Racismo Cientifico
Racismo Cientifico
Racismo Cientifico
Resumo
O ponto em volta das discussões raciais que giravam fortemente no século no XIX, as quais foram
alimentadas com vigor e com muito vapor por uma linha de pensadores e cientistas que justificavam o
fato da permanência do racismo e as explicações que ponderavam sobre a legalidade da escravidão,
alguns casos de implicância da tortura, mutilações e extermínios como uma base aceitável explicada
pela eugenia, determinismo, darwinismo social, dentre outros estudos e teses. O choque cultural na
linha de tempo foi posto muitas vezes de uma maneira romantizada e cheia de exageros, desde a época
das grandes navegações, a situação sobre esse choque foi só agravando-se com a medida da passagem
temporal. As práticas racistas do século atual tem uma carga de herança desses pensamentos que se
desdobraram há séculos atrás, em especial o XIX.
Introdução
O contexto das vastas locomoções que marcaram a busca de novos territórios para
conquistar e explorar também acentua em especial na história do ocidente uma visualização
das diferenças entre os homens, a proeza em estar presente em novas terras contemplava essa
visão mais adentrada da situação, pois implica o nascimento de novos comportamentos e
posturas por causa das observações lançadas. A época desses grandes desbravamentos
também foi frisada devido as narrativas dessas viagens, um misto de pensamentos fantasiosos
frutos de um imaginário e realidade, onde os homens que não tinham um padrão europeizado
eram taxados de estranhos, exóticos e bizarros.
As faces da justificação
Antes de chegar ao ápice das fervuras de pensamentos e teorias, uma das primeiras
justificações sobre a inferioridade estava no monogenismo como um dos trilhos centrais sobre
essas discussões, essa corrente tinha um forte embasamento bíblico, pois tinha como ponto de
partida as descrições de Gênesis onde Adão e Eva foram os primeiros seres feitos a imagem e
semelhança de Deus e os demais que viessem seriam apenas variações deformadas do modelo
divino, em defesa de que o homem branco europeu era o molde mais próximo do Todo-
Poderoso e os demais estavam mais distantes.
A cor da pele foi um fator de suma importância e que marcou a existência da divisão
da espécie humana por raças logo no século XVIII, a divisão de raças é presente na atualidade
e fortalecido até pelos estudos científicos. No século XIX adiciona-se outros marcadores para
a separação por base de raças, nesses indicadores estão o formato do nariz, dos lábios, a
estrutura craniana e etc.
O estudo dos crânios no século XIX em especial foi posto como um pilar de
sustentação do determinismo biológico por via dos dados com precisão que consistia na
análise dos diferentes formatos de crânios que cada formato condizia a uma determinada raça,
sendo assim defendia-se, por exemplo, que a inteligência era mantida no cérebro e dotada
pelo formato craniano e tamanho, além de outros detalhes, procurou-se a todo custo por via de
meios distorcidos que havia uma hierarquia marcada pela diferença que iriam de acordo com
as características do crânio, era uma maneira de manter aceso o interesse dos dominantes, o
fato foi defendido por alguns cientistas da época.
A escala unilinear das raças humanas e seus parentes inferiores, segundo Nott e
Gliddon, 1868 mostra o crânio do chimpanzé que aparece incorretamente
aumentado, e a mandíbula falsamente distendido para dar a impressão de que os
negros poderiam se situar até abaixo dos símios. (GOULD, 2005, p. 19)
O determinismo biológico foi um fundamento que acreditava que o modo de agir
humano, seus atributos intelectuais, características corporais e afins eram transmitida por
meio da hereditariedade, o que claramente fortifica a fixação de alguns estereótipos que são
presentes até hoje. No século XIX já era um fato que a hierarquia social tinha como um trilho
central o homem branco europeu acima, os indígenas abaixo do branco e o homem negro
abaixo de ambos. Logo então a raça branca foi coroada de maneira conjunta superiores aos
negros e aos indígenas, por englobarem atributos físicos que vem da hereditariedade que os
davam status de beleza, inteligência, capazes de liderar e dominar as demais raças,
principalmente a negra que por motivos de ser a mais escura comparada às outras, era dotada
de pontos negativos, dessa maneira sujeita aos horrores da condição escrava e da dominação.
Outro ramo determinista que carregava essa natureza racial foi o darwinismo social ou
teoria das raças, essa nova linha enxergava com uma carga negativa a mestiçagem, segundo a
Lilia Schwarcz: “acreditava que não se transmitiriam caracteres adquiridos, nem mesmo por
meio de um processo de evolução social”. O núcleo consistia em engrandecer a existência da
raça pura e entender que a miscigenação era um caminho para o desastre tanto racial quanto
no campo social.
Referências