Antropologia-Juridica - Orlando Vilas Boas
Antropologia-Juridica - Orlando Vilas Boas
Antropologia-Juridica - Orlando Vilas Boas
COORDENAÇÃO GERAL
Celso Fernandes Campilongo
Alvaro de Azevedo Gonzaga
Tomo de
COORDENAÇÃO DO TOMO
Celso Fernandes Campilongo
Alvaro de Azevedo Gonzaga
André Luiz Freire
ANTROPOLOGIA JURÍDICA
Orlando Villas Bôas Filho
INTRODUÇÃO
SUMÁRIO
Introdução ......................................................................................................................... 1
1
ENCICLOPÉDIA JURÍDICA DA PUC-SP
TEORIA GERAL E FILOSOFIA DO DIREITO
Referências ..................................................................................................................... 12
Pode-se afirmar que a antropologia jurídica seria uma espécie de “produto cultural
do ocidente moderno”. Conforme nota Norbert Rouland, a antropologia jurídica seria
filha da história do direito e teria nascido na segunda metade do séc. XIX e se desenvolve
em um contexto internacional marcado pela expansão imperialista ocidental que fornece
às escolas nacionais de antropologia jurídica seus respectivos campos de
experimentação.1 Trata-se, assim, de um saber que se inscreve, de um lado, na
configuração epistemológica moderna2 e, de outro, no contexto da expansão imperialista
com a qual manterá uma relação complexa que poderia ser qualificada, em termos
weberianos, de “afinidade eletiva”.3
O imperialismo, que tem como contrapartida a expansão colonial dos Estados
nacionais europeus, demandava justificação de onde pudesse haurir sua legitimidade.
Como enfatiza Eric Hobsbawm, em uma era de política de massa, havia a necessidade de
se angariar para a expansão imperialista o apoio popular, sobretudo do grande contingente
de descontentes.4 Ora, o Estado-nação opera, nesse contexto, como uma máquina de
produção de “outros”, fazendo com que o africano, o ameríndio e o oriental apareçam
como o contraponto negativo da identidade europeia. O colonizado aparece, no
imaginário europeu, como uma espécie de amálgama indefinido composto por tudo aquilo
1
Cf. ROULAND, N. Anthropologie juridique. p. 47.
2
Cf. VILLAS BÔAS FILHO, Orlando. O direito de qual sociedade? Os limites da descrição sociológica
de Niklas Luhmann acerca do direito a partir da crítica antropológica. Sociologia do direito: teoria e práxis.
p. 338
3
Cf. VILLAS BOÂS FILHO, Orlando. A constituição do campo de análise e pesquisa da antropologia
jurídica. In: Prisma Jurídico, n. 6. p. 333-349. Sobre a questão da “afinidade eletiva” entre antropologia e
imperialismo, ver, do mesmo autor, Ancient Law: um clássico revisitado 150 anos depois. Revista da
Faculdade de Direito da USP, v. 106-107, p. 550-552, jan.-dez. 2011-2012.
4
Cf. HOBSBAWM, Eric. A era dos impérios – 1880-1914. pp. 105-107.
2
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TEORIA GERAL E FILOSOFIA DO DIREITO
que, de um modo geral, se opõe à civilização. Assim, conforme observam Michael Hardt
e Antonio Negri, “a construção negativa de outros não europeus é, finalmente, o que funda
e sustenta a própria identidade europeia. ”5 E, é preciso notar, que esse processo de
produção do depreciativa do outro encontrará na antropologia nascente, quiçá, um dos
mais influentes mecanismos de sustentação. É nesse sentido que Hardt e Negri enfatizam
que “entre as disciplinas acadêmicas envolvidas nessa produção cultural de alteridade, a
antropologia foi, talvez, a rubrica mais importante, sob a qual o outro nativo foi importado
para a Europa e dela exportado. ”6
A relação de afinidade eletiva entre imperialismo e antropologia se expressa,
sobretudo, nos seguintes termos: a) a antropologia forneceu, ainda que involuntariamente,
um cabedal de conhecimento que permitiu a otimização da dominação pela
Administração colonial; b) a antropologia forneceu, também em caráter não deliberado,
uma justificativa retórica de legitimação à dominação colonial, uma vez que, em virtude
de seu caráter inicialmente etnocêntrico, sustentou, por vezes, a superioridade das
sociedades ocidentais em relação às demais, concebendo-as, assim, como naturalmente
propensas à dominá-las.
Vale notar que o próprio desenvolvimento da antropologia dependeu, em certa
medida, da existência da dominação colonial, que fornecia aos pesquisadores seu campo
de observação e análise. Wendy James e Talal Asad, por exemplo, enfatizam a relação
de dependência dos antropólogos com os agentes coloniais, o que, segundo eles,
acarretava uma situação duplamente ambivalente para a antropologia, no contexto da
dominação colonial.7 De um lado, havia ambivalência na relação entre a atuação dos
antropólogos, no que concerne à fundamentação de uma dominação, para a qual eram
instados a colaborar, mesmo discordando e, de outro, diante dos movimentos
nacionalistas e revolucionários, a antropologia, inicialmente vista de modo positivo,
paulatinamente passava a ser considerada conservadora. Em razão dessa dupla
ambivalência, explicam-se, segundo James, as acusações e suspeitas que recaiam sobre a
5
HARDT, Michael; NEGRI, Antonio. Império. p.141.
6
Idem. p.142.
7
Cf . ASAD, Talal. Introduction. Anthropology & the Colonial Encounter. pp. 9-19. Do mesmo autor :
Two European Images of Non-European Rule. Anthropology & the Colonial Encounter. pp. 103-118.
3
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antropologia, durante o período colonial, tendo como base as mais variadas instâncias.8
Aliás, como sublinha Claude Rivière, “situado na história, o discurso antropológico não
é inocente: numa determinada conjuntura colonial, ele é o discurso do explorador, do
missionário, do administrador, do jurista, o que em nada afeta a competência e a
perspicácia de alguns dentre eles. ”9
Assim, a relação da antropologia, em sentido genérico, com o processo de
colonização, decorrente da expansão imperialista europeia, mostra-se fundamental para
que se compreenda não apenas as orientações conceituais das primeiras escolas de
antropologia jurídica, mas, inclusive, seu desenvolvimento posterior enquanto
disciplina.10 É possível apontar certas inflexões do contexto em que surge a antropologia
no delineamento preliminar do seu campo de análise e de pesquisa.11 Tendo surgido em um
contexto marcado pela expansão imperialista ocidental, a antropologia do século XIX apresentou
a nítida prevalência de uma dimensão instrumental, voltada à gestão de populações, a partir de
uma visão etnocêntrica que as desqualificava como “primitivas”. É certo que, ao longo de seu
desenvolvimento, a antropologia foi progressivamente se afastando dessas características de
origem, de modo a superar as determinações de seu contexto de formação. Entretanto, não se pode
desconsiderar que, tendo surgido em uma época marcada pela dominação e pela espoliação
decorrentes da dominação colonial, a antropologia (de uma maneira geral e também a
jurídica em particular) reforçou as relações de assimetria que o Ocidente impingiu a
outros povos. Assim, se o saber antropológico, de um lado, forneceu uma visão mais
objetiva acerca dos fenômenos humanos, por outro, é preciso notar que isso se deu,
conforme bem o ressalta Claude Lévi-Strauss, a partir de uma relação em que uma parte
da humanidade se arrogou o direito de tratar a outra como um objeto.12
8
Cf. JAMES, Wendy. The anthropologist as reluctant imperialist. Anthropology & the Colonial Encounter.
pp. 41-69.
9
RIVIÈRE, Claude. Introdução à antropologia. pp. 34-35.
10
Ao referir-se à antropologia qualificada como jurídica, Jacques Vanderlinden ressalta que “la
qualification juridique se situe alors sur le même plan que d´autres adjectifs, par exemple, culturelle,
économique, politique ou sociale, pour définir un compartiment particulier de ce savoir global que serait
l´anthropologie [...]” VANDERLINDEN, Jaques. Anthropologie juridique. p. 36.
11
Acerca do perfil originalmente assumido pela antropologia jurídica no momento de sua formação, ver:
VILLAS BOÂS FILHO, Orlando. A constituição do campo de análise e pesquisa da antropologia jurídica.
In: Prisma Jurídico. n. 6, 2007, pp. 333-349.
12
Segundo Lévi-Strauss, “l’anthropologie est fille d’une ère de violence ; et si elle s’est rendue capable de
prendre des phénomènes humains une vue plus objective qu’on ne le faisait auparavant, elle doit cet
avantage épistémologique à un état de fait dans lequel une partie de l’humanité s’est arrogé le droit de
traiter l’autre comme un objet.” (LÉVI-STRAUSS, Claude. Anthropologie structurale - Deux. p. 69)
4
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TEORIA GERAL E FILOSOFIA DO DIREITO
13
Cf. EBERHARD, Christoph. Le Droit au miroir des cultures. Pour une autre mondialisation; Do mesmo
autor : Para uma teoria jurídica intercultural – o desafio dialógico. In: Revista direito e democracia. Vol. 3,
n.º 2, p. 489-530, jul./dez 2002. Para um contraste entre a perspectiva de Christophe Eberhard e Étienne Le
Roy acerca dessa questão, ver, por exemplo: VILLAS BÔAS FILHO, Orlando. Juridicidade: uma crítica à
monolatria jurídica como obstáculo epistemológico. In: Revista da Faculdade de Direito da USP, vol. 109,
p. 281-325, jan./dez. 2014.
14
Cf. LÉVI-STRAUSS, Claude. Anthropologie structurale deux. p. 320. A respeito, ver também: VILLAS
BÔAS FILHO, Orlando. O direito de qual sociedade? Os limites da descrição sociológica de Niklas
Luhmann acerca do direito a partir da crítica antropológica. Sociologia do direito: teoria e práxis. p. 339.
15
Cf. ROULAND, Norbert. Anthropologie juridique. p. 122.
16
Cf. LÉVI-STRAUSS, Claude. Anthropologie structurale. p. 413.
5
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Deste modo, como sublinha Norbert Rouland, a antropologia teria uma “vocação
totalizante” que se expressa na procura de aspectos comuns a todas as sociedades.17 Essa
questão é ilustrada, por exemplo, pela asserção de Shelton Davis, de que indica três
proposições a respeito das quais, segundo ele, os antropólogos estariam de acordo: a) em
toda sociedade existiria um corpo de categorias culturais, de regras ou códigos que
definem os direitos e deveres legais entre os homens; b) em toda sociedade disputas e
conflitos surgiriam quando essas regras são rompidas; c) em toda sociedade existiriam
meios institucionalizados através dos quais esses conflitos são resolvidos e através dos
quais as regras jurídicas são reafirmadas e/ou redefinidas.18 Independentemente das
críticas que possam, eventualmente, ser endereçadas a essa assertiva, o fato é que ela
ilustra bem a “vocação totalizante” que se atribui à abordagem antropológica.
Ademais, se se assume a distinção proposta por Theodor Viehweg entre enfoque
zetético e dogmático, fica claro que a antropologia jurídica se enquadra na primeira
perspectiva, como, aliás, bem observa Tercio Sampaio Ferraz Junior ao afirmar que
“zetéticas são, por exemplo, as investigações que têm como objeto o direito
no âmbito da sociologia, da antropologia, da psicologia, da história, da
filosofia, da ciência política etc. Nenhuma dessas disciplinas é
especificamente jurídica. Todas elas são disciplinas gerais, que admitem, no
âmbito de suas preocupações, um espaço para o fenômeno jurídico. ”19
Evidentemente que não cabe aqui explorar essa distinção. Cumpre apenas notar que a o
enfoque zetético, diferente do dogmático, não visa possibilitar uma decisão e, assim,
orientar a ação. Ao contrário, sua finalidade consiste indagar, perquirir, acerca do que
algo é.20 Baseando-se em Viehweg, Tercio Sampaio Ferraz Junior ressalta, ainda, que, na
medida em que toda investigação zetética comporta pressupostos admitidos como
verdadeiros para orientar os quadros da pesquisa, seria possível, no âmbito dos limites
zetéticos, distinguir entre o nível empírico, cujos limites são dados pela experiência, e o
nível analítico, em que ocorre a extrapolação dos limites da empiria, a partir dos níveis
da lógica formal, da teoria do conhecimento ou da metafísica. Tendo em vista esses
17
Cf. ROULAND, Norbert. Anthropologie juridique, p. 12.
18
DAVIS, Shelton. Antropologia do direito. p. 10.
19
Cf. FERRAZ JUNIOR. Tercio Sampaio. Introdução ao estudo o direito: técnica, decisão, dominação. p.
44.
20
Idem. pp. 39-43.
6
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limites, a partir dos quais é possível distinguir entre zetética empírica e zetética analítica,
é possível também, tendo em vista a questão aplicação técnica dos resultados da
investigação, aludir a uma zetética pura e outra aplicada.21
Ora, conjugando esses critérios de classificação, Tercio Sampaio Ferraz Junior
observa que a antropologia jurídica seria expressão de uma “zetética empírica pura”, pois
os pressupostos que admite como verdadeiros são dados pela experiência e, no que
concerne à motivação que conduz a investigação, não há um vínculo direto com a
aplicabilidade dos resultados da pesquisa.22 Poder-se-ia, contudo, ir mais além e afirmar
que a pretensão de descentramento da antropologia jurídica relativamente às categorias,
instituições, valores e conceitos ocidentais, a levaria a uma radicalização da crítica
zetética. O que expressa sua possibilidade de servir de ponto de ancoragem de uma
“crítica à razão sociológica”, como, aliás, sublinha Eduardo Viveiros de Castro.23
Um típico exemplo do contorno zetético assumido pela antropologia jurídica está
em seu questionamento crítico do vínculo inextricável entre direito e Estado. O
pressuposto fundamental da descrição do direito como ligado ao Estado é, como se sabe,
amplamente questionado pela antropologia jurídica. Como a antropologia jurídica,
pautada pela descentramento e pela alteridade, direciona contextos sociais em que a
regulação jurídica prescinde de organização estatal, sempre lhe soou natural contestar a
ideia de que apenas o direito estatal das sociedades modernas seja considerado expressão
da juridicidade. Portanto, as discussões relativas ao pluralismo jurídico no campo
antropológico servem de clara ilustração de seu viés zetético.24
21
Idem. pp. 44-45.
22
Idem. p. 45.
23
A respeito, ver: VILLAS BÔAS FILHO, Orlando. O direito de qual sociedade? Os limites da descrição
sociológica de Niklas Luhmann acerca do direito a partir da crítica antropológica. Sociologia Jurídica. p.
339; Do mesmo autor: A regulação jurídica para além de sua forma ocidental de expressão: uma abordagem
a partir de Étienne Le Roy. In: Revista Direito & Práxis, vol. 6, n. 12, p. 184.
24
É por isso que Shelton Davis, por exemplo, problematizando as representações tradicionais dos juristas,
define a antropologia jurídica nos seguintes termos: “é a investigação comparada da definição de regras
jurídicas, da expressão de conflitos sociais e dos modos através dos quais tais conflitos são
institucionalmente resolvidos. Como tal, a antropologia do direito tem como ponto de partida que os
procedimentos jurídicos e as leis não são coincidentes com códigos legais escritos, tribunais de justiça
formais, uma profissão especializada de advogados e legisladores, polícia e autoridade militar etc... O
direito tal como existe nas organizações políticas complexas como o Estado moderno é concebido pela
antropologia apenas como um caso especial, ainda que importante dentro do conjunto de dados
etnográficos.” DAVIS, Shelton. Antropologia do direito. p. 10.
7
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TEORIA GERAL E FILOSOFIA DO DIREITO
Por fim, cumpre notar que a antropologia jurídica, tal como ocorre com a
sociologia jurídica, a história do direito, a psicologia jurídica etc., constitui uma
perspectiva externa de análise e de crítica da regulação jurídica.25 Deste modo, pode
enxergar o ponto cego da observação dos juristas, o que lhe confere, tal como ocorre com
a sociologia, a possiblidade de um distanciamento crítico muito contribui para
desestabilizar certezas sedimentadas no “senso comum jurídico”.
25
Cf. ARNAUD, André-Jean; FARIÑAS DULCE, María José. Introduction à l’analyse sociologique des
systèmes juridiques. p. 4.
8
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TEORIA GERAL E FILOSOFIA DO DIREITO
de direito.
Por outro lado, não menos diversificado e extenso é o âmbito das questões
abrangidas pela antropologia jurídica. Dentre tais questões, se encontram, por exemplo:
o pluralismo jurídico,26 a juridicidade,27 a aculturação jurídica,28 a crítica à concepção
convencional de direitos humanos,29 as diversas formas de apropriação fundiária,30 as
formas alternativas de resolução de conflito,31 a relação entre regulação jurídica e Estado,
socialização jurídica, consciência do direito (legal consciousness),32 o problema da
26
Cf. BELLEY, Jean-Guy. Pluralismo jurídico. Dicionário enciclopédico de teoria e de sociologia do
direito. p. 585-589; LE ROY, Étienne. Le pluralisme juridique aujourd’hui ou l’enjeu de la juridicité. In :
Cahiers d’anthropologie du droit 2003. Les Pluralismes juridiques. p. 7-15; MOORE, Sally Falk.
Certainties undone: fifty turbulent years of legal anthropology, 1949-1999. Huxley Memorial Lecture.
Journal of the Royal Anthropological Institute, 7(1), pp. 95-116, 2001; Do mesmo autor: Law and
anthropology: a reader; Law as process: an anthropological approach; ROULAND, Norbert.
Anthropologie juridique; Do mesmo autor : L’anthropologie Juridique. (Que Sais-je?, 2528.); Nos confins
do direito; Do citado, também: Pluralismo jurídico (Teoria antropológica). Dicionário enciclopédico de
teoria e de sociologia do direito. pp. 589-590; VANDERLINDEN, Jacques. Anthropologie juridique; Do
mesmo autor : Le pluralisme juridique – essai de synthèse. Le pluralisme juridique. pp. 19-56; Ainda : Les
pluralismes juridiques. Anthropologies et droits: état des savoirs et orientations contemporaines. pp. 25-
76; Do mesmo autor: Return to legal pluralism: twenty years later. In: Journal of legal pluralism, n. 28, pp.
149-157; Ainda: Trente ans de longue marche sur la voie du pluralisme juridique. Cahiers d’Anthropologie
du droit 2003 (les pluralismes juridiques. pp. 21-33.
27
Cf. LE ROY, Étienne. Le jeu des lois. Une anthropologie “dynamique” du Droit.; Pour une anthropologie
de la juridicité. In : Cahiers d’anthropologie du droit 2004. Anthropologie et droit – intersections et
confrontations. p. 241-247. VILLAS BÔAS FILHO, Orlando. A regulação jurídica para além de sua forma
ocidental de expressão: uma abordagem a partir de Étienne Le Roy. In: Revista Direito & Práxis, vol. 6, n.
12, p. 159-195, 2015; Do mesmo autor, ainda: Juridicidade: uma crítica à monolatria jurídica como
obstáculo epistemológico. In: Revista da Faculdade de Direito da USP, vol. 109, pp. 281-325, jan./dez.
2014; O direito de qual sociedade? Os limites da descrição sociológica de Niklas Luhmann acerca do direito
a partir da crítica antropológica. In: FEBBRAJO, Alberto; LIMA, Fernando Rister de Sousa; PUGLIESI,
Márcio (Coords.). Sociologia do direito: teoria e práxis. pp. 337-366.
28
Cf. CARBONNIER, Jean. Sociologie juridique; SACCO, Rodolfo. Antropologia jurídica: contribuição
para uma macro-história do direito.
29
Cf. EBERHARD, Christoph. Le Droit au miroir des cultures. Pour une autre mondialisation ; Les droits
de l’homme face à la complexité: une approche anthropologique et dynamique. In: Droit et Société, 51/52,
pp. 455-486, 2002; Para uma teoria jurídica intercultural – o desafio dialógico. In: Revista direito e
democracia. Vol. 3, n. 2, p. 489-530, jul./dez 2002; SANTOS, Boaventura de Sousa. A crítica da razão
indolente: contra o desperdício da experiência (Para um novo senso comum: a ciência, o direito e a política
na transição paradigmática; Por uma concepção multicultural de direitos humanos. In: SANTOS,
Boaventura de Souza. (Org.) Reconhecer para libertar: os caminhos do cosmopolitismo multicultural. pp.
429-461
30
Cf. RUDE-ANTOINE, Edwige; CHRÉTIEN-VERNICOS, Geneviève. Anthropologies et droits : état
des savoirs et orientations contemporaines.
31
Cf. LE ROY, Étienne. O lugar da juridicidade na mediação. In: Meritum. pp. 289-324 – jul./dez. 2012;
NICOLAU, Gilda. Entre médiation et droit, les enjeux d’une bonne intelligence. Jurisprudence – Revue
critique, n. 4 (La médiation. Entre renouvellement de l’offre de justice et droit), pp. 209-235, 2013.
32
Cf. RUDE-ANTOINE, Edwige; CHRÉTIEN-VERNICOS, Geneviève. Anthropologies et droits : état
des savoirs et orientations contemporaines.
9
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33
Cf. BOHANNAN, Paul. A categoria injô na sociedade Tiv. In: DAVIS, Shelton (Org.). Antropologia do
direito. pp. 57-69; Etnografia e comparação em antropologia do direito. In: DAVIS, Shelton (Org.).
Antropologia do direito. pp. 101-123; GLUCKMAN, Max. Obrigação e dívida. In: DAVIS, Shelton H.
Antropologia do direito: estudo comparativo de categorias de dívida e contrato. pp. 25-56; VILLAS BÔAS
FILHO, Orlando. A questão da universalidade das categorias jurídicas ocidentais a partir da abordagem
antropológica: nota sobre a discussão entre Max Gluckman e Paul Bohannan. In: Revista da Faculdade de
Direito da USP, v. 110, p. 277-318, jan.-dez. 2015.
34
ROULAND, Norbert (Org.). Direito das minorias e dos povos autóctones; VILLAS BÔAS FILHO,
Orlando. A juridicização e o campo indigenista no Brasil: uma abordagem interdisciplinar. In: Revista da
Faculdade de Direito da USP. vol. 111, p. 339-379, jan.-dez. 2016; Do mesmo autor: Os direitos indígenas
no Brasil contemporâneo. In: BITTAR, Eduardo C. B. História do direito brasileiro: leituras da ordem
jurídica nacional. pp. 279-293.
35
Cf. VACHON, Robert. L’étude du pluralisme juridique: une approche diatopique et dialogale. In:
Journal of legal pluralism and unofficial law, n. 29, 1990. pp. 163-173; VILLAS BÔAS FILHO, Orlando.
A questão da universalidade das categorias jurídicas ocidentais a partir da abordagem antropológica:
nota sobre a discussão entre Max Gluckman e Paul Bohannan. In: Revista da Faculdade de Direito da
USP, v. 110, p. 277-318, jan.-dez. 2015.
36
Cf. RUDE-ANTOINE, Edwige; CHRÉTIEN-VERNICOS, Geneviève. Anthropologies et droits : état
des savoirs et orientations contemporaines.
37
Cf. CLASTRES, Pierre. La société contre l’État. Recherches d’anthropologie politique. MALINOWSKI,
Bronislaw. Crime and custom in primitive society. 7; RADCLIFFE-BROWN, Alfred R. Structure and
function in primitive society; SHIRLEY, Robert Weaver. Antropologia jurídica.
38
Cf. KANT DE LIMA, Roberto. Ensaios de antropologia e de direito: acesso à justiça e processos
institucionais de administração de conflitos e produção da verdade em uma perspectiva comparada.
39
Cf. SCHRITZMEYER, Ana Lúcia Pastore. Jogo, ritual e teatro: um estudo antropológico do Tribunal
do Júri.
40
Cf. RUDE-ANTOINE, Edwige; CHRÉTIEN-VERNICOS, Geneviève. Anthropologies et droits : état
des savoirs et orientations contemporaines.
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Schritzmeyer, além das conferências, mesas e minicursos sobre temáticas variadas, havia
18 Grupos de Trabalho abordando os mais diversos assuntos, dentre os quais destacam-
se, por exemplo: a análise antropológica do sistema prisional, a questão da infância e da
juventude, as políticas públicas de saúde em relação à questão das drogas, a organização
burocrática e Estado, gênero, relações familiares, territórios, povos indígenas e
comunidades tradicionais, justiça e criminalidade, moralidade, direitos, religiões e
políticas públicas.41 Tudo isso demonstra a riqueza e a potencialidade da análise
antropológica do direito e aponta a necessidade de sua disseminação no ensino jurídico
brasileiro.
41
Programa disponível em: <http://enadir2015.blogspot.com.br/p/programa.html>
11
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TEORIA GERAL E FILOSOFIA DO DIREITO
REFERÊNCIAS
ASAD, Talal. Introduction. In: ASAD, Talal (Ed.). Anthropology & the Colonial
Encounter. 7. ed. New Jersey: Humanities Press: Atlantic Highlands, 1995.
12
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TEORIA GERAL E FILOSOFIA DO DIREITO
MAINE, Henry James Sumner. Ancient Law, its Connection with the Early
History of Society, and its Relation to Modern Ideas. Tucson, Arizona: The University of
Arizona Press, 1986.
13
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TEORIA GERAL E FILOSOFIA DO DIREITO
NICOLAU, Gilda. Entre médiation et droit, les enjeux d’une bonne intelligence.
In : Jurisprudence – Revue critique, n. 4 (La médiation. Entre renouvellement de l’offre
de justice et droit).
14
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15
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