GE - A Construção Dos Processos de Leitura, Escrita e Do Raciocínio Lógico - 02
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UNIDADE II
Para início de conversa
Olá, caro (a) aluno (a), fico feliz em estarmos juntos nesta segunda unidade.
No guia de estudo da primeira unidade foi visto aspectos sobre a linguagem e a cognição. Foi apresenta-
do teóricos como Vygotsky, Piaget e Vergnaud, bem como esses entendem o processo de aprendizagem.
Tratei também sobre estudos de linguagem do ponto de vista da área de Educação, foi debatido a questão
do porque se ensina a língua para aqueles que já sabem falar.
O texto deu seguimento a tratar sobre as dificuldades de escrita e leitura, e em que períodos essas dificul-
dades ficam mais evidentes nas crianças. Me preocupei em sinalizar como está a situação do processo
de escrita e leitura no Brasil e a importância da Psicopedagogia no auxílio as crianças com dificuldades
de aprendizagens. Foi visto que podemos dividir os problemas de aprendizagem em três: dificuldades de
aprendizagens, distúrbios de aprendizagens e transtorno de aprendizagens. Apresentei alguns transtor-
nos que atrapalham as crianças no processo de aprendizagem.
Na unidade dois, debruçarei especificamente sobre os transtornos que atrapalham o processo de aprendi-
zagem e afeta a linguagem, como dislexia. Outros transtornos também serão abordados, será apontado
como eles se manifestam e como professores devem lhe dar com esses transtornos em sala de aula.
Tentarei te aproximar da realidade da sala de aula. Na unidade dois também será trabalhada elementos
da comunicação, destacaremos sobre o papel da Psicolinguística e comentarei sobre aspectos das ava-
liações Psicolinguística.
Psicolinguística
A psicolinguística se encarrega dos estudos das relações entre a mente e a linguagem. Essa área de
estudo foca em ilustrar a parte do cérebro que é responsável pelo uso da linguagem e os processos
cognitivos para usar a linguagem. Esse estudo engloba qualquer uso da linguagem seja oral, gestual ou
escrita. Como você leu na unidade I, o processo de aquisição da linguagem depende do desenvolvimento
biológico, depende de uma parte que é inerente ao cérebro, a cognição.
Caro (a) aluno (a), o processo de aquisição da linguagem também depende de outra parte que é a relação
entre as pessoas. Sem esses dois componentes seria impossível uma criança iniciar seu processo de
aprendizagem da linguagem. Você notou também, comentei de forma breve, que os bebês estabelecem
comunicação com seus pares sem ao menos ter iniciado o processo de aprendizagem da linguagem.
Porém, é a partir da apropriação da linguagem que a criança irá iniciar a comunicação de fato, ou seja,
através de mensagens que podem ser compreendidas por qualquer pessoa. Como mostra no livro texto
na página 29, é na fase ainda bebê que surgem os primeiros elementos para a comunicação.
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??? Você sabia?
Você sabia que a linguística estabelece diferenças significativas entre a fala e escrita? Pois é por muito
tempo estudiosos da área de linguística acreditavam que a escrita era a representação da fala. Obvia-
mente, que tanto a fala quanto a escrita existem a presença da linguagem, porém de maneira distinta, a
escrita exige um maior esforço para quem escreve. Não que a fala seja simples de organizar e externali-
zar, mas com certeza, dentro das regras e normas, a linguagem escrita é mais complexa, pois para que a
comunicação seja feita de forma precisa, o texto deve ser bem escrito.
Sabemos que a escrita atravessou o tempo, mesmo como a presença das novas tecnologias, ela é uma
das maiores formas de expressão humana. Escrever é um exercício de liberdade do pensamento, mesmo
que o leitor crie os seus sentidos muitas vezes, quem ler tem a liberdade de realizar inferências.
Palavras do Professor
Em se tratando das novas tecnologias, muitos jovens se perguntam: para que tenho que aprender as nor-
mas e gregas de escrita se hoje utilizamos computadores? Eu lanço as perguntas: é possível realizarmos
atividades no dia a dia sem a presença da escrita? É possível a prender a escrever e a ler apenas com os
recursos das novas tecnologias?
Meu caro (a), antes de tentar responder essas perguntas, gostaria de deixar mais claro o conceito de tec-
nologia e novas tecnologias. Tecnologia é tudo aquilo que foi inventado pelos seres humanos, a exemplo,
a própria linguagem é uma tecnologia. Pois foi através da linguagem que proporcionou suporte para a
interação social e formação de novos conhecimentos. Em contrapartidas as novas tecnologias podem ser
as tecnologias novas de comunicação, por meio de sistemas de computadores e que proporciona maior
rapidez na comunicação. Entenda que as diferentes tecnologias causam mudanças na cultura.
Ainda sobre a escrita, ela é um processo que ocorre por meio da linguagem e para quem ler que usa o
pensamento nesse processo, pode usar diferentes interpretações, mas para que isso ocorra precisa-se de
um leitor. O saber escrever mesmo com a presenças das novas tecnologias parecem ir na contramão. A
escrita é de grande importância principalmente para as mais distintas profissões. Muitas das profissões
arquivaram seus experimentos de forma escrita e essas tiveram grande contribuição para novos conheci-
mentos. Deve-se lembrar também que a escrita aparece em diferentes situações simples do dia a dia, por
exemplo, em uma lista de compras.
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Palavras do Professor
Voltando a pergunta que lancei, é possível realizarmos atividades no dia a dia sem a presença da escrita?
É possível a prender a escrever e a ler apenas com os recursos das novas tecnologias?
Essas duas perguntas causam grande inquietude aos professores de ensino na língua Portuguesa, pois
parece que eles são os grandes responsáveis de desembaralhar a cabeça dos alunos quantos as dúvidas
da importância da escrita.
Cabe ao professor de linguagem proporcionar a ressignificação da escrita. Muitas vezes os discursos dos
professores estão no ensino técnico, de preparar um aluno para avaliações futuras, preparar para o mer-
cado de trabalho e etc. muitas vezes esses argumentos são vagos e não fazem sentidos para quem inicia
o processo de leitura e escrita. É preciso colocar a criança que aprende a escrever como um sujeito autor
de seus próprios pensamentos, que possa fazer a relação de suas experiências e mostrá-las a outros.
Creio que pensar na lista de compras já responde a primeira pergunta que trouxe. Sobre a segunda inda-
gação, possa ser que futuramente sim, mas a escrita tem grande importância, pois como ele é um meio
de comunicação do sujeito para o mundo, ela precisa existir, se a aprendizagem vai ser como os recursos
das novas tecnologias ou não, isso não importa. Porém pesquisas apontam que aprendizagem que são
realizadas com lápis e papel os alunos se desenvolvem muito mais do que as que são realizadas por meios
de computadores.
A aprendizagem da escrita contribui para o desenvolvimento do raciocínio lógico. Como sendo um proces-
so inicial de sistema de codificação e decodificação, o processo de ensino da escrita ainda se dará sem a
presença das novas tecnologias, pois como se sabe, seu ensino se inicia nos primeiros anos de vida das
crianças. Gostaria de esclarecer que sou a favor da inclusão das novas tecnologias nesse processo, mas
nenhuma substituirá a outra.
Caro (a) aluno (a), alguns desses discursos, sobre o ensino da língua, você pode entrar na biblioteca virtual
na categoria de Pedagogia e ler o livro Ensino de língua portuguesa. Esta obra, escrita por professores
pesquisadores da área de Metodologia de Ensino de Língua Portuguesa da USP, analisa os desafios que a
atualidade impõe ao ato de ensinar a língua portuguesa. O livro apresenta diversos modelos de atividades
e utiliza exemplos reais do cotidiano dos autores, ajudando o professor a organizar sua prática diária. O
ensino da leitura e da escrita é privilegiado no texto, que aborda também questões como o ensino da
gramática normativa e a parceria a ser feita com o aluno que tem como base a língua oral e lida com pro-
gramas de relacionamento. Lembre-se que a leitura desse livro não é obrigatória, mas indico para você,
pois garante uma melhor compreensão sobre os desafios do ensino da escrita na atualidade.
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Breve comentário sobre a história da psicolinguística
Anteriormente, a disciplina psicolinguística havia dois caminhos quanto a essa área de investigação. Uma
era da Psicologia para a Linguística e a outra era da Linguística para a Psicologia. Provavelmente o termo
Psicolinguística surgiu da relação entre a Psicologia e Linguística. Esse estudo era chamado inicialmente
de Psicologia da linguagem, se preocupava com o pensamento e a linguagem. Inicialmente os estudos da
Psicolinguística se dedicava a pensar que a comunicação na perspectiva comportamentalista. Foi em 1950
que seu enforque comportamentalista foi desafiado e a Psicolinguística teve novos rumos.
Foram os cognitivistas, teóricos que eram opostos ao behaviorismo (comportamentalistas), que ganha-
ram força na abordagem da psicolinguística, pois acreditam, ao contrário dos comportamentalistas, para
esses, o que as pessoas pensam é que altera o seu comportamento e não o contrário. Nesse sentido, a
linguagem não é um comportamento.
Avaliação psicolinguística
Caro (a) estudante, pose-se afirmar que pouca são as literaturas que tratam sobre o nível de leitura e
linguagem oral das crianças brasileiras. A avaliação da linguagem oral busca avaliar o desenvolvimento
da linguagem oral.
Em seu livro texto foi destacado alguns aspectos a serem considerados em uma avaliação da linguagem
oral, como entrevista familiar, etapa pré-verbal, fonética e da fonologia, morfologia, sintaxe, semântica e
comunicação. No entanto, essas avaliações propostas devem ser utilizadas com critérios, considerando a
idade das crianças, pois em alguns casos os testes são direcionados a crianças entre 4 a 9 anos. No caso
de aplicação de teste, será direcionado para crianças que demostram dificuldades escolares.
Letramento e alfabetização
Com o passar do tempo o conceito de alfabetização mudou. Até a década de 40 as pessoas que sabiam
ler e escrever eram consideradas alfabetizadas. Nos anos 50 muitas coisas mudaram sobre esse assunto,
inclusive passou-se a considerar as pessoas que eram alfabetizadas aquelas que conseguiam ler e escre-
ver recados, por exemplo. Nessa mudança inclui não mais apenas a leitura como na década de 40, mas a
escrita como parte da alfabetização.
Nos anos 90 um conceito surge, conceito chamado “analfabeto funcional”. Que aponta que muitas pes-
soas que são consideradas alfabetizadas são incapazes de interpretar o que se está lendo, assim essas
pessoas são definidas como “analfabeto funcional”.
Como apontado no guia de estudo da unidade I, desde os anos 80 muitas pesquisas se debruçaram em
debater a situação de analfabetismo no Brasil. Pesquisas que apontaram que muitas crianças concluíam
sua escolarização, mas não estavam alfabetizadas. A partir das sugestões da Organização das Nações
Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, o instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que di-
vulgou os índices de analfabetos funcionais. A partir do conhecimento desses dados muitas críticas foram
feitas, inclusive ao sistema público de ensino.
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Depois desses dados divulgados pelo IBGE houve sérios debates e um novo conceito aparece para re-
presentar um novo significado de alfabetização, o letramento. Segundo o dicionário Priberam da língua
Portuguesa (https://www.priberam.pt/DLPO/), letramento significa a capacidade de ler e escrever ou a
capacidade de interpretar o que se escreve.
Ainda sobre alfabetização e letramento considero que letramento quer dizer um algo a mais, mas letra-
mento não substitui a alfabetização. Outros autores defendem a utilização apenas do termo alfabetização.
Um desses autores é Emília Ferreiro que defende a utilização do termo alfabetização como um processo
que incorpora todo o processo de ensino e aprendizagem da língua. Emília Ferreiro é pedagoga, psicó-
loga, é ligada a pesquisa sobre alfabetização, atualmente exerce a profissão de professora na cidade do
México. Na minha perspectiva o letramento tem uma relação direta com o ensinar a ler fazendo com que
o sujeito que aprende interprete e faça conjecturas.
Com esses dois termos circulando a área de ensino, a forma de ensinar também mudou. Anteriormente
ao conceito existente de letramento, era apenas o conceito da alfabetização, era o que baseava a forma
de ensinar a ler e escrever, essa forma de ensinar se dava através de métodos silábicos e fônicos, depois
dessa apropriação em codificar e decodificar se apresentava o trabalho com leituras. Com o surgimento
do conceito de letramento, indicou-se que as atividades de sala de aula passassem a ser organizadas por
vivência de práticas de leituras. Muitos professores de Linguagem trabalham atualmente em suas salas
de aulas através de diferentes gêneros textuais com o intuito de ensinar a escrita e a leitura, ou seja,
através do letramento. Porém cabe ao professor e a instituição de ensino decidir que métodos de ensino
se usará em sala de aula para os alunos.
Transtorno de aprendizagem
Caro (a) estudante, no livro texto, os autores estão considerando o termo distúrbio como disfunção do sis-
tema nervoso, considerarei aqui no guia o termo como transtorno, pois é o termo usado pela classificação
manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM IV). Como comentado na unidade I do guia
de estudo, existem três maneiras de se expressar sobre as dificuldades de aprendizagem: dificuldades de
aprendizagens, distúrbios de aprendizagens e transtorno de aprendizagens.
Você sabia que a dificuldade de aprendizagem está ligada a algo mais relacionado a atrasos no processo
de aprender? Pois é, esta dificuldade pode estar ligada a fatores diversos, como interação com o meio,
problemas com a metodologia aplicada em sala de aula e outros. Neste caso o problema não necessaria-
mente está centrado no aluno, pode haver outros fatores externo que atrapalhe o aluno no seu processo
de aprender.
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O distúrbio de aprendizagem está ligado a alteração especifica do sujeito, a patologias. O transtorno
de aprendizagens é o termo usado em literatura especifica para classificar problemas de saúde que
afeta o processo de aprendizagem. A palavra transtorno substitui a palavra doença. É uma literatura
especializada segundo a classificação internacional de doenças (CID). Segundo o manual de diagnóstico e
estatística de transtornos mentais, os transtornos de aprendizagem são: transtorno da leitura, transtorno
da Matemática, transtorno da expressão e escrita e transtorno da aprendizagem sem outra especificação.
Em geral, após o final do primeiro ano de vida espera-se que a criança inicie as suas primeiras falas, e
isso é o que normalmente acontece, porém quando a criança com um pouco mais de um ano e meio já
apresenta a ausência da fala, já pode-se considerar com problemas da área de linguística. É considerado
como problemas de linguagem aquelas dificuldades que envolve tanto a escrita, quanto a fala e leitura.
No livro texto, os problemas de linguagem estão organizados em duas categorias. São os Distúrbios
de saída e Distúrbio de entrada, evidentemente que o texto está se referindo os distúrbios de entradas
aqueles que são responsáveis de “entrada” do processo de aprendizagem como exemplo, a percepção e
capacidade visual, auditiva, memória, posição (confusão entre “p” e “b”) da letras e figuras. Em relação
aos distúrbios de saída está ligada a coordenação motora grossa e fina.
Continuarei a usar o termo transtornos, pois seria o termo mais delicado para substituição da palavra
doença. Abaixo estarão presentes alguns dos transtornos que atrapalham a aprendizagem da linguagem.
Pergunto agora, como está o seu entendimento? Tem alguma dúvida até agora? Lembre-se que seu tutor
estará a sua disposição quando você precisar.
Vamos em frente!
Sindrome de Rett
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B) Início de todas as seguintes características após o período de desenvolvimento normal:
Fonte: DMS – IV
Síndrome de Asperger
A) Prejuízo qualitativo na interação social, manifestado por pelo menos dois dos seguintes
quesitos:
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B) Padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e ativida-
des, manifestados por pelo menos um dos seguintes quesitos:
D) Não existe um atraso geral clinicamente significativo na linguagem (por ex., palavras
isoladas são usadas aos 2 anos, frases comunicativas são usadas aos 3 anos).
Fonte: DMS – IV
Espectro Autista
Espectro Autista tem características de um comportamento anormal, fica mais evidente após os três anos
de idade. É um transtorno global do desenvolvimento. De forma geral se caracteriza por um comportamen-
to limitado, alteração na fala, alteração na comunicação. Dificuldades de manter um diálogo, resistência
a mudanças de rotina, movimentos repetitivos, interesses repetitivos e etc. Existem outras características
da Espectro Autista, mas neste texto não serão apresentadas todas. O diagnóstico inicial se dá pela fala.
Segue abaixo alguns critérios de diagnóstico para o transtorno autista.
A) Um total de seis (ou mais) itens de (1), (2) e (3), com pelo menos dois de (1), um de (2) e
um de (3):
1. prejuízo qualitativo na interação social, manifestado por pelo menos dois dos seguintes
aspectos:
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b) Fracasso em desenvolver relacionamentos com seus pares apropriados ao nível de
desenvolvimento.
c) Falta de tentativa espontânea de compartilhar prazer, interesses ou realizações com
outras pessoas (por ex., não mostrar, trazer ou apontar objetos de interesse).
d) Falta de reciprocidade social ou emocional.
B) Atrasos ou funcionamento anormal em pelo menos uma das seguintes áreas, com início
antes dos 3 anos de idade:
1. Interação social
2. Linguagem para fins de comunicação social
3. Jogos imaginativos ou simbólicos.
Fonte: DMS – IV
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Existem algumas maneiras de se conviver com o autista na escola. A criança com autismo as vezes de-
mostra não querer falar durante algum tempo, esse tempo deve ser respeitado, mas não deve isolar a
criança. Pode-se usar também outros meios de comunicação para estabelecer com a criança, símbolos e
objetos é uma boa opção. A criança autista costuma levantar-se da cadeira e usar palavras indelicadas,
as outras crianças na sala de aula não entende as atitudes do autista, então com firmeza diga a criança
que possui o transtorno que a sua atitude não agrada aos colegas.
As instruções de longa duração e verbais não são bem-vindas, o ideal é apresentá-las de forma escrita
e pausada. As crianças com autismo aprendem a ler mais rapidamente se o trabalho for realizado com
métodos de memorização de palavras.
Caro (a) aluno (a), existem várias hipóteses quanto as causas do transtorno do Déficit de atenção e hi-
peratividades, sabe-se que é uma síndrome neurológica, porém acredita-se que problemas no parto ou
durante a gravidez, ingestão de bebidas alcoólicas podem acarretar o transtorno na criança. A pessoas
com TDAH pode também apresentar uma comorbidade, ou apenas impulsividade ou hiperatividade.
O diagnóstico de TDAH é realizado a partir dos sete anos de idade, período que estão entrando no Ensino
fundamental, é quando as dificuldades irão ficando mais evidentes. O professor que ensina a essas crian-
ças deve priorizar atividades com duração pequena, atividades lúdicas e atividades que principalmente
trabalhem o corpo.
Disartria
Disartria é um transtorno da fala por não funcionamento normal do cérebro. Geralmente esse transtorno
é causado por lesão, como traumatismo craniano e por outros tipos de lesões. A disartria se caracteriza
na dificuldade de articular palavras. Em sala de aula deve-se explorar atividades lúdicas e com música.
Dislalia
Dislalia está ligado a problemas que envolve o músculo próximo aos dentes e problemas no processa-
mento linguístico. Apresenta dificuldades em pronunciar as palavras. Essa doença pode estar ligada a
problemas de inflamações no ouvido ou baixa audição, hereditariedade ou problemas emocionais. Duran-
te o processo de aquisição da leitura e escrita a crianças pode ou não apresentar problemas na escrita.
Dislexia
Dislexia é um distúrbio que pode comprometer a leitura, a fala, a escrita e a escuta. Foi identificado que
é causado acometimento do cérebro, no lado esquerdo. A leitura é o processamento mais difícil para a
pessoa com dislexia, porém pode ser percebido no primeiro ano de vida, período em que a criança inicia
a fala, um certo atraso.
No período escolar fica mais evidente os sinais da dislexia, pois a criança tem dificuldades de armaze-
namento de informações, como o nome dos números e o nome das letras, bem como a identificação das
letras. Os disléxicos também podem a presentar a letra ilegível. Em geral, costumam confundir as letras
quanto ao desenho de cada uma, exemplo: p, b, d. A dislexia provém de hereditariedade.
Palavras do Professor
Agora, citarei alguns dos sintomas de dislexia: pouca atenção, dificuldades de aprendizagem de música,
desenvolvimento da coordenação motora fina e grossa é fraco, dificuldades de brincar com quebra-cabe-
ça, apresenta desorganização quanto aos materiais escolares, dificuldade de direção (esquerda e direita),
dificuldades com leituras do tipo: mapas, memória curta, lentidão da aquisição da leitura e escrita.
Porém sabe-se que nem todas pessoas com dislexia pode a presentar as características apontadas aqui,
pois também há outros sintomas que não foi colocado aqui, mas findam por se tornar como algo de uma
pessoa com dislexia. Como por exemplo, o pouco domínio da ortografia.
Gostaria de frisar que a dislexia é um dos distúrbios mais difíceis de ser diagnosticado. A dislexia pode ser
confundida com o Transtornos do Déficit de Atenção (TDA), por isso precisa-se de muito cuidado quando
o diagnóstico, deve-se procurar profissionais competentes. Em geral, de uma junta médica, equipe de
diferentes áreas, como fonoaudiólogos, pedagogos, psicólogos, oftalmologistas, neuropediatras, psico-
pedagogos, para contribuir com o diagnóstico. Com dito na unidade I, muitas vezes a criança não tem um
diagnóstico, pois os distúrbios podem se manifestar de maneiras diferentes em cada caso.
Disortografia
A Disortografia como todos apresentados anteriormente se caracteriza como uma dificuldade de aprendi-
zagem da linguagem. Uma pessoa com disortografia possui dificuldades quanto a escrita e em consequên-
cia dificuldades na organização e estruturação de frases. Apresenta bastantes erros ortográficos mesmo
tendo aprendido a escrita. Os dislexos possuem a disortografia. A disortografia pode em muitos casos
haver grande avanço se for executado o tratamento adequado.
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Disgrafia
O que mais caracteriza a Disgrafia é a letra que não se apresenta de forma clara, os professores de lin-
guagem podem considerar o aluno como Disgrafia como um aluno descuidado com a escrita. Porém um
aluno que apresenta uma letra fora do padrão de clareza não apresenta dificuldades relacionada a apren-
dizagem. Algumas das características de disgrafia são: deformação das letras, separação ou ligação de
palavras de forma inadequada, letra espelhada, escrita lenta, letras amontoadas, espaços irregulares no
caderno e outros. Em geral um aluno com disgrafia precisa-se ser reconhecido e estimulado. As correções
dos seus materiais devem ser cuidadosas, pois a criança teve muito esforço para escrever, então apagar
tudo para que refaça não é a melhor opção. Tem que aproveitar o que foi feito pela criança o máximo
possível.
Algumas lesões no cérebro podem provocar perda da fala e/ou dificuldades para falar. No livro texto, foi
apresentado três tipos de afasia na qual os autores consideraram mais importantes, porém existem ou-
tros tipos de afasia na qual considero importante apresentar para você. As três que já foram anunciadas
no livro texto, irei apenas fazer breves comentários.
A Afasia de maneira geral é causada por uma lesão no sistema nervoso central, acarretando a perda da
linguagem. Desde uma inflamação no ouvido, acidente vascular cerebral, traumatismo craniano, tumores,
meningites e outras doenças podem gerar a afasia. Existem oito tipos de afasia, são elas: Afasia de Broca,
Afasia de Wernicke, Afasia de Condução, Afasia Nominal, Afasia Transcortical, Afasia Global, Afasia de
Desenvolvimento e Afasia Anatômica.
a) Afasia de Broca
Assim como apresentada no livro texto, a afasia não altera a compressão. A Afasia de Broca se caracte-
riza por uma enorme dificuldade de falar. A escrita pode ficar com deficiências.
b) Afasia de Wernicke
A Afasia de Wernicke é um pouco contrária da Afasia de Broca, nessa a fala é fluente, porém a compres-
são da linguagem que é comprometida. O difícil tratamento quanto Afasia de Wernicke é que a pessoa
não percebe sua dificuldade, nesse sentido não há a procura de melhoras.
c) Afasia de Condução
A Afasia de condução se parece com a Afasia de Wernicke, porém o que diferencia é que a compreensão
é bem menos afetada. A fala também é fluente.
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d) Afasia Nominal
A pessoa com Afasia Nominal, como a próprio nome da dificuldade já sugere, a pessoas tem dificuldade
de dar nome aos objetos. A compreensão e expressão são fluentes. Das oitos Afasia existentes a Afasia
Nominal é a mais discreta, no sentido de ficar menos parente a dificuldade do sujeito.
e) Afasia Transcortical
Diferentemente da Afasia de Broca e de Wernicke, essa afasia se caracteriza pela capacidade de repe-
tição da linguagem. Em geral, a pessoa costuma repetir palavras, principalmente as ditas por última que
ouviu, isso é chamado de ecolalia. A ecolalia é que vai apontar a Afasia Transcordial.
f) Afasia Global
Considero essa a Afasia mais grave, pois gera a perda de toda a capacidade da linguagem, desde a fala
a compreensão. A leitura e escrita também são afetadas. Uma das causas da Afasia global é um infarto,
pois o infarto pode causar uma grande lesão no cérebro e desta forma a recuperação é muito difícil.
g) Afasia de Desenvolvimento
A Afasia do Desenvolvimento atinge criança que estão no seu período de desenvolvimento da linguagem.
As crianças não aprendem a língua ou ao longo do desenvolvimento vão apresentando bastantes proble-
mas. Precisa-se de um trabalho extenso com Fonoaudiologia.
h) Afasia Anatômica
A Afasia Anatômica se caracteriza em a pessoa não consegue dar nomes. Neste caso a pessoa com essa
dificuldade substitui as palavras quando não encontrada pela expressão “coisa”.
Palavras do Professor
Caro (a) aluno (a), como visto acima existem muitos transtornos que atrapalham a aprendizagem e que
atingem especificamente a linguagem. Na maioria das vezes alunos que apresentam determinados trans-
tornos eles devem ser tratados em ações de inclusão, principalmente na escola. Não adotando métodos
tradicionais e padronizados de avaliação. O aluno deve ter a chance de debater sobre suas dificuldades e
participar dos debates que possam proporcionar melhores adaptações escolares para ele. Por exemplo,
no caso de crianças com dislexia, as avaliações devem ser realizadas de forma oral e de preferência que
essas avaliações sejam audiogravadas, para que fique registrado como prova.
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Para Resumir
A unidade II se encerra por aqui, nessa unidade foi discutido como a Psicolinguística se iniciou quanto a
sua composição como disciplina, como a psicolinguística se encarrega dos estudos das relações entre a
mente e a linguagem, sua relação com avaliação oral e em qual idade é o ideal realizar avaliação oral.
Foi discutido qual a diferença entre alfabetização e letramento. Neste guia de estudo considerei o termo
transtorno como sendo o termo ideal para tratar de alguns problemas de aprendizagem, pois é o termo
usado pela classificação manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Ainda foi discutido al-
guns dos transtornos que atrapalham a aprendizagem da linguagem como a Síndrome de Rett, Síndrome
de Asperger, Espectro Autista, Transtornos do Déficit de Atenção e hiperatividade (TDA/TDAH), Disartria,
Dislalia, Dislexia, Disortografia, Disgrafia. Também tratai das lesões cerebrais que afetam a linguagem
como: Afasia de Broca, Afasia de Wernicke, Afasia de Condução, Afasia Nominal, Afasia Transcortical,
Afasia Global, Afasia de Desenvolvimento e Afasia Anatômica. Teci alguns comentários quanto a impor-
tância do diagnóstico, como diagnosticar, o que caracteriza cada transtorno e como o professor deve fazer
para ajudar ao aluno a superar as dificuldades.
Caro (a) aluno (a), lembre-se de realizar a leitura completa do livro-texto e esse material de guia de estu-
do. Essas duas leituras lhe darão suporte para a realização das atividades que você terá que realizar no
ambiente virtual de aprendizagem.
Fico feliz por estarmos juntos, por mais uma unidade concluída.
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