Aula 6 - Temp
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AULA 6
META
Apresentar a maneira como os riscos ergonômicos e biológicos se
apresentam no ambiente produtivo, bem como as técnicas de proteção contra
estes riscos.
OBJETIVOS
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
INTRODUÇÃO
Os riscos ergonômicos associados à aspectos físicos podem ser causados por fatores
variados.
Um desses fatores é a inadequação da dimensão dos equipamentos ou mobiliários ou
da disposição dos botões, alavancas, pedais ou visores dos equipamentos em relação
às dimensões corporais dos indivíduos que irão operá-los. Tais disposições e/ou
dimensões inadequadas costumam causar desconforto, tensões musculares, dores,
fadiga muscular e, em última instância, ser a causa de acidentes graves, pois podem
contribuir para a execução inadequada de operações de alto risco. Imagine, por
exemplo, que um operador de guindaste responsável por movimentar contâineres num
porto tenha dificuldade de alcançar os comandos do painel de controle do
equipamento, induzindo-o a acionar um botão que libera o container enquanto ele é
movimentado sobre a área de trânsito de pedestres. Se esse container cai sobre um
trabalhador que se movimenta por essa área, tal acidente pode levá-lo a óbito. Neste e
em outros setores há diversas outras operações que envolvem elevado risco. Assim,
deve-se evitar que condições ergonômicas inadequadas sejam indutores de graves
acidentes.
Outro risco ergonômico de natureza física é o causado pela exigência de esforço
muscular em intensidade superior aos limites fisiológicos saudáveis ou a exigência de
esforço muscular sem garantir o tempo de recuperação do músculo. Nesse caso, o
exemplo mais comum se refere ao trabalho estático excessivamente prolongado. Por
exemplo, quando um trabalhador necessita trabalhar em pé numa mesma posição
(sem se movimentar), os músculos da região das pernas, que sustentam o peso do
empregado, permanecem contraídos ao longo de toda a jornada de trabalho. A
contração muscular provoca a contração dos vasos sanguíneos, dificultando a
circulação de sangue nos músculos contraídos. Como o sangue é o responsável por
prover oxigênio aos músculos e remover os resíduos metabólicos do mesmo, tanto a
oferta de oxigênio quanto a retirada de resíduos fica comprometida, causando fadiga e
dores musculares.
A tabela 6.1 apresenta dores em certos músculos que, normalmente, são sentidas por
trabalhadores que necessitam permanecer longos períodos em posições estáticas
inadequadas ou utilizando mobiliário inadequado, ou seja, mobiliário que não possui
dimensões adequadas às do corpo de quem irá utilizá-lo ou apoios adequados para
determinadas regiões corporais, levando certos músculos à tensão excessiva e/ou
prolongada.
Inicio do verbete
Fim do verbete
Os riscos ergonômicos associados à execução de esforços excessivos ou de forma
inadequada podem ser minimizados através do uso de conceitos da biomecânica
ocupacional na análise dos movimentos exigidos por cada tarefa. A biomecânica
ocupacional estuda os movimentos dos trabalhadores objetivando torná-los
adequados à fisiologia humana. Além da definição do esforço muscular máximo que
um indivíduo deve realizar, os estudos dessa área buscam orientar o trabalhador
sobre a amplitude máxima de movimentos, o nível máximo de repetitividade e o tempo
máximo de manutenção numa posição estática que não prejudicam a saúde dele.
Sabe-se que o ser humano possui uma capacidade máxima para a detecção de sinais
e para o processamento desses sinais em nova informação. Quando o ritmo exigido
pelo trabalho extrapola essa capacidade, há a possibilidade de ocorrer uma tomada de
decisão equivocada. Além disso, uma exigência de ritmo exagerado de atenção à
detecção de sinais ou de processamento de informações pode levar a um estado de
tensão que é prejudicial à saúde, podendo evoluir para um quadro de estresse mental.
INÍCIO DA ATIVIDADE 1
Atividade 1 (Atende ao Objetivo 1)
Suponha que você tenha sido contratado como ergonomista de uma fábrica. Seu
papel é sugerir medidas que reduzam a probabilidade de que riscos ergonômicos
produzam doenças ocupacionais nos seguintes trabalhadores:
RESPOSTA COMENTADA:
a) O segurança pode sentir dores nos músculos das pernas como resultado
da fadiga muscular. A fadiga muscular deriva da contração prolongada
dos músculos em função da necessidade de sustentar o peso do corpo
ao longo de toda a jornada. Ao contrair os músculos, contraem-se seus
vasos capilares, dificultando a retirada dos resíduos de metabolismo do
mesmo, o que causa as dores. Se persistirem, as dores podem evoluir
para cãibras, espasmos e fraqueza, quando músculo perde até 50% de
sua força normal.
O contador pode sofrer lesão por esforço repetitivo, dada a natureza
repetitiva do trabalho de digitação. Isto pode levar à cãibras e evoluir para
lesões como tendinites. Também é comum a ocorrência lesões nos
músculos dos ombros, pescoço e braços, derivadas de alturas
inadequadas do monitor, da cadeira e/ou da mesa.
Devido à incompatibilidade do trabalho noturno com o ritmo circadiano, o
operador tende a apresentar cansaço, irritabilidade, distúrbios intestinais,
úlceras e transtornos nervosos em mais acentuados do que o trabalhador
diurno. Além disso, o trabalhador noturno passa a ter dificuldade de
manter os vínculos com os amigos e família, dado que durante o período
em que estes indivíduos estão em atividade ele está dormindo e vice-
versa. Isso pode levar ao isolamento do trabalhador, o que pode culminar
com o desenvolvimento de distúrbios psicológicos. Ademais, o
trabalhador noturno sente mais sono do que o diurno, o reduz a
concentração mental e aumenta a chance de cometimento de erros
operacionais. Dependendo do erro, as consequências podem ser muito
graves. Se, por exemplo, um erro cometido por um operador de Alto-
forno causar o espalhamento de ferro-gusa numa área concentrada de
trabalhadores, muitos desses funcionários podem morrer ou ficar
gravemente feridos ao serem atingidos por um material à elevadíssima
temperatura (acima de 1000ºC).
Nível de
Situação de risco Medidas preventivas
biossegurança
Trabalhos em laboratórios
que lidam com cepas que
não causam doenças em
homens adultos e sadios.
Exemplos desse tipo de
cepa são as do Bacillus Não há necessidade de uso de
subtilis e o vírus da barreiras primárias. A única
1
hepatite canina infecciosa. barreira secundária deve ser
Laboratórios para o uma pia para lavar as mãos.
treinamento de professores
e técnicos em
procedimentos
laboratoriais são exemplos
desse tipo de ambiente.
Todas as manipulações
Laboratórios que lidam laboratoriais devem ser
com organismos capazes realizadas em uma cabine de
de serem transmitidos por segurança biológica ou em
via respiratória e que outro equipamento de
possam causar infecções contenção, como uma câmara
3 sérias e potencialmente hermética de geração de
fatais. Exemplos desses aerossóis. Barreiras
organismos são o secundárias incluem o acesso
Mycobacterium controlado ao laboratório e
tuberculosis, o vírus da sistemas de ventilação que
encefalite de St. Louis. minimizam a liberação de
aerossóis infecciosos.
Início da Atividade 2
Atividade 2 (Atende ao objetivo 2)
Explique o que são níveis de biossegurança e quais são as variáveis que
embasam a definição de cada um dos níveis de biossegurança existentes.
RESPOSTA COMENTADA:
Conclusão
RESPOSTA COMENTADA
RESUMO
Esta Aula descreveu as maneiras como os riscos ergonômicos e biológicos se
estabelecem. Os riscos ergonômicos foram divididos de acordo com a natureza
em: riscos ergonômicos relacionados a critérios físicos, cognitivos ou
organizacionais.
Os primeiros núcleos conceituais mostraram como os riscos ergonômicos
relacionados a critérios físicos e os riscos ergonômicos relacionados a critérios
cognitivos e organizacionais podem prejudicar a saúde do trabalhador, bem
como as principais medidas que podem ser tomadas para preveni-los.
Enfatizou-se que, além de danos à saúde, os problemas ergonômicos podem
induzir a ocorrência de acidentes.
Em seguida, apresentaram-se os principais métodos para avaliar as condições
ergonômicas do ambiente de trabalho, classificando-os em: qualitativos, semi-
quantitativos e quantitativos.
A última seção que discute sobre riscos ergonômicos apresenta os benefícios
da ginástica laboral, explicando porque ela é considerada um método
preventivo para todo tipo de risco ergonômico.
O núcleo conceitual seguinte define o conceito de riscos biológicos
apresentando, ao mesmo tempo, o conceito de níveis de biossegurança, ou
seja, o protocolo para a definição das principais medidas preventivas a estes
riscos.
O último núcleo conceitual apresenta medidas preventivas adicionais a aquelas
definidas pelos níveis de biossegurança. São medidas de caráter
organizacional que contribuem para aprofundar a segurança quando se lida
com agentes biológicos. Salienta-se que, boa parte dessas medidas, também
pode contribuir para a prevenção de riscos de outra classe, que não apenas os
biológicos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Soares, M. M., Diniz, R. L., Proteção contra riscos ergonômicos. In: Ubirajara
Aluizio de Oliveira Mattos e Francisco Soares Másculo (Orgs). Higiene e
Segurança do Trabalho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 325-356.
Teixeira, P., Coutinho, R., Proteção contra riscos biológicos. In: Ubirajara
Aluizio de Oliveira Mattos e Francisco Soares Másculo (Orgs). Higiene e
Segurança do Trabalho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 301-323.
Lida, I., Ergonomia- Projeto e Produção. São Paulo: Blucher, 2005. 2ª Edição,
169-172.