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Titulacao Potenciometria Refrigerante

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DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ÁCIDO FOSFÓRICO EM REFRIGERANTE POR

TITULAÇÃO POTENCIOMÉTRICA
Carla Onara, Letícia Oliveira, Rafaella Cambraia, Ricky Santos.
Universidade Federal de São João Del Rei-UFSJ
.
Abstract: In this work the concentration of phosphoric acid present in a soda commercial
was determined by potentiometric titillation. This acid is considered polyprotein being
able to donate three protons. Its ionization occurs in stages and he has three ionization
constants Copyright © 2010 DCNAT/UFSJ.

Keywords: titillation potentiometric, concentration of phosphoric acid and acids


polyprotic.

Resumo: Neste trabalho a concentração de ácido fosfórico presente em um refrigerante


comercial foi determinada por meio de titulação potenciométrica. Tal ácido é considerado
poliprótico sendo capaz de doar três prótons. Sua ionização ocorre em etapas e assim ele
possui três constantes de ionização. ©2010 DCNAT/UFSJ

Palavras Chaves: titulação potenciométrica, concentração de ácido fosfórico e ácidos


polipróticos.

1 INTRODUÇÃO elétrodo de referência, para várias soluções-padrão da


espécie a determinar. Uma vez obtida a reta de
O potencial de um eletrodo indicador em relação a um calibração, pode calcular-se a concentração do
eletrodo de referência, quando não passa corrente elemento a analisar, através da medida do valor do seu
através da solução em que estão mergulhados (valor potencial. Uma aplicação direta desse caso é a
da intensidade de corrente aproximadamente nulo), determinação do pH de uma solução. O segundo
depende das atividades das espécies que entram nas método, o potencial medido no decorrer de uma
reações redoxes correspondentes, através da equação titulação é representado em função do volume de
de Nernst. Sob o ponto de vista termo dinâmico, a titulante adicionado, permitindo determinar o ponto de
equação de Nernst só é válida em condições de equivalência da reação a partir de um eletrodo
reversibilidade termodinâmica, portanto quando não adequado. Devido a rapidez dessas titulações e à
passa corrente e quando as reações redox parciais operação de medida de não alterar significativamente
correspondentes a cada um dos eletrodos são as atividades das espécies envolvidas, desde que se
cineticamente rápidas de modo que o sistema possa respeite os cuidados necessários (força iônica e
responder com prontidão a variações externas do temperatura), as titulações potenciométricas são hoje o
potencial. método mais utilizado para determinar as constantes
de estabilidade, só ultrapassadas em exatidão e
Assim, embora em potenciometria se trabalhe, em precisão pelo método especfotométricos.
geral, em condições de intensidade de corrente nula,
pode acontecer que haja um passo lento na reação de A variação de pH pode ser detectada utilizando um
eletrodo correspondente, pelo que nessas condições a potenciômetro, que estabelece a diferença de potencial
equação de Nernst não é aplicável, ou então tem que (ddp) entre os eletrodos. Assim, uma representação
se esperar um tempo mais ou menos longo que gráfica do pH em função do volume adicionado forma
permita atingir-se um valor de potencial estável. Por uma curva de titulação. Através do traçado da curva
outro lado, uma reação: pode ser termo pode-se então determinar o ponto de equivalência, que
dinamicamente reversível, mas estar bastante afastada para uma titulação ácido-báse e utilizando um ácido
do equilíbrio, por exemplo, nos métodos com constante de ionização Ka for grande (Ka >> 10-
8
electrolíticos. Deve-se salientar, porém, que por vezes ) o ponto de inflexão é bem definido, diferentemente
é útil fazer potenciometria a pequenos valores de de ácidos prolipróticos onde a ionização ocorre em
intensidade de corrente. [1] passos sucessivos e deve-se levar em conta a relação
entre as constantes.[2]
Atualmente utilizam-se duas técnicas em
potenciometria: o método de curva de calibração e o
da titulação potenciométrica. No primeiro caso
calibra-se um elétrodo indicador em relação a um
2 OBJETIVOS Inicialmente, procedeu-se a degaseificação do
refrigerante de sua preferência (Coca..cola.),
Construir a curva potenciométrica das titulações de colocando-o sob agitação por cerca de 40 minutos.
um ácido monoprótico e de um ácido poliprótico, Retirou-se uma alíquota de 25,00 mL do refrigerante e
ambos com uma base forte e determinar a colocou-a num béquer de 250mL.
concentração de íons H+ em amostras através do
método de potenciometria direta. Diluiu-se a solução de NaOH 0,1000 molL-1 para que
sua concentração ficasse 0,0100 molL-1. Para isso,
colocou-se 25,00 mL da solução 0,100 molL-1 em um
balão de 250 mL e completou com água destilada.
3 EXPERIMENTAL
Realizou-se a titulação potenciométrica da mesma
Procedimento maneira anterior, mas agora titulando com NaOH
0,0100 molL-1. Iniciou-se a titulação com incrementos
a) Titulação potenciométrica de uma solução de HCl: de 1,00 mL da base e, entre pH 4,00 e 9,00,
diminuindo esse incremento para 0,20 mL.
Foi montado o esquema abaixo, conforme ilustra a
figura 1: Confeccionou-se os gráficos das curvas de títulação, e
calculou os pontos finais da titulação de cada íon H+
pelos métodos da primeira e segunda derivada.

Localizou o(s) ponto(s) de equivalência por meio da


apresentação gráfica, traçando as tangentes e métodos
da 1ª e 2ª derivadas.

Finalmente determinou as concentrações do ácido no


refrigerante.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Calibrou-se o medidor de pH (potenciômetro) com a) Titulação potenciométrica de uma solução de HCl:


uma solução tampão utilizando os padrões de pH =
4,0, 7,0. Mediu-se 25,00 mL de uma solução de ácido Os ácidos monopróticos são aqueles que doam apenas
clorídrico 0,1 molL-1e transferiu-se quantitativamente um próton, como é o caso do HCl.[3] Na titulação
para um béquer de 250 mL no qual foi introduzido um envolvendo ácido forte e base forte, o ponto de
agitador magnético. Adicionou-se mais 25,0 mL de equivalência se dá aproximadamente em pH = 7, pois
água destilada. o ácido ioniza-se praticamente na totalidade e a base
se dissocia praticamente na totalidade. Quando os íons
Introduziu-se o eletrodo no béquer e efetuou-se a H3O+ e OH- reagem, formam a água, como pode ser
leitura do pH mantendo o bulbo a uma distância visto no esquema que segue abaixo:
segura da barra magnética. A seguir titulou-se a
solução com uma solução padronizada de hidróxido HCl(aq) → Cl-(aq) + H3O+(aq) (ionização do ácido)
de sódio 0,1000 molL-1, adicionando o titulante em NaOH(aq) → Na+(aq) + OH-(aq) (dissociação da base)
porções de 1,00 ml, e, próximo ao ponto de OH-(aq) + H3O+(aq) ↔ 2H2O(l) (a reação de neutralização
equivalência (± 2,0 ml), adicionou-se alíquotas de que ocorre na titulação)
0,20 mL. Foi calculado previamente o volume
necessário para o ponto de equivalência. Inicialmente, calculou-se concentração do HCl, visto
que a concentração inicial foi diluída, passando do
Leu-se e registrou-se o valor do pH após cada adição volume inicial 25,00 mL para 50,00mL.
de titulante de todos os pares: volume de
titulante/pH). Terminou-se a titulação quando pH C1V1 = C2V2
atingiu o valor de 12. A cada adição de titulante, 0,1000 molL-1 x 25 mL = C2 x 50,00 mL
esperou-se estabilizar a medida de pH (cerca de 15 s). C2 = 0,05000 molL-1

Finalmente, determinou-se a concentração exata da No ponto de equivalência temos que CaVa = CbVb , ou
solução de HCI. seja, é o momento em que o titulado reagiu
completamente com o titulante. Este ponto é atingido
b) Titulação potenciométrica de um refrigerante: quando as concentrações do titulante e do titulado
estão nas proporções estequiométricas da reação. O
volume necessário para que o ponto de equivalência 26,6 11,46
fosse atingido foi calculado previamente como pode 26,8 11,50
ser observado: 27,0 11,52
27,2 11,56
CaVa = CbVb
27,4 11,59
0,05000 molL-1 x 50 mL = Vb x 0,1000 molL-1
Vb = 25,00 mL 27,6 11,61
27,8 11,64
Logo após, iniciou-se a titulação, sempre anotando os 28,0 11,67
valores de pH obtido após cada adição de NaOH. Os 28,2 11,68
resultados encontrados podem ser observados 28,4 11,71
conforme segue abaixo na tabela. 28,6 11,73
28,8 11,75
Tabela I. Dados obtidos na titulação potenciométrica 29,0 11,76
para a determinação da concentração do ácido 29,2 11,78
clorídrico.
29,4 11,79
29,6 11,81
Volume de NaOH 29,8 11,84
adicionado (mL) pH
30,0 11,85
0,0 1,47
30,2 11,86
1,0 1,48
30,4 11,87
2,0 1,51
30,6 11,89
3,0 1,53
30,8 11,91
4,0 1,57
31,0 11,91
5,0 1,58
31,2 11,92
6,0 1,62
31,4 11,93
7,0 1,65
31,6 11,94
8,0 1,68
31,8 11,95
9,0 1,72
32,0 11,96
10,0 1,76
32,2 11,96
11,0 1,80
32,4 11,98
12,0 1,83
32,6 11,99
13,0 1,87
32,8 12,00
14,0 1,93
15,0 1,97
16,0 2,03
17,0 2,09 14,00

18,0 2,11
12,00

10,00

19,0 2,17 8,00

20,0 2,25
pH

6,00

21,0 2,36 4,00

22,0 2,48 2,00

23,0 2,75 0,00


0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0

24,0 6,02 Volume de NaOH adicionado (mL)

24,2 9,49
24,4 10,20
24,6 10,62
Gráfico 01. Curva de titulação potenciométrica da
24,8 10,79 solução de HCl.
25,0 10,94
25,2 11,05 Após a adição de toda base, o pOH aumentou
25,4 11,13 rapidamente pois todo ácido reagiu com a base no
25,6 11,21 ponto de equivalência, formando o sal (NaCl). A
25,8 11,27 concentração do HCl, assim que toda base foi titulada
26,0 11,33 é determinado como se segue:
26,2 11,38
[OH-] = Vol. da base em excesso x concentração da base
26,4 11,42
Volume total
[OH-] = (32,80 mL – 25,00mL) x 0,1000 molL-1 14,8 4,83
(32,80 mL + 25,00 mL)
15,0 4,91
[OH-] = 0,01350 molL-1
15,2 5,05
15,4 5,20
pOH = - log [OH-] 15,6 5,26
pOH = 1,870 15,8 5,37
16,0 5,48
pH + pOH = 14 16,2 5,57
pH = 12,13 16,4 5,64
16,6 5,69
pH = - log [H+] 16,8 5,77
12,13 = - log [H+]
17,0 5,83
[H+] = 7,413 x 10-13
17,2 5,85
b) Titulação potenciométrica de um refrigerante: 17,4 5,96
17,6 5,98
Inicialmente, diluiu-se a concentração da base NaOH 17,8 6,02
numa proporção 10 vezes menor que a inicial, como 18,0 6,08
segue abaixo: 18,2 6,12
18,4 6,16
C1V1 = C2V2 18,6 6,20
0,1000 molL-1 x 25,00 mL = C2 x 250,0 mL 18,8 6,22
C2 = 0,01000 molL-1 19,0 6,25
19,2 6,29
A partir dessa concentração, iniciou-se a titulação,
19,4 6,30
com os valores de pH sempre anotados a partir do
volume da base titulado. Os resultados obtidos 19,6 6,34
seguem abaixo na tabela: 19,8 6,37
20,0 6,45
Tabela II. Dados obtidos na titulação potenciométrica 20,2 6,47
para a determinação da concentração do ácido 20,4 6,51
fosfórico no refrigerante. 20,6 6,53
20,8 6,56
Volume de NaOH 21,0 6,58
adicionado (mL) pH 21,2 6,60
0,0 2,69 21,4 6,62
1,0 2,74 21,6 6,64
2,0 2,77 21,8 6,68
3,0 2,83 22,0 6,70
4,0 2,87 22,2 6,71
5,0 2,92 22,4 6,73
6,0 3,00 22,6 6,76
7,0 3,08 22,8 6,79
8,0 3,15 23,0 6,80
9,0 3,25 23,2 6,83
10,0 3,37 23,4 6,84
11,0 3,50 23,6 6,85
12,0 3,70 23,8 6,89
13,0 3,99 24,0 6,91
13,2 4,05 24,2 6,91
13,4 4,19 24,4 6,95
13,6 4,21 24,6 6,97
13,8 4,27 24,8 6,99
14,0 4,34 25,0 7,00
14,2 4,44 25,2 7,03
14,4 4,58 25,4 7,04
14,6 4,71 25,6 7,07
25,8 7,08
10
26,0 7,10
26,2 7,13 9

26,4 7,14 8

26,6 7,16 7
26,8 7,20
6
27,0 7,22

pH
27,2 7,24 5

27,4 7,26 4

27,6 7,30 3
27,8 7,31
2
28,0 7,34 -5 0 5 10 15 20 25 30 35 40

28,2 7,35 Volume de NaOH / mL

28,4 7,39
28,6 7,41
28,8 7,44 Gráfico 02. Curva de titulação potenciométrica do
refrigerante.
29,0 7,47
29,2 7,51 0,8

29,4 7,54 0,7

29,6 7,58 0,6


29,8 7,59
0,5
30,0 7,64
30,2 7,66 0,4
∆pH/∆V

30,4 7,69 0,3

30,6 7,74 0,2

30,8 7,79 0,1

31,0 7,83 0,0


31,2 7,87
-5 0 5 10 15 20 25 30 35 40
31,4 7,97 Volume de NaOH / mL
31,6 7,99
31,8 8,01
32,0 8,05 Gráfico 03. Curva de titulação potenciométrica da
32,2 8,13 primeira derivada.
32,4 8,21
1,0
32,6 8,26
32,8 8,35
0,5
33,0 8,44
33,2 8,50 0,0
33,4 8,59
∆2pH / ∆2V

33,6 8,67 -0,5


33,8 8,73
34,0 8,79 -1,0
34,2 8,87
34,4 9,01 -1,5
34,6 9,03 -5 0 5 10 15 20 25 30 35 40
Volume de NaOH / mL
34,8 9,05
35,0 9,10
Gráfico 04. Curva de titulação potenciométrica da
segunda derivada.

Ácidos polipróticos têm a capacidade de doar mais de


um próton. O ácido fosfórico presente no refrigerante
possui três pontos de equivalência (12 mL, 15 mL e 35
mL) e consequentemente, ioniza-se três vezes
conforme segue abaixo:
H3PO4(aq) + H2O(l) → H2PO4-(aq) + H3O+(aq) K1 =7,6x10-3 [3] ww.lce.esalq.usp.br/arquimedes/Atividade05.pdf.
H2PO4-(aq) + H2O(l) → HPO42-(aq) + H3O+(aq) K2 =6,2x10-8 Acesso em 28 de maio de 2010
HPO42-(aq) + H2O(l) → PO43-(aq) + H3O+(aq) K3 =2,1x10-13

Para calcular a concentração do ácido fosfórico,


utilizou-se os valores referentes ao primeiro ponto de
equivalência, conforme pode ser observado:

CaVa = CbVb
Ca x 25,00 mL = 12,00 mL x 0,01000 molL-1
Ca = 0,00480 molL-1

5 CONCLUSÕES
Após realizado a primeira parte do experimento, a
titulação de um ácido forte a partir de uma base forte,
pode-se concluir que o volume, inicialmente calculado
de NaOH titulado no ponto de equivalência (25 mL),
foi um pouco diferente do encontrado
experimentalmente (~24,1 mL). Isso pode ser
explicado por alguns erros de operação cometidos na
realização do experimento.

Outro ponto a ser observado é que a concentração do


ácido clorídrico diminui muito no final do
experimento, praticamente tendendo a zero, pois o
ácido foi totalmente consumido no ponto de
equivalência, passando a existir no final apenas o sal
(NaCl) decorrente da neutralização e hidroxilas
provindas exclusivamente da base adicionada em
excesso.

Já na segunda parte do experimento pode-se concluir


que a titulação de um ácido poliprótico é mais
complexa que a de um ácido monoprótico. Isso
porque a titulação do poliprótico apresenta vários
pontos de equivalência e dissociações do ácido.

Outro ponto a ser destacado é que o refrigerante foi


fervido e agitado para retirar o CO2 do mesmo. Isso é
necessário porque o CO2 poderia reagir com H2O
gerando o H2CO3, o que seria responsável pela
diminuição do pH.

Quanto ao valor obtido da concentração do ácido, tal


valor pode não ser tão exato devido a alguns erros de
operação.

6 REFERÊNCIAS
[1] OHLWEILER, Otto Alcides. Fundamentos de
Análise Instrumental

[2] GONÇALVES, Maria de Lurdes Sadler Simões.


Métodos Instrumentais para Análise de Soluções. 2a
edição, Fundação Calouste Gulbenkian.

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