Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Aula - 28.04.21 - S.A. 03

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 2

1ª Série

28/04/2021
Pauta
Objetos de conhecimento: As bases históricas dos discursos dicotômicos e a
sua desconstrução na organização da sociedade contemporânea (civilizados e
bárbaros, atraso e desenvolvimento, entre outros).
Habilidade: (EM13CHS105) Identificar, contextualizar e criticar tipologias
evolutivas (populações nômades e sedentárias, entre outras) e oposições
dicotômicas (cidade/campo, cultura/natureza, civilizados/bárbaros,
razão/emoção, material/virtual etc.), explicitando suas ambiguidades.

TEXTO I – Por que se pensa e se quer “a” civilização?


(CADERNO DO ALUNO – ENSINO MÉDIO – vol. 01, p. 270)

O antropólogo Pierre Clastres , em suas obras A sociedade contra o Estado e


Arqueologia da violência, define etnocentrismo como uma forma de avaliar as
diferenças pelo padrão da própria cultura, ou seja, a representação do
humano opera em uma hierarquia, “porque se pensa e se quer a civilização”.
Dessa forma, o “outro” é a diferença, e a visão dicotômica das tipologias
evolutivas construídas pelo Ocidente traz uma questão importante: como lidar
com essa diferença? Nos processos de colonização, seja no contexto do
século XVI, no imperialismo do século XIX e mesmo a questão racial do
totalitarismo nazifascista do século XX, a atitude em relação à diferença está
no etnocídio e no genocídio. No primeiro, os denominados primitivos e
“bárbaros”, busca-se melhorá-los até que se tornem o modelo que lhes é
proposto, eliminando sua cultura, no segundo caso o tratamento é a negação,
e consequentemente sua eliminação.
Fonte: Elaborado especialmente para este Material

** Pierre Clastres (1943 – 1977), foi um importante antropólogo e etnógrafo francês da segunda metade


do século XX. Em sua obra procurou analisar de forma critica as sociedades americanas, que por muito
tempo foram hierarquizadas, desconstruindo a ideia de que as culturas, que tiveram um Estado, seriam
mais desenvolvidas (Maias, Incas e Astecas), em relação a outros povos da América do Sul.

Texto I – Jardim Zoológico Humano


(CADERNO DO ALUNO – ENSINO MÉDIO – vol. 01, pp. 271 e 272)

No século XIX e início do XX, no período em que as nações imperialistas


ampliavam suas colônias na África e Ásia, haviam “exposições” em alguns
países europeus, denominadas “zoológicos humanos”. Nesses locais, o
público da metrópole observava “amostras” de nativos dos territórios
colonizados, em uma montagem de um ambiente semelhante aos seus locais
de origem. Nessa perspectiva colonizatória e etnocêntrica, que subjugava a
cultura do outro, discurso que de forma dicotômica chamava de “bárbaros” os
povos colonizados e “civilizados” as potências imperialistas. A visão
etnocêntrica não possibilita reconhecer a alteridade, já que estabelece a
própria cultura para qualificar outras, ou seja, determina que seu grupo étnico,
nação ou nacionalidade é superior e mais importante do que as demais.
Fonte: Elaborado especialmente para este Material

TEXTO I – A “ciência” nazista: o arianismo


(CADERNO DO ALUNO – ENSINO MÉDIO – vol. 01, pp.272 e 273)

Em fins do século XIX, no encalço do discurso do racismo científico, surge o


Völkisch, um movimento nacionalista e populista que incute no alemão médio
a percepção, de que os judeus da Alemanha não seriam alemães. Amparados
pela antropologia racial, os judeus seriam inferiores ao povo alemão. Essas
ideias corroboraram o antissemitismo e a ideologia nazista do “ariano puro”,
legalizando assim a hierarquia racista, em que os alemães estariam no topo e
os demais povos abaixo. Com a ascensão do nazismo, após 1933, medidas
legais, científicas e discriminatórias, levaram à experiência do holocausto com
o genocídio de milhares de judeus, e dos grupos considerados antinacionais,
ciganos, negros , deficientes físicos e intelectuais, comunistas, homossexuais
entre outros grupos considerados impróprios, pois representantes da
diferença – étnica, de classes e partidos – impeditivo do Estado homogêneo e
corporativista do nazifascismo.
Fonte: Elaborado especialmente para este Material.

Agora pense e responda:

1) Para você, o que é civilização?


2) Lendo os textos acima, quais semelhanças podemos observar entre eles?

Você também pode gostar