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Cozinha Nortista 2018

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3
2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 6
3 MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................... 7
4 CULTURA NORTISTA ............................................................................................. 8
5 CULINÁRIA NORTISTA ...................................................................................... 100
6 FICHA TÉCNICA E INFORMAÇÃO NUTRICIONAL ........................................... 144
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 177
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 19
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1 INTRODUÇÃO

Embora alimentar-se seja um ato nutricional ele sempre está ligado a usos,
costumes e situações. Para Santos (2005 p.12)

Nenhum alimento que entra em nossas bocas é neutro. A


historicidade da sensibilidade gastronômica explica e é explicada
pelas manifestações culturais e sociais como espelho de uma época
e que marcaram uma época. Neste sentido, o que se come é tão
importante quanto quando se come, onde se come, como se come e
com quem se come.

De acordo com Quinzani & Capovilla (2014), quando analisamos a


alimentação de uma região podemos perceber o papel que a comida exerce na vida
das pessoas, não apenas para sua nutrição, mas também como parte de sua cultura
social. Para Fischler apud Maciel (2001, p. 147) “se nós não consumimos tudo o que
é biologicamente ingerível, é por que tudo o que é biologicamente ingerível não é
culturalmente comestível”.
Assim, a cultura determinará o que é comida ou não, pois segundo Maciel
(2001, p. 147) “se o homem come de tudo, ele não come tudo” (FISCHLER apud
MACIEL, 2001, p. 147). Além de definir o que é comida ou não a cultura também
estabelece distinções de quando determinado alimento deve ser ingerido, como
deve ser ingerido (cru, vivo, assado), qual a técnica de cocção ou mesmo sua
maneira de conservação.
Ostras são comidas vivas, queijos como o roquefort são ingeridos
embolorados, cachorros são consumidos em alguns países asiáticos, caracóis são
iguarias na França, a carne de gato é um prato especial no Havaí, assim como as
formigas, larvas, aranhas, cupins, cigarras, libélulas e escorpiões são atrações em
festivais gastronômicos pelo mundo.
Além da questão cultural do alimento, para Góes (2010) também existe o
aspecto relacional. O “comer junto” que representa uma experiência que implica no
sentido de pertencimento a determinado grupo, trazendo lembranças pessoais e
aproximando. Para ele “comer é essencialmente uma atividade social e os
alimentos, concebidos para serem compartilhados com outras pessoas [...] (GÓES,
2008,p.392).
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Entretanto, embora um prato possa ser considerado “típico” de uma região,


nem sempre ele representará o alimento utilizado no cotidiano daquele grupo. No
Brasil temos a feijoada, considerada o prato símbolo do país, embora não faça parte
da alimentação cotidiana, tanto quanto o “arroz com feijão”. Segundo Maciel (2001,
p. 152) “a constituição de uma cozinha típica vai assim mais longe que uma lista de
pratos que remetem ao “pitoresco”, mas implica no sentido destas práticas
associadas ao pertencimento”.
As diferenças alimentares dentro de uma sociedade também podem estar
relacionadas à estrutura social, uma vez que os alimentos também se relacionam
com a renda da população. Se um prato de caviar está associado ao luxo, o
consumo de farinha com água marca a situação de extrema miséria.
Os alimentos podem também se relacionar com a religião, como na proibição
da ingestão de carne de vaca pelos hindús, ou de animais considerados impuros
pelos judeus, assim como a carne vermelha durante o período da quaresma para os
católicos, ou ainda os produtos de origem animal para os veganos.

Dize-me o que comes e direi que Deus adoras, sob qual latitude vives,
de qual cultura nasceste, e em qual grupo social te incluis. A leitura da
cozinha é uma fabulosa viagem na consciência que as sociedades têm
delas mesmas, na visão que elas têm de sua identidade” (BESSIS
apud MACIEL,2004, p.27)

Conforme Quinzani&Capovilla (2014) aspectos ambientais também podem


influenciar a alimentação de determinada região. Quando observamos locais
próximos ao mar e rios, notamos que estes se tornam a principal fonte de proteína
animal. Por outro lado, fatores políticos como uma guerra ou alterações climáticas
podem refletir as técnicas de conservação ou preparo de alimentos de uma região.
Como exemplo, temos na Alemanha o Sauerkraut (chucrute) que por meio de
conserva permite que se possa comer repolho mesmo no inverno.
Para Santos (2011) a cozinha é um microcosmo da sociedade, onde reúne
práticas e hábitos alimentares de diferentes grupos sociais, tanto dos povos locais
quanto as trazidas pelos migrantes e imigrantes. Para ele “as cozinhas locais,
regionais, nacionais e internacionais são produtos da miscigenação cultural, fazendo
com que as culinárias revelem vestígios das trocas culturais (SANTOS, 2005, p. 12).
A cultura alimentar de cada região ainda está relacionada aos povos que a
formaram. Desta mesma forma, no Brasil, conforme Sonati (2009, p. 142) as
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populações que para cá se deslocaram trouxeram seus “hábitos, necessidades,


variedades de alimentos, temperos, mudança nas preferências, receitas, crenças e
tabus”. Para Arruda (2016, p. 29) a cozinha brasileira “é resultado de um processo
histórico que traz em si elementos das mais diversas procedências que aqui foram
modificados, mesclados e adaptados”. Ainda segundo Maciel (2004, p.3) ”a cozinha
de um povo é criada em um processo histórico que articula um conjunto de
elementos referenciados na tradição, no sentido de criar algo único, que seja
particular,singular e reconhecível”.
O objetivo geral deste trabalho foi apresentar a culinária da região norte, suas
principais preparações, revelando sua história, seu gênero de vida, a maneira como
aquele povo relaciona-se com seu meio geográfico, suas influências étnicas, além
de seus aspectos econômicos, humanos e culturais.
A metodologia escolhida foi a pesquisa bibliográfica, utilizando-se artigos
científicos sobre a história da culinária da região Norte, bem como o levantamento
de dados extraídos de portais da internet.
Este trabalho foi dividido em 2 capítulos. O primeiro capítulo CULTURA
NORTISTA aborda as principais culturas religiosas, lendas, danças e artesanatos da
Região Norte. O segundo capítulo CULINÁRIA NORTISTA apresenta cada um dos
estados que compõem a Região Norte com suas principais preparações.
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2 OBJETIVOS

O objetivo geral deste trabalho foi apresentar a culinária da região norte, suas
principais preparações, revelando sua história, seu gênero de vida, a maneira como
aquele povo relaciona-se com seu meio geográfico, suas influências étnicas, além
de seus aspectos econômicos, humanos e culturais.
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3 MATERIAIS E MÉTODOS

Em termos metodológicos, este trabalho caracteriza-se como uma pesquisa


bibliográfica. Para análise foram selecionados artigos científicos publicados em
revistas, livros e portais da internet.

A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de


referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e
eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites.
Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica,
que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o
assunto. Existem porém pesquisas científicas que se baseiam
unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências
teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou
conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se
procura a resposta (FONSECA, 2002, p. 32).
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4 CULTURA NORTISTA

A região norte também é cheia de culturas religiosas, lendas, mitos, danças e


artesanatos. Suas festas mais populares são: Círio de Nazaré, uma procissão que
tem lugar no Estado do Pará, é uma homenagem a Nossa Senhora de Nazaré e se
realiza em outubro. O Festival de Parintins, uma festa realizada em Junho, no
Estado do Amazonas, feita num local chamado Bumbódromo. O festival consiste na
disputa dos bois, o Garantido (representado de vermelho), e o Caprichoso
(representado de azul). Essa é uma festa muito conhecida, mas poucos conhecem a
origem. Segundo a lenda, um homem (Pai Francisco), teria matado o melhor boi do
patrão afim de saciar o desejo da sua mulher (Mãe Catirina), que estava grávida. Ao
descobrir o motivo da morte do seu animal preferido, o patrão chama um padre e
uma pajé para reanimar o boi, o qual volta a viver. E para comemorar é feita uma
festa. Essa é uma festa que tem duração de três dias e conta com alguns
personagens definidos, com regulamentos e julgamento que define a melhor
atuação.
A região ainda tem a festa da Encenação da Paixão de Cristo, realizada na
segunda maior cidade cenográfica do mundo de Jerusalém, localizada no estado do
Amazonas. E outras festas como Folia de Reis, Festa do Divino, Congo ou Congada,
Cavalhada e Festas Juninas. A Região Norte também tem suas danças típicas,
como: Camaleão e Dança do Maçarico, Marambiré, lundu marajoara, marujada,
dança do siriá, samba do cacete, retumbão, jacundá e o famoso carimbó.
O artesanato também recebeu grande influência da cultura indígena. Os
artesanatos são objetos feitos a partir de barro, cerâmica, couro, madeira, pedra-
sabão e sementes, os quais são forma de bijuterias, artigos de decoração, entre
outros. A cerâmica marajoara, iniciada pelos Índios da Ilha de Marajó, foi a primeira
arte de cerâmica que surgiu no Brasil, hoje muito conhecida também no exterior.
A região Norte conta com muitas histórias e lendas também. As mais
conhecidas, são a Lenda do Boto: a história figura que durante a noite se transforma
em homem, que se veste de branco e usa um chapéu para esconder o grande nariz
de boto. Seduz mulheres para um passeio e as engravida. Lenda que muitas vezes
justifica quando alguma moça solteira aparece grávida.
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Outra lenda é da Vitória – Régia: uma planta que originalmente teria sido uma
índia que se apaixonou pela lua, Jaci, para os índios. Ao ver o reflexo da lua nas
águas do rio, a índia se inclinou para lhe beijar, e caiu na água se afogando.
Comovido com o acontecimento, Jaci transformou a índia em flor, a vitória-régia.
Outras lendas e mitos da região são: Bicho-papão, Boitatá, Caipora, Cobra Grande,
Curupira, Iara, Lobisomem, Mula sem Cabeça, Saci-Pererê.
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5 CULINÁRIA NORTISTA

A região norte do Brasil é formada pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas,


Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins que juntos compõem 42% do território
brasileiro. Mais de 90% da área da Região Norte é ocupada pela Floresta
Amazônica.
Amapá, capital de Macapá, tem preparações exóticas e picantes e é
representada pela maniçoba, preparada com folhas de macaxeira, carne seca e
carne de porco e pelo Tucunaré na Brasa, temperado com sal, pimenta do reino e
limão. As frutas típicas predominam nas sobremesas, tanto em preparações quanto
in natura, sendo as principais o bacuri, mucajá, murici, uxi, mari, taperebá, tucumã,
cupuaçu e açaí.
Amazonas, com a capital Manaus, abriga “cerca de 180 povos indígenas [...],
somando uma população de aproximadamente 208 mil indivíduos”, além de “357
comunidades remanescentes de quilombolas e milhares de comunidades de
seringueiros, ribeirinhos ou babaçueiros” (HECK, 2005, p1). Para Salles (2011, p.
256), a região amazônica pode ser dividida em três partes, no que diz respeito às
questões alimentares, sendo a “[...] Amazônia Ocidental, representada pelo estado
do Acre, a culinária Amazônica do Alto Rio Negro, representada por São Gabriel da
Cachoeira e por último a Amazônia Paraense”.
Com uma grande biodiversidade, sendo mais de duas mil espécies de peixes,
a culinária amazonense valoriza o pescado, assado, frito ou cozido. O pirão (massa
de farinha de mandioca cozida no próprio caldo do peixe) ou o tucupi (molho
amarelado feito a partir da fermentação do suco da mandioca) são os principais
acompanhamentos dos pratos cozidos. Para os pratos fritos e assados, o
acompanhamento indispensável é o baião de dois e a farinha de Uarini. O café com
leite quente e pão francês com tucumã e queijo coalho fazem parte do café da
manhã dos amazonenses, assim como a tapioca feita com massa de mandioca e
recheado com tucumã e queijo coalho ou somente a tapioca com manteiga.
O Pará, com a capital em Belém, também teve sua culinária fortemente
influenciada pelos indígenas, além da culinária portuguesa, francesa, africana,
árabe, sírio-libanesa e japonesa. Belém do Pará foi a primeira capital da região Norte
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do Brasil, tendo seu auge no período entre 1890 e 1910 durante o ciclo da borracha,
sendo a maior produtora de látex do mundo.
As frutas mais utilizadas em diversas preparações são o cupuaçu e o açaí. O
Pato no Tucupi e o Tacacá são as preparações que identificam o estado. É um
estado com grande bacia hidrográfica, com os mais importantes afluentes do rio
Amazonas, facilitando o transporte fluvial e a geração de energia.
A mandioca é usada em grande parte das preparações em forma de farinhas,
no preparo de bolos, pães, broa e mingaus ou na forma de tapioca. Algumas
literaturas indicam que a gastronomia do Pará seja a mais representativa da região,
mas cada estado tem as preparações que as representam.
O Acre cuja capital é Rio Branco tem um território com 164.221,36 Km²,
sendo o menor estado do país. Os habitantes originais eram os índios até que os
nordestinos começaram a migrar para o Acre. Antes, era um território que pertencia
ao Peru e à Bolívia, passando a ser território brasileiro em 1903, com a assinatura
do Tratado de Petrópolis.
O Acre não possui abundância em pesca, sendo basicamente para
subsistência. Com a grande mistura cultural do Acre, nordestina e boliviana, sua
culinária não deixaria de ser menos miscigenada. Temperos e receitas nordestinas
se mesclam com a culinária nortista.
Devido ao alto número de lagos e rios, o peixe é o principal ingrediente das
refeições da população do Acre.
Segundo a Secretaria de Turismo e Lazer do Estado do Acre (SETUR) são
considerados pratos da gastronomia local os seguintes pratos: Pirarucu de Casaca,
Quibe de Arroz, Quibe de Macaxeira, Saltenha e Tambaqui à Moda Acreana.
Porém, segundo Quinzani & Capovila (2014); Neves (2012) e Duarte (2013) é
a Baixaria o prato que melhor define a gastronomia do Acre.

A Baixaria é um prato composto por carne bovina moída refogada,


farinha de milho grossa (também conhecida como fubá ou cuscuz)
cozida no vapor (pão de milho), cheiro verde (salsinha, cebolinha e
cebola picada, podendo, eventualmente conter tomate) e ovo frito. A
principal peculiaridade deste prato é que é servido usualmente de
madrugada, em alguns mercados da cidade, como alternativa para o
café matinal ou na saída de festas, visando o restabelecimento após
o consumo de álcool (QUINZANI & CAPOVILLA, 2014 p.10).
12

Rondônia, com capital em Porto Velho, tem um território de 237 590,547 km²
(equivale ao tamanho da Romênia), com 1 787 279 habitantes. O estado conta com
migrantes vindos de todos os demais estados do país, dos quais se destacam os
paranaenses, paulistas e mineiros.
Em 1943 foi constituído o Território Federal de Guaporé desmembrando a
parte do Mato Grosso e do Amazonas, com a capital Porto Velho. Rondônia possui
um rebanho bovino altíssimo, sendo a quinto maior exportador de carne bovina do
país, além de ser o 7º maior produtor de pecuária leiteira do país.
A culinária é bem diversa devido a migração de outros estados. São bastante
consumidos os peixes amazônicos, o pão de queijo e a farinha mineira, a polenta
paranaense, o churrasco e o chimarrão do Rio Grande do Sul. Tacacá, caldeirada,
torta de cupuaçu e doce de buriti são preparações consumidas no estado.
Roraima, cuja capital é Boa Vista, tem seu território uma extensão
aproximada de 224.300,506 mil km². Sua história está intimamente ligada ao Rio
Branco, pois foi através dele que os colonizadores portugueses chegaram ao
estado. Sua população é de 514 229 habitantes, o que faz de Roraima o menor dos
estados brasileiros. O estado foi emancipado de Amazonas em meados do século
XX, em outubro de 1988, e em decorrência das imigrações e exploração
desordenadas de ouro e diamante causou muitos conflitos e mortes decorrentes de
doenças. Atualmente, quase todas as reservas indígenas são homologadas. O
estado possui uma extensa bacia hidrográfica sendo banhado por 14 rios, que no
verão tem as praias atraindo o turismo e lazer na região.
Sua culinária sofre grande influência do Maranhão e do Amazonas. Pela sua
vasta bacia hidrográfica, o peixe é o principal alimento nas refeições da população.
As comidas típicas da região são a tapioca, a farinha de mandioca, a paçoca de
carne seca e o cuscuz.
O tacacá, maniçoba, acarajé, churrasco gaúcho, vatapá e o queijo mineiro
são preparações comuns no estado e que mostram o quanto a migração influenciou
na alimentação. Mandioca e macaxeira são alimentos que fazem parte do café da
manhã da população de Roraima.
Tocantins, tem sua capital em na cidade planejada de Palmas e conta com
um território de 277 720,520 km², fazendo divisa com diversos estados e população
com mais de 1,550 milhão de habitantes.
13

O estado de Goiás era extenso e por isso a região norte sempre foi mais
subdesenvolvida do que a região sul. Com isso, a população e governantes viram
por bem se emancipar e tornar-se um estado, que levou o nome de Tocantins, em
1988. Como nos demais estados, os índios foram os primeiros habitantes e
colonizados por portugueses. Ainda hoje o estado tem um pequeno grupo de índios
que vivem isolados sem nenhum contato com a civilização.
A culinária do Tocantins é uma verdadeira “ colcha de retalhos cultural”, visto
que é o estado mais novo do país e com forte influência indígena, portuguesa,
paulista e mineira, tendo na maioria das receitas, algum peixe como base.
A peixada, o frango tostado, peixe no leite de coco babaçu e o peixe na folha
de bananeira são algumas das preparações típicas do estado. O pequi também é
muito utilizado in natura e em preparações como junto com o arroz.

.
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6 FICHA TÉCNICA E INFORMAÇÃO NUTRICIONAL

Nome técnico: Peixada de Tambaqui Quantidade: 20 porções


Ingredientes Medida caseira Peso
Tambaqui inteiro 1 unidade 2.200g
Sal 1 e ½ colher de chá 5g
Limão 1 unidade 115g
Alho 6 dentes 18g
Água ½ xícara de chá 120ml
Castanha-do-Pará 1 xícara de chá 150g
Abricó 1 unidade grande 650g
Pimenta do reino ½ colher de café rasa 1g
Cebola 1 unidade pequena 95g
Modo de preparo:
1. Limpar o peixe, temperar com o sal e o limão e reservar. 2. Cozinhar o
alho descascado com a água por 3 minutos depois que começar a ferver. 3.
Bater no liquidificador o alho cozido, a água do cozimento, a castanha-do-
pará, a polpa do abricó, a pimenta-do-reino e a cebola. 4. Rechear o peixe
com a pasta formada. 5. Envolver o peixe em papel-alumínio e levar ao
forno pré aquecido (200°C) por 45 minutos. 6. Retirar o papel-alumínio e
finalizar o cozimento, assando por mais 15 minutos.

Rendimento:04 porções Custo: Grau de dificuldade:


Categoria do Produto Tempo de Preparo

( x ) prato principal Pré-preparo: 10


minutos Fácil
( ) guarnição Preparo: 60 minutos
( ) caldo (sopa) Tempo total: 70
minutos
( ) doce
Informações Nutricionais Preparação Total Porção
VET: 4734Kcal 236,7Kcal
Carboidrato: 71g 3,55g
Proteínas: 339g 16,95g
Lipídio: 34412g 17,20g
Fibra: 12g 0,60g
Sódio: 2377mg 118,85mg
Observações: Fonte
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/livro_alimentos_regionais_
brasileiros.pdf
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Ficha técnica da preparação

Rendimento total: 3170 g Porção 156g Custo Unitário R$ 5,65

Ingredientes
Quantidade PB/PL PL(g) Custo Total
Ingredientes Preço/Kg
comprada Unitário

Tambaqui
inteiro 5.500g 2,50 2.200g 15,00 4,13 82,50

Sal 5g - 5g 2,09 0,0005 0,01


Limão
260g 2,26 115g 6,00 0,078 1,56
Alho 19,44g 1,08 18g 18,00 0,0175 0,35
Água
120ml - 120ml
Castanha-
do-Pará 150g - 150g 130,00 0,975 19,50
Abricó
819g 1,26 650g 10,00 0,4095 8,19
Pimenta do 1g - 1g 24,50 0,001 0,02
reino
Cebola 97,85g 1,03 95g 7,00 0,034 0,68

Total 5,65 112,81


16

Informação Nutricional para Rotulagem


de Alimentos
Informação Nutricional
(Porção de 156g (1 filé)
Qtde. por porção % VD
Valor Energético 236,7Kcal 11,84
Carboidratos 3,55g 1,18
Proteínas 16,95g 22,6
Gorduras Totais 17,20g 31,27
Gorduras Saturadas 5,75g 26,13
Gorduras Trans 0 (*)
Fibras Alimentares 0,60g 24
Sódio (mg) 118,85 4,95
Valores diários de referência com base em uma
dieta de 2000 calorias ou 8400kj. Seus valores
diários podem ser maiores ou menores dependendo
de suas necessidades energéticas.
(*) VD não estabelecido
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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A região norte compreende quase que metade do território brasileiro, com a


maior floresta do mundo. Seu povo é composto por uma miscigenação das culturas
portuguesas, inglesas, indígenas, árabes, francesas, além da influência de culturas
de outras regiões do Brasil, originando uma cultura própria e cheia de personalidade.
O Norte tem uma grande variedade de alimentos que são considerados
típicos e que são consumidos em diversas preparações. A gastronomia nortista é
bem característica, com sua mistura de povos e culturas.
Ao analisarmos a culinária de um povo devemos levar em conta todos os
aspectos envolvidos em sua formação cultural .
Observa-se a diversidade alimentar das regiões amazônica e acreana que
foram marcadas pela miscigenação da alimentação indígena, nordestina e árabe, em
decorrência da chegada de imigrantes durante o “ciclo da borracha” (SILVA, 2005).
O legado deixado pelos índios está fortemente presente na alimentação da
região norte. Além disso, a grande variedade de produtos que a Floresta Amazônica
oferece também é responsável pelo uso de diferentes frutas, hortaliças, mandioca,
milho, feijão, batata doce, mandioca, além de peixes e carnes de caça
(RIBEIRO,1987).
Pratos com peixe são as principais preparações nas refeições devido a bacia
hidrográfica extensão da região. Peixes com ingredientes achados somente na
regiões e especiarias, tapiocas e frutas como o açaí são encontrados em toda
residência e restaurantes.
Um dos destaques da gastronomia amazonense, acreana e paraense é o
Tacacá, um caldo feito com tucupi, goma, camarão seco e jambu. As frutas também
estão presentes na culinária da região norte, por serem abundantes na região de
floreta: o açaí, buriti, cupuaçu, cajá, graviola, murici, bacuri, uxi, bacaba, tapera,
araçá, pitanga, caju, ginja, grumixama, ingá, frutapão, jaca, ananás, maracujá, ata,
biriba, camapu, camutim, pupunha, carambola e cubiá.
Muitos deles, segundo a tradição, podem ser degustados com o
acompanhamento de farinha. Um grande exemplo é o açaí consumido com farinha
de mandioca, prato básico da região e exemplo de herança indígena.
18

Outros destaques de produção são a Castanha-do-Brasil (ou castanha-do-


pará como é conhecida) e o palmito de pupunha (Bactris gasipaes). A castanha-do-
pará pode ser consumida de forma natura, utilizada para bolos e doces ou como
leite para a cocção de peixes e carne de caça. A pupunha pode ser utilizada após
seu cozimento na pressão, na preparação de bolos, purês, macarrão, fritos e pães
ou ainda em conserva na preparação de saladas.
Ainda que proibido por lei, a carne de caça também ainda tem grande força
cultural na região, em decorrência da cultura indígena. Dada a grande extensão de
rios de água doce, os peixes também se destacam nos pratos regionais. Dentre eles
está o pirarucu, uma das bases da alimentação ribeirinha. Semelhante ao bacalhau,
ele pode ser consumido fresco, seco e salgado. Por sua carne praticamente não ter
espinhos, ele é muito utilizado no “Pirarucu de Casaca”. Outros peixes ainda se
destacam como o pacu, xaréu, camurim, acará, acará-açu, acari, apapá, cascudo,
curimatã, pirapitinga, piranha, tucunaré e tambaqui.
Outro produto típico da região é o gramixó, herança dos engenhos de açúcar.
Disponível em pedras ou moído é utilizado para adoçar ou ser consumido puro.
Exemplos de preparações típicas do Norte do Brasil:
• Pato no tucupi: a preparação é pato assado ao molho de caldo de
mandioca, acrescido de folhas de jambu;
• Tucunaré recheado com farinha de mandioca e legumes;
• Maniçoba que é a preparação elaborada com folhas de macaxeira, carne
seca e carne de porco;
• Pirarucu de casaca que consiste em peixe ao forno, com legumes, batatas
e banana frita, regado com leite de coco;
• Tacacá que é um caldo ralo de mandioca, com camarões, servido em
cuias artesanais
• Suco de açaí;
• Suco de graviola;
• Suco de cupuaçu;
• Bombom de cupuaçu;
• Mousse de bacuri;
• Torta de castanha do brasil.
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8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DUARTE, E. Conheça um prato típico da culinária acreana, a baixaria. Acre,


2013.

FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002.


Apostila.

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2005.
20

SONATI, J.G.; VILARTA, R.; SILVA, C.C. Influências culinárias e diversidade


cultural da identidade brasileira: Imigração, Regionalização e suas Comidas.
Qualidade de Vida e Cultura Alimentar. 1ª ed. v.1, Campinas: IPES, 2009, p.137-
147.

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