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Ensaio de Dureza Vickers

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO TECNOLÓGICO

Departamento de Engenharia Mecânica

Disciplina: Laboratório de Materiais I

RELATÓRIO – 16/05/2018

ENSAIO DE DUREZA

Alunos: Iago Areas Cazotto e Rafael Rodrigues Médici

1. MATERIAL ENSAIADO

Corpo de prova cilíndrico de Aço Inoxidável Duplex

Bloco padrão de dureza 440HV10

2. ENSAIO REALIZADO / METODOLOGIA APLICADA


No Laboratório de Tribologia, Corrosão e Materiais (TRICORRMAT), na Universidade
Federal do Espírito Santo, realizamos de forma prática o ensaio de dureza. Esta
propriedade é largamente utilizada na especificação de materiais, nos estudos e pesquisas
mecânicas e metalúrgicas fazendo a comparação de diversos materiais. A dureza de um
material pode definir-se de várias maneiras, sendo, no entanto, a definição mais usual de
resistência do material à indentação ou penetração.

São abordados neste relatório os ensaios de dureza Vickers, realizados a partir do


Durômetro de bancada Wolpert, visto na Figura 1, e microdureza Vickers, realizados no
Microdurômetro digital Pantec, visto na Figura II.

Nos ensaios de dureza Vickers, micro e macro, a carga aplicada foi feita com um
penetrador de diamante no formato de pirâmide reta de base quadrada e ângulo de 136°
entre as faces opostas no vértice. O teste consistiu em comprimir lentamente sobre uma
superfície teoricamente plana, polida e limpa de um corpo de prova através de uma carga
F, durante um tempo de 15 segundos. Essa compressão provocou uma impressão
permanente no corpo de prova com formato de pirâmide quadrada de diagonais d1 e d2,
que ao final fornecia a diagonal média d. A Figura 2 mostra a indentação.
Figura I- Durômetro Wolpert Figura II- Microdurômetro Digital Pantec

O teste foi feito sobre uma superfície lisa e plana, livre de óxidos, matéria estranha ou
lubrificantes. Em adição, o teste foi feito de forma a minimizar os efeitos de qualquer
alteração na superfície, como por exemplo: devido a aquecimento ou trabalho a frio.
Assim, ao realizar o teste sobre essas condições era possível medir de forma precisa as
diagonais da indentação de forma a minimizar os efeitos de qualquer alteração na
superfície do corpo de prova. Este ensaio aplica-se a materiais de espessura especificada
na Figura A.1, do Anexo A, da ISO 6507 (Disponível no Anexo A deste documento) , e
pode também ser usado para medir durezas superficiais. Por outro lado, devem-se tomar
cuidados especiais para evitar erros de medida ou de aplicação de carga, que alterem muito
os valores reais de dureza.

O procedimento foi feito em um ambiente com temperatura controlada entre os limites de


10°C e 35°, para testes gerais. A máquina que faz o ensaio Vickers não fornece o valor da
área de impressão da pirâmide, mas permite obter, por meio de um microscópio, as
medidas das diagonais (d1 e d2) formadas pelos vértices opostos da base da pirâmide. A
distância entre os centros de duas impressões adjacentes deve ser superior a 3 vezes o
comprimento médio das diagonais, de acordo com a NBR, enquanto que na ASTM recomenda-
se apenas uma distância mínima de 2,5 vezes o comprimento médio das diagonais. Além disso,
a distância entre o centro de cada impressão e a borda do corpo de prova deve ser superior a 2,5
vezes o comprimento médio das diagonais para aços, cobre, alumínio, e ligas, e 3 vezes para
matérias moles com Pb, Sn e liga leves. (NBR NM – 188-1:1999)
Tabela 1- Símbolos e Designações

SÍMBOLO DESIGNAÇÃO UNIDADE


Ângulo entre as faces opostas no vértice da
𝜶 °
indentação

F Força Aplicada N

D Diagonal média entre d1 e d2 mm

HV Dureza Vickers N/mm2

O ensaio Vickers fornece uma escala contínua de dureza, medindo todas as gamas de
dureza em uma única escala, diferente da escala de dureza Rockwell, por exemplo. As
impressões realizadas na Vickers são extremamente pequenas e, na maioria dos casos,
não inutilizam as peças, mesmo as acabadas. Além o disso o penetrador, por ser de
diamante, é praticamente indeformável, logo a dureza obtida é independe da carga
utilizada.

Conhecendo as medidas das diagonais, é possível calcular a área da pirâmide de base


quadrada, e, utilizando a seguinte fórmula, é possível obter um valor que indica a dureza
na escala Vickers:

𝟏,𝟖𝟓𝟒𝟒 𝑭
𝑯𝑽 = (𝟏)
𝑫𝟐

Na prática, aplicação da relação que calcula HV é desnecessária, já que existem tabelas


que fornecem o valor da dureza Vickers a partir das leituras das diagonais da impressão
formada. Para esse método de ensaio, a variação da carga aplicada atribui ao teste uma
classificação, sendo desde macrodureza Vickers a microdureza Vickers, como indicado
pela tabela 1 da ISO 6507 (Disponível no Anexo A deste documento).
No primeiro teste de dureza realizado, a pré-carga intrínseca do durômetro, 10kgf, foi
utilizada como carga nominal, isso deve-se à limitação do durômetro utilizado quanto à
gama de cargas disponíveis para aplicação. O teste de macrodureza Vickers foi realizado
por duas vezes no bloco padrão de dureza 440HV disponibilizado, a duração da aplicação
da carga foi de 15 segundos, valor dentro do especificado no subcapítulo 8.6 da ISO 6507.
A média das diagonais foi medida por meio da conversão de pixels em milímetros com
auxílio do microscópio disponível no TRICORRMAT. A partir da média das diagonais
foram calculadas as durezas Vickers correspondentes às indentações.

Figura III Indentação ensaio Bloco Padrão 440HV10

Na segunda etapa do experimento, foram feitos testes de microdureza nas fases presentes
no aço inoxidável duplex, Ferrita e Austenita. Cuidando para não atingir os contornos de
grão e tendo como base uma carga nominal de 0,01 kgf , as impressões foram feitas com
auxílio do Microdurômetro Pantec. Novamente utilizando a conversão de pixels para
milímetros pode-se calcular o valor médio das diagonais das impressões, e então obter o
valor de dureza de cada fase do aço inox testado.
3. RESULTADOS OBTIDOS
Após os procedimentos de ensaio realizados no laboratório obtivemos os seguintes dados
expressos na Tabela 2, dada abaixo:

Tabela 2- Resultados dos ensaios de Dureza

ENSAIO DE DUREZA
Macrodureza Vickers
Ensaio Diâmetro Médio (mm) Dureza Vickers (HV)

1 0,205 441
2 0,204 446
Força Aplicada(F) 10
Microdureza Vickers
Ensaio Diâmetro Médio (mm) Dureza Vickers (HV)
1 0,0095 Ferrita 205
2 0,0091 Austenita 223
Força Aplicada (F) 0,01

No ensaios fez-se necessária a utilização do microscópio, visto na Figura V, para a análise


das diagonais da impressão. A imagem na impressão foi ampliada e é observada na Figura
IV, nela é possível identificar as fases do aço inoxidável duplex, Ferrita e Austenita, sendo
estas respectivamente grãos maiores e menores.

Figura IV- micrografia Aço Inoxidável Duplex


Figura V- Microscópio Nikon invertido eclipse MA200

4. CONCLUSÃO
Conclui-se, a partir dos ensaios, que dureza é uma medida relacionada à profundidade ou
do tamanho da resultante indentação que por sua vez é relacionada a um número da escala
de dureza, ou seja, quanto mais macio o material, tanto maior e mais profunda a
endentação e tanto menor o número índice de dureza. Vale dizer que durezas medidas não
são grandezas absolutas, mas relativas e, a priori, não podem ser comparadas por valores
de escalas diferentes. É possível notar que um mesmo material pode apresentar diferentes
valores de dureza pela sua extensão, seja por diferenças na microestrutura, seja pela
diferença das propriedades mecânicas das diferentes fases. Os ensaios realizados
forneceram resultados satisfatórios no que diz respeitos aos valores obtidos , estes
respeitaram os valores teóricos encontrados na literatura contida na referência com
pequena divergência.
5. ANEXO A

ISO 6507-1 Metallic Materials –Vickers HardnessTest

http://www.snti.ru/cd/ISO6507-1.pdf

6. REFERÊNCIAS

ISO 6507-1 Dureza Vickers, disponível em:

< http://www.snti.ru/cd/ISO6507-1.pdf/> Acesso em: 21 de Maio 2018

http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/EngMec_NOTURNO/TM336/durezavickerspdf.pdf
Acesso em: 21 de Maio 2018

http://www.abcm.org.br/anais/cobem/2003/html/pdf/COB03-0281.pdf Acesso em: 21 de


Maio 2018

GARCIA, Amauri. Ensaio dos Materias. 2° Edição. LTC.2012

TRICORRMAT, Disponível em:

<http://www.tricorrmat.ufes.br>. Acesso em: 28 de Abril 2018.

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