Doenças Do Girassol
Doenças Do Girassol
Doenças Do Girassol
presidente
diretores
DANTE DANIEL G. SCOLARI
ELZA ANGELA BATTAGGIA BRITO DA CUNHA
JOSÉ ROBERTO RODRIGUES PERES
chefe
JOSÉ FRANCISCO FERRAZ DE TOLEDO
Doenças do Girassol
Regina Maria Villas Bôas de Campos Leite
EMBRAPA-CNPSo, Circular Técnica, 19.
comitê de publicações
tiragem
5.000 exemplares
Novembro/1997
EMBRAPA - 1997
Conforme Lei 5.988 de 14.12.73
Apresentação
Introdução
I Eng. Agr. Mestre, Pesquisadora da Embrapa . Centro Nacional de Pesquisa de Soja. Caixa Postal
231, 8600 l-970, Londrina, PR.
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li
Podridão Branca - Sclerotinia sclerotiorton
(Lib.) de Bary
FIG.4. Podridão basal de uma planta de girassol causada por Sclerotinia sclerotiorurm
(CETIOM, 1992).
colonizada pelo fungo, porém poucos são encontrados na raiz e na área externa.
As plantas afetadas acamam facilmente. A podridão na porção mediana da
haste ocorre em plantas a partir do final do estádio vegetativo até a maturação.
A infecção ocorre em folhas feridas e prossegue em direção ao pecíolo,
terminando na haste. A aparência da lesão é semelhante à da podridão basal
(Fig. 5). Um micélio branco pode cobrir a lesão e escleródios são observados
dentro e, em menor quantidade, fora da haste. As plantas podem quebrar no
ponto da lesão (Fig. 5). A podridão do capítulo ocorre a partir do final da floração.
A infecção pode começar em qualquer parte do receptáculo. Os sintomas iniciais
caracterizam-se por lesões pardas e encharcadas no lado dorsal do capítulo,
com a presença de micélio branco cobrindo porções dos tecidos (Fig. 6). O
fungo provoca o apodrecimento do interior do capítulo, deixando apenas os
elementos vasculares intactos (Fig. 7). Um grande número de escleródios, de
formato irregular, são encontrados no interior do capítulo. No final, ocorre a
ccmpleta desintegração do capítulo, com os elementos vasculares fibrosos
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fi
Míldio - Plasmopara halstedii (Farl.) Berl,
&deToni
FIG. 11. Estruturas de Plasmopara halstedii na face inferior da folha (CETIOM, 1992).
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FIG. 12. Ferrugem na face inferior da folha de girassol (Cortesia de José Tadashi Yorinori,
Embrapa Soja).
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qualidade dos aquênios (Zimmer & Hoes, 1978; Almeida et al., 1981; Pereyra
& Escande, 1994).
O patógeno pode perpetuar-se em plantas do gênero Helianthus, onde
são produzidos os uredosporos. Esta é, possivelmente, a forma habitual de
perpetuação do fungo em regiões onde o inverno não é rigoroso (Pereyra &
Escande, 1994). Os esporas são transmitidos para outras plantas, a partir de
lavouras contaminadas, de ramos e folhas deixados no campo, da superfície do
solo ou de plantas voluntárias. Uredosporos e teliosporos têm sido encontrados
na semente, mas não há provas de transmissão (Laundon & Waterson, 1965).
Correntes de ar em grandes altitudes podem contribuir para a disseminação de
esporos a longas distâncias. A infecção ocorre pouco após a floração, quando os
uredosporos disseminados pelo vento são depositados em folhas e germinam
em condições de alta umidade relativa, penetrando na planta através dos
estômatos. O fungo coloniza os tecidos imediatamente adjacentes ao ponto de
penetração, onde se desenvolve uma pústula pulverulenta, que produz novos
uredosporos (Pereyra & Escande, 1994). Esses são disseminados para outros
tecidos da mesma planta ou para outras plantas vizinhas. A severidade da ferrugem
pode variar com a idade da planta, com as condições ambientais e com a resistência
do genótipo. O patógeno é favorecido por temperaturas variando entre 18°C a
noc e alta umidade relativa.
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das folhas (Fig. 13). Essas bolhas podem ocorrer também nos pecíolos. As
manchas alargam-se e podem coalescer. A ruptura das bolhas libera grande
quantidade de esporos, como uma massa pulverulenta branca, que são facilmente
levados pelo vento, disseminando o patógeno para outras plantas. Quando
severamente infectadas, as folhas tornam-se marrons e secam prematuramente,
conferindo à planta um aspecto de queima. A doença afeta principalmente as
folhas inferiores da planta e raramente a haste. Os sintomas de bolha branca
podem manifestar-se em qualquer fase de desenvolvimento da planta, desde a
plântula até a floração (Mukerji, 1975; Zimmer & Hoes, 1978; Almeida et al.,
1981; Pereyra & Escande, 1994).
o oídio é uma doença distribuída por todo o mundo, mas ocorre com
maior intensidade em áreas tropicais onde, ocasionalmente, causa senescência
da planta no estádio de florescimento ou mais adiante. Em áreas temperadas, o
oídio normalmente não é observado até o florescimento e raramente apresenta
importância econômica (Zimmer & Hoes, 1978).
O oídio é causado pelo fungo Erysiphe cichoracearum DC, que é um
parasita obrigatório. As estruturas aveludadas características do fungo são micélio
e estruturas de origem assexual, como conidióforos e conídios. O micélio é
normalmente bem desenvolvido. Os conídios são formados em cadeias longas,
têm formato elipsóide e tamanho variando de 25 a 45f.!mx 14 a 26f.!m.No final
do ciclo, o fungo produz cleistotécios, estruturas sexuadas negras de sobrevivência,
que contém ascas com dois ascosporos. Há relatos da ocorrência de 13forma e
specialis do fungo (Kapoor, 1967).
E. cichoracearum está restrito à família Compositae, causando oídio em
230 espécies pertencentes a 50 gêneros (Kapoor, 1967).
Esta doença caracteriza-se pelo aparecimento de estruturas aveludadas
de coloração branca ou cinza sobre a parte aérea da planta, principalmente em
folhas, mas ocasionalmente na haste e em brácteas (Fig. 14). As lesões podem
crescer e coalescer, infectando grande parte da superfície da planta. Com a
evolução do ciclo da cultura, podem ser observadas pontuações negras
distribuídas ao acaso nas áreas aveludadas, que são os cleistotécios do fungo
(Zimmer & Hoes, 1978; Almeida et al., 1981).
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FIG.16. Mancha cinzenta da haste, causada por Phomopsis helianthi (CETlOM, 1992).
infecção. O fungo persiste em restos de cultura como micélio que, sob condições
de temperatura entre 18°e e 20 e e umidade elevada durante 12 a 15 horas
0
dos tecidos do capítulo e da haste, como ocorre com outros patógenos. Infecções
severas podem causar a morte de plantas jovens ou enfraquecimento, nanismo
e redução do tamanho do capítulo em plantas mais velhas. Os sintomas típicos
da doença manifestam-se principalmente a partir da floração (Zimmer & Hoes,
1978; Almeida et aI., 1981; Pereyra & Escande, 1994).
A infecção primária das plantas de girassol ocorre a partir de conídios
oriundos de picnídios e ascosporos produzidos em peritécios formados nos restos
de cultura infectados. Em condições de alta umidade, a formação de picnídios
aumenta e os conídios são liberados através do ostíolo. A disseminação dos
conídios é feita pela água da chuva. As condições ótimas para o desenvolvimento
do fungo são umidade relativa muito elevada e temperaturas em torno de 25°C
(Pereyra & Escande, 1994).
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FIG. 19. Podridão basal de uma planta de girassol causada por Sclerotium rolfsii.
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das plantas, similar à podridão causada por S. sclerotiorum. Sobre esse micélio,
formam-se os escleródios. As plantas em estádios mais avançados de infecção
acabam morrendo (Almeida et al., 1981; Pereyra & Escande, 1994).
S. rolfsii é um parasita facultativo com extensiva capacidade de
crescimento saprofítico nas camadas superficiais do solo, podendo persistir em
restos de cultura e plantas daninhas. O escleródio é disseminado por práticas
culturais, vento e água e pode estar misturado às sementes. A temperatura
ótima para o desenvolvimento da doença varia de 25°C a 35°C. Os escleródios
germinam em umidade relativa próxima de 100%. Solos encharcados e alta
população de plantas aumentam a incidência da doença e, à medida que o solo
seca, a infecção avança para o nível abaixo da superfície e os sintomas de
murcha tornam-se mais evidentes (Mordue, 1974).
Macrophomina phaseolina (Tass.) Goid. forma picnídios escuros, com
100 a 200 11mde diâmetro e conídios hialinos elipsóides a obovóides. O fungo
também produz microescleródios arredondados e negros, com 100 11ma 1 mm
de diâmetro (Holliday & Punithalingam, 1970). O fungo é extremamente polífago,
afetando pelo menos 284 espécies de plantas e está amplamente distribuído nos
trópicos e subtrópicos, particularmente nas regiões com altas temperaturas e
umidade relati va baixa (Holliday & Punithalingam, 1970; Zimmer & Hoes, 1978).
O sintoma mais comum da podridão negra da raiz é a desagregação dos
tecidos da base da haste e das raízes, que apresentam coloração negra
característica, em virtude da abundante produção de microescleródios do fungo,
facilmente visível pela remoção da epiderme (Fig. 20). As hastes severamente
infectadas apresentam-se ocas e facilmente quebradiças, muito suscetíveis ao
acamamento. A medula destruída apresenta o aspecto de discos empilhados
(Fig. 20). O capítulo é menor do que o de plantas sadias. Os sintomas só
aparecem a partir da floração, mesmo quando as plantas são infectadas nos
estádios iniciais de desenvolvimento. As plantas secam prematuramente (Zimmer
& Hoes, 1978; Almeida et a!., 1981; Davet et a!., 1991; Pereyra & Escande,
1994).
M. phaseolina sobrevive em restos de culturas, onde forma quantidades
consideráveis de microescleródios que permanecem no solo viáveis por três ou
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FIG. 20. Haste afetada por Macrophomina phaseolina, com medula destruída (CETIOM,
1992).
FIG. 21. Lesão foliar causada por Verticillium. dalzliae (Cortesia de Marcelo F. Oliveira,
Embrapa Soja).
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m
Podridão Cinza do Capítulo - Botrytis
cinerea Pers. ex Fr.
vimento de podridão mole que se alastra por trás do capítulo. Ocorre abundante
produção de conidióforos e conídios de coloração cinza, que envolvem todo o
capítulo, inclusive os aquênios (Fig. 22). Os capítulos totalmente atacados ficam
mumificados e podem se desprender da planta (Zimmer & Hoes, 1978; Almeida
FIG. 22. Estruturas de Botrytis cinerea envolvendo o capítulo de girassol (CETIOM, 1992).
FIG.23. Mancha bacteriana em haste de girassol (Cortesia de Léo Pires Ferreira, Ernbrapa
Soja).
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lesões ocorrem também nos pecíolos e na haste, tomando extensas áreas (Fig.
23) (Kimura et al.,1974; Almeida et al., 1981; Robbs & Almeida, 1981;
Arsenijevic et al., 1994).
As bactérias são transmitidas principalmente pela água da chuva,
disseminando-se rapidamente em condições de clima quente e úmido. A
transmissão também ocorre pela semente (Zimmer & Hoes, 1978).
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FIG. 24. Podridão da medula da haste causada por Erwinia (Cortesia de Léo Pires Ferreira,
Embrapa Soja).
flJ
Mosaico Comum do Girassol - Vírus do
mosaico do picão ("sunflower mosaic virus")
Controle de Doenças
• Medidas regulatórias
Medidas de exclusão foram adotadas, a partir de 1984, para prevenir a
entrada do míldio no Brasil e a introdução de S. sclerotiorum por meio de
sementes contaminadas. Uma portaria emitida pelo Ministério da Agricultura e
do Abastecimento proibiu a importação de sementes de girassol comum e demais
espécies do gênero Helianthus, assim como tubérculos de H. tuberosus, quando'
procedentes da Argentina, Canadá, Chile, Espanha, Estados Unidos, França,
Hungria, Irã, Israel, antiga Iugoslávia, Japão, Jordânia, Paquistão, República
Dominicana, Romênia, Rússia, antiga Tchecoslováquia e Uruguai, além dos
demais países onde for constatado o fungo P. halstedii. A importação a partir
de outros países é restrita a sementes produzidas em áreas livres de míldio e de
S. sclerotiorum, A partir de 1996, com a harmonização dos requisitos
quarentenários para o MERCOSUL, é permitida a importação de sementes de
girassol procedentes da Argentina, Paraguai e Uruguai, desde que autorizada
pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento.
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• Escolha de cultivares
A resistência genética às doenças é altamente desejável, pois não onera
diretamente o custo de produção e, muitas vezes, pode dispensar outras medidas
de controle. Estudos sobre o comportamento de genótipos e trabalhos de
melhoramento visando resistência têm sido realizados para diferentes doenças.
Com relação à mancha de altemária, os genótipos atualmente disponíveis
no mercado são suscetíveis aA. helianthi. Certas espécies de Helianthus, como
H. hirsutus, H. rigidus e H. tuberosus, apresentam resistência a A. helianthi
(Lipps & Herr, 1986; Davet et al., (991). A hibridização interespecífica poderá
permitir a incorporação de genes de resistência nos genótipos cultivados (Davet
et al., 1991). Linhagens parentais de H. annuus, como a linhagem macho-
estéril CMS 821A e a restauradora RHA 6D-l foram consideradas como boas
fontes de resistência aA. helianthi (Nagaraju et al., 1992) e podem ser utilizadas
na produção de híbridos resistentes.
A resistência genética à podridão basal e à podridão do capítulo tem
sido estudada em vários países. Esforços têm sido empreendidos em programas
de melhoramento visando encontrar resistência ao patógeno, mas poucos
avanços têm sido obtidos (Zimmer & Hoes, 1978). A resistência do girassol à
S. sclerotiorum é parcial e comandada por múltiplos genes. O comportamento
do mesmo genótipo pode diferir, dependendo da forma de ataque do fungo, ou
seja, um genótipo pode apresentar um nível de resistência elevado para a
podridão basal e ser muito sensível à podridão do capítulo. Além disso, os
genes que se expressam em uma fase de desenvolvimento da planta podem ser
ineficazes em outro estádio (Davet et al., 1991). Espécies selvagens de
Helianthus, como H. resinosus, H. debilis, H. lenticularis e H. petiolaris,
apresentam genes de elevada resistência (Zimmer & Hoes, 1978; Davet et al.,
1991). Há relatos de variação de comportamento entre cultivares quanto à
incidência de podridão do capítulo, mas, aparentemente, essas diferenças estão
relacionadas à maior altura das plantas, que deve proporcionar condições menos
propícias para a infecção pelo fungo (Zimmer & Hoes, 1978). Finalmente, não
existem híbridos ou variedades comerciais que possuam nível de resistência
adequado para serem cultivados em condições favoráveis à doença (Masirevic
& Gulya, 1992).
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• Escolha da área
Para a semeadura do girassol, deve-se escolher corretamente a área,
em solos sem problemas de drenagem, profundos, com boa textura e com pH
adequado.
O isolamento espacial é uma medida eficiente na redução da ocorrência
da infecção aérea por ascosporos de S. sclerotiorum. Geralmente, recomenda-
se escolher áreas pelo menos 1 km distantes de lavouras infectadas com o
fungo no ano anterior (Masirevic & Gulya, 1992).
+ Tratamento de sementes
o tratamento de sementes com fungicidas específicos para P. halstedii,
como o metalaxyl, é obrigatório em alguns países, como a França e a Argentina,
em variedades de polinização aberta ou cultivares híbridas suscetíveis (Davet
et al., 1991; Pereyra & Escande, 1994). Esse tratamento assegura boa proteção
contra contaminações primárias. O tratamento de sementes também tem se
mostrado eficaz no controle da mancha cinzenta da haste (Davet et al., 1991).
Entretanto, no Brasil, não há produtos registrados para tratamento de sementes
de girassol, o que inviabiliza sua recomendação pela pesquisa.
+ Época de semeadura
Uma medida fundamental para minimizar a ocorrência e a severidade
de doenças, especialmente da mancha de altemária e da podridão branca, é a
escolha da época de semeadura da cultura. A semeadura deve ser realizada em
uma época que permita satisfazer as exigências da planta, nas diferentes fases
de desenvolvimento, e que desfavoreça a ocorrência de epifitias. Em estudos
realizados no Estado do Paraná, a mancha de alternária ocorreu com menor
intensidade no girassol semeado nos meses de outubro e novembro (Carvalho,
V.P. et al., 1995). Para prevenir a ocorrência da podridão branca basal ou de
haste, é importante reduzir ao máximo os períodos de alta umidade e baixa
temperatura na cultura. Também, para reduzir as chances de ocorrência de
podridão de capítulos, é imperativo evitar a época de semeadura que resulte
em florescimento em períodos de baixa temperatura, como ocorre no outono-
inverno, na região sul do Brasil. Para minimizar as perdas causadas pela
podridão cinza de Botrytis, deve-se evitar que a colheita coincida com períodos
chuvosos. Considerando as diferentes doenças e as exigências da planta, a
época indicada para a semeadura do girassol varia de acordo com as diferentes
regiões climáticas (Tabela 1).
+ Densidade de semeadura
Uma medida importante para o controle de doenças em girassol é a
utilização de densidade de semeadura em torne, de 40.000 a 45.000 plantas/ha
(Castro et al., 1996). Cultivos muito adensados formam um microclima mais
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• Tratos culturais
A correção do pH do solo é desejável, bem como a manutenção da
fertilidade em níveis adequados para o bom desenvolvimento da planta de girassol.
A correção e as adubações devem ser sempre feitas com base em análises de
solo (Castro et al., 1996). Deve-se evitar adubações excessivas, especialmente
de nitrogênio, que, além de significar desperdício, podem tornar os tecidos mais
suculentos e, conseqüentemente, mais suscetíveis às doenças.
• Controle químico
O controle de doenças do girassol através de pulverizações com fungicidas
têm sido amplamente estudados nos países produtores, visando proteger a planta
do contato direto com os diferentes patógenos.
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• Antecipação da colheita
A aplicação de dessecantes é recomendada em alguns países, permitindo
a antecipação da data da colheita, reduzindo os prejuízos provocados por doenças
(Masirevic & Gulya, 1992).
Referências Bibliográficas
aS
EMACAO
GIRASSOL
A GORA TEM NOME: