Apostilaproctecnalim 2015
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RECIFE- 2015
SUMÁRIO
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1.1. INTRODUÇÃO
A produção e conservação de alimentos são processos que vêm sendo desenvolvidos pelo
homem desde épocas remotas, porém essa atividade vem se propagando de forma muito
lenta. Isto pode ser explicado pelo pouco conhecimento que se tinha dos princípios básicos
para o desenvolvimento dessa tecnologia. Mesmo com algumas modificações, os princípios
básicos da tecnologia aplicada na conservação dos alimentos pelos antepassados ainda
continuam sendo aplicados nas modernas fábricas de processamento e conservação como a
secagem, a defumação, a salga, a fermentação, o congelamento etc. A tecnologia de alimento
é o elo entre a produção e o consumo.
1.15. REFERÊNCIAS
Guia de Alimentos e Vigilância Sanitária. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Cartilha.
Disponível na web. Acesso em 13/02/2013.
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2.1. INTRODUÇÃO
O dinamismo dos dias atuais, a inserção da mulher no mercado de trabalho, a
necessidade por refeições rápidas e a opção por refeições mais baratas promoveram nos
centros urbanos o surgimento de uma grande quantidade de bares, quiosques, barracas e
restaurantes voltados para a venda de alimentos rápidos (fast food). Porém, com o avanço
tecnológico, fortalecimento e conscientização dos direitos do consumidor, publicação de textos
legais voltados para a segurança alimentar, desenvolvimento de novas áreas do conhecimento,
preocupações com qualidade e criação de organismos nacionais e internacionais vocacionados
para segurança alimentar, as demandas e exigências por alimentos seguros cresceram
exponencialmente. Desta forma, uma parcela da população evita refeições rápidas por não
sentirem segurança quanto à higiene dos alimentos vendidos nas ruas. Em outras palavras, tal
parcela da população não se contenta em simplesmente alimentar-se, mas sim, alimentar-se
com segurança e qualidade. Nem todos os estabelecimentos que trabalham com produção,
preparação, armazenamento, distribuição e comercialização de alimentos estão prontos e
adaptados para suprir tais exigências e demandas mencionadas. Além disto, a ANVISA exige,
alvará sanitário ou licença de funcionamento, controle de saúde e higiene dos funcionários,
segurança e higiene das instalações, implementação de Boas Práticas de Fabricação e
controle sanitário, entre outros, dos estabelecimentos que comercializam, produzem e vendem
alimentos.
Assim, a produção, preparação, distribuição, armazenamento e comercialização de
alimentos, com segurança, são atividades que exigem cuidados especiais com o ambiente de
trabalho, com equipamentos e utensílios, com os alimentos propriamente ditos, com os
manipuladores de alimentos, com as instalações sanitárias e com o controle de pragas, entre
outros.
Lei nº 6437, de 20 de agosto de 1977 (Presidência da República). Configura infrações à legislação sanitária federal,
estabelece as sanções respectivas, e dá outras providências.
Lei nº 8078, de 11 de setembro de 1990 (Presidência da República). Dispõe sobre o Código de Defesa do Consumidor
e dá outras previdências.
Portaria nº 1428, de 26 de novembro de 1993 (Ministério da Saúde). Aprova o Regulamento Técnico para a inspeção
sanitária de alimentos, as diretrizes para o estabelecimento de Boas Práticas de Produção e de Prestação de Serviços
na Área de Alimentos e o Regulamento Técnico para o estabelecimento de padrão de identidade e qualidade para
serviços e produtos na área de alimentos.
Portaria nº 24, de 29 de dezembro de 1994 (Ministério do Trabalho). Esta Norma Regulamentadora NR 07, estabelece
a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam
trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PCMSO, com o objetivo de
promoção e preservação da saúde do conjunto de seus trabalhadores.
Portaria nº. 326, de 30 de julho de 1997. Estabelece regulamento técnico condições higiênico-sanitárias e de boas
práticas de fabricação para estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos. (MS). Âmbito federal.
Portaria 368, de 04 de setembro de 1997. Aprova o Regulamento Técnico sobre as condições Higiênico-Sanitárias e
de Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Elaboradores/Industrializadores de Alimentos (MAPA). Âmbito
federal.
Portaria nº 46, de 10 de fevereiro 1998. Institui o Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle APPCC,
a ser implantado gradativamente nas indústrias de produtos de origem animal sob o regime do Serviço de Inspeção
Federal- SIF, de acordo com o Manual Genérico de Procedimentos, anexo a esta Portaria. (MAPA). Âmbito federal.
Portaria CVS-06, de 10 de março de 1999. Parâmetros e critérios para o controle higiênico sanitário em
estabelecimentos de alimentos.
Portaria CVS-09, de 16 de novembro de 2000 (ANVISA). Norma técnica para empresas prestadoras de serviço em
controle de vetores e pragas urbanas e as boas práticas operacionais para o controle de vetores e pragas urbanas.
Portaria nº 1469, de 29 de dezembro de 2000 (Ministérios da Saúde). Potabilidade de água para consumo humano.
Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para
consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências.
Portaria nº 789, de 24 de agosto de 2001 (Ministério da Justiça). Regula a comunicação, no âmbito do Departamento
de Proteção e Defesa do Consumidor DPDC, relativa à periculosidade de produtos e serviços já introduzidos no
mercado de consumo, prevista no artigo 10, § 1º da Lei 8078/90. Esta Portaria prevê que sejam estabelecidos
procedimentos e responsabilidades relativos ao Programa de Recolhimento de Produtos Recall.
Portaria nº 518, de 25 de março de 2004 (Ministério da Saúde). Aprova a Norma de Qualidade da Água para Consumo
Humano, de uso obrigatório em todo o território nacional.
Resolução RDC nº 18, de 29 de fevereiro de 2000 (ANVISA). Dispõe sobre Normas Gerais para funcionamento de
Empresas Especializadas na prestação de serviços de controle de vetores e pragas urbanas.
Resolução RDC nº 12, de 2 de janeiro de 2001 (ANVISA). Aprova o Regulamento Técnico sobre padrões
microbiológicos para alimentos.
Resolução RDC nº 91, de 11 de maio de 2001 (ANVISA). Aprova o Regulamento Técnico Critérios Gerais e
Classificação de Materiais para Embalagens e Equipamentos em Contato com Alimentos constante do Anexo desta
Resolução.
Resolução RDC nº 275 de 21 de outubro de 2002. Dispõe sobre o regulamento técnico de procedimentos
operacionais padronizados aos estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos e a lista de verificação das
boas práticas de fabricação em estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos.
Portaria no 2.914, de 12 de dezembro de 2011 Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade
da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. (MS). Âmbito Federal
2.9. REFERÊNCIAS
SEBRAE. Vigilância Sanitária As exigências para estabelecimentos que manipulam alimentos. Série Saiba Mais.
Disponível em <http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/BC2.pdf>. Acesso em 12/02/2013.
SOUZA, Luis Henrique Lenke de. A manipulação inadequada dos alimentos: fator de contaminação. Disponível
em <http://www.aedb.br/seget/artigos05/42_artigo%20seget.pdf>. Acesso em 12/02/2013.
FALLEIROS, Ana Elisa de Souza; MIOTTO, Claudio L. Implantação do Programa Alimento Seguro: o Caso do
Serviço de Nutrição e Dietética do Hospital de Clinicas de Uberlândia. S/d. Disponível em <
http://www.ead.fea.usp.br/semead/9semead/resultado_semead/trabalhosPDF/449.pdf>. Acesso em 15/02/2013.
2. A tecnologia de alimentos é uma ciência apaixonante, pois consegue integrar várias áreas
do conhecimento, fatores impulsionadores, operações unitárias e fases de processamento.
Admita uma produção alimentícia de seu domínio e ilustre, pelo menos, dois itens envolvidos
de cada idéia levantada na citação anterior. Explique detalhado.
3. A segurança alimentar é uma área estratégica de um país. Dela dependem muitos padrões e
elementos impulsionadores de tecnologia e bem estar. Comente sobre os termos: APPCC,
BPF&C, POPs e NORMAS, aplicados a esta segurança. Tente ilustrar numa situação cotidiana
ou industrial.
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3.1. INTRODUÇÃO
A agroindústria brasileira atingiu nos últimos anos papel de destaque na economia do
Brasil. O dinamismo desse mercado se deve a fatores como aumento da safra agrícola, da
exportação e dos preços internacionais. Mas até chegar a esse momento, a agroindústria
percorreu um longo caminho no mercado do açúcar.
A tecnologia açucareira tem evoluído rapidamente nos últimos anos, exigindo
aperfeiçoamento nos métodos de análise e no controle industrial. Estas modificações embora
não pareçam relevantes, oferecem uma contribuição no sentido de padronizar as técnicas e
aumentar a confiabilidade dos resultados, permitindo uma melhor determinação da eficiência
dos processos. Assim, torna-se necessário uma revisão e atualização dos métodos de análises
e técnicas de controles operacionais, procurando-se adaptar às implantações das últimas
inovações ocorridas.
O presente capítulo pretende descrever rapidamente o processo produtivo do açúcar,
bem como as metodologias analíticas utilizadas para obtenção da qualidade e aumento da
produtividade desse insumo partindo-se da cana como matéria-prima.
3.2. CANA-DE-AÇÚCAR
A cana pertence à família das gramíneas e gênero Saccharum, sendo a espécie mais
comum a Saccharum officinarum. Além dessa espécie existem outras tais como a sinensis
(chinesa, japonesa), robustum (Nova Guiné), barben (indiana) etc. Atualmente é mais comum a
chamada cana híbrida ou cruzada resultante do cruzamento de diversas espécies e
denominada Saccharum spp.
A cana é formada por raízes, colmo e folhas. As raízes têm função de sustentação e de
absorção de água e nutrientes podendo atingir de 15 a 50 cm de comprimento. O colmo, caule
ou haste principal é cilíndrico, geralmente ereto e fibroso, constituído de nós e entrenós
(gomos). Sua cor pode ser amarela, verde, vermelha, roxa ou acinzentada (conforme a
variedade). Contém cerca de 90% de suco, do qual se pode extrair cerca de 10 a 20% de
açúcar. O colmo é a parte mais importante da cana, pois, a partir de uma unidade pode-se
formar uma touceira com um número variável de colmos (perfilhamento da cana). As folhas são
os órgãos responsáveis pela respiração, transpiração e elaboração de aminoácidos e açúcares
(fotossíntese).
No Brasil, o açúcar é produzido a partir da cana, enquanto na Europa é quase
totalmente fabricado a partir da beterraba. Hoje, a cana também é utilizada para produção de
álcool. Basicamente, a sacarose é o principal componente da cana-de-açúcar.
Composição Teor
Água 65 - 75
Açúcares 11 - 18
Fibras 8 - 14
Sólidos solúveis 12 - 23
Açúcares 75 a 93
Sacarose 70 a 91
Glicose 2a4
Frutose 2a4
Corantes 3a5
3.3. AÇÚCAR
O açúcar é um alimento doce, formado quase exclusivamente por sacarose (99,5% de
C12H22O11). Serve de base para a fabricação de uma infinidade de produtos; é um alimento de
grande valor energético, pois fornece ao homem cerca de 13% da energia necessária para a
sua existência.
Diversas fontes podem ser utilizadas para a extração do açúcar tais como: madeira,
batata, beterraba, cana-de-açúcar etc.
De acordo com processos produtivos podem-se distinguir basicamente dois tipos de
açúcar: o demerara ou mascavo e o cristal.
Açúcar cristal - obtido por fabricação direta nas usinas, a partir da cana-de-açúcar, na
forma cristalizada, após a clarificação do caldo da cana por tratamentos físico-químicos,
sulfitação, evaporação, cristalização, centrifugação e secagem. Deve ser armazenado sobre
estrados, longe de locais quentes, úmidos ou excessivamente iluminados (luz do sol), de
Açúcar - Produto final de uma usina de açúcar. Constituído por cristais de sacarose contendo ou não,
pequenas porções de mel que os envolvem. Pode ser denominado açúcar mascavo, demerara ou escuro
(quando os cristais estão envolvidos com mel) e refinado ou branco (quando os cristais estão isentos
dessa película).
AM (Abertura Média) - Tamanho médio dos cristais. Representa a abertura da peneira (em mm) que
retém 50% dos cristais.
Bagaço - É o material sólido ou fibroso proveniente da cana. É importante que seja o mais isento de
sacarose possível. Usado como combustível para caldeiras, como matéria-prima em papel e, quando
aditivado, pode ser usado como ração animal.
Bolores e Leveduras - Fungos amplamente distribuídos no ambiente e que podem ser encontrados
como parte normal da flora de produtos alimentícios.
Brix - Correspondem ao total de sólidos solúveis presentes em uma solução açucarada. Exemplo:
sacarose, frutose, glicose, sais inorgânicos e outras substâncias solúveis presentes no caldo.
Determinado por refratômetro (brix refratométrico) ou por aerômetro (brix aerométrico).
Caldo absoluto - Caldo obtido pela prensagem da cana e que não sofreu nenhuma água de diluição.
Inclui em sua composição, todos os sólidos solúveis e toda a água da cana além de corantes, proteínas,
microrganismos etc.
Caldo misto – É a solução obtida do caldo absoluto que sofreu diluição com água (embebição) para
aumentar a extração da sacarose presente na fibra da cana.
Caldo sulfitado – É a denominação do caldo misto que passou pelo processo de sulfitação
(descoramento com anidrido sulfuroso) e que é destinado à obtenção de açúcar branco.
Caldo clarificado – É a denominação do caldo misto que recebeu processo de clarificação (tratamento
químico e físico). O tratamento químico envolve adição de cal e fosfato enquanto o físico envolve
aquecimento, flasheamento e decantação.
Caldo filtrado – Denominação dada ao caldo proveniente do lodo e que passou pelo filtro rotativo. Este
caldo é retornado ao processo e o resíduo, denominado torta é usado como adubo ou fertilizante.
Cana - Matéria-prima cujo produto principal pode ser o açúcar ou o álcool e como co-produtos: mel final
ou melaço, óleo de fúsel e álcool de segunda.
Cor ICUMSA - Valor numérico da cor de uma solução açucarada, medido pelo método da International
Commision for Uniform Methods of Sugar Analysis.
Embebição – Processo de diluição usando água ou caldo aplicado ao bagaço durante o processo de
extração da sacarose com a finalidade de aumentar o rendimento.
Extração - Processo de separação da sacarose da fibra da cana. A forma analítica de quantificar essa
propriedade é feita pela porcentagem de pol extraída da cana.
Fator de segurança - Fator usado para julgamento da manutenção provável da qualidade do açúcar,
determinado pela fórmula: F.S. = %Umidade açúcar/ 100 - %pol açúcar
Fibra - Matéria seca, insolúvel em água, que faz parte da estrutura da cana. Representada quimicamente
quase exclusivamente por celulose.
Magma - Mistura de açúcar com o xarope, caldo clarificado, água ou mel, para ser usada como pé de
cozimento.
Massa cozida - Produto resultante da concentração do xarope ou mel, constituído de cristais de açúcar
envoltos no mel-mãe.
Mel - Licor-mãe, resultante da centrifugação de uma massa cozida. Pode receber denominações de mel
rico, mel pobre, dependendo da concentração e esgotamento do açúcar contido.
Mel final ou Melaço - Mel esgotado do qual não mais se extrai açúcar por razões técnico-econômicas.
Usado como matéria-prima de fermentação e ração animal.
Pol - Abreviatura do termo polarização. É a porcentagem em peso, de sacarose aparente contida em uma
solução açucarada.
Pureza - Porcentagem de sacarose real entre os sólidos totais (brix). Calculado pela fórmula:
Pureza = Pol/Brix .100 (sacarose real).
Refletância - Porcentagem de luz refletida por uma superfície de cristais, medida em fotômetro de
reflexão. É a expressão numérica da brancura do açúcar.
Xarope - Material concentrado com alto brix, obtido a partir do caldo clarificado ou sulfitado e proveniente
dos evaporadores.
CANA
CONDICIONAMENTO
ÁGUA DA MATÉRIA-PRIMA DEDRITOS
CALDO MISTO
LODO
ADITIVOS PURIFICAÇÃO/
CLARIFICAÇÃO FILTRAÇÃO
CALOR
XAROPE
COZIMENTO/
CALOR
CRISTALIZAÇÃO ÁGUA/VAPOR
CENTRIFUGAÇÃO
AÇÚCAR ÚMIDO
SECAGEM/
CONDICIONAMENTO
CALOR FINAL
AÇÚCAR COMERCIAL
MOAGEM/DIFUSÃO
Em escala industrial existem dois processos de extração: a moagem e a difusão. A
moagem é basicamente um exercício de separação de materiais. Num conceito simples, a
cana constitui-se em uma fração sólida, a fibra, e outra líquida, o caldo - que devem ser
separadas para a então produção do açúcar. A extração do caldo misto é obtida pelo processo
de esmagamento da cana, efetuada nos ternos da moenda. Para que o processo seja
economicamente viável, utilizam-se de 3 a 7 ternos trabalhando em série, formando, assim, o
conjunto de moendas ou tandem.
Um objetivo secundário da moagem, porém importantíssimo, é a produção de um
bagaço final em condições de propiciar uma queima rápida nas caldeiras. Somente pela
pressão é impossível expelir mais do que 90% do caldo contido nas fibras. A cana tem
aproximadamente sete partes de caldo para cada parte de fibra; já no primeiro bagaço essa
proporção cai para duas a duas vezes e meia e fica fácil de perceber que, se não utilizarmos
algum artifício, logo as moendas posteriores não terão condições de deslocar caldo algum,
mesmo que se aumente a pressão na camada de bagaço. O artifício utilizado é a embebição.
O artifício de adicionar água ao bagaço tem como finalidade diluir o caldo
remanescente, aumentando a extração de sacarose. Pela repetição deste processo é possível
recuperar substancialmente todo o caldo contido na cana e, por conseqüência, o açúcar
presente. A embebição pode ser: simples, composta e com recirculação. A eficiência aumenta
da primeira para a última, porém a mais utilizada é a composta, já que a terceira pode causar
sérios problemas de alimentação nas moendas. O processo mais generalizado é a embebição
composta, que consiste em adicionar água entre os dois últimos ternos e fazer retornar o caldo
extraído deste último para o anterior e assim sucessivamente até o segundo terno.
Para avaliar a eficiência das moendas, deve-se relacionar o peso de açúcares que
alimenta o equipamento com o peso contido no caldo extraído. A escala ou curva de “brix” dos
caldos dos ternos sucessivos é um meio de se controlar o desempenho da moenda, assim
como a “pol” do bagaço final, a quantidade de água de embebição etc.
É também de vital importância a assepsia da moenda para impedir o desenvolvimento
de microrganismos que consomem os açúcares do caldo, tendo como principal inconveniente à
formação de dextrana, comumente conhecida por “canjica”. Deve-se, portanto, lavar sempre
que possível as moendas e peneiras com água quente e utilizar microbicidas, capazes de
proporcionar um controle mais eficaz das condições de sanitização.
Normalmente os caldos provenientes dos dois primeiros ternos são misturados e
constituem o denominado caldo misto. Com este sistema, consegue-se extração de 92% a
96% e umidade final do bagaço de aproximadamente 50%.
Durante a passagem da cana pelas moendas ocorre uma queda de fragmentos de
cana ou bagaço, denominados bagacilho. O bagacilho que deixa as moendas junto com o
PURIFICAÇÃO/CLARIFICAÇÃO
A purificação e a clarificação são estágios do processo que objetivam separar do caldo
a maior quantidade possível das impurezas em solução e em suspensão no mesmo. O caldo
de cana é uma suspensão coloidal cuja cor varia de verde-escuro a marrom. Essa coloração
resulta da presença de substâncias como clorofila, xantofilas, carotenos etc. A opacidade é
causada por colóides, proteínas, pentosanas e compostos inorgânicos do tipo fosfatos, óxidos
de cálcio, ferro e magnésio. Encontramos ainda, no caldo, gomas, albuminas e partículas
insolúveis, como terra e bagacilho.
Os objetivos da clarificação são: elevação do pH do caldo a um nível onde as perdas
de sacarose sejam mínimas, precipitação e coagulação dos colóides, rápida velocidade de
assentamento, máximo volume de borras, produção de borras densas e obtenção de um caldo
o mais claro possível. Esses objetivos podem não ser atingidos se não houver uma perfeita
interação entre a qualidade do caldo e a qualidade e quantidade dos agentes clarificadores, o
pH, a temperatura e o tempo de retenção desse material nos decantadores.
Tratamento primário do caldo - O caldo de cana obtido no processo de extração
apresenta uma quantidade e qualidade variável de impurezas, que podem ser solúveis ou
insolúveis. O tratamento primário objetiva a máxima eliminação das impurezas insolúveis
(areia, argila, bagacilho, etc.), cujos teores variam de 0,1% a 1%. A eliminação deste material
beneficia o processo e aumenta a eficiência e a vida útil dos equipamentos instalados,
contribuindo também para a obtenção de produtos finais de melhor qualidade.
Pesagem do caldo - Após o tratamento primário, a massa de caldo a ser enviada ao
processo é quantificada através de medidores de vazão ou balanças de caldo, permitindo um
melhor controle químico do processo.
Tratamento físico-químico do caldo - Apesar do tratamento preliminar citado, o caldo de
cana contém, ainda, impurezas menores, que podem ser solúveis, coloidais ou insolúveis.
Assim, o tratamento químico visa principalmente à coagulação, à floculação e à precipitação
destas impurezas, que são eliminadas por sedimentação. É necessário, ainda, fazer a correção
FILTRAÇÃO
Antes de ser enviado aos filtros rotativos, o lodo retirado do decantador recebe a adição
de, aproximadamente, 3 a 5 kg de bagacilho/ton cana, que irá agir como auxiliar de filtração.
Esta filtração objetiva recuperar o açúcar contido no lodo, fazendo com que este retorne ao
processo na forma de caldo filtrado. O material retido no filtro recebe o nome de torta e é
SULFITAÇÃO
Esta operação tem como objetivo principal a obtenção do açúcar branco para consumo
direto produzido na própria usina. Se o objetivo é a produção do açúcar mascavo, o caldo
clarificado segue direto para os evaporadores. Esta operação é um diferencial de processo
industrial do açúcar.
A sulfitação tem como objetivos principais:
• Inibir reações que causam formação de cor;
• A coagulação de colóides solúveis;
• A formação de precipitado CaSO3 (sulfito de cálcio);
• Diminuir a viscosidade do caldo e, conseqüentemente, do xarope, massas cozidas e
méis, facilitando as operações de evaporação e cozimento.
A sulfitação é feita usando-se anidrido sulfuroso pelo borbulhamento no tanque que contém
o caldo clarificado ou através da passagem do fluxo caldo-gás em contracorrente numa torre
de sulfitação. Nesta torre ocorre à absorção do SO2 (anidrido sulfuroso), pelo caldo, baixando o
seu pH original a 4,0-4,5. A torre de sulfitação é usualmente uma coluna de absorção que
possui, em seu interior, pratos perfurados. O caldo é bombeado na parte superior da torre e
desce por gravidade através dos pratos em contracorrente com o SO2 gasoso, aspirado por um
exaustor ou ejetor instalado no topo da coluna. Devido à grande solubilidade do SO2 na água,
pode se obter uma absorção de até 99,5% com este equipamento.
O anidrido sulfuroso é obtido através da queima de enxofre de alta pureza (mínimo de 95%
de teor, umidade máxima 1%, cinzas 0,1% máximo, substâncias betuminosas 1% máximo,
arsênio 0,05% máximo). O SO2 gasoso é produzido na usina através da queima do enxofre na
presença de ar, em fornos especiais, segundo a reação: S + O2 SO2.
O processo de sulfitação baseia-se na formação de sulfito de cálcio, que é um sal pouco
solúvel e, posteriormente, será removido do fluxo de fabricação. Todavia, parte da cal usada
combina-se com os ácidos orgânicos, resultando na formação de outros sais.
O anidrido sulfuroso tem algumas ações tais como:
- purificante (favorece a formação dos flocos volumosos);
- descorante (devido a sua propriedade redutora);
- neutralizante (devido à formação de ácido, neutraliza o excesso de cal);
- fluidificante (reduz a viscosidade pela precipitação dos colóides do caldo);
- preservativa (poderoso agente antisséptico contra os microrganismos);
- precipitativa (reação entre o anidrido sulfuroso e a cal, formando um sal insolúvel);
- inversiva (pode provocar a inversão da sacarose).
O consumo médio de enxofre pode ser estimado em 250 a 500 g/ton cana.
COZIMENTO/CRISTALIZAÇÃO
São utilizados equipamentos denominados cozedores ou tachos, semelhantes às
caixas dos evaporadores, que trabalham individualmente sob vácuo e de forma descontínua.
Os tachos são vasos que funcionam com simples efeito e com vácuo maior, superior mesmo ao
do último vaso evaporador. Após deixar os evaporadores, o xarope é enviado à outra etapa de
concentração quando ocorrerá a formação dos cristais de açúcar, em virtude da precipitação
da sacarose dissolvida na água. Há dois processos envolvidos: o cozimento e a cristalização
por resfriamento.
O xarope proveniente dos evaporadores chega nesses tanques ou tachos de
cozimento onde será concentrado. Coloca-se no tacho certa quantidade de xarope, que é
concentrado até supersaturação e aparecimento dos cristais de sacarose. A evaporação da
água dá origem a uma mistura de cristais envolvidos em mel (solução açucarada) que recebe o
nome de massa cozida. Os cristais vão crescendo e o volume total aumentando. No final,
tem-se uma massa muito densa, que contém os cristais de sacarose. A concentração desta
TURBINAGEM OU CENTRIFUGAÇÃO
Dos cristalizadores, a massa cozida resfriada segue para o setor de centrifugação e é
descarregada nas centrífugas. A turbinagem processa-se em centrífugas onde ocorre a
separação do açúcar cristalizado dos méis intermediários ou do mel final. As turbinas ou
centrífugas são constituídas por um cesto perfurado, cilíndrico revestido internamente por telas
metálicas capazes de reter os cristais de açúcar, fixado a um eixo e acionado por um motor
que o gira a alta velocidade. A ação da força centrífuga faz com que o mel atravesse as
perfurações da tela do cesto, ficando retidos, em seu interior, somente os cristais de sacarose.
O processo se completa pela lavagem do açúcar com água e vapor, ainda no interior do cesto.
A lavagem dos cristais de açúcar é feita para eliminar o mel residual e tornar o açúcar mais
claro (produção do açúcar branco de alta polarização).
O mel removido é coletado em um tanque e retorna aos cozedores para recuperação
do açúcar dissolvido ainda presente, até que se atinja um maior esgotamento do mesmo. A
partir deste ponto, o mel passa a ser denominado mel final ou melaço e é enviado para a
fabricação de álcool ou utilizado para ração de gado.
O açúcar descarregado das centrífugas apresenta alto teor de umidade (0,5% a 2%),
bem como temperatura elevada (65-95°C), devido à lavagem com vapor.
Onde:
Pa – peso da amostra em g (500 g)
Pb - peso do bolo úmido em g
Sendo:
V - volume gasto de NaOH 0,1 mol/L (mL)
f - fator de correção da solução de NaOH 0,1 mol/L
m – massa de caldo (g)
% Cinzas = C1 – C2
Onde:
C1 – Leitura da condutividade elétrica da amostra
C2 – Leitura da condutividade elétrica do branco.
3.8.6. DETERMINAÇÃO DE COR ICUMSA (International Commission for Uniform Methods of Sugar
Analysis) NO AÇÚCAR (Válido para açúcar demerara, cristal e refinado)
A cor ou os compostos coloridos, existentes no açúcar é proveniente do caldo e são de natureza química diferenciada,
provenientes de pigmentos da própria planta e formados durante o processamento. Estes compostos podem ser
derivados da reação de ferro com polifenóis, produtos de condensação de açúcares redutores com aminocompostos,
caramelos, além de produtos decorrentes da degradação alcalina.
A análise de cor é de grande importância econômica nas usinas açucareiras, visto que o melhor preço é conseguido
para açúcares com menor valor de cor ICUMSA (IU).
A medida de cor ICUMSA é a expressão do índice de absorbância, de uma solução açucarada multiplicada por 1000. O
pH da solução é corrigido para 7,00 ± 0,05, com solução de ácido clorídrico ou hidróxido de sódio 0,05 mol/L. A leitura
da absorbância é realizada em espectrofotômetro, em cubeta de 1 cm e 420 nm. O cálculo da cor é realizado de
acordo com a equação:
Sendo:
A - Absorbância da amostra
B - °Brix da solução após ajuste pH
C - Comprimento interno da cubeta (cm)
Procedimento experimental:
Pesar 50g de uma amostra de açúcar e mais 50g de solução de TEA (trietanolamina) em um béquer de
250 mL, sempre numa mesma proporção;
Dissolver através de agitador magnético;
Filtrar em pré-filtro mais membrana e também a vácuo e um pouco do filtrado é colocado em cubeta de 1
cm no espectrofotômetro para medir a transmitância/absorbância (em 420 nm) e fazer a leitura;
Colocar algumas gotas do filtrado em refratômetro para leitura de brix e fazer a leitura;
Aplicar a fórmula anterior e fazer o cálculo da cor da amostra.
Métodos físico-químicos para análise de alimentos. IV Edição. 1ª Edição Digital. Instituto Adolfo Lutz,
2008. Disponível na web. Acesso em março de 2012.
1. Do ponto de vista analítico, construa uma tabela mostrando os diversos materiais normalmente
amostrados na evolução do controle de qualidade do açúcar cristal. Nesta tabela procure colocar
a finalidade da amostragem de cada material.
5. O controle de qualidade é um dos itens mais importantes nos processos industriais. Para o
açúcar de cana, que critérios devemos observar visando à qualidade total?
6. Faça uma distinção entre os seguintes termos: Pol e Brix, Pureza e Pol, Magma e Mel final,
Caldo absoluto e Caldo misto.
10. Sobre a indústria açucareira partindo-se da cana e obtenção do açúcar cristal, responda:
(a) Escolha 5 análises primordiais, mostrando a sua importância no processo produtivo, seja em “ordem”
ou “desordem” e procure propor soluções técnicas, no caso de “desordem” para restaurar a condição
operacional aceitável.
(b) Que critérios são observados na cana para o seu processamento de forma a tornar máximo o
rendimento industrial e quais os procedimentos realizados na sua recepção e finalidades?
(c) Liste as etapas fundamentais do processo de fabricação do açúcar e indique os pontos que são
controlados pH e temperatura com suas finalidades.
11. Considere o diagrama simplificado representando o processo produtivo do açúcar partindo-se da cana
como matéria-prima. Baseado neste fluxograma procure elencar informações relevantes para contemplar
os números listados, envolvendo operações unitárias, parâmetros analíticos ou outras que considerar
pertinentes. Comente também sobre as condições da cana empregada e do açúcar produzido.
Açúcar
12. Faça um confronto, pelo menos 4 idéias distintas, entre as operações unitárias de clarificação e de
sulfitação envolvidas no processo produtivo do açúcar partindo da cana.
13, Do ponto de vista analítico químico de qualidade foram realizadas as seguintes análises de um caldo
bruto para a produção de açúcar: pH, acidez e cinzas condutimétricas. Baseando-se neste foco,
responda: (a) Qual a relação que se pode estabelecer entre elas em espécies químicas e na sua
processabilidade industrial? (b) Que acidez é esperada para esta amostra (20,3126 g e 20,4217 g)
admitindo consumos de NaOH 0,1 mol/L (f = 1,005) de 1,2 mL e 1,4 mL, respectivamente? (c) Que pH
seria esperado para esta amostra nestas condições analíticas, admitindo correlação integral com a
acidez? Explique os cálculos utilizados.
14. A clarificação é uma operação unitária essencial na produção de açúcar e envolve aspectos físico-
químicos de temperatura, pH e reações químicas. Calcule a quantidade de hidróxido de cálcio necessária
para reduzir 95% da acidez de um caldo misto num processo produtivo de açúcar demerara admitindo
que o pH esteja em 6,0 (considerar a acidez representada por ácido acético e ajuste até 7,0). Calcule
também a quantidade de fosfato de amônio necessária para eliminar o excesso de cálcio usado na
operação anterior (admitir 20% de excesso) e a quantidade de lodo formada nesta eliminação (apenas
lodo deste tratamento). Explique a redução e eliminações baseando-se no quimismo reacional. Dados
3
adicionais: Volume útil do caldo a ser tratado = 50.000 m ; Eficiência do tratamento = 85%; Consultar
massas atômicas. Resolva de forma explicativa.
4.1. INTRODUÇÃO
Tudo indica que, ao contrário do que se pensa, a origem do macarrão não é italiana, mas sim
chinesa. O macarrão foi descoberto pelo explorador Marco Pólo, no século XIII, na China, em
uma de suas famosas viagens. De volta á Itália, difundiu o tipo de alimento, que teve a
aprovação dos italianos, tendo em seguida se espalhado por toda a Europa. Baseado na
filosofia chinesa de comida natural, a massa utilizada na elaboração do macarrão é feita, desde
aquela época, a partir de ovos frescos, farinha de trigo e água pura.
No Brasil, a introdução do macarrão em nossos hábitos alimentares coube aos imigrantes
italianos, principalmente na região Sul. O crescente interesse fez surgir pequenas fábricas de
macarrão no país, tendo sempre como mão de obra, a família italiana. De início, uma produção
rudimentar, baixo volume e bem caseira, até começar a surgir às primeiras indústrias de
fabricação de massas alimentícias, possuindo nos dias atuais modernas máquinas.
Nenhum prato estrangeiro conseguiu tanta aceitação entre nós, como o macarrão. Adotado
principalmente porque é de fácil preparo, econômico e ainda simples de acompanhar, o
macarrão é considerado um prato completo, uma refeição sem problemas. Quando preparado
apenas com farinha e água, o macarrão tem apenas grande valor calórico, devido à elevada
porcentagem de hidrato de carbono nele contida. Mas pode ser enriquecido com a adição de
outros alimentos, como queijo, ovos, leite, carne, hortaliças, frutos do mar etc.
Existem duas opções de compra: o fresco e o seco. O primeiro é encontrado acondicionado em
pacotes de plástico, em supermercados, e se conserva em embalagens originais, por algumas
semanas. O macarrão fresco pode ser adquirido em casas especializadas e deve ser
consumido no mesmo dia.
O tempo de cozimento depende do tipo e formato da massa. Alguns tipos como a Estrelinha,
Argolinha e Conchinha, têm formato pequeno e cozinham rapidamente. Pode ser usado para
engrossar caldo ou em combinação com legumes. Para macarronada, de preferência aos
seguintes tipos: Espaguete, Furadinho, Fusile, Talharini, Rigatone, Ninhos, Concha, Penne,
entre outros. Estes podem ser servidos, depois de cozidos em bastante água, com molhos e
guarnições diversas.
4.2. TRIGO
Existem três tipos genéticos de trigos cultivados comercialmente: Triticum durum (usado para
elaboração de massas alimentícias), Triticum aestivum (usado para produção de pães, bolos e
biscoitos) e Triticum compactum (usado na elaboração de biscoitos suaves). O endosperma do
T. durum L (trigo durum) é mais duro que o do Triticum aestivum, apresentando maiores níveis
de cinzas e proteínas. A farinha de Triticum durum tem coloração amarelada devido à presença
Farinhas: são os produtos obtidos de partes comestíveis de uma ou mais espécies de cereais,
leguminosas, frutos, sementes, tubérculos e rizomas por moagem e ou outros processos
tecnológicos considerados seguros para produção de alimentos.
Amidos: são os produtos amiláceos extraídos de partes comestíveis de cereais, tubérculos,
raízes ou rizomas.
Farelos: são os produtos resultantes do processamento de grãos de cereais e ou leguminosas,
constituídos principalmente de casca e ou gérmen, podendo conter partes do endosperma.
A Farinha de Trigo.
Fonte: <http://montanprodutosnaturais.blogspot.com.br/2010/12/farinha-de-trigo.html>.
*Os teores de cinzas e de proteínas deverão ser expressos em base seca. Fonte: BRASIL, 2005.
A mesma Instrução Normativa preceitua que será considerada como “Fora de Tipo” toda
farinha de trigo que não se enquadrar nos limites de tolerância estabelecidos nesse
Regulamento.
4.6.2. ÁGUA
A água é imprescindível na formação da massa porque dissolve os ingredientes solúveis,
hidrata os componentes da farinha assegurando a formação do glúten, além de controlar a
consistência da massa. A água utilizada na fabricação de macarrão deve apresentar-se limpa,
inodora, insípida, incolor e isenta de microrganismos (potável), pois a qualidade microbiológica
das massas dependerá da sanidade da água. A temperatura da água durante a mistura
também é um fator importante na fabricação das massas. A farinha pode ser misturada com
água morna (40º a 60º C) ou à temperatura ambiente, a depender da sua granulometria e do
tipo de processamento.
Para a fabricação de massas é necessário que se utilize água potável e, se possível, com
baixo teor de sais minerais, os quais interagem com o glúten influenciando a textura da massa.
Os componentes da água para processamento de massas alimentícias não devem ultrapassar
os limites apresentados na tabela seguinte:
Componentes da água para processamento de massas alimentícias
4.6.3. OVOS
A adição de ovos na formulação do macarrão melhora a qualidade do produto fabricado e
confere à massa cor amarela, melhorando sua elasticidade, diminuindo a quantidade de
resíduo na água de cozimento e, conseqüentemente, a pegajosidade da massa e aumento do
valor nutricional. Durante a preparação da massa, a albumina do ovo tem influência positiva
sobre a proteína da farinha, ajudando na formação da rede protéica e melhorando o
envolvimento do amido por essa rede.
Os ovos podem ser adicionados na forma: fresca, seca ou congelada. O ovo em pó apresenta
alguns benefícios em relação à forma in natura ou líquida: pode ser estocado em temperatura
ambiente por um período de tempo relativamente longo, não necessitando de câmaras
frigoríficas; facilidade de transporte; pode ser adicionado diretamente à farinha, não
necessitando de tanques e bombas. Para maior facilidade e segurança, podem-se utilizar ovos
líquidos pasteurizados ou desidratados, que oferecem maiores garantia, uma vez que já foram
realizaram análises microbiológicas necessárias ao controle desta matéria-prima.
A quantidade de ovos que deve ser adicionada é variável de um país para outro, conforme a
legislação vigente. No Brasil, para a expressão com ovos, o produto deve ter no mínimo 450
mg de colesterol por quilo de massa, expresso em base seca, o que corresponde em média, a
3 ovos inteiros ou 135 gramas de ovos por quilograma de farinha. Os ovos inteiros devem ser
armazenados em ambiente fresco, de preferência temperatura de 10ºC e umidade relativa
entre 60 e 80%.
Para evitar contaminações das massas com os ovos frescos (in natura) utilizados na sua
fabricação, alguns cuidados devem ser tomados:
• fazer inspeção e seleção para eliminar os ovos deteriorados ou com rachaduras na
casca;
• fazer desinfecção com solução clorada, de preferência com um residual de cloro livre
de no mínimo 100 mg/mL e tempo de contato de pelo menos 30 segundos;
• fazer a secagem da casca;
• assim que forem quebrados devem ser rapidamente utilizados, pois tanto na quebra
manual, quanto na mecânica, há riscos de contaminação pelo contato com as mãos,
utensílios ou equipamentos inadequadamente limpos;
• deve-se também evitar o contato da clara e da gema com a casca.
O ovo líquido pasteurizado é um produto que sofreu um tratamento térmico para eliminar os
microorganismos patogênicos (principalmente Salmonellas), e deve ser armazenado sob
refrigeração, em temperaturas não superiores a 3ºC. Os ovos desidratados oferecem a
4.6.4. ADITIVOS
Emulsificantes - são importantes aditivos utilizados no preparo de massas alimentícias,
atuando na redução da perda de sólidos na água de cozimento e na melhoria da textura
(adesividade e firmeza). Além disso, aumentam a uniformidade, a espessura, o brilho e a
dureza das massas. A utilização de emulsificantes também proporciona melhor controle do
processo, devido à propriedade de lubrificação dos produtos amiláceos extrudados que facilita
a passagem da massa através da matriz.
Os principais emulsificantes utilizados na indústria de alimentos são os monoglicerídeos e os
ésteres de ácidos lácticos, os quais são selecionados de acordo com as suas propriedades. Os
monoglicerídeos, mais comumente empregados, pertencem à categoria dos produtos
geralmente reconhecidos como seguros (GRAS). A legislação brasileira limita a concentração
em 0,5g/100g de farinha para massas alimentícias. Podem ser adicionados em quantidades
maiores, desde que as necessidades tecnológicas e as técnicas de Boas Práticas de
Fabricação justifiquem a concentração utilizada.
Corantes - É permitido o uso de corantes naturais ou idênticos aos naturais em massas
alimentícias sem ovos, na quantidade necessária para se obter o efeito desejado. Beta-
caroteno é um produto bastante caro e deve ser usado quando o objetivo primordial é o
aumento do valor nutritivo da massa, pois apresenta atividade vitamínica (pró-vitamina A). A
quantidade utilizada na massa deve representar 60% da quota diária recomendada para
adultos (no caso da vitamina A, 5000 U.I.) na porção média diária ingerida, indicando no rótulo
que a massa é vitaminada.
Quando a finalidade é apenas a obtenção de cor, podem-se utilizar outros corantes naturais
(por exemplo, urucum), existentes no mercado em diferentes formas, concentrações e até em
misturas, e que apresentam preço bastante inferior ao beta-caroteno. Outras cores podem ser
obtidas por: vegetais desidratados em pó (espinafre, beterraba ou cenoura) ou extratos desses
vegetais obtidos após o cozimento e trituração.
Conservantes - Estes aditivos são utilizados para proteger as massas frescas da ação de
fungos (mofo) durante a comercialização. A legislação em vigor permite o uso dos ácidos
sórbico e propiônico, bem como seus sais, como agentes conservadores em massas frescas.
O ácido sórbico e seus sais são agentes fungistáticos, que inibem o desenvolvimento de
fungos e de leveduras; por agirem melhor em pH ácido (menor ou igual a 6,0), são preferidos
nas massas recheadas e pizzas cobertas com molho. Neste último caso, o conservador deve
ser aplicado na superfície do produto pronto, pois, se aplicado na massa, ela não conseguiria
fermentar e crescer.
PREPARAÇÃO DA MATÉRIA-PRIMA
Durante o armazenamento da farinha, particularmente da recém moída, ocorrem reações de
oxi-redução que influem nas suas propriedades tecnológicas. Essas reações causam a
oxidação dos pigmentos carotenóides, mas melhoram a qualidade do glúten. Muitas vezes,
para se obter a qualidade desejada de farinha é conveniente combinar diferentes lotes.
Outros aspectos verificados são as condições de armazenamento temporário dessa matéria-
prima, bem como o seu manuseio. Deve-se atentar para os casos dos silos serem montados
em ambiente externo ou interno para farinha a granel, mas também se deve considerar seu
armazenamento em sacas, paletizados. O armazém de estocagem de matéria-prima deve
atender as condições exigidas estruturais em relação ao piso, janelas, paredes, paletes
necessários e, também das condições de intemperismo.
Farinha de trigo
PREPARAÇÃO DA
MATÉRIA-PRIMA
AMASSAMENTO/
UNIFORMIZAÇÃO
MOLDAGEM/CORTE/
ESTAMPAGEM Resfriamento
Calor
SECAGEM
Macarrão comercial
(massa seca)
MISTURA
Durante a mistura, os materiais secos, como a farinha e, porventura, aditivos (β-caroteno, para
melhorar a cor do produto final), e líquidos, como água e ovos (utilizado no lugar de β-caroteno)
são dosados e misturados até formarem uma massa homogênea.
O ponto crítico nesse processo é a quantidade de água, que deve ser cuidadosamente
controlada, e que depende da qualidade e propriedades do trigo utilizado. Pequenas variações
no conteúdo de água causam mudanças nas propriedades viscoelásticas do glúten, que
compromete as etapas posteriores do processo.
AMASSAMENTO/UNIFORMIZAÇÃO
Durante o amassamento ocorre homogeneização da massa formando-se um sistema coloidal
complexo, envolvendo lipídios, amidos, proteínas e outras substâncias, responsável pelas
características viscoelásticas necessárias para a produção de massas. As proteínas se
hidratam e formam a rede de glúten e os lipídios tendem a formar emulsões, devido à ação
mecânica.
Durante a mistura, os ingredientes são apenas colocados em contato, mas é durante o
amassamento que é de fato desenvolvida a estrutura da massa, que se torna homogênea e
fácil de ser trabalhada. Nessa etapa, realizada na gramola (dura aproximadamente 15 min), as
proteínas da farinha absorvem água e formam um entrelaçamento ou uma rede, que é
conhecida pelo nome de glúten. O glúten dá à massa elasticidade e resistência, aspectos
importantes na modelagem da mesma.
Existe ainda outro equipamento, menos comum, chamado esfolhadeira, que pode substituir a
gramola. A esfolhadeira pode aumentar a capacidade de produção e torna o processo mais
MOLDAGEM/CORTE/ESTAMPAGEM
Nesta etapa o produto é formado, ou seja, adquire a forma na qual será comercializado. É uma
das etapas mais importantes na obtenção de um produto de boa qualidade. Os métodos mais
utilizados são: Laminação ou Cilindragem, Prensagem ou Extrusão, Corte e Estampagem.
Laminação ou Cilindragem - É o processo mais tradicional, geralmente em bateladas, no qual
se prepara primeiramente uma massa, que depois é transformada em uma lâmina fina e
cortada no formato e tamanho apropriados. É semelhante ao processo artesanal, utilizando
equipamentos compatíveis com a produção da fábrica.
A laminação ou cilindragem consiste em passar a massa através de uma série de cilindros
lisos, que reduzem cada vez mais sua espessura, formando uma lâmina. Para isso, começa-se
com a abertura máxima entre os cilindros, reduzindo a distância entre eles a cada passagem
da massa. Ao sair dos rolos, a massa é esticada sobre uma mesa e levemente polvilhada com
farinha, sendo a seguir enrolada em um cilindro de madeira e novamente passada pelos rolos.
Repete-se este procedimento até que a massa apresente a espessura desejada (2 mm) e
aparência lisa, uniforme e não quebradiça.
É conveniente observar rigorosos cuidados higiênicos, tanto em relação aos equipamentos e
utensílios como aos funcionários, já que a massa é intensamente manuseada nesta operação.
Corte - A lâmina de massa é, a seguir, cortada manual ou mecanicamente, em tiras de
diferentes larguras, conforme o produto desejado. Utilizam-se cilindros cortadores, cuja
distância entre as ranhuras podem variar desde 2 mm, para o espaguete, até 7,5 mm, obtendo-
se assim talharim de diferentes larguras. As massas cortadas podem ser recolhidas e
transportadas em caixa de polietileno até a sessão de embalagem.
Para fabricação de lasanha ou caneloni, faz-se o empilhamento de folhas de massa (cerca de
10) sobre uma mesa comprida, de superfície lavável, de preferência de inox. Separa-se cada
camada de massa com um filme plástico. O corte no tamanho desejado pode ser efetuado
manualmente, utilizando-se instrumentos simples como uma régua de metal e uma faca. O
tamanho mais comumente encontrado no mercado é de 17,5cm x 5,5cm. Para talharim,
utilizam-se cilindros cortadores, com ranhuras de larguras variadas.
Na cilindragem e corte a massa passa por rolos que estabelecem a espessura desejada, e
então por rolos que possuem estrias, que cortam a massa na largura especificada. As fitas
formadas são cortadas no comprimento adequado por uma cortadora especial.
Estampagem – é uma operação unitária que ajuda a vender o produto e fortalecer a marca do
fabricante, pois usa recursos de marketing incluindo a massa em forma de letras, conchas,
inserção de nomes ou outras formas de interesse comercial.
Extrusão - O processo moderno de prensagem ou extrusão é feito em extrusoras, que podem
realizar o processo de amassamento, prensagem e corte, com a instalação de um cortador na
SECAGEM
O processo de secagem da massa inicia na saída do processo de extrusão, quando ao sair da
trefila ou molde, com orifícios de configuração variável é cortada sob ventilação. Esta
ventilação provoca uma secagem superficial, impedindo a aderência entre os fios. No caso da
laminação, começa já parcialmente no estiramento da massa pela passagem nos cilindros.
É uma etapa crucial, tanto do ponto de vista da qualidade, quanto do econômico. Durante a
secagem, a temperatura, a umidade relativa e a velocidade de circulação do ar devem ser
cuidadosamente controladas. Desvios do regime de processo podem provocar baixo
rendimento, mudanças organolépticas e fissuras ou quebras no produto.
O processo de secagem convencional utiliza temperaturas na faixa entre 40 a 55ºC.
Podemos dividir a secagem em três etapas distintas: pré-secagem, repouso e secagem.
Pré-secagem - Nessa fase a massa é colocada em contato com ar quente para diminuir
rapidamente a umidade relativa do produto, minimizando o desenvolvimento de
microorganismos e a atividade enzimática indesejável. A rede de glúten se estabiliza, tornando
a estrutura rígida, evitando deformações. O teor de umidade deve cair de 30 para 18 ou 19%.
EMBALAGEM E ARMAZENAMENTO
As massas são embaladas geralmente em filmes de polietileno, em celofane ou em cartão. As
massas longas são cortadas em tamanho adequado após a secagem, em máquinas cortadoras
de tipo serrote, e embaladas. O armazenamento a granel desse tipo de massa é
desaconselhável devido à possibilidade de quebras.
Massas curtas podem ser armazenadas em silos antes do empacotamento e vendidas a granel
sem maiores problemas.
Análises importantes
Pesquisa
de fungos ***
(1) Parâmetro estabelecido pela Portaria nº 451 de 19 de setembro de 1997- Revogada pela RDC 12.01
*** Valor não estabelecido
(1) Portaria Interministerial nº 224 - MS/MA de 05 de abril de 1989 - Substituição parcial da farinha de trigo
(2) RDC 175.03 – “Regulamento Técnico de Avaliação de Matérias Macroscópicas e Microscópicas Prejudiciais à
Saúde Humana em Alimentos Embalados”.
(3) Portaria MS/SNVS nº 74 de 1994 - Estabelece limite máximo de tolerância fragmentos de insetos em de farinha de
trigo - Revogada pela RDC 175.03
Análises importantes
(1)
Exigidas pela RDC Nº12/2001- Regulamento técnico sobre padrões microbiológicos
(2) Parâmetro estabelecido pela Portaria nº 451 de 19 de setembro de 1997-Revogada pela RDC 12.01
*** Valor não estabelecido
(1) Portaria Interministerial nº 224 - MS/MA de 05 de abril de 1989 - Substituição parcial da farinha de trigo
(2) Resolução RDC 175.03 - ANVISA - Regulamento Técnico de Avaliação de Matérias Macroscópicas e Microscópicas
Prejudiciais à Saúde Humana em Alimentos Embalados”.
(3) Portaria nº 74/1994 - MS/SNVS - Estabelece limite máximo de tolerância de fragmentos de insetos em farinha de
trigo - Revogada pela RDC 175.03
Testes de cocção
Gorduras
De acordo com Item 3.4.6 a declaração de propriedades nutricionais (informação nutricional complementar) sobre o
tipo e ou a quantidade de gorduras e ou ácidos graxos e ou colesterol deve ser indicada a quantidade de gorduras
saturadas, trans, monoinsaturadas, poliinsaturadas e colesterol.
(1) Declaração opcional: A ANVISA incentiva os fabricantes de alimentos e bebidas a dispor nos rótulos dos produtos
valores de ferro, cálcio e colesterol, mesmo que estes não sejam obrigatórios.
Material
Estufa, balança analítica, dessecador com sílica gel, cápsula de porcelana ou de metal de 8,5
cm de diâmetro, pinça e espátula de metal.
Procedimento
Pese de 2 a 10 g da amostra em cápsula de porcelana ou de metal, previamente tarada.
Aqueça durante 3 horas. Resfrie em dessecador até a temperatura ambiente. Pese.
Repita a operação de aquecimento e resfriamento ate peso constante.
Cálculo:
Umidade a 105º C (% m/m) = 100 . N/P
N = n° de gramas de umidade (perda de massa em g); P = n° de gramas da amostra
Os métodos utilizando aquecimento a 130°C, por 1 hora, 105°C, por 5 horas ou a menos de
100°C, a vácuo (25 mm de mercúrio), fornecem valores que representam a umidade livre, na
temperatura de secagem, pois certa quantidade de água permanece retida, provavelmente
ligada as proteínas. Os métodos de destilação e Karl Fischer produzem valores mais exatos do
total de água existente.
Este método mede a umidade livre do produto na temperatura de secagem e baseia-se na
perda de substâncias voláteis pelo aquecimento.
Material
Balança analítica, dessecador, estufa e cápsula de porcelana.
Material
Aparelho de Soxhlet, peneira de malha n. 40, estufa, balança analítica, pipeta volumétrica de 50
mL e pipeta graduada de 5 mL.
Reagentes
Éter de petróleo
Material
Aparelho extrator de Soxhlet, bateria de aquecimento com refrigerador de bolas, balança
analítica, estufa, cartucho de Soxhlet ou papel de filtro de 12 cm de diâmetro, balão de fundo
chato de 250 a 300 mL com boca esmerilhada, lã desengordurada, algodão, espátula e
dessecador com sílica gel.
Reagente
Éter
Procedimento
Pese 2 a 5 g da amostra em cartucho de Soxhlet ou em papel de filtro e amarre com fio de lã
previamente desengordurado.
No caso de amostras líquidas, pipete o volume desejado, esgote em uma porção de algodão
sobre um papel de filtro duplo e coloque para secar em uma estufa a 105°C por uma hora.
Transfira o cartucho ou o papel de filtro amarrado para o aparelho extrator tipo Soxhlet. Acople
o extrator ao balão de fundo chato previamente tarado a 105°C.
Adicione éter em quantidade suficiente para um Soxhlet e meio. Adapte a um refrigerador de
bolas. Mantenha, sob aquecimento em chapa elétrica, a extração contínua por 8 (quatro a
cinco gotas por segundo) ou 16 horas (duas a três gotas por segundo).
Retire o cartucho ou o papel de filtro amarrado, destile o éter e transfira o balão com o resíduo
extraído para uma estufa a 105°C, mantendo por cerca de uma hora.
Resfrie em dessecador até a temperatura ambiente.
Pese e repita as operações de aquecimento por 30 minutos na estufa e resfriamento até peso
constante (no Maximo 2 h).
Cálculo:
N = n. de gramas de lipídios
P = n. de gramas da amostra
Nota: no caso de produtos contendo alta proporção de carboidratos, pese a amostra sob papel de filtro e lave com
cinco porções de 20 mL de água. Coloque em estufa a 105°C por uma hora para secagem e proceda a extração
conforme acima descrito.
Material
Balança analítica, frascos de Kjeldahl de 500 a 800 mL, chapa elétrica ou manta aquecedora,
balão de destilação, frasco Erlenmeyer de 500 mL, bureta de 25 mL, espátula, papel de seda,
dedal e pipeta graduada de 25 mL ou pipetador automático.
Reagentes
Ácido sulfúrico Solução de fenolftaleína
Ácido sulfúrico 0,05 mol/L Vermelho de metila a 1% m/v
Sulfato de cobre Zinco em pó
Sulfato de potássio Hidróxido de sódio a 30% m/v
Dióxido de titânio Hidróxido de sódio 0,1 mol/L
Material
Balança analítica, frasco de Kjeldahl de 500 a 800 mL, chapa elétrica ou manta aquecedora,
balão de destilação, frasco Erlenmeyer de 500 mL, buretas de 25 mL, espátula, papel de seda,
pipeta graduada de 25 mL ou pipetador automático.
Reagentes
Ácido sulfúrico Dióxido de titânio
Ácido sulfúrico 0,05 mol/L Solução de fenolftaleína a 1% m/v
Ácido bórico 0,033 mol/L Vermelho de metila a 1% m/v
Sulfato de cobre Hidróxido de sódio a 30% m/v
Sulfato de potássio
Procedimento (semelhante ao método anterior - 036/IV)
Para a digestão da amostra, proceda conforme descrito anteriormente. Na destilação, proceda
substituindo o ácido sulfúrico 0,05 mol/L no frasco Erlenmeyer onde será recolhida a amônia
formada, por ácido bórico 0,033 mol/L, que não reage diretamente, servindo apenas como
suporte para adsorção da amônia.
Titule diretamente a solução de hidróxido de amônio com a solução de ácido sulfúrico 0,05
mol/L, utilizando o mesmo indicador do método anterior.
Nota: alternativamente, poderá ser utilizada uma solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L em
substituição ao ácido sulfúrico 0,05 mol/L.
Cálculo:
Protídeos (% m/m) = V . 0,14 . f / P
V = volume de ácido sulfúrico 0,05 mol/L gasto na titulação
P = n. de g da amostra
f = fator de conversão (conforme tabela mostrada anteriormente)
Resíduo por incineração ou cinzas é o nome dado ao resíduo obtido por aquecimento de um
produto em temperatura próxima a (550-570)°C. Nem sempre este resíduo representa toda a
substância inorgânica presente na amostra, pois alguns sais podem sofrer redução ou
volatilização nesse aquecimento. Geralmente, as cinzas são obtidas por ignição de quantidade
conhecida da amostra. Algumas amostras contendo sais de metais alcalinos que retém
proporções variáveis de dióxido de carbono nas condições da incineração são tratadas,
inicialmente, com solução diluída de ácido sulfúrico e, após secagem do excesso do reagente,
aquecidas e pesadas. O resíduo é, então, denominado “cinzas sulfatadas”. Muitas vezes, é
vantajoso combinar a determinação direta de umidade e a determinação de cinzas, incinerando
o resíduo obtido na determinação de umidade.
A determinação de cinzas insolúveis em ácido, geralmente ácido clorídrico a 10% v/v, dá uma
avaliação da sílica (areia) existente na amostra.
Alcalinidade das cinzas é outra determinação auxiliar no conhecimento da composição das
cinzas.
Uma análise global da composição das cinzas nos diferentes alimentos, além de trabalhosa,
não é de interesse igual ao da determinação de certos componentes, conforme a natureza do
produto. Outros dados interessantes para a avaliação do produto podem ser obtidos no
tratamento das cinzas com água ou ácidos e verificação de relações de solúveis e insolúveis.
Um baixo conteúdo de cinzas solúveis em água é indicio que o material sofreu extração prévia.
Material
Cápsula de porcelana ou platina de 50 mL, mufla, banho-maria, dessecador com cloreto de
cálcio anidro ou sílica gel, chapa elétrica, balança analítica, espátula e pinça de metal.
Procedimento
Pese 5 a 10 g da amostra em uma cápsula, previamente aquecida em mufla a 550°C, resfriada
em dessecador até a temperatura ambiente e pesada.
Caso a amostra seja líquida, evapore em banho-maria. Seque em chapa elétrica, carbonize em
o
temperatura baixa e incinere em mufla a 550 C, até eliminação completa do carvão. Em caso
de borbulhamento, adicione inicialmente algumas gotas de óleo vegetal para auxiliar o
processo de carbonização.
As cinzas devem ficar brancas ou ligeiramente acinzentadas. Em caso contrário, esfrie,
adicione 0,5 mL de água, seque e incinere novamente.
Resfrie em dessecador até a temperatura ambiente e pese.
Repita as operações de aquecimento e resfriamento até peso constante.
Nota: podem ser utilizadas cápsulas de outros metais resistentes ao calor desde que as cinzas
obtidas não sejam empregadas para posterior análise de metais.
Cálculo:
Cinzas (% m/m) = 100 . N/P
N = n. de g de cinzas; P = n. de g da amostra
Procedimento
Execute como a análise da fibra alimentar total, com relação à preparação da amostra, dos
cadinhos e a hidrólise enzimática.
Concluída a etapa da hidrólise, filtre quantitativamente a solução contendo o resíduo, cuidando
para que não ultrapasse a lã de vidro.
Lave o béquer e o resíduo com duas porções de 10 mL de água a 70°C, recolhendo a água de
lavagem junto com o filtrado da hidrólise.
Reserve o filtrado em béquer de 250 mL. A fração fibra insolúvel fica retida no cadinho e a
solúvel no filtrado.
Lave o resíduo do cadinho contendo a fibra insolúvel com duas porções de 15 mL de álcool a
78%, duas porções de 15 mL de álcool a 95% e duas porções de 15 mL de acetona.
Seque os cadinhos em estufa a 105°C, durante uma noite.
Resfrie os cadinhos em dessecador e pese (P2 para a amostra e B2 para o branco).
Utilize um dos cadinhos da amostra e um do branco para determinar o teor de proteína do
resíduo insolúvel e dois cadinhos da amostra e um do branco para determinar o teor de cinzas
do resíduo insolúvel.
Calcule a fração fibra insolúvel procedendo da mesma forma que para fibra total.
Retome o béquer com o filtrado após a hidrólise. Meça o volume. Adicione álcool 95% a 60°C
(medido após aquecimento) na proporção de 4:1 do volume do filtrado. Cubra o béquer com
papel alumínio e mantenha a mistura em repouso por 1 hora a temperatura ambiente, para a
Os métodos para a dosagem do glúten em farinhas de trigo são todos mais ou menos
semelhantes, havendo aparelhos que tornam a operação mais rápida. A dosagem baseia-se na
insolubilidade do glúten na água e na propriedade que o mesmo possui de se aglomerar
formando uma massa elástica quando manuseado sob uma corrente de água, que elimina os
outros constituintes da farinha. O glúten assim obtido, contem globulina, glutenina e gliadina.
Material
Balança analítica, estufa, tamis de malha 100, dessecador, béquer de 100 mL, proveta de 50
mL, vidro de relógio e bastão de vidro.
Material
Balança analítica, espátula de metal, béquer de 100 mL, proveta de 50 mL, balão volumétrico
de 100 mL, frasco Erlenmeyer de 250 mL, funil de vidro, balão de fundo chato de 250 mL,
pipetas volumétricas de 5 e 10 mL ou bureta automática de 10 mL, buretas de 10 e 25 mL e
chapa elétrica.
Reagentes
Hidróxido de sódio a 40% m/v
Carbonato de sódio anidro
Ferrocianeto de potássio a 6% m/v
Acetato de zinco a 12% m/v
Solução saturada de acetato neutro de chumbo
Sulfato de sódio anidro
Soluções de Fehling A e B tituladas
Procedimento
Pese 2 a 5 g da amostra em um béquer de 100 mL.
Transfira para um balão volumétrico de 100 mL com o auxílio de água. Qualquer que seja a
característica da amostra (a, b ou c), proceda como a seguir.
Complete o volume e agite. Filtre se necessário em papel de filtro seco e receba filtrado em
frasco Erlenmeyer de 250 mL.
Transfira o filtrado para a bureta.
Coloque num balão de fundo chato de 250 mL, com auxílio de pipetas de 10 mL, cada uma das
soluções de Fehling A e B, adicionando 40 mL de água.
Aqueça até ebulição.
Adicione, as gotas, a solução da bureta sobre a solução do balão em ebulição, agitando
sempre, até que esta solução passe de azul a incolor (no fundo do balão devera ficar um
resíduo vermelho de Cu2O).
Notas:
a) Em caso de amostras com alto teor de proteína: adicione 5 mL de ferrocianeto de potássio a
6% e 5 mL de acetato de zinco a 12%. Complete o volume com água, agite e deixe em repouso
por 15 minutos. Filtre em papel de filtro seco e receba o filtrado em frasco Erlenmeyer de 250
A = n. de mL da solução de P g da amostra
a = n. de g de glicose correspondente a 10 mL das soluções de Fehling
P = massa da amostra em g
V = n. de mL da solução da amostra gasto na titulação.
Material
Balança analítica, espátula de metal, banho-maria, béquer de 100 mL, proveta de 50 mL, balão
volumétrico de 100 mL, frasco Erlenmeyer de 250 mL, funil de vidro, balao de fundo chato de
250 mL, pipetas volumétricas de 10 e 20 mL, bureta automática de 10 mL, buretas de 10 e 25
mL e chapa elétrica.
Reagentes
Ácido clorídrico
Solução de hidróxido de sódio a 40% m/v
Carbonato de sódio anidro
Ferrocianeto de potássio a 6% m/v
Acetato de zinco a 12% m/v
Soluções de Fehling A e B tituladas
Procedimento
Transfira, com auxilio de uma pipeta, 20 mL de filtrado obtido em glicídios redutores em glicose
(038/IV), para um balão volumétrico de 100 mL ou pese de 2 a 5 g da amostra e transfira para
um balão volumétrico de 100 mL com auxílio de água.
Caso a amostra contenha alto teor de lipídios, proceda como em 038/IV, no item c. Acidule
fortemente com ácido clorídrico (cerca de 1 mL). Coloque em banho-maria a (100+/-2)°C por 30
Material
Balança analítica, papel Whatman n.1, cuba cromatográfica, balão volumétrico de 100 mL e
capilares de vidro.
Reagentes
Citrato de sódio
Hidróxido de amônio
n-Butanol
Álcool
Soluções-padrão – Prepare as soluções aquosas de padrões dos corantes a 1% m/v.
Fase móvel (Solvente A) – Pese 2 g de citrato de sódio, transfira para um balão volumétrico de
100 mL, adicione 20 mL de hidróxido de amônio e complete o volume com água.
Fase móvel (Solvente B) – n-butanol-álcool-água-hidróxido de amônio (50:25:25:10).
Procedimento
Prepare soluções aquosas das amostras a 1%. Sobre uma folha de papel Whatman n. 1, a 2
cm da extremidade, em pontos distantes 2 cm uns dos outros, aplique com um tubo capilar as
soluções das amostras e dos respectivos padrões dos corantes.
Desenvolva o cromatograma com o solvente A ou B. O valor de Rf e a coloração da mancha
devem ser idênticos aos do padrão. A visualização da mancha também pode ser feita a luz
ultravioleta, onde se tem melhor nitidez dos contornos e, em certos casos, de algumas
manchas que não foram vistas no exame direto.
Notas:
• Os cromatogramas feitos com os solventes A e B não levam sempre ao mesmo
resultado.
• Alguns corantes mudam inteiramente os valores de Rf de um para outro solvente e
outros se mostram mais puros em solvente A que em solvente B. O cromatograma com
4.11. REFERÊNCIAS
CAVALCANTE NETO, Adeval Alexandre. Desenvolvimento de Massa Alimentícia Mista de Farinhas de Trigo e
Mesocarpo de Babaçu (Orbignya sp.). Seropédica: UFRRJ, 2012. 68p. Rio de Janeiro. (Dissertação de Mestrado).
GUERREIRO, Lilian. Massas Alimentícias. Dossiê Técnico. REDETEC - Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro. Rio
de Janeiro. Setembro / 2006.
Métodos físico-químicos para análise de alimentos. IV Edição. 1ª Edição Digital. Instituto Adolfo Lutz, 2008.
Disponível na web. Acesso em março de 2012.
3. O “glúten” é um fator polêmico para fabricação das massas alimentícias. Explique o que significa este
termo cientificamente e comente sobre os aspectos positivos e negativos deste material nesta tecnologia
produtiva.
4. Construa uma tabela onde mostre os principais parâmetros verificados nas massas alimentícias
visando a qualidade total. Nesta tabela mostre os aspectos positivos e negativos na observância ou não
destes parâmetros.
5. Liste as etapas do processo de fabricação das massas alimentícias. Escreva uma idéia principal e
essencial para ilustrar cada operação unitária desse processo.
7. Liste as etapas fundamentais do processo de fabricação das massas alimentícias secas e indique os
pontos onde é controlada a temperatura. Qual a importância desse controle em cada caso?
8. A farinha de trigo é a principal matéria-prima das massas alimentícias. Quais os requisitos verificados
neste insumo para garantir a qualidade no produto final?
9. Faça um confronto entre a moldagem das massas alimentícias secas. Levante, pelo menos 3 idéias
distintas.
10. Admita o processo produtivo de fabricação das massas alimentícias secas, dividido nas seguintes
etapas: mistura, amassamento e secagem. Escolha, em cada etapa, um parâmetro analítico essencial
para o controle de qualidade total nesta produção. Explique sua finalidade na evolução do processo
produtivo, metodologia analítica usada para quantificação e possíveis desvios nos valores especificados e
formas de corrigir.
.........................................................................................................................................................
5.1. INTRODUÇÃO
Os assírios, que viveram na Mesopotâmia de 1.700 a 612 a.C, preparavam uma massa de
cevada e trigo, assada lentamente em vasos de barro. Já no Egito, foram encontradas dentro
da tumba do faraó Ti, pinturas que mostram um trabalhador assando biscoitos. Na Grécia, os
"Dipires", ou pães assados duas vezes, também assinalaram o nascimento do biscoito.
Os primeiros biscoitos foram servidos adocicados (com mel, uma vez que o açúcar ainda não
era conhecido) e eram objeto de gentileza para com amigos ou nobres, presentes, enfim. Na
época, um especialista em fabricar os biscoitos podia ser comprado, alugado por dias, tomado
à força, em resumo, era um objeto, um escravo de luxo. Isso porque o ofício de fabricar pães,
biscoitos e bolachas era um trabalho escravo que passava por gerações de uma mesma
família.
Em 1533, os cozinheiros de Catarina de Médicis, na corte francesa, criaram confeitos refinados
como brioches e biscoito champanhe. Ainda na França, sob os reinados de Luís XIV e Luís XV,
voltou-se a fabricar os "pães de pedra", que depois foram adaptados ao formato quadrado, com
200g cada peça.
Uma das funções iniciais do biscoito foi como suprimento de batalha. Na Roma antiga, os
padeiros assavam os pães duplamente para abastecer as legiões. Já o "biscoito de guerra",
seco e pequeno, tomou o lugar do pão de campanha em 1792. Nessa mesma época, o exército
russo utilizava o "biscoito de carne" criado pelo príncipe Dolgorouki, enquanto as tropas
inglesas consumiam biscoitos inventados por oficiais.
A popularidade do "biscoito" aumentou, rapidamente, (em meados do século XVII), quando na
Europa começou-se a adicionar chocolate ou chá ao biscoito. Criando o sabor e aroma, desde
então para estimular as suas vendas, investiam-se os mais variados tipos de gostos e aromas.
O progresso dos negócios dos biscoitos alertou as municipalidades para uma boa fonte de
renda em taxas e impostos, sobre os já populares "biscoitos para chá”. Esta súbita oneração
determinou, em retorno, uma busca por métodos e modos mais econômicos e de maior
rendimento; o início da industrialização.
Os franceses, ao longo dos séculos, desenvolveram novas técnicas para produzir biscoitos, a
principal delas foi submeter à massa em duas etapas de cozimento no forno, que reduzia
significativamente o teor de umidade, elevando o período de conservação. O termo biscoito
provém do francês "bis-cuit", que significa produto assado duas vezes.
5.3. MATÉRIAS-PRIMAS
Os insumos básicos dos biscoitos são: farinha de trigo, água, gordura vegetal hidrogenada,
açúcar, sal, leite, fermento e aromas. Cada biscoito possui matérias-primas e características
próprias. Os insumos utilizados na confecção de biscoitos podem ser divididos como
responsáveis por uma das duas funções principais:
• Amaciadores: Açúcar, Gema de ovo, Gordura, Fermentos.
• Estruturadores: Farinha, Ovos, Leite, Água, Sal.
Outros ingredientes, tais como amendoim, coco ralado, chocolate, frutas, condimentos e
essências, são utilizados em pequenas quantidades, com o propósito de conferir sabor.
As matérias-primas utilizadas dependem do tipo de biscoito, laminado ou extrusado, por
exemplo, e do sabor, aroma e textura pretendidos. Todas interferem diretamente no aspecto
final do produto e a alteração na quantidade pode favorecer ou prejudicar o ganho de peso do
biscoito, sendo este um dos grandes problemas da indústria em questão.
Farinha de trigo
É o componente principal de aproximadamente quase todos os tipos de biscoitos. O tipo de
farinha é influenciado pelo tipo de trigo e pelo processo de produção. Quanto ao tipo de trigo,
do ponto de vista comercial, ele pode ser dividido em quatro classes: duro, mole, branco e
durum. O trigo duro apresenta alto teor de proteína e a farinha obtida apresenta excelentes
características para panificação. O trigo branco apresenta um teor de proteína um pouco
Água
É um ingrediente importante na formulação de biscoitos, cuja função principal é dissolver os
ingredientes solúveis, além de hidratar o glúten. O pH e dureza da água influenciam as
características e qualidade da massa. A água deve, portanto, obedecer a requisitos de
potabilidade e constituição física e química. É importante para desenvolvimento da rede de
glúten da massa, influencia na elasticidade, consistência, textura e maciez do biscoito,
permitindo também o deslocamento dos nutrientes para o desenvolvimento do fermento. A
água pode conter íons de cálcio e magnésio naturalmente, que dependendo do teor, previnem
a formação de espuma e também determinam à dureza da água. A dureza da água pode ser
classificada em três categorias: água mole - até 50 ppm; água parcialmente dura – 50 a 100
ppm; água dura – acima de 100 ppm. Para produção de biscoitos que precisam de
fermentação, a água parcialmente dura é considerada adequada, pois a presença destes sais
aumenta esse processo, enquanto que a água dura retarda esse processo e a água mole torna
a massa mole e pegajosa. A presença de outros sais pode influenciar o pH da água, afetando a
atividade enzimática do fermento, cuja atividade ótima está em torno de 4 – 5.
Ovos
O ovo é um ingrediente pouco utilizado na confecção de biscoitos. Contribui na formação da
estrutura, que são expressas nas características de textura e aparência. Também atua como
um líquido para a dispersão dos sólidos durante a mistura.
No processamento de biscoitos, é recomendável a utilização de ovos pasteurizados ou utilizar
corretamente as normas de higiene e manipulação de alimentos, visto que o produto pode
estar contaminado com microrganismos, como a Salmonella sp. A temperatura no momento da
cocção é um fator que elimina esse microrganismo. Portanto, é importante o controle dessa
etapa para a garantia da sanidade do produto.
Malte
Geralmente é utilizado na forma de xarope de malte, contendo 75% de maltose. Existem dois
tipos empregados na indústria de biscoitos: o malte não diastático e o malte diastático. O
primeiro é aquele em que a atividade da diástase foi eliminada. O malte diastático possui uma
enzima do tipo pepsina, que age sobre o amido, convertendo-o em maltose. O malte não
Enzimas
Na indústria de biscoitos, as duas enzimas que mais interessam são:
• Amilases, relacionadas com a fermentação e que atuam hidrolisando amido e dextrinas.
• Proteases, conhecidas como endopeptidases, que atuam sobre proteínas, reduzindo a
viscosidade e elasticidade da massa.
Leite
O leite é utilizado na fabricação de biscoito há muito tempo, e é um ingrediente importante do
ponto de vista sensorial e nutricional. As principais razões da sua utilização podem ser
enumeradas como: coloração, retenção da umidade, consistência da massa, redução de
doçura, melhora do sabor e valor nutritivo.
O leite em pó apresenta vantagens de uso sobre o leite líquido, devido a facilidades de
manuseio. Em alguns países, vem sendo substituído pelo soro de leite, que produz um maior
efeito amaciante da massa e do produto final.
Sal
É um ingrediente que, além de contribuir para o sabor do produto, é responsável pelas
características de desenvolvimento da proteína do trigo. Pode ainda, atuar como estabilizador
da fermentação, controlando a taxa de reprodução das leveduras. O sal é utilizado de dois
modos:
• para salga da massa;
• como cobertura, na forma de cristais não dissolvidos.
Para salga da massa, o sal é utilizado na proporção de 0,6 a 1,5%, sobre a farinha de trigo.
Os principais efeitos que o sal produz na massa, principalmente dos biscoitos cracker são:
diminuir a absorção de água, ajudar o fortalecimento do glúten, melhorar a retenção dos gases,
contribuir com melhor textura e volume do produto final e contribuir no sabor do produto.
Açúcares
O açúcar (mais comum, a sacarose), assim como o sal, é um componente importante na
formulação de biscoitos. Pode-se dizer que o açúcar, de modo geral, serve para:
• fornecer a doçura;
• aumentar a maciez;
• contribuir para o volume;
• desenvolver cor de crosta agradável,
• agir como veículo para outros aromas;
• ajudar na retenção de umidade
• dar um acabamento atrativo
• servir de substrato às leveduras e outros microrganismos, nos produtos fermentados.
Gorduras
A gordura é um dos ingredientes mais importantes, e também um dos mais caros na confecção
de biscoitos. Vários fatores devem ser levados em consideração na seleção da gordura para o
processamento, pois tanto o tipo quanto a quantidade afetam a qualidade dos produtos. Muitos
fatores devem ser levados em consideração na escolha da gordura, como: resistência a
rancificação, sabor, aroma, poder cremoso, plasticidade, textura, cor, sensibilidade à luz e
logicamente, preço.
Por meio da seleção de gorduras adequadas e do teor utilizado, o produtor pode elaborar uma
grande variedade de biscoitos, desde os de baixo custo, com um mínimo de qualidade, até os
de mais alta qualidade. As gorduras podem ser classificadas em:
• animais: manteiga, banha, óleos.
• vegetais: hidrogenadas, plastificadas, óleos e margarina.
As gorduras animais são menos estáveis, razão pela qual as gorduras mais utilizadas são as
vegetais hidrogenadas ou plásticas. A manteiga e a margarina são raramente utilizadas.
Emulsificantes
São compostos cuja função é estabilizar misturas de dois líquidos imiscíveis, geralmente óleo e
água. Isto ainda depende da relação quantitativa dos dois líquidos e da presença de outros
ingredientes, tais como proteínas, amido ou ar. Os emulsificantes agem de vários modos. Os
principais são:
estabilizam óleo em emulsão aquosa;
estabilizam água em emulsão oleosa;
modificam a cristalização da gordura;
modificam a consistência, aderência da massa, além das características de geleificação
do amido pela complexação com amido, proteína e açúcares;
lubrificam as massas com baixo teor de gordura.
Os emulsificantes podem ser naturais, como a lecitina, ou sintéticos, produzidos especialmente
a partir de monoglicérides de glicerol.
A lecitina de soja é um emulsificante extraído e refinado do óleo de soja, oriundo da goma
retirada no processo de degomagem. Possui propriedades emulsificante, umectante e
antioxidante que ajudam na melhoria da plasticidade das massas, favorecendo a retenção de
gás e melhorando a dispersão de outros emulsificantes e gorduras.
Fermento químico
Os fermentos químicos destinam-se a ser empregados no preparo de pães especiais, broas,
biscoitos, bolachas e produtos afins de confeitaria.
Fermento químico é o produto formado de substância ou mistura de substâncias químicas que,
pela influência do calor e/ou umidade, produz desprendimento gasoso capaz de expandir
massas elaboradas com farinhas, amidos ou féculas, aumentando-lhes o volume e a
porosidade. É composto de Ácidos, Bicarbonatos, Carbonatos, Dihidrogenos, além de
substâncias próprias para uso alimentar, tais como: açúcares, farinhas, amidos, féculas e
enzimas. Os mais usados são o bicarbonato de sódio, o bicarbonato de amônio e o pirofosfato
ácido de sódio.
O bicarbonato de sódio é utilizado na fabricação de biscoitos para neutralizar os ácidos
produzidos, por microrganismos presentes na farinha, na massa durante a fermentação da
esponja. Por isso, deve ser adicionado no estágio de preparação e a quantidade empregada
deve ser calculada para neutralizar a acidez gerada na fermentação. É esta neutralização que
define o pH e a cor do produto final. Este componente parece também, aumentar a
extensibilidade da massa do Cracker. A decomposição do bicarbonato de sódio se da através
Fermento biológico
Apesar da fermentação química predominar na produção de biscoitos, grande quantidade de
fermento biológico é utilizado no preparo de “crackers” ou similares.
As principais funções são: fonte de enzimas, melhorador de sabor e agente de crescimento.
Como os biscoitos tipo “cracker” aumentam de volume graças aos processos de laminação, a
função como agente de crescimento é a menos importante.
O fermento usado na panificação e no processamento de biscoitos fermentados é oriundo da
família Saccharomyces cereviseae. A levedura Saccharomyces cereviseae, que possui a
função de produzir CO2, mediante o consumo de carboidratos na forma de glicose. O fermento
pode ser encontrado em três formas:
Levedura granular: nesta forma, o fermento é muito estável pela facilidade de mantê-lo
resfriado, pois a granulação amplia a superfície de resfriamento e permite uma
circulação de ar mais eficiente. Este tipo de fermento possui 75% umidade e deve ser
armazenado na temperatura de 0°C para que tenha uma viabilidade de até 10
semanas;
Levedura comprimida: é a forma mais comum comercializada, no formato de tabletes
ou cilindro retangular de 500 gramas. Também deve ser refrigerado para manter a
atividade;
Levedura seca ativa: a umidade é reduzida para cerca de 5 – 9%, que permite a
estocagem à temperatura ambiente por longos períodos, sem perda da atividade,
eliminando-se desta forma a necessidade de refrigeração. Entretanto, recomenda-se a
utilização de água morna (40°C) para ativar a levedura e em quantidade de 45% a
mais em relação ao fermento comprimido (em base seca).
PREPARAÇÃO DA MATÉRIA-PRIMA
As matérias-primas são selecionadas sob rígidos padrões de qualidade. São realizadas
análises de pureza, pH, acidez, umidade, ponto de fusão, textura, sabor e outras.
Todos os ingredientes são dosados nas quantidades adequadas de acordo com o tipo de
biscoito que será fabricado.
A matéria-prima deve ser selecionada e pesada com precisão, visto que qualquer erro nesta
fase afetará todo o processamento do biscoito.
A pesagem dos ingredientes da massa, cobertura e recheio que irão compor o produto deve
ser feita com bastante rigor. A água é medida por volume, enquanto que os outros ingredientes
são por peso.
Os instrumentos utilizados para pesagem devem estar higienizados para não haver
desperdícios e alterações no produto, como textura, cor e sabor. Os aditivos utilizados devem
ter sua dosagem exata, pois uma superdosagem pode acarretar danos à saúde do consumidor.
MISTURA
De modo geral, o processo de mistura em biscoitos tem as seguintes funções:
homogeneização dos ingredientes para formar massa uniforme;
dispersão de sólido no liquido ou líquido no líquido;
formar soluções de um sólido em um líquido;
desenvolver o glúten da farinha;
aerar a massa, deixando-a menos densa.
Os ingredientes são misturados até obter uma massa bem homogênea. A composição da
massa e do tipo de farinha utilizados interfere na textura. Existem muitos tipos de biscoitos,
alguns têm alto conteúdo de açúcar e outros de gordura.
Matérias-primas
PREPARAÇÃO DA
MATÉRIA-PRIMA
MISTURA
MOLDAGEM/CORTE
COZIMENTO OU
ASSAMENTO
RESFRIAMENTO
EMBALAGEM
ARMAZENAGEM
Biscoito comercial
Quanto aos métodos de mistura, de modo geral, podem ser divididos em três modos:
Método do creme - Mistura-se preliminarmente o açúcar, a gordura, o ovo e o leite, antes de
adicionar a farinha de trigo.
Método de um estágio - Todos os ingredientes são adicionados em uma única vez. Aumenta a
expansão do produto e é comumente utilizada para massas duras.
Método de dois estágios
• Massa com aeração química: mistura-se preliminarmente o açúcar, gordura, farinha de
trigo e o ácido acidulante. Depois, adiciona-se o leite e/ou a água.
• Massa fermentada: uma mistura com 60 a 70% da farinha de trigo adicionada de
fermento, fermentada por até 20 horas. Depois, os demais ingredientes são
adicionados e fermenta-se por mais 4 a 5 horas.
MOLDAGEM /CORTE
A massa pronta é moldada ou laminada de acordo com as características de cada um,
passando por máquinas especiais que darão forma aos biscoitos. Uma vez pronta a massa, é
sempre interessante dar um tempo de descanso, em torno de uns 20 minutos.
Os biscoitos podem ser moldados por prensa estampadora, extrusora, corte por prensa,
sistema rotativo, corte por fios de aço e sistema de deposição. Nessa etapa, a massa é
submetida à divisão manual ou mecânica, em partes iguais. O sistema de deposição é o mais
indicado para biscoitos tipo cookie, pois apresenta uma massa crua de consistência amolecida.
a b
Moldagem de biscoitos
(a) corte com rolo matriz e (b) depositora de massas
A operação do cozimento (ou cocção) do biscoito é a fase que tem como objetivo a remoção da
umidade e produção de cor do biscoito devido à caramelização dos açúcares presentes em sua
composição. Ocorre então a reação de Maillard nesta etapa do processo, bem como a
gelatinização do amido e coagulação do glúten da farinha. É nesta etapa que se desenvolve o
sabor do biscoito.
Um dos objetivos principais desta etapa é retirar a água do produto, podendo ser retirado até
28% do peso. Outra característica alterada é a coloração devido à caramelização dos
açúcares. Além disso, o cozimento provoca alterações químicas e físicas, que caracterizarão o
produto final.
As alterações físicas estão relacionadas à formação do filme, evaporação do álcool e, para os
produtos fermentados, expansão e redução da solubilidade do gás.
Já as modificações químicas estão ligadas à ação do fermento, formação de dióxido de
carbono (para os fermentados), gelatinização do amido, coagulação do glúten, caramelização
do açúcar e reação de queima da dextrose.
Atualmente, para fabricação de biscoitos geralmente são utilizados fornos contínuos de
esteiras. Para volumes de produção menores são utilizados fornos de cozimento intermitente.
RESFRIAMENTO
O resfriamento é uma das fases mais importantes do processamento de biscoitos. Assim que o
produto sai do forno, se apresenta mole e ainda com alguma umidade. Desta forma, não
poderá ser embalado diretamente, e deve sofrer o processo de resfriamento. Se essa fase não
for bem feita, pode ocorrer o fenômeno de “checking” ou quebra. Para controlar a quebra, três
pontos importantes devem ser levados em consideração:
formulação bem balanceada, normalmente contendo açúcar invertido;
assadura em condições ideais, com mínimo de variação no conteúdo de umidade das
diferentes partes;
resfriamento em atmosfera quente e úmida, evitando corrente de ar frio ou ar soprado
diretamente sobre os biscoitos.
Este processo é de extrema importância, para manter o biscoito sempre crocante.
EMBALAGEM
As principais funções da embalagem de biscoitos são: proteger contra insetos, poeira ou
qualquer material estranho, proteger o produto contra danos mecânicos, evitar contaminação
microbiológica, evitar perda ou ganho de umidade e proteger contra o excesso de luz. Os
principais materiais empregados são: celofane, filmes plásticos, alumínio e papel. Geralmente
esses materiais são combinados, em filmes laminados, de forma a oferecer a melhor barreira,
pelo menor custo. Na embalagem, os produtos ficam protegidos no armazenamento, no
transporte e nos pontos de venda.
ARMAZENAGEM
Estas caixas de papelão são então guardadas na área de armazenagem da fábrica onde ficam
aguardando a hora de embarque para o estabelecimento do cliente comprador.
Material
Estufa, balança analítica, dessecador com sílica gel, cápsula de porcelana ou de metal de 8,5
cm de diâmetro, pinça e espátula de metal.
Procedimento
Pese de 2 a 10 g da amostra em cápsula de porcelana ou de metal, previamente tarada.
Aqueça durante 3 horas. Resfrie em dessecador até a temperatura ambiente. Pese.
Repita a operação de aquecimento e resfriamento ate peso constante.
Cálculo:
Umidade a 105º C (% m/m) = 100 . N/P
N = n° de gramas de umidade (perda de massa em g); P = n° de gramas da amostra
Material
Proveta de 50 mL, frasco Erlenmeyer de 125 mL, bureta de 25 mL, balança analítica, espátula
metálica e pipetas volumétricas de 1 e 10 mL.
Reagentes
Solução de fenolftaleína a 1%
Solução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L ou 0,01 mol/L
Procedimento
Pese de 1 a 5 g ou pipete de 1 a 10 mL da amostra, transfira para um frasco Erlenmeyer de
125 mL com o auxílio de 50 mL de água.
Adicione de 2 a 4 gotas da solução de fenolftaleína e titule com solução de hidróxido de sódio
0,1 ou 0,01 mol/L, até coloração rósea.
Material
Aparelho extrator de Soxhlet, bateria de aquecimento com refrigerador de bolas, balança
analítica, estufa, cartucho de Soxhlet ou papel de filtro de 12 cm de diâmetro, balão de fundo
chato de 250 a 300 mL com boca esmerilhada, lã desengordurada, algodão, espátula e
dessecador com sílica gel.
Reagente
Éter
Procedimento
Pese 2 a 5 g da amostra em cartucho de Soxhlet ou em papel de filtro e amarre com fio de lã
previamente desengordurado.
No caso de amostras líquidas, pipete o volume desejado, esgote em uma porção de algodão
sobre um papel de filtro duplo e coloque para secar em uma estufa a 105°C por uma hora.
Transfira o cartucho ou o papel de filtro amarrado para o aparelho extrator tipo Soxhlet. Acople
o extrator ao balão de fundo chato previamente tarado a 105°C.
Adicione éter em quantidade suficiente para um Soxhlet e meio. Adapte a um refrigerador de
bolas. Mantenha, sob aquecimento em chapa elétrica, a extração contínua por 8 (quatro a
cinco gotas por segundo) ou 16 horas (duas a três gotas por segundo).
Retire o cartucho ou o papel de filtro amarrado, destile o éter e transfira o balão com o resíduo
extraído para uma estufa a 105°C, mantendo por cerca de uma hora.
Resfrie em dessecador até a temperatura ambiente.
Pese e repita as operações de aquecimento por 30 minutos na estufa e resfriamento até peso
constante (no Maximo 2 h).
Cálculo:
Lipídeos ou extrato etéreo por cento (m/m) = 100 . N / P
N = n. de gramas de lipídios
P = n. de gramas da amostra
Nota: no caso de produtos contendo alta proporção de carboidratos, pese a amostra sob papel de filtro e lave com
cinco porções de 20 mL de água. Coloque em estufa a 105°C por uma hora para secagem e proceda a extração
conforme acima descrito.
Material
Balança analítica, frascos de Kjeldahl de 500 a 800 mL, chapa elétrica ou manta aquecedora,
balão de destilação, frasco Erlenmeyer de 500 mL, bureta de 25 mL, espátula, papel de seda,
dedal e pipeta graduada de 25 mL ou pipetador automático.
Reagentes
Ácido sulfúrico Solução de fenolftaleína
Ácido sulfúrico 0,05 mol/L Vermelho de metila a 1% m/v
Sulfato de cobre Zinco em pó
Sulfato de potássio Hidróxido de sódio a 30% m/v
Dióxido de titânio Hidróxido de sódio 0,1 mol/L
Mistura catalítica – Dióxido de titânio anidro, sulfato de cobre anidro e sulfato de potássio
anidro, na proporção 0,3:0,3:6.
Procedimento
Pese 1 g da amostra em papel de seda.
Transfira para o balão de Kjeldahl (papel+amostra).
Adicione 25 mL de ácido sulfúrico e cerca de 6 g da mistura catalítica.
Leve ao aquecimento em chapa elétrica, na capela, até a solução se tornar azul-esverdeada e
livre de material não digerido (pontos pretos). Aqueça por mais uma hora. Deixe esfriar.
Caso o laboratório não disponha de sistema automático de destilação, transfira
quantitativamente o material do balão para o frasco de destilação.
Adicione 10 gotas do indicador fenolftaleína e 1 g de zinco em pó (para ajudar a clivagem das
moléculas grandes de protídeos).
Ligue imediatamente o balão ao conjunto de destilação. Introduza a extremidade afilada do
refrigerante em 25 mL de ácido sulfúrico 0,05 mol/L, contido em frasco Erlenmeyer de 500 mL
com 3 gotas do indicador vermelho de metila.
Adicione ao frasco que contém a amostra digerida, por meio de um funil com torneira, solução
de hidróxido de sódio a 30% até garantir um ligeiro excesso de base.
Aqueça à ebulição e destile até obter cerca de (250-300) mL do destilado.
Titule o excesso de ácido sulfúrico 0,05 mol/L com solução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L,
usando vermelho de metila.
Cálculo:
Protídeos (% m/m) = V . 0,14 . f / P
V = diferença entre o n. de mL de ácido sulfúrico 0,05 mol/L e o n. de mL de hidróxido de sódio 0,1 mol/L
gastos na titulação
P = n. de g da amostra
f = fator de conversão (conforme tabela mostrada anteriormente)
Material
Balança analítica, frasco de Kjeldahl de 500 a 800 mL, chapa elétrica ou manta aquecedora,
balão de destilação, frasco Erlenmeyer de 500 mL, buretas de 25 mL, espátula, papel de seda,
pipeta graduada de 25 mL ou pipetador automático.
Reagentes
Ácido sulfúrico Dióxido de titânio
Ácido sulfúrico 0,05 mol/L Solução de fenolftaleína a 1% m/v
Ácido bórico 0,033 mol/L Vermelho de metila a 1% m/v
Sulfato de cobre Hidróxido de sódio a 30% m/v
Sulfato de potássio
Procedimento (semelhante ao método anterior - 036/IV)
Para a digestão da amostra, proceda conforme descrito anteriormente. Na destilação, proceda
substituindo o ácido sulfúrico 0,05 mol/L no frasco Erlenmeyer onde será recolhida a amônia
formada, por ácido bórico 0,033 mol/L, que não reage diretamente, servindo apenas como
suporte para adsorção da amônia.
Titule diretamente a solução de hidróxido de amônio com a solução de ácido sulfúrico 0,05
mol/L, utilizando o mesmo indicador do método anterior.
Nota: alternativamente, poderá ser utilizada uma solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L em
substituição ao ácido sulfúrico 0,05 mol/L.
Cálculo:
Protídeos (% m/m) = V . 0,14 . f / P
V = volume de ácido sulfúrico 0,05 mol/L gasto na titulação
P = n. de g da amostra
f = fator de conversão (conforme tabela mostrada anteriormente)
Material
Balança analítica, espátula de metal, béquer de 100 mL, proveta de 50 mL, balão volumétrico
de 100 mL, frasco Erlenmeyer de 250 mL, funil de vidro, balão de fundo chato de 250 mL,
pipetas volumétricas de 5 e 10 mL ou bureta automática de 10 mL, buretas de 10 e 25 mL e
chapa elétrica.
Reagentes
Hidróxido de sódio a 40% m/v
Carbonato de sódio anidro
Ferrocianeto de potássio a 6% m/v
Material
Balança analítica, espátula de metal, banho-maria, béquer de 100 mL, proveta de 50 mL, balão
volumétrico de 100 mL, frasco Erlenmeyer de 250 mL, funil de vidro, balao de fundo chato de
250 mL, pipetas volumétricas de 10 e 20 mL, bureta automática de 10 mL, buretas de 10 e 25
mL e chapa elétrica.
Reagentes
Ácido clorídrico
Solução de hidróxido de sódio a 40% m/v
Carbonato de sódio anidro
Ferrocianeto de potássio a 6% m/v
Acetato de zinco a 12% m/v
Soluções de Fehling A e B tituladas
Procedimento
Transfira, com auxilio de uma pipeta, 20 mL de filtrado obtido em glicídios redutores em glicose
(038/IV), para um balão volumétrico de 100 mL ou pese de 2 a 5 g da amostra e transfira para
um balão volumétrico de 100 mL com auxílio de água.
Caso a amostra contenha alto teor de lipídios, proceda como em 038/IV, no item c. Acidule
fortemente com ácido clorídrico (cerca de 1 mL). Coloque em banho-maria a (100+/-2)°C por 30
a 45 minutos. Esfrie e neutralize com carbonato de sódio anidro ou solução de hidróxido de
sódio a 40%, com auxílio de papel indicador.
Caso a amostra contenha alto teor de proteína, proceda como em 038/IV, item a. Complete o
volume com água e agite. Filtre se necessário em papel de filtro seco e receba o filtrado em
frasco Erlenmeyer de 250 mL. Transfira o filtrado para a bureta. Coloque num balão de fundo
chato de 250 mL, com auxílio de pipetas de 10 mL, cada uma das soluções de Fehling A e B,
adicionando 40 mL de água. Aqueça até ebulição. Adicione, as gotas, a solução da bureta
sobre a solução do balão em ebulição, agitando sempre, até que esta solução passe de azul a
incolor (no fundo do balão deverá ficar um resíduo vermelho de Cu2O).
Cálculo:
Glicídios não-redutores em sacarose, por cento, m/m = { [100 . A . a / P . V] – B } . 0,95
A = n. de mL da solução de P g da amostra
a = n. de g de glicose correspondente a 10 mL das soluções de Fehling
P = massa da amostra em g ou no de g da amostra usado na inversão
V = n. de mL da solução da amostra gasto na titulação
B = n. de g de glicose por cento obtidos em glicídios redutores, em glicose
Nota: na titulação, quando se tornar difícil observar o desaparecimento da cor azul, adicione ao balão, próximo ao
ponto final, 1 mL da solução de azul de metileno a 0,02%, como indicador interno. Continue a titulacao ate completo
descoramento da solução. Continue a titulação até completo descoramento da solução.
Material
Cápsula de porcelana ou platina de 50 mL, mufla, banho-maria, dessecador com cloreto de
cálcio anidro ou sílica gel, chapa elétrica, balança analítica, espátula e pinça de metal.
Procedimento
Pese 5 a 10 g da amostra em uma cápsula, previamente aquecida em mufla a 550°C, resfriada
em dessecador até a temperatura ambiente e pesada.
Caso a amostra seja líquida, evapore em banho-maria. Seque em chapa elétrica, carbonize em
o
temperatura baixa e incinere em mufla a 550 C, até eliminação completa do carvão. Em caso
de borbulhamento, adicione inicialmente algumas gotas de óleo vegetal para auxiliar o
processo de carbonização.
As cinzas devem ficar brancas ou ligeiramente acinzentadas. Em caso contrário, esfrie,
adicione 0,5 mL de água, seque e incinere novamente.
Resfrie em dessecador até a temperatura ambiente e pese.
Repita as operações de aquecimento e resfriamento até peso constante.
Nota: podem ser utilizadas cápsulas de outros metais resistentes ao calor desde que as cinzas
obtidas não sejam empregadas para posterior análise de metais.
Cálculo:
Cinzas (% m/m) = 100 . N/P
N = n. de g de cinzas; P = n. de g da amostra
Procedimento
Execute como a análise da fibra alimentar total, com relação à preparação da amostra, dos
cadinhos e a hidrólise enzimática.
Material
Balança analítica, papel Whatman n.1, cuba cromatográfica, balão volumétrico de 100 mL e
capilares de vidro.
Reagentes
Citrato de sódio
Hidróxido de amônio
n-Butanol
Álcool
Soluções-padrão – Prepare as soluções aquosas de padrões dos corantes a 1% m/v.
Fase móvel (Solvente A) – Pese 2 g de citrato de sódio, transfira para um balão volumétrico de
100 mL, adicione 20 mL de hidróxido de amônio e complete o volume com água.
Fase móvel (Solvente B) – n-butanol-álcool-água-hidróxido de amônio (50:25:25:10).
Procedimento
Prepare soluções aquosas das amostras a 1%. Sobre uma folha de papel Whatman n. 1, a 2
cm da extremidade, em pontos distantes 2 cm uns dos outros, aplique com um tubo capilar as
soluções das amostras e dos respectivos padrões dos corantes.
Desenvolva o cromatograma com o solvente A ou B. O valor de Rf e a coloração da mancha
devem ser idênticos aos do padrão. A visualização da mancha também pode ser feita a luz
5.8. REFERÊNCIAS
PERES, Andrea Pissatto. Desenvolvimento de um biscoito tipo cookie enriquecido com cálcio e
vitamina D. UFPR. Curitiba, 2010. Dissertação de mestrado.
2. Construa uma tabela onde mostre os principais parâmetros verificados nos biscoitos
salgados e nos cookies visando à qualidade total. Nesta tabela mostre os aspectos
positivos e negativos na observância ou não destes parâmetros.
3. Liste as etapas genéricas do processo de fabricação dos biscoitos. Escreva uma idéia
principal e essencial para ilustrar cada operação unitária desse processo.
5. A farinha de trigo, o açúcar, o leite e a gordura são algumas das principais matérias-
primas usadas na fabricação dos biscoitos. Cite três requisitos que devem ser
verificados em cada insumo para garantir a qualidade no produto final?
6. Faça um confronto entre os tipos de biscoitos comerciais. Levante, pelo menos 2 idéias
distintas.
7. Admita o processo produtivo de fabricação dos biscoitos, dividido nas seguintes etapas:
mistura, moldagem e cozimento. Escolha, em cada etapa, um parâmetro analítico
essencial para o controle de qualidade total nesta produção. Explique sua finalidade na
evolução do processo produtivo e metodologia analítica usada para quantificação.
.........................................................................................................................................................
Cada produto lácteo, incluindo o próprio leite, deve seguir e atender os padrões de identidade e
qualidade específicos de cada produto presentes nos Regulamentos Técnicos, oficialmente
aprovados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Fonte: OLIVEIRA, J. S. Queijos: Fundamentos Tecnológicos. Governo do Estado de São Paulo, 1982.
Colostro
O leite colostro é a secreção das glândulas mamárias nos primeiros dias após o parto, que
apresenta composição, odor, sabor e aparência bastante diferentes do leite normal. Esta
diferenciação é máxima nas primeiras horas e, praticamente desaparece após poucos dias.
A composição do colostro varia rapidamente nas primeiras 24 horas, sendo que a maior
variação ocorre por conta das globulinas, apresentando uma alta porcentagem de
imunoglobulinas provenientes do sangue, visando dar imunidade ao recém nascido.
Histórico tecnológico
Com o advento e a massificação do refrigerador, estava estabelecida a condição para a
comercialização em massa de um leite fluido: o leite pasteurizado. A partir de 1900, a
pasteurização começa sua escalada comercial. O novo produto adaptou-se como uma luva às
necessidades de consumo das cidades, que cresciam rapidamente. Esse novo mercado abriu
caminho para o surgimento das indústrias laticinistas e para uma nova forma de organização
comercial: as cooperativas de produtores de leite.
O processo de pasteurização evoluía. Mediante sucessivas experimentações, percebeu-se que
era possível obter resultados equivalentes na eliminação de microrganismos aumentando-se a
temperatura e diminuindo o tempo do processo. O processamento foi evoluindo até chegar-se
ORDENHA EMBALAGEM/
Leite EMBALAGEM/ ESTOCAGEM
comercial ESTOCAGEM
Leite em
pó Aditivos
Leite filtrado e resfriado
Creme
ou nata MATURAÇÃO
NEUTRALIZAÇÃO PADRONIZAÇÃO
Leite padronizado
PASTEURIZAÇÃO
PASTEURIZAÇÃO PASTEURIZAÇÃO
ou ESTERILIZAÇÃO Leite aromatizado e
colorido
FILTRAÇÃO/
Leite pasteurizado HOMOGENEIZAÇÃO
DESODORIZAÇÃO ou esterilizado
COAGULAÇÃO
AQUECIMENTO/
BATEÇÃO/ HOMOGENEIZAÇÃO PASTEURIZAÇÃO
SEPARAÇÃO DO
SORO/
LAVAGEM
Tradicional Batido
DESSORAMENTO
INOCULAÇÃO
MALAXAGEM/
SALGA
EMBALAGEM/ FERMENTAÇÃO/
SALGA FERMENTAÇÃO AGITAÇÃO
EMBALAGEM/
ESTOCAGEM
RESFRIAMENTO
MATURAÇÃO Frutas
Manteiga
ESTOCAGEM EMBALAGEM
Queijo
Iogurte
Leite pasteurizado
Todo o leite recebido deve ser resfriado a uma temperatura entre 3°C e 5°C em silos
isotérmicos de aço inox, até que seja enviado ao processo de fabricação.
O leite é bombeado para o conjunto de pasteurização onde é pré-aquecido no pasteurizador de
placas, depois enviado às centrífugas e padronizado mantendo-se um teor de matéria gorda
mínima de 3,0%. É pasteurizado a 72 a 75°C por 15 a 20 segundos, refrigerado de 3 a 5°C e
estocado.
No caso do leite vitaminado, antes da pasteurização são adicionadas às vitaminas A e D, e é
feita a homogeneização do leite - processo mecânico que evita a separação da gordura do leite
e a formação de nata, e que mantém integrais suas qualidades digestivas.
O envase é feito por máquinas dosadoras automáticas sem nenhum contato manual, em
embalagens de polietileno ou embalagens cartonadas.
O leite pasteurizado é produzido com o mais puro leite. O produto necessita de refrigeração
para inibir o desenvolvimento de microorganismos. Depois de aberto, o produto pode ser
armazenado na geladeira por até 3 dias. O prazo de validade da embalagem fechada é de 5
dias.
O produto apresenta, em média, 3,0% de gorduras totais, 2,0% de gorduras saturadas, 3,1%
de proteínas e 4,4% de carboidratos. Cada 100g fornecem cerca de 57 Kcal ou 240 Kj. O leite
pasteurizado vitaminado é enriquecido de vitaminas A e D.
Leite evaporado
Todo o leite recebido é resfriado a uma temperatura entre 3°C e 5°C em silos isotérmicos de
aço inox, até que seja enviado ao processo de fabricação.
O leite é padronizado quanto ao seu teor de gordura, assegurando a composição correta do
produto final.
O leite já padronizado é pré-aquecido no evaporador, e é então enviado para clarificação e
posterior degerminação através de centrífuga clarificadora e degerminadora. Logo após, é
adicionada a lecitina de soja e o leite é homogeneizado (primeira homogeneização), retornando
ao setor de concentração, onde recebe tratamento térmico de 90 a 120ºC/ 30 seg a 2 min.
Em seguida, inicia-se a concentração contínua, a vácuo, em evaporadores para obtenção do
concentrado com 26% a 28% de sólidos totais, e posterior homogeneização (segunda
homogeneização) e estocagem a 8 ºC em tanques de aço inox, onde recebe água para ajuste
dos sólidos totais. Nesta etapa também é adicionado o fosfato dissódico para estabilização
protéica.
Logo após, o leite concentrado é aquecido a 68ºC e homogeneizado (terceira
homogeneização). O leite evaporado é enviado ao tanque de envase, sendo envasado em
latas de folha-de-flandres.
Em seguida as latas são “paletizadas” em gaiolas metálicas e enviadas ao esterilizador estático
a 115/124ºC por 10 a 15 minutos.
Leite condensado
Leite condensado é o produto que se obtém pela eliminação parcial da água de constituição do
leite (integral, semidesnatado ou desnatado), submetido a um tratamento térmico de
pasteurização e conservado mediante a adição de sacarose.
O processo de elaboração do leite condensado inicia-se com o mesmo sendo previamente
higienizado por centrifugação, pasteurização e padronizado em seu conteúdo de gordura,
passando então a um evaporador de vários efeitos.
No Evaporador o leite vai sendo concentrado em etapas sucessivas, procedendo-se à adição
do açúcar (sacarose) em forma líquida, antes da última dessas etapas. Na saída do
3
Evaporador o leite condensado tem uma densidade de 1,30 kg/dm .
A etapa mais importante do processo é o resfriamento. A água do leite condensado só pode
manter em dissolução a metade da lactose, produzindo-se a precipitação do restante. É preciso
evitar que essa precipitação seja descontrolada, o que levaria à formação de cristais grossos
de lactose, dando um paladar arenoso ao leite. Para isso esfria-se rapidamente o leite sob
intensa agitação até 30ºC, passando-o logo a um depósito, onde são inoculados finos cristais
de lactose, que servem como indutores de cristalização. Se os cristais formados forem
inferiores a 10 micra, permanecerão dispersos na massa de leite sem dar o gosto arenoso.
Depois de o produto ser agitado com bastante vigor durante um período de uma hora, procede-
se o esfriamento a 15-18ºC e se deixa no depósito durante 12 a 14 horas para que se complete
a cristalização. Passa-se depois ao enlatamente e ao armazenamento. O leite condensado
pode manter suas propriedades nutritivas por um período de até dois anos, sem necessidade
de refrigeração enquanto mantida fechada a sua embalagem.
Leite em pó
O procedimento de fabricação do leite em pó segue as mesmas etapas de processamento de
leites diversos relatados, mas é acrescido de outras etapas como a desidratação para
formação do leite em pó. Aqui o leite concentrado é pulverizado no interior de uma câmara, em
gotículas de tamanho muito reduzido as quais entram em contato com uma corrente de ar
filtrado e quente (160 a 200 °C). A desidratação ocorre de forma instantânea, sem que, as
partículas do leite já desprovidas de água, alcancem temperaturas superiores a 55° C. Isso
Doce de leite
Todo o leite recebido é resfriado a uma temperatura entre 3°C e 5°C em silos isotérmicos de
aço inox, até que seja enviado ao processo de fabricação.
O leite é padronizado quanto ao seu teor de gordura, assegurando a composição correta do
produto final. Em seguida, o leite é pré-aquecido, pasteurizado a 75ºC durante 15 segundos e
segue para a concentração. Através de um aquecedor tubular é aquecido e vai para o conjunto
de concentrador de 3 efeitos a vácuo, que consiste na evaporação a vácuo de parte da água
do leite.
O leite concentrado é bombeado para os tachos, onde recebe os ingredientes e coadjuvantes
de tecnologia previamente pesados: açúcar cristal, bicarbonato de sódio, cloreto de sódio e
lactose.
Em seguida, inicia-se o aquecimento da mistura por aquecimento indireto com vapor. Tão logo
a mistura entra em ebulição, é mantida por aproximadamente 10 minutos, ocasião em que é
verificado o “ponto” do doce, através da avaliação das características organolépticas adquiridas
pelo produto: aspecto pastoso, cor característica e cheiro próprio, estando finalizado o
processo.
O produto obtido é bombeado para os tanques de resfriamento, através de tubulações inox e bombas
sanitárias.
Finalmente, o produto é enviado por gravidade para as envasadoras em circuito fechado, sendo dosados
automaticamente em latas previamente esterilizadas, por exposição em raios ultravioleta e com conteúdo
para atender ao mercado tais como: 400g, 800g e 10 kg.
O doce de leite é produzido com leite integral, açúcar e lactose. O produto não necessita de refrigeração,
pois a concentração elevada de açúcar inibe o desenvolvimento de microorganismos. A lata depois de
aberta pode ser armazenada na geladeira por até 7 dias, em recipiente com tampa, para evitar que o
produto se estrague, escureça ou resseque. O prazo de validade da lata fechada é de 7 meses.
O produto apresenta, em média, 8% de gorduras totais, 5% de gorduras saturadas, 8% de proteínas, 56%
de carboidratos e uma média de 27% de água. Cada 100g fornecem cerca de 330 kcal ou 1386 kJ.
6.5.2. MANTEIGA
A manteiga é feita batendo nata ou creme que possua um determinado teor de gordura: os
glóbulos se aglomeram em grânulos. A porção líquida, o leitelho ou soro da manteiga é
desprezado e os grânulos continuam a ser processados. A nata, da qual se obtém a manteiga,
é, às vezes, inoculada com uma cultura iniciadora, buscando-se a melhoria do sabor
6.5.3. QUEIJO
De acordo com a Legislação Francesa define-se por queijo o produto fermentado ou não,
obtido pela coagulação do leite, da nata, do leite desnatado ou de suas misturas, dessorado, e
1
que contenha no mínimo 23 gramas de extrato seco por 100 gramas de queijo. Oliveira define
queijo como “um concentrado protéico-gorduroso resultante da coagulação do leite, seguida da
dessora do coágulo que causa o decréscimo da umidade”. O componente mais importante do
queijo é a proteína, sendo que o conteúdo de gordura pode variar dependendo do tipo de
queijo. O teor de umidade também varia muito e está relacionado com o tempo de conservação
Fonte: OLIVEIRA, J. S. Queijos: Fundamentos Tecnológicos. Governo do Estado de São Paulo, 1982.
6.5.4. IOGURTE
De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – FAO,
“iogurte é um leite coagulado obtido por fermentação láctica, através da adição de Lactobacillus
bulgaricus e Streptococcus thermophilus ao leite, pasteurizado ou concentrado, com ou sem
aditivos opcionais. Os microorganismos no produto final precisam ser viáveis e abundantes”. A
fermentação do leite deve ser feita procurando equilibrar o crescimento de ambas as bactérias,
de modo a se obter um produto suficientemente ácido e aromático.
O iogurte pode ser produzido com leite integral, semi-integral ou desnatado, mas deve ser dada
atenção ao conteúdo de extrato seco, que influi significantemente na consistência do produto
final. O iogurte tipo natural é envasado após a adição do fermento lácteo e coagulado dentro da
própria embalagem, por isso sua consistência é mais firme. Os iogurtes de frutas são
preparados pela adição de aromas, corantes, polpa de fruta e açúcar após coagulação. Como
são batidos para misturar os ingredientes, há o rompimento da estrutura do coágulo, o que
muda a consistência do iogurte. O iogurte deve por razão do processo de elaboração, conter e
ser comercializado com um elevado número de microorganismos viáveis do cultivo inicial. No
entanto, alguns produtos sofrem pasteurização antes do envasamento, o que melhora a
estabilidade do produto, evitando o aumento da acidificação durante a estocagem e
comercialização.
Várias mudanças são ocasionadas pelo tratamento térmico do leite para iogurte, sendo as mais
relevantes as mudanças na estrutura físico-química das proteínas, o abaixamento do pH e o
efeito nas propriedades nutritivas, tanto para o crescimento das bactérias como para a saúde
humana. A desnaturação das proteínas do soro e a conseqüente interação dessas proteínas
com a caseína aumentam as propriedades hidrofílicas da caseína e aumenta a estabilidade do
coágulo. O nível de desnaturação depende do iogurte que está sendo produzido, uma mistura
com baixo conteúdo de sólidos (9,5-12%) requer uma maior desnaturação das proteínas que
uma mistura com um teor mais elevado de sólidos.
O processamento do iogurte envolve vários tratamentos mecânicos que vão desde a agitação
do coágulo em tanques de fermentação, seguido de bombeamento para resfriadores, agitação
O iogurte de polpa é produzido com leite integral, açúcar e polpa de frutas. O produto necessita
de refrigeração, pois possui bactérias selecionadas, e se submetido a temperaturas acima de
10ºC poderá ocorrer uma acidificação excessiva com desenvolvimento de microorganismos.
Depois de aberto, o produto deve ser consumido imediatamente. O prazo de validade da
embalagem fechada e refrigerada é de 43 dias. O produto apresenta, em média, 3% de
gorduras totais, 2% de gorduras saturadas, 2,5% de proteínas e 17% de carboidratos. Cada
100g fornecem cerca de 100 Kcal ou 420 kJ.
6.5.5. SORVETE
Os sorvetes são fabricados a partir de uma emulsão estabilizada (calda de sorvete), que
através de um processo de batimento e congelamento produz uma substância cremosa, suave
e agradável ao paladar. As emulsões são compostas de produtos lácteos, água, gordura,
açúcares, estabilizantes, aromatizantes e outros.
A mistura (calda de sorvete) é filtrada para remover materiais grosseiros que possam ser
incorporados ao sorvete como glóbulos de gorduras, flóculos de leite e partículas sólidas que
não tenham sido bem umectadas.
Contaminação
Poucos microorganismos são capazes de crescer em baixas temperaturas. De acordo com a literatura,
em ambientes ótimos de crescimento, as zonas limites para crescimento no interior ou na superfície dos
alimentos são:
Para bactérias -5o C à –7o C
Para leveduras -7o C à –8o C
Para fungos -8o C à –10o C
Apesar da restrição de crescimento causada pelas baixas temperaturas de estocagem do produto, deve
ser dada grande importância à qualidade da matéria-prima e higiene de produção, já que existe a
possibilidade, embora lenta, de crescimento.
6.8.3. Densidade
Princípio do método:
A determinação da densidade baseia-se no princípio de Arquimedes de que todo corpo
mergulhado em um líquido recebe um empuxo vertical, de baixo para cima, igual à massa do
fluido deslocado pelo corpo.
Procedimento experimental:
Completa-se proveta de 250 mL com leite e introduz-se o termolactodensímetro de modo que
flutue livremente sem tocar na parede da proveta;
Após estabilização, realiza-se a leitura da escala da densidade e da temperatura do leite.
6.8.4. Crioscopia
Princípio do método:
Baseia-se na determinação do ponto de congelamento do leite em relação ao da água; devido
a sua composição, o leite apresenta um ponto de congelamento, ou índice crioscópico (IC) de
o o
-0,531 C (-0,550 C) e este valor depende de uma série de fatores relacionados ao animal, ao
leite, ao ambiente, ao manejo e até ao clima.
Procedimento experimental:
Para a determinação dos IC das amostras, utiliza-se 3 repetições de cada amostra distribuídas
em tubos de crioscópio, num volume de 2,5 mL cada, que são transferidos para aparelho
denominado crioscópio para a determinação da depressão do ponto de congelamento do leite.
Após a leitura de cada amostra, calcula-se a média entre as 3 repetições, determinando assim
o valor do IC que será expresso em graus Hortvet (°H).
Normalidade:
Índice criscópico máximo = -0,530°H (±0,01) (IN 51/2002)
Interpretação:
o
Valores acima do IC normal (mais próximos de 0 C) indicam fraude por adição de água ao leite
o
como por exemplo o valor de -0,510 H.
6.8.8. Peroxidase
Princípio do método:
A peroxidase é uma enzima, utilizada na avaliação da eficiência do sistema de pasteurização
por ser considerada termoresistente, ou seja, permanece ativa após o tratamento térmico.
Procedimento experimental:
Em tubo de ensaio (16 x 160) pipeta-se 10 mL de leite, aquecido a 45°C;
Junta-se 2 mL de solução alcoólica de guaiacol a 1% e 2 a 3 gotas de água oxigenada 10
volumes;
Homogeneiza-se e observa-se a amostra com o reagente.
Interpretação:
Cor salmão prova positiva, leite cru ou propriamente pasteurizado
Cor branca prova negativa, leite super aquecido ou fervido (acima de 80°C).
6.9.3. Sedimentação
Princípio do método:
Baseia-se na avaliação visual do sedimento formado pela deposição de substâncias próprias
ou residuais presentes no leite.
Procedimento experimental:
Pipeta-se 5 mL de cada amostra para tubos de centrífuga;
Após centrifugação a 2.000 rpm por 5 minutos, observa-se o sedimento formado e classifica a
amostra segundo descrito abaixo:
Bom = pequeno sedimento branco
Regular = presença de células, sujidades
Ruim = presença de células, sujidades, sangue, terra
Péssimo = presença de células, sujidade, sangue, terra, fezes
6.9.4. Lactofiltração
Princípio do método:
É feita a filtração, em papel filtro, de um volume determinado de leite levemente aquecido para
avaliar quantitativamente, a presença de sujidades no leite cru provenientes de processos
anteriores à sua recepção na indústria (ordenha, utensílios, transporte) como estimativa das
condições higiênico-sanitárias. É necessário utilizar aparelho de filtração de Minit com papel
filtro adequado.
Procedimento experimental:
Transferir 500 mL de leite para béquer de 1000 mL;
o
Aquecer o leite em banho-maria a no máximo 40 C;
Transferir para o aparelho de filtração de Minit com o papel filtro previamente tarado (P1);
Vedar o aparelho; insuflar ar com auxílio de pêra de borracha até completa filtração;
o
Retirar o filtro, secar em estufa a 100 C e esfriar em dessecador;
Em seguida pesar o filtro com o resíduo seco em balança analítica (P2).
Interpretação:
A massa do resíduo é determinada por diferença entre os resultados das pesagens P2 e P1
que será expressa em miligramas de sujidade por litro de leite.
6.9.6. Redutase
Princípio do método:
Avaliar, de forma qualitativa, a qualidade bacteriológica do leite, em função da taxa metabólica
dos diversos microrganismos que produzem substâncias redutoras no leite; o teste se aplica
bem a leites de qualidade mediana ou pobre, sendo pouco sensível para produtos de boa
qualidade (com baixo número de microrganismos).
Procedimento experimental:
Colocar 1 mL de azul de metileno em um tubo de rosca com 10 mL da amostra de leite;
Deixar em banho-maria a 40°C (para que a amostra atinja 37°C em 5 minutos); Inverter o tubo
e transferi-lo para banho-maria ou estufa, ambos a 37°C (+ ou - 0,5°C);
Cronometrar o início da prova e inverter os tubos a cada 30 minutos (para redistribuição da
gordura e bactérias);
Figura 02. Preparo das diluições (Adaptado de Madigan et al., Brock Biology of Microorganisms,2003).
Disponível em FERREIRA, Márcia de Aguiar. Análises Microbiológicas para Qualidade do Leite Fluído ...
(a)
Figura 03B - Esquema de semeadura e crescimento de aeróbios mesófilos (Adaptado de Madigan et al., Brock
Biology of Microorganisms, 2003).
Disponível em FERREIRA, Márcia de Aguiar. Análises Microbiológicas para Qualidade do Leite Fluído ...
(A) (B)
Figura 05. (A) Semeadura para coliformes totais em CVLB em triplicata (Acervo pessoal/Lipoa/UEL).
(B) Resultado positivo para coliformes totais em CVBL com turvação e formação de gás nos tubos de Durhan.
Disponível em FERREIRA, Márcia de Aguiar. Análises Microbiológicas para Qualidade do Leite Fluído ...
o
Quadro 2. Critérios microbiológicos para Coliformes totais ou Coliformes a 30/35 C em leite fluído.
Figura 06 - Resultados positivos para coliformes termotolerantes no caldo EC com formação do anel vermelho
(A) e formação de gás em tubo de Durhan no caldo triptona (B)
Disponível em FERREIRA, Márcia de Aguiar. Análises Microbiológicas para Qualidade do Leite Fluído ...
o
Quadro 3. Critérios microbiológicos para Coliformes termotolerantes ou a 45 C em leite fluído.
Figura 07 - Aspecto de leite com fermentação natural sem contaminação por microrganismos deteriorantes (A)
e com fermentação por microrganismos psicrotróficos (B).
Disponível em FERREIRA, Márcia de Aguiar. Análises Microbiológicas para Qualidade do Leite Fluído ...
Procedimento - As três diluições selecionadas devem ser semeadas em Agar padrão para
contagem (PCA) previamente distribuído nas placas (cerca de 15 mL), utilizando o
plaqueamento em superfície com auxílio de alça de Drigalski (Figura 08) espalhando todo o
inoculo por toda a superfície do meio até que todo o excesso de líquido seja absorvido.
O volume a ser semeado de cada diluição é de 0,1mL, também em duplicata e a incubação
o o
deve ser em temperatura baixa que pode ser de 7 C/10dias, de 18 C/45 horas ou de
o
21 C/25horas com as placas invertidas. Para a contagem, deve-se seguir o mesmo
procedimento utilizado para aeróbios mesófilos, porém multiplicar o resultado por 10 (dez) para
levar em conta o volume dez vezes menor inoculado no plaqueamento em superfície.
De acordo com o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem
Animal o número de psicrotróficos não deve exceder a 10% do total de aeróbios mesófilos.
Após a seleção de 3-5 colônias típicas e atípicas de cada placa, semear em tubos contendo
caldo cérebro-coração (BHI), incubados a 35°C por 24 horas; a partir deste caldo deve-se
efetuar a prova para pesquisa da presença de coagulase.
Para a pesquisa da presença de coagulase deve-se transferir 0,2 mL de cultivo para tubos
contendo 0,5 mL de plasma de coelho oxalatado; incubar a 35°C por 6 horas e verificar a
presença de coagulação (reação positiva); quando negativa, reincubar até 12 horas (Figura
10).
Disponível em FERREIRA, Márcia de Aguiar. Análises Microbiológicas para Qualidade do Leite Fluído ..
6.11. REFERÊNCIAS
FERREIRA, Márcia de Aguiar. Análises Microbiológicas para Qualidade do Leite Fluído. Dossiê
técnico. Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília – CDT/UnB.
Setembro/2007. Disponível na web.
FERREIRA, Márcia de Aguiar. Controle de Qualidade Físico Químico em Leite Fluído. Dossiê Técnico.
Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília - CDT/UnB. Abril/2007.
Disponível na web.
LANDOÑO, M.M. D.; ABREU, L. R. Fabricação do queijo prato. Universidade Federal de Lavras.
Disponível na internet.
Métodos físico-químicos para análise de alimentos. IV Edição. 1ª Edição Digital. Instituto Adolfo Lutz,
2008. Disponível na web. Acesso em março de 2012.
5. Considere os produtos derivados do leite: queijo, manteiga, iogurte e sorvete. O que existe em comum entre
eles no processamento? E o que os diferenciam? Explique.
6. O leite é considerado um dos alimentos mais nutritivos e completos devido a sua composição. Suponha que
você desejasse montar uma indústria de laticínios para produzir leite C, iogurte e manteiga.
(a) Que aspectos você deveria observar no tocante à matéria-prima?
(b) Que método(s) seria(m) mais adequado(s) economicamente para o processamento da matéria-prima?
(c) Que análises deveriam ser realizadas e qual a importância de cada uma delas?
(d) Proponha um fluxograma em linha contínua de produção partindo-se do leite como matéria-prima para a
sua indústria. Explique a finalidade de cada etapa do processo.
7. Quais os cuidados que devem ser observados na preparação e armazenamento dos sorvetes?
8. Indique 5 testes analíticos que um analista deveria escolher para dar o aval positivo de um leite cru para
processamento industrial. Explique a importância de cada teste.
9. Microrganismos são rotulados cotidianamente como espécies “maléficas” para o ser humano. Critique ou
ratifique esta informação transpondo o seu raciocínio para a tecnologia dos laticínios. Explique e
exemplifique.
10. Iogurtes e sorvetes são produtos industriais de grande aceitação mercadológica e podem ser enquadrados
num mesmo grupo de insumos químicos no tocante ao processo tecnológico. Que considerações, em âmbito
geral, convergentes e divergentes você faria sobre esses produtos? Explique.
11. Como diferenciar queijo e manteiga já que ambos são derivados do leite? Justifique.
12. A deterioração microbiológica é um dos fenômenos mais desagradáveis que pode ocorrer num alimento.
Considerando o leite cru como um alimento rico em proteínas, carboidratos e lipídeos, que substâncias
indesejáveis poderiam ser formadas estando presentes microrganismos proteolíticos, fermentadores de
carboidratos e lipolíticos. Justifique sua resposta, esboçando esquema de possíveis reações ocorridas e
produtos formados. (Nota: Desconsiderar interações reacionais entre as espécies produzidas nesta
degradação microbiana).
13. No processamento de laticínios: manteiga, queijo e iogurtes, uma das etapas mais importantes é a
inoculação. Comente sobre a sua finalidade, vantagens e desvantagens nestas tecnologias.
14. Admita a produção do leite industrial (pasteurizado ou esterilizado) partindo-se de raça bovina. Aplique o
princípio APPCC nesta tecnologia, mostrando os pontos críticos e as medidas usadas para eliminação ou
minimização destes.
.........................................................................................................................................................
7.1. INTRODUÇÃO
A produção de alimentos, sua conservação e distribuição são problemas estratégicos a serem
resolvidos com a máxima urgência, pois como se sabe, o crescimento populacional é mais
acelerado do que o da disponibilidade de alimentos.
Segundo a FAO (Organização das Nações Unidades para Alimentação e a Agricultura), quase
1 bilhão de pessoas, a maioria nos países em desenvolvimento, sofrem de desnutrição crônica,
comendo menos do que o necessário para atingir os níveis mínimos de energia. Outros
milhões sofrem de má nutrição aguda durante os períodos de falta sazonal ou transitória de
alimentos. A mortalidade, principalmente a infantil, por desnutrição de energia protéica, é
assustadora: cerca de 13 milhões morrem todos os anos antes de completar 5 anos de idade,
como resultado direto da fome ou de nutrição insuficiente. A simples produção de alimentos
não é tudo. Se não houver meios adequados para conservá-los e distribuí-los, o problema
mundial não irá tão somente persistir mas será severamente agravado. A conservação de
alimentos, mantendo da melhor maneira possível suas condições naturais, tem sido uma
preocupação constante dos pesquisadores.
7.2. DEFINIÇÕES
Segundo a Resolução RDC n.352/2002 da ANVISA tem-se:
Hortaliça em Conserva: é o produto preparado com tubérculos, raízes, rizomas, bulbos, talos,
brotos, folhas, inflorescências, pecíolos, frutos, sementes e cogumelos cultivados, cujas partes
comestíveis são envasadas praticamente cruas, reidratadas ou pré-cozidas, imersas ou não
em líquido de cobertura apropriado, submetidas a processamento tecnológico antes ou depois
de fechadas hermeticamente nos recipientes utilizados a fim de evitar sua alteração.
Fruta em Conserva: é o produto preparado com frutas frescas, congeladas ou previamente
conservadas, inteiras ou em pedaços ou em forma de polpa, envasadas praticamente cruas ou
pré-cozidas, imersas ou não em líquido de cobertura adequado, podendo conter opcionalmente
outros ingredientes comestíveis e, finalmente, submetidas a adequado tratamento antes ou
depois de fechadas hermeticamente nos recipientes para isso destinados, a fim de assegurar
sua conservação.
Fruta e ou Hortaliça em Conserva de Baixa Acidez: é aquela elaborada com frutas e ou
hortaliças em que o pH é maior que 4,5 e a atividade de água é maior que 0,85, devendo ser
submetida ao tratamento térmico de esterilização para sua conservação.
Fruta e ou Hortaliça em Conserva Acidificada Artificialmente: é aquela elaborada com
frutas e ou hortaliças de baixa acidez, na qual é feita a adição de ácido orgânico ou alimento
ácido para se obter o pH de equilíbrio igual ou menor que 4,5 no produto final, devendo ser
submetida ao tratamento térmico de pasteurização para sua conservação.
Matérias-primas
CONDICIONAMENTO
DA MATÉRIA-PRIMA
E INSUMOS
SELEÇÃO/LIMPEZA/
CLASSIFICAÇÃO
PREPARO
BRANQUEAMENTO/
RESFRIAMENTO
ACONDICIONAMENTO/
ACIDIFICAÇÃO
EXAUSTÃO/
FECHAMENTO
HERMÉTICO
APERTIZAÇÃO/
RESFRIAMENTO
ROTULAGEM/
ARMAZENAMENTO
Conserva
Preparo
As frutas e ou hortaliças utilizadas no processamento devem ter sido bem selecionadas,
classificadas e limpas para serem preparadas para as outras operações unitárias
subseqüentes. Devem ser elaborados, implementados e mantidos os Procedimentos
Operacionais Padronizados-POPs referentes ao preparo das frutas e ou hortaliças constando
informações sobre as formas de cortes, descascamento e outros que forem necessários para
esta operação.
Deve ser feito de acordo com a matéria-prima e o produto final, consistindo de um modo geral
em retirada de película (cenouras, batatas), descascamento (ervilhas, feijões), debulhamento
(milho), cortes (vagens, cenouras) e outros que se fizerem necessários.
Branqueamento e Resfriamento
Este tratamento térmico freqüentemente utilizado tem a finalidade de inativar enzimas
(peroxidase e catalase) que podem causar reações de deterioração, como o escurecimento. As
reações enzimáticas são responsáveis por alterações sensoriais e nutricionais, principalmente
no período de estocagem.
O branqueamento reduz a carga microbiana inicial do produto, promove amaciamento de
tecidos vegetais, facilitando o envase e remove ar dos espaços intercelulares, auxiliando,
assim, a etapa de exaustão, fixa cor, aroma e sabor e remove substâncias gelatinosas ou
amargas. A remoção de ar pode, ainda, alterar o comprimento da onda da luz refletida no
produto, como ocorre em ervilhas, que adquirem uma cor verde mais brilhante.
O branqueamento pelo calor, quando utilizado, deve ser feito com água potável.
Alguns vegetais são imersos em água ou expostos à ação do vapor por um determinado
período de tempo 2 a 10 min de 70 a 80 ºC.
Acondicionamento
Devem ser obedecidos os critérios de enchimento estabelecidos em legislação específica. O
acondicionamento na embalagem realizado mecanicamente ou manualmente deve ser
controlado, de forma a contribuir para a eficácia do processamento das frutas e ou hortaliças
em conserva.
Acidificação
Para as frutas e ou hortaliças em conserva acidificadas artificialmente, o líquido de cobertura
deve conter quantidade de ácido necessária para garantir que o pH de equilíbrio no produto
final alcance valor igual ou menor que 4,5.
Os ácidos orgânicos a serem utilizados na fabricação de frutas e ou hortaliças em conserva
devem ser regularizados pelo Ministério da Saúde.
Para calcular a concentração de ácido a ser adicionado ao líquido de cobertura deve ser
considerada a proporção de peso do produto por volume do líquido de cobertura ou a
proporção peso do produto por peso do líquido de cobertura.
Para as frutas e ou hortaliças em conserva acidificadas artificialmente, após a adição do líquido
de cobertura contendo ácido ou alimento ácido, devem ser realizadas medições do pH do
produto e mantidos os registros, a fim de certificar que o pH de equilíbrio seja igual ou menor
que 4,5.
Para as hortaliças em conserva acidificadas por fermentação devem ser realizadas medições
do pH do produto e mantidos os registros, a fim de certificar que o pH do produto seja igual ou
menor que 4,5.
Quando a acidificação for necessária para o processamento das frutas e ou hortaliças em
conserva devem ser elaborados, implementados e mantidos os Procedimentos Operacionais
Padronizados-POPs relativos a essa operação. Os POPs devem conter no mínimo, as
seguintes informações: especificação da matéria-prima processada, tipo e quantidade do ácido
orgânico ou alimento ácido utilizado, proporção de peso do produto por volume do líquido de
cobertura ou peso do produto por peso do líquido de cobertura, preparo do líquido de
cobertura, método para determinação e freqüência de medição do pH do produto.
Exaustão
A exaustão dos recipientes para remoção do ar deve atender às condições especificadas para
este processo definidas pelo estabelecimento. A exaustão é facultativa quando forem utilizadas
embalagens de vidro com tampa de rosca que aliviam a pressão durante o tratamento térmico.
Tratamento Térmico
A instalação, funcionamento e o controle do equipamento de tratamento térmico devem ser
efetuados de acordo com as recomendações do fabricante e do órgão oficial competente para
garantir as condições adequadas de operação.
As frutas e ou hortaliças em conserva após serem submetidas ao tratamento térmico devem
ser identificadas e separadas daquelas que ainda não foram termicamente processadas.
Devem ser elaborados, implementados e mantidos os Procedimentos Operacionais
Padronizados-POPs referentes à esterilização e à pasteurização de frutas e ou hortaliças em
conserva contendo, no mínimo, as seguintes informações: especificações do produto, tamanho
e tipo de embalagem, temperatura inicial mínima, tipo e características do sistema de
tratamento térmico, tempo e temperatura de esterilização ou de pasteurização.
As combinações de tempo e temperatura utilizadas na pasteurização e esterilização devem ser
anteriormente definidas com base em estudos científicos e garantir a segurança do processo
quanto à eliminação de microrganismos de interesse à saúde publica.
Devem ser efetuados controles de tempo e temperatura do tratamento térmico a cada
operação realizada.
Resfriamento
As frutas e ou hortaliças em conserva após sofrerem tratamento térmico devem ser submetidas
ao resfriamento até a temperatura interna de 40 ºC.
A água de resfriamento deve apresentar um teor de cloro residual livre de, no mínimo, 0,5 ppm
após utilização no processo de resfriamento. Devem ser realizadas análises periódicas para
verificar a carga microbiana e os níveis de cloro.
Responsável Técnico
A responsabilidade pelo processamento das frutas e ou hortaliças em conserva deve ser
exercida por funcionário que tenha curso de capacitação, com carga horária mínima de 40
(quarenta) horas, abordando os seguintes temas:
a) Microbiologia de alimentos;
b) Boas Práticas de Fabricação;
c) Processamento das Frutas e ou Hortaliças em Conserva, com destaque para acidificação e
tratamento térmico;
d) Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle - HACCP.
Os estabelecimentos produtores/industrializadores devem dispor de certificado de capacitação
dos funcionários envolvidos no processamento das frutas e ou hortaliças em conserva,
devidamente datado, contendo a carga horária e conteúdo programático do curso.
Documentação e Registro
As operações executadas nos estabelecimentos produtores/industrializadores das frutas e ou
hortaliças em conserva devem estar de acordo com o Manual de Boas Práticas de Fabricação.
Os Procedimentos Operacionais Padronizados-POPs referentes às operações de higienização,
Estão incluídas neste tópico as conservas de hortaliças (verduras, legumes, raízes, tubérculos
e rizomas), de cogumelo, os picles e extratos e purês de tomate.
Hortaliça é a planta herbácea, da qual uma ou mais partes são utilizadas como alimento, na
sua forma natural. Entende-se por hortaliça, tubérculos, raízes, rizomas, bulbos, talos, brotos,
folhas, inflorescências, pecíolos, frutos, sementes e cogumelos comestíveis cultivados.
Hortaliça em conserva é o produto preparado com as partes comestíveis das hortaliças,
envasadas praticamente cruas, reidratadas ou pré-cozidas, imersas ou não em líquido de
cobertura apropriado, submetidas a adequado processamento tecnológico antes ou depois de
fechadas hermeticamente nos recipientes utilizados a fim de evitar a sua alteração. Muitas
vezes, nestes produtos, é determinado o porcentual de sólidos drenados em relação ao peso
total conforme o método 003/IV. No caso do palmito, pimentão e alcachofra, deve ser
determinado o pH (017/IV), para atender ao regulamento técnico específico e a pesquisa de
ácido cítrico (059/IV). Na parte sólida, moída e homogeneizada, são determinadas cinzas
(018/IV) e cloretos (028/IV) ou (029/IV).
Verdura é a parte geralmente verde das hortaliças, utilizada como alimento no seu estado
natural.
Legume é o fruto ou a semente de diferentes espécies de plantas, principalmente das
leguminosas, utilizado como alimento.
Raiz, tubérculo e rizoma são partes subterrâneas desenvolvidas de determinadas plantas,
utilizadas como alimento, por exemplo: tubérculo (batata), rizoma (araruta), raiz (cenoura).
Extrato de tomate é o produto resultante da concentração da polpa de frutos maduros e sãos
do tomateiro (Solanum lycopersicum) por processo tecnológico adequado. Será classificado
como purê de tomate se apresentar um teor de substância seca menos cloreto de sódio, de no
mínimo 9% m/m e como extrato de tomate, de no mínimo 18% m/m. Nesses produtos, são
determinados o resíduo seco de acordo com o método 015/IV, usando preferencialmente
estufa a vácuo a 70°C, cinzas conforme 018/IV e pesquisados os corantes artificiais como em
051/IV. Eventualmente, determina-se a sacarose conforme o método 039/IV. Nos cogumelos
em conserva é efetuada a determinação de dióxido de enxofre pelo método 050/IV.
Picles é o produto preparado com as partes comestíveis de frutas e hortaliças, com ou sem
casca, submetidos ou não a processo fermentativo natural. No mesmo é determinada a acidez,
expressa em ácido acético, eventualmente, o teor de cloretos conforme o método 028/IV ou
029/IV e sólidos solúveis como em 015/IV.
Preparo das amostras de conservas vegetais
Hortaliças em conserva e picles – Os caroços e as sementes devem ser removidos sem parti-
los.
Homogeneíze a amostra com trituradores, com qualquer equipamento mecânico adequado ou
em almofariz. As amostras enviadas em embalagens grandes devem ser homogeneizadas e
retiradas algumas porções para trituração.
o
N = n de g de resíduo seco
o o
A = n de mL da amostra (ou n de gramas da amostra)
Como alternativa, o resíduo seco pode ser calculado subtraindo-se de 100 g da amostra o
o
numero de g de “umidade por cento”. Considere a diferença como o n de g do “resíduo seco
por cento”.
Cálculo:
100 - A = resíduo seco por cento m/m
o
A = n de g de umidade por cento
Resíduo por incineração ou cinzas é o nome dado ao material obtido por aquecimento de um
produto em temperatura próxima a (550-570)°C. Nem sempre este resíduo representa toda a
substância inorgânica presente na amostra, pois alguns sais podem sofrer redução ou
o
N = n de g de cinzas
o
P = n de g da amostra
Notas:
Caso o pH da solução esteja ácido, neutralize com solução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L, de
bicarbonato de sódio ou carbonato de cálcio, até pH entre 6,5 e 9,0.
Se for usado o bicarbonato de sódio ou carbonato de cálcio, aqueça a solução em banho-maria
até não haver mais desprendimento de dióxido de carbono, antes de completar o volume do
balão.
o
V = n de mL da solução de nitrato de prata 0,1 mol/L gasto na titulação;
f = fator da solução de nitrato de prata 0,1 mol/L
o
P = n de g da amostra na alíquota utilizada para a titulação.
Material
Balança analítica, espátula de metal, banho-maria, béquer de 100 mL, proveta de 50 mL, balão
volumétrico de 100 mL, frasco Erlenmeyer de 250 mL, funil de vidro, balao de fundo chato de
250 mL, pipetas volumétricas de 10 e 20 mL, bureta automática de 10 mL, buretas de 10 e 25
mL e chapa elétrica.
Reagentes
Ácido clorídrico
Solução de hidróxido de sódio a 40% m/v
Carbonato de sódio anidro
Ferrocianeto de potássio a 6% m/v
Acetato de zinco a 12% m/v
Soluções de Fehling A e B tituladas
Procedimento
Transfira, com auxilio de uma pipeta, 20 mL de filtrado obtido em glicídios redutores em glicose
(038/IV), para um balão volumétrico de 100 mL ou pese de 2 a 5 g da amostra e transfira para
um balão volumétrico de 100 mL com auxílio de água.
Caso a amostra contenha alto teor de lipídios, proceda como em 038/IV, no item c. Acidule
fortemente com ácido clorídrico (cerca de 1 mL). Coloque em banho-maria a (100+/-2)°C por 30
a 45 minutos. Esfrie e neutralize com carbonato de sódio anidro ou solução de hidróxido de
sódio a 40%, com auxílio de papel indicador.
Caso a amostra contenha alto teor de proteína, proceda como em 038/IV, item a. Complete o
volume com água e agite. Filtre se necessário em papel de filtro seco e receba o filtrado em
A = n. de mL da solução de P g da amostra
a = n. de g de glicose correspondente a 10 mL das soluções de Fehling
P = massa da amostra em g ou no de g da amostra usado na inversão
V = n. de mL da solução da amostra gasto na titulação
B = n. de g de glicose por cento obtidos em glicídios redutores, em glicose
Nota: na titulação, quando se tornar difícil observar o desaparecimento da cor azul, adicione ao balão, próximo ao
ponto final, 1 mL da solução de azul de metileno a 0,02%, como indicador interno. Continue a titulacao ate completo
descoramento da solução. Continue a titulação até completo descoramento da solução.
O dióxido de enxofre pode ser usado nos alimentos como conservador isolado ou na forma de
seus sais de sódio, potássio ou cálcio, mas nas análises sempre é calculado na forma de SO2
livre. Tem ação inibidora no crescimento de fungos, fermentos e bactérias aeróbias e previne o
escurecimento enzimático de frutas e vegetais. Mantêm a vitamina C, mas inativa a vitamina
B1.
Material
Frasco Erlenmeyer de 125 mL, tubo em U, tubo de ensaio, proveta de 10 mL e pipeta graduada
de 1 mL.
Reagentes
Acetato de cobre
Ácido clorídrico
Pedra de mármore
Solução de iodo com cloreto de bário – Dissolva 3 g de iodo em uma solução de 3 g de iodeto
de potássio em 50 mL de água. Adicione 2 g de cloreto de bário e complete com água o
volume ate 100 mL.
Procedimento
Pese 5 g da amostra em um frasco Erlenmeyer de 125 mL.
Adicione 0,1 g de acetato de cobre, um pequeno pedaço de mármore e 10 mL de ácido
clorídrico.
Reagentes
Água oxigenada a 3%, recém-preparada com água destilada e deionizada
Ácido clorídrico
Hidróxido de sódio 0,05 mol/L
Vermelho de metila a 0,2% m/v ou azul de bromofenol a 0,4% m/v
Procedimento
Pese 50 g da amostra e transfira para o balão de reação do aparelho.
Adicione 350 mL de água e 20 mL de ácido clorídrico.
Transfira 15 mL e 5 mL de água oxigenada a 3%, respectivamente, para os frascos A e B, que
devem estar introduzidos em banho de água gelada.
o
B = n de mL de solução de hidróxido de sódio 0,05 mol/L gasto na prova em branco
o
A = n de mL de solução de hidróxido de sódio 0,05 mol/L gasto na titulação da amostra
M = concentração em mol/L da solução de hidróxido de sódio
o
P = n de g da amostra
f = fator da solução de hidróxido de sódio 0,05 mol/L
FRUTAS E DERIVADOS
Também são abordados neste tópico os produtos de frutas, tais como: frutas secas,
cristalizadas e glaceadas, liofilizadas, doces de frutas em calda e compotas, geléias de frutas,
doces em massa, sucos de frutas, polpas, néctares e coco e seus derivados (água de coco,
leite de coco). Algumas das definições contidas na legislação específica estão descritas abaixo:
Frutas secas – Produtos obtidos pela perda parcial da água das frutas, inteiras ou em
pedaços, por processos tecnológicos adequados.
Frutas liofilizadas - produtos obtidos pela desidratação quase completa das frutas, inteiras ou
em pedaços, pelo processo de liofilização.
Frutas cristalizadas e glaceadas – Produtos preparados com frutas, nas quais se substitui
parte da água de constituição por açúcar, com tecnologia adequada, recobrindo-as ou não com
uma camada de sacarose.
As determinações realizadas em frutas secas, liofilizadas e cristalizadas incluem: umidade,
acidez titulável, acidez em ácidos orgânicos, glicídios redutores em glicose (038/IV), glicídios
não redutores em sacarose (039/IV) cinzas (018/IV), fibra alimentar (045/IV e 046/IV) dióxido
de enxofre (050/IV), minerais e metais pesados.
Geléias de frutas – Produtos preparados a partir de frutas e/ou sucos, misturados com açúcar,
com adição de pectina, ácidos e outros ingredientes permitidos, podendo apresentar frutas
N = perda de peso em g
P = massa da amostra em g
Cálculo:
Ácido láctico 90 1
Ácido acético 60 1
Cálculo:
Sólidos insolúveis, por cento, m/m = N . 100 / P
N = n° de gramas do resíduo
P = massa da amostra em g
Nota: para sucos de frutas cítricas, corrija o Brix obtido, em relação à acidez da amostra calculada em ácido cítrico, a
partir da concentração de 1%, conforme a Tabela 3.
Tabela 3 – Correção do valor dos graus Brix em relação ao ácido cítrico contido na Amostra
Cálculo:
7.6. REFERÊNCIAS
Métodos físico-químicos para análise de alimentos. IV Edição. 1ª Edição Digital. Instituto Adolfo Lutz,
2008. Disponível na web. Acesso em março de 2012.
5. Proponha um fluxograma racional para uma indústria que inclua os processamentos da ervilha,
do milho e da azeitona em sua linha de produção. Explique cada etapa.
7. O que são aditivos alimentícios? Como se classificam? Quais suas funções? Exemplifique
(mínimo 10).
8. A deterioração microbiológica é um dos fenômenos mais desagradáveis que pode ocorrer num
alimento. Considerando um alimento rico em proteínas, carboidratos e lipídeos, que substâncias
indesejáveis poderiam ser formadas estando presentes microrganismos proteolíticos,
fermentadores de carboidratos e lipolíticos. Justifique.
.........................................................................................................................................................
8.1. INTRODUÇÃO
Em 1767, o químico inglês Joseph Priestley conseguiu adicionar gás carbônico à água,
produzindo, pela primeira vez, a água carbonatada artificial. Descobriu também ser esta
substância a responsável pela efervescência das águas minerais, que tanto agrada ao paladar.
Em 1807, o farmacêutico americano Townsed Speakman melhorou bastante o gosto da água
carbonatada, misturando-a com açúcar e sumos de frutas. O resultado foi-se tornando
gradualmente conhecido e procurado, como excelente maneira de saciar a sede. Logo
surgiram as "fontes de soda", estabelecimentos que comercializavam a mistura. Surgia então a
partir desse momento os refrigerantes.
Em 1886 John Pemberton, um farmacêutico de Atlanta, EUA, criou uma bebida que se tornaria
um grande símbolo americano. A história do refrigerante no mundo está muito ligada à história
da empresa precursora no mercado: The Coca-Cola Company. A criação de Pemberton foi
motivada pela curiosidade. O farmacêutico, que adorava manipular fórmulas medicinais, ao
pesquisar a cura para dores de cabeça produziu uma mistura líquida de cor caramelo. Levou-a
para uma farmácia, a Jacob’s Pharmacy, onde o xarope, misturado à água carbonatada (água
com bastante dióxido de carbono dissolvido), foi oferecido ao público. A farmácia colocou o
copo do produto à venda por US$ 0,05. Frank Robinson, contador de Pemberton, batizou a
bebida de ”Coca-Cola”, escrevendo o nome com sua própria caligrafia. Desde então o nome
Coca-Cola é escrito da mesma maneira, e a data oficial do seu nascimento fica sendo 8 de
maio de 1886, data em que foi lançada na Jacob’s Pharmacy. Nos primeiros anos eram
vendidos aproximadamente 9 copos (com 237 mL cada) de Coca-Cola por dia. Um século
depois, a empresa The Coca-Cola Company já havia produzido ‘apenas’ mais de 38 bilhões de
litros do “xarope”.
Estima-se que a população mundial consuma todos os dias, 1,3 bilhão de litros da bebida, uma
quantidade enorme equivalente a 688 piscinas olímpicas. De um xarope, inicialmente destinado
a curar algumas mazelas do corpo e espírito, passou hoje a uma bebida que existe em pelo
menos 160 países. A The Coca-Cola Company assegura que a bebida é a mesma em qualquer
parte do mundo: 88 % de água, 9,976 % de açúcar, 2 % de gás carbônico e 0,024 % do tal
xarope que é a alma do negócio.
O surgimento do setor de refrigerantes no Brasil está datado de 1904, neste ano foi fundada a
primeira indústria de refrigerantes, posteriormente em 1905 surgiu uma segunda, e outras três
até os anos 30. Essas empresas ainda estão em funcionamento, e são caracterizadas por sua
regionalidade em virtude de serem empreendimentos familiares. O processo, na época, era
completamente artesanal, portanto a produção não passava de 150 garrafas por hora ou até
menos.
este processo é intenso (geralmente pelo fato do refrigerante não estar gelado) e o dióxido de
carbono arrasta um pouco do líquido, formando a característica “espuma”.
Diferenças entre refrigerantes diet e light - O consumo de alimentos e bebidas diet e light
vem aumentando em virtude dos consumidores estarem buscando a cada dia produtos para
fins especiais. Apesar do aumento do consumo desses produtos, diversas vezes os
consumidores não sabem o significado dos termos light e diet. Basicamente sabe-se que
produtos diet e light possuem características diferentes do produto de origem. Essa categoria
de alimentos e bebidas consiste de misturas ou combinações para fins especiais. As bebidas
diet e light apresentam características de composição e qualidade semelhantes à bebida
tradicional, com exceção do teor de açúcares (monossacarídeos e dissacarídeos) e dos
aditivos acrescentados.
O refrigerante diet é caracterizado pela substituição de um determinado nutriente por outro
similar, que possui algumas características que são desejadas e que não possuem algumas
outras, indesejadas. Este tipo de refrigerante é aquele que, ao invés de ter como substância
adoçante o açúcar (sacarose), possui um adoçante dietético em seu lugar. Este substituto pode
ser natural ou artificial. Existem vários adoçantes dietéticos consumidos em diversos produtos.
Porém, em refrigerantes o mais polêmico, apesar de até agora se demonstrar inofensivo, é o
aspartame.
O refrigerante light não é (ou seria) tão “drástico” como o diet, o qual não possui nem um
miligrama de açúcar em sua constituição. Todos os produtos com a denominação light,
teoricamente falando, deveriam ter uma diminuição de no mínimo 25 % do valor calórico dos
seguintes nutrientes: açúcares, gordura saturada, gorduras totais, colesterol ou sódio
comparados com os do produto tradicional ou similar de marcas diferentes. Porém, o que
percebemos é que os fabricantes rotulam como light seus refrigerantes, mesmo estes, serem
classificados como diet, ou seja, sem açúcar e com um substituto natural ou artificial fazendo o
papel de adoçante. Parece que a palavra “light” tem uma conotação mais atraente para o
mercado consumidor, daí a indústria ter alterado o objeto dos termos originais.
Os refrigerantes e os fenilcetonúricos - Uma latinha de um determinado refrigerante light (o
qual deveria se chamar diet) usa como adoçantes dietéticos uma mistura de Acessulfame de
Potássio (56 mg) e Aspartame (84 mg). Este último é um composto que, quando metabilizado,
produz dois aminoácidos e um álcool, respectivamente o ácido aspártico, a fenilalanina e o
metanol. É por isto que há a mensagem “contém fenilalanina” neste produto. A rigor não há
fenilalanina no refrigerante, mas o aspartame, quando metabolizado, tem como produto a
fenilalanina. Este adoçante é cerca de 200 vezes mais doce que a sacarose em solução
O ácido cítrico (INS1 330) é obtido a partir do microorganismo Aspergillus niger, que transforma
diretamente a glicose em ácido cítrico. Os refrigerantes de limão já o contêm na sua
composição normal. O pH proporcionado pela adição deste ácido ao refrigerante será menor
que 3,0, impedindo a proliferação de bactérias, mas permite a permanência de leveduras não
patogênicas. Este ácido também tem a função de transformar o benzoato de sódio em ácido
Para os refrigerantes podemos dividir o processo produtivo em três etapas bem características,
mas vinculadas: preparação do xarope simples, preparação do xarope composto e preparação
da solução diluída e gaseificada (refrigerante).
AQUECIMENTO/ Calor
Carvão ativado e TRATAMENTO
terra diatomácea
FILTRAÇÃO/
Resíduo
RESFRIAMENTO
Água gelada
indireta
Xarope composto
ENVASE/
Material de embalagem
ROTULAGEM/
(garrafas, latas, filmes etc.)
ARMAZENAMENTO
Refrigerante
Envase - Deve ser realizado logo após a carbonatação, de modo a evitar perdas de CO2. As
latas de alumínio, garrafas de vidro e de PET são as embalagens mais utilizadas.
A versatilidade de embalagens requer variações e cuidados nos tratamentos destes insumos
de acondicionamento dos refrigerantes. A seguir é explicado o uso de garrafas de vidros ou
retornáveis.
Lavagem de garrafas - Os vasilhames são cuidadosamente inspecionados e aqueles que
estejam fora das especificações para uso (garrafas trincadas, bicadas, lascadas, lixadas,
quebradas, sujas) são retirados. Após a seleção, as garrafas são colocadas na esteira de
transporte e entram nas lavadoras, onde iniciam o processo por um tanque de pré-lavagem
com água.
As garrafas muito sujas são imersas em um tanque com solução alcalina de soda cáustica
quente, para retirada da sujidade, impurezas e esterilização. Por último, são enxaguadas em
tanque com esguichos de água limpa. Ao final, uma nova inspeção e seleção são realizadas
antes de seu envio para a máquina enchedora. No caso das embalagens descartáveis, não há
necessidade da pré-lavagem.
Embalagens retornáveis - Para refrigerantes em garrafas de vidro ou plástico retornável, são
efetuadas as operações de desencaixe, lavagem e inspeção:
Desencaixe: retira automaticamente as garrafas vazias das caixas que chegam à fábrica;
Lavagem: limpam e esterilizam as garrafas através de água quente, jatos finos de água fria e
processos químicos. O calor provém das caldeiras, por meio de serpentinas. O tratamento
químico, à base de soda cáustica e detergentes alcalinos, é realizado nos tanques onde as
garrafas circulam. Depois dessa esterilização, elas são enxaguadas pelos jatos de água fria,
que eliminam qualquer resíduo. Esta etapa dura cerca de 7 minutos;
Inspeção das garrafas vazias: é a etapa de seleção das garrafas consideradas satisfatórias.
São retiradas as mal lavadas, quebradas ou defeituosas.
Engarrafamento: existem dois tipos de máquinas em uso, denominadas Post-Mix e Pre-Mix.
Cada uma com suas características próprias:
Nas primeiras, as garrafas vão ao xaropador, que nelas injetam a quantidade exata de
xarope. Em seguida, passam para a enchedora que completa o volume exato com água
No passado, a embalagem universal para bebidas, de um modo geral, era o vidro. Basta
recordar o conceito da embalagem (casco) retornável, que era devolvida na aquisição de um
novo refrigerante. Hoje predomina a embalagem plástica descartável, pois o plástico passou a
ter competitividade frente ao vidro em termos de custo, além de ser mais leve, reduzindo o
risco de acidentes em caso de queda.
Prazos de validade - Eles se diferenciam entre produtos e entre embalagens do mesmo produ-
to. Estes são determinados por meio de teste de estabilidade do produto quanto às análises
físico-químicas, microbiológicas e sensoriais. As embalagens PET tendem a ter menor validade
devido à sua maior porosidade frente ao vidro e ao alumínio, levando à perda de CO2 em
menos tempo (a propriedade de os gases escaparem por pequenos orifícios se chama efusão).
A figura seguinte pode ilustrar as operações de envase, codificação (Ink Jet) e paletização
(unitização):
Material
pHmetro, agitador magnético, barra magnética, balança analítica, béquer de 250 mL, pipeta
volumétrica de 10 mL, bureta de 10 ou 25 mL, proveta de 100 mL.
Reagentes
Soluções-tampão pH = 4,0 e 7,0
Solução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L
Procedimento
Calibre o pHmetro usando as duas soluções-tampão, conforme as instruções do fabricante.
Para refrigerantes e refrescos, pipete 10 mL da amostra em um béquer e adicione 100 mL de
água.
Introduza o eletrodo nesta solução e titule com hidróxido de sódio
0,1 mol/L até pH 8,2-8,4.
Para amostras sólidas, pese aproximadamente 1 g e para xaropes, cerca de 5 g.
Cálculo:
Acidez em solução molar por 100 mL ou 100g = V . f . M . 100 / A
Este método é aplicável aos diversos produtos de frutas pela determinação da acidez,
expressa em g de ácido orgânico por cento, considerando o respectivo ácido predominante na
amostra, ou conforme determina o padrão de identidade e qualidade do produto analisado.
Cálculo:
+
Tabela – Número de H dos ácidos orgânicos
Ácido láctico 90 1
Ácido acético 60 1
Material
Provetas de 100 mL, densímetro específico ou picnômetro, balão volumétrico de 50 mL,
balança analítica, pipetas de 10 mL.
Procedimento
Uso de picnômetro ou balão volumétrico.
Pesar a vidraria escolhida e anotar o seu peso (T);
Preencher o seu volume e pesar novamente (P);
Anotar o volume da vidraria (V).
Densidade (em g/mL) = (P – T) / V
Material
Pipeta de 10 mL, cápsula de porcelana de 8,5 cm de diâmetro, estufa, dessecador com silica-
gel, banho-maria, espátula e pinça de metal.
Procedimento
Pipete 10 mL da amostra homogeneizada e descarbonatada, em cápsula tarada, previamente
o
aquecida a 105 C por 2 horas, resfriada em dessecador até a temperatura ambiente;
Leve a cápsula ao banho-maria fervente e evapore até a secura;
o
Coloque em estufa a 105 C, por meia hora aproximadamente;
Esfrie em dessecador até a temperatura ambiente e pese.
Repita as operações de aquecimento por 30 minutos e resfriamento até peso constante.
Cálculo:
N = n. de g de resíduo seco
A = n. de mL da amostra
Material
Balança analítica, espátula de metal, béquer de 100 mL, proveta de 50 mL, balão volumétrico
de 100 mL, frasco Erlenmeyer de 250 mL, funil de vidro, balão de fundo chato de 250 mL,
pipetas volumétricas de 5 e 10 mL ou bureta automática de 10 mL, buretas de 10 e 25 mL e
chapa elétrica.
Procedimento
Pipete 10 mL da amostra homogeneizada e descarbonatada num balão volumétrico de 100 mL
e complete o volume com água.
Filtre se necessário em papel de filtro seco e receba filtrado em frasco Erlenmeyer de 250 mL.
Transfira o filtrado para a bureta.
Coloque num balão de fundo chato de 250 mL, com auxílio de pipetas de 10 mL, cada uma das
soluções de Fehling A e B, adicionando 40 mL de água.
Aqueça até ebulição.
Adicione, às gotas, a solução da bureta sobre a solução do balão em ebulição, agitando
sempre, até que esta solução passe de azul a incolor (no fundo do balão devera ficar um
resíduo vermelho de Cu2O).
Nota:
Em caso de amostras com coloração intensa: clarifique a amostra adicionando solução
saturada de acetato neutro de chumbo, até não haver mais precipitação (cerca de 1,5 mL).
Complete o volume com água. Filtre em papel de filtro seco e receba o filtrado em frasco
Erlenmeyer de 250 mL. Adicione sulfato de sódio anidro, até precipitar o excesso de chumbo.
Filtre em papel de filtro seco e receba o filtrado em outro frasco Erlenmeyer de 250 mL.
Transfira o filtrado para uma bureta.
Cálculo:
Glicídeos redutores em glicose, por cento, m/m = 100 . A . a / P . V
A = n. de mL da solução de P g da amostra
a = n. de g de glicose correspondente a 10 mL das soluções de Fehling
P = massa da amostra em g
V = n. de mL da solução da amostra gasto na titulação.
A = n. de mL da solução de P g da amostra
a = n. de g de glicose correspondente a 10 mL das soluções de Fehling
P = massa da amostra em g ou n. de g da amostra usado na inversão
V = n. de mL da solução da amostra gasto na titulação
B = n. de g de glicose por cento obtidos em glicídios redutores, em glicose
Nota: na titulação, quando se tornar difícil observar o desaparecimento da cor azul, adicione ao balão,
próximo ao ponto final, 1 mL da solução de azul de metileno a 0,02%, como indicador interno. Continue a
titulação até completo descoramento da solução. Continue a titulação até completo descoramento da
solução.
Material
Balança analítica, papel Whatman n.1, cuba cromatográfica, balão volumétrico de 100 mL e
capilares de vidro.
Reagentes
Citrato de sódio
Hidróxido de amônio
n-Butanol
Álcool
Soluções-padrão – Prepare as soluções aquosas de padrões dos corantes a 1% m/v.
Fase móvel (Solvente A) – Pese 2 g de citrato de sódio, transfira para um balão volumétrico de
100 mL, adicione 20 mL de hidróxido de amônio e complete o volume com água.
Fase móvel (Solvente B) – n-butanol-álcool-água-hidróxido de amônio (50:25:25:10).
Procedimento
Prepare soluções aquosas das amostras a 1%. Sobre uma folha de papel Whatman n. 1, a 2
cm da extremidade, em pontos distantes 2 cm uns dos outros, aplique com um tubo capilar as
soluções das amostras e dos respectivos padrões dos corantes.
Desenvolva o cromatograma com o solvente A ou B. O valor de Rf e a coloração da mancha
devem ser idênticos aos do padrão. A visualização da mancha também pode ser feita a luz
ultravioleta, onde se tem melhor nitidez dos contornos e, em certos casos, de algumas
manchas que não foram vistas no exame direto.
Cálculo:
Cálculo:
Concentração do analito na amostra em g/100 mL = (Aa . Cp / Ap) . Fd
Cálculo:
Sulfato de bário, g/100 mL = N . 100 / A
8.6. REFERÊNCIAS
CHEMELLO, E. Falando sobre ciência com uma latinha de refrigerante! Química Virtual, setembro (2006).
Disponível em <www.quimica.net/emiliano>. Acesso em 12/03/2013.
CRUZ, Graziela Fregonez Baptista. Fabricação de Refrigerantes. Dossiê Técnico. Rede de Tecnologia e Inovação
do Rio de Janeiro - REDETEC 18/10/2012. Disponível na web.
MEIRA, Bárbara P. V. Análise do teor de açúcar em refrigerantes dietéticos e de Baixa caloria (diet/light).
Universidade Luterana do Brasil. Carazinho/RS. s/d. Disponível na web.
LIMA, Ana Carla da Silva; AFONSO, Júlio Carlos. A Química do Refrigerante, QUÍMICA NOVA NA ESCOLA. Vol. 31,
N° 3, AGOSTO 2009.
LIMA, Luciana Leite de Andrade; MELO FILHO, Artur Bibiano. Tecnologia de bebidas. Recife: EDUFRPE, 2011. Rede
e-tec Brasil. Disponível na web
Métodos físico-químicos para análise de alimentos. IV Edição. 1ª Edição Digital. Instituto Adolfo Lutz, 2008.
Disponível na web. Acesso em março de 2012.
ROCHA, Cristiane Domingues. Determinação dos pontos críticos de contaminação por leveduras em indústria de
refrigerantes. Universidade Federal do Paraná. Curitiba: 2006 (Dissertação de mestrado). Disponível na web.
VENTURINI FILHO, Waldemar Gastoni. (coordenador). Tecnologia de bebidas: matéria prima, processamento,
BPF/APPCC, legislação e mercado. Capítulo 7. Refrigerantes. São Paulo: Edgard Blucher, 2005.
7. Considere a produção de refrigerantes clássicos dos tipos: (a) “laranjadas” e (b) “colas”.
Admita que a fábrica seja de sua propriedade e proponha um fluxograma simplificado,
comentando sobre as operações unitárias e matérias-primas utilizadas com suas
finalidades para esses produtos comerciais.
12. O benzoato de sódio e o sorbato de potássio são muito usados como conservantes em
refrigerantes em que o pH oscila entre 2,5 e 3,5. Explique, através de conhecimentos
químicos e, se possível, biológico, a atuação inibitória microbiana pelo uso destes
insumos nestes produtos.
14. Construa uma tabela que contemple os principais requisitos utilizados para qualificação
e caracterização dos refrigerantes. Explique sobre cada requisito escolhido.
15. O ácido cítrico é um aditivo multifuncional usado nas indústrias alimentícias e não
poderia estar de fora dos refrigerantes, produtos comerciais com alto teor de água
(águas carbonatadas e aditivadas) e este ser facilmente incorporado. Indique e
explique essa natureza plural deste ingrediente.