V6n1a05 PDF
V6n1a05 PDF
V6n1a05 PDF
O EU É PLURAL
(Grupos: a perspectiva psicanalítica)
RESUMO
ABSTRACT
1
Psicólogo, professor adjunto da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, SP. Autor de:
Doenças do Corpo e Doenças da Alma. 3ª. ed. São Paulo: Escuta, 2002; Isso é Groddeck, São
Paulo: EDUSP, 1998 e O Eu e o Corpo. São Paulo: Escuta, 2004.
EL YO ES PLURAL
(Grupos: La perspectiva psicoanalítica)
RESUMEN
Os grupos e a psicanálise
2 - o eu é feito de relações
3 - o eu é múltiplo
4 - o eu é eu - outro
5 - o eu é plural
A família é o modelo em que primeiro temos experiência direta
do que é um grupo. Na origem da família temos o casal que formam um
vínculo e estabelecem um conjunto de trocas onde se podem atualizar
suas experiências de desejo e fantasia. Dirigir-se ao outro do ponto de
vista intra-psíquico significa que cada um internaliza o outro como
objeto. Cria-se uma circulação de representações e de afetos e há uma
mútua entrada do mundo pessoal de cada um no outro, expressão do
vínculo. Eu internalizo eu e o outro dentro de mim, ou seja, internalizo
tanto o outro como a minha relação com o outro. Essa internalização faz
com que, do ponto de vista psíquico, objetos internos do outro vivam
também em mim.
O filho já existe antes de nascer. Quando ele nasce recebe
imediatamente como herança os objetos internos de seus pais (objeto
interno que é o pai, a mãe, o objeto interno que é ele para seus pais, e
mais todos os vínculos de grupos de relações entre seus pais, com as
histórias pessoais de cada um em suas respectivas famílias), então recebe
uma grupalidade interna. Recebe uma espécie de núcleo inicial, onde ele
é um outro para seus pais e estes são para ele seus outros. Esse vínculo
essencial da identidade vem de fora e nasce do olhar dos pais. O filho é
significado a partir do que representa para esses sujeitos, seus pais. Estes
partem da sua história de relações e edipiana. Nós recebemos uma vida
psíquica dos nossos pais e isso é suficiente para começarmos a ser. A
partir desse vínculo fundamental é que constituímos esse núcleo primário
da identidade. Então a primeira constituição do EU é relação, mediada
pelos pais. Por isso o psiquismo não pode ser pensado sem o outro.
“Fazer grupo”, ou seja, criar um dispositivo clínico grupal é por pessoas
em conjunto para que a sua intersubjetividade inerente se revele o mais
claramente possível, demonstrando sua articulação e sua composição.
O Eu é múltiplo
O Eu - outro
O náufrago
ilha. Ele é ele, mesmo após vinte anos de vida selvagem, com base nesta
visão ideológica: o eu basta a si próprio. O outro, os outros, são mera
contingência.
O filme “Náufrago” relança esta questão. Tom Hanks faz o
executivo que despenca em uma ilha deserta e aí tem que sobreviver por
alguns anos. Desesperado pela solidão, ele cria um outro, é "Wilson"
(uma bola na qual ele imprimiu com sangue uma “face”), que é crucial
para ele não enlouquecer. Se o náufrago fica totalmente sozinho é que
ele naufraga. No “Robinson Crusoé” o individuo é autônomo e
independente. No “Náufrago” não, pelo menos uma representação
simbólica do outro precisa existir, ou o individuo enquanto tal já não
pode mais se manter.
O Eu – outro
Literatura
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Recebido: 25.11.2008
Aceito: 17.03.2009