas
acionadas, ou a acionar, de forma a melhorar a performance. As decisões e medidas corretivas não
devem ser tomadas de forma isolada, mas sim de uma forma coordenada com todas as outras unidades.
O controlador de gestão disponibiliza informação para que os gestores possam tomar as suas decisões,
“trata-se de um co-piloto e não de um piloto”.

Com evolução nos sistemas de controlo de gestão, o controlador de gestão teve que se adaptar a estas
novas realidades, passou a desempenhar um papel mais interventivo no processo podendo ser encarado
como agente de mudança nas organizações.

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