A música descreve as dificuldades enfrentadas por uma menina negra e pobre no Brasil, desde a infância até a tentativa de ingressar na universidade. A letra critica a ideia de que cotas raciais são "esmolas" e enfatiza a necessidade de luta contra o racismo.
A música descreve as dificuldades enfrentadas por uma menina negra e pobre no Brasil, desde a infância até a tentativa de ingressar na universidade. A letra critica a ideia de que cotas raciais são "esmolas" e enfatiza a necessidade de luta contra o racismo.
A música descreve as dificuldades enfrentadas por uma menina negra e pobre no Brasil, desde a infância até a tentativa de ingressar na universidade. A letra critica a ideia de que cotas raciais são "esmolas" e enfatiza a necessidade de luta contra o racismo.
A música descreve as dificuldades enfrentadas por uma menina negra e pobre no Brasil, desde a infância até a tentativa de ingressar na universidade. A letra critica a ideia de que cotas raciais são "esmolas" e enfatiza a necessidade de luta contra o racismo.
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Cota não é esmola (Bia Ferreira)
Existe muita coisa que não te disseram na escola
Cota não é esmola Experimenta nascer preto na favela, pra você ver O que rola com preto e pobre não aparece na TV Opressão, humilhação, preconceito A gente sabe como termina quando começa desse jeito Desde pequena fazendo o corre pra ajudar os pais Cuida de criança, limpa a casa, outras coisas mais Deu meio-dia, toma banho, vai pra escola a pé Não tem dinheiro pro busão Sua mãe usou mais cedo pra correr comprar o pão E já que ela ta cansada quer carona no busão Mas como é preta e pobre, o motorista grita: Não! E essa é só a primeira porta que se fecha Não tem busão, já tá cansada, mas se apressa Chega na escola, outro portão se fecha Você demorou, não vai entrar na aula de história Espera, senta aí, já já da uma hora Espera mais um pouco e entra na segunda aula E vê se não se atrasa de novo, a diretora fala Chega na sala, agora o sono vai batendo E ela não vai dormir, devagarinho vai aprendendo que Se a passagem é três e oitenta, e você tem três na mão Ela interrompe a professora e diz: Então não vai ter pão E os amigos que riem dela todo dia Riem mais e a humilham mais, o que você faria? Ela cansou da humilhação e não quer mais escola E no natal ela chorou, porque não ganhou uma bola O tempo foi passando e ela foi crescendo Agora lá na rua ela é a preta do suvaco fedorento Que alisa o cabelo pra se sentir aceita Mas não adianta nada, todo mundo a rejeita Agora ela cresceu, quer muito estudar Termina a escola, a apostila, ainda tem vestibular E a boca seca, seca, nem um cuspe Vai pagar a faculdade, porque preto e pobre não vai pra USP Foi o que disse a professora que ensinava lá na escola Que todos são iguais e que cota é esmola
Cansada de esmolas e sem o dim da faculdade
Ela ainda acorda cedo e limpa três apartamentos no centro da cidade Experimenta nascer preto, pobre na comunidade Cê vai ver como são diferentes as oportunidades
E nem venha me dizer que isso é vitimismo
Não bota a culpa em mim pra encobrir o seu racismo E nem venha me dizer que isso é vitimi Que isso é vitimi Que isso é vitimismo
E nem venha me dizer que isso é vitimismo
Não bota a culpa em mim pra encobrir o seu racismo E nem venha me dizer que isso é vitimi Que isso é vitimi Que isso é vitimismo
São nações escravizadas
E culturas assassinadas A voz que ecoa no tambor
Chega junto, e venha cá
Você também pode lutar E aprender a respeitar Porque o povo preto veio para revolucionar
Não deixem calar a nossa voz não!
Não deixem calar a nossa voz não! Não deixem calar a nossa voz não! Re-vo-lu-ção
Não deixe calar a nossa voz não!
Não deixe calar a nossa voz não! Não deixe calar a nossa voz não! Re-vo-lu-ção Nascem milhares dos nossos cada vez que um nosso cai Nascem milhares dos nossos cada vez que um nosso cai Nascem milhares (Marielle Franco, presente) Dos nossos Nascem milhares dos nossos cada vez que um nosso cai E é peito aberto, espadachim do gueto, nigga samurai! É peito aberto, espadachim do gueto, nigga É peito aberto, espadachim do gueto, nigga samurai!
Vamo pro canto onde o relógio para
E no silêncio o coração dispara Vamo reinar igual Zumbi e Dandara Ô Dara, ô Dara Vamo pro canto onde o relógio para No silêncio o coração dispara Ô Dara, ô Dara
Experimenta nascer preto, pobre na comunidade
Cê vai ver como são diferentes as oportunidades E nem venha me dizer que isso é vitimismo hein Não bota a culpa em mim pra encobrir o seu racismo Existe muita coisa que não te disseram na escola Eu disse, cota não é esmola Cota não é esmola Eu disse, cota não é esmola Eu disse, cota não é esmola
São nações escravizadas
E culturas assassinadas É a voz que ecoa do tambor Chega junto, e venha cá Você também pode lutar E aprender a respeitar Porque o povo preto veio re-vo-lu-cio-nar