Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

2010 - 09 - 30 Diagnostico Santa Cruz Final

Fazer download em doc, pdf ou txt
Fazer download em doc, pdf ou txt
Você está na página 1de 388

1.

APRESENTAÇÃO
A Fundação Apolônio Salles de Desenvolvimento Educacional – FADURPE tem a
satisfação de apresentar o Diagnóstico Sócioambiental da Área de Proteção Ambiental de
Santa Cruz que tem como objetivo principal consolidar de forma sucinta as características
físicas, biológicas e socioeconômicas da Área de Proteção Ambiental de Santa Cruz,
localizada nos municípios de Itapissuma, Itamaracá e Goiana, Pernambuco.

Elaborado a partir de levantamentos e análises das características da região onde se


insere a Área de Proteção Ambiental de Santa Cruz e das informações atuais do
empreendimento, sistematizando as informações básicas para a posterior elaboração do
Zoneamento e do Plano de Manejo.

Este documento objetiva também indicar as condições necessárias para a


concepção de medidas de reordenamento, conservação, recuperação e/ou proteção das
áreas e dos usos da terra, buscando a compatibilização das atividades econômicas com
preservação e conservação dos bens naturais, além de apresentar uma base de
informações ambientais para utilização em outros programas ambientais.

Este estudo contempla, portanto, os elementos imprescindíveis para a construção de


instrumentos de gestão ambiental, integrando, assim, as premissas do desenvolvimento
sustentável para a Área de Proteção Ambiental de Santa Cruz.

1
2. OBJETIVO
O Objetivo deste relatório é de subsídiar a construção do zoneamento e do plano de
manejo e a elaboração de uma proposta dos Arranjos Produtivos locais, APL’s - para a
Implantação da Área de Proteção Ambiental de Santa Cruz.

Figura 01: MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA APA DE SANTA CRUZ1.

Fonte: Santos, 12/2009.

1
Cabe salientar que, em relação a todas as Coordenadas UTM deste trabalho, o DATUM é SAD-69 e o FUSO
25.

2
3. CARACTERIZAÇÃO DA APA DE SANTA CRUZ
A Área de Proteção Ambiental de Santa Cruz criada pelo Decreto nº 32.488 de 17 de
outubro de 2008, que “Declara como Área de Proteção Ambiental – APA a região que
compreende os Municípios de Itamaracá e Itapissuma e parte do Município de Goiana, e dá
outras providências”, com área total de 38.692 ha (trinta e oito mil, seiscentos e noventa e
dois hectares), sendo 24.943 ha (vinte e quatro mil, novecentos e quarenta e três hectares)
correspondente a área continental e 13.749 ha (treze mil, setecentos e quarenta e nove
hectares) correspondentes à área marítima (Figura 01).

A poligonal de contorno da APA de Santa Cruz que insere os municípios de


Itamaracá, Itapissuma e Goiana, está georreferenciada no sistema UTM, tendo como ponto
inicial (01) localizado na ponte da BR-101 sobre o Rio Tabatinga, limite entre os municípios
de Itapissuma e Igarassu, desse ponto segue pela referida BR sentido norte, percorrendo
uma distância de aproximadamente 17.264m (dezessete mil duzentos e sessenta e quatro
metros) encontra-se o ponto (02) no encontro com a PE-049, desse ponto segue pela
referida PE em direção a área urbana do distrito de Tejucupapo perfazendo uma distância
de aproximadamente 12.638m (doze mil seiscentos e trinta e oito metros) encontra-se o
ponto (03), desse ponto, contornando a área urbana da localidade de Tejucupapo, a uma
distância de 3.140m (três mil cento e quarenta metros) encontra-se o ponto (04) na PE-049,
desse ponto segue pela referida PE sentido a localidade de São Lourenço, percorrendo uma
distância de 4.062m (quatro mil e sessenta e dois metros) encontra-se o ponto (05), desse
ponto segue contornando a área urbana da localidade de São Lourenço, inclusive, até
encontrar a estrada que dá acesso a Praia de Carne de Vaca, ponto 05, segue por esta
estrada perfazendo uma distância de aproximadamente de 2.421m (dois mil quatrocentos e
vinte e um metros).encontra o ponto (07), na Praia de Carne de Vaca, daí avança em linha
reta, para leste, cerca de 5,4 km da linha média das marés e, guardando essa distância em
relação à linha da costa, segue no sentido sul até encontrar o prolongamento da linha de
limite entre os municípios de Itamaracá e Igarassu a cerca de 5.4km de onde inflete a oeste
até encontrar a linha de limite entre os municípios de Itamaracá e Igarassu, no ponto (08),
segue pelo referido limite na direção oeste até encontrar o ponto comum de limite entre
Itamaracá, Itapissuma e Igarassu desse ponto segue a linha de limite entre Itapissuma e
Igarassu na direção oeste até encontrar o ponto (01) ponto de partida, fechando assim o
perímetro da poligonal em questão.

3
4. FUNDAMENTOS JURÍDICOS2
Este diagnóstico jurídico objetiva tão somente analisar a legislação ambiental com
especifico foco na Área de Proteção Ambiental, situada entre os Municípios de Itamaracá,
Itapissuma e parte do Município de Goiana, estabelecida pelo Decreto nº 32.488, de 17 de
outubro de 2008.

A APA de Santa Cruz foi formalizada através do Decreto nº 32.488, de 17 de outubro


de 2008, com a finalidade de promover a dinamização e diversificação das atividades e
oportunidades produtivas do litoral norte, garantindo que o desenvolvimento socioeconômico
se faça com a preservação de seu patrimônio natural, histórico e cultural.

Cabe mencionar que o Complexo Estuarino do Canal de Santa Cruz é um dos


ecossistemas mais importantes do litoral do Estado de Pernambuco, em virtude de sua
grande biodiversidade e produtividade primária e secundária, representando uma unidade
ecológica de grande significado ambiental e socioeconômico.

A área possui significativos remanescentes da Mata Atlântica e ecossistemas


associados que, além de abrigar espécies raras e ameaçadas de extinção, exercem o papel
na proteção do solo e do relevo, na manutenção dos recursos hídricos superficiais e na
recarga dos mananciais subterrâneos, importando mencionar que o Atlas da Biodiversidade
de Pernambuco configura esta área como de "extrema importância" e "importância muito
alta" para a conservação da biodiversidade, abrangendo seis Refúgios de Vida Silvestre e
três áreas estuarinas estabelecidas respectivamente pelas Leis nºs 13.539, de 12 de
setembro de 2008, e Lei nº 9.931, de 11 de dezembro 1986.

Igualmente, deve-se reportar a importância da área a sua marcante geologia,


contendo uma importante reserva de água subterrânea em exploração para abastecimento
público da Região Metropolitana do Recife, sendo necessário ressaltar que o perímetro da
formação Beberibe é bastante vulnerável à poluição e contaminação provocadas pelo uso e
ocupação inadequados do solo.

Desta forma é importante mencionar o conceito de APA, a Lei nº 9.985, de 18 de


julho de 2000 que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
-SNUC, nos eu artigo 15 define APA como,

2
Ver Mapa de Incidendia de Legistlação Ambiental no Anexo 3.

4
[...] área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada
de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente
importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações
humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica,
disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso
dos recursos naturais (Art. 15, Lei nº 9.985, 2000).

Portanto entre seus objetivos básicos estão:

• Proteger a diversidade biológica;


• Disciplinar o processo de uso e ocupação do solo;
• Assegurar a sustentabilidade dos recursos naturais.

As APAs apresentam, como características fundamentais, o fato de admitirem o uso


sustentável dos recursos naturais e serem constituídas em domínios de propriedade
privada. Seu papel é o de normatizar o uso de propriedades privadas, estabelecendo zonas
com diferentes graus de proteção, restrição e permissão.

Sua função principal consiste, pois, em envolver e articular o grupo representativo


dos agentes sociais interessados nos destinos daquele território para que a gestão aconteça
de forma participativa e se assegure desta forma, a efetiva conservação da biodiversidade e
a melhoria das condições de vida destas populações.

As APA’s estão estabelecidas no ordenamento jurídico nacional, em especial na


Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza – SNUC e estabeleceu critérios e normas para a criação,
implantação e gestão das unidades de conservação. Sua regulamentação foi estabelecida
no Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002.

4.1 ANALISE DO SISTEMA ESTADUAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA


NATUREZA – SEUC

Em especial, deve-se destacar a recente Lei nº 13.787, de 08 de junho de 2009,


norma estadual que institui o Sistema Estadual de Unidades de Conservação da Natureza –
SEUC no estado de Pernambuco, uma vez que a APA, objeto deste diagnóstico é de
competência estadual, ensejando, portanto uma análise mais profunda de sua aplicação.

O SEUC é constituído pelas unidades de conservação - UC instituídas nas esferas


estadual e municipal, devendo abranger toda a diversidade de ecossistemas naturais
existentes no território pernambucano e nas suas águas jurisdicionais.

5
Quanto aos objetivos do Sistema Estadual de Unidades de Conservação da
Natureza, vale destacar:

• Contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no


território estadual e nas águas jurisdicionais.
• Proteger as espécies endêmicas, raras e ameaçadas de extinção no âmbito
estadual.
• Proteger espécies nativas de relevante valor econômico, social ou cultural.
• Contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas
naturais estaduais.
• Promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no
processo de desenvolvimento sustentável estadual.
• Proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica.
• Proteger, no âmbito estadual, as características relevantes de natureza geológica,
geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e, quando couber,
histórica e cultural.
• Proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos.
• Recuperar ou restaurar ecossistemas degradados.
• Ampliar a representatividade dos ecossistemas estaduais como unidades de
conservação.
• Proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e
monitoramento ambiental.
• Valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica.
• Favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação
em contato coma natureza e o ecoturismo.
• Proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais,
respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e
economicamente.
• Priorizar os ecossistemas que se encontrem mais ameaçados de alteração,
degradação ou extinção.

O SEUC divide as unidades de conservação em dois grupos, com características


específicas:

6
• Unidade de Proteção Integral: tem por objetivo preservar a natureza, sendo
admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção apenas
daquelas descritas na lei do SEUC;
• Unidade de Uso Sustentável: tem por objetivo básico compatibilizar a conservação
da natureza como uso sustentável de parcela de seus recursos naturais.

A lei em estudo revela que para criação de uma unidade de conservação deve ser
precedida de estudos ambientais e consulta pública que justifiquem a sua criação e
permitam subsidiar a definição da categoria, a serem definidos pelo órgão gestor, além disso
a ampliação dos limites de uma unidade de conservação, sem perda de sua área original,
pode ser feita por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que criou a
unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta para a criação de UC.

Importante destacar ainda a respeito das unidades de conservação, é que todas


devem dispor de um Plano de Manejo baseado no zoneamento da mesma abrangendo:

• Área da unidade de conservação;


• Zona de amortecimento;
• Corredores ecológicos - O Plano de Manejo deverá contemplar medidas para
promover a integração econômica e social das comunidades vizinhas à unidade
conservação;
• Na elaboração, atualização e implementação do Plano de Manejo será assegurada a
ampla participação da população local e da sociedade civil;
• O Plano de Manejo de uma unidade de conservação deve ser elaborado no prazo de
até 05 (cinco) anos a partir da data de sua criação;
• O Plano de Manejo da Reserva de Desenvolvimento Sustentável e da Reserva
Extrativista deverá ser submetido à aprovação do respectivo Conselho Deliberativo.

Ademais, são proibidas nas unidades de conservação, quaisquer alterações,


atividades ou modalidades de utilização em desacordo com os seus objetivos, com o seu
Plano de Manejo e seus regulamentos, sendo necessário esclarecer ainda que é proibido
em todas as unidades de conservação o exercício da caça amadorística ou profissional.

A lei do SEUC determina ainda que deva ser desestimulada a introdução de


espécies exóticas nas unidades de conservação de uso sustentável, sendo para o cultivo
comercial de espécies exóticas em unidades de conservação de uso sustentável necessário

7
a prévia autorização do órgão gestor devendo o mesmo definir medidas técnicas de controle
e monitoramento ambiental a serem adotadas no sistema de produção, em regulamentação
específica.

A introdução de espécies exóticas para a produção agrícola e aqüícola só será


permitida em UCs de uso sustentável em sistemas agroflorestais, precedida de projeto e
dependendo de prévia autorização do órgão gestor da UC, cabendo-lhe ainda em parceria
com outras instituições, indicar espécies nativas alternativas àquelas exóticas utilizadas em
sistemas de produção.

Imperioso ressaltar que dentro APA de Santa Cruz, categoria que está incluída no
grupo de Unidade de Uso Sustentável, estão contidas 06 Unidades de conservação Refúgio
de Vida Silvestre – RVS, categoria do grupo das Unidades de Proteção Integral, criadas pela
Lei nº 13.539, de 12 de setembro de 2008. Está categoria de Unidade de Conservação tem
com objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência
ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou
migratória.

O Refúgio de Vida Silvestre pode ser constituído por áreas particulares desde que
seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos
naturais do local pelos proprietários. Se for necessário para viabilizar a gestão da unidade
poderá ser estabelecida parceria entre o órgão gestor e o proprietário da terra. Havendo
incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades privadas ou não havendo
aquiescência do proprietário às condições propostas pelo órgão gestor da unidade para a
coexistência do Refúgio de Vida Silvestre com o uso da propriedade, a área deve ser
desapropriada na forma da lei vigente.

Ademais as Unidades de Conservação da categoria Refúgio de Vida Silvestre,


devem possuir zona de amortecimento e, quando possível, corredores ecológicos, definidos
pelo órgão gestor da unidade, que estabelecerá normas específicas regulamentando a
ocupação e o uso dos recursos da zona de amortecimento e dos corredores ecológicos de
uma unidade de conservação. Os limites da zona de amortecimento e dos corredores
ecológicos e as respectivas normas da APA de Santa Cruz deverão ser estabelecidos no
seu respectivo Plano de Manejo.

8
Destaque-se que a visitação pública está sujeita às normas e restrições
estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão gestor,
e àquelas previstas em regulamento.

A área de uma unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral é


considerada zona rural, para os efeitos legais.

Deve-se se ressaltar que os empreendimentos e atividades legalmente instalados em


área posteriormente transformada em unidade de conservação deverão adotar
procedimentos específicos de proteção ambiental, de acordo com orientação do órgão
ambiental competente, sob pena do não atendimento a estas exigências, o cancelamento da
licença ambiental e a paralisação das atividades.

Os empreendimentos e atividades legalmente instalados em área posteriormente


transformada em unidade de conservação de proteção integral deverão, até que seja
realizada a efetiva desapropriação, adotar procedimentos específicos de proteção
ambiental, de acordo com orientação do órgão ambiental competente, cabendo mencionar
que se não atendidas às exigências formuladas pelo órgão ambiental poderá acarretar o
cancelamento da licença ambiental e a paralisação das atividades.

Além disso, a exploração de produtos, subprodutos ou serviços em unidades de


conservação dependerá de prévia autorização do órgão gestor, conforme as restrições de
cada categoria estabelecidas em Lei, no regulamento e nos planos de manejo, ouvido o
conselho gestor da unidade.

A instalação de redes de abastecimento de água, gás, esgoto, energia, telefonia e


infraestrutura urbana em geral, em unidade de conservação onde estes equipamentos são
admitidos, dependem de prévia aprovação do órgão gestor.

As ilhas oceânicas e costeiras destinam-se prioritariamente à proteção da natureza e


sua destinação para fins diversos deve ser precedida de autorização do órgão ambiental
competente.

Quanto às populações tradicionais residentes em unidades de conservação nas


quais a sua permanência não seja permitida serão indenizadas ou compensadas pelas
benfeitorias e culturas permanentes existentes e devidamente realocadas pelo Poder
Público, em local e condições acordados entre as partes.

9
Quando existir um conjunto de unidades de conservação de categorias diferentes ou
não, próximas, justapostas ou sobrepostas, e outras áreas protegidas públicas ou privadas,
deverá ser constituído um Mosaico. Sua gestão deverá ser feita por um conselho gestor
consultivo, de forma integrada e participativa, considerando-se os distintos objetivos de
conservação, de forma a compatibilizar a presença da biodiversidade, a valorização da
sociodiversidade e o desenvolvimento sustentável no contexto regional ou local.

Em relação à sustentabilidade das UCs, segundo o SEUC, são fontes de apoio e


incentivo:

• Recursos de Compensação Ambiental decorrentes do licenciamento de


empreendimentos de significativo impacto ambiental;
• Recursos por pagamento de Serviços Ambientais prestados pelas Unidades de
Conservação que integram o Sistema;
• Doações de quaisquer naturezas decorrentes de ações de responsabilidade social e
ambiental de empresas privadas;
• Taxas advindas de serviços prestados e produtos extraídos, produzidos,
beneficiados ou comercializados nas Unidades de Conservação;
• Taxas advindas de serviços prestados pelas Unidades de Conservação;
• Recursos do Tesouro Federal, Estadual e Municipal existentes ou previstos para
aplicação em Unidades de Conservação;
• Recursos do ICMS socioambiental;
• Fundos nacional, estadual e municipal de Meio Ambiente;
• Recursos Internacionais, entre outros.

Sendo necessária a aplicação destes recursos nas unidades de conservação,


existentes ou a serem criadas, considerando as especificidades locais e suas categorias,
dentre as ações a seguir elencadas:

• Regularização fundiária e demarcação das terras;


• Elaboração, revisão, implantação ou publicação de Plano de Manejo;
• Aquisição de bens e serviços necessários à implantação, gestão, monitoramento e
proteção da unidade, compreendendo sua área de amortecimento;
• Desenvolvimento de estudos necessários à criação de novas unidades de
conservação e avaliação das unidades existentes;

10
• Desenvolvimento de pesquisas necessárias para o manejo da unidade de
conservação e área de amortecimento;
• Adequação das unidades de conservação às categorias de manejo do SEUC;
• Realização de estudos e pesquisas para definição e atualização das áreas
prioritárias para conservação da biodiversidade;
• Realização de estudos e pesquisas para elaboração da lista de espécies da fauna e
flora ameaçadas de extinção no Estado;
• Realização e atualização do Cadastro Estadual de unidades de conservação, que
trata o art. 61 desta Lei, de maneira que subsidie a distribuição dos recursos
provenientes do ICMS socioambiental;
• Publicação de estudos e pesquisas sobre a biodiversidade das unidades de
conservação do Estado;
• Instalação de infraestrutura básica para as unidades de conservação;
• Criação de conselho gestor de unidades de conservação;
• Elaboração de planos de controle de espécies exóticas invasoras;
• Implantação de corredores ecológicos de biodiversidade;
• Elaboração de mapeamento e realização de monitoramento das unidades de
conservação.

Quanto aos aspectos punitivos, cabe mencionar que a ação ou omissão dos gestores
públicos, das pessoas físicas ou jurídicas, que importem na inobservância aos preceitos da
Lei do SEUC, e a seus regulamentos, ou que resultem em dano à flora, à fauna e aos
demais atributos naturais das unidades de conservação, bem como às suas instalações e às
zonas de amortecimento e corredores ecológicos, sujeitam os infratores às sanções
previstas em lei, sendo considerada circunstância agravante para a fixação da pena, a
ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades de
Conservação, nos termos da Lei Federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e alterações.

4.2 INCIDÊNCIA DE LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NA APA DE SANTA CRUZ

A regulamentação do uso e ocupação no perímetro da APA de Santa Cru deverá


estar consoante com os parâmetros delineados pela legislação federal, estadual e
municipal.

É ampla a gama de legislações sobre a proteção do meio ambiente, aplicáveis na


área em analise, entretanto deve-se destaque a legislação que trata sobre áreas de

11
Preservação Permanente - APP, Unidades de Conservação e sobre a proteção do Bioma de
Mata Atlântica, pelo impacto no uso e ocupação do solo.

Clareando um pouco mais sobre a intervenção do direito ambiental no direito de


propriedade, deve-se destacar o principio disposto no Art. 1º, da Lei nº 4.771, de 15 de
setembro de 1965, Instituiu o novo Código Florestal:
Art. 1° As florestas existentes no território nacional e as demais formas de
vegetação, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de
interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de
propriedade, com as limitações que a legislação em geral e especialmente
esta Lei estabelecem (Lei Federal nº 4.771, 1965).

Disto decorre a responsabilidade acerca das limitações impostas ao direito de


propriedade, que através das legislações de Proteção as Áreas de Preservação Permanente
(APP), objetivam proteger as áreas contextualizadas nos arts. 2o e 3o da supra mencionada
Lei, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos
hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e
flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;

Cabe mencionar que em sua maioria, os proprietários e posseiros, descumprem a


norma legal acima disposta, em parte por desconhecimento ou por ausência de fiscalização.

A área inclusa na APA é rica no Bioma Mata Atlântica, que em sua maioria consta de
espécimes em extinção o que providência atenção especial, inclusive ensejando a proteção,
uma vez que inciso XIV, do Art 3º Resolução CONAMA nº 303/2002, a consideram APP.

Soma-se se isto, ao entendimento protetivo abastecido pela Lei nº 11.428, de 22 de


dezembro de 2006, que em seu Art. 11. dispõe que:

Art. 11- O corte e a supressão de vegetação primária ou nos estágios


avançado e médio de regeneração do Bioma Mata Atlântica ficam vedados
quando:
I - a vegetação:
a) abrigar espécies da flora e da fauna silvestres ameaçadas de extinção,
em território nacional ou em âmbito estadual, assim declaradas pela União
ou pelos Estados, e a intervenção ou o parcelamento puserem em risco a
sobrevivência dessas espécies;
b) exercer a função de proteção de mananciais ou de prevenção e controle
de erosão;
c) formar corredores entre remanescentes de vegetação primária ou
secundária em estágio avançado de regeneração;
d) proteger o entorno das unidades de conservação; ou
e) possuir excepcional valor paisagístico, reconhecido pelos órgãos
executivos competentes do Sistema Nacional do Meio Ambiente –
SISNAMA (Lei nº 11.428, 2006).

12
Ao que confere pela legislação ora explicitada a imposição a preservação destas
áreas que sofrem grande pressão antrópica.

Sendo destaque ainda a grande área estuarina e manguezais dos Rios Itapessoca,
Rio Jaguaribe e do Canal de Santa Cruz, que assim como são Zona Conservação da Vida
Silvestre aos quais é proibido ou regulado o uso dos sistemas naturais, são também
reconhecidamente APP, tal qual disposto no inciso X, do Art.3º, da Resolução CONAMA
nº 303/2002, que estabelece:

Art. 3º Constitui Área de Preservação Permanente a área situada: (...)


X - em manguezal, em toda a sua extensão;(...) (Resolução CONAMA
nº 303, 2002)

Oportuno destacar os rios que cortam a APA, em especial os rios Itapessoca,


Jaguaribe e o Canal de Santa Cruz, pois a mata ciliar nas suas margens estão protegidas
conforme estabelecido pelo inciso I, Art. 3º, pela Resolução CONAMA nº 303/2002.

Ressaltando que na sua maioria, os proprietários e posseiros, descumprem as


proteções determinadas pelas normas legais acima dispostas, em parte por
desconhecimento ou por ausência de fiscalização, o que só assim poderiam, sob exceção
daqueles casos de justificada utilidade pública ou interesse social assim aprovado pelo
órgão ambiental com a devida indicação de área a ser compensada ou através dos planos
de manejo conforme previstos em lei.

Deve-se se aplicar as disposições estabelecidas na Lei nº 13.787, de 08 de junho de


2009, uma vez que toda a área está sob a égide do Decreto nº 32.488, de 17 de outubro de
2008 que declara como Área de Proteção Ambiental (APA) a região situada entre os
Municípios de Itamaracá, Itapissuma e parte do Município de Goiana.

Tal decreto repercute de forma positiva na área, uma vez que protege a diversidade
biológica e os recursos hídricos, além de disciplinar o processo de ocupação do solo,
preservando as paisagens assegurando a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
Vale salientar que a gestão da APA deverá ser feita pelo órgão gestor da unidade, que
poderá dentre outras coisas, determinar as condições para a realização de visitação pública
nas áreas sobre domínio público. Quanto às propriedades privadas, inseridas na APA, cabe
ao proprietário estabelecer as condições para visitação pública, respeitando-se as definições
do Plano de Manejo.

13
É muito importante destacar a existência de um conjunto de unidades de
conservação de categorias diferentes, próximas e justapostas ou sobrepostas constituindo
um Mosaico.

A gestão do Mosaico deverá ser feita por um conselho gestor consultivo, de forma
integrada e participativa, considerando-se os distintos objetivos de conservação, de forma a
compatibilizar a presença da biodiversidade, a valorização da sociodiversidade e o
desenvolvimento sustentável no contexto regional ou local.
Cumpre mencionar ainda que o supra citado Decreto nº 32.488, de 17 de outubro de
2008,que instaourou a APA estabeleceu que ficam incluídas na APA mesma como zonas de
preservação e conservação de vida silvestre:

• Os Refúgios de Vida Silvestre instituídos pela Lei nº 13.539, de 12 de setembro de


2008, denominados: Matas do Engenho Amparo, do Engenho São João, do Engenho
Macaxeira, de Jaguaribe, Lanço dos Cações e Mata de Santa Cruz;
• As áreas estuarinas e manguezais dos Rios Itapessoca, Rio Jaguaribe e do Canal de
Santa Cruz, definidas pela Lei nº 9.931, de 11 de dezembro de 1986.

Quanto às áreas de produção de Cana de açúcar e demais formas de produção


devem ser analisadas pelo órgão gestor, uma vez que a lei do SEUC determina que deva
ser desestimulada a introdução de espécies exóticas nas unidades de conservação de uso
sustentável, sendo necessário para o cultivo comercial de espécies exóticas a prévia
autorização do órgão gestor devendo o mesmo definir medidas técnicas de controle e
monitoramento ambiental a serem adotadas no sistema de produção, em regulamentação
específica. É proibida a introdução de espécies exóticas nas unidades de conservação da
categoria Refúgio de Vida Silvestre e nas zonas de proteção de vida silvestre das APAs.

Já em relação aos empreendimentos de aqüicultura devem ser regulamentados sob


a ótica da Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005, que dispõe sobre a
classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento,
estabelecendo as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras
providências; Resolução CONAMA nº 312, de 10 de outubro de 2002, que trata do
licenciamento ambiental da carcinicultura na zona costeira e a Resolução do CONAMA nº
413, de 26 de junho de 2009, que Dispõe sobre o licenciamento ambiental da aqüicultura.
Ainda a despeito de legislação de carcinicultura, vale mencionar a legislação Estadual,
Resolução CONSEMA n° 02/2002, de 15 de outubro de 2002, dispõe sobres procedimento
de licenciamento ambiental dos empreendimentos de carcinicultura na zona costeira de
Pernambuco.

14
O órgão central do Sistema promoverá a elaboração, a publicação e a atualização da
lista de espécies exóticas invasoras no Estado, documento que subsidiará a fiscalização e o
controle das espécies e dará base para outras possíveis normatizações. Quando da
elaboração do Plano de Manejo deverão ser consideradas diretrizes para prevenção,
controle e monitoramento de espécies exóticas invasoras, e para planos de ação para
controle de espécies exóticas invasoras, quando couber.

Além das proibições, restrições de uso e demais limitações previstas anteriormente,


cabe mencionar ainda a Lei Federal nº. 6.902, de 27 de abril de 1981, a Resolução
CONAMA nº. 010/88, a Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000, o Decreto Federal nº
4.340, de 22 de agosto de 2002 e demais normas aplicáveis.

O Decreto nº 28.822, de 16 de janeiro de 2006, que aprova o Zoneamento Ecológico


Econômico Costeiro - ZEEC do Litoral Norte do Estado de Pernambuco é outro importante
instrumento normativo de proteção da área analisada, uma vez que irá possibilitar o
gerenciamento e proteção do perímetro de recifes e de corais, o perímetro composto pelo
Ambiente Marinho, bem como o perímetro onde se localiza a Coroa do Avião, ao qual vale
salientar, é APP, uma vez que a área caracteriza-se por ser um importante local de pouso e
migração de aves.

Além disso, devem ser motivo de analise e atualização os dispositivos jurídicos e as


legislações de Plano Diretor delineadas, do município de Itamaracá, que dispõe sobre o
Plano Diretor do Município de Itapissuma e o Plano Diretor de Goiana.

Disto posto, o uso do solo no perímetro da APA, deverá ser objeto de controle e
fiscalização constante por parte do poder público e do órgão gestor da unidade, coibindo
usos inadequados e ilegais.

4.3 LEGISLAÇÕES ESPECIFICAS

4.3.1 Legislações Federais

Lei Federal - 4.771/1965: Institui o novo Código Florestal.

Lei Federal - 6.513/1977: Dispõe sobre a criação de Áreas Especiais especialmente protegidas e
de locais de Interesse Turístico, e dá outras providências.

15
Lei Federal - 6.902/1981:Dispõe sobre a criação de Estações Ecológicas, Áreas de
Proteção Ambiental, e dá outras providências.

Lei Federal - 7.754/1989: Estabelece medidas para proteção das florestas existentes nas
nascentes dos rios e dá outras providências.

Lei Federal - 9.985/2000: Regulamenta o artigo 225 da CFB e institui o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação da Natureza - SNUC.

Lei Federal - 11.284/2006: Dispõe sobre a gestão de florestas públicas para a produção
sustentável; institui, na estrutura do Ministério do Meio Ambiente, o Serviço Florestal
Brasileiro – SFB; cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal – FNDF; altera as
Leis nº 10.683, de 28 de maio de 2003, 5.868, de 12 de dezembro de 1972, 9.605, de 12 de
fevereiro de 1998, 4.771, de 15 de dezembro de 1965, 6.938, de 31 de agosto de 1981 e
6.015, de 31 de dezembro de 1973; e dá outras providências.

Lei Federal – 11.428/2006: Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação do Bioma


Mata Atlântica, e dá outras providências.

Medida Provisória 2.166-67/2001: Altera os arts. 1º, 4º, 14º, 16º e 44º, e acresce
dispositivos à Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, que institui o Código Florestal, bem
como altera o art. 10 da Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996, que dispõe sobre o
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, e dá outras providências.

Medida Provisória – 366/2007: Dispõe sobre a criação do Instituto Chico Mendes de


Conservação da Biodiversidade – Instituto Chico Mendes, e dá outras providências.

Decreto Federal – 84.017/1979: Aprova o regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros

Decreto Federal – 89.336/1984: Dispõe sobre as Reservas Ecológicas e Áreas de


Relevante Interesse Ecológico, e dá outras providências.

Decreto Federal – 99.274/1990: Regulamenta a Lei Federal nº 6.902, de 27 de abril de


1981, e a Lei Federal nº6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe, respectivamente sobre
a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e sobre a Política
Nacional do Meio Ambiente, e dá outras providências.

Decreto Federal – 563/1992: Institui o Programa Piloto para a Proteção das Florestas
Tropicais do Brasil e cria a Comissão de Coordenação.

16
Decreto Federal - 750/1993: Dispõe sobre o corte, a exploração e a supressão de
vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração da Mata Atlântica, e
dá outras providências.

Decreto Federal - 1.298/1994: Aprova o Regulamento das Florestas Nacionais, e dá outras


providências.

Decreto Federal - 1.922/1996 : Dispõe sobre o reconhecimento das Reservas Particulares


do Patrimônio Natural, e dá outras providências.

Decreto Federal - 2.119/1997: Dispõe sobre o Programa Piloto para a Proteção das
Florestas Tropicais do Brasil e sobre a sua Comissão de Coordenação, e dá outras
providências.

Decreto Federal - 2.661/1998 : Regulamenta o parágrafo único do art. 27 da Lei 4.771, de


15 de dezembro de 1965 (Código Florestal), mediante o estabelecimento de normas de
precaução relativas ao emprego do fogo em práticas agropastoris e florestais, e dá outras
providências.

Decreto Federal - 3.834/2001: Regulamenta o artigo 55 da Lei 9.985/00.

Decreto Federal - 4.340/2002 : Regulamenta artigos da Lei no 9.985, de 18 de julho de


2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza -
SNUC, e dá outras providências.

Decreto Federal - 5.092/2004: Define regras para identificação de áreas prioritárias para a
conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade, no âmbito
das atribuições do Ministério do Meio Ambiente.

Decreto Federal - 5.758/2006: Institui o Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas -


PNAP, seus princípios, diretrizes, objetivos e estratégias, e dá outras providências.

Decreto Federal - 6.063/2007: Regulamenta, no âmbito federal, dispositivos da Lei nº


11.284, de 2 de março de 2006, que dispõe sobre a gestão de florestas públicas para a
produção sustentável, e dá outras providências.

Resolução CONAMA – 11/1986: Dispõe sobre alterações na Resolução nº 1/86.

Resolução CONAMA - 10/1988: Dispõe sobre APA.

Resolução CONAMA - 10/1993: Estabelece parâmetros básicos para análise dos estágios
de sucessão da Mata Atlântica.

17
Resolução CONAMA - 31/1994: Define vegetação primária e os estágios sucessionais de
Mata Atlântica no Estado de Pernambuco.

Resolução CONAMA - 03/1996: Define vegetação remanescente de Mata Atlântica,


expressa no artigo 4º, parágrafo único do Decreto 750/93.

Resolução CONAMA - 09/1996: Define corredores entre remanescentes (para fins do artigo
7º do Decreto 750/93) e estabelece parâmetros e procedimentos para a sua identificação e
proteção.

Resolução CONAMA- 278/2001: Dispõe contra corte e exploração de espécies ameaçadas


de extinção da flora da Mata Atlântica.

Resolução CONAMA- 303/2002: Estabelece parâmetros, definições e limites referentes às


Áreas de Preservação Permanente.

RESOLUÇÃO CONAMA - 312, DE 10/10/2002: Dispõe do procedimento de licenciamento


ambiental dos empreendimentos de carcinicultura na zona costeira.

Resolução CONAMA - 317/2002: Regulamentação da Resolução Nº 278, de 24 de maio de


2001, que dispõe sobre o corte e exploração de espécies ameaçadas de extinção da flora
da Mata Atlântica.

Resolução CONAMA - 357, de 17 de março de 2005: Dispõe sobre a classificação dos


corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as
condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.

Resolução CONAMA - 369, de 28 de março de 2006: Estabelece diretrizes para os casos


excepcionais de intervenção ou supressão de vegetação em Áreas de Preservação
Permanente

Portaria MMA – 63/2006: Dispõe sobre a Comissão Coordenadora do Plano Estratégico


Nacional de Áreas Protegidas, e dá outras providências.

Portaria MMA 09/2007: Dispõe sobre o reconhecimento como áreas prioritárias para a
conservação, utilização sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade brasileira
as áreas referenciadas no § 2º desta Portaria, denominadas Áreas Prioritárias para a
conservação, utilização sustentável e repartição de benefícios da Biodiversidade Brasileira
ou áreas Prioritárias para a Biodiversidade, para efeito da formulação e implementação de

18
políticas públicas, programas, projetos e atividades sob a responsabilidade do Governo
Federal.
Instrução Normativa MMA – 6/ 2008: Reconhece como espécies da flora brasileira
ameaçadas de extinção.

Instrução Normativa IBAMA Nº 109/97, de 12 de setembro de 1997: Estabelece e


uniformiza os procedimentos de expedição de licença de pesquisa para realização de
atividades científicas em Unidades de Conservação Federais de Uso indireto, definidas
como Parques Nacionais, Reservas Biológicas, Estações Ecológicas e Reservas
Ecológicas.

4.3.2 Legislações Estaduais

LEI nº 9.931, de 11 de dezembro de 1986: Define como área de proteção ambiental as


reservas biológicas constituídas pelas áreas estuarinas do Estado de Pernambuco.

LEl nº 9.988, de 13 DE janeiro de 1987: Dispõe sobre normas de proteção ambiental e dá


outras providências.

LEI nº 11.206, de 31 de março de 1995: Dispõe sobre a Política Florestal do Estado de


Pernambuco e dá outras providências.

LEI nº 11.426, de 17 janeiro de 1997: Dispõe sobre a Política Estadual de Recursos


Hídricos e o Plano Estadual de Recursos Hídricos, institui o Sistema Integrado de
Gerenciamento de Recursos Hídricos e dá outras providências.

LEI nº 12.916, de 08 de novembro de 2005: Dispõe sobre licenciamento ambiental,


infrações administrativas ambientais, e dá outras providências.

LEI nº 13.787, de 08 DE junho de 2009: Institui o Sistema Estadual de Unidades de


Conservação da Natureza – SEUC, no âmbito do Estado de Pernambuco, e dá outras
providências.

LEI Nº 12.984, de 30 de dezembro de 2005: Dispõe sobre a Política Estadual de Recursos


Hídricos e o Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos, e dá outras
providências.

LEI nº 11.734 de 30 de dezembro de 1999: Altera as Leis nos 9.931, de 11 de dezembro


de 1986; 11.516, de 30 de dezembro de 1997 e 11.721, de 17 de dezembro de 1999, e dá
outras providências.

19
Decreto nº 21. 669, de 26 de agosto de 1999: Gerenciamento Costeiro do Estado de
Pernambuco - GERCO / PE-, define sua composição e atribuições, e dá outras providências.
Decreto Estadual Nº 24.017, de 07 DE Fevereiro DE 2002: Aprova o Zoneamento
Ecológico Econômico Costeiro - ZEEC do Litoral Norte do Estado de Pernambuco, e dá
outras providências.

Decreto Nº 28.822, de 16 de Janeiro de 2006 : Altera o Decreto Nº24.017 de 07 de


Fevereiro de 2002 que Aprova o Zoneamento Ecológico Econômico Costeiro - ZEEC do
Litoral Norte do Estado de Pernambuco, e dá outras providências

Decreto nº 26.054, de 23 de outubro de 2003: Regulamenta o Projeto de Proteção e


Conservação Ambiental, e dá outras providências.

Decreto nº 25.387, de 14 de abril 2003: Regulamenta o Programa Agenda 21 Estadual, e


dá outras providências.

Decreto nº 25.388, de 14 de abril de 2003: Regulamenta o Programa Gestão Integrada dos


Recursos Hídricos, e dá outras providências.

Decreto nº 25.574, de 25 de junho de 2003: Dispõe sobre a participação das unidades de


conservação previstas no art. 2º da Lei n° 10.489, de 02 de outubro de 1990, com a redação
da Lei n° 12.206, de 20 de maio de 2002, na distribuição da parte do ICMS socioambiental
que cabe aos Municípios.

Decreto Nº 32.488, de 17 de outubro de 2008.: Cria a Área de Proteção Ambiental, situada


entre os Municípios de Itamaracá, Itapissuma e parte do Município de Goiana.

Resolução CONSEMA n° 02/2002, de 15 de outubro de 2002: Dispõe sobres


procedimento de licenciamento ambiental dos empreendimentos de carcinicultura na zona
costeira de Pernambuco.

4.3.3 Legislações Municipais

Itamaracá

LEI Nº 1.050, de 26 de abril de 2007: Institui o Plano Diretor da Ilha de Itamaracá

Itapissuma: Plano Diretor de Itapissuma.

20
Goiana: Plano Diretor de Goiana

21
5. DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL

5.1 ASPECTOS DO MEIO FÍSICO

5.1.1 GEOLOGIA

5.1.1.1 Geologia Regional

A área de estudo está localizada no setor norte da Região Metropolitana do Recife


(RMR), nos município de Itamaracá, Itapissuma e parte de Goiana. Geologicamente
caracteriza-se predominantemente por sedimentos meso-cenozóicos da Bacia Sedimentar
Costeira Pernambuco-Paraíba e, em uma pequena faixa às margens da PE-049 no
município de Goiana, por rochas do embasamento cristalino, representadas por litótipos dos
Complexos Gnáissico-Migmatítico.

Figura 02: COMPARTIMENTAÇÃO TECTÔNICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO.

Fonte: CPRM, 2003.

Dados geológicos e geofísicos indicam que a Região Metropolitana do Recife está


separada pelo lineamento Pernambuco em dois domínios tectono-estruturais, que evoluíram
de forma distinta durante o período de formação da margem continental que levou à
abertura do Oceano Atlântico.

22
O Lineamento Pernambuco, segundo Santos (2000), principal feição estrutural da
área estudada, constitui o elemento balizador entre os terrenos Rio Capibaribe à norte e
Pernambuco/Alagoas à sul (Figura 02), que também foi utilizado por Lima Filho (1998) para
individualizar as bacias PE-PB e Bacia do Cabo. É uma zona de cisalhamento dúctil que se
estende ao longo do Estado de Pernambuco por mais de 700km, desde o Recife até a borda
da Bacia do Parnaíba. Ele faz parte de um grande sistema interligado de zonas de
cisalhamentos que se desenvolveu durante a orogênese brasiliana (510 Ma-650 Ma).

No norte do lineamento formou-se a Bacia Pernambuco-Paraíba. Os dados


estratigráficos conhecidos indicam que na Região Metropolitana do Recife os sedimentos
dessa bacia foram depositados por um regime de transgressão marinha. E está estruturada
sob a forma de um graben assimétrico e alongado na direção ENE, com profundidades
inferiores a 250m. No prolongamento da bacia para o norte da região metropolitana, a borda
da bacia assume a direção principal N-S e a espessura do pacote sedimentar atinge a
profundidade máxima de 400 m.

A seguir, faremos a descrição das unidades litológicas inseridas na área do estudo


para acompanhar este, pode ser consultado o mapa geológico no anexo 4 deste
diagnóstico.

5.1.1.1.1 Embasamento Cristalino

O embasamento cristalino presente em uma pequena faixa às margens da PE-049


no município de Goiana, está representado pelo complexo Gnáissico-migmatítico do
Paleoproterozóico, situado ao norte do Lineamento Pernambuco, constituído por
ortognaisses de composição granítica a tonalítica, por vezes monzoníticos e dioríticos,
migmatizados, não individualizados. Compreende o embasamento de vários terrenos
tectono-estratigráficos da Província Borborema no Estado de Pernambuco.

Este complexo, de um modo geral, apresenta-se constituído de ortognaisses de


composição granítica a tonalítica e, em menor proporção, monzonítica, monzodiorítica e
diorítica. O intemperismo químico é dominante, formando um espesso manto que recobre a
área do embasamento. São formas que foram individualizadas por ação intensa da
drenagem, provocando o recuo das vertentes e pelo escoamento superficial, devido à ação
do clima úmido atuante na região.

23
5.1.1.1.2 Bacia Pernambuco-Paraíba

Classificada como do tipo flexural (MABESOONE, 1995), congrega um pacote de


rochas sedimentares meso-cenozóicas, que ocupa uma faixa de aproximadamente 30km de
largura, limitada a sul pelo Lineamento Pernambuco (Figura 02).

Segundo Lima Filho et al. (1998), esta Bacia dever ser classificada como do tipo
ramp basin, associada a separação definitiva das placas Sul Americana e Africana,
constituindo o último ponto de ruptura entre estas placas. Esta separada da Bacia do Cabo
pelo o Lineamento Pernambuco.

Estratigraficamente está representada pelos sedimentos do Grupo Paraíba


(OLIVEIRA & LEONARDOS, 1943), que compreende uma seqüência terrígena basal
(Formação Beberibe) e uma seqüência carbonática superior (Formações Itamaracá,
Gramame e Maria Farinha), que juntas formam uma pilha sedimentar que pode atingir cerca
de 400m de espessura (Figuras 3 e 4), na sua porção emersa mais profunda
(SOUZA,1999).

Figura 03: PERFIL ESQUEMÁTICO DO GRUPO PARAÍBA.

Fonte: CPRM, 2003.

LEGENDA
Sedimentos Quaternários
Grupo Barreiras
Formação M Farinha
Formação Beberibe
Embasamento Cristalino

24
Figura 04: COLUNA ESTRATIGRÁFICA DA BACIA PE-PB (SUB-BACIA OLINDA).

Fonte : Revista Estudos Geológicos -Depto. Geologia-UFPE-2003.

A Formação Beberibe apresenta caráter dominantemente terrígeno continental, de


idade neocretácica, está constituída por depósitos fluviais entrelaçados (“braided”) de alta
energia, intercalados a depósitos de planície aluvial, gradando lateralmente em direção a
costa, para um domínio de fácies flúvio-lagunar a flúvio-deltáica e de plataforma rasa
(NÓBREGA & ALHEIROS, 1991).

Esta unidade estratigráfica é constituída litologicamente por arenitos grosseiros a


conglomeráticos localmente finos, de coloração cinza claro a cinza amarelado, mal
selecionados, de fraca diagênese, essencialmente quartzosos, apresentando eventuais
intercalações de conglomerados e siltitos argilosos. Na sua porção superior, predomina um
arenito creme, maciço, de forte diagênese, granulometria média a grosseira, com cimento
calcífero e restos de conchas, constituindo uma zona de interdigitação com a Formação
Gramame sobreposta.

A Formação Gramame, também de idade neocretácica, é uma unidade


essencialmente marinha constituída por calcários, calcários margosos, margas e argilas,

25
apresentando horizontes fosfáticos interdigitando-se com calcarenitos na sua porção basal.
Trata-se de uma unidade bastante fossilífera, com sua fauna marinha abundante e variada.

O contato com a Formação Beberibe se dá através de uma superfície de


inconformidade (MANSO et al., 1992), pouco evidenciada (AMARAL & MENOR, 1998), que
muitas vezes é tido como gradacional devido à interdigitação entre os horizontes fosfáticos
da base da Formação Gramame com os arenitos calcíferos do topo da Formação Beberibe,
também citados como integrantes da Formação Itamaracá. O contato superior com os
calcários terciários da Formação Maria Farinha é do tipo gradacional podendo ser
materializado por um nível de calcário pseudolitográfico (MENOR et al., op. cit.).

A Formação Maria Farinha, do Paleógeno, compreende uma seqüência de


calcários detríticos cinzentos fossilíferos, puros, mais ou menos recristalizados na sua
porção basal, intercalados com calcários margosos, argilas e calcários dolomitizados, na
sua porção superior (MENOR et al., op. cit.). Os fósseis característicos desta unidade são os
gastrópodes, lamelibrânquios e cefalópodes (macrofauna) e os foraminíferos (microfauna).
O conteúdo fossilífero desta formação indica um ambiente de sedimentação litorâneo a
marinho raso (BEURLEN, 1967).

O Grupo Barreiras (Figura 5), esta unidade estratigráfica apresenta controvérsias


quanto a hierarquia (Grupo ou Formação) e quanto a sua idade (apenas Terciária, isto é
Paleógena/Neógena ou Neógena/Quaternária). Neste trabalho seguiu-se a classificação
adotada pela CPRM (VEIGA JÚNIOR, 2000), que classificou o Grupo Barreiras de idade
Paleógena/Neógena.

Figura3 05: GRUPO BARREIRAS ÀS MARGENS DA BR-101.

3
Todas as fotografias nas quais constam as coordeandas foram georreferenciadas no local por meio de GPS.
Sendo que todas tem o DATUM 69 e o FUSO 25. Aquelas fotografias que não foram georreferenciadas são
fotografias de arquivo.

26
Foto: Carneiro. Coordenadas: 0287608- 9137079.

Está constituído por sedimentos areno-argilosos, pouco consolidados, de coloração


variegada, com níveis lateritizados e caulínicos que, segundo Alheiros et al. (1988),
caracterizam três domínios faciológicos distintos: um de leques aluviais, outro fluvial
entrelaçado e um último flúvio-lagunar, cobrindo discordantemente tanto as rochas do
embasamento cristalino, como os sedimentos da Bacia Pe-PB. A estrutura sedimentar
primária mais marcante é a estratificação plano-paralela, embora algumas vezes se observe
a presença de cruzadas de baixo ângulo de forma subordinada.

As Cobertura Quaternárias constituem a unidade litológica de maior abrangência


na APA. É constituída de várias unidades sendo as Areias, siltes, argilas, cordões litorâneos
que são depósitos arenosos inconsolidados essencialmente quartzosos, bem selecionados,
que ocupam faixas estreitas ao longo de toda área de costa, a de maior ocorrência.

Os sedimentos de mangues (em escala não mapeável) são constituídos


predominantemente por argilas, siltes, areias finas, carapaças silicosas de diatomáceas,
espículas de espongiários, restos orgânicos e conchas (Caldasso, et al., 1981).

As coberturas detríticas quaternárias culminam com os depósitos aluvionares, de


caráter arenoso a areno-argiloso, que se distribuem ao longo dos rios e riachos com
destaque para os depósitos ao longo dos rios Botafogo, Arataca e Itapessoca.
5.1.1.2 Geomorfologia4

4
Ver o Mapa de Geomorfologia no Anexo 8.

27
As unidades morfológicas do extremo noroeste da Região Metropolitana do Recife,
estão agrupadas de acordo com a metodologia adotada para a elaboração do mapa
geomorfológico da Região Metropolitana do Recife, escala 1:100.000. A área do presente
trabalho, de acordo com a da divisão feita pelo RADAMBRASIL (BRASIL, 1981), está
inserida nas unidades geomorfológicas dos “tabuleiros costeiros”, das “planícies deltaicas,
estuarinas e praiais” e, em menor abrangência, na área cristalina, os “morros”.

A seguir, são descritas as unidades morfológicas:

5.1.1.2.1 Relevos de Degradação

O modelado de degradação ou dissecação está subdividido em três unidades


morfológicas: os tabuleiros, as vertentes e os morros individualizados no cristalino. Essa
subdivisão deve-se às peculiaridades do relevo local (Figura 6) que, na escala de trabalho
(1:50.000), possibilitou limitar essas unidades que não aparecem em escalas menores,
particularmente a Unidade Vertentes.

Figura 06: VISTA PANORÂMICA DO RELEVO.

Ao fundo Ilha de Itamaracá, as partes elevadas são do Grupo Barreiras.


Fonte: Pacheco. FADURPE 11/2009 Coordenadas:0292543-9154178.

28
5.1.1.2.2 Tabuleiros

Essa é a principal unidade morfológica da área. Os tabuleiros foram delimitados com


base nas superfícies planas ou quase planas dos interflúvios que ocorrem na maior parte
(Figura 7). Acham-se limitados pela unidade denominada de Vertentes, que está localizada
entre os tabuleiros e as planícies aluviais. Apresentam-se com uma forma alongada na
direção geral SW-NE, obedecendo a direção da rede de drenagem, que forma um padrão
subparalelo, conseqüência do controle estrutural. As altitudes desses topos tabulares variam
de cotas 80 m até cotas em torno de 80 m, a leste.

Geologicamente essa unidade representa, principalmente, o Grupo Barreiras e


encontra-se bastante dissecada. Apresentam regolito com espessura variando de 2m a 6m
onde estão desenvolvidos solos argissolos (podzólicos) com boa drenagem. Nos topos
tabulares mais planos a vegetação nativa foi substituída por cultivos, predominantemente de
cana-de-açúcar, o que vem provocando processos de erosão laminar.

Figura 07: TABULEIRO COSTEIRO.

Tabuleiro costeiro com plantação de cana-de-açucar. Ao fundo


morros cristalinos. Coordenadas: 0290571-9153854.
Fonte: Pacheco, 2009.

5.1.1.2.3 Vertentes

O estudo das vertentes ou encostas tem uma grande importância para a


compreensão do desenvolvimento das paisagens por se tratar de uma unidade do relevo
onde ocorrem vários processos, principalmente de ordem erosiva, que vão refletir, de certa
forma, na conFiguração da ocupação humana no espaço. As encostas retratam uma
evolução influenciada principalmente pela ação climática. A litologia constitutiva é dos
sedimentos do Grupo Barreiras, que recobrem a maior parte da área.

29
Essa unidade vai desde a quebra de relevo dos tabuleiros até os limites com as
planícies fluviais e a unidade morros. Os declives suavizados predominam nas áreas que
estão voltadas para as planícies aluviais dos principais cursos d’água da área, onde os vales
são abertos e de fundo chato. Os processos erosivos da área estão localizados em sua
maioria nesta unidade, onde, nas áreas em que foi retirada a vegetação natural, podem-se
observar processos intensos de ravinamento. Os ravinamentos são processos erosivos
provocados pelo escoamento superficial concentrado, em face de retirada da cobertura
vegetal do solo, onde aparecem pequenos sulcos escavados pelo fluxo de água (Figura 8).

Figura 08: FLAGRANTE DE PROCESSO EROSIVO.

Flagrante de processo erosivo desenvolvido numa vertente na


Ilha de Itamaracá, no caminho do Forte Orange.
Fonte: Pacheco, 2009.

5.1.1.2.4 Morros

Essa unidade representa as colinas individualizadas de topos mais arredondados e


declives suaves em forma de meia-laranja, feições típicas de relevo cristalino, correspondem
geologicamente ao embasamento, que apresentam processos de intemperismo químico
predominantes. São formas que foram individualizadas por ação intensa da drenagem,
provocando o recuo das vertentes e pelo escoamento superficial, devido à ação do clima
úmido atuante na região.

Estão localizadas numa estreita faixa (mapa geomorfológico no anexo 8). As colinas
individualizadas são, provavelmente, resquícios de antigas áreas tabulares que foram
retrabalhadas até a exposição do embasamento, por influência das últimas transgressões
que avançaram a linha de costa e provocaram um afogamento dos vales.

30
5.1.1.2.5 Relevos de Agradação

O modelado de agradação ou acumulação está representado na área pela unidade


Planícies Aluviais. A unidade de Planícies Aluviais corresponde às superfícies baixas e
planas que ocorrem ao longo dos vales dos principais rios, onde o gradiente é pequeno e
onde predominam os processos de deposição, correspondendo geologicamente às aluviões.
Os vales das Planícies Aluviais estão limitados pela unidade Vertentes. Os solos
encontrados nessa unidade são os aluviais, formados a partir da deposição de sedimentos
fluviais não consolidados de natureza e granulometria variadas.

5.1.1.3 Recursos Hídricos Subterrâneos

A Bacia Sedimentar Pernambuco, situada na metade norte RMR onde se localiza a


APA, é composta, da base para a superfície, pelas seguintes unidades:

• Formação Beberibe;
• Formação Gramame;
• Formação Maria Farinha;
• Grupo Barreiras;
• Coberturas Quaternárias.

A Formação Beberibe, o Grupo Barreiras e as Coberturas Quaternárias compostas


de sedimentos arenosos e areno-argilosos constituem aqüíferos intersticiais. A Formação
Gramame e Maria Farinha, compostas de calcários, constituem aqüífero cárstico-fissural
porem suas águas não são de boa qualidade, não apta para consumo humano e vários
outros usos, por serem carbonatadas com dureza elevada.

O Embasamento Cristalino, que aparece em uma estreita faixa, é composto de


ortognaisses, migmatitos e granitos, constitui aqüífero fissural, com influência do intersticial
que se origina nas áreas com manto de alteração mais permeável.

5.1.1.3.1 Aqüífero Beberibe

Este é o principal aqüífero da APA e da Região Metropolitana do Recife. É explorado


pelas empresas comerciais de água mineral para suprir a demanda do abastecimento
d’água e portanto é uma área que terá um destaque neste estudo e plano de manejo
posterior.

31
Do Cretáceo Superior esse aqüífero intersticial ocorre extensivamente na Bacia
Sedimentar PE-PB. Composto de arenitos grosseiros a conglomeráticos, localmente finos,
de coloração cinza claro a cinza amarelado, mal selecionado, de fraca diagênese,
essencialmente quartzoso, apresentando eventuais intercalações com níveis
conglomeráticos e siltitos argilosos. Na metade superior predomina arenito creme, maciço,
de forte diagênese, granulometria média a grosseira, com cimento calcífero e restos de
conchas. Por este motivo Costa (1968) dividiu o aqüífero em Beberibe Inferior e Beberibe
Superior, com uma camada argilosa com 10 m de espessura, separando esses dois
horizontes. Porém, essa camada não é contínua em toda extensão de ocorrência do
aqüífero que funciona geralmente como um sistema único, semi-confinado, drenante, com
forte anisotropia, permeabilidade vertical menor do que a horizontal, limitado na base pelo
substrato impermeável do embasamento cristalino e no topo pelos calcários das Formações
Gramame e Maria Farinha ou pelos sedimentos areno-argilosos do Grupo Barreiras.

As boas condições hidrogeológicas, principalmente do Beberibe Inferior,


considerando a qualidade química da água e condições hidráulicas, conduziram ao seu
aproveitamento crescente por poços tubulares, cujas vazões variam de 1 a 180 m3/h,
dependendo de suas características construtivas e da unidade de bombeio instalada. As
maiores vazões são captadas pela COMPESA que, para atender ao abastecimento público,
administra a perfuração e instalação dos poços de conformidade com a técnica de melhor
aproveitamento d’água subterrânea.

Em função da sua área de ocorrência, o aqüífero Beberibe na área da APA se


apresenta nas seguintes condições:

Freático (livre): Corresponde a área de afloramento da Formação Beberibe abrangendo


ocorrências nos municípios de Itapissuma e parte do município de Igarassú. Generalizando,
trata-se de áreas com alta vulnerabilidade natural do aqüífero, com alto risco de
contaminação nos locais onde ocorrem cargas contaminantes, por se tratar de área de
recarga natural do aqüífero com infiltração livre e de fácil percolação de substâncias
poluentes líquidas.
Semi-confinado a confinado: Ocorre sob os calcários das Formações Gramame e Maria
Farinha, principalmente em Itamaracá. Suas águas estão protegidas da contaminação
proveniente da superfície, havendo perigo apenas do avanço da cunha marinha onde
houver sobre-explotação na orla marinha. O risco de contaminação proveniente da
superfície do terreno é pequeno, desde que os poços de captação sejam bem construídos,
com cimentação perfeita no horizonte da camada confinante.

32
Semi-confinado sob os sedimentos areno-argilosos do Grupo Barreiras: Os
sedimentos do Grupo Barreiras que capeiam o aquífero Beberibe nesta área são de
constituição litológica bastante variada, de areias a argilas, com ocorrência de bolsões
arenosos de permeabilidade elevada com passagem gradacional para os arenitos que
compõem o aqüífero sotoposto, constituindo pontos de recarga deste e pontos mais
vulneráveis à contaminação de suas águas. Em conjunto os sedimentos do Grupo Barreiras
constituem um aqüífero com vulnerabilidade moderada, em função da sua constituição
litológica e da profundidade do nível d’água, atenuando o potencial de risco de
contaminação das águas do aqüífero Beberibe sotoposto.

5.1.1.3.2 Aqüífero Barreiras

De idade Paleógena/Neógena o aqüífero Barreiras está concentrado em sua maioria


na metade norte da RMR sendo constituído de sedimentos areno-argilosos (cascalhos,
areias, siltes e argilas) (Figura 10), pouco consolidados, de coloração variegada, com níveis
lateríticos e caulínicos. Apresenta espessura variável, com média de 50 m, repousando
sobre rochas do embasamento cristalino e sedimentos da Bacia Sedimentar Pernambuco-
Paraíba.

Trata-se de um aqüífero intersticial pouco explotado em conjunto, sendo mais


desenvolvida a explotação por cacimbas, poços amazonas e poços tubulares de pequena
profundidade como vemos na Figura 9, onde nesta situação o carater essencialmente
arenoso confere-lhe o status de um aqüífero livre, permitindo uma captação a baixa
profundidade. A recarga ocorre, principalmente, por infiltração direta das precipitações
pluviométricas.

Em conjunto é um aqüífero de moderada vulnerabilidade em função de sua


constituição litológica e da profundidade média do nível das águas.

33
Figura 09: POÇO TUBULAR: 17 METROS DE PROFUNDIDADE.

Coordenadas: 285539 -9147480.


Fonte: Pacheco, 11/2009.

Figura 10: CARÁTER ARENOSO DA FORMAÇÃO BARREIRAS NA ÁREA DE


INFLUÊNCIA.

Coordenadas: 285539 -9147480.


Fonte: Pacheco, 11/2009.

5.1.1.3.3 Aqüífero Cárstico-Fissural

O aqüífero Cárstico-Fissural é constituído de rochas calcárias fraturadas com


formação de carstes pela dissolução do calcário ao longo do percurso das águas. Na APA,
as Formações Gramame e Maria Farinha são compostas de calcários com sistema cárstico
pouco desenvolvido. Devido a má qualidade de suas águas tanto para consumo humano
como para uso industrial, o aqüífero cárstico-fissural da RMR é relegado.

34
5.1.1.3.4 Sedimentos Fluvio-Lagunares e Mangues

Os sedimentos fluvio-lagunares são constituídos predominantemente de argilas e


siltes e raramente síltico-arenosos. Armazenam muita água por serem porosos mas não a
liberam: são aqüicludes. Os poços localizados sobre suas áreas de ocorrência captam água
do aqüífero sotoposto.

Os sedimentos fluvio-lagunares são idênticos aos depósitos de mangues quando se


trata de captação de água subterrânea.

5.1.1.3.5 Vulnerabilidade Natural dos Aqüíferos

A vulnerabilidade natural dos Aqüíferos é a suscetibilidade da água subterrânea ante


uma carga contaminante imposta determinada por características intrínsecas do aqüífero
(Figura 11). A partir das informações inerentes à cada aqüífero e unidades estratigráficas
associadas foi possível a elaboração do Mapa de Vulnerabilidade Natural dos Aqüíferos
freáticos da RMR, pelo método GOD, (Informações Geoambientais da RMR-CRPH/CPRM)
onde foram considerados:

• Tipo de ocorrência do aqüífero variando dos extremos livre ou confinado;


• Tipos litológicos existentes acima da zona saturada enfatizando seu grau de
permeabilidade;
• Profundidade do nível da água ou do teto do aqüífero confinado.

Salientando que a susceptibilidade referente aos aqüíferos no município de Goiana,


devido a falta de informações, foi inferida, sendo determinado como alta para as áreas de
ocorrência do aqüífero Beberibe, como moderada para o Barreiras e como baixa para áreas
de ocorrências dos sedimentos quaternários (areias, siltes, etc)

35
Figura 11: ESQUEMA PARA AVALIAÇãO DA VULNERABILIDADE NATURAL DO
AQÜÍFERO.

Fonte: Sistema de Informações Geoambientais da Região Metropolitana do Recife. Recife, 2003.

Conforme os procedimentos adotados foram definidas as seguintes classes de


vulnerabilidade em toda APA (Mapa de vulnerabilidade anexo 5):

-Vulnerabilidade Alta

• Áreas de afloramento da Formação Beberibe. Nessas áreas a Formação Beberibe


comporta-se como um aqüífero livre e o nível freático encontra-se próximo à
superfície (<20 metros) e em alguns casos subaflorante (< 5 metros) com solo muito
permeável. Estas, juntamente com a maior parte das áreas de alta vulnerabilidade,
são consideradas áreas de recarga de aqüífero.
• Áreas onde a Formação Beberibe aflora ou acha-se encoberta por sedimentos
permeáveis da Formação Barreiras e/ou sedimentos diversos com permeabilidade
alta, tais como: areias e cascalhos aluviais e coluviais, areias eólicas e outros
sedimentos não consolidados. Nessas áreas a Formação Beberibe comporta-se
como um aqüífero livre ou como um sistema confinado drenante.

Tecnicamente essas áreas não são indicadas para instalação de empreendimentos


com alto potencial poluidor como, por exemplo, disposição de resíduos sólidos, indústrias

36
com potencial degradador alto, posto de gasolina, cemitério, assentamentos urbanos sem
esgotamento sanitário, dentre outros.

Vulnerabilidade Moderada

• Compreende as áreas onde a Formação Beberibe acha-se recoberta pelas


Formações Gramame e Maria Farinha e áreas onde acha-se sotoposta à Formação
Barreiras e a sedimentos recentes não permeáveis, cujas características geológicas
e hidrogeológicas não são devidamente conhecidas. Nessas áreas a Formação
Beberibe comporta-se como um aqüífero confinado drenante a não drenante.
• Áreas de ocorrência de sedimentos da Formação Barreiras sobrepostos a
sedimentos carbonáticos cujas características geológicas ou hidrogeológicas não
são devidamente conhecidas.

Vulnerabilidade Baixa

• Corresponde às áreas onde a Formação Beberibe acha-se recoberta por sedimentos


argilosos/siltosos diversos ou pertencentes à Formação Barreiras bem como às
áreas onde aflora o Embasamento Cristalino. Nessas áreas a Formação Beberibe
comporta-se como um aqüífero confinado não drenante.
• Considerando a baixa vulnerabilidade do aqüífero Beberibe nessas áreas a
implantação de empreendimentos potencialmente poluidores expõe o mesmo a um
risco menor, se comparado ao das demais faixas de vulnerabilidade.

5.1.1.4 Recifes de Arenito5

Geneticamente associados ao ambiente praial ocorrem, na plataforma continental do


Litoral Norte, recifes de arenito e recifes orgânicos (coralígenos e algálicos) – formações
naturais, em geral submersas na preamar e parcialmente emersas na maré baixa, que
atingem, em alguns pontos, a face de praia atual (como, por exemplo, na praia de Ponta de
Pedras, em Goiana) e mergulham sob a planície costeira.

Os recifes de arenito (Beachrocks) formam linhas quase contínuas, paralelas à costa


e indicativas da posição desta quando o nível do mar encontrava-se abaixo do atual.
Formam normalmente duas ou três linhas medindo, em média, 30 a 60 m de largura por 3 a
4 m de espessura, estendendo-se, em alguns trechos, por cerca de 10 km.

5
Este texto foi tirado na íntegra do “Diagnóstico Socioambiental do Litoral Sul de Pernambuco”.

37
Os recifes orgânicos ocorrem sobre bancos de arenito e apresentam dimensões que
variam de 1 a 4 km de extensão. As mais expressivas ocorrências desse tipo de recifes
encontram-se na Praia de Ponta de Pedras (Goiana), bem como nas praias de Jaguaribe e
Sítio Pilar . no município de Itamaracá, onde são exploradas para uso na construção civil.

Além de constituírem atrativo turístico pela beleza cênica que encerram e pela
riqueza da fauna e da flora de seu ecossistema, os recifes desempenham importante papel
na proteção das áreas costeiras, funcionando como anteparo natural, atenuante da ação
erosiva do mar, nas praias. Favorecem também a prática da pesca artesanal ao propiciarem
a existência, na plataforma continental, de uma zona interna denominada mar-de-dentro ou
plataforma interna, na qual os pescadores instalam os currais-de-pesca e onde a atividade
pesqueira é praticada com embarcações e apetrechos simples, acessíveis, portanto, a
pescadores com poucos recursos. Essa zona interna, protegida pelos recifes, também é
muito utilizada para lazer e esportes náuticos.

5.1.1.5 Conclusões

A área de nosso estudo está caracterizada predominantemente por sedimentos da


Bacia Sedimentar Costeira Pernambuco-Paraíba e, em uma pequena faixa às margens da
PE-049 no município de Goiana, por rochas do embasamento cristalino representadas por
litótipos dos Complexos Gnáissico-Migmatítico.

A estratigrafia da bacia é relativamente simples (Figura 12) apresentando apenas


três grandes unidades, a saber: Grupo Paraíba, Formação Barreiras e Depósitos de
Cobertura Quaternária. As características lito-faciológicas permitem sua subdivisão em duas
seqüências, uma inferior, denominada de “seqüência clástica basal” representada pela
Formação Beberibe e Formação Itamaracá, e outra, chamada “seqüência superior”,
composta por rochas Carbonáticas representada pelas Formações Gramame e Maria
Farinha, chamada de seqüência não clástica, e a “seqüência clástica superior” da Formação
Barreiras, constituída de sedimentos areno-argilosos mal consolidados, de granulação
heterogênea, com freqüentes lentes argilosas.

38
Figura 12 : Quadro LITOESTRATIGRÁFICO DA BACIA PE/PB.

Fonte: MABESOONE & ALHEIROS, 1988; FEIJÓ, 1994; LIMA FILHO, 1996, 1998.

De acordo com a divisão feita pelo RADAMBRASIL (BRASIL, 1981) a APA está
inserida nas unidades geomorfológicas dos “tabuleiros costeiros”, das “planícies”, das
“Colinas” e, em menor abrangência, na área cristalina, os “morros”.

Os Tabuleiros Costeiros são a principal feição da área, constituídos por sedimentos


areno-argilosos da Formação Barreiras, com altitudes entre 40 a 100 metros. Apresentam-
se com uma forma alongada na direção geral SW-NE, encontra-se bastante dissecada. Nos
topos tabulares mais planos a vegetação nativa foi substituída por cultivos,
predominantemente de cana-de-açúcar, o que vem provocando processos de erosão
laminar.

O Domínio Colinoso está representado pelas Formações Beberibe, Gramame e


Maria Farinha, caracterizada pela presença de colinas suaves e mais ou menos
arredondadas, geralmente de pequena extensão, em cotas situadas entre 10 e 40m.

39
A Planície Costeira é estreita, com linha de costa de direção N-S, pouco recortada e
com a presença expressiva de estuários e manguezais, particularmente ao longo do Canal
de Santa Cruz, em Itamaracá. Apresenta, ainda grande desenvolvimento de recifes e praias
arenosas retilíneas.

A Formação Beberibe constitui o principal aqüífero e devido às boas condições


hidrogeológicas, principalmente do Beberibe Inferior, considerando a qualidade química da
água e condições hidráulicas, conduziram ao seu aproveitamento crescente por poços
tubulares.

Em função da sua área de ocorrência o aqüífero Beberibe, na área da APA, quando


ocorre sob a forma de Freático (livre) que corresponde a área de afloramento da Formação
Beberibe, apresentam alta vulnerabilidade natural do aqüífero, com alto risco de
contaminação nos locais onde ocorrem cargas contaminantes, por se tratar de área de
recarga natural do aqüífero, com infiltração livre e de fácil percolação de substâncias
poluentes líquidas.

Quando ocorre sob a forma de Semi-confinado sob os sedimentos areno-


argilosos do Grupo Barreiras apresentam vulnerabilidade moderada. Os sedimentos do
Grupo Barreiras que capeiam o aqüífero Beberibe nesta área são de constituição litológica
bastante variada, de areias a argilas, com ocorrência de bolsões arenosos de
permeabilidade elevada com passagem gradacional para os arenitos que compõem o
aqüífero sotoposto, constituindo pontos de recarga deste e pontos mais vulneráveis à
contaminação de suas águas. Em conjunto os sedimentos do Grupo Barreiras constituem
um aqüífero com vulnerabilidade moderada, em função da sua constituição litológica e da
profundidade do nível d’água, atenuando o potencial de risco de contaminação das águas
do aqüífero Beberibe sotoposto.

Nas demais situações, o Beberibe apresenta vulnerabilidade baixa ou negligente.


Nessas áreas, a implantação de empreendimentos potencialmente poluidores, expõe o
mesmo a um risco menor, se comparado ao das demais faixas de vulnerabilidade.

40
Quadro 01: AMEAÇAS RELACIONADAS À HIDROGEOLOGIA.
TIPO/CARACTERI- LOCAIS DE CONSEQÜÊN- MEDIDAS PARA
CAUSAS
ZAÇÃO OCORRÊNCIA CIAS MITIGAÇÃO
Instalação de Vedar a
Áreas de recarga dos
atividades implantação de
aqüíferos Beberibe e Contaminação
poluentes como qualquer fonte
Barreiras, que das águas que
postos de produtora de
Contaminação dos apresentam abastecem 2/3 da
gasolina, carga
aqüíferos vulnerabilidade alta e Região
hospitais, contaminante e/ou
moderada, com maior metropolitana
cemitérios, aterros exigir estudos
ocorrência em norte do Recife.
sanitários, lixões, hidrogeológicos
Itapissuma.
dentre outos. detalhados.
Áreas de recarga dos
aqüíferos Beberibe e Diminuição da
Proibir obras de
Impermeabilização Barreiras, que porosidade e
engenharia e
das áreas de apresentam Serviços de permeabilidade,
serviços de re-
recarga dos vulnerabilidade alta terraplenagem. ocasionando a
trabalhamento do
aqüíferos emoderada, com maior impermeabiliza-
solo.
ocorrência em ção do solo.
Itapissuma.
Fonte: Pacheco, 12/2009.

5.1.2 CARACTERIZAÇÃO DO CLIMA, CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS

A área de Proteção Ambiental de Santa Cruz está situada na Zona do Litoral e Mata,
mais próxima do litoral. As temperaturas médias anuais atingem valores superiores aos
24ºC. Nos meses mais quentes, janeiro e fevereiro, as temperaturas oscilam, em média,
entre 24ºC e 26ºC enquanto que, no mês mais frio, que é julho, oscila entre 24ºC e 22ºC.
Em termos de índice pluviométrico a área está situada na zona úmida, caracterizada pelas
precipitações costeiras e máximas nos meses de inverno. As precipitações totais anuais
variam entre 1750 a 2000mm, havendo uma estação seca que se estende de setembro ou
outubro até dezembro, com duração entre dois a quatro meses.

Segundo a Classificação de Koeppen o clima da área é designado Ams’, ou Clima


tropical chuvoso de monção com verão seco e menos de 60mm no mês mais seco; as
precipitações indicam totais anuais muito elevados devido as chuvas de monção.

Já pela Classificação de Gaussen o clima da área é do tipo 3dTh, ou Clima


Mediterrâneo quente ou Nordestino sub-seco. Apresenta seca de verão, com índice
xerotérmico entre 0 e 40, com um a três meses secos. O mês mais frio apresenta
temperaturas superiores a 15ºC.

5.1.3 SOLOS (PEDOLOGIA E APTIDÃO AGRÍCOLA DAS TERRAS)

5.1.3.1 Solos

41
Para a região em que APA Santa Cruz está inserida não foram encontradas
informações com o detalhamento sobre os solos. As informações mais relevantes e
atualizadas, e que serão utilizadas para descrição dos solos da área, são as contidas no
Zoneamento Agroecológico do Estado de Pernambuco, ZAPE (EMBRAPA/GOVERNO DE
PERNAMBUCO, 2001) cuja escala é de 1:100.000.

A complexidade na composição das unidades de mapeamento utilizadas e a aplicação


do antigo sistema taxonômico dos solos utilizados no Brasil representa problemas na
interpretação de aptidão agrícola das terras e avaliação da suscetibilidade à erosão, como
também, para a adoção da nomenclatura de solo atualmente em vigência no Brasil. Após a
transposição do mapa do ZAPE para a área de proteção ambiental de Santa Cruz, as
classes de solo identificadas foram convertidas para o novo “Sistema Brasileiro de
Classificação de Solo” (EMBRAPA, 1999), resultando na legenda descrita a seguir:

Quadro 02:LEGENDA DO MAPA DE SOLOS DE ACORDO COM O NOVO SISTEMA


BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS (EMBRAPA, 1999).

ARGISSOLO

Associação de: ARGISSOLO AMARELO Distrófico latossólico, fragipânico ou típico A


moderado e proeminente textura arenosa e média/média e argilosa + LATOSSOLO
PA1
AMARELO Distrófico típico textura média e argilosa A moderado; todos floresta
subperenifólia relevo plano e suave ondulado (70-30 %).

Associação de: ARGISSOLO AMARELO Distrófico latossólico, fragipânico ou típico


PA2 textura arenosa e média/média e argilosa floresta subperenifólia; todos A moderado e
proeminente relevo plano e suave ondulado. (40-40-20 %).

Associação de: ARGISSOLO AMARELO Distrófico latossólico, fragipânico ou típico


textura arenosa e média/média e argilosa floresta subperenifólia + ESPODOSSOLO
PA3 CÁRBICO ou FERROCÁRBICO Órtico textura arenosa/arenosa e média floresta
subperenifólia e/ou cerrado; todos A moderado e proeminente relevo plano e suave
ondulado (70-30 %).

Associação de: ARGISSOLO AMARELO Distrófico latossólico, fragipânico ou típico


textura arenosa e média/média e argilosa floresta subperenifólia + ESPODOSSOLO
CÁRBICO ou FERROCÁRBICO Órtico fragipânico, duripânico ou típico textura
PA4 arenosa/arenosa e média floresta subperenifólia e/ou cerrado, ambos A moderado +
ARGISSOLO AMARELO Distrófico abrúptico plíntico ou típico A moderado e proeminente
textura arenosa e média/argilosa floresta subperenifólia; todos relevo plano e suave
ondulado. (50-30-20%).

ARGISSOLO AMARELO Distrófico latossólico, fragipânico ou típico A moderado e


PA5 proeminente textura arenosa e média/média e argilosa floresta subperenifólia relevo
suave ondulado e plano

PA6 Associação de: ARGISSOLO AMARELO Distrófico latossólico, fragipânico ou típico


floresta subperenifólia + ARGISSOLO AMARELO Distrófico plíntico ou típico, ambos A
moderado e proeminente textura média/média e argilosa floresta subperenifólia relevo

42
suave ondulado e ondulado + ESPODOSSOLO CÁRBICO ou FERROCÁRBICO Órtico A
moderado textura arenosa/arenosa e média floresta subperenifólia e/ou cerrado relevo
plano a ondulado (40-35-25 %).

Associação de: ARGISSOLO AMARELO Distrófico latossólico, fragipânico ou típico


textuta média/média e argilosa + ARGISSOLO AMARELO Distrófico e VERMELHO-
PA7 AMARELO Distrófico abrupto ou não, plíntico e não plíntico textura arenosa e
média/média e argilosa; ambos A moderado e proeminente floresta subperenifólia relevo
suave ondulado a forte ondulado (50–50%).

Associação de: ARGISSOLO AMARELO Distrófico latossólico e não latossólico


fragipânico ou não A moderado textura média/média e argilosa + ARGISSOLO
AMARELO Distrófico e VERMELHO-AMARELO Distrófico A moderado e proeminente
PA8 textura arenosa e média/argilosa; ambos floresta subperenifólia relevo suave ondulado a
forte ondulado + ESPODOSSO CÁRBICO ou FERROCÁRBICO Hidromórfico típico,
fragipânico e/ou dúrico A fraco e moderado textura arenosa/arenosa e média floresta
perenifólia e campo de restinga relevo plano e suave ondulado; (40–40–20%).

Associação de: ARGISSOLO AMARELO Distrófico fragipânico ou típico + ARGISSOLO


AMARELO e VERMELHO-AMARELO abrupto e não abrupto, plintico ou típico; ambos
PA9 relevo ondulado e forte ondulado + ARGISSOLO AMARELO Distrófico latossólico ou
típico relevo suave ondulado a forte ondulado; todos A moderado e proeminente textura
média/média e argilosa floresta subperenifólia. (40-40-20%).

ESPODOSSOLO

Associação de: ESPODOSSOLO CÁRBICO ou FERROCÁRBICO Hidromórfico +


EK1 ESPODOSSOLO FERROCÁRBICO Órtico dúrico A moderado textura arenosa/arenosa
e média floresta subperenifólia/cerrado subperenifólio relevo plano (65–35%).

Associação de: ESPODOSSOLO CÁRBICO Hidromórfico floresta subperenifólia e


campo de restinga + ESPODOSSOLO CÁRBICO ou FERROCÁRBICO Órtico floresta
subperenifólia e/ou cerrado subperenifólio; ambos dúrico A moderado textura
EK2
arenosa/arenosa e média relevo plano + NEOSSOLO QUARTZARÊNICO Órtico típico
floresta subperenifólia e/ou cerrado subperenifólio relevo plano e suave ondulado (40-30-
30%).

GLEISSOLO

GX1 Associação de GLEISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico + NEOSSOLO FLÚVICO


Distrófico e Eutrófico, ambos A moderado e proeminente textura argilosa e média
floresta subperenifólia e campo de várzea relevo plano (65–35%).

GX2 Associação de GLEISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico textura média e argilosa


floresta subperenifólia de várzea e campo de várzea + ESPODOSSOLO CÁRBICO ou
FERROCÁRBICO Hidromórfico típico textura arenosa/arenosa e média campo e floresta
perenifólia de restinga, ambos A moderado relevo plano (50–50%).

LATOSSOLO

LA1 Associação de: LATOSSOLO AMARELO Distrófico típico textura média e argilosa +
ARGISSOLO AMARELO e VERMELHO-AMARELO Distrófico latossólico, fragipânico ou
típico A moderado e proeminente textura média/argilosa + ESPODOSSOLO CÁRBICO
ou FERROCÁRBICO Órtico fragipânico ou típico e/ou duripânico A moderado textura

43
arenosa/arenosa e média; todos floresta subperenifólia relevo plano e suave ondulado
(45–30 25%)

Associação de: LATOSSOLO AMARELO Distrófico típico textura média + ARGISSOLO


AMARELO E VERMELHO-AMARELO Distrófico latossólico, fragipânico ou típico textura
média//média e argilosa; todos A moderado e proeminente + ESPODOSSOLO
LA2
CÁRBICO ou FERROCÁRBICO Órtico fragipânico ou típico e/ou duripânico A moderado
textura arenosa/arenosa e média; todos floresta subperenifólia relevo suave ondulado e
plano. (50-30-20 %).

NEOSSOLOS

Associação de: NEOSSOLO QUARTZARÊNICO Órtico típico + ESPODOSSOLO


CÁRBICO ou FERROCÁRBICO Hidromórfico típico textura arenosa/arenosa e média,
RQ
ambos A fraco e moderado campo e floresta perenifólia de restinga relevo plano (70-
30%).

SOLOS DE MANGUE

SM SOLOS DE MANGUE textura indiscriminada floresta perenifólia de mangue relevo plano


Fonte: Carneiro (dados da Embrapa 1999), 11/2009.

5.1.3.1.1 Descrição das classes de solo e unidades de mapeamento


identificadas

Argissolos

Os argissolos constituem a ordem de solo que mais ocorre na Área de Proteção


Ambiental de Santa Cruz. São solos constituídos por material mineral, com horizonte B
textural com argila de atividade baixa imediatamente abaixo de horizonte A ou E, e
satisfazendo, ainda, os seguintes requisitos:

• Horizonte plíntico, se presente, não está acima e nem é coincidente com a parte
superior do horizonte B textural;
• Horizonte glei, se presente, não está acima e nem é coincidente com a parte superior
do horizonte B textural.

44
Figura 13: PLANTAÇÃO DE CANA IRRIGADA EM RELEVO PLANO E SUAVE
ONDULADO.

O solo no local é do tipo ESPODOSSOLO CÁRBICO ou


FERROCÁRBICO, segundo componente da associação que
define a unidade de mapeamento PA3 (Coordenadas UTM
290569 x 9153849).

Figura 14: ARGISSOLO AMARELO.

ARGISSOLO AMARELO da unidade de mapeamento PA7 .


Neste local o relevo é ondulado. Ao fundo o canal de Santa Cruz
e vegetação de mangue (Coordenadas UTM 292516 x
9154158).
Fonte: Caneiro & Pacheco, 11/2009.

45
Figura 15: PLANTAÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR EM ARGISSOLO AMARELO.

Plantação de cana-de-açúcar em ARGISSOLO AMARELO,


componente da unidade de mapeamento PA3, em relevo plano e
suave ondulado (Coordenadas UTM 298752 x 9157870).

Figura 16: CORTE DE ESTRADA EM ARGISSOLO AMARELO.

Corte de estrada em ARGISSOLO AMARELO Distrófico latossólico


da unidade de mapeamento PA7, em relevo ondulado.
(Coordenadas UTM 290358 x 9156765).
Fonte: Carneiro & Pacheco, 11/2009.

A subordem que mais ocorre é a dos Argissolos Amarelos aparecendo como único
componente das unidades de mapeamento PA2 e PA5. Também foram reconhecidos e
mapeados Argissolos Amarelos associados com Latossolos Amarelos, na unidade PA1, com
Espodossolos Cárbicos ou Ferrocárbicos, nas unidades PA3, PA4 e PA6, com Argissolos
Vermelho-Amarelos, na unidade de mapeamento PA7 e PA9, e com Espodossolos Cárbicos
ou Ferrocárbicos e Argissolos Vermelho-Amarelos, na unidade PA8.

46
No grande grupo dos Argissolos Amarelos da área é reconhecido apenas o grande
grupo dos ARGISSOLOS AMARELOS Distróficos que são representados pelos seguintes
subgrupos: ARGISSOLOS AMARELOS Distróficos: latossólicos, fragipânicos, típicos ou,
ainda e mais raramente, plínticos. É difícil comentar sobre as características dos Argissolos
da área uma vez que são mapeados de forma associada e com estimativa grosseira do
percentual de ocorrência de cada um dos solos que compõem cada unidade de
mapeamento.

De uma maneira geral pode-se dizer que os Argissolos da Área de Proteção


Ambiental de Santa Cruz são solos profundos a muito profundos, com boa permeabilidade
(exceção dos plínticos e fragipânicos), mas de baixa fertilidade natural (Figuras 13, 14, 15, e
16) È possível que muitos destes Argissolos tivessem que ser classificados como Alissolos
ou Plintossolos, mas para confirmação, novas análises de solo teriam de ser processadas e
novos perfis abertos e descritos morfologicamente. De qualquer maneira são solos ácidos,
muitas vezes com teores de alumínio elevado no complexo de troca catiônica.

Espodossolos

Esta ordem do sistema taxonômico é constituída por solos com material mineral,
apresentando horizonte B espódico, imediatamente abaixo de horizonte E ou A, dentro de
200cm da superfície do solo, ou de 400cm de profundidade, se a soma do horizonte A + E
ou horizonte hístico + E ultrapassa 200cm de profundidade.

A adaptação da classificação de solos usada antes do novo “Sistema Brasileiro de


Classificação de Solo” (EMBRAPA, 1999) não permitiu, com segurança, dizer se a antiga
classe dos Podzóis corresponderia à subordem dos Espodossolos Cárbicos ou dos
Ferrocárbicos. Desta forma optou-se por fazer citação como Espodossolo Ferrocárbico ou
Cárbico. Em ambos os casos podem ocorrer os grandes grupos ESPODOSSOLO
FERROCÁRBICO ou CÁRBICO Órtico ou Hidromórfico e os subgrupos típico, dúricos e
fragipânicos. Apesar da impossibilidade de avaliar as variações, os Espodossolos da área
estudada são solos arenosos, de baixa fertilidade natural e baixa capacidade de retenção de
água e nutrientes. Nas partes altas do relevo, quando ocorrem associados aos Argissolos e
Latossolos (unidades de mapeamento PA3, PA4, PA6, PA8, LA1 e LA2), ocupam sempre os
trechos mais baixos e as encostas suaves. Variam em profundidade e os fragipânicos e,
especialmente, os dúricos podem representar um impedimento a passagem de água,
formando lençol freático na época das chuvas e desenvolvendo o caráter hidromórfico.
(Figura 13). Nas áreas de restinga, quando associados aos Gleissolos e Neossolos Flúvicos
(unidades de mapeamento GX2 e RQ) são sempre hidromórficos.

47
Gleissolos

Ordem do sistema taxonômico constituída de solos com material mineral com


horizonte glei imediatamente abaixo de horizonte A, ou de horizonte hístico com menos de
40cm de espessura; ou horizonte glei começando dentro de 50cm da superfície do solo; não
apresentam horizonte plíntico ou vértico, acima do horizonte glei ou coincidente com este,
nem horizonte B textural com mudança textural abrupta coincidente com horizonte glei, nem
qualquer tipo de horizonte B diagnóstico acima do horizonte glei.

Os Gleissolos da área estudada pertencem ao subgrupo GLEISSOLO HÁPLICO Tb


Distrófico típico, sendo associados aos Neossolos Flúvicos nas várzeas (unidade de
mapeamento GX1) e aos Espodossolos Cárbicos ou Ferrocárbicos hidromórficos nas áreas
de restinga (unidade de mapeamento GX2). São solos que variam bastante em termos de
textura e fertilidade natural, mas os da área de proteção ambiental de Santa Cruz são
argilosos nas várzeas e arenosos na restinga, mas sempre de baixa fertilidade natural. A
presença de lençol freático a pouca profundidade, pelo menos pela maior parte do ano,
representa o maior problema de utilização destes solos.

Latossolos

Solos constituídos por material mineral, apresentando B latossólico imediatamente


abaixo de qualquer tipo de horizonte A, dentro de 200cm da superfície do solo ou dentro de
300cm, se o horizonte A apresenta mais de 150cm de espessura.

Foram identificados associados aos Argissolos Amarelos na unidade de


mapeamento PA1 e aos Argissolos Amarelos e Vermelho-Amarelos e Espodossolos
Cárbicos ou Ferrocárbicos nas unidades LA1 e LA2. Foi apenas identificado o subgrupo
LATOSSOLO AMARELO Distrófico típico. São solos profundos, bem drenados, em geral
friáveis e com textura média ou argilosa. São, no entanto, ácidos e de baixa fertilidade
natural.

Neossolos

A ordem dos Neossolos é constituída por solos pouco evoluídos e sem horizonte B
diagnóstico.
Na área do presente estudo foram reconhecidas as subordens NEOSSOLO
FLÚVICO Eutrófico e Distrófico, associados aos Gleissolos nas várzeas (unidade de
mapeamento GX1), e NEOSSOLO QUARTZARÊNICOS Órtico típico, ocorrendo tanto nas
restingas quanto nas partes altas do relevo, sempre associados aos Espodossolos Cárbicos

48
ou Ferrocárbicos (unidades de mapeamento RQ e EK2). Os Neossolos Flúvicos são solos
extremamente variáveis em termos físicos, químicos e morfológicos enquanto que, os
Neossolos Quartzarênicos são sempre solos arenosos e de baixas fertilidade e capacidade
de retenção de água e nutrientes.

Solos de mangue

Os solos que ocorrem nas áreas de mangue são considerados indiscriminados sob o
ponto de vista de suas características físicas, químicas e morfológicas e, desta forma, não
recebem classificação taxonômica.

Figura 17: CORTE PROFUNDO, UTILIZADO PARA RETIRADA DE MATERIAL PARA


ATERRO.

Corte profundo, utilizado para retirada de material para aterro.


Área da unidade de mapeamento do solo PA8, onde ocorrem
ARGISSOLOS AMARELOS e VERMELHO-AMARELOS.
(Coordenadas UTM 296429 x 9140614).
Fonte: Carneiro & Pacheco, 11/2009.

5.1.3.1.2 Extensão das unidades de mapeamento do solo

A Tabela 01 abaixo apresenta as unidades de mapeamento do solo, suas áreas e as


percentagens que ocupam em relação à área total.

49
Tabela 01: ÁREAS DAS UNIDADES DE MAPEAMENTO DO SOLO.
UNIDADE DE PERCENTAGEM DA ÁREA
ÁREA (KM2)
MAPEAMENTO DO SOLO TOTAL
PA1 837,82 3,9
PA2 531,78 2,5
PA3 1.785,21 8,4
0PA4 157,52 0,7
PA5 146,11 0,6
PA6 1.166,25 5,5
PA7 819,42 3,9
PA8 2.015,90 9,5
PA9 329,99 1,6
EK1 173,12 0,8
EK2 4.634,67 21,7
GX1 180,73 0,9
GX2 663,50 3,1
LA1 798,14 3,8
LA2 1.286,88 6,0
RQ 113,30 0,5
SM 3.911,47 18,4
Área urbana 1.736,80 8,2
TOTAL 21.288,60 100,00
Fonte: Carneiro, 12/2009.

5.1.3.2 Aptidão Agrícola das Terras

5.1.3.2.1 Critérios para interpretação da aptidão agrícola das terras

Os critérios utilizados para interpretação da aptidão agrícola para sequeiro foram os


preconizados pelo “Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola das Terras” do Centro
Nacional de Pesquisa de Solo-CNPS/EMBRAPA (Ramalho Filho & Beek, 1995). O sistema
tem um caráter interpretativo baseado em resultados de levantamentos sistemáticos,
realizado com o suporte de vários atributos das terras como solo, clima, vegetação,
geomorfologia etc. A classificação da aptidão agrícola tem sido empregada como um guia
de como devem ser utilizados os recursos das terras no planejamento regional e nacional. O
sistema considera três possíveis níveis de manejo, quais sejam, primitivo (A), pouco
desenvolvido (B) e desenvolvido (C).

A estrutura básica do sistema reconhece grupos, subgrupos e classes de aptidão


agrícola.

50
Como demonstra o Quadro 03, consideram-se os grupos de 1 a 6. Os grupos 1,2 e 3,
além da identificação de lavouras como tipo de utilização, desempenham a função de
representar, no subgrupo, as melhores classes de aptidão das terras indicadas para
lavouras, conforme os níveis de manejo. Os grupos 4, 5 e 6 apenas identificam tipos de
utilização (pastagem plantada, silvicultura e/ou pastagem natural e preservação da flora e da
fauna, respectivamente), independente da classe de aptidão. As limitações que afetam os
diversos tipos de utilização, aumentam do grupo 1 para o grupo 6, diminuindo,
conseqüentemente, as alternativas de uso e a intensidade com que as terras podem ser
utilizadas.

Quadro 03: ALTERNATIVAS DE UTILIZAÇÃO DAS TERRAS DE ACORDO COM OS


GRUPOS DE APTIDÃO AGRÍCOLA.
AUMENTO DA INTENSIDADE DE USO
LAVOURAS
SILVICULTUR
GRUPO DE PRESERVAÇÃO
A E/OU PASTAGEM APTIDÃO APTIDÃO
APTIDÃO DA FLORA E DA APTIDÃO BOA
PASTAGEM PLANTADA RESTRITA REGULAR
AGRÍCOLA FAUNA
NATURAL
1

Fonte: Ramalho Filho & Beek (1995).

As classes de aptidão agrícola constituem a tônica da avaliação da aptidão agrícola


das terras. São consideradas as seguintes classes:

Classe boa – Terras sem limitações significativas para a produção sustentada de um


determinado tipo de utilização, observando as condições do manejo considerado. Há
um mínimo de restrições que não reduzem a produtividade ou os benefícios
expressivamente, e não aumentam os insumos acima de um nível aceitável.

Classe regular – Terras que apresentam limitações moderadas para a produção


sustentada de um determinado tipo de utilização, observando-se as condições do
manejo considerado. As limitações reduzem a produtividade ou os benefícios,
elevando a necessidade de insumos, de forma a aumentar as vantagens globais a

51
serem obtidas do uso. Ainda que atrativas, essas vantagens são sensivelmente
inferiores àquelas auferidas das terras de classe boa.

Classe restrita – Terras que apresentam limitações fortes para a produção sustentada
de um determinado tipo de utilização, observando as condições do manejo
considerado. Essas limitações reduzem a produtividade ou os benefícios, ou então
aumentam os insumos necessários, de tal maneira que os custos só seriam
justificados marginalmente.

Classe inapta - Terras que apresentam condições que parecem excluir a produção
sustentada do tipo de utilização em questão. Ao contrário das demais, esta classe
não é representada por símbolos. Sua interpretação é feita pela ausência das letras
no tipo de utilização considerado.

Subgrupo de aptidão é o resultado conjunto da avaliação da classe de aptidão


relacionada com o nível de manejo, indicando o tipo de utilização das terras.

Para avaliação das condições agrícolas das terras, toma-se hipoteticamente como
referência um solo que não apresente problemas de fertilidade, deficiência de água e
oxigênio, não seja suscetível à erosão e nem ofereça impedimentos à mecanização. Como
normalmente as condições das terras fogem a um ou vários desses aspectos,
estabeleceram-se diferentes graus de limitação dessa variação. O grau de limitação dos
cinco fatores apresentados nos subitens a seguir.

5.1.3.2.3 Limitaçoes para o Uso das Terras

a) - Graus de limitação por deficiência de fertilidade

Nulo (N) - terras que possuem elevadas reservas de nutrientes para as plantas, sem
apresentar toxidez por sais solúveis, sódio trocável ou outros elementos prejudiciais ao
desenvolvimento das plantas. Praticamente não respondem à adubação, e apresentam
ótimos rendimentos durante muitos anos (supostamente mais de 20 anos), mesmo sendo de
culturas mais exigentes.

Ligeiro (L) - terras com boa reserva de nutrientes para as plantas, sem a presença
de toxidez por excesso de sais solúveis ou sódio trocável, devendo apresentar saturação
por bases (V%) maior que 50%, saturação por alumínio menor que 30% e soma de bases
trocáveis (S) sempre acima de 3 cmolc.kg-1 de T.F.S.A. (Terra Fina Seca ao Ar). A

52
condutividade elétrica do extrato de saturação deve ser menor que 4 mS.m-1 a 25oC, e a
saturação por sódio inferior a 6%.
As terras com essas características têm capacidade de manter boas colheitas
durante vários anos (supostamente mais de 10 anos), com pequena exigência de
fertilizantes para manter o seu estado nutricional.

Moderado (M) - terras com limitada reserva de nutrientes para as plantas, referente
a um ou mais elementos, podendo conter sais tóxicos capazes de afetar certas culturas. A
condutividade elétrica no solo pode situar-se entre 4 e 8 mS.m-1 a 25oC , e a saturação por
sódio entre 8 e 20%.

Durante os primeiros anos de utilização agrícola, estas terras permitem bons


rendimentos, verificando-se posteriormente (supostamente depois de 5 anos) um rápido
declínio na produtividade. Torna-se necessária à aplicação de fertilizantes e corretivos após
as primeiras safras.

Forte (F) - terras com reservas muito limitadas de um ou mais elementos nutrientes,
ou contendo sais tóxicos em quantidades tais que permitem apenas o desenvolvimento de
plantas com tolerância. Normalmente, caracterizam-se pela baixa soma de bases trocáveis
(S), podendo estar a condutividade elétrica, quase sempre, entre 8 e 15 mS.m-1 a 25oC e a
saturação por sódio, acima de 15%.

Muito forte (MF) - terras mal providas de nutrientes, com remotas possibilidades de
serem exploradas com quaisquer tipos de utilização agrícola. Podem ocorrer, nessas terras,
grandes quantidades de sais solúveis chegando até a formar desertos salinos. Apenas
plantas com muita tolerância conseguem adaptar-se a essas áreas. Podem incluir terras em
que a condutividade elétrica é maior que 15 mS.m-1 a 25oC, compreendendo solos salinos,
sódicos e tiomórficos.

Graus de limitação por deficiência de água

Nulo (N) - terras em que não há falta de água para o desenvolvimento das culturas,
em nenhuma época do ano.

Terras com boa drenagem interna ou livres de estação seca bem como, aquelas com
lençol freático elevado, típicas de várzeas, devem estar incluídas neste grau de limitação.

A vegetação natural é normalmente de floresta perenifólia, campos hidrófilos e


higrófilos, e campos subtropicais sempre úmidos. Em algumas áreas, dependendo da

53
temperatura, umidade relativa e distribuição das chuvas, há possibilidade de dois cultivos
em um ano.
Nulo/ligeiro (N/L) - terras ainda não sujeitas à deficiência de água durante um
período de 1 a 2 meses, limitando o desenvolvimento de culturas mais sensíveis,
principalmente as de ciclo vegetativo longo.

A vegetação normalmente é constituída de floresta subperenifólia (Im≥ +0), cerrado


subperenifólio e alguns campos.

As terras pertencentes a este grau de limitação podem ser subdivididas conforme a


ocorrência de veranicos, durante a época úmida, o que facilita a interpretação sobre a
possibilidade de dois cultivos por ano.

Ligeiro (L) - terras em que ocorre uma deficiência de água pouco acentuada,
durante um período de 3 a 5 meses por ano, o que eliminará as possibilidades de grande
parte das culturas de ciclo longo, e reduzirá significativamente as possibilidades de dois
cultivos de ciclo curto, anualmente. Não está prevista, em áreas com este grau de limitação,
irregularidade durante o períodos das chuvas.

As formações vegetais que normalmente se relacionam a este grau, são o cerrado e


a floresta subcaducifólia (IM ≥ + 0 < - 10), bem como a floresta caducifólia em solos com
alta capacidade de retenção de água.

Moderado (M) - terras nas quais ocorre uma acentuada deficiência de água, durante
um longo período, normalmente 4 a 6 meses. As precipitações oscilam de 700 a 1.000 mm
por ano, com irregularidade em sua distribuição, e predominam altas temperaturas.

A vegetação que ocupa as áreas dessas terras é normalmente de floresta caducifólia


(Im ≥ - 10 < - 20), transição de floresta de cerrado para caatinga e caatinga hipoxerófila, ou
seja, de caráter seco menos acentuado. Terras com estação seca menos marcante, porém
com baixa disponibilidade de água, pertencem a este grau.

As possibilidades de desenvolvimento de culturas de ciclo longo, não adaptadas à


falta de água, são bastante afetadas, e as de ciclo curto dependem muito da distribuição das
chuvas na sua estação de ocorrência.

Forte (F) - terras com uma forte deficiência de água durante um período seco, que
oscila de 7 a 9 meses. A precipitação está compreendida entre 500 a 700 mm por ano, com
muita irregularidade em sua distribuição e com altas temperaturas.
54
A vegetação tipicamente é caatinga hipoxerófila (≥ - 20 < - 30), ou de outras
espécies de caráter seco muito acentuado, equivalente a do sertão do São Francisco.
Terras com estação seca menos pronunciada, porém com baixa disponibilidade de água
para as culturas, estão incluídas neste grau, bem como aquelas que apresentam alta
concentração de sais solúveis capaz de elevar o ponto de murchamento. Nesta categoria
está implícita a eliminação de quaisquer possibilidades de desenvolvimento de culturas de
ciclo longo não adaptadas à falta de água.

Muito forte (MF) - corresponde a uma severa deficiência de água, que pode durar
mais de 9 meses, com uma precipitação normalmente abaixo de 500 mm, baixo índice
hídrico (Im ≥ - 30) e alta temperatura. A vegetação relacionada a este grau é a caatinga
hiperxerófila.

- Graus de limitação por excesso de água

Nulo (N) - terras que não apresentam problemas de aeração ao sistema radicular da
maioria das culturas durante todo o ano. São classificadas como bem a excessivamente
drenadas.

Ligeiro (L) - terras que apresentam certa deficiência de aeração às culturas


sensíveis ao excesso de água durante a estação chuvosa. São em geral moderadamente
drenadas.

Moderado (M) - terras nas quais a maioria das culturas sensíveis não se desenvolve
satisfatoriamente, em decorrência da deficiência de aeração durante a estação chuvosa.
São consideradas imperfeitamente drenadas e sujeitas a riscos ocasionais de inundação.

Forte (F) - terras que apresentam sérias deficiências de aeração, só permitindo o


desenvolvimento de culturas adaptadas. Demanda intensos trabalhos de drenagem artificial
que, envolvem obras ainda viáveis em nível de agricultor. São consideradas, normalmente,
mal drenadas, muito mal drenadas e sujeitas a inundações freqüentes, prejudiciais à maioria
das culturas.

Muito forte (MF) - terras que apresentam praticamente as mesmas condições de


drenagem do grau anterior, porém os trabalhos de melhoramento compreendem grandes
obras de engenharia, em nível de projetos, fora do alcance do agricultor, individualmente.

55
- Graus de limitação por suscetibilidade à erosão

Nulo (N) - terras não suscetíveis à erosão. Geralmente ocorrem em solos de relevo
plano ou quase plano (0 - 3% de declividade), e com boa permeabilidade. Quando
cultivadas por 10 a 20 anos podem apresentar erosão ligeira, que pode ser controlada com
práticas simples de manejo.

Ligeiro (L) - terras que apresentam pouca suscetibilidade à erosão. Geralmente,


possuem boas propriedades físicas, variando a declividade de 3 a 8%. Quando utilizadas
com lavouras, por um período de 10 a 20 anos, mostram normalmente uma perda de 25%
ou mais do horizonte superficial. Práticas conservacionistas simples podem prevenir contra
esse tipo de erosão.

Moderado (M) - terras que apresentam moderada suscetibilidade à erosão. Seu


relevo é normalmente ondulado, com declividade de 8 a 13%. Esses níveis de declividade
podem variar para mais de 13%, quando as condições físicas forem muito favoráveis, ou
para menos de 8%, quando muito desfavoráveis, como é o caso de solos com horizonte B,
com mudança textural abrupta. Se utilizadas fora dos princípios conservacionistas, essas
terras podem apresentar sulcos e voçorocas, requerendo práticas de controle à erosão
desde o início de sua utilização agrícola.

Forte (F) - terras que apresentam forte suscetibilidade à erosão. Ocorrem em relevo
ondulado a forte ondulado, com declividades normalmente de 13 a 20%, os quais podem ser
maiores ou menores, dependendo de suas condições físicas. Na maioria dos casos a
prevenção à erosão depende de práticas intensivas de controle.

Muito forte (MF) - terras com suscetibilidade maior que a do grau forte, tendo o seu
uso agrícola muito restrito. Ocorrem em relevo forte ondulado, com declividade de 20 a 45%.
Na maioria dos casos o controle à erosão é dispendioso, podendo ser antieconômico.

Extremamente forte (EF) - terras que apresentam severa suscetibilidade à erosão.


Não são recomendáveis para o uso agrícola, sob pena de serem totalmente erodidas em
poucos anos. Trata-se de terras ou paisagens com declividades superiores a 45%, nas
quais deve ser estabelecida uma cobertura vegetal de preservação ambiental.

- Graus de limitação por impedimento à mecanização

Nulo (N) - terras que permitem, em qualquer época do ano, o emprego de todos os
tipos de máquinas e implementos agrícolas ordinariamente utilizados. São, geralmente, de

56
topografia plana a praticamente plana, com declividade inferior a 3%, e não oferecem
impedimentos relevantes à mecanização. O rendimento do trator (número de horas de
trabalho usadas efetivamente) é superior a 90%.

Ligeiro (L) - terras que permitem, durante quase todo o ano, o emprego da maioria
das máquinas agrícolas. São quase sempre de relevo suave ondulado, com declividades de
3 a 8%, profundas a moderadamente profundas, podendo ocorrer em áreas de relevo mais
suave apresentando, no entanto, outras limitações (textura muito arenosa ou muito argilosa,
restrição de drenagem, pequena profundidade, pedregosidade, sulcos de erosão, etc.). O
rendimento do trator varia de 75 a 90%.

Moderado (M) - terras que não permitem o emprego de máquinas ordinariamente


utilizadas durante todo o ano. Essas terras apresentam relevo moderadamente ondulado a
ondulado, com declividades de 8 a 20, ou topografia mais suave no caso de ocorrência de
outros impedimentos à mecanização (pedregosidade, rochosidade, profundidade exígua,
textura muito arenosa ou muito argilosa do tipo 2 : 1, grandes sulcos de erosão, drenagem
imperfeita, etc.). O rendimento do trator normalmente varia de 50 a 75%.

Forte (F) - terras que permitem apenas, em quase sua totalidade, o uso de
implementos de tração animal ou máquinas especiais. Caracterizam-se pelas declividades
acentuadas (20 a 45%), em relevo forte ondulado. Sulcos e voçorocas podem constituir
impedimentos ao uso de máquinas, bem como pedregosidade, rochosidade, pequena
profundidade, má drenagem etc. O rendimento do trator é inferior a 50%.

Muito forte (MF) - terras que não permitem o uso de maquinaria, sendo difícil até
mesmo o uso de implementos de tração animal. Normalmente, são de topografia
montanhosa, com declividades superiores a 45% e com impedimentos muito fortes devido à
pedregosidade, rochosidade, profundidade, ou aos problemas de drenagem.

A avaliação das classes de aptidão agrícola das terras e, por conseguinte, dos
grupos e subgrupos é feita através do estudo comparativo entre os graus de limitação
atribuídos às terras e os estipulados em quadros guias, elaborados para atender às regiões
de clima subtropical, tropical-úmido e semi-árido. No caso do presente trabalho foi utilizado
o quadro guia para região tropical úmida (Quadro 04).

57
Quadro 04: Quadro-GUIA DE AVALIAÇÃO DA APTIDÃO AGRÍCOLA DAS TERRAS (REGIÃO DE CLIMA TROPICAL-ÚMIDO).6
GRAU DE LIMITAÇÃO DAS CONDIÇÕES AGRÍCOLAS DAS TERRAS PARA OS NÍVEIS DE
APTIDÃO AGRÍCOLA
MANEJO A, B E C TIPO DE
Deficiência de Deficiência de Suscetibilidade à Impedimento à UTILIZAÇÃO
Grupo Subgrup Classe fertilidade água Excesso de água erosão mecanização INDICADO
o A B C A B C A B C A B C A B C
1 1ABC Boa N/L N/L1 N2 L/M L/M L/M L L1 N/L1 L/M N/L1 N2 M L N
2 2abc Regular L/M L1 L2 M M M M L/M1 L2 M L/M1 N2/L2 M/F M L
Lavouras
3 3(abc) Restrita M/F M1 L2/M2 M/F M/F M/F M/F M1 L2/M2 F M1 L2 F M/F M
4P Boa M1 M F1 M/F1 M/F
4 4p Regular M1/F1 M/F F1 F1 F Pastagem
4(p) Restrita F1 F F1 MF F plantada
5S Boa M/F1 M L1 F1 M/F
5s Regular F1 M/F L1 F1 F
5 Silvicultura
5(s) Restrita MF F L/M1 MF F
5 e/ou
5N Boa M/F M/F M/F F MF Pastagem
5n Regular F F F F MF natural
5(n) Restrita MF MF F F MF
Sem aptidão Preservação da
6 6 _ _ _ _ _
agrícola flora e da fauna
Fonte: Ramalho Filho & Beek (1995).

6
Notas : - Os algarismos sublinhados correspondem aos níveis de viabilidade de melhoramento das condições agrícolas das terras.
- A ausência de algarismos sublinhados acompanhando a letra representativa do grau de limitação indica não haver possibilidade de melhoramento naquele nível de manejo.

Graus de limitação: N - Nulo; L - Ligeiro; M - Moderado; F - Forte; / - Intermediário; MF - Muito forte

58
5.1.3.2.3 Descrição das classes de aptidão agrícola

O processo de avaliação da aptidão agrícola das terras da Área de Proteção


Ambiental de Santa Cruz pode ser observado no Quadro 05. A classe de aptidão agrícola
das terras, de acordo com os diferentes tipos de manejo, é obtida em função do grau de
limitação mais forte. Foram identificados os seguintes grupos e subgrupos de aptidão
agrícola:

a) Terras do grupo 1
• 1aBC: Terras pertencentes à classe de aptidão boa para lavouras nos níveis de
manejo pouco desenvolvido (B) e desenvolvido (C) e regular ao nível de manejo primitivo
(A). Correspondem a Argissolos Amarelos, algumas vezes em associação complexa com
Latossolos Amarelos, que foram identificados nas unidades de mapeamento PA1, PA2 e
PA5. Os solos são muito profundos, em geral friáveis e predominantemente situados em
relevos planos e suave ondulados. Têm como limitações a baixa fertilidade natural e a
presença de cimentações do tipo fragipã, ocorrendo em diferentes profundidades, que
podem criar impedimento temporário a penetração de raízes e a drenagem interna do solo.
Estas limitações conduzem a necessidade de investimentos em fertilização e o
acompanhamento de áreas onde o fragipã ocorre a pouca profundidade.

• 1(a)BC: Terras bastante similares as acima citadas, mas que apresentam


maiores deficiências de fertilidade problemas de acidez e toxicidade por alumínio, o que
conduz a necessidade de investimentos mais pesados com adubações e calagem para
torná-las produtivas. Correspondem a áreas com associação complexa de Latossolos

Amarelos com Espodossolos dos tabuleiros, mapeados nas unidades LA1 e LA2.
Desta forma foi considerada na classe de aptidão restrita para o nível de manejo
primitivo devido ao investimento mais elevado necessário para fertilização e correção da
acidez.

• 1(a)bC: Terras pertencentes à classe restrita para lavouras no nível de manejo


primitivo, regular no nível pouco desenvolvido e boa no nível de manejo desenvolvido. Neste
subgrupo, também característico dos tabuleiros costeiros de Pernambuco, estão os
Argissolos Amarelos ocoupando as partes mais altas e planas e os Espodossolos, nos
terços inferiores e partes mais baixas do relevo. Correspondem as associações mapeadas
nas unidades PA3 e PA4. Os solos são muito profundos e profundos, com problemas de
baixa fertilidade natural e acidez, o que os restringe ao nível de manejo primitivo. Os

59
Espodossolos têm textura arenosa e, ficam encharcados por alguns meses no período
chuvoso o que dificulta o manejo e limita a utilização agrícola. Os investimentos são mais
altos para tornar estas terras produtivas, mesmo para o nível de manejo B.

O Quadro 05, a seguir, apresenta análise da aptidão agrícola das terras para cada
unidade de mapeamento, nos três níveis de agricultura (primitiva, pouco desenvolvida e
desenvolvida), considerando-se as limitações quanto à fertilidade natural, deficiência ou
excesso d’água, suscetibilidade à erosão e impedimento à mecanização agrícola.

60
Quadro 05: PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE APTIDÃO AGRÍCOLA DAS TERRAS DA APA

PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE APTIDÃO AGRÍCOLA DAS TERRAS DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE SIRINHAÉM
Estimativa dos graus de limitação das principais condições agrícolas das terras
Símbolos
das Classificaç
unidades (1) Deficiência de Deficiência de Suscetibilidade à Impedimento à ão
Relevo Excesso de água
de fertilidade água erosão mecanização da aptidão
mapeame agrícola
nto
A B C A B C A B C A B C A B C
ondulado e suave
PA1 F L1 N2 L L L M L L L N/L1 N2 N/L N/L N/L 1aBc
ondulado
suave ond., forte ond. e
PA2 F L1 N2 L L L M L L L/M N/L1 N2 M M M 2(a)bc
plano
GX1 plano e suave ondulado M L1 N/L1 L L L M/F M/F M/F N N N N N N 2(ab)c
GX2 plano M L1 N/L1 L L L M/F M/F M/F N N N N N N 2(ab)c
plano, s ond. ond. e forte
LA1 F L1 N2 L L L N N N L/M N/L1 N2 F F F 2ab(c)
ond.
plano,s.ond., ond. e forte
LA2 F L1 N2 L L L M L L L/M N/L1 N2 F F F 5s
ond.
plano,s.ond., ond. e
LA3 F L1 N2 L L L M L L L/M N/L1 N2 F F F 5s
forte.ond.
RQ plano M L1 N/L2 L L L MF MF MF N N N MF MF MF 6
SM plano F F F N N N MF MF MF N N N MF MF MF 6
(1)
ond: ondulado; s. suave; mont: montanhoso.

61
Terras do grupo 2

• 2(a)BC: Subgrupo de terras consideradas restrita ao nível de manejo primitivo e


regular aos níveis de manejo pouco desenvolvido e desenvolvido. Estas terras apenas
diferem da anterior por apresentar relevos um pouco mais movimentados o que dificulta a
mecanização. Correspondem a associação de Argissolos Amarelos e Espodossolos
mapeados na unidade PA6.

• 2ab: Terras regulares aos níveis de manejo primitivo e pouco desenvolvido e


inapta para o nível de manejo desenvolvido. Correspondem a Argissolos Amarelos e
Vermelho-Amarelos profundos, de baixa fertilidade natural, podendo ser fragipânicos,
plínticos e abruptos. Foram mapeados nas unidades PA7 e PA9. O relevo forte ondulado é a
principal restrição ao uso de manejo desenvolvido.

• 2(a)b(c): A unidade de mapeamento PA8 representa estas terras que têm uso
restrito para os níveis de manejo primitivo e desenvolvido e regular para o nível pouco
desenvolvido. São constituídas por Argissolos Amarelos e Vermelho-Amarelos relevos
ondulados e forte ondulados com Espodossolos Hidromórficos nas partes baixa e planas por
entre as elevações. Além da baixa fertilidade natural, apresentam impedimentos à
mecanização e suscetibilidade à erosão nas partes altas e excesso de água nas partes
baixas, ao menos durante o período chuvoso.

• 2(b)c: Este subgrupo de aptidão agrícola é representado por solos arenosos de


muito baixa fertilidade natural e baixa capacidade de retenção de água e nutrientes que são
os Espodossolos e Neossolos Quartzarênicos mapeados nas unidades EK1 e EK2. Têm
ainda como caráter restritivo o caráter hidromórfico que se manifesta pela presença da água
por um bom período durante as chuvas na região. Pela necessidade de investimentos
consideráveis, para torná-las produtivas, foram apenas consideradas: restritas no nível de
manejo B e regulares no nível desenvolvido.

• 2(ab)c: Terras correspondentes a áreas de várzeas com Gleissolos e Neossolos


Flúvicos com texturas e fertilidade variáveis e sujeitos a períodos encharcados. Foram
consideradas de aptidão agrícola restrita nos níveis de manejo A e B e apenas regulares no
nível de manejo C. Correspondem as áreas mapeadas na unidade GX1.

Terras do grupo 6

Estas terras correspondem às áreas de restinga e de mangues, permanentemente


encharcadas, que não se prestam para agricultura, devendo ser destinadas a preservação
da fauna e da flora. No mapa de solos aparecem representadas pelas unidades de
mapeamento SM, RQ e GX2. Nas terras correspondentes a unidade GX2 aparecem

62
Gleissolos que poderiam estar classificados como de aptidão 2(ab)c, mas a proximidade e
interrelacionamento com a restinga encharcada diminuem as chances de aproveitamento
agrícola destas terras.

5.1.3.2.3.4 Extensão das classes de aptidão agrícola das terras

A tabela abaixo apresenta os grupos e subgrupos de aptidão agrícola das terras


identificados, suas áreas e as percentagens que ocupam em relação à área total estudada.

Tabela 02: APTIDÃO AGRICOLA: ÁREA E PERCENTAGEM.


PERCENTAGEM DA ÁREA
GRUPO SUBGRUPO ÁREA (KM2)
TOTAL
1 1aBC 1.515,7 7,1
1 1(a)BC 2.085,0 9,8
1 1(a)bC 1.942,7 9,1
2 2(a)bc 1.166,3 5,5
2 2ab 1.149,4 5,4
2 2(a)b(c) 2.345,7 11,0
2 2(b)c 4.807,8 22,6
2 2(ab)c 180,8 0,8
6 6 4.688,4 22,0
Área urbana 1.736,7 8,2
TOTAL 21.288,6 100,00
Fonte: Carneiro, 12/2009.

5.1.3.3 Suscetibilidade das Terras à Erosão/Degradação

Os solos têm características intrínsecas e extrínsecas que influenciam na sua maior


ou menor suscetibilidade à erosão, degradação de uma maneira geral (Figura 17).
Propriedades intrínsecas do solo como textura, permeabilidade, densidade, profundidade e
características físicas e biológicas influenciam na maneira que os solos reagem aos agentes
externos de degradação. Características extrínsecas aos solos como intensidade e regime
de distribuição das chuvas, topografia do terreno, cobertura vegetal também condicionam de
formas diversas a erosão. A conjugação exata destas características para cada local ou
região é bastante difícil de ser prevista com exatidão. No caso dos levantamentos
detalhados, executados com base cartográfica com escalas grandes e eqüidistâncias
pequenas entre as curvas de nível, é possível prever com grande segurança os potenciais
comparativos entre os diversos solos e suas posições no relevo. No presente trabalho, onde
as informações sobre identificação e distribuição dos solos foram extraídas de levantamento
mais generalizado (Zoneamento Agroecológico do Estado de Pernambuco, na escala
1:100.000), foram apenas identificadas unidades de mapeamento pedológico que são, em
maioria, associações compostas de dois ou mais solos com características intrínsecas e

63
extrínsecas diversas. Com base nesse tipo de informação foi apenas possível avaliar a
suscetibilidade à erosão média da associação que define cada unidade de mapeamento do
solo, conjugada as formas do terreno a que cada componente está relacionado. Para
propósitos comparativos da suscetibilidade à erosão, entre as diversas unidades de
mapeamento, foram estabelecidos cinco níveis de suscetibilidades das terras, da forma
disposta a seguir:

• S1 – Suscetibilidade muito alta


• S2 – Suscetibilidade alta
• S3 – Suscetibilidade média
• S4 – Suscetibilidade baixa
• S5 – Suscetibilidade muito baixa

Figura 18: PROCESSO EROSIVO.

Intensa erosão em voçoroca em barreira utilizada para retirada


de material para aterro. O local está mapeado na unidade PA1
onde há predominância de ARGISSOLOS AMARELOS.
(Coordenadas UTM 297374 x 9139379).
Fonte: Carneiro & Pacheco, 11/2009.

5.1.3.3.1 Avaliação da suscetibilidade à erosão

O Quadro 06, a seguir, apresenta os níveis avaliados de suscetibilidade à


erosão/degradação para cada unidade de mapeamento de solo da área em estudo.

Quadro 06: AVALIAÇÃO DA SUSCETIBILIDADE À EROSÃO NA APA DE SANTA

64
CRUZ.
UNIDADE DE MAPEAMENTO DOS SOLOS NÍVEL DE SUSCETIBILIDADE À EROSÃO
PA1 S4
PA2 S5
PA3 S5
PA4 S4
PA5 S5
PA6 S3
PA7 S2
PA8 S2
PA9 S2
EK1 S5
EK2 S5
GX1 S5
GX2 S5
LA1 S5
LA2 S5
RQ S5
SM S5
Fonte: Carneiro, 12/2009.

5.1.3.3.2 Extensão das áreas de acordo com os níveis de


suscetibilidade à erosão

A tabela abaixo apresenta os níveis de suscetibilidade à erosão reconhecidos, suas


áreas e as percentagens que ocupam em relação à área total estudada.

PERCENTAGEM DA ÁREA
NÍVEIS DE SUSCETIBILIDADE À EROSÃO ÁREA (KM2)
TOTAL
1 – Suscetibilidade muito alta 0,0 0,0
2 – Suscetibilidade alta 3.165,32 14,9
3 – Suscetibilidade média 1.166,25 5,5
4 – Suscetibilidade baixa 995,34 4,7
5 – Suscetibilidade muito baixa 14.224,99 66,9
1.736,7 8,2
TOTAL 21.288,6 100,00
Fonte: Carneiro, 12/2009.

5.1.3.4 Conclusões

De uma maneira geral os solos que ocorrem na Área de Proteção Ambiental de


Santa Cruz têm a seguinte distribuição em relação ao relevo:

65
a) Solos das partes altas do relevo

Solos das partes altas do terreno, com relevos pouco movimentados (planos ou
suave ondulados) Nesta situação ocorrem solos dos tipos Argissolos Amarelos, Argissolos
Vermelho-Amarelo e Espodossolos Cárbicos e/ou Ferrocárbicos, na maioria das vezes em
associações entre eles. Ocupam uma área de 5.596,0 km2 que correspondem a 26% da
área total da APA.

Solos das partes altas do relevo com modelado ondulado a forte ondulado. Nesta
situação estão os Argissolos Amarelos e Argissolos Vermelho-Amarelo ocupando uma
extensão de 1.149,4 km2 correspondentes a 5,4% da APA.

Solos das partes altas do relevo, com modelado ondulado a forte ondulado,
representados por associação de Argissolos Amarelos e Argissolos Vermelho-Amarelos. Por
entre estes relevos movimentados há trechos com modelado suave ondulado ou plano onde
os Espodossolos Cárbicos ou Ferrocárbicos são os solos representativos. Ocupam
aproximadamente uma extensão de 2.835,3 km2 correspondentes a 13,3% da área da APA.

Partes baixas do terreno com relevo plano ou raramente suave ondulado

Nestes terrenos baixos e planos de várzeas e restingas ocorrem solos dos tipos
Gleissolos Háplicos, Espodossolos Cárbicos e Ferrocárbicos hidromórficos, Neossolos
Quartzarênicos, e Neossolos Flúvicos quase sempre mapeados em associações complexas.
Ocupam um total de 5.478,9 km2, ou 25,8% da área em estudo.

Manguezais com solos encharcados e indiscriminados ocupam 3.911,5 km2 que


correspondem a 8,2% da área da APA de Santa Cruz.

Quanto à aptidão agrícola das terras cerca de, 5.543 km2 ou 26% da área de APA de
Santa Cruz, correspondem a terras com aptidão boa para lavouras de ciclo curto e/ou longo
em pelo menos um dos níveis de manejo considerados (primitivo, pouco desenvolvido e
desenvolvido). Cerca de, 44% da área ou 9.320km2 são ocupados com terras com aptidão
regular para lavouras de ciclo curto e/ou longo em pelo menos um dos níveis de manejo. Os
restantes 30 % da APA correspondes a terras sem aptidão para uso agrícola, 22% ou
4.688km2, e 8% (1737km2) de área urbana.

Por apresentar predominância de solos em terrenos planos, de várzeas ou mangues,


73% da área apresentaram muito baixa suscetibilidade à erosão. Apenas 16% apresentaram
suscetibilidade alta. Os restantes 11% da área da APA Santa Cruz foram considerados de
suscetibilidade baixa ou média (5 e 6%, respectivamente).

66
Quadro 07: AMEAÇAS RELACIONADAS À SOLOS
TIPO/CARACTERIZAÇÃO LOCAIS DE OCORRÊNCIA CAUSAS CONSEQÜÊNCIAS MEDIDAS DE MITIGAÇÃO
• Terras com relevo
movimentado que são
Suavização das encostas, tanto
representadas no mapa de
Intensa erosão dos solos por Desmatamento, e dos locais de retirada de material
solos pelas unidades: PA7,
ações de utilização, utilização dos solos sem Grande perda de solos quanto nos sulcos e voçorocas.
PA8 e PA9.
especialmente em relevos práticas de controle dos com formação de Terraceamentos nas encostas,
movimentados, e por usos • Terras utilizadas para processos erosivos. erosão dos tipos sulcos barramento nas voçorocas e
indevidos como a retirada de retirada solo para aterro, Retirada de materiais e voçorocas. recobrimento vegetal nas
materiais para aterros. como nos pontos com para aterros. encostas e nos acúmulos de terra
coordenadas UTM: 296429 x (conseqüência dos barramentos).
9140614 e 297374 x
9139379.
Nas áreas das partes altas do
relevo com modelado plano e
Intensa utilização agrícola
suave ondulado. São
Esgotamento da fertilidade de solos já, naturalmente, Perda de produtividade
representadas no mapa de Fertilização e calagem dos solos.
natural dos solos. de baixa fertilidade agrícola do solo.
solo pelas unidades: PA1,
natural.
PA2, PA3, PA4, PA5, PA6,
LA1 e LA2.
Perda de produtividade
agrícola dos solos ou
Aumento na concentração de Solos de terras baixas e Utilização agrícola dos
até mesmo da
sais no solo, com planas de várzeas, com solos sem práticas de Práticas de drenagem dos solos.
capacidade de suporte
conseqüente alcalinização. intensa utilização agrícola. drenagem.
para a maioria das
espécies vegetais.
Fonte: Carneiro, 12/2009.

67
5.1.4 HIDROLOGIA SUPERFICIAL7

5.1.4.1 Bacia Hidrográfica do Empreendimento

A APA Santa Cruz está inserida na bacia hidrográfica denominada de Grupo de


Pequenos Rios Litorâneos (GL1). Esta unidade possui uma área de drenagem total de 1.189
quilômetros quadrados e é formada, como o próprio nome sugere, por um grupo de vários
rios, que por vezes possuem bacias hidrográficas independentes e que tem sua foz no
oceano Atlântico.

A APA possui uma área de drenagem de 386,92 quilômetros quadrados ocupando,


portanto, cerca de 32,54 % da GL1. Como a delimitação da área de preservação não
respeitou limites topográficos, a linha que a delimita corta transversalmente vários rios. Este
fato implica na situação em que barragens ou captações d’água localizadas fora da APA
interferem de forma expressiva no regime hidrológico de seus mananciais, desta forma,
deve ser levado em consideração que existem várias sub-bacias dentro da mesma.

Entre os estudos existentes que tratam da bacia GL1, onde se encontra a APA em
questão, o que melhor define suas características hidrológicas é o documento intitulado de
DIAGNÓSTICO DOS RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA DO RIO GOIANA E DOS
GRUPOS DE BACIAS DE PEQUENOS RIOS LITORÂNEOS GL-1 E GL-6 - 2001,
desenvolvido pela Assossiação Brasileira de Franchising (ABF), contratada pela Secretaria
de Recursos Hídricos do Estado de Pernambuco (SRH). Este estudo abrange uma área
bem maior que a da APA em questão. Desta forma, vários dados numéricos aqui
apresentados estão baseados em informações do supracitado Estudo, que dividiu a bacia
do rio Goiana em três Unidades de Análise- UA, consideradas como unidades de
planejamento, UA-1, UA-2 e UA-3, e considerou também uma pequena bacia hidrográfica
denominada de GL-6, localizada no extremo norte do Estado e fazendo divisa ao sul e oeste
com a bacia do rio Goiana, ao norte com o Estado da Paraíba, e ao sul com o Oceano
Atlântico, e abrangeu também a bacia GL1, denominada no Diagnóstico de UA-4, na qual
esta inserida a APA Santa Cruz, como já foi exposto.
As bacias hidrográficas contempladas no referido Diagnóstico abrangem uma área
de drenagem total de 4.124,57 quilômetros quadrados, e ficam localizadas entre as

7
É importante salientar que nem todos os principais rios da APA possuem suas áreas de drenagem totalmente
inseridas na mesma, porém tem que ser considerados no estudo em andamento.
Devem existir diversas pequenas barragens localizadas dentro da APA, porém, são de pequeno porte e
geralmente não são consideradas em estudos mais amplos de bacias hidrográficas.
Não existem estações fluviométricas com dados de vazões observadas localizadas dentro da área de drenagem
da APA, desta forma, devido à limitação de dados hidrológicos disponíveis para área, serão apresentados de
forma preliminar os dados relativos ao Diagnóstico mencionado anteriormente, que representam de forma
satisfatória, ao menos nesta parte do Estudo, a área de preservação em questão.

68
coordenadas geográficas Lat. 7º 20’ 20” e Lat. . 8º 03’ 48” de latitude sul e Long . 34º
48’46”e Long. .35º 41’43”de longitude a oeste do meridiano de Greenwich.

Como o objetivo é definir as características da APA de Santa Cruz e como a mesma


está inserida na bacia GL1, possuindo características climáticas e hidrológicas semelhantes
às daquela bacia, serão apresentados de forma mais detalhada as características daquela
bacia.

A área de drenagem da GL1 bem como da APA Santa Cruz encontram-se situadas
na zona da Mata do Estado de Pernambuco, abrangendo, inclusive, toda a microrregião de
Itamaracá, e tendo como limites, no caso da GL1: ao norte com a bacia do rio Goiana; pelo
sul a bacia do rio Capibaribe; a leste o Oceano Atlântico; e a oeste as bacias dos rios
Capibaribe e Goiana. Já a APA está inserida na parte leste e dentro da GL1, tendo como
limite leste o oceano Atlântico, não fazendo divisa precisamente com bacias hidrográficas,
pelo fato de sua delimitação não ter respeitado os limites topográficos de tais bacias.

Nas Figuras19 e 20 a seguir podem ser observadas as localizações da bacia GL1 e


a delimitação da APA Santa Cruz.

69
Figura 19: LOCALIZAÇÃO DA BACIA GL1.

Fonte: Diagnóstico dos Recursos Hídricos da Bacia do Rio Goiana e dos Grupos de Bacias de Pequenos Rios Litorâneos GL-1 e GL-6.

70
Figura 20: LOCALIZAÇÃO DAS UNIDADES DE ANÁLISE DA BACIA.

Fonte: Diagnóstico dos Recursos Hídricos da Bacia do Rio Goiana e dos Grupos de Bacias de Pequenos Rios Litorâneos Gl-
1 E Gl-6.

5.1.4.2 Rede Hidrográfica - Principais Rios e Reservatórios e Registros


Fotográficos.

O Grupo de Bacias de Pequenos Rios Litorâneos – GL1 é constituído pelas bacias


dos rios Jaguaribe, Arataca, Botafogo, Igarassú, Timbó, Paratibe e Beberibe.Destes rios, o
Timbó, o Paratibe e o Beberibe estão completamente fora da APA, por este motivo não
serão levados em consideração neste documento, sendo feita a caracterização das bacias
hidrográficas apenas do restante.

5.1.4.2.1 Bacia Hidrográfica do Rio Jaguaribe

Esta bacia está totalmente situada na Ilha de Itamaracá, possuindo uma área de
drenagem de 18 km². O relevo é suavemente ondulado, passando a plano nas proximidades
do mar. O rio é intermitente ficando no período de estiagem praticamente seco no terço
superior do seu curso, possuindo água no restante do curso a partir da foz devido à
influência da maré. Por isto se decidiu usar imagem de satélite em vez de registros
fotográficos (Figura 21).

71
Figura 21: RIO JAGUARIBE, AINDA SOBRE A INFLUÊNCIA DA MARÉ.

Imagem de um trecho do rio Jaguaribe, ainda sobre a influência da maré, onde se


encontram vários viveiros destinados à criação de camarão marinho.
Fonte: Google. 2009.

Figura 22: RIO JAGUARIBE E VIVEIROS DE CAMARÃO.

Imagem entre o trecho anterior e a foz do referido rio, onde também se


observava vários viveiros destinados à criação de camarão marinho. Neste ponto
já se percebe uma forte influência da maré.
Fonte: Google, 2009.

72
5.1.4.2.2 Bacia Hidrográfica do Rio Botafogo

O rio Botafogo (Figura 23) é o mais importante da APA e sua bacia hidrográfica
possui uma área de drenagem total de 280 quilômetros quadrados. O relevo é
movimentado, mas não conta com elementos topograficamente marcantes. Geologicamente
é constituída por sedimentos terciários e quaternários, ocorrendo afloramentos de rochas ao
norte, na transição para as formações cristalinas.

Este rio é formado pela junção de diversos pequenos rios e tem suas nascentes no
município de Araçoiaba e Tracunhaém. Dentre esses pequenos cursos d’água destacam-se
os rios Cumbe, Pilão e Catucá, que não estão inseridos na APA, porém, contribuem de
forma significativa na afluência de água para mesma.Já próximo à sua foz, o rio Botafogo
recebe as águas do rio Arataca (Figura 24) pela margem esquerda, este último formado pela
junção dos rios Itapirema e Jardim. Sendo que o rio Arataca está inserido na APA.

Localizada a montante da APA Santa Cruz e no rio Catucá encontra-se a barragem


de Botafogo. Este manancial possui uma capacidade de acumulação de 27,69 milhões de
metros cúbicos e é utilizado pela COMPESA no abastecimento público. Como esta obra
barra o rio Botafogo, se faz necessária a sua consideração caso se pretenda estimar os
volumes de água produzidos pela área de drenagem do rio Botafogo para APA. Também
deve ser levado em consideração que existem outras captações da COMPESA em afluentes
do Botafogo.

Figura 23: RIO BOTAFOGO.

Rio Botafogo long. 286.475 e 9.142.086 – próximo a BR 101 – área ocupada


pela cultura da cana de açúcar e agricultura familiar, estando sujeita a
poluição causada por agrotóxico e fertilizantes, sendo estas as principais
fontes poluidoras. Praticamente não existe mais a mata ciliar do manancial.

73
Figura 24: RIO ARATACA.

Rio Arataca long. 287.960 lat. 9.149.438 – próximo a BR 101 – Assentamento


Umbu - ocupada pela cultura da cana de açúcar e agricultura familiar, estando
sujeita a poluição causada por agrotóxico e fertilizantes, sendo estas as
principais fontes poluidoras. Praticamente não existe mais a mata ciliar do
manancial. Existe uma comunidade próxima as margens do manancial que
representa um risco de poluição através do lançamento de esgoto doméstico
in-natura.
Fonte: Feitosa, 10/ 2009.

5.1.4.2.3 Bacia Hidrográfica do Rio Igarassú e Canal de Sana Cruz

A bacia do rio Igarassú é formada, na realidade, por diversos cursos d’água


secundários, tais como os rios Conga e Tabatinga, que não fazem parte da APA, e que se
juntam ao rio principal nas proximidades da desembocadura comum no Canal de Santa
Cruz ao sul da Ilha de Itamaracá, canal que por sua vez está inserido na APA. O próprio rio
Igarassú somente recebe esta denominação a jusante da cidade do mesmo nome, sendo
conhecido, na parte superior e média do seu curso, como rio Bonança ou Pitanga, que
também não fazem parte da APA. Sua bacia hidrográfica tem 164 quilômetros quadrados de
área, porém, apenas sua foz está localizada na APA Santa Cruz. A seguir registros
fotográficos de alguns riachos que se encontram localizados nessa bacia.

74
Figura 25: RIO IBEAPECU.

Rio Ibeapecu long. 290.203 lat. 9.156.940 – próximo a estrada de


Pontas de Pedra – neste manancial existe uma mata ciliar
relativamente preservada, com exploração do solo sendo praticada
apenas pela agricultura familiar, com esta causando pouco risco
com relação a poluição do mesmo. também é realizada a pesca
artesanal em pequena escala.
Fonte: Feitosa, 11/2009.

Figura 26: RIO ITABATINGA.

Rio Itabatinga long. 287.934 lat. 9.136.462 – ponte na BR 101 –


ponto inicial da APA (01) – limite entre os municípios de
Itapissuma e Igarassu. Predominam pequenas granjas
destinadas ao lazer e sítios onde é desenvolvida a agricultura
familiar em pequena escala. Existe uma proximidade com
algumas indústrias, sendo estas as que causam maior risco com
relação à poluição do manancial.

75
Figura 27: RIO PACAS.

Rio Pacas long. 289.746 lat. 9.138.650 – próximo a Alcoa –


município de Itapissuma - existe uma grande quantidade de
pequenas granjas destinadas ao lazer e sítios onde é
desenvolvida a agricultura familiar em pequena escala, sendo a
principal fonte poluidora deste manancial o lançamento de
esgoto doméstico e lixo carreado pela chuva.
Fonte: Feitosa, 11/2009.

5.1.4.3 Regime Pluviométrico

A faixa costeira do Nordeste do Brasil, onde se insere a APA, que se estende do Rio
Grande do Norte ao sul da Bahia, também conhecida como Zona da Mata, apresenta clima
quente e úmido com totais pluviométricos elevados (1.000 a 2.000mm/ano). As principais
chuvas dessa região começam em março, prolongando-se até julho/agosto. A costa leste do
Nordeste está sob a influência da massa de ar tropical marítima, a qual, geralmente, é
condicionalmente instável, profunda e úmida. Essa região sofre influências das penetrações
dos sistemas frontais e das perturbações atmosféricas de leste. Essa região possui período
chuvoso extenso, com pelo menos seis meses de duração. Em geral, as chuvas vão de
março a agosto e o período seco (na verdade não tão seco) situa-se de setembro a
fevereiro. Em termos de distribuição percentual, pode-se dizer que 75 a 80% das chuvas
anuais acontecem no semestre chuvoso e 20 a 25% no período seco. Entretanto, 20 a 25%
sobre um total de mais de 2.000mm já representam algo bem maior do que toda a chuva
anual registrada em muitas localidades do Agreste e do Sertão.

As observações relacionadas com os demais elementos do clima, além das chuvas,


de interesse para o presente estudo (Bacias do Goiana, GL1 e GL6), são efetuadas em seis
(6) estações climatológicas, operadas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e
pela Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). O INMET opera as estações de João

76
Pessoa/PB, Recife (Curado)/PE e Surubim/PE, de forma contínua, tendo processado e
publicado os dados referentes ao período das Normais de 1961 a 1990.

O Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) opera, na região de interesse direto do


referido Diagnóstico, as estações agro-meteorológicas de Vitória de Santo Antão, Itapirema
e Itambé. No caso da APA as que melhor representam a APA são as estações de Recife e
Itapirema. É apresentado a seguir um resumo dos dados disponíveis na SRH/PE para estas
estações. Os períodos com observações variam de 1952 a 1993 em Vitória de Santo Antão;
de 1980 a 1993 em Itapirema; e de 1965 a 1993 em Itambé.

A seguir são apresentadas Tabelas e gráficos com os dados disponíveis para as


estações referidas.

77
Tabela 03: NORMAIS CLIMATOLÓGICAS DE JOÃO PESSOA.

Fonte: Instituto Nacional de Metereologia.

78
Tabela 04: NORMAIS CLIMATOLÓGICAS DE RECIFE (CURADO)

Fonte: Instituto Nacional de Metereologia.

79
Tabela 05: NORMAIS CLIMATOLÓGICAS SURUBIM.

Fonte: Instituto Nacional de Metereologia.

80
Tabela 06: DADOS CLIMATOLÓGICOS DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO.

Fonte: Instituto Nacional de Metereologia.

81
Tabela 07: DADOS CLIMATOLÓGICOS DE ITAMBÉ.

Considerações de longo prazo sobre variáveis climatológicas nas bacias em estudo


podem ser inferidas, de início, a partir das informações disponíveis para as estações de
João Pessoa/PB, Recife (Curado) e Surubim, operadas de forma contínua pelo INEMET e
com dados fornecidos pelo 3º DISME, e que se situam nos extremos norte, sul e oeste da
área de abrangência daquele Diagnóstico. Para APA a estação de Recife é a mais
representativa.

Dos elementos apresentados, verifica-se que a temperatura nas bacias e na APA em


estudo, cresce mensalmente, do sul para o norte, e cai do leste para o oeste. Os meses
mais quentes do ano são dezembro, janeiro e fevereiro; os meses mais frios são junho, julho
e agosto.Os ventos predominantes nas três estações consideradas têm direção geral de
sudeste, havendo meses com ventos também de sul e de leste. A insolação está associada
ao inverso da latitude e ao afastamento do litoral, com este tendo menor influência. A
precipitação cresce do norte para o sul e cai de leste para oeste. Os meses com maiores

82
índices pluviométricos são maio, junho e julho; os mais secos são outubro, novembro e
dezembro.

A evaporação está bem associada à temperatura e ao inverso da precipitação. Em


Recife, ao sul desta APA, os meses de menor evaporação são abril, maio e junho; os de
maior evaporação são dezembro, janeiro e fevereiro.

De uma maneira geral, a temperatura média mensal, a precipitação mensal e a


evaporação mensal indicadas nas Normais Climatológicas de João Pessoa, Recife (Curado)
e de Surubim relacionam-se como mostrado na Figura 28, o que permite uma inferência
inicial aproximada de valores de qualquer uma das três variáveis, a partir de dados das
outras duas variáveis, para quaisquer pontos nas bacias e, portanto, na APA.

Figura 28: TEMPERATURA, PRECIPITAÇÃO E EVAPORAÇÃO.

5.1.4.4 Dados Hidro-meteorológicos Detalhados das Bacias

No Diagnóstico foram selecionados, levantados, processados e gerados dados hidro-


meteorológicos para os 23 postos adiante relacionados. Os dados básicos de chuvas são da
SRH/PE, da SUDENE e da ANEEL. Os postos situam-se fora da APA, mas foram incluídos
neste estudo por serem indispensáveis para o estabelecimento da continuidade das
isolinhas de parâmetros hidro-meteorológicos para as bacias vizinhas.

83
Tabela 08: POSTOS PLUVIOMÉTRICOS UTILIZADOS.
LONGITUDE
POSTO LATITUDE(DEC) ALTITUDE (M)
(DEC)
Aliança 35.200 7.583 60
Bizarra 35.483 7.733 200
Bom Jardim 35.583 7.800 325
Buenos Aires 35.326 7.726 150
Carpina 35.250 7.850 184
Condado 35.100 7.583 95
Cruangi 35.333 7.583 210
Goiana 35.000 7.567 13
Igarassu 34.967 7.817 22
Itaquitinga 35.100 7.667 80
Limoeiro 35.467 7.867 138
Macaparana 35.450 7.550 350
Machados 35.517 7.683 322
Mussurepe 35.133 7.900 70
Nazaré da Mata 35.233 7.733 75
Paudalho 35.167 7.900 69
Recife Curado 34.917 8.050 5
Salgadinho 35.667 7.933 270
São Lourenço da Mata 35.050 8.033 70
Itambé 35.117 7.417 190
Timbaúba 35.317 7.517 190
Surubim 35.783 7.817 380
Vicência 35.317 7.667 90
FONTE: Diagnóstico dos Recursos Hídricos da Bacia do Rio Goiana e dos grupos de bacias de pequenos rios litorâneos GL-1
eGL-6

5.1.4.4.1 Chuvas Mensais e Anuais

Devido a limitação da qualidade dos dados pluviométricos, o estudo limitou-se no


estabelecimento de séries mensais de chuvas, para a área de interesse, ao período de 1960
até 1993. As falhas existentes nos dados mensais dos postos no período de trabalho foram
preenchidas através de um modelo computacional em que dados de até 4 postos próximos
são analisados em conjunto com os dados do posto a ser preenchido, ponderando-se as
informações pela relação entre o coeficiente de variação anual observado em cada posto-
base e no posto preenchido.

Os importantes postos de Carpina, Goiana e Timbaúba tiveram suas séries de


chuvas mensais quase que totalmente sintetizadas a partir de dados de postos próximos,
em decorrência dos grandes períodos com vazios nas séries originais de chuvas em
Carpina e em Goiana, e da falta de homogeneidade nos dados de Timbaúba ao longo do
tempo.

84
Para todos os postos selecionados foram estabelecidas séries completas de chuvas
mensais para o período de 1960 a, no mínimo, 1992, estando estes localizados
geograficamente de modo a permitir uma boa definição das isoietas mensais e anuais nas
bacias em estudo, e permitindo a manutenção da continuidade natural dessas linhas para as
bacias vizinhas.

Uma ilustração da localização e distribuição espacial dos postos pluviométricos


utilizados é mostrada na Figura a seguir. Segue também uma tabela com o resumo das
precipitações médias mensais e anuais nos postos estudados e gráficos ilustrativos dos
regimes mensais em pontos representativos. Para efeito de elaboração dos gráficos, as
coordenadas estão indicadas em UTM.

85
Itambé
9180000

GL6
F ig u r a

9170000 Timbaúba
3 .3 /1

BACIA DO GOIANA
Macaparana
Goiana

Cruangi Aliança Condado

9160000

Vicência Itaquitinga
- L o c a liz a ç ã o

Machados
9150000
d o s

Buenos Aires

U T M
Bizarra Nazaré da Mata
GL1

9140000
P o s to s

Bom Jardim
Igarassu
Surubim

L a titu d e
Carpina

Limoeiro
9130000

Paudalho Mussurepe

Salgadinho
P lu v io m é tr ic o s

9120000
Figura 29 : LOCALIZAÇÃO DOS POSTOS PLUVIOMÉTRICOS.

São Lourenço da Mata


Fonte: Diagnóstico dos Recursos Hídricos da Bacia do Rio Goiana e dos grupos de bacias de pequenos rios litorâneos GL-1 eGL-6.

Recife Curado
U tiliz a d o s

9110000

200000 210000 220000 230000 240000 250000 260000 270000 280000 290000 300000

Longitude UTM
86
Tabela 09: PRECIPITAÇÕES MÉDIAS MENSAIS E ANUAIS.
P re c ip ita ç ã o (m m )
P o sto Jan F ev M ar A br M ai Jun Jul A go Set O ut Nov D ez A n ua l
A lia n ç a 4 1 .5 6 0 .8 1 3 2.3 1 6 5 .7 1 4 9 .9 1 6 1 .6 1 7 6 .2 8 5 .5 5 6 .3 2 6 .3 2 6.2 2 8 .2 1 1 1 0 .6
B iz a rra 7 5 .8 8 1 .4 1 6 8.0 1 9 1 .1 1 7 0 .5 2 0 3 .9 2 4 3 .5 1 5 7 .7 7 7 .1 4 8 .6 3 6.9 5 8 .6 1 5 1 3 .1
B o m J a rd im 11 3 .3 1 4 7 .4 1 3 5.3 1 4 7 .4 1 7 5 .2 83 .9 5 8 .0 2 5 .5 2 6 .8 4 2 .2 4 7.6 5 8 .7 1 0 6 1 .4
B u en o s A ire s 4 4 .3 7 3 .8 1 3 7.9 1 6 6 .5 1 3 2 .7 1 4 9 .9 1 9 8 .5 8 0 .0 6 2 .5 2 1 .6 2 4.1 4 0 .0 1 1 3 1 .6
C a rp in a 10 7 .6 1 4 1 .7 1 2 8.2 1 6 9 .2 1 3 8 .5 1 3 6 .2 8 8 .2 5 0 .6 4 0 .3 4 1 .5 5 6.0 8 9 .7 1 1 8 7 .6
Condado 7 5 .0 1 1 6 .3 2 0 4.2 1 9 1 .5 2 1 0 .6 2 2 4 .5 2 1 3 .9 1 0 3 .7 7 2 .7 3 6 .1 3 9.7 4 6 .0 1 5 3 4 .2
C ru a ng i 6 7 .0 1 0 4 .5 1 3 6.4 1 2 6 .2 1 4 6 .1 1 5 3 .2 1 3 7 .2 7 2 .2 5 2 .7 2 6 .6 3 8.2 4 3 .7 1 1 0 4 .0
G o ia n a 11 1 .8 1 2 3 .6 2 4 2.6 3 0 7 .5 2 5 8 .5 3 3 0 .8 3 2 5 .0 1 5 5 .5 8 5 .8 3 0 .3 5 0.8 3 5 .8 2 0 5 8 .1
Iga ra ssu 8 6 .7 1 3 9 .0 2 5 0.2 3 1 0 .1 3 3 9 .9 3 1 3 .6 3 2 4 .7 1 7 7 .3 9 8 .2 4 8 .6 3 7.3 5 3 .7 2 1 7 9 .2
Ita q u itin g a 6 0 .0 6 0 .4 1 2 0.3 1 5 9 .9 1 6 5 .0 1 8 6 .3 2 0 0 .8 8 3 .0 5 1 .7 2 5 .1 2 8.2 3 4 .2 1 1 7 4 .8
L im oe iro 9 4 .7 1 3 8 .9 1 3 5.1 1 4 2 .7 1 8 0 .0 70 .7 5 9 .5 2 6 .7 1 3 .1 4 0 .5 4 9.0 4 9 .8 1 0 0 0 .6
M a c a p a ra n a 6 7 .8 1 0 0 .9 1 1 7.7 1 3 5 .1 1 2 9 .0 1 5 2 .9 1 3 4 .0 6 0 .9 5 0 .5 2 3 .8 2 5.9 4 2 .8 1 0 4 1 .4
M achados 6 5 .0 1 2 1 .7 1 6 0.4 1 5 6 .7 1 7 2 .2 2 2 5 .5 1 1 4 .5 7 7 .0 3 9 .6 2 4 .1 4 4.6 4 4 .4 1 2 4 5 .7
M u ssu re p e 8 7 .5 1 3 0 .5 1 6 8.2 1 6 6 .8 1 9 9 .3 2 3 0 .2 1 7 3 .9 1 0 0 .3 4 4 .8 3 3 .3 2 9.3 5 5 .1 1 4 1 9 .1
N a z a ré d a M a ta 14 1 .1 1 6 7 .0 1 4 3.8 1 8 5 .9 1 0 6 .8 98 .5 5 8 .8 3 3 .0 3 5 .0 5 9 .2 8 1.3 1 4 0 .2 1 2 5 0 .6
P a ud a lh o 7 9 .7 1 2 5 .8 1 0 6.1 1 6 7 .7 1 7 7 .1 2 0 9 .6 1 1 4 .6 7 8 .8 5 3 .6 1 9 .8 2 8.3 3 7 .8 1 1 9 8 .9
R e c if e C u ra do 12 0 .9 1 5 4 .7 2 4 0.4 3 1 4 .4 3 1 4 .2 3 4 3 .6 3 1 7 .4 1 7 3 .7 1 0 3 .1 5 9 .1 4 3.8 8 3 .8 2 2 6 9 .0
S a lg a d in h o 9 1 .5 1 0 9 .9 1 2 8.9 1 1 5 .5 1 3 5 .2 97 .1 5 9 .1 3 0 .3 1 9 .2 2 8 .3 2 3.8 5 4 .1 8 9 2 .9
S ã o L o u re n ç o da M a ta 5 6 .1 1 3 6 .9 1 4 8.4 1 8 8 .2 2 2 9 .2 2 7 5 .1 1 0 9 .0 1 0 9 .5 2 7 .2 2 6 .0 4 0.2 6 9 .2 1 4 1 5 .0
Ita m b é 7 8 .4 1 6 4 .8 1 9 0.2 1 9 2 .2 2 1 9 .9 2 2 7 .5 1 0 4 .9 6 6 .3 3 2 .5 2 6 .9 3 6.4 6 6 .0 1 4 0 6 .0
T im b aú b a 8 4 .8 1 0 5 .3 1 5 0.6 1 5 0 .0 1 6 3 .0 1 6 7 .5 1 5 8 .4 7 1 .7 5 4 .8 3 1 .7 3 6.1 4 1 .7 1 2 1 5 .7
S u ru b im 8 0 .1 8 9 .2 97 .3 8 8 .9 7 0 .2 64 .4 3 3 .8 1 9 .9 2 0 .8 1 8 .7 3 6.7 7 1 .8 6 9 1 .8
V ic ê nc ia 4 9 .0 6 8 .9 1 4 6.4 1 6 8 .3 1 4 6 .5 1 8 0 .4 1 9 7 .9 9 3 .4 6 7 .9 2 4 .1 2 4.8 4 6 .7 1 2 1 4 .2

M ac ha d o s Condado Ita m b é
2 50 250 250

2 00 200 200

1 50 150 150

1 00 100 100

50 50 50

0 0 0
Jul

Jul
Set
Jan

Mai
Jul

Mar

Mai
Jan

Set
Mar
Nov
Jan

Nov
Mai

Set

Nov
Mar

S u ru bim B u en o s A ire s R e c ife / C u rad o


1 20 250 400

1 00 350
200
300
80
150 250
60 200
100
40 150
100
50
20
50
0 0 0
Jul
Jul

Jul
Set
Jan

Mai
Mar
Mai

Mai
Jan

Jan
Set

Set
Nov
Mar

Mar
Nov

Nov

Fonte: Diagnóstico dos Recursos Hídricos da Bacia do Rio Goiana e dos grupos de bacias de pequenos rios
litorâneos GL-1 eGL-6.

87
Pelos dados apresentados, verifica-se que ao longo do litoral as precipitações médias
anuais atingem valores acima de 2000mm, decrescendo um pouco do sul para o norte, e
que as precipitações dos postos mais próximos a APA (Recife, Igarassu e Goina) a média
anual foi superior a 2000mm.

A seguir, na Tabela 10 os dados de precipitações do município de Igarassú em


milímetros, sendo estes os que melhores representam o regime pluviométrico da APA.

Tabela 10: PRECIPITAÇÕES DO MUNICÍPIO DE IGARASSU.


ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
1963 70 225 685 729 226 284 244 157 55 7 68 75
1964 142 474 288 407 460 513 317 262 160 28 15 25
1965 249 62 122 372 339 464 178 137 102 29 26 60
1966 125 197 180 185 205 375 708 156 155 24 79 19
1967 17 159 393 246 303 333 346 266 17 54 7 37
1968 186 113 282 242 280 119 211 94 61 14 24 74
1969 84 62 153 87 463 403 482 130 74 33 17 31
1970 78 115 261 452 218 166 426 355 72 20 16 28
1971 63 99 180 255 437 221 279 158 128 146 53 22
1972 38 106 224 225 355 362 260 313 89 50 16 32
1973 110 84 246 758 293 443 200 83 107 32 5 20
1974 249 175 318 422 674 198 249 215 120 25 22 140
1975 35 94 116 102 191 602 602 110 67 18 21 93
1979 39 244 34 75 11
1980 75 301 253 311 197 225
1981 122 148 86 212 178 125 50 136 34 52 175
1982 111 163 99 115 356 421 262 107 174 25 50 47
1983 79 139 426 120 229 116 169 189 80 76 8 15
1984 113 53 126 496 435 240 376 355 63 69 61 6
1985 35 94 315 290 439 397 511 141 144 11 33 37
1986 54 138 428 377 341 427 390 269 126 94 214 71
1987 61 98 410 239 76 408 340 103 13 0
1989 2 154
1990 51 22 28 371 270 264 512 349 141 77 29 40
1991 22 40 138 344 407 211 252 196 57 125 40 19
1992 128 176 287 140 0
1993 60 132 99 214 202 63 28 41 23 12
1994 110 115 240 298 462 609 353 133 110 31 15 35
1995 30 81 247 190 315 375 318 44 15 8 47 17
1996 54 76 86 137
1997 149 124 434 361 138 160 91 7 0 11 50
1998 109 9 55 70 212 74 172 236 15 21 9 7
1999 50 35 148 51 268 110 193 126 76 62 10 106
2000 166 146 99 286 157 463 416 256 267 50 19 170
2001 38 33 160 224 36 226 230 126 77 71 22 49
2002 246 89 276 93 236 410 138 97 38 36 79 22
2003 56 149 224 119 149 254 154 122 109 77 23 33
2004 484 279 180 285 239 594 341 109 78 20 7 7
2005 10 76 30 128 475 547 129 240 36 20 17 70
2006 12 11 125 319 217 359 150 122 56 8 34 90

88
ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2007 57 145 165 342 252 402 172 144 138 21 21 24
2008 83 27 284 307 284 256 255 239 30 40 1 47
2009 115 276 155 389 431 275 375 182 96 12
Fonte: Laboratório De Meteorologia de Pernambuco (Lamepe).

5.1.4.5 Características Hidrológicas

Esta parte do relatório tem a intenção de apresentar dados hidrológicos, obtidos com
base no já comentado Diagnostico, de extrema valia para caracterização hidrológica da área
em estudo, e que podem ser utilizados futuramente na obtenção de parâmetros e resultados
necessários ao longo do Estudo em andamento.

Como o referido Diagnóstico é mais abrangente que a APA em questão, o mesmo


considerou dados que contemplam uma área maior, desta forma, serão apresentados os
dados gerais, de modo a garantir uma melhor compreensão, por parte do leitor, dos
resultados apresentados. Valendo salientar que, os dados relativos à APA Santa Cruz estão
inseridos no contexto, e ainda que, as outras áreas mencionadas já foram apresentadas
neste documento.

5.1.4.5.1 Dados De Cheias

Para a área considerada na APA o Diagnóstico utilizado como base adotou


precipitações de referência de acordo com os mapas de isolinhas de precipitações máximas
diárias e com as curvas de freqüências considerando os postos pluviométricos de Igarassú e
Aliança. No caso de um estudo específico da APA Santa Cruz, e no caso da existência de
novos dados, poder-se-ia fazer uma análise mais detalhada. No caso da APA o posto de
Igarassú é o mais representativo.

As precipitações (P) adotadas nesta unidade de análise e respectivos tempos de


retorno (Tr) foram:
• P(Tr = 2 anos) = 89 mm/dia
• P(Tr = 10 anos) = 130 mm/dia
• P(Tr = 100 anos) = 195 mm/dia

Com estes valores de precipitações foram geradas enchentes nas bacias do


Botafogo, Sirigi e Tracunhaém, lembrando que, no caso, a que representa a APA é a bacia
do Botafogo.

89
Foram obtidos os seguintes valores de vazões específicas de cheias para diferentes
áreas de drenagem:

Tabela 11: VAZÕES ESPECÍFICAS (m³/s/km²).


ÁREA DE DRENAGEM (KM2)
TR (ANOS)
88 458 650 1.250
2 0,366 0,240 0,202 0,151
10 0,839 0,516 0,462 0,346
100 1,787 1,042 0,977 0,728
Fonte: Diagnóstico dos Recursos Hídricos da Bacia do Rio Goiana e dos grupos de bacias de pequenos rios litorâneos
GL-1 eGL-6.

Figura 30: VAZÃO INSTANTÂNEA ESPECÍFICA APROXIMADA DE CHEIA PARA UA4 E


3.

Fonte: Diagnóstico dos Recursos Hídricos da Bacia do Rio Goiana e dos grupos de bacias
de pequenos rios litorâneos GL-1 eGL-6.

90
As equações finais que definem as vazões instantâneas específicas (Q) de cheias
para cada tempo de retorno adotado, em m³/s/km², com as áreas de drenagem (AD)
informadas em km², são dadas por:

• Q (2 anos) = 1,6069 x AD ^ –0.3228


• Q (10 anos) = 3,657 x AD ^ –0.3246
• Q (100 anos) = 7,9094 x AD ^ –0.33

5.1.4.5.2 Disponibilidade e Potencialidade Hídrica

Conforme o explicado na bacia hidrográfica GL-1, não existe série de observações


sistemáticas de vazões que permitam a calibração de um modelo chuva x vazão mensal.
Diante deste fato, no Diagnóstico utilizado foram considerados parâmetros determinados por
associação com vazões em outros locais e importados de outras bacias, isto para geração
de series de vazões em locais da GL-1.

Como existem poucos estudos hidrológicos de disponibilidades hídricas que


consideram pontos localizados dentro da APA, serão apresentados dados relativos a rios
que pertencem a APA, bem como, de rios localizados no seu entorno, e que representam,
hidrologicamente, a área em estudo. Estes dados são de extrema valia para futuras análises
hidrológicas em locais pertencentes à APA.

A única barragem da qual se dispõe de dados é a de Botafogo que, apesar de estar


localizada fora da APA, possui uma grande influência no seu regime hídrico. A seguir estão
apresentadas as características desta barragem e os resultados encontrados na sua
simulação.

Tabela 12: CARACTERÍSTICAS DA BARRAGEM DE BOTAFOGO.


Barragem: BOTAFOGO Cota(m) Area(m2) Volume(m3)
Município: Igarassu 40 0 0
Bacia: Botafogo / Catuca 45 484000 1210000
Rio: Catuca 50 1026000 4985000
Finalidade: Abastecimento 55 1709000 11822500
AD(km2): 88 60 2850000 23245000
Vmax(m3) 28800000 65 4580000 41845000
Cota vertedor (m) 58.7 70 6885000 70507500
Cota porão (m) 43 75 9187000 110697500
Latitude: 9132700 UTM
Longitude: 275500 UTM
Fonte: Diagnóstico dos Recursos Hídricos da Bacia do Rio Goiana e dos grupos de bacias de pequenos
rios litorâneos GL-1 eGL-6.

91
Tabela 13: VAZÕES REGULARIZADAS DA BARRAGEM BOTAFOGO.
Barragem Bo tafo go
Vazões regularizadas B arrag em B otaf og o

2.00 0
Risco % (*) Qreg (m 3/s)

Vazão regularizada
0 0.806 1.50 0

(m³/s)
1 0.900 1.00 0
5 1.250 0.50 0
10 1.460
0.00 0
0 2 4 6 8 10
(*) R isc o de não aten dimento pleno
R is co d e n ão a ten dimen to p le no (%)
em um m ês qualqu er

Fonte: Diagnóstico dos Recursos Hídricos da Bacia do Rio Goiana e dos grupos de bacias de pequenos rios
litorâneos GL-1 eGL-6.

Com relação a vazões em rios podem ser consideradas como referência para APA,
isto para efeito de potencialidade e disponibilidade hídrica, os dados relativos a pontos de
captação da COMPESA localizados nos mananciais a seguir. Vale salientar que, mesmo
que estes pontos não estejam localizados dentro da APA, possuem parâmetros hidrológicos
que representam a mesma.

• Caixa d’Água no Rio Beberibe


• Chã de Ambrósio no Rio Conga
• Engenho Monjope no Rio Bonança
• Engenho Mussupe no Rio Pilão
• Paratibe no Rio Paratibe
• São José no Rio Cumbe
• Tabatinga no Rio Tabatinga

A seguir estão apresentados os resultados resumidos de cada ponto.

92
Tabela 14: PONTOS DE CAPTAÇÃO DA COMPESA.
Captação de Caixa d'Água no Rio Beberibe (m³/s/km²)
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média
Média 0.024 0.024 0.024 0.025 0.028 0.035 0.033 0.032 0.029 0.028 0.027 0.026 0.028
Desvio 0.008 0.008 0.008 0.009 0.013 0.018 0.015 0.014 0.010 0.009 0.009 0.009 0.010
CV 0.326 0.333 0.343 0.380 0.461 0.532 0.447 0.434 0.347 0.336 0.333 0.333 0.365
Máxima 0.043 0.041 0.041 0.047 0.067 0.105 0.080 0.078 0.054 0.051 0.048 0.046 0.056
Mínima 0.009 0.009 0.009 0.009 0.011 0.012 0.012 0.011 0.011 0.011 0.010 0.010 0.011

Captação de Chã de Ambrósio no Rio Conga (m³/s/km²)


Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média
Média 0.030 0.029 0.029 0.036 0.041 0.048 0.058 0.047 0.039 0.036 0.034 0.032 0.038
Desvio 0.006 0.005 0.007 0.027 0.018 0.019 0.024 0.015 0.009 0.007 0.007 0.006 0.009
CV 0.184 0.189 0.228 0.755 0.448 0.385 0.403 0.319 0.221 0.189 0.194 0.186 0.239
Máxima 0.042 0.039 0.044 0.175 0.106 0.109 0.133 0.090 0.059 0.050 0.047 0.044 0.060
Mínima 0.014 0.013 0.013 0.014 0.020 0.019 0.019 0.018 0.017 0.016 0.015 0.015 0.020

Captação de Engenho Monjope no Rio Bonança (m³/s/km²)


Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média
Média 0.021 0.020 0.022 0.030 0.039 0.051 0.055 0.040 0.029 0.025 0.024 0.022 0.032
Desvio 0.004 0.004 0.007 0.028 0.023 0.023 0.026 0.017 0.007 0.005 0.005 0.004 0.010
CV 0.188 0.218 0.333 0.927 0.594 0.453 0.470 0.429 0.236 0.190 0.196 0.186 0.304
Máxima 0.031 0.034 0.046 0.169 0.118 0.110 0.141 0.087 0.047 0.036 0.033 0.032 0.055
Mínima 0.011 0.011 0.010 0.011 0.014 0.015 0.014 0.013 0.014 0.013 0.012 0.012 0.014

Captação de Engenho Mussupe no Rio Pilão (m³/s/km²)


Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média
Média 0.008 0.008 0.009 0.012 0.019 0.035 0.032 0.020 0.013 0.010 0.010 0.009 0.016
Desvio 0.002 0.002 0.003 0.007 0.010 0.019 0.020 0.012 0.004 0.002 0.002 0.002 0.005
CV 0.197 0.235 0.303 0.553 0.499 0.547 0.628 0.608 0.314 0.205 0.199 0.189 0.323
Máxima 0.011 0.013 0.016 0.041 0.046 0.070 0.099 0.075 0.024 0.014 0.014 0.012 0.026
Mínima 0.004 0.004 0.004 0.006 0.006 0.007 0.006 0.005 0.005 0.005 0.005 0.005 0.006

Captação de Paratibe no Rio Paratibe (m³/s/km²)


Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média
Média 0.028 0.027 0.027 0.031 0.036 0.047 0.048 0.042 0.035 0.033 0.032 0.030 0.035
Desvio 0.008 0.008 0.008 0.012 0.017 0.023 0.022 0.017 0.010 0.009 0.009 0.008 0.011
CV 0.267 0.277 0.296 0.404 0.471 0.494 0.461 0.415 0.293 0.271 0.270 0.266 0.326
Máxima 0.046 0.043 0.049 0.066 0.076 0.120 0.128 0.099 0.059 0.051 0.049 0.048 0.063
Mínima 0.013 0.013 0.013 0.014 0.016 0.016 0.016 0.015 0.015 0.014 0.014 0.014 0.016

Captação de São José no Rio Cumbe (m³/s/km²)


Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média
Média 0.020 0.019 0.018 0.020 0.023 0.029 0.033 0.028 0.025 0.023 0.022 0.021 0.024
Desvio 0.004 0.004 0.004 0.008 0.008 0.011 0.014 0.009 0.006 0.005 0.005 0.005 0.006
CV 0.219 0.221 0.230 0.379 0.356 0.391 0.426 0.335 0.253 0.220 0.223 0.217 0.252
Máxima 0.028 0.026 0.026 0.053 0.048 0.065 0.082 0.057 0.039 0.033 0.031 0.029 0.037
Mínima 0.009 0.009 0.009 0.010 0.011 0.011 0.011 0.011 0.011 0.010 0.010 0.010 0.012

Captação de Tabatinga no Rio Tabatinga (m³/s/km²)


Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média
Média 0.023 0.022 0.026 0.040 0.051 0.061 0.073 0.048 0.034 0.028 0.026 0.024 0.038
Desvio 0.003 0.004 0.010 0.042 0.027 0.025 0.035 0.022 0.008 0.004 0.004 0.003 0.010
CV 0.146 0.190 0.379 1.053 0.530 0.403 0.482 0.448 0.240 0.154 0.172 0.142 0.258
Máxima 0.031 0.038 0.062 0.255 0.154 0.133 0.177 0.123 0.055 0.037 0.040 0.032 0.062
Mínima 0.015 0.014 0.015 0.015 0.020 0.021 0.022 0.018 0.019 0.017 0.016 0.016 0.019
Fonte: COMPESA.

No Diagnóstico foi verificado que em todas as captações a fio d’água estudadas na


GL-1 a probabilidade de não excedência de vazões mínimas médias anuais em 1, 2 e 3
meses cresce muito rapidamente com o valor da vazão captada, indicando que os
mananciais explorados, mesmo com boa regularidade e vazões médias relativamente altas,
sofrem os efeitos de flutuações interanuais no regime de precipitações. Uma das causas
destas flutuações pode ser o fato do desmatamento e ocupação desordenada do solo,
efeitos que podem ser atenuados com a construção de mais reservatórios de regularização
de vazões.

A seguir, na Figura 31, estão apresentadas as variações espaciais das vazões


específicas médias e vazões específicas mínimas de 1 mês com 90% de confiança, na área
do Diagnóstico. As isolinhas indicam uma queda nas vazões específicas no sentido de
sudeste para noroeste, queda esta que se acentua fortemente na fronteira noroeste da bacia
GL-1.

93
V a z õ e s N a t u r a i s M é d i a s E s p e c í f i c a s ( m ³ / s / k

Figura 31: VAZÕES NATURAIS MÉDIAS ESPECÍFICAS (m³/s/km²).

9 1 8 0 0 0 0
G L 6
9 1 7 0 0 0 0

9 1 6 0 0 0 0

B a c i a d o R i o G o i a n a
9 1 5 0 0 0 0
La ti tu d e U T M

9 1 4 0 0 0 0
G L 1

9 1 3 0 0 0 0

9 1 2 0 0 0 0

9 1 1 0 0 0 0

2 1 0 0 2 02 00 020300 0 2 0 4 0 0 0 2 0 5 0 0 0 2 06 00 0 2 0 7 0 0 0 2 0 80 0 0 2 0 9 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0
L o n g it u d e U T M
Fonte: Diagnóstico dos Recursos Hídricos da Bacia do Rio Goiana e dos grupos de bacias de pequenos rios
V a GL-1
litorâneos z õeGL-6.
e s N a t u r a i s M í n i m a s M e n s a i s E s p e c í

Figura 32: VAZÕES NATURAIS MÍNIMAS MENSAIS ESPECÍFICAS COM 90% DE


CONFIANÇA (m³/s/km²).

9 1 8 0 0 0 0

G L 6
9 1 7 0 0 0 0

9 1 6 0 0 0 0

B a c i a d o R i o G o i a n a
9 1 5 0 0 0 0
La titu d e U T M

9 1 4 0 0 0 0
G L 1

9 1 3 0 0 0 0

9 1 2 0 0 0 0

9 1 1 0 0 0 0

2 1 0 0 2 0 20 0 0 2 03 0 0 02 0 4 0 0 0 2 0 5 0 0 0 2 0 6 0 0 0 2 07 0 0 0 2 0 8 0 0 0 2 0 9 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0
L o n g i t u d e U T M
Fonte: Diagnóstico dos Recursos Hídricos da Bacia do Rio Goiana e dos grupos de bacias de pequenos rios
litorâneos GL-1 eGL-6.

94
5.1.4.5.3 Uso da Água

O abastecimento d’água das populações urbanas de Itapissuma e Itamaracá, os dois


municípios localizados na APA Santa Cruz, é feito através da COMPESA, utilizando poços
profundos. Também abastece as localidades de Ponta de Pedra e Tecucupapo, em Goiana.
Segundo levantamento realizado na Secretaria de Recursos Hídricos, existem quatro
projetos de carcinicultura com outorga que captam 38.414 metros cúbicos de água do Canal
de Santa Cruz no município de Itamaracá.

O Canal de Santa Cruz é utilizado por barcos pesqueiros e de turismo para


navegação, sendo a atividade explorada por marinas localizadas na cidade de Itamaracá e
no Forte Orange, existindo barcos de porte médio para passeios pelo Canal e mar, e
pequenos barcos que transportam turistas entre o Forte e a ilha Coroa do Avião.

5.1.4.6 Qualidade das Águas

No Diagnóstico dos recursos hídricos da bacia do rio Goiana e dos grupos de


bacias de pequenos rios litorâneos gl-1 e gl-6, onde está localizada a APA, a qualidade
das águas de superfície da bacia GL-1 é enfocado abordando a poluição originada por
cargas de origem doméstica (resíduos sólidos e esgoto) e industrial.

A determinação das cargas provenientes dos esgotos sanitários por município


inserido na bacia GL 1, foi feita considerando a população urbana de cada um deles. Com
relação à poluição originária dos resíduos sólidos, a caracterização é feita também por
município, uma vez que não foi possível detalhar por Unidade de Análise, em função de não
se dispor de informação exata quanto à localização dos sítios de disposição dos resíduos,
seja em aterros, seja em condições inadequadas, em geral conhecidas como “lixões”. Pela
mesma razão a poluição provocada pelas indústrias é também analisada por bacia e
município.

5.1.4.6.1 Poluição

Na identificação das fontes de poluição das águas nas bacias, neste estudo, foram
definidos dois tipos principais de resíduos: os de origem doméstica e o de origem industrial.
Com relação à poluição de origem doméstica considerou-se a parcela gerada pelo
lançamento dos esgotos domésticos e dos resíduos sólidos (lixo) nos cursos de água. No
que diz respeito à de origem industrial levou-se em conta, evidentemente, as cargas
geradas por instalações industriais.

95
No caso específico da poluição gerada por resíduos sólidos foram identificados, para
cada bacia e município que tem a sua sede situada na bacia, o tipo de disposição e o
tratamento adotado. Com relação aos efluentes domésticos considerou-se a população
urbana do município e uma taxa correspondente à carga orgânica per capita. As indústrias
foram analisadas segundo as características dos respectivos processos produtivos e de
tratamento empregado para redução dos efeitos poluidores de seus resíduos.

a) Resíduos sólidos

A disposição inadequada de resíduos sólidos no ambiente natural, dependendo das


características do local de disposição, provoca impactos nos meios físico, biótico e
antrópico. A magnitude desses impactos, contudo, ocorre de forma diferenciada.

Os principais impactos ambientais que são verificados em áreas de disposição de


resíduos são apresentados a seguir:

• Poluição das águas superficiais e subterrâneas: provocados pelo escoamento


superficial ou infiltração no solo do chorume, líquido resultante do processo de
degradação anaeróbia da fração orgânica do lixo;
• Poluição do ar: provocada pela emissão de gases provenientes da decomposição do
lixo, pela sua queima e pela movimentação de caminhões e máquinas no sítio onde
são depositados;
• Poluição do solo: causada pela disposição do lixo e pela infiltração do chorume no
solo;
• Impactos sociais: causados pela proximidade do sítio de concentrações urbanas e
pela presença de catadores que sobrevivem do que retiram do lixo.

Com relação aos impactos nos cursos de água (superficiais e subterrâneas) verifica-
se que, a maioria dos sítios de disposição de resíduos, inativos ou utilizados, nos municípios
do Estado de Pernambuco, não possui qualquer dispositivo ou equipamento que discipline o
escoamento e/ou tratamento do chorume, sendo grande a probabilidade de que ocorra a
poluição dos corpos de água.

O impacto causado às coleções hídricas, exclusivamente em decorrência dos lixões,


ainda não é quantificado de forma adequada, pois, em geral, os cursos d’água já receberam
outras descargas, principalmente de esgotos domésticos lançados “in natura”, dificultando
esta avaliação. Além disso, como as informações de vazões dos cursos de água são
escassas, não é possível avaliar os efeitos da diluição do chorume. Sabe-se que há uma
forte diminuição da ação poluidora desse efluente no período de estiagem, quando a
umidade no interior da massa de lixo é muito baixa, e se reduzem a atividade biológica e a
produção do mesmo.

96
Tabela 15: INDICADORES DE DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NA GL
1.
DESTINAÇÃO FINAL IMPACTO AMBIENTAL

MUNICÍPIO PROXIMIDAD PROXIMIDADE


TRATAMEN-
TIPO E DE CORPO DE NÚCLEOS ALTO MÉDIO BAIXO
TO
DE ÁGUA HABITACIONAIS
Abreu e Lima Lixão Nenhum
Araçoiaba Lixão Nenhum 1.500 m 500 m
Igarassu Lixão Nenhum
Lixão Triagem de 500 m
Itamaracá
recicláveis
Lixão Compostage •
Itapissuma
m/triagem
Aterro Triagem de 400 m 50 m •
Olinda
controlado recicláveis
Paulista Lixão Nenhum 500 m 500 m
Fonte: Adaptado Diagnóstico de Resíduos sólidos no Estado de Pernambuco (SECTMA – 2000). Observação: os espaços em
branco indicam falta de informação.

Esgotos Sanitários

A ausência de sistemas de esgotamento sanitário nas cidades, sejam eles sistemas


coletivos, ou soluções isoladas do tipo fossa séptica e dispositivos adequados de infiltração,
nas aglomerações menos densas, além de acarretar aumento de doenças de veiculação
hídrica, afeta diretamente o meio ambiente, contaminando o solo e a água.

O lançamento “in natura” dos esgotos domésticos nos corpos de água vem, com o
decorrer do tempo, aumentando o nível de poluição, prejudicando o potencial de uso desses
corpos de água, para abastecimento humano e também para usos industriais. Dentre os
impactos gerados pode-se citar: poluição das águas, com o aumento do número de agentes
patogênicos e de macro nutrientes (nitrogênio e fósforo), que afetam o equilíbrio natural do
ecossistema aquático; poluição do solo; e aumento de casos de doenças de veiculação
hídrica.

Nos municípios cujas sedes estão inseridas na APA (Itapissuma e Itamaracá) não
existem sistemas coletivos de esgotamento sanitário, com todas as unidades que os
compõem, isto é, redes de coleta, elevatórias, emissários e estações de tratamento.
atendidos por redes de coleta. Predomina o sistema de tratamento primário (fossa séptica).
Mesmo as unidades habitacionais com soluções isoladas do tipo fossa, em geral têm
problemas de funcionamento e, assim, a quase totalidade dos esgotos produzidos chega
aos cursos d’água sem tratamento.

97
Tabela 16: INDICADORES DE DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NA GL
1.
POPULAÇÃO URBANA CARGA ORGÂNICA
MUNICÍPIO
EM 2000(HAB) POTENCIAL (KG/DBODIA)
Abreu e Lima 77.744 4.198
Arassoiaba 12.440 671
Igarassú 75.254 4.064
Itamaracá 38.770* 2.093
Itapissuma 20.133 1.087
Olinda 361.323 19.512
Recife 483.127 26.089
Paulista 262.072 14.152
TOTAL 1.430.863 71.866
Fonte: Diagnóstico dos Recursos Hídricos da Bacia do Rio Goiana e dos grupos de bacias de pequenos rios litorâneos GL-1
eGL-6. Nota: * população residente e flutuante.

Com respeito a APA, considerando as cidades de Itapissuma e Itamaracá, a carga


orgânica potencial dos esgotos domésticos (kg/DBOdia) é da ordem de 1.369 para à
população residente (fixa) e 3.180 quando é incluída a população flutuante (veranistas).

Poluição Industrial

Os impactos ambientais gerados por efluentes industriais são múltiplos e,


geralmente, de natureza grave, podendo contaminar o solo, a água e o ar. Como os
efluentes têm composição química diversa, utiliza-se a carga orgânica como um dos
principais indicadores da poluição, associada ou não às substâncias tóxicas.

Tabela 17: CARGA POLUIDORA POTENCIAL INDUSTRIAL POR BACIA.


POPULAÇÃO CARGA ORGÂNICA
NÚMERO DE
BACIA EQUIVALENTE POTENCIAL
INDÚSTRIAS
(HAB) (KG/DBODIA)
Goiana 21 2.758.055 148.935
Goiana
TOTAL 21 2.758.055 148.935
Botafogo 4 1.844.814 99.620
Canal de Santa Cruz 2 - -
Igarassu 29 31.389 1.695
GL - 1 Timbó 21 25.203 1.361
Paratibe 31 22.222 1.200
Beberibe 59 1.888 102
TOTAL 146 1.925.516 103.978
TOTAL GERAL 167 4.683.571 252.913
Fonte: Diagnóstico dos Recursos Hídricos da Bacia do Rio Goiana e dos grupos de bacias de pequenos rios litorâneos
GL-1 eGL-6.

98
5.1.4.7 Conclusão

Este documento teve como objetivo consolidar os dados existentes que se


relacionam com área onde se encontra localizada a APA Santa Cruz, e apresentar uma
visão geral da hidrologia da região, bem como, caracterizar a bacia hidrográfica onde a
mesma se encontra.

Vale salientar que, vários mananciais ali localizados certamente devem sofrer
influência da maré, fato que repercute de forma determinante na sua hidrologia e deve ser
considerada posteriormente, se isto se fizer necessário e for objetivo de um estudo mais
detalhado.

Não existe uma grande oferta de água superficial na GL 1 e como ocorre de água
subterrânea, o abastecimento das cidades de Itapissuma e Itamaracá localizadas na APA
são abastecidas pela COMPESA através de poços profundos, assim como as localidades
Ponta de Pedra e Tejucupapo, em Goiana.

Verifica-se, ainda, que os impactos nas coleções hídricas da APA, devido ao


lançamento dos esgotos domésticos sem tratamento, como Itamaracá, são evidentes.
Acredita-se que podem ser minimizados com o acompanhamento mais frequente, inclusive
com a implantação de campanhas de monitoramento de qualidade da água, cuja finalidade
é de determinar a evolução de alguns parâmetros previamente estabelecidos, como OD e
DBO, que indicam o grau de poluição do corpo receptor.

O ideal é evitar o lançamento de esgoto não tratado nas coleções d’água da APA,
com implantação de sistema de coleta e tratamento, como também o de resíduos sólidos,
evitando inclusive o escorrimento do churume para riachos e outros corpos de água.

99
Quadro 08: AMEAÇAS RELACIONADAS À HIDROLOGIA.
TIPO/ LOCAIS DE
CAUSAS CONSEQÜÊNCIAS MEDIDAS PARA MITIGAÇÃO
CARACTERIZAÇÃO OCORRÊNCIA
• Aplicação de herbicida no cultivo da • Diminuição de peixes e outros
cana de açúcar e de fertilizantes químicos animais da fauna aquática.
e orgânicos (vinhaça) em áreas próximas • Água imprópria para o consumo • Evitar o uso desses produtos
Poluição e
aos rios e riachos. em áreas próximas às margens
assoreamento dos humano e animal, quando sem
Áreas com cultivo de dos rios.
rios Arataca, Botafogo • Restos da cultura da cana (palhada e tratamento.
e outros afluentes do
cana de Açucar
colmos) na época da colheita. • Preservar e recuperar as
• Assoreamento das calhas dos
matas ciliares. Adotar práticas
Canal Santa Cruz • Revolvimento do solo para o cultivo da rios, provocando cheias, como
de cultivo menos danosas.
cana de açúcar. também o assoreamento do Canal
• Desmatamento das matas ciliares. de Santa Cruz.
Unidades de
• Assoreamento das calhas dos
Conservação da Proteger as nascentes com a
Comprometimento rios, provocando cheias
Vida Silvestre e Desmatamento. recuperação e manutenção da
das nascentes.
áreas com Mata • Redução da vazão de base dos mata ciliar.
Atlântica mananciais.
Poluição do Canal de
Santa Cruz e • Lançamento de esgotos e resíduos Regulamentar a expansão da
Área Urbana, Poluição das praias, riachos e
comprometimento dos sólidos. área urbana e a disposição final
Estuário, Mangue. outros cursos d`água.
maceiós e pequenos • Expansão urbana. do lixo.
cursos d'água.
• Lançamentos de resíduos sólidos.
• Remoção da vegetação das várzeas;
Poluição e • Movimentação de terra para
Áreas onde existe construção de tanques para Diminuição de peixes e outros Regulamentação e fiscalização
assoreamento dos
aqüicultura implementação da carcinicultura e animais da fauna aquática. por parte dos órgãos gestores.
cursos d'água.
piscicultura ;
• Lançamento de restos de ração e
produtos químicos.
• Forte ação antrópica;
• Disciplinamento das
Área Marítima. • Tráfego inadequado de embarcações • Destruição dos corais;
Comprometimento atividades de lazer.
(Arrecifes e Coroa de lazer; • Diminuição da oferta de peixes;
das unidades • Maior controle dos órgãos
do Avião) • Poluição por resíduos sólidos; avanço do mar.
gestores.
• Erosão marinha (praias).
Fonte:Feitosa & Torres, 12/2009.

100
5.2 ASPECTOS DO MEIO BIÓTICO

5.2.1CARACTERIZAÇÃO DA VEGETAÇÃO E DA FLORA

Na faixa mais costeira do estado de Pernambuco a tipologia vegetacional


predominante é a Floresta Atlântica que varia de Ombrófila a semidecidual. A floresta
Atlântica pernambucana está assentada predominantemente na unidade geomorfológica
dos tabuleiros costeiros (Brasil, 1981a,b; 1983). A Floresta Ombrófila no domínio atlântico
corresponde a Mata Atlântica strictu sensu. Todavia, na faixa do domínio atlântico ocorrem
ecossistemas associados do tipo manguezal, restinga e dunas. Em função da altitude a
floresta Ombrófila pode ser classificada nas seguintes classes de formação: aluvial que
ocorrem em solos da planície quaternária; das terras baixas, que ocorrem em altitudes
inferiores a 100 m; submontanas, que ocorrem entre 100 e 600 m de altitude e as montanas
que são encontradas acima dos 600 m até o máximo de 2000 m de altitude (onde ocorrem
os brejos de altitudes) (Brasil, 1981a,b; 1983; Ferraz 2002).

5.2.1.1 Caracterização atual das tipologias observadas na APA de Santa


Cruz

A APA de Santa Cruz abrange um diversificado conjunto de fisionomias vegetacionais


distribuídas entre os municípios de Itamaracá, Itapissuma e Goiana. Inicialmente, será
apresentada uma caracterização das tipologias a partir das observações feitas em campo na
área da APA, a fim de caracterizar a atual situação da mesma.

O litoral norte de Pernambuco apresenta um arranjo tipológico complexo, no sentido


de que as tipologias vegetacionais não são espacialmente bem separadas, o que as torna
pouco definidas e delimitadas. Em todas as tipologias, a antropização era registrada, sendo
mais elevada em áreas onde no passado devia ocorrer vegetação de restinga, como
registrado nas Figuras 33 e 34.8 .

8
Coordenadas Foto 1: 0290203/9151884 Foto 2: 0290441/90531; Foto 3: 0293441/9055166; Foto 4:
0297472/9162386; Foto 5: 0297199/9161468 e Foto 6: 0296999/9147776.

101
Figura 33: ÁREAS DE RESTINGA.

Foto 01: Vista da área de restinga degradada Foto 02: Vista de um trecho de restinga que
que ocorre próxima as coordenadas ocorre próximo as coordenadas
0290203/9151884, evidenciado ocorrência de 0290441/905311, com presença de alguns
indivíduos regenerantes. Goiana-PE. indivíduos regenerantes. Goiana-PE.

Foto 03:Área de restinga que ocorre próxima as Foto 04: Área de restinga que ocorre próxima
coordenadas 0293441/9055166, evidenciado as coordenadas 0297199/9161468, evidenciado
uma situação de relevo mais elevada, com solos uma situação de relevo mais elevada, com a
menos arenosos. Ilha de Itapessoca, Goiana-PE. praia de Carne de Vaca, em segundo plano,
Goiana-PE.
Fonte: Araújo & Ferraz Ramos, 11/2009.

De uma maneira geral, foi observado que alguns trechos de restingas ocorriam em
áreas de planícies e com solos predominantemente arenosos. Outros trechos apresentavam
relevo mais elevado e com solos argilosos, formando verdadeiros tabuleiros costeiros. Na
altura da Figura 33 (Fotos 1 e 2) foram observadas manchas de vegetação herbácea,
alternada com solos expostos e presença de regenerantes, com algumas espécies pioneiras
como: Cecropia pachystachia (imbaúba), Solanum paniculatum, Guettarda viburnoides,
Byrsonima sericea (murici), Vismia guianensis (lacre) e Miconia albicans. Adjancente a estes
trechos degradados de restinga ocorriam cultivos, sobretudo de Coccus nucifera (coco) e
Saccharum officinalis (cana-de-açúcar).

Ainda na Figura 33 (Fotos 3 e 4), as áreas de restinga apresentam fisionomia de


tabuleiro costeiro. As plantas apresentam altura média em torno de 3,5m, os solos são mais

102
argilosos e o relevo mais elevado. As espécies mais freqüentes nesse trecho são:
Psychotria sessilis, Cupania revoluta, Annona crassiflora; Vismia guianensis, Schinus
terebinthifolius; Hancornia speciosa (mangaba), Inga edulis (ingá), Cecropia pachystachia
(imbaúba) e Eschweleira ovata (imbiriba).

Figura 34: ÁREAS DE RESTINGA PRÓXIMAS DAS PRAIAS

Foto 05: Trecho de restinga que ocorre próximo Foto 06: Trecho de restinga que ocorre próximo
as coordenadas 0297472/9162386, com as coordenadas 0296999/9147776. Forma um
indivíduos de Ximenia americana (ameixa). cordão entre praia e o manguezal. Praia do
Goiana-PE. Sossego, Goiana-PE.
Fonte: Araújo & Ferraz Ramos, 11/2009.

Conforme pode ser observado nas fotos que integram a Figura 34, a área de restinga
se encontra entre a praia e o manguezal, formando um cordão de solo arenoso. Nesse
ponto a área de restinga apresenta-se bastante degradada e com evidência de ocorrências
de queimadas. Os indivíduos remanescentes observados são das espécies: Ximenia
americana (ameixa), Psidium guianensis (araçá), Guettarda viburnoides. Além disso,
também foi observada a presença de algum componente herbáceo.

Geralmente, próximo as áreas de restinga se dão áreas de manguezais. De maneira


geral, os fragmentos de manguezais estão relativamente bem conservados, apesar de que,
em alguns pontos, foi observado depósitos de lixo a céu aberto. Os bosques de mangues
são extensos e as plantas apresentam altura média em torno de 6m. As espécies mais
freqüentes em todos os manguezais visitados são: Rizophora mangle, Avicennia
schaueriana, Laguncularia racemosa e Conocarpus erectus. Em alguns trechos adjacentes
aos bosques de mangue ocorre plantio de Coccus nucifera (coqueiro) e de Bambusa
vulgaris (bambu), conforme pode ser conferido na Figura 35, Fotos 07e 08.

103
Figura 35: ESTUÁRIO DO RIO ITAPESSOCA.

Foto 07: Vista do estuário do rio Itapessoca, Foto 08: Trecho do estuário do rio Itapessoca
próximo as coordenadas 0292128/9154035. que ocorre próximo as coordenadas
Evidencia a vegetação de manguezal além de 0292947/9154848, seguido por áreas com
plantio de coqueiros próximo ao mesmo. Ilha de cultivo de Bambusa vulgaris (bambu). Ilha de
Itapessoca, Goiana-PE. Itapessoca, Goiana-PE.
Fonte: Araújo & Ferraz Ramos, 11/2009.

É importante ressaltar que a vegetação do manguezal da Ilha de Itapissoca, na área


de influência da fábrica de cimento Nassau9, apresenta uma cor mais acinzentada conforme
pode ser conferido na Figura 37 (Foto 15), evidenciando assim o depósito de resíduos
oriundos da fumaça que é lançado para atmosfera, durante o funcionamento da fábrica. O
manguezal próximo às coordenadas 0297618/9146259 apresentava cultivo de fruteiras nas
bordas. Além disso, o manguezal da Praia do Forte nas coordenadas 0296956/9136283
apresentava trechos com depósito de lixo a céu aberto (Foto 16), evidenciando ocorrência
de antropização.
Figura 36: ÁREA DE MANGUEZAL.

Foto 09: Área de manguezal que ocorre nas Foto 10: Manguezal próximo as coordenadas
coordenadas 0297472/9162386. Ressaltando a 0296956/9136283. Praia do Forte, Itamaracá-
altura das plantas. Goiana-PE. PE.

9
Nas imediações das coordenadas 0294695/9155864) (Foto 15).

104
Foto 11: Área de manguezal próximo as Foto 12: Manguezal próximo as coordenadas
coordenadas 0298349/9145397. Praia de 0295169/9142907. Itamaracá-PE.
Jaguaribe, Itamaracá-PE.

Foto 13: Área de manguezal que ocorre próxima Foto 14: Outro manguezal bastante preservado
as coordenadas 027618/9146259. Praia do que ocorre próximo as coordenadas
Sossego, Itamaracá-PE. 0296790/9148994. Praia do Sossego/Enseada
dos Golfinhos. Itamaracá-PE.
Fonte: Araújo & Ferraz Ramos, 11/2009.

Figura 37: AREA DE MANGUE COM DEGRADAÇÃO.

Foto 15: Área de manguezal próxima as Foto 16: Vista do lixo lançado a céu aberto na
coordenadas 0294695/9155864. Ressalta o borda da área de mangue próximo as
acinzentado das folhas devido à fuligem lançada coordenadas 0296956/9136283. Praia do
na atmosfera pela fábrica existente na área. Ilha Forte, Itamaracá-PE.
de Itapessoca, Goiana-PE.
Fonte: Araújo & Ferraz Ramos, 11/2009.

105
Dentro da APA de Santa Cruz existe cultivo de coqueiro, o que marca grandes
extensões das fisionomias observadas no trecho. Os coqueirais ocorrem de forma disjunta,
próximo às áreas de praia, áreas de manguezal e de Mata Atlântica.
Figura 38: ÁREA DE COQUEIRAL10

Foto 17: Fisionomia de coqueiral próxima as Foto 18: Vista de fisionomia de coqueiral próximo
coordenadas 0290584/9154036. Goiana-PE. as coordenadas 0292128/9154035, após uma
área de cultivo de cana-de-açúcar. Ilha de
Itapessoca, Goiana-PE.

Foto 19: Fisionomia de coqueiral próximo as Foto 20: Vista de fisionomia de coqueiral próximo
coordenadas 0290957/9158524, com faixa de as coordenadas 0293343/9160572, com
cultivo de cana-de-açúcar e vegetação de ocorrência de regeneração das plantas da
manguezal no primeiro plano. Ilha de restinga e evidências de ocorrência de
Itapessoca, Goiana-PE. queimadas. Goiana-PE.

Foto 22: Vista de fisionomia de coqueiral com


Foto 21: Outra vista de fisionomia de coqueiral
ocorrência de regeneração, próximo as
nas imediações das coordenadas
coordenadas 0294313/9138391. Itamaracá-
0297187/9158232, também com cultivo de cana-
PE.
de-açúcar nas proximidades. Goiana-PE.
Fonte: Araújo & Ferraz Ramos, 11/2009.
10
.

106
Vale ainda comentar que na Figura 38 (Fotos 20 e 22) foi observado intensa
regeneração da vegetação de restinga entre as plantas de coqueiro, (o coqueiral não
apresentava sinais de acompanhamento e manejo do cultivo), isto evidencia o potencial de
recuperação da vegetação nativa. Foi observado também que na borda do coqueiral
existiam plantas regenerantes queimadas, mostrando a existência de queimadas nessa
área.

As espécies em regeneração na área de cultivo de coqueiral são: Cupania revoluta


(camboatá), Byrsonima sericea (murici), Guazuma ulmiflora (mutamba), Schinus
terebinthifolius (aroeira da praia), Psidium guianensis (araçá) e Anacardium occidentalis
(cajueiro). Especificamente nas coordenadas 0293343/9160572 (Foto 20) a regeneração já
alcançava 3m de altura, sendo registrada ainda a ocorrência de Eschweleira ovata
(imbiriba), Psychotria sessilis e Annona glabra.

Figura 39: MATA ATLÂNTICA.

Foto 24: Vista da fisionomia de Mata Atlântica,


Foto 23: Vista da fisionomia de Mata Atlântica
próximo às coordenadas 0298878/9159003,
ocorrente na Fazenda Aparauá, nas imediações
evidenciando a ocorrência de erosão em
das coordenadas 0297200/9161468. Goiana-PE.
alguns trechos do solo. Goaiana-PE.
Fonte: Araújo & Ferraz Ramos, 11/2009.

Os fragmentos de Mata Atlântica existentes dentro da APA de Santa Cruz estão


dentro das coordenadas 9155000/2950000 e coordenadas 9166000/3000000, no município
de Goiânia; coordenadas 9150000/2920000 e coordenadas 9137000/2980000, no município
de Itamaracá. Além desses, outros três fragmentos isolados foram visualizados ao longo da
BR 101. Os fragmentos de Mata Atlântica em Itamaracá estão dentro das Zonas de
preservação da vida silvestre (ZPVS).

Ao longo da BR101, os fragmentos de Mata Atlântica observados podem ser


calificados como de pequenos e ocorrem próximos as áreas ciliares. Esses fragmentos
foram visualizados nas imediações das coordenadas 0286556/9146806 e
0285765/9145453. As espécies que se destacavam na fisionomia desses fragmentos
ciliares de Mata Atlântica ao longo da BR 101 foram: Inga edulis (ingá), Inga capitata (ingá),
Bowdichia virgillioides (sucupira) e Cecropia pachystachia (imbaúba).

107
Na Figura 39 (Foto 23) existe uma área de Mata Atlântica na Fazenda Aparauá. Este
fragmento de vegetação é relativamente bem conservado, com plantas que chegam a 17 m
de altura e diâmtros que chegam a 290 cm. A riqueza de espécie do remanescente é
elevada e as espécies que se destacavam na fisionomia foram Lecythis pisonis (sapucaia),
Eschweleira ovata (imbiriba), Sloanea guianensis, Bowdichia virgillioides (sucupira), Cupania
revoluta (camboatá), Tapirira guianensis (pau pombo), Byrsonima sericea (murici),
Himatanthus phagedaenicus (banana de papagaio), Cordia nodosa, Myrsine guianensis,
Vochysia thyrsoidea, Inga edulis (ingá), Psychotria sessilis, Acrocomia intumescens
(macaíba), Coccoloba sp. e Simarouba amara (praíba).

Ainda na Figura 39 (Foto 24) encontra-se outro fragmento de Mata Atlântica,


pertencente à fazenda Tabatinga, o qual está mais próximo do mar e encontra-se numa área
mais de encosta.

Nessa Fazenda Tabatinga também ocorre uma RPPN Estadual. A RPPN está 11

localizada no município de Goiana, a área da propriedade apresenta uma composição de


solo argilo-arenoso, há presença de vários olhos d´água e de um maceió, registrantdo uma
precipitação alta que condiciona uma vegetação do tipo mata, tendo esta sofrido uma
descaracterização pelo corte e por incêndio, nos períodos de safra da cana, porém com uma
viabilidade de recuperação muito boa, com áreas completamente recuperadas. Trata-se de
um remanescente de Floresta Perenifolia costeira de porte médio com indivíduos de
aproximadamente 15m, com diâmetros entre 20 e 30 cm, variando a vegetação, à medida
que se aproxima da faixa litorânea passando a ter o domínio de uma vegetação de restinga.
A propriedade comporta também uma área de mangue que vem se recompondo, uma vez
que já foi explorado como viveiro para criação de peixes.

A florística do fragmento de Mata Atlântica da Fazenda Tabatinga é similar à


observada na Fazenda Aparauá, indicando que no passado possivelmente estes dois
fragmentos formavam um único conjunto florestal que na atualidade está isolado pela PE
049. Entre as espécies observadas na fisionomia do fragmento de Mata Atlântica da
Fazenda Tabatinga destacaram-se: Myrcia fallax, Hymenolobium janerensis,
Stryphanodendron pulcherrimum, Cupania revoluta (camboatá), Guazuma ulmiflora
(mutamba), Psidium guianensis (araça), Guettarda viburnoides, Acrocomia intumescens
(macaíba), Eschweleira ovata (imbiriba), Tapirira guianensis (pau pombo), Bowdichia
virgillioides (sucupira), Byrsonima sericea (murici), Himatanthus phagedaenicus (banana de

11
A RPPN foi criada através da portaria DPR/CPRH nº 093/97,em 03 de junho de 1997, com o objetivo proteger
os recursos ambientais representativos da região, através da prevenção de incêndios e qualquer outro tipo de
agressão á natureza e da promoção da recuperação da flora e da fauna. Ainda visa o desenvolvimento de
atividades de cunho científico, cultural, educacional, recreativo, lazer e ecoturismo, inclusive com a promoção de
cursos de conscientização e valorização quanto a importância da preservação da natureza com a comunidade do
entorno.

108
papagaio), Simarouba amara (praíba), Cordia nodosa, Inga edulis (ingá) e Psychotria
sessilis.

Figura 40: MATA ATLÂNTICA E AÇUDE DO ENGENHO MAÇARANDUBA.

Foto 25: Vista do interior do fragmento de Mata Foto 26: Vista do açude que ocorre no
Atlântica ocorrente no Engenho Maçaranduba, fragmento de Mata Atlântica do engenho
nas imediações das coordenadas Maçaranduba, nas imediações das
0296726/9158430. Goiana-PE. coordenadas 0296726/9158430. Goaiana-PE.
Fonte: Araújo & Ferraz Ramos, 11/2009.

Na Figura 40 (Fotos 25 e 26) foi observado outro fragmento de Mata Atlântica


pertencente ao Engenho Maçaranduba e que faz divisa com o fragmento de Mata Atlântica
da Fazenda Aparauá. Nesse Engenho existe uma área de açude e as espécies observadas
com maior freqüência na fisionmia da vegetação foram: Tocoyena formosa (jenipapo),
Schinus therebinthifolius, Guazuma ulmiflora (mutamba), Inga edulis (ingá), Inga thibaudiana
(ingá), Eschweleira ovata (imbiriba), Tapirira guianensis (pau pombo), Bowdichia virgillioides
(sucupira), além do cultivo de palmeira imperial (Roystonea oleracea).

Figura 41: FRAGMENTOS DE MATA ATLÂNTICA.

Foto 27: Vista da fisionomia do fragmento de Foto 28: Vista da fisionomia do fragmento de
Mata Atlântica ocorrente entre os Engenhos Mata Atlântica ocorrente no Engenho Pau
Maçaranduba e Cana Brava, nas imediações D’Árco, nas imediações das coordenadas
das coordenadas 295860/9159333. Goiana-PE. 0295358/9158012, evidenciando o cultivo da
cana de açúcar e de palmeiras. Goiana-PE.

109
Foto 29: Vista do inteiro do fragmento de Mata Foto 30: Outra vista do inteiro do fragmento de
Atlântica ocorrente na mata do Amparo, nas Mata Atlântica ocorrente na mata do Amparo,
imediações das coordenadas nas imediações das coordenadas
0293986/91399888. Itamaracá-PE. 0293986/91399888, evidenciando a Lagia Azul
que um ponto turístico da região. Itamaracá-PE.
Fonte: Araújo & Ferraz Ramos, 11/2009.

Na Figura 41 (Fotos 27 e 28) os fragmentos de Mata Atlântica existentes pertencem


aos Engenhos Maçaranduba, Pau D’Arco e Cana Brava e estaão inseridos numa área de
domínio de canavial, geralmente nos pontos mais elevados do relevo. As espécies
observadas nas fisionomias destes fragmentos foram: Manilkara salzmannii (maçaranduba),
Elaeis guineensis (dendê), Acrocomia intumescens (macaíba), Tapirira guianensis (pau
pombo), Vismia guianensis (lacre), Cecropia pachystachia (imbaúba) e Bowdichia
virgillioides (sucupira).

No município de Itamaracá, ainda na Figura 41 (Fotos 29 e 30) existe um fragmento


de Mata Atlântica, denominado localmente como Mata do Amparo, constituída como Zona
de Preservação da Vida Silvestre. Nesse fragmento existe uma lagoa, denominada Lagoa
Azul, que é um ponto turístico na região. O fragmento vegetacional é relativamente grande e
abriga plantas de elevados valores de diâmetro e de altura. As espécies que se destacam
na fisionomia desse fragmento são: Sorocea hilarii, Brosimum guianensis, Helicostylis
tomentosa, Thyrsodium spruceanum, Tapirira guianensis (pau pombo), Xylopia frutescens
(semente de embira), Eschweleira ovata (imbiriba), Protium heptaphyllum (amescla de
cheiro), Cecropia pachystachia (imabaúba), Inga ingoides (ingá), Myrcia sylvatica,
Himatanthus phagedaenicus (banana de papagaio), Cupania revoluta (camboatá),
Psychotria sessilis, Schefflera morototoni (sambaquim), Guazuma ulmiflora (mutamba),
Apeiba tibourbou (pau de jangada), Coccoloba sp., Spondias monbim (cajá), Anacardium
occidentalis (cajueiro) e Luhea ochrophylla (pereiro da mata).

110
Figura 42: MATA ATLÂNTICA.

Foto 31: Vista do fragmento degradado de Mata


Foto 32: Vista do cordão de Mata Atlântica em
Atlântica ocorrente na praia de Jaguaribe, nas
regeração, nas imediações das coordenadas
imediações das coordenadas 0298349/9145397.
0293873/9137505. Itamaracá-PE.
Itamaracá-PE.

Foto 34: Vista do fragmento de Mata Atlântica


Foto 33: Vista do fragmento de Mata Atlântica por
próximo a Penitenciária Barreto Campelo, nas
trás do manicômio judiciário, nas imediações das
imediações das coordenadas
coordenadas 0293910/9140701. Itamaracá-PE.
0295169/9142907. Itamaracá-PE.

Foto 35: Vista do fragmento de Mata Atlântica Foto 36: Vista do fragmento de Mata Atlântica
nas imediações das coordenadas nas imediações das coordenadas
0296213/9145096. Itamaracá-PE. 0296984/9147836. Itamaracá-PE.
Fonte: Araújo & Ferraz Ramos, 11/2009.

111
Na Figura 42 (Foto 31) existe uma área degradada de Mata Atlântica que fica no final
da praia de Jaguaribe. Apesar da degradação ainda foi observado à ocorrência das
espécies Guazuma ulmiflora (mutamba), Apeiba tibourbou (pau de jangada), Tapirira
guianensis (pau pombo), Ziziphus joazeiro (juazeiro), Casearia sylvestris, Euphorbia tirucalli
(aveloz), Tocoyena formosa (jenipapo).

Ainda na Figura 42 (Foto 32) existe um cordão com vegetação de Mata Atlântica em
regeneração que acompanha o sentido da estrada de acesso a Vila Velha de um lado e do
outro lado o manguezal do canal de Santa Cruz. Este manguezal parece ter sido no
passado uma área de restinga. No meio desse cordão, ainda se observa presença de
coqueiro, indicando que outrora existia um cultivo de coqueiro que foi abandonado. As
espécies observadas nesse cordão de Mata Atlântica foram: Cupania revoluta (camboatá),
Cupania oblongilofia (camboatá), Vismia guianensis (lacre), Guazuma ulmiflora (mutamba),
Byrsonima sericea (murici), Anacardium occidentalis (cajueiro), Psidium guianensis (araçá) e
Tapirira guianensis (pau pombo).

Na Figura 42 (Fotos 33, 35, 36) existem fragmentos de Mata Atlântica pertencentes à
ZPVS, nomeadamente: Mata de Jaguaribe, Mata de Santa Cruz, Mata Lance dos Cações,
Mata do Engenho Macaxeira e Mata do Engenho São João. Esses fragmentos de mata
apresentam tamanhos e forma diferenciados, mas tendem apresentar uma composição
florística bastante similar, indicando que se trata de um conjunto florestal e que atualmente
estão separados em função da existência de estradas, de propriedades particulares e de
áreas de cultivo e de viveiros de camarão. Entre as espécies observadas na fisionomia
destacam-se: Vismia Guianensis (lacre), Tapirira guianensis (pau pombo) e Cupania
revoluta (camboatã).

Figura 43: VISTAS DE PRAIAS COM VEGETAÇÃO.

Foto 38: Vista da Praia de Tabatinga nas imediações das coordenadas 0299143/9150417. Goiana-
PE.

112
Foto 39: Vista da Praia do Forte nas imediações Foto 40: Vista da Praia de Jaguaribe já
das coordenadas 0296956/9136283. Itamaracá- avistando a praia do Sossego, nas
PE. imediações das coordenadas
0298349/9145397. Itamaracá-PE.

Foto 41: Vista da Praia do Sossego nas Foto 42: Outra vista da Praia do Sossego nas
imediações das coordenadas 0297004/914647. imediações das coordenadas
Itamaracá-PE. 0297004/914647. Itamaracá-PE.
Fonte: Araújo & Ferraz Ramos, 11/2009.

Finalmente, na Figura 43 podem ser observadas as fisionomias de praias sendo


todas elas de elevada beleza cênica e importantes pontos turísticos.

5.2.1.2 Caracterização florística e estrutural da APA de Santa Cruz

Entre as fisionomias vegetacionais terrestres encontram-se áreas de manguezais, de


Mata Atlântica, de restinga e áreas antropizadas com cultivo de cana-de-açúcar e coqueiro.
As características bióticas de cada uma dessas fisionomias são apresentadas a seguir.

5.2.1.2.1 Floresta Atlântica sensu strictu

a) Caracterização tipológica e florística das áreas de Mata Atlântica

Na APA de Santa Cruz ocorrem apenas à formação aluvial e as de terra baixa. Os


levantamentos florísticos e fitossociológicos realizados na Floresta Atlântica (FA) do
Nordeste mostram que, nesta formação vegetacional, existem variações na fisionomia, na
dominância estrutural e na composição florística devido às características dos fatores

113
abióticos de cada localidade. As famílias Caesalpiniaceae, Sapotaceae, Vochysiaceae,
Bombacaceae e Myrtaceae tendem a apresentar elevada importância ecológica em algumas
áreas de Floresta Ombrófila (Ferraz, 2002).

Nos trechos com vegetação de Mata Atlântica nas proximidades da BR 101,


municípios de Goiana e Igarassu, a floresta atlântica se apresenta como uma mata
secundária, Figura 44 (Fotos 43 e 44), abrigando ainda indivíduos remanescentes da mata
primária e apresentando características indicativas de baixa pressão de uso, como ausência
de excessivo número de plantas cortadas, poucas situações de clareiras e considerável
diversidade florística (Quadro 09).

Figura 44: VISTA DO PADRÂO FISIONÔMICO DA ÁREA DE MATA ATLÂNTICA.

Foto 43: Vista do padrão fisionômico da área de Foto 44: Vista do interior dos fragmentos de
Mata Atlântica ocorrente nas proximidades do Mata Atlântica que ocorrem nas proximidades
município de Goiana, Pernambuco dos municípios de Goiana.
Fonte: Araújo & Ferraz Ramos, 12/ 2006.

A fisionomia da vegetação é marcada pela presença de uma estratificação vertical


com formação de um dossel relativamente contínuo. As espécies Parkia pendula (visgueiro),
Simarouba amara (praíba) e Macrosamanea pedicellaris (jaguarana), destacam-se no
dossel dos fragmentos como plantas emergentes. Além do dossel, ainda é visualizado um
segundo estrato marcado pela presença de espécies de Arecaceae que ocupam extensão
considerável dos espaços horizontal e vertical dos fragmentos vegetacionais, Figura 45
(Foto 45). O sub-bosque é dominado por gramíneas e ciperáceas, além de uma espessa
camada de serrapilheira que conferem uma boa cobertura ao solo, Figura 45 (Foto 46).

114
Figura 45: INTERIOR DA MATA ATLÂNTICA.

Foto 46: Vista da camada de serrapilheira


Foto 45: Vista de um indivíduo de Arecaceae que recobre os solos dos fragmentos de Mata
(palmeira) que apresentam elevado tamanho nos Atlântica nas proximidades do município de
fragmentos de Mata Atlântica nas proximidades de Goiana
Goiana
Fonte: Ferraz & Araújo, 12/ 2006.

Quadro 09: FAMÍLIAS E ESPÉCIES VEGETACIONAIS OCORRENTES NA APA12.


NOME
FAMÍLIA/ESPÉCIE HÁBITO USOS FA RE MA STATUS
POPULAR
AIZOACEAEA
Sesuvium portulacastrum (L.) L. Erva Beldoegra Medicinal X AD
AMARANTHACEAE
Althernanthera philoxeroides
Erva Forrageiro X AD
(Mart.) Griseb.
Philoxerus vermicularis (L.)
Erva Forrageiro X DR
R.Br. ex Sm.

ANACARDIACEAE
Alimentício,
Anacardium occidentale L Árvore Cajueiro X X AD
Medicinal
Mangifera indica L. Árvore Mangueira Alimentício X X C
Aroeira da
Schinus terebinthifolius Raddi Árvore Medicinal X X AD
Praia
Spondias monbim L. Árvore Cajá Alimentício X C
Tapirira guianensis Aubl. Árvore Cupiúva Madeireiro X X AD
Camboatã de
Thyrsodium spruceanum Benth. Árvore Madeireiro X AD
leite

NOME
FAMÍLIA/ESPÉCIE HÁBITO USOS FA RE MA STATUS
POPULAR
ANNONACEAE
12
Quadro 9. Famílias e espécies ocorrentes nas diferentes tipologias vegetacionais na APA de Santa Cruz, litoral
norte Pernambuco. A ocorrência da espécie é destacada para as fitofisionomias de Floresta Atlântica stricto
senso (FA), Restinga (RE) e de Manguezal (MA), acompanhadas de seus hábitos, nome popular, indicativo de
uso e status de consevação. AD = Espécie de ampla distribuição; DR = Espécie de distribuição Restrita; AE=
Espécie ameaçada de extinção; C= Espécie cultivada.

115
Anaxagorea dolichocarpa
Arvoreta X DR
Sprague & Sandwith
Annona crasiflora Mart. Arvoreta Araticum Alimentício X AD
Annona glabra L. Arvoreta Araticum Alimentício X X AD
Annona salzmannii A. DC Arvoreta Madeireiro X DR
Cymbopetalum brasiliensis
Arvoreta Madeireiro X DR
(Vell. & Conc.) Benth. ex Baill.
Duguetia gardneriana Mart. Arvoreta Madeireiro X DR
Guateria australis A. St,-Hil Árvore Madeireiro X DR
Guateria schlechtendaliana
Árvore Madeireiro X AD
Mart.
Guateria schomburgkiana Mart. Árvore Madeireiro X AD
Guatteria pogonophus Mart. Árvore Madeireiro X DR
Embira
Xylopia frutescens Aubl. Árvore Medicinal X X AD
vermelha
Pau–de-
Xylopia sericea A.St.-Hil. Árvore Madeireiro X AD
embira

APOCYNACEAE
Aspidosperma discolor A. DC. Árvore Conha Madeireiro X DR
Hancornia speciosa Gomes Arvoreta Mangaba Alimentício X AD
Himathanthus phagedaenicus Banana de
Árvore X X AD
(Mart.) Woodson Papagaio
Mandevilla moricandiana
Arbusto Ornamental X DR
(A.DC.) Woodson
Mandevilla scabra (Hoeff. ex
Arbusto Ornamental X X AD
Roem. & Schult.) K. Schum
Rauvolfia grandiflora Mart. ex
Arvoreta Grão de galo Madeireiro X AD
A.DC.

ARACEAE
Anthurium affine Schott Erva Ornamental X X AD
Anthurium gracile (Rudge) Lindl. Epífita Ornamental X DR
Monstera adansonii Schott Epífita Ornamental X AD
Philodendron imbe Schott Erva Ornamental X AD
Philodendron rudgeanum Schott Epífita Ornamental X AD
Rodhosphata oblongata Poepp. Epífita Ornamental X DR
ARALIACEAE
Schefflera morototoni (Aubl.)
Árvore Sambaguim Madeireirao X X AD
Maguire
ARECACEAE
Acrocomia intumescens Drude Árvore Macaíba Alimentício X X AD
Astrocaryum sp. Árvore X DR
Bactris ferruginea Burret Arbusto Coco-de-fuso Ornamental X AD
Bactris humilis (Wallace) Burret Arbusto Maraial Ornamental X X AD
Coccus nuciferea L. Árvore Coqueiro Alimentício C
Desmoncus ortocanthus Mart. Arbusto Ornamental X DR
Elaeis guineensis L. Árvore Ornamental X AD
NOME
FAMÍLIA/ESPÉCIE HÁBITO USOS FA RE MA STATUS
POPULAR
Euterpe edulis Mart. Árvore Juçara Alimentício X AE
Palmeira
Roystonea oleracea L. Árvore Ornamental X C
imperial
ASCLEPIADACEAE
Matelea maritima (Vell.) Font. Trepadeira X AD

116
ASTERACEAEA
Acanthospermum hispidum DC. Erva Forrageiro X X AD
Aspilia martii Baker Erva Forrageiro X DR
Conizia bonariensis (L.)
Erva Forrageiro X AD
cronquist
Elephanthopus histiflorus DC. Erva Forrageiro X X AD
Emilia sonchifolia (L.) DC. Erva Forrageiro X AD
Wedelia paludosa DC. Erva Forrageiro X DR
AVICENNIACEAE
Avicennia schaueriana Staf. e
Árvore Mangue preto Madeireiro X AD
Leech.
BIGNONIACEAE
Jacaranda puberula Cham. Árvore Jacarandá Madeireiro X AD
Lundia cordata (Vell.) A. DC. Erva Forrageiro X X DR
Tabebuia chrysotricha (Mart. Ex.
Árvore Ipê Arborização X X DR
DC.) Standl.
Tabebuia serratifolia (Vahl)
Árvore Ipê-amarelo Arborização X AD
Nich.
BLECHNACEAE
Blecnum serrulatum Rich. Erva Forrageiro X AD
BOMBACACEAE
Eriotheca crenulaticalyx Munguba da
Árvore Madeireiro X DR
A.Robyns mata
BORAGINACEAE
Cordia nodosa Lam. Arvoreta Madeireiro X AD
Cordia multispicata Cham. Arbusto Madeireiro X X AD
Cordia superba Cham. Arvoreta Madeireiro X X DR
BROMELIACEAE
Achmea aquilega (Salisb.)
Erva Ornamental X AD
Griseb.
Hohenbergia ridleyi (Baker) Mez Erva Ornamental X X AD
Tillandsia tenuifolia L. Epífita Ornamental X X AD
BURSERACEAE
Protium aracouchini (Aubl.) Amescla
Árvore Medicinal X DR
Marchal branca
Protium heptaphyllum (Aubl.) Amescla-de-
Árvore Medicinal X X I
Marchal resina
Protium sagotianum Marchand Árvore Amesclã Medicinal X DR
Tetragastris catuaba Soares da
Árvore Madeireiro X DR
Cunha
CAESALPINIACEAE
Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.
Árvore Madeireiro X X AD
Macbr.
Madeireiro,
Copaifera langsdorfii Desf. Árvore Pau-de-óleo X DR
Medicinal
NOME
FAMÍLIA/ESPÉCIE HÁBITO USOS FA RE MA STATUS
POPULAR
Madeireiro,
Copaifera sp. Árvore Pau-de-óleo X DR
Medicinal
Chamaecrista apoucouita
Arvoreta Madeireiro X DR
(Aubl.) H.S. Irwing & Barneby
Chamaecrista ramosa (Vogel)
Árvore Madeireiro X DR
H.S. Irwing & Barneby
Dialium guianensis Benth. Árvore Quiri Madeireiro X AD
Hymenaea rubriflora Ducke Árvore Jatobá Alimentício X DR

117
Peltophorum dubim (Sdpreng.)
Árvore Madeireiro X DR
Taub.
Senna aversiflora (Herb.)
Árvore X DR
H.S.Irwin & Barneby
Senna georgica Irwin & Barneby Árvore Madeireiro X DR
CARICACEAE
Jacaratia dodecaphylla Hassl. Árvore Jaracatiá Alimentício X DR
CECROPIACEAE
Cecropia concolor Willd. Árvore Imbaúba Madeireiro X DR
Cecropia pachystachya Trec. Árvore Imbaúba Madeireiro X X AD
Imbaúba da
Porouma guianensis Aubl. Árvore Medicinal X DR
mata
CELASTRACEAE
Maytenus distichophylla Mart.
Árvore Madeireiro X X AD
Ex Reiss.
CHRYSOBALANACEAE
Couepia rufa Ducke Árvore Oiti Alimentício X DR
Oiti
Couepia impressa Prance Árvore Alimentício X X DR
Hirtela racemosa Lam. Árvore Madeireiro X X DR
Licania tomentosa (Benth.)
Árvore Oiti da praia Madereiro X X AD
Fritsch
CLUSIACEAE
Clusia nemorosa G. Mey Árvore Madeireiro X X AD
Rheedia gardneriana Pl. Tr. Árvore Bacupari Madeireiro X DR
Symphonia globulifera L.f. Árvore Bulandi Madeireiro X X DR
Vismia guianensis(Aubl.) Choisy Arvoreta Lacre Madeireiro X X AD
COMBRETACEAE
Buchenavia capitata (Vahl)
Árvore Imbiridiba Madeireiro X X AD
Eichler
Mangue de
Conocarpus erectus L. Árvore Madeireiro X X AD
botão
Mangue
Laguncularia racemosa Gaetn. Arbóreo Madeireiro X AD
branco
COMMELINACEAE
Commelina obliqua Vahl Erva Ornamental X X AD
Commelina erecta L. Erva Ornamental X AD
Tradescantia zebina Hort. ex
Erva Ornamental X AD
Loud.
CONNARACEAE
Connarus blanchetii Planchon Árvore Madeireiro X DR
NOME
FAMÍLIA/ESPÉCIE HÁBITO USOS FA RE MA STATUS
POPULAR
CYPERACEAE
Becquerelia cymosa Brongn. Erva Forrageiro X DR
Bulbostylis capilaris (L.) C.B.
Erva Forrageiro X X AD
Clarke
Cyperus ligularis L. Erva Forrageiro X X AD
Eleocharis caribaea (Rottb.) S. Junco bravo,
Erva Forrageiro X X AD
F. Blake cabelo de gia
Fimbristylis glomerata Boeck Erva Forrageiro X X AD
Tiririca, capim
Scleria bracteata Cav. Erva Forrageiro X X AD
navalha
DILLENIACEAE
Curatella americana L. Árvore Lixeira Madeireiro X AD
Davilla flexuosa A.St.-Hil. Liana X AD

118
Tetracera breyniana Schltdl. Liana X AD
DIOSCOREACEAE
Dioscorea demourae R.Kuhn Trepadeira X DR
ELAEOCARPACEAE
Sloanea garckeana K. Schum Árvore Madeireiro X DR
Sloanea guianensis (Aubl.)
Árvore Mamajuda Madeireiro X DR
Benth.
ERYTHROXYLACEAE
Erythroxylum citrifolium A.St.-
Árvore Madeireiro X DR
Hil.
Erythroxylum mucronatum
Árvore Madeireiro X DR
Benth.
Erythroxylum passerinum Mart. Árvore Madeireiro X X AD
Erythroxylum squamatum Sw. Arvore Madeireiro X AD
EUPHORBIACEAE
Chaetoccarpus myrsinites Baill. Árvore Madeireiro X DR
Chamaesyce brasiliensis (Lam.)
Erva Forrageiro X AD
Small
Chamaesyce hyssopifolia (L.)
Erva Forrageiro X AD
Small
Croton lobatus L. Erva Forrageiro X AD
Dalechampia scandes L. Erva X X AD
Euphorbia tirucalli L. Arbusto Ornamental X C
Pera ferruginea (Schott) Müll.
Árvore Madeireiro X AD
Arg.
Pera glabrata (Schott) Poepp.
Árvore Madeireiro X X AD
Ex Baill.
Pogonophora schomburgkiana
Árvore Cocão Madeireiro X X AD
Miers
Mabea occidentalis (Benth.) Canudo de
Árvore Madeireiro X AD
Müll.Arg. cachimbo
FABACEAE
Andira fraxinifolia Benth Árvore Angelim rosa Madeireiro X DR
Andira legalis (Vell.) Toledo Árvore Angelim Madeireiro X DR
Andira nitida Mart. ex Benth. Arvore Madeireiro X AD
Andira sp. Árvore Madeireiro X
Bowdichia virgillioides H.B.K. Árvore Sucupira Madeireiro X AD
NOME
FAMÍLIA/ESPÉCIE HÁBITO USOS FA RE MA STATUS
POPULAR
Dalbergia ecasthophyllum L.
Árvore Rabo de bugi Apícola X X
Tab
Desmodium barbatum L. Benth Erva Forrageira X AD
Diplotropis purpurea (L.C. Rich.) Sucupira
Árvore Madeireira X DR
Amshoff preta
Hymenolobium janeirense
Árvore Madeireiro X AD
Kuhlm.
Machaerium hirtum (Vell.)
Árvore Espinheiro Madeireiro X AD
Stelfeld
Pithecelobium cochiocarpum
Árvore Madeireiro X DR
J.F.Macbr.
Pterocarpus violaceus Vog. Árvore Pau sangue Madeireiro X AD
Sclerolobium densiflorum Benth Árvore Madeireiro X AD
Sclerolobium sp. Árvore Madeireiro X
Stryphnodendron pulcherrimum
Árvore Madeireiro X DR
(Willd.) Hochr
Swartzia pickelii Killip ex Ducke Árvore Madeireiro X AE

119
FLACOURTIACEAE
Casearia javitensis Humb. Cafezinho do
Árvore Madeireiro X X AD
Bonpl. & Kunth mato
Cafezinho do
Casearia sylvestris Sw. Árvore Madeireiro X X AD
mato
HUMIRIACEAE
Humiria balsamifera Aubl. Árvore Umirí Madeireiro X DR
Sacoglotis matogrossensis
Árvore Madeireiro X AD
Malme
LAMIACEAEA
Hyptis fruticosa Salzm. Ex
Erva Medicinal X DR
Benth
LAURACEAE
Cassytha filiformis L. Arbusto Madeireiro X DR
Cinnamomum triplinerve (R. &
Árvore Madeireiro X DR
P.) Kosterm.
Cinnamomum sp. X
Nectandra cuspidata (Nees et
Árvore Louro-canela Madeireiro X AD
Mart.) Nees
Nectandra sp. Árvore Madeireiro X
Ocotea duckei Vattino Árvore Louro Madeireiro X X AD
Ocotea gardneriana (Meisn.)
Árvore Louro Madeireiro X AD
Mez
Ocotea glomerata (Nees) Mez Árvore Louro-cagão Madeireiro X AD
Ocotea floribunda Henk van der
Árvore Louro Madeireiro X AD
Werff
Ocotea indecora (Shott) Mez Árvore Louro Madeireiro X DR
Ocotea laxiflora (Meisn.) Mez Árvore Madeireiro X DR
LECYTHIDACEAE
Eschweilera luschnathii (O.
Árvore Madeireiro X DR
Berg.) Miers
Eschweilera ovata (Cambess.)
Árvore Imbiriba Madeireiro X X AD
Miers
Gustavia augusta L. Árvore Madeireiro X X AD
Lecthis lurida (Miers) S.A. Mori Árvore Madeireiro X DR
NOME
FAMÍLIA/ESPÉCIE HÁBITO USOS FA RE MA STATUS
POPULAR
Lecythis pisonis Camb. Árvore Sapucaia Madeireiro X DR
LOGANIACEAE
Spigelia anthelmia L. Erva Apícola X DR
Strychnos bahiensis Krukoff &
Trepadeira X DR
Barneby
LORANTHACEAE
Psittacanthus dichrous (Mart.) Erva de
Hemiparasita X X AD
Mart. passarinho
MALPIGHIACEAE
Byrsonima cydoniifolia A. Juss. Árvore Murici Madeireiro X DR
Byrsonima gardneriana A. Juss. Árvore Murici Madeireiro X AD
Murici-da- Madeireiro,
Byrsonima sericea DC. Árvore X X AD
mata Alimentício
Byrsonima verbascifolia (L.) DC. Árvore Murici rasteiro Madeireiro X AD
Stigmaphyllon paralias A. Juss. Trepadeira X DR
MALVACEAE
Pavonia cancellata (L.) Cav. Arbusto Apícola X AD
Pseudomalachra ciliaris (L.)
Arbusto Apícola X DR
H.C. Monteiro

120
Pseudomalachra plumosa
Arbusto Apícola X DR
(Cav.) H. Monteiro
MARANTHACEAE
Ctenanthe pernambucensis
Erva Ornamental X DR
Yoshida & Mayo
Stromanthe tonckat Aubl. Erva Ornamental X X AD
MELASTOMATACEAE
Clidemia hirta (L.) D. Don Arvoreta Madeireiro X AD
Henriettea sucosa DC. Árvore Madeireiro X DR
Carrasco
Miconia albicans (Sw.) Triana Arvoreta Madeireiro X X AD
branco
Miconia amacurensis Wurdack Árvore Madeireiro X AD
Miconia calvescens DC. Árvore Madeireiro X AD
Miconia ciliata (Rich.) DC. Arvoreta Madeireiro X DR
Miconia hypoleuca (Benth.)
Arvoreta Madeireiro X AD
Triana
Miconia minutiflora (Bonpl.) DC. Arbusto sabiazeira Madeireiro X DR
Miconia sp. Arbusto Madeireiro X AD
MELIACEAE
Alimentício,
Cabralea canjerana (vell.) Mart. Árvore Cajarana X DR
Madeireiro
Cedrela odorata L. Árvore Cedro Madeireiro X AD
Guarea macrophylla Vahl Árvore Madeireiro X AD
Guarea kunthiana A. Juss. Árvore Madeireiro X DR
Guarea sp. Árvore Madeireiro X
Trichilia lepidota Mart. Árvore Madeireiro X AD
Trichilia quadrijuga H.B. & K. Árvore Madeireiro X DR
Trichilia sp. Árvore Madeireiro X
MIMOSACEAE
Abarema filamentosa (Benth.)
Arvoreta X DR
Pittier
Inga bahiensis Benth. Árvore Ingá Alimentício X DR
NOME
FAMÍLIA/ESPÉCIE HÁBITO USOS FA RE MA STATUS
POPULAR
Inga blanchetiana O. Berg Árvore Ingá Alimentício X AD
Inga capitata Desv. Árvore Ingá tripa Alimentício X X AD
Inga dysantha Benth Árvore Ingá peludo Alimentício X DR
Inga edulis (Vell.) Mart. Árvore Ingá porco Alimentício X AD
Inga flagelliformis Mart. Árvore Ingá Alimentício X AD
Inga ingoides (Rich.) Willd. Árvore Ingá X DR
Inga subnuda T.D.Penn. Árvore Ingá Alimentício X AD
Inga striata Benth Árvore Ingá Alimentício X DR
Inga thibaudiana DC. Árvore Ingá Alimentício X AD
Macrosamanea pedicellaris DC.
Árvore Jaguarana Madeireiro X DR
Kleinh
Mimosa pigra L. Arvoreta Madeireiro X AD
Mimosa pudica L. Arvoreta Madeireiro X DR
Parkia pendula Benth. Árvore Visgueiro Madeireiro X AD
Platymenia foliolosa Benth. Árvore Madeireiro X DR
Pithecelobium saman (Jacq.)
Arvoreta Madeireiro X DR
Benth.
Stryphnodendron pulcherrimum
Árvore Favinha Madeireiro X AD
(Willd.) Hochr.
MOLLUGINACEAE
Mollugo verticilata L. Erva Apícola X AD
MORACEAE

121
Artocarpus integrifolia L. Árvore Jaqueira Alimentício X C
Brosimum guianensis Aubl. Árvore Conduru Madeireiro X AD
Brosimum rubescens Taub. Árvore Madeireiro X DR
Brosimum sp. Árvore Madeireiro X
Clarisia racemosa Ruiz et
Árvore Madeireiro X AD
Pavon
Ficus trigonata L. Árvore Mata pau X AD
Ficus guianensis Desv. Ex Ham. Árvore X AD
Fícus sp. X AD
Helicostylis tomentosa (Poepp.
Árvore Amora Madeireiro X AD
et Endl.) Rusby
Sorocea hilarii Gaudich. Árvore Madeireiro X DR
MYRTACEAE
Calyptranthes brasiliensis
Árvore Madeireiro X AD
Spreng
Campomanesia dichotoma (O.
Árvore Guabiroba Alimentício X X AD
Berg.) Mattos
Campomanesia eugenioides
Arvore Madereiro X AD
Cambess
Eugenia hirta O. Berg. Árvore Madeireiro X X AD
Eugenia punicifolia (Kuntz) DC. Árvore Madeireiro X X AD
Eugenia uniflora L. Árvore Madeireiro X X AD
Eugenia sp. Árvore Madeireiro X
Gomidesia blanchetiana Benth Árvore Madeireiro X AD
Myrcia crassifolia Kiaers Arvoreta Madeireiro X DR
Myrcia fallax (Rich.) DC. Árvore Batinga Madeireiro X AD
Myrcia grandiflora Nield. Árvore Madeireiro X DR
Myrcia guianensis (Aubl.) DC. Árvore Madeireiro X AD
NOME
FAMÍLIA/ESPÉCIE HÁBITO USOS FA RE MA STATUS
POPULAR
Myrcia rotundifolia (O. Berg.)
Árvore Madeireiro X DR
Kiarersk
Myrcia sylvatica (G.Meyer) DC. Árvore Madeireiro X X AD
Myrciaria floribunda (H. West ex
Árvore Madeireiro X AD
Willd.) Berg.
Psidium araca Raddi Árbusto Araçá Alimentício X X AD
Psidium guianensis Swartz Arbusto Araçá Alimentício X X AD
Psidium sp. Arbusto Madeireiro X
Syzygium jambolanum (Lam.)
Árvore Azeitona Alimentício X C
DC.
Syzygium malaccense (L.) Merr.
Árvore Jambo Alimentício X C
& LM Perry
MYRISTICACEAE
Virola gardneri (A.DC.) WShr. Árvore Urucuba Madeireiro X AD
MYRSINACEAE
Myrsine guianensis A.DC. Árvore Madeireiro X AD
NYCTAGINACEAE
Boerhavia coccinea Mill. Erva X AD
Guapira graciliflora (Mart. ex
Árvore João mole Madeireiro X DR
J.A. Schmitt) Lundell
Guapira opposita (Vell.) Reitz Árvore João mole Madeireiro X AD
Guapira pernanbucensis
Árvore Madeireiro X DR
(Casar.) Lundell
Pisonia cordifolia Mart. Árvore Madeireiro X DR
OCHNACEAE
Ouratea crassa Tiegh Árvore Madeireiro X DR

122
Ouratea cuspidata Tiegh Árvore Madeireiro X AD
Ouratea fieldingiana (Gardner)
Árvore Madeireiro X AD
Engl.
Ouratea hexasperma (A.St-Hil.)
Árvore Louro d'água Madeireiro X AD
Baill.
OLACACEAE
Heisteria sp. Árvore Madeireiro X
Schoepfia brasiliensis A.DC. Árvore Madeireiro X AD
Schoepfia obliquifolia Turcz Árvore Madeireiro X DR
Ximenia americana L Arvoreta Ameixa Madeireiro X AD
ORCHIDACEAE
Catasetum discolor (Lindl.)
Erva Ornamental X DR
Lindl.
Cyrtopodium paranaense Schltr. Erva Ornamental X DR
Epidendrrum cinnabarium
Erva Ornamental X AD
Salzm. Ex Lindl.
Oeceoclades maculata (Lindl.)
Erva Ornamental X X AD
Lindl.
Polytachya concreta (Jacq.)
Erva Ornamental X DR
Garay & H.R. Sweet
Sarcoglottis grandiflora Klotzsch Erva Ornamental X DR
Vanilla chamissonis Klotzch. Epífita Ornamental X AD
PASSIFLORACEAE
Passiflora cincinata Mart. Erva Apícola X DR
Passiflora foetida L. Erva Apícola X DR
NOME
FAMÍLIA/ESPÉCIE HÁBITO USOS FA RE MA STATUS
POPULAR
Passiflora galbana Mast. Erva Apícola X DR
Passiflora mucronata Lam. Erva Apícola X DR
PIPERACEAE
Piper amplum Kunth Arbusto Apícola X AD
Piper arboreum Aubl. Arbusto Apícola X DR
PHYTOLACACEAE
Microtea paniculata Moq. Arbusto Madeireiro X DR
POACEAE
Andropogon bicornis L. Erva Forrageiro X DR
Andropogon selloanus (Hack.)
Erva Forrageiro X AD
Hack.
Cenchrus echinatus L. Erva Forrageiro X AD
Dactyloctenium aegyptium (L.)
Erva Forrageiro X AD
Willd
Digitaria ciliaris (Retz.) Koeler Erva Forrageiro X AD
Digitaria sanguinalis (L.) Scop. Erva Forrageiro X DR
Echinochloa colonum (L.) Link. Erva Forrageiro X DR
Eragrostis ciliaris (Retz.) Koeler Erva Forrageiro X AD
Eragrostis rufescens Schrad. ex
Erva Forrageiro X DR
Schult.
Bambusa vulgaris L Arbusto Madeireiro X C
Ichnanthus grandifolius (Trin.)
Erva Forrageiro X AD
Zuloaga & Soderstr.
Panicum aquaticum Poir Erva Forrageiro X DR
Panicum laxum Sw. Erva Forrageiro X DR
Panicum pilosum Sw. Erva Forrageiro X DR
Paspalum maritimum Trin Erva Forrageiro X AD
Paspalum varginatum Sw. Erva Forrageiro X DR

123
Cana de
Saccharum officinarum L. Erva Alimentício X X C
açucar
Setaria tenax (Rich.) Desv. Erva Forrageiro X DR
Sporobolus virginicus (L.) Kuntz Erva Forrageiro X DR
POLYGONACEAE
Coccoloba alnifolia Cass. Árvore Madeireiro X DR
Coccoloba laevis Casar. Arvoreta Madeireiro X AD
Coccoloba mollis Casar. Arvoreta Madeireiro X DR
POLUPODIACEAE
Samambaia
Acrostichum aureum L. Erva Ornamental X AD
do mangue
RHAMNACEAE
Ziziphus joazeiro Mart. Árvore Juazeiro Madeireiro X AD
RHIZOPHORACEAE
Mangue
Rhizophora mangle L. Árvore Madeireiro X AD
vermelho
RUBIACEAE
Amaioua guianensis Aubl. Árvore Madereiro X AD
Alseis floribunda Schott. Árvore Quina Madeireiro X
Borreria verticillata (L.) G. Mey Erva Apícola X AD
Chiococca alba (L.) Hitchc. Erva Apícola X DR
Diodea apiculata (Willd. ex
Erva Apícola X DR
Roem. & Schult.) K. Schum
NOME
FAMÍLIA/ESPÉCIE HÁBITO USOS FA RE MA STATUS
POPULAR
Faramea multiflora A.Rich Arbusto Madeireiro X DR
Madeireiro,
Genipa americana L Árvore X AD
Alimentício
Guettarda platypoda DC. Arbusto Madeireiro X AD
Guettarda viburnoides Cham. Arbusto Madeireiro X AD
Mytracarpus frigidus (Willd. ex
Erva Ornamental X AD
Roem. & Schult.) K. Schum.
Psychotria carthaginensis Jacq. Arvoreta Madeireiro X AD
Psychotria sessilis (Vell.)
Árvore Madeireiro X AD
Müll.Arg.
Randia armata (Sw.) DC. X
Richardia grandiflora (Cham. et
Erva Apícola X AD
Schltdl.) Steud
Tocoyena brasiliensis Mart. Árvore Madeireiro X AD
Tocoyena formosa (Cham. &
Árvore Madeireiro X AD
Schltdl.) K. Schum
Jenipapo
Tocoyena sellowiana Aubl. Árvore Madeireiro X AD
brabo
RUTACEAE
Esenbeckia grandiflora Mart. Árvore Madeireira X DR
SAPINDACEAE
Allophylus edulis (A. St.-Hil.)
Árvore Madeireira X AD
Niederl.
Allophylus semidentatus (Mart.)
Árvore Madeireiro X
Radlk.
Cupania oblongifolia Mart. Árvore Camboatã Madeireiro X AD
Cupania racemosa Radlk. Árvore Madeireiro X AD
Cupania revoluta Radlk. Árvore Camboatã Madeireiro X DR
Paullinia trigonia Vell. Erva Ornamental X AD
Serjania salzmaniana Schltr. Erva Apícola X AD
SAPOTACEAE

124
Lucuma grandiflora A.DC. Árvore Madeireiro X DR
Manilkara salzmannii (A.DC.)
Árvore Maçaranduba Madeireiro X X AD
Lam.
Manilkara zapota (L.) P. Royen Árvore Sapoti Alimentício X DR
Micropholis compta Pierre Árvore Madeireiro X DR
Micropholis sp. Árvore Madeireiro X
Pouteria bangii (Rusby)
Árvore Leiteiro Madeireiro X DR
T.D.Penn.
Pouteria grandiflora (A.DC.) Oiti-toroba,
Árvore Madeireiro X X AD
Baehni Talo-fino
Pouteria peduncularis (Mart. &
Árvore Madeireiro X DR
Eichl.) Baehni
Pradosia sp. Árvore Madeireiro X
Sarcaulus brasiliensis (A.DC.)
Árvore Madeireiro X DR
Eyma
SCROPHULARIACEA
Stemodia dulcis L. Erva Apícola X AD
Stemodia foliosa Benth. Erva Apícola X AD
SIMAROUBACEAE
Simaruoba amara Aubl. Árvore praíba Madeireiro X AD
NOME
FAMÍLIA/ESPÉCIE HÁBITO USOS FA RE MA STATUS
POPULAR
Simaba cuneata A. St.-Hil & Tul. Madeireiro X DR
SOLANACEAE
Schwenckia americana L. Arbusto Madeireiro X AD
Solanum americanum Mill. Arbusto Madeireiro X AD
Solanum paludosum Moric. Arbusto Madeireiro X AD
Solanum paniculatum L. Arbusto Madeireiro X AD
Solanum stipulaceum Roem. &
Arbusto Madeireiro X AD
Schult.
STERCULIACEAE
Guazuma ulmifolia Lam. Arvoreta Mutamba Madeireiro X X AD
Walteria indica L. Arbusto Apícola X AD
Walteria viscosissima A. St. Hil. Subarbusto Apícola X AD
TILIACEAE
Pau de
Apeiba tibourbou Aubl. Árvore Madeireiro X AD
jangada
Pereiro da
Luehea ochrophylla Mart. Arvoreta Madeireira X AD
mata
Luehea paniculata Mart. Arvoreta Madeireiro X AD
TRIGONIACEAE
Trigonia nivea Cambess Erva Apícola X DR
TURNERACEAE
Turnera ulmiflora L. Erva Apícola X AD
ULMACEAE
Trema micrantha (L.) Blume Arbusto Madeireiro X X AD
VERBENACEAE
Lantana camara L. Arbusto Chumbinho Apícola X X AD
Starchytarpheta elatior Schrad.
Erva Apícola X X
ex Schult.
Vitex capitata Vahl. Árvore Madeireiro X DR
Vitex rufescens A. Juss Árvore Madeireiro X DR
VIOLACEAE
Hybanthus ipecacuanha (L.)
Arbusto Madeireiro X DR
Baill
Paypayrola blanchetiana Tul. Árvore Madeireiro X DR

125
VITACEAE
Cissus erosa Rich. Erva Forrageiro X DR
VOCHYSIACEAE
Vochysia thyrsoidea Pohl Árvore Madeireiro X DR
XYRIDACEAE
Xyris jupicai Rich. Erva Apícola X DR
Fonte: Araújo & Ferraz, 12/2009.

Na área de borda dos fragmentos de Mata Atlântica de Goaina há predominância das


populações de Tapirira guianensis e Cecropia pachystachia, seguidos pelas populações de
Miconia albicans e Cupania revoluta que apresentam menor densidade e tamanho de
indivíduos. Essas espécies são citadas na literatura como pioneiras da floresta atlântica ou
que resistem bem as condições de borda de mata (TABANEZ et al., 1997; SILVA, 2004a).
De acordo com Ferraz e Araújo (2006), alguns dos fragmentos de Mata Atlântica
próximo da BR 101 englobam áreas de encosta e apresentam elevado sombreamento no
interior da mata, o que possibilita o desenvolvimento de um estrato mais baixo e adensado,
formado por espécies de Rubiaceae e indivíduos jovens de árvores dos estratos superiores,
como: Schoepfia obliquifolia, Maytenus distichophylla, Erythroxylum squamatum, Guarea
kunthiana, Sorocea hilarii, Myrcia fallax e Myrcia sylvatica. Nos trechos mais planos e com
maior disponibilidade de água as árvores apresentam altura entre 20 e 25m e o subdossel é
pouco desenvolvido e dominado por indivíduos de Protium heptaphyllum, Rauvolfia
grandiflora, Sorocea hilarii, Paypayrola blanchetiana, indivíduos de Piperaceae e presença
de espécies de herbáceas. Já outros trechos, como os que ocorrem nas proximidades do
Engenho Santa Tereza em Goiana, ocupam áreas mais planas e abrigam uma diversidade
ainda mais elevada, mas as famílias que se destacam em termos de riqueza de espécies
são as mesmas que tendem a se destacar em outros fragmentos de floresta atlântica mais
preservados, como Moraceae, Sapotaceae, Lauraceae, Leguminosae Myrtaceae,
Rubiaceae, Annonaceae e Burseraceae (FERRAZ & ARAÚJO, 2006).

O destaque florístico dessas famílias segue o padrão que vem sendo registrado para
outras áreas de Mata Atlântica de Pernambuco e da Paraíba (BARBOSA, 1996; SIQUEIRA,
1997; CAVALCANTI, 1985; SILVA, 2004a,b; FERRAZ, 2002). Esses remanescentes
também exibem um dossel contínuo, com um estrato mais baixo formado por plantas com
menos de 5m de altura e pela vegetação herbácea e ocorrência de plantas emergentes com
mais de 20m de altura.

Caracterização estrutural das áreas de Mata Atlântica

Na APA de Santa Cruz, segundo Ferraz e Araújo (2006), entre as populações


abundantes em termos de número de indivíduos em trechos de encosta de áreas de Mata

126
Atlântica do município de Goiana se destaca a Tapirira guianensis (pau pombo). As
espécies de maior Índice de Valor de Importância foram Tapirira guianensis (pau pombo),
Cecropia pachystachia (embauba), Simarouba amara (praíba) e Eschweilera ovata (inbiriba)
(Tabela 18).

Tabela 18: CARACTERIZAÇÃO FITOSSOCIOLÓGICA DA VEGETAÇÃO DE MATA


ATLÂNTICA, ENGENHO PRIMAVEIRA13.
ALTU DIÂMETR
NO. DA VOLUME VOLUME
DOA VI RA O
ESPÉCIE IND (IND. TOTAL FUSTE
(M2.HA-1) (%) MÉDIA MÉDIO
. HA-1) (M3.HA-1) (M3.HA-1)
(M) (CM)
Tapirira guianensis 131 53,1 4,50 61,86 176,0697 78,9490 13,3 28,0
Cecropia pachystachia 79 32,0 0,83 23,18 26,6457 24,3864 12,4 17,5
Simarouba amara 27 10,9 1,49 18,59 65,3429 35,1518 15,2 36,9
Eschweilera ovata 33 13,4 1,11 16,75 40,4340 22,6351 12,0 28,2
Byrsonima sericea 26 10,5 0,41 9,88 14,4773 6,6031 11,9 19,2
Protium heptaphyllum 30 12,2 0,30 9,70 7,4773 3,5818 9,7 16,5
Schefflera morototoni 18 7,3 0,41 8,36 15,8919 10,1341 12,0 21,0
Thyrsodium spruceanum 20 8,1 0,21 7,20 5,6925 3,9643 10,0 17,4
Parkia pendula 10 4,1 0,32 6,23 16,0359 8,7405 12,3 24,8
Dialium guianensis 9 3,6 0,34 6,14 13,0383 7,3375 12,5 31,1
Copaifera sp. 5 2,0 0,41 5,94 12,9094 7,5395 12,4 41,8
Himatanthus
18 7,3 0,11 5,94 2,6810 2,3877 9,6 13,5
phagedaenicus
Cupania revoluta 13 5,3 0,09 4,85 2,0964 1,3402 9,1 14,1
Bowdichia virgilioides 6 2,4 0,22 4,62 7,9745 2,4037 12,4 29,1
Guatteria pogonocarpus 4 1,6 0,26 4,56 11,1098 9,7015 14,4 42,4
Schoepfia obliquifolia 6 2,4 0,19 4,45 7,5957 3,0752 12,1 28,7
Protium sagotianum 7 2,8 0,17 4,39 4,0757 2,8664 9,5 21,7
Cupania oblongifolia 10 4,1 0,09 4,30 2,4442 1,2771 10,8 15,8
Virola gardneri 5 2,0 0,12 3,66 2,7331 1,6724 8,9 23,4
Coccoloba alnifolia 6 2,4 0,07 3,42 1,4104 0,7563 8,7 18,3
Allophylus edulis 6 2,4 0,03 3,16 0,9359 0,6540 8,1 12,8
Cordia nodosa 4 1,6 0,06 2,94 1,9138 1,0380 11,4 21,2
Campomanesia
5 2,0 0,03 2,94 0,7314 0,3083 6,8 12,6
eugenioides
Luehea ochrophylla 4 1,6 0,04 2,83 0,9605 0,3734 9,8 17,1
Andira nitida 5 2,0 0,01 2,83 0,3893 0,2377 8,1 11,0
Pouteria bangii 3 1,2 0,05 2,75 1,9075 1,0451 10,7 20,8
Hymenolobium janeirense 3 1,2 0,04 2,70 1,6178 1,0762 10,8 20,5
Miconia minutiflora 3 1,2 0,03 2,57 0,4384 0,1733 5,5 18,4
Guarea kunthiana 2 0,8 0,05 2,55 1,2362 0,1357 9,0 25,5
Inga dysantha 2 0,8 0,05 2,54 1,9151 0,7679 13,5 28,5
Inga thibaudiana 3 1,2 0,01 2,44 0,2447 0,1387 6,3 12,8
Myrtaceae 1 3 1,2 0,01 2,41 0,1912 0,0881 6,2 11,1

13
Tabela 18. Caracterização fitossociológica da vegetação de Mata Atlântica nas proximidades da APA de Santa
Cruz em trechos de encosta, Engenho Primavera, Goiana – Pernambuco.

127
Guapira opposita 1 1,2 0,05 2,40 2,4287 1,5715 17,0 42,6
Myrcia falax 3 1,2 0,01 2,40 0,2436 0,1461 9,0 10,7
Hymenaea rubiflora 1 0,4 0,02 2,36 0,7821 1,2384 6,0 40,7
Stryphnodendron
2 0,8 0,02 2,27 0,5345 0,3404 10,5 16,2
pulcherrimum
Andira legalis 2 0,8 0,03 2,25 0,4592 0,1226 11,0 15,3
Sclerolobium sp. 1 0,4 0,04 2,24 1,3592 0,1671 15,0 34,4
Guateria schomburgkiana 2 0,8 0,01 2,24 0,2385 0,1896 6,8 14,7
Andira sp. 2 0,8 0,01 2,20 0,1279 0,0520 5,5 11,6
Brosimum guianensis 2 0,8 0,01 2,19 0,2248 0,2080 10,8 11,5
Maytenus distichophylla 1 0,4 0,03 2,18 0,6366 0,5991 8,5 30,9
ALTU DIÂMETR
NO. DA VOLUME VOLUME
DOA VI RA O
ESPÉCIE IND (IND. TOTAL FUSTE
(M2.HA-1) (%) MÉDIA MÉDIO
. HA-1) (M3.HA-1) 3 -1
(M .HA )
(M) (CM)
Randia armata 2 0,8 0,01 2,17 0,1159 0,0930 7,8 9,7
Henriettea succosa 2 0,8 0,01 2,17 0,0965 0,0330 6,5 9,7
Brosimum sp. 1 0,4 0,02 2,11 0,8352 0,5220 16,0 25,8
Buchenavia capitata 1 0,4 0,02 2,08 0,6534 0,3485 15,0 23,8
Machaerium hirtum 1 0,4 0,01 2,07 0,3509 0,1754 9,0 22,3
Mangifera indica 1 0,4 0,01 2,04 0,3789 0,1894 12,0 20,0
Guettarda platypoda 1 0,4 0,01 2,04 0,2601 0,1530 8,5 19,7
Psidium sp. 1 0,4 0,01 2,04 0,2448 0,1530 8,0 19,7
Nectandra sp. 1 0,4 0,01 2,01 0,1788 0,1788 8,0 16,9
Erythroxylum squamatum 1 0,4 0,01 1,99 0,1212 0,1431 7,2 14,6
Myrcia sylvatica 1 0,4 0,01 1,97 0,0669 0,0669 7,5 10,7
Eugenia sp. 1 0,4 0,01 1,97 0,0649 0,0130 7,5 10,5
Xylopia frutescens 1 0,4 0,01 1,97 0,0326 0,0163 4,0 10,2
Anaxagorea dolichocarpa 1 0,4 0,01 1,96 0,0430 0,0287 6,0 9,6
Astrocaryum sp. 1 0,4 0,01 1,96 0,0595 0,0494 8,3 9,6
Fonte: Araújo & Ferraz, 2006.

Algumas espécies raras da Mata Atlântica nordestina, como a Cupania oblongifolia


(caboatã ferro), também foram registradas nos fragmentos de Mata Atlântica remanescente.
No espaço vertical, Tapirira guianensis (pau pombo), Simarouba amara (praiba) e Parkia
pendula (visgueiro) se destacam como plantas emergentes, apresentando árvores com
altura superior a 20m.

É comum a ocorrência de dois estratos no dossel da mata, sendo o primeiro ocupado


por espécies que alcançam mais de 7,5m de altura e o segundo por espécies que atingem
mais de 14m. Já no sub-bosque as espécies de Inga thibaudiana, Henriettia succosa, Inga
dysantha, Nectandra sp., Andira sp., Xylopia frutescens, Guateria schomburgkiana, Myrcia
sylvatica e Eugenia sp. se destacam em termos de números de indivíduos com alturas
inferiores a 8m (Figura 46).

Já em trechos mais planos, Araújo & Ferraz (2006) registram que Tapirira guianensis
(pau pombo) também se destaca em termos de densidade populacional e de valor de
importância econômica, seguida por Eschweilera ovata (imbiriba), Parkia pendula (visgueiro)
e Brosmium sp. (conduru) (Tabela 19). As espécies que tendem a ocorrer como emergentes

128
são Eschweilera ovata, Parkia pendula, Virola gardneri, Bowdichia virgilioides, Couepia
impressa, Buchenavia capitata e Mabea occidentalis por apresentar indivíduos com mais de
20m de altura, ocupando o espaço vertical dos remanescentes (Figura 47).

Figura 46: ESPÉCIES DA MATA ENGENHO PRIMAVEIRA14.

30

25

Visão da ocupação do espaço vertical do interior da floresta pelas diferentes árvores amostradas em uma

20
área do Engenho Primavera em Goiana, próximo à área da APA de Santa Cruz. Abaixo da primeira linha
pontilhada estão as espécies do sub-bosque; acima da primeira linha pontilhada estão às espécies do
Altura (m)

dossel mais baixo, acima da segunda linha pontilhada estão às espécies do dossel mais alto e acima da
terceira linha pontilhada estão às espécies emergentes.
Fonte: Araújo & Ferraz, 2006.

15
Tabela 19: CARACTERIZAÇÃO FITOSSOCIOLÓGICA DA VEGETAÇÃO DE MATA
ATLÂNTICA, ENGENHO SANTA TERESA.
DIÂME-
VOLUME VOLUME ALTURA
NO. DA DOA TRO
ESPÉCIE IVI (%) TOTAL FUSTE MÉDIA
IND. (IND.HA1) (M2.HA-1) MÉDIO
(M3.HA-1) (M3.HA1) (M)
(CM)
Tapirira guianensis 33 27,3 2,1721 19,71 38,64 24,15 12,0 26,2
Eschweilera ovata 28 23,2 1,1178 13,55 17,84 11,41 11,4 22,8
Parkia pendula
Brosimum sp.
1027
27
22,6
22,4
0,8187
0,7687
11,91
11,68
13,41
12,33
9,81
6,88
11,1
11,4
19,7
18,4
Sloanea guianensis 14 11,6 0,8557 8,89 14,21 8,11 12,7 28,21
Guarea sp. 14 11,6 0,8176 8,71 15,98 9,35 13,5 25,2

14
1 =Cecropia pachystachia; 2. Tapirira guianensis; 3 =Byrsonima sericea; 4 =Inga thibaudiana; 5 =Simarouba amara;
6 =Campomanesia eugenioides; 7 =Machaerium hirtum; 8 =Andira sp.; 9 =Myrtaceae 1; 10 =Copaifera sp.; 11 = Xylopia

5
frutescens; 12 =Dialium guianensis; 13 = Eschweilera ovata; 14 = Coccoloba alnifolia; 15 = Virola gardneri; 16 = Miconia
minutiflora; 17 =Stryphnodendron pulcherrimum; 18 = Protium sagotianum; 19 = Cupania revoluta; 20 = Schefflera
morototoni; 21 = Himatanthus phagedaenicus; 22 = Parkia pendula; 23 = Erythroxylum squamatum; 24 = Inga dysantha;
25 = Thyrsodium spruceanum; 26 = Schoepfia obliquifolia; 27 = Astrocaryum sp.; 28 = Hymenolobium janeirense; 29 =
Protium heptaphyllum; 30 = Bowdichia virgilioides; 31 = Myrcia falax; 32 = Guarea kunthiana; 33 = Allophylus edulis; 34
= Cupania oblongifolia; 35 = Guatteria pogonocarpus; 36 = Brosimum guianensis; 37 = Buchenavia capitata; 38 =
Andira nitida; 39 = Luehea ochrophylla; 40 = Guapira opposita; 41 = Nectandra sp.; 42 = Henriettia succosa; 43 =
Maytenus distichophylla; 44 = Pouteria bangii; 45 = Randia armata; 46 = Cordia nodosa; 47 = Psidium sp.; 48 =
Mangifera indica; 49 = Guateria schomburgkiana; 50 = Hymenaea rubiflora; 51 = Sclerolobium sp.; 52 = Andira legalis;

0
53 = Brosimum sp.; 54 = Anaxagorea dolichocarpa; 55 = Guettarda platypoda; 56 = Myrcia sylvatica e 57 = Eugenia
sp.).

129

0 3 6 9 12 15 18
Simarouba amara 10 8,3 1,0273 8,71 23,19 18,20 16,5 36,1
Aspidosperma discolor 9 7,3 0,8339 7,56 16,14 14,60 12,6 22,0
Buchenavia capitata 10 8,3 0,7493 7,41 15,08 10,67 14,5 31,2
Ficus trigonata 5 4,1 0,9859 7,29 18,18 11,69 15,2 53,9
Himatanthus
4 3,3 1,0311 7,25 19,71 19,71 11,8 40,0
phagedaenicus
Trichilia lepidota 11 9,1 0,6606 7,24 10,87 5,64 13,3 25,2
DIÂME-
VOLUME VOLUME ALTURA
NO. DA DOA TRO
ESPÉCIE IVI (%) TOTAL FUSTE MÉDIA
IND. 1
(IND.HA ) 2 -1
(M .HA ) MÉDIO
(M3.HA-1) (M3.HA1) (M)
(CM)
Pouteria bangii 8 6,6 0,6120 6,27 10,52 6,87 11,6 26,6
Cecropia pachystachia 12 9,9 0,3895 6,22 5,30 5,30 9,6 21,4
Sarcaulus brasiliensis 11 9,1 0,4344 6,18 6,23 3,96 11,8 22,7
Micropholis sp. 10 8,3 0,4497 6,01 8,37 4,86 14,6 24,4
Thyrsodium spruceanum 11 9,1 0,3670 5,87 5,31 3,92 11,2 20,7
Artocarpus integrifolia 10 8,3 0,3735 5,65 4,59 3,21 9,5 22,4
Schoepfia obliquifolia 7 5,8 0,3786 4,94 7,79 5,33 15,1 26,7
Vochysia thyrsoidea 5 4,1 0,4641 4,85 7,89 6,06 12,5 34,8
Schefflera morototoni 7 5,8 0,3318 4,72 6,45 4,52 10,2 20,9
Bowdichia virgilioides 7 5,8 0,3109 4,62 5,93 3,61 14,4 25,1
Hymenolobium
4 3,3 0,4384 4,48 8,53 5,25 14,5 35,6
janeirensis
Inga thibaudiana 8 6,6 0,1984 4,34 2,79 4,93 11,6 18,6
Couepia impressa 2 1,7 0,5042 4,30 12,99 5,98 18,0 54,8
Nectandra cuspidata 5 4,1 0,3188 4,17 4,75 2,93 12,2 30,1
Virola gardneri 5 4,1 0,3083 4,12 7,26 5,46 16,0 26,9
Ficus sp. 4 3,3 0,3513 4,07 6,69 4,24 15,6 35,9
Mabea occidentalis 5 4,1 0,2836 4,00 6,05 3,70 15,8 26,1
Byrsonima sericea 6 5,0 0,2192 3,95 3,05 1,34 9,7 21,6
Protium sagotianum 5 4,1 0,2506 3,85 5,23 1,08 12,6 22,8
Copaifera langsdorfii 6 5,0 0,1585 3,66 2,81 2,85 11,06 18,1
Rheedia gardneriana 6 5,0 0,1147 3,46 1,41 1,41 10,2 16,6
Sorocea hilarii 5 4,1 0,1640 3,44 2,90 1,78 11,3 19,9
Luehea ochrophylla 6 5,0 0,1041 3,41 1,32 0,98 10,0 16,2
Hymenaea rubiflora 5 4,1 0,1365 3,32 2,37 1,29 11,2 18,8
Stryphnodendron
5 4,1 0,1064 3,17 1,82 1,60 13,0 17,7
pulcherrimum
Clarisia racemosa 3 2,5 0,1602 2,93 2,67 2,58 11,8 27,4
Cupania revoluta 2 1,7 0,1878 2,82 2,94 2,02 13,3 37,9
Leguminosae 1 3 2,5 0,1106 2,70 1,93 1,43 13,7 22,9
Myrcia sylvatica 4 3,3 0,0510 2,67 0,82 0,82 12,4 13,7
Indeterminada 2 1 0,8 0,1928 2,60 3,72 2,79 16,0 54,4
Cinnamomum triplinerve 2 1,7 0,1049 2,43 1,87 0,94 13,0 26,9
Senna georgica 3 2,5 0,0431 2,39 0,67 0,67 12,0 14,0
Myrsine guianensis 3 2,5 0,0359 2,35 0,34 0,21 7,8 13,1
Ocotea glomerata 1 0,8 0,1349 2,33 2,60 2,60 16,0 45,5
Inga edulis 2 1,7 0,0799 2,31 1,47 0,47 12,0 22,0
Protium heptaphyllum 2 1,7 0,0325 2,09 0,53 0,36 11,5 15,0
Ocotea floribunda 1 0,8 0,0842 2,09 1,42 0,20 14,0 36,0
Myrcia falax 2 1,7 0,0313 2,09 0,40 0,23 9,0 14,8
Inga subnuda 2 1,7 0,0276 2,07 0,39 0,16 11,5 14,2
Manilkara salzmanii 1 0,8 0,0784 2,06 1,13 0,52 12,0 34,7
Meliaceae 1 1 0,8 0,0741 2,04 1,56 1,56 17,5 33,7
Myrcia sp. 1 0,8 0,0673 2,01 1,30 0,64 16,0 32,2
Miconia calvens 2 1,7 0,0135 2,00 0,15 0,12 9,5 10,2

130
Dialium guianensis 1 0,8 0,0558 1,96 0,87 0,87 13,0 29,3
Astrocaryum sp. 1 0,8 0,0499 1,93 0,84 0,84 14,0 27,7
Cinnamomum sp. 1 0,8 0,0287 1,83 0,31 0,31 9,0 21,0
Guapira graciliflora 1 0,8 0,0287 1,83 0,40 0,10 11,5 21,0
Indeterminada 1 1 0,8 0,0214 1,80 0,34 0,13 13,0 18,1
DIÂMET
DOA VOLUME VOLUME ALTURA
NO. DA IVI RO
ESPÉCIE (M2.HA- TOTAL FUSTE MÉDIA
IND. (IND.HA1) 1 (%) MÉDIO
) (M3.HA-1) (M3.HA1) (M)
(CM)
Heisteria sp. 1 0,8 0,0171 1,78 0,20 0,13 9,6 16,2
Myrtaceae 1 1 0,8 0,0152 1,77 0,16 0,10 9,0 15,3
Ocotea indecora 1 0,8 0,0112 1,75 0,18 0,18 12,0 13,7
Pradosia sp. 1 0,8 0,0116 1,75 0,10 0,03 7,5 13,4
Brosimum guianensis 1 0,8 0,0100 1,74 0,09 0,09 7,5 12,4
Sapotaceae 1 1 0,8 0,0090 1,74 0,13 0,13 12,0 11,8
Jacaranda puberula 1 0,8 0,0085 1,73 0,11 0,11 11,0 11,5
Trichilia sp. 1 0,8 0,0068 1,73 0,07 0,07 9,0 10,2
Miconia sp. 1 0,8 0,0059 1,72 0,05 0,05 6,8 9,6
Fonte: Araújo & Ferraz, 2006.

Figura 47: ESPECIES DA MATA DO ENGENHO SANTA TEREZA15


25

20

15
Altura (m)

10

0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69
Visão da ocupação do espaço vertical do interior
Espécies da matada do
floresta pelas
Engenho diferentes
Santa Tereza árvores amostradas em uma
área de Mata Atlântica, Engenho Santa Teresa, Goiana, Pernambuco, nas proximidades da APA de Santa
Cruz. Abaixo da primeira linha pontilhada estão as espécies do sub-bosque; acima da primeira linha

15
1 = Brosimum guianensis; 2 =Eschweilera ovata; 3 =Cinnamomum sp.; 4 = Schefflera morototoni; 5 =Pradosia
sp.; 6 = Tapirira guianensis; 7 =Parkia pendula; 8 =Simarouba amara; 9 = Thyrsodium spruceanum; 10 =Sorocea
hilarii; 11 =Astrocaryum sp.; 12 =Ficus trigonata; 13 =Brosimum sp.; 14 =Artocarpus integrifolia; 15 = Inga
subnuda; 16 =Virola gardneri; 17 =Protium sagotianum; 18 =Inga edulis; 19 =Trichilia sp.; 20 =Indeterminada 1;
21 = Stryphnodendron pulcherrimum; 22 = Rheedia gardneriana; 23 = Myrcia sylvatica; 24 = Bowdichia
virgilioides; 25 = Himatanthus phagedaenicus; 26 = Luehea ochrophylla; 27 =Cecropia pachystachia; 28 =
Byrsonima sericea; 29 = Myrcia falax; 30 = Aspidosperma discolor; 31 = Jacaranda puberula; 32 =
Hymenolobium janeirensis; 33 = Sloanea guianensis; 34 = Schoepfia obliquifolia; 35 = Couepia impressa; 36 =
Myrcia sp.; 37 = Miconia calvens; 38 = Pouteria bangii; 39 = Vochysia thyrsoidea; 40 = Clarisia racemosa; 41 =
Protium heptaphyllum; 42 = Miconia sp.; 43 = Buchenavia capitata; 44 = Cupania revoluta; 45 - Indeterminada 2;
46 - Trichilia lepidota; 47 - Copaifera langsdorfii; 48 = Ocotea indecora; 49 = =Micropholis sp.; 50 =Ocotea
glomerata; 51 = Guarea sp.; 52 = Mabea occidentalis; 53 = Sarcaulus brasiliensis; 54 = Nectandra cuspidata; 55
= Myrsine guianensis; 56 =Hymenaea rubiflora; 57 = Inga thibaudiana; 58 = Leguminosae 1; 59 = Myrtaceae 1;
60 = Heisteria sp.; 61 = Ficus sp.; 62 = Ocotea floribunda; 63 = Manilkara salzmanii; 64 = Dialium guianensis; 65
= Cinnamomum triplinerve; 66 = Guapira graciliflora; 67 =- Senna georgica; 68 =Meliaceae 1; 69 =Sapotaceae
1).

131
pontilhada estão as espécies do dossel mais baixo, acima da segunda linha pontilhada estão as espécies
do dossel mais alto e acima da terceira linha pontilhada estão as espécies emergentes.
Fonte: Ferraz & Araújo, 2006.

5.2.1.2.2 Manguezal

a) Caracterização tipológica e florística das áreas de manguezais

Os manguezais são ecossistemas costeiros onde ocorre uma transição entre o


ambiente terrestre e o ambiente marinho e são sujeitos ao regime das marés (SILVA, 1995;
SCHULER et al,. 2000; MARTINS e MOREIRA, 2007). A vegetação do manguezal ocorre
margeando as áreas estuarinas, como por exemplo, a do estuário do canal de Santa Cruz e
a do rio Paripe. Essas áreas são caracterizadas por um clima classificado como quente e
úmido, com chuvas de outono-inverno, temperaturas que oscilam em torno de 27oC e
precipitações que variam de 1.000 a 2000 mm.ano-1. Os solos são hidromórficos e
halomórficos, constituídos de sedimentos argilosos e argilo-arenosos (SILVA, 1995; DEUS,
2000).

A composição florística da vegetação lenhosa terrestre dos manguezais ocorrentes


na APA de Santa Cruz é de baixa diversidade, como ocorre em todas as áreas de
manguezais do litoral brasileiro (SCHAEFFER-NOVELLI & CINTRÓN 1986; MEDEIROS
1996; SOUZA, 1996). As espécies que ocorrem nos estuários na área da APA de Santa
Cruz são Rizophora mangle L. (mangue vermelho), Avicennia Schaueriana Stapf. &
Leechman (mangue preto), Laguncularia racemosa Gaertn.f. (mangue branco) e
Conocarpus erectus L. (mangue de botão).

Entre essas espécies a Rizophora mangle é dominante na estrutura da vegetação


chegando até ao limite da terra firme. Indo na direção da terra firme a Langucularia
racemosa passa a dominar na estrutura do bosque, pois os sedimentos nessa faixa passam
conter um pouco mais de areia, tornado-se argilo-arenosos. Já na proximidade do mar, onde
a salinidade das águas e o teor de areia dos solos são mais altos, passa predominar a
Avicennia Schaueriana. O Conocarpus erectus ocorre nos trechos mais elevados nas
margens do manguezal mais próxima da terra firme e geralmente forma populações pouco
numerosas. Logo, de acordo com o tipo de sedimento predominante, ocorre variação em
composição e estrutura dos bosques de manguezais estabelecidos, existindo em alguns
trechos bosques monoespecíficos e em outros um conjunto maior de espécies com
densidade populacional variada.

Além das espécies típicas registradas para as áreas de manguezais, algumas outras
são referidas na literatura para áreas de manguezais de Vila Velha, Itamaracá/PE como: as
herbáceas Desmodium barbatum, Acrostichum aureum (Samambaia do mangue),

132
Eleocharis caribaea (junco bravo), Fimbristyllis glomerata, Scleria bracteata, Cyperus sp., o
arbusto Annona glabra e a hemi-parasita Psittacanthus dichrous (erva-de-passarinho)
(SCHULER et al. 2000).
Na região do canal de Santa Cruz o manguezal é de extrema importância para
população local por fornecer alimento, combustível, material para construção etc., estando
sujeito a forte pressão de uso, o que leva ao assoreamento e a degradação de certos
trechos, apesar de ainda existirem algumas áreas de manguezais que apresentam bom
estado de conservação, como é o caso das áreas do estuário do rio Paripe (SCHULER et al.
2000), sendo importante o desenvolvimento de ações que contribuam para manutenção e
melhoria do estado de conservação dessas áreas, pois as mesmas apresentam beleza
estética, potencial turístico, produção pesqueira, reserva de biomassa madeireira, além de
funcionar como estabilizadoras de formações litorâneas (SILVA, 1995).

Caracterização estrutural das áreas de manguezais

A estrutura dos manguezais de Pernambuco, comparada com outras formações do


domínio atlântico, apresentam pouca variação nas relações de abundâncias das
populações. Em estudos realizados por Silva (1995) e Medeiros (1996), numa área próxima
ao estuário do rio Paripe, mostraram que o manguezal do rio Paripe é arbustivo arbóreo,
apresentando uma densidade média em torno de 3487 ind.ha-1, sendo Rizophora mangle a
espécie que mais se destaca em termos de densidade e área basal nos manguezais
pernambucanos (Tabela 20). A produção de biomassa das áreas de manguezais foi
estimada em torno de 104,79 Mg.ha-1 por Medeiro (1996). Silva (1995) destacou, ainda,
ocorrer zonação na distribuição das espécies em resposta a frequência de inundação e a
textura do solo.

Tabela 20: ESTRUTURA DE UMA COMUNIDADE DE MANGUEZAL AMOSTRADA NO


ESTUÁRIO DO RIO PARIPE-PE.
FAMÍLIA/ESPÉCIE Nº ÁREA BASAL (M2.HA-1) VARIAÇÃO DE ALTURA (M)
RHIZOPHORACEAE
Rizophora mangle L. 179 8,9823 7-8
COMBRETACEAE
Laguncularia racemosa
48 3,6508 3,8 – 13,5
Gaertn.f.
Conocarpus erectus L. 3 0,0246 1,3 – 2,7
AVICENNACEAE
Avicennia Schaueriana Stapf.
14 1,4577 3,4 – 5,0
& Leechman
Fonte: Adaptado de Silva, J.D. V. (1995). Parâmetros oceonográficos e distribuição das espécies e bosques de mangue do
estuário do rio Paripe-Pernambuco. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal Rural de Pernambuco. 79p.

133
5.2.1.2.3 Restingas

a) Caracterização tipológica e florística das áreas de restingas

As restingas são consideradas ecossistemas associados à Mata Atlântica que


abrigam tanto espécies comuns a áreas de Mata Atlântica como espécies típicas desse
ecossistema (ZICKEL et al., 2007). Esses ecossistemas ocorrem sobre uma planície de
solos silicosos existentes entre as praias e os morros da formação Barreiras, apresentam
tamanhos variados e abrigam uma vegetação mais esparsa e de menor porte quando
comparado a áreas de Mata Atlântica (ANDRADE-LIMA, 1961).

Às vezes o termo restinga é utilizado na literatura para denominar apenas o tipo de


vegetação que ocorre sobre a planície costeira e, às vezes, é o utilizado designar todo o
sistema substrato-vegetação. Devido a isso, a vegetação de restinga às vezes é confundida
com a vegetação dos tabuleiros costeiros que são consideradas como manchas de cerrado
(CANTARELLI, 2003). Este fato ocorre porque esses dois tipos de vegetação se
estabelecem sobre solos arenosos e apresentam muitas espécies em comum. Todavia, os
tabuleiros costeiros são localizados sobre porções arenosas que recobrem os tabuleiros da
formação Barreiras (de origem terciária), atingindo cotas entre 40 e 150 m de altura.
Enquanto que as restingas estão localizadas sobre terrenos arenosos de origem quaternária
(Pleistoceno e Holoceno) (CANTARELLI, 2003).

Do ponto de vista florístico-vegetacional o termo restinga é utilizado para designar o


conjunto de comunidades vegetais, sob influência marinha e flúvio-marinha, distribuídas em
mosaico, com variações fisionômicas (CANTARELLI, 2003), conforme apresenta a Figura
48, e que abriga considerável diversidade florística (SACRAMENTO et al., 2007; ZICKEL et
al., 2007; SILVA et al., 2008). De acordo com Andrade-Lima (1957), as restingas podem ser
classificadas como mata de restinga e campos de restinga ou restinga propriamente dita,
sendo que as matas de restinga abrigam uma fisionomia mais florestal e os campos de
restinga ou restinga propriamente dita abrigam fisionomias de vegetação mais arbustiva.

Entre as espécies freqüentes neste tipo vegetacional encontram-se Anacardium


occidentale (cajueiro), Harcornia speciosa (mangabeira), Moquilea tomentosa (oiti da praia),
Curatela americana (lixeira), Tapirira guianensis (pau Pombo), Protium heptaphyllum
(amescla), Licania tomentosa (oiti), Buchenavia capitata (imbiridiba), Manilkara salzmanni
(maçaranduba) e Andira nitida (angelim) (ANDRADE-LIMA, 1961; CANTARELLI, 2003;
SACRAMENTO et al., 2007; ZICKEL et al., 2007). Entre as famílias de maior riqueza de
espécies destacam-se Poaceae, Fabaceae, Cyperaceae, Euphorbiaceae, Myrtaceae,
Rubiaceae, Caesalpiniaceae, Mimosaceae, Asteraceae, Orchidaceae, Bromeliaceae,

134
Boraginaceae, Malvaceae, Solanaceae, Annonaceae, Araceae, Chrysobalanaceae,
Malpighiaceae e Melastomataceae (ZICKEL et al., 2007).

O conjunto florístico das áreas de restingas da APA do canal de Santa Cruz é similar
ao conjunto florístico das restingas do litoral sul de Pernambuco, mas as áreas de restinga,
em geral, vem sofrendo muita influência antrópica.

Caracterização estrutural das áreas de restingas

Em Pernambucano, a estrutura da vegetação de restinga só foi bem caracterizada


para o litoral sul, inexistindo trabalhos publicados sobre as características fitossociológicas
das restingas da APA de Santa Cruz. Apesar disso, os estudos de Andrade-Lima (1957)
relatam que essas áreas abrigavam fisionomias de vegetação lenhosa e vegetação
arbustiva com densidade variável.

Figura 48: VEGETAÇÃO DE RESTINGA.

Foto 47: Vista de uma área com vegetação de restinga ocorrente nas
proximidades do município de Goiana
Fonte: Araújo & Ferraz, 12/ 2006.

5.2.1.2.4 Áreas antrópicas

Em toda a APA de Santa Cruz ocorrem áreas antrópicas próximas as áreas de


vegetação nativa, sejam elas pertencentes aos ecossistemas manguezais, restinga ou
floresta atlântica (ANDRADE-LIMA, 1961; SILVA, 1985; Governo do Estado de Pernambuco
2000; SCHULER et a.l., 2000; SACRAMENTO et al., 2007; CANTARELLI, 2003). Isto ocorre
tanto devido a beleza cênica da faixa costeira do litoral de Pernambuco, com áreas de
praias turísticas que sofre pressão do mercado imobiliário, quanto devido às atividades

135
humanas de subsistência e de produção. As espécies vegetais da APA de Santa Cruz
apresentam importância econômica diversificada (FERRAZ et al., 2002, Foto 48), sendo
ainda muito comum registrar a exploração da vegetação dos diferentes ecossistemas
através do corte da madeira que é usada como lenha pela população de baixa renda, como
caibro no setor de construção ou no fabrico de pequenas peças de madeira.

Além disso, outras atividades econômicas locais como a agricultura e a pecuária


também fragmentam e modificam as paisagens dos diferentes ecossistemas da APA de
Santa Cruz. Alguns trechos são modificados para o estabelecimento de atividades de
agricultura (Figura 49, foto 49), destacando-se o cultivo do coqueiro, sobretudo nas áreas de
restinga, da cana-de-açúcar e de fruteiras (ANDRADE-LIMA, 1957; Governo do estado de
Pernambuco, 2000; SACRAMENTO et al., 2007). Outras áreas são usadas como pastagem
para os animais e em outras são estabelecidos sítios e granjas. Todas essas atividades
descaracterizam os ecossistemas naturais, modificam a estrutura da vegetação nativa e
levam a redução do tamanho das populações e perda local de biodiversidade.

Figura 49: VEGETAÇÃO NAS ÁREAS ANTRÓPICAS.

Foto 48: Detalhe do tronco de uma planta de Foto 49: Vista de uma área de canavial que
interesse econômica que sofre pressão antrópica circunda trechos com vegetação de Mata
nos fragmentos de Mata Atlântica nas Atlântica nas proximidades do município de
proximidades do município de Goiana. Goiana.
Fonte: Araújo & Ferraz, 12/ 2006.

5.2.1.3 Refúgios da Vida Silvestre

Além dos fragmentos disjuntos de Mata Atlântica no interior da APA de Santa Cruz,
já existem algumas unidades de conservação com vegetação de Mata Atlântica que
apresentam padrão de riqueza florística similar ao indicado no Quadro 6 e que merecem
destaque, como é o caso das Zonas de Preservação da Vida Silvestre: Mata do Amparo,
Mata do Engenho Macaxeira, Engenho São João, Mata de Jaguaribe, Mata de Santa Cruz e
Mata Lanço das Canções, todas localizadas na Ilha de Itamaracá/PE e definidas na Lei
Estadual nº 13.539 de 2008.

136
• Refúgio da Vida Silvestre da Mata do Amparo tem 172,90 ha e é cercada, sendo
rodeada por áreas de plantio de coqueiro, áreas de sítios e áreas de granja.
• Refúgio da Vida Silvestre da mata do Engenho São João tem 34 ha é aberta e no
seu entorno ocorrem áreas de pastagem e de agricultura, o que torna a mesma
vulnerável devido aos riscos de invasão.
• Refúgio da Vida Silvestre do Engenho Macaxeira tem 60,84 ha, não é cercada e em
seu entorno ocorrem áreas antropizadas, sendo a terra utilizada para o cultivo de
coqueiro e fruteiras, e áreas de manguezais e de capoeira de Mata Atlântica.
• Refúgio da Vida Silvestre da Mata de Jaguaribe possui 107,36 ha também não é
cercada, fica próxima a praia e em seu entorno ocorrem áreas de capoeiras de
restinga, de manguezais e de cultivo de coqueiro.
• Refúgio da Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz tem 54,68 ha, não é cercada e
apresenta-se rodeada por áreas de cultivo de coco e fruteiras e por ares de sítios.
• Refúgio da Vida Silvestre da Mata de Lanço dos Cações apresenta 50,12 ha e
também é rodeada por áreas de agricultura, de sítios e de granjas (Lei Estadual nº
13.539 de 2008).

Todas esses refúgios da Vida Silvestre apresentam vegetação de Mata Atlântica e,


com exceção da Mata do Amparo, sofrem pressão antrópica, causada pelo corte para o uso
da madeireira que são utilizadas, por exemplo, para caibro e lenha, evidenciando a
necessidade de ações para sua proteção.

5.2.1.4 Espécies exóticas e invassoras

Das espécies listadas no Quadro 9, apenas dez espécies podem ser indicadas como
exóticas na área. Todas são plantas cultivadas: Mangifera indica, Spondias monbim,
Coccus nucifera, Euterpe edulis, Euphorbia tirucalli, Artocarpus integrifolia, Syzygium
jambolanum, Syzygium malaccense, Bambusa vulgaris e Saccharum officinarum.
A distribuição dessas espécies nos diferentes ecossistemas da APA de Santa Cruz
está indicada no Quadro 09.

Um check list sobre as espécies vegetais invasoras da Mata Atlântica, da Restinga e


dos Manguezais do estado de Pernanbuco ainda não foi publicado. Todavia, existem
indicativos de algumas espécies que apresentam comportamento de invasibilidade em
outros estados. Geralmente, ações humanas intencionais ou acidentais são tidas como os
principais fatores promotores de condições para invasibilidade biológica das espécies
(SILVA MATOS e PIVELO, 2009). Entre as espécies listadas na Quadro 9, apenas
Artocarpus integrifolia, Mangifera indica, Elaeis guineensis e Bambusa vulgaris são

137
indicadas como invasora na literatura (SIQUEIRA, 2006; SILVA MATOS e PIVELO, 2009) e
entre essas, a Elaeis guineensis (dendenzeiro) ocorre principalmente nas áreas ciliares da
mata atlântica.

5.2.1.5 Conclusões

A riqueza de espécies é elevada dentro da área da APA de Santa Cruz, mas poucas
estão registradas na lista Oficial do IBAMA como ameaçada de extinção, como foi o caso de
Euterpe edulis e de Swartzia pickelii. As espécies lenhosas são exploradas para fins
diversificados, sendo o uso madeireiro o mais freqüente, pois várias espécies são utilizadas
para lenha, fabricação de peças, construção, etc.

De maneira geral, os fragmentos de vegetação de Mata Atlântica apresentam


tamanhos e formatos variados e composição florística bastante similar. Alguns fragmentos
podem ser pontos de atração turística, como é o caso da Lagoa Azul. O plantio da cana-de-
açucar basicamente ocorre próximo aos fragmentos de Mata Atlântica ao longo da BR 101,
sobretudo no município de Goiana. Em Itamaracá as áreas de coqueirais abundam mais que
as áreas de canaviais e ocorrem próximas ao manguezal e a áreas de restinga, Mata
Atlântica e de praias.

É importante registrar que em vários pontos das áreas de coqueirais o manejo não é
freqüente e a regeneração da vegetação nativa estava bem desenvolvida, evidenciando o
potencial de recuperação da área.

Os sítios aparentemente mais vulneráveis ocorrem próximos as áreas urbanas, áreas


de praia e áreas de remanescentes de vegetação de Mata Atlântica e Restinga. A
vulnerabilidade se dá devido à intensidade dos empreendimentos imobiliários, fazenda de
camarão e expansão dos cultivos já existentes. As praias de Ponta de Pedra; praia de
Tabatinga; praia do Forte; praia de Jaguaribe; praia do Sossego e praia Enseada dos
Golfinhos são de elevada beleza cênica e são importantes pontos turísticos da região. Além
disso, os manguezais da Ilha de Itapessoca são sítios vulneráveis devido ao excesso de
poluentes lançados no ar. Naquela região, existem fábricas que lançam poluentes na
atmosfera que se depositam na superfície das folhas das plantas do manguezal,
influenciando o desenvolvimento das mesmas.

Foram observadas algumas áreas de proteção ecológica, com vegetação de Mata


Atlântica na APA de Santa Cruz, mas estas Zonas de Preservação da Vida Silvestre (ZPVS)
ocorrem de forma disjunta. Seria interessante o desenvolvimento de ações para estabelecer
corredores ecológicos entre as áreas de ZPVS, visando para facilitar o fluxo gênico das
populações remanescentes.

138
Quadro 10: AMEAÇAS RELACIONADAS AO MEIO BIOTICO.
MEDIDAS
TIPO/CARACTERIZAÇÃO LOCALIZAÇÃO CAUSAS CONSEQÜÊNCIAS
MITIGADORAS
• Perda de biodiversidade;
• Erosão do solo;
• Empobrecimento do solo;
• Restauração dos
1 - Desmatamento (retirada
Nos fragmentos de Mata
Para fins de subsistência, • Perda de habitat para realização fragmentos de
Atlântica de Itamaracá e dos ciclos de vida das
parcial e/ ou total da comercialização, vegetação;
nos manguezais do Canal comunidades biológicas;
vegetação natural) agricultura, entre outras. • Educação ambiental;
de Santa Cruz. • Pertubação dos mananciais,
• Fiscalização.
alteração da dinâmica do ciclo
hidrológico; e
• Podificação da paisagem natural.
• Perda da diversidade de
Fragmentos de vegetação
Subsistência, exemplares;
natural na ilha de Educação ambiental e
2 - Caça comercialização e • Redução do tamanho das
Itamaracá e no município Fiscalização.
amadorística. populações; e
de Goiana.
• Perda da variabilidade genética.
• Perda de substrato para
Atapuz,no município de reprodução das espécies; Educação ambiental e
3 – Retirada de solo (areia) Comercialização.
Goiana. • Erosão; e Fiscalização.
• Modificação da paisagem.
Toda faixa costeira da APA Crescimento urbano e • Perda de habitat natural; e Educação ambiental e
4 – Especulação imobiliária
de Santa Cruz. turismo. • modificação da paisagem natural. Fiscalização.
Transformação dos
Ambientes costeiros de sistemas aberto para
5 – Ampliação da
Itapissuma, Itamaracá e Comercialização. Eutrofização dos cursos d’água. os fechados nos
Carcinicultura
Goiana. programas de
carcinicultura
Fonte: Mendes Jr. Ferraz & Araújo, 12/2009.

139
5.2.2 CARACTERIZAÇÃO DA FAUNA TERRESTRE

Para elaborar a caracterização da fauna da APA de Santa Cruz, foram realizados os


levantamentos dos dados secundários. E, com o objetivo de consolidar os dados obtidos no
levantamento secundário, foram realizadas idas ao campo, a APA de Santa Cruz, para
observação dos diversos ambientes e seus componentes faunísticos. Dessa forma, o
trabalho foi realizado, considerando a bibliografia existente, como também, através da
observação e captura de animais ocorrentes na região16.

Os levantamentos da fauna indicaram 27 espécies de anfíbios, 61 de répteis, 219


aves e 53 de mamíferos. Os registros foram nos remanescentes de mata, manguezais,
praias, estuários, alagados, e nas áreas antrópicas.

5.2.2.1 Herpetofuna

A herpetofauna, composta por anfíbios e repteis, forma um grupo proeminente em


quase todas as comunidades terrestres, sendo atualmente conhecidas cerca de 5.000
espécies de anfíbios (FROST, 2008) e mais de 8.000 espécies de repteis (UETZ, 1995). A
região neotropical abriga uma das mais ricas faunas de repteis e anfíbios do planeta
(DUELLMAN, 1988), totalizando cerca de 80% da diversidade dos dois grupos (POUGH,
1998).

A herpetofauna existente em fragmentos florestais, ainda que em áreas protegidas,


encontra-se provavelmente ameaçada (IUCN, 2008). A ação do homem, cada vez mais
intesificada, trás prejuízos a biodiversidade destes locais com a destruição de seus habitats,
em razão da expansão populacional da cidade, da introdução de espécies exóticas e da
presença de focos de incêndio (SILVANO, 2003). Além disto, a proximidade dos centros
urbanos expõe os fragmentos à retirada predatória de espécies animais e vegetais. Esses
fragmentos também são expostos aos efeitos da poluição do solo e da água por
contaminantes locais, como agrotóxicos, ou trazidos pelo vento e chuva a partir de grandes
centros.

Dessa forma, estudos sobre a composição faunística são fundamentais para a


compreensão da biodiversidade e, conseqüentemente, para o planejamento e tomada de
decisões sobre estratégias de conservação (HADDAD, 1998).
Conforme mencionado na introdução, para execução do levantamento da
herpetofauna (anfíbios e répteis) foram utilizados dados bibliográficos sobre trabalhos
16
As fotografias apresentadas que estão com as coordenadas foram tiradas durante a saída de campo. As
demais foram de arquivos sobre a região.

140
desenvolvidos na região, dados levantados por instituições, captura e observações de
campo realizadas na área da APA de Santa Cruz.

O método de observação consiste em caminhar lentamente ao longo de uma trilha


ou trajeto nos períodos, tanto diurno como noturno, com o objetivo de observação e
captura/recaptura da herpetofauna ou busca de vestígios (fezes, restos de presas e pele). A
cada lado da trilha, uma área de cinco metros foi amostrada até uma altura de três a quatro
metros. Foram vistoriados: a serrapilheira, troncos em decomposição, cavidades de troncos,
a vegetação, dentro de buracos no solo e outros locais que podem servir de abrigos desses
animais. Os animais localizados foram capturados manualmente e acondicionados em
sacos plásticos umedecidos para posterior análise. Após as análises os animais foram
soltos no local da captura. Além dos animais capturados, foram contabilizados os animais
observados e os que estavam vocalizando. Todos os dados foram anotados em cadernetas
de campo, com data, local e espécie. Os pontos de captura foram georreferenciados e estão
demonstrados na Tabela 21.

A comunidade local foi entrevistada para a obtenção de informações sobre as


prováveis espécies que ocorrem na área e que por ventura não tivessem sido visualizadas
na ocasião do trabalho de campo.

Tabela 21 : PONTOS GEORREFERENCIADOS EM UTM DA BUSCA ATIVA.


LOCAIS DE COLETA APA SANTA CRUZ
Ponto 1 0335452:9432626
Ponto 2 0482819:9349246
Ponto 3 0295890:9139710
Fonte: Milena Sardou, 11/2009.

Foram registrados 27 espécies de anfíbios e 61 de répteis. Entre os anfíbios, os


registros indicam, principalmente, espécies da Mata Atlântica, a exemplo de Rhinella jimi,
Hypsiboas atlanticus e Dendropsophus branneri.

Algumas espécies terrestres são pouco exigentes quanto às áreas com grande
cobertura vegetal, principalmente alguns lagartos, como: Tropidurus hispidus, Tupinambis
merianae e Ameiva ameiva (foto 07 – Figura 50); boa parte das serpentes da Família
Colubridae e algumas das peçonhentas: Crotalus durissus cascavella e Bothrops
erythromelas.

Outras espécies estão associadas com áreas de considerável cobertura vegetal,


principalmente os lagartos arborícolas como: Iguana iguana, Anolis punctatus, Enyalius
catenatus e Polychrus marmoratus; e as serpentes de mesmo hábito: Oxybelis aeneus,

141
Chironius carinatus, Philodryas nattereri, Pseutes suphureus, Boa constrictor constrictor,
Epicrates cenchria, Corallus hortulanus e Bothrops bilineatus. Muitas outras utilizam
recursos associados com a cobertura vegetal, sendo eles: troncos, bromélias e folhiço. São
enquadradas nessa categoria a maioria das espécies terrestres restantes, principalmente as
serpentes: Lachesis muta rhomebeata, Micrurus ibiboboca, Micrurus leminiscatus; o
quelônio: Geochelone carbonaria e os lagartos: Strobilurus torquatus, Mabuya
macrorhyncha, Mabuya heathi e Ophiodes striatus.

Alguns desses animais apresentam hábitos fossoriais, sendo encontrados nos


ambientes sombreados com solo úmidos e de baixa salinidade: as espécies dos gêneros
Amphisbaena sp., Typhlops sp. e Leptotyphlops sp.

Nos ambientes mais próximos às residências, é possível encontrar alguns répteis


bem adaptadas a esses locais, como os lagartos: Tropidurus hispidus, Hemidactylus
mabouia; anfisbenídios, muitas serpentes da família Colubridae e até a serpente peçonhenta
Crotalus durissus cascavella. Durante a campanha da campo, em novembro de 2009. foram
registradas 14 espécies da anurofauna, distribuídas em quatro famílias: Bufonidae (2 sp),
Hylidae (7 sp), Leptodactylidae (3 sp) e Leiuperidae (2 sp) (Tabela 22).

Tabela 22: ANUROS REGISTRADOS POR BUSCA ATIVA(dados primários).


LOCAL DE Nº DE ESPÉCIMES
GRUPO TAXONÔMICO ESPÉCIE
CAPTURA REGISTRADOS
Classe AMPHIBIA
Ordem ANURA
Rhinella jimi Pontos 1 e 3 04
Família BUFONIDAE
Rhinella granulosa Ponto 2 18
Hypsiboas
Ponto 3 07
albomarginatus
Hypsiboas raniceps Ponto 2 02
Dendropsophus branneri Ponto 3 05
Família HYLIDAE Dendropsophus decipiens Ponto 2 03
Dendropsophus microps Ponto 2 03
Scinax x-signatus Pontos 2 e 3 01
Scinax fuscovarius Ponto 2 03
Leptodactylus vastus Pontos 1 e 3 05
Família
Leptodactylus ocellatus Pontos 1 e 3 >50
LEPTODACTYLIDAE
Leptodactylus fuscus Ponto 1 02
Pseudopaludicola
Pontos 3 03
Família LEIUPERIDAE mystacalis
Physalaemus cuvieri Ponto 3 02
Fonte: Milena Sardou, 11/2009.

A família Hylidae foi a mais representada com identificação de 07 espécies, porém a


espécie mais capturada pertence à família Leptodactylidae (L. ocellatus).

142
Dos três pontos de coleta, o ponto 3 foi o que apresentou maior diversidade (oito
espécies) e o ponto 1 a menor (quatro espécies).

Figura 50: ESPÉCIES ENCONTRADAS DA CLASSE AMPHIBIA.

Foto 01: Rhinella crucifer, ocorrência para Foto 02: Phylomedusa nordestina,
os remanescente de mata (Foto de ocorrência para os remanescentes de mata
arquivo) na APA de Santa Cruz (Foto de arquivo)

Foto 03: Hypsiboas raniceps, capturado na APA Foto 04: Leptodactylus ocellatus, capturado
de Santa Cruz. Georreferência: na APA de Santa Cruz. Georreferência:
0482819:9349246. 0335452:9432626.

Foto 05: Scinax x-signatus, capturado na APA Foto 06: Hypsiboas albomarginatus,
de Santa Cruz. Georreferência: capturado na APA de Santa Cruz.
0482819:9349246. Georreferência: 0295890:9139710.

143
ESPÉCIES ENCONTRADAS.DA CLASSE REPTILIA

Foto 08: Oxyrhopus trigeminus, popularmente


Foto 07: Ameiva ameiva (calango),
conhecida como falsa-coral, capoeiras e matas
ocorência para áreas antrópicas da APA de
da APA de Santa Cruz (Foto de arquivo).
Santa Cruz (Foto de arquivo).
Fonte: Milena Sardou, 11/2009.

Quadro 11: LISTAGEM DOS ANFÍBIOS DA APA DE SANTA CRUZ (Fonte: Amorim, 2009;
Santos & Carnaval, 2002 e observações pessoais).
Ordem ANURA
Família BRACHYCEPHALIDAE Ischnocnema ramagii (Boulenger, 1888)
Rhinella crucifer (Wied-Neuwied, 1821)
Família BUFONIDAE Rhinella Jimi (Stevaux, 2002)
Rhinella granulosa(Spix, 1824)
Família CYCLORAMPHIDAE Proceratophrys renalis (Miranda-Ribeiro, 1920)
Hypsiboas semilineatus (Spix, 1824)
Hypsiboas atlanticus (Caramaschi & Velosa, 1996)
Hypsiboa albomarginatus (Spix, 1824)
Hypsiboas raniceps Cope, 1862
Dendropsophus branneri (Cochran, 1948)
Dendropsophus decipiens (A. Lutz, 1925)
Família HYLIDAE
Dendropsophus microps (Peter, 1872)
Scinax x-signatus (Spix, 1824)
Scinax fuscovarius (A. Lutz, 1925)
Scinax nebulosus (Spix, 1824)
Phyllodytes luteolus Wied-Neuwied, 1824
Phyllomedusa nordestina Caramaschi, 2006
Physalaemus kroyeri (Reinhardt & Lütken,
Família LEIUPERIDAE Physalaemus
1862"1861") cuvieri Fitzinger, 1826
Pseudopaludicola mystacalis (Cope, 1887)
Leptodactylus natalensis A. Lutz, 1930
Leptodactylus ocellatus (Linnaeus, 1758).
Família LEPTODACTYLIDAE Leptodactylus vastus A. Lutz, 1930
Leptodactylus marmoratus (Steindachner, 1867)
Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799)
Família MICROHYLIDAE Dermatonotus muelleri (Boettger, 1885)
Família RANIDAE Lithobates palmipes (Spix, 1824)
Fonte: Milena Sardou, 11/2009. Os nomes científicos que não estão em parênteses sofreram revisão. Os entre parênteses
mantem a nomenclatura original (Regra internacional de nomenclatura Zoológica).

144
Quadro 12: LISTAGEM DOS RÉPTEIS DA APA DE SANTA CRUZ (Fonte: Amorim, 2009; Santos
& Carnaval, 2002 e observações pessoais)
Ordem TESTUDINES
Família KINOSTERNIDAE Kinosternon scorpioides (Linnaeus, 1766) - jabuti, muçuá
Família TESTIDINIDAE Geochelone carbonária (Spix, 1824) – cágado
Família CHELIDAE Phrynops tuberculatus (Peters, 1870)– jabuti
ORDEM SQUAMATA
Amphisbaena alba Linnaeus, 1758 – cobra-de-duas cabeças
Família AMPHISBAENIDAE
Amphisbaena vermicularis Wagler, 1824– cobra-de-duas-cabeças
SUBORDEM SAURIA
Família IGUANIDAE Iguana iguana (Linnaeus, 1758)- camaleão
Tropidurus hispidus (Spix, 1825) - lagartixa
Família TROPIDURIDAE Strobilurus torquatus Wiegmann, 1834 – lagartixa
Família LEIOSAURIDAE Enyalius catenatus (Wied, 1821) - camaleão
Anolis punctatus Daudin, 1802 - papa-vento
Família POLYCHROTIDAE
Polychrus marmoratus (Linnaeus, 1758)- camaleão
Hemidactylus brasilianus (Amaral, 1935)- lagartixa
Família GEKKONIDAE Coleodactylus meridionalis (Boulenger, 1888) - lagartixa
Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnès, 1818) - víbora,
Família PHYLLODACTYLIDAE lagartixa
Gymnodactylus geckoides Spix, 1825 - lagartixa
Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758) – calango
Família TEIIDAE Cnemidophorus ocellifer (Spix, 1825) - calango
Kentropyx calcarata Spix, 1825- calango
Tubinambis merianae (Duméril & Bibron, 1839)- teju
Família GYMNOPHTALMIDAE Anotosaura sp

Família SCINCIDAE Mabuya macrorhyncha Hoge, 1947 – calango


Mabuya heathi Schmidt & Inger, 1951 - calango
Família ANGUIDAE Ophiodes striatus (Spix, 1825) – cobra-de-vidro
SUBORDEM OPHIDIA
Família TYPHLOPIDAE Typhlops sp. – cobra-cega
Família LEPTOTYPHLOPIDAE Leptotyphlops albifrons (Wagler, 1824)– cobra-cega
Boa constrictor constictor Linnaeus, 1758- jibóia
Família BOIDAE Epicrates cenchria (Linnaeus, 1758) – salamanta
Corallus hortulanus (Linnaeus, 1758)– jararaca-do-oco
Família COLUBRIDAE Apostolepis cearensis Gomes, 1915 - falsa-coral
Chironius carinatus (Linnaeus, 1758)- cobra cipó
Clelia plumbea (Wied, 1820) - cobra preta
Echinanthera affinis – cobra de folhiço
Echinanthera cephalostriata Di-Bernardo, 1996–cobra de folhiço
Helicops angulatus (Linnaeus, 1758) - cobra-d’água
Helicops leopardinus (Schlegel, 1837)– cobra-d´água
Liophis almadensis (Wagler, 1824) – jararaquinha
Liophis miliaris merremii (Linnaeus, 1758)– jararaquinha
Liophis reginae (Linnaeus, 1758) - jararaquinha

145
Liophis viridis Günther, 1862 - cobra-verde
Oxybelis aeneus (Wagler, 1824)– cobra-cipó
Oxyrhopus trigeminus Duméril, Bibron & Duméril,1854 -falsa-coral
Philodryas nattereri Steindachner, 1870 – corredeira
Philodryas olfersii (Lichtenstein, 1823) - cobra-verde
Pseuddoboa nigra(Duméril, Bibron & Duméril, 1854) - cobra preta
Pseutes suphureus (Wagler, 1824)– caninana vermelha
Siphlophis compressus (Daudin, 1803)– cipó
Spilotes pullatus (Linnaeus, 1758)- caninana
Tantilla melanocephala (Linnaeus, 1758)– cobra-da-terra
Thamnodynastes strigilis (Günther, 1858)- Jararaquinha
Waglerophis merremii (Wagler, 1824). - Jararaca
Xenopholis scalaris (Wucherer, 1861)– Jararaquinha
Bothrops leucurus Wagler, 1824 – jararaca
Bothrops bilineata (Wied, 1825) – jararaca
Bothrops erythromelas (Amaral, 1923) – jararaca
Família VIPERIDAE
Bothrops neuwiedi (Wagler, 1824) – jararaca
Crotalus durissus cascavella (Linnaeus, 1758) - cascavel
Lachesis muta rhombeata (Linnaeus, 1766)- surucucu-pico-de-jaca

Micrurus ibiboboca (Merrem, 1820) – coral-verdadeira


Família ELAPIDAE
Micrurus leminiscatus (Linnaeus, 1758) - coral-verdadeira
ORDEM CROCODYLIA
Caiman latirostris (Daudin, 1802) – jacaré-de-papo-amarelo
Família ALIGATORIDAE
Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807) – jacaré-coroa
Fonte: Milena Sardou, 11/2009. Os nomes científicos que não estão em parênteses sofreram revisão. Os entre parênteses
mantem a nomenclatura original (Regra internacional de nomenclatura Zoológica).

Em geral, as espécies de anuros registradas no presente estudo são generalistas e


apresentam ampla distribuição. Considerando a especialização em relação ao habitat, as
espécies mais generalistas lidam melhor com alterações estruturais decorrente da
fragmentação. Segue abaixo a descrição dos mais generalistas quanto ao habitat.

Scinax fuscovarius - é uma perereca de médio porte (cerca de 5 cm), de coloração


acinzentada com manchas escuras no dorso, que variam em quantidade e padrão, e
coloração amarelada na cintura. É uma espécie noturna, muito comum em áreas abertas,
encontrada inclusive dentro de habitações. A reprodução ocorre em poças temporárias em
áreas abertas. O grupo apresenta taxonomia complexa, com diversas populações
associadas a um mesmo nome. Encontra-se amplamente distribuída no sul e sudeste do
Brasil, leste da Argentina, Paraguai e Bolívia (FROST, 2004).

Leptodactylus ocellatus - é uma rã de grande porte (cerca de 12 cm), com dorso com
manchas arredondadas dispersas, sendo comum uma mancha triangular escura entre os
olhos e faixas glandulares longitudinais. A fêmea permanece nas proximidades e protege a

146
prole. Encontra-se amplamente distribuída no Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina
(FROST, 2004).

Leptodactylus fuscus - é uma espécie de médio porte para o gênero, cuja reprodução
ocorre em áreas alagadas ou nas bordas de poças temporárias. Apresenta distribuição
geográfica em mais de um bioma, ocorrendo em áreas florestais e abertas. É registrada por
todo o território brasileiro (HADDAD et al., 2008), Bolívia, Colômbia, Guianas, Panamá,
Paraguai, Peru, Suriname, Trindade e Tobago e Venezuela (IUCN et al., 2008, FROST
2008).

Physalaemus cuvieri - é uma espécie de pequeno porte (cerca de 3 cm), que


apresenta padrões de coloração e textura do dorso muito variáveis. São encontrados em
atividade durante a noite, próximos a ambientes aquáticos lênticos em áreas abertas. Possui
distribuição geográfica bastante ampla, ocorrendo no nordeste, centro-oeste, sudeste e sul
do Brasil, em Misiones e Entre Rios na Argentina e no leste do Paraguai (FROST, 2004).

Hypsiboas albomarginatus - é uma espécie de tamanho médio que pode ser


encontrada em arbustos ou vegetação baixa próxima a corpos d’água em áreas próximas a
florestas (RAMOS & GASPARINI, 2004). Sua reprodução está associada a poças
temporárias ou permanentes, e eventualmente a riachos de água corrente, como observado
na região. A distribuição geográfica da espécie é ampla na Mata Atlântica, ocorrendo desde
o estado de Pernambuco até Santa Catarina (HADDAD et al., 2008).

A maioria das serpentes registradas é generalista quanto ao habitat e distribuição. As


espécies que compõem a ofiofauna são em sua maioria de ampla distribuição na maioria
dos biomas brasileiros. Serpentes como Boa constrictor, Oxybelis aeneus e Philodryas
olfersii podem ser encontradas em áreas florestais da Mata Atlântica e também na
Amazônia (MARQUES et al., 2001). Outras espécies como Micrurus ibiboboca e Epicrates
cenchria também podem ser encontradas na Caatinga (VANZOLINI et al., 1980). Spilotes
pullatus é uma espécie de tamanho grande com atividade predominantemente diurna,
possui hábito terrícola e arborícola, é ovípara e se alimenta principalmente de aves e
pequenos mamíferos (MARQUES et al., 2001; FRANÇA et al., 2008). Apresenta ampla
distribuição no Brasil, sendo uma espécie bastante comum em áreas de Mata Atlântica da
região sudeste (MARQUES et al., 2001).

A maioria dos lagartos registrados são generalistas quanto ao habitat e também são
encontrados no bioma Caatinga, entre eles Tropidurus hispidus, Tupinambis merianae,
Cnemidophorus ocellifer, Iguana iguana.

147
Tupinambis merianae - é uma espécie de grande porte. Possui hábito terrícola e
apresenta atividade predominantemente diurna. Possui dieta generalista, composta por
invertebrados, vertebrados pequenos, ovos e frutos (DEIQUES et al., 2007). Apresenta
distribuição geográficaampla, ocorrendo em fisionomias florestais e abertas na Mata
Atlântica e sua interface com outros biomas (ÁVILA-PIRES, 1995). Pode ser encontrada na
região costeira, central e sul do país, além de enclaves de vegetação aberta no Pará e
sudeste da Amazônia (ÁVILA-PIRES, 1995).

Como conclusão podemos dizer que o Brasil possui uma herpetofauna que se
destaca quanto a riqueza na América Central e do Sul, mas a maioria das informações é
ainda preliminar (DUELLMAM, 1988). Algumas espécies encontradas neste trabalho
possuem ampla distribuição geográfica, ocorrendo em outros biomas, como é o caso da
maioria dos anuros e dos lagartos Cnemidophorus ocellifer e Tupinambis merianae que
podem ser encontrados também na Caatinga. Os remanescentes de mata na ilha de
Itamaracá são importantes para a conservação da herpetofuana, no entanto, coletas e
observações na época chuvosa, poderiam ampliar a listagem da herpetofuana encontrada
na APA de Santa Cruz.

5.2.2.2 Avifauna

As aves são vertebrados homeotérmicos com uma grande capacidade de


deslocamento, graças à sua forma aerodinâmica, a presença de ossos longos, leves e
pneumáticos e sacos aéreos que são adaptações que favorecem o voo. Apresentam postura
bípede, e as penas que cobrem o corpo, caracterizam o grupo com plumagens coloridas,
que mudam em função da espécie, idade, sexo e ciclo de vida (SICK, 1997). As aves
adultas da ordem Charadriiformes (sobretudo das famílias charadriidae e scolapacidae)
podem ter plumagens que caracterizam o período de reprodução. Geralmente as cores
escuras a exemplo de preto, marrom e vermelho, representam a plumagem reprodutiva. As
cores claras como branco e cinza predominam na plumagem de eclipse (aquela que ocorre
fora do período reprodutivo) (HAYMAM, 1988). Outra característica marcante do grupo é a
capacidade de emitir sons através da siringe. Quanto maior o número de músculos na
siringe, maior sua capacidade emitir sons. O canto nas aves constitui um fator de
sistemática, para identificação específica e sub-específica. Os Passeriformes são os mais
evoluídos quanto ao desenvolvimento da siringe, e conseqüentemente do canto (SICK
1997).

Segundo Sick (1997) a América do Sul é considerada o continente das aves. No


Brasil são 1822 espécies, distribuídas em diversos ambientes (CBRO, 2008). O Estado de

148
Pernambuco apresenta 536 espécies de aves relacionadas com os principais ecossistemas,
restinga, Mata Atlântica, manguezal, estuários, praias, dentre outros ambientes (OAP,
2008). A Mata Atlântica para avifauna da APA destaca-se pela riqueza, endemismo e
vulnerabilidade (RODA, 2005).

Os bancos de areia na faixa costeira da unidade de Santa Cruz constituem áreas de


maior importância para o pouso e o forrageamento de aves migratórias durante suas
movimentações sazonais (AZEVEDO JÚNIOR & LARRAZÁBAL, 2000 ).

As aves são excelentes bioindicadoras e de fácil amostragem, algumas espécies


demonstram fidelidade a certos ambientes (ARGEL-DE-OLIVEIRA, 1993; ALEIXO &
VIELLIARD, 1995; REGALADO & SILVA, 1997 e VIELLIARD, 2000). A ausência e presença
de certas espécies vêm sendo utilizadas para se avaliar o grau de conservação ou de
degradação ambiental de um ecossistema (REGALADO & SILVA, 1997). O Levantamento
avifaunístico contribui não só na caracterização de um ambiente como também, em um
melhor conhecimento da distribuição geográfica das espécies, além de funcionar como
subsídios para trabalhos de monitoramento e manejo (REGALADO et al., 2000). Dessa
forma, pretende-se caracterizar as aves da APA de Santa Cruz, fornecendo informações
para a conservação das espécies.

Para tal, em um primeiro momento, foram realizadas ações para compatibilizar os


levantamentos já existentes sobre as aves na região da APA de Santa Cruz. Nesta
compilação, foram consideradas as informações relativas à composição avifaunística,
biologia das espécies e conservação. As informações foram extraídas de relatórios já
existentes e através da bibliografia que aborda as aves da região. Já o segundo momento
foi complementado por idas as áreas da APA, visando confirmar a ocorrência das espécies,
como também, o “status” de conservação das aves. Assim apresentaremos a seguir a
listagem específica e o censo de aves migratórias em um banco de areia na barra de
Catuama, (coordenadas 0295589:92150000).

Como conseqüência deste levantamento se observou que as Aves terrestres,


residentes e migratórias compõem a riqueza específica do litoral norte de Pernambuco.
Foram relacionadas 219 espécies de aves para a APA de Santa Cruz. A sazonalidade foi
observada nas famílias Charadriidae, Scolopacidae e Laridae. Os primeiros bandos de
maçaricos e batuíras chegam em setembro, permanecendo até abril quando retornam para
áreas reprodutivas no ártico. Destacam-se as espécies migratórias: Pluvialis squatarola,
Charadrius semipalmatus, Arenaria interpres, Tringa flavipes, Tringa melanoleuca, Actitis
macularia, Calidris pusilla, Calidris alba, Calidris fuscicollis, Numenius phaeopus e

149
Limnodromus griseus, migrantes do Norte. Na APA de Santa Cruz, os maçaricos e as
batuíras acima mencionados realizam mudas, trocam a plumagem e ganham peso, para
suas migrações de retorno às áreas de reprodução no hemisfério norte. Indivíduos jovens e
subadultos que não complementaram o ciclo de mudas, podem permanecer na região no
período de junho a agosto aguardando a próxima temporada de migração 17. A Figura 52
demonstra os locais de migração das aves que visitam o litoral norte de Pernambuco.

Sterna hirundo (trinta-réis) - espécie mais abundante do canal de Santa Cruz.


Realiza movimentos sazonais entre junho e novembro. Nesse período observa-se mais de
300 indivíduos, utilizando a área para alimentação. As populações que invernam no litoral
norte de Pernambuco são originárias de colônias de reprodução do leste dos Estados
Unidos da América (AZEVEDO JÚNIOR e LARRAZÁBAL, 2002).

As batuíras (Charadrius collaris e Charadrius wilsonia) realizam a reprodução nas


praias, dunas e salgados, sobretudo na Ilha de Itamaracá. O maçarico pernilongo
(Himantopus mexicanus) utiliza áreas da “Maricultura Netuno” nas proximidades dos
estuários do rio Botafogo e Congo para os acasalamentos, construção dos ninhos e
alimentação dos filhotes.

A marreca (Anas bahamensis), espécie que foi observada aos bandos na área
estudada, provavelmente, realiza seu ciclo reprodutivo nos alagados da região.

As espécies Ardea alba, Egretta thula e Nycticorax nycticorax são de ambientes


aquáticos que utilizam os manguezais da APA de Santa Cruz para formação de colônias.
Dessa forma, ressalta-se a importância da região para a reprodução de aves aquáticas em
geral.

Os remanescentes de Mata Atlântica na Ilha de Itamaracá abrigam uma avifauna


com endemismos e espécies com problemas de conservação, tais como: Touit surdus (não
aparece mais como ameaçada), Picumnus exilis (vulnerável-VU) , Xenops minutus
(vulnerável-VU), Conopophaga melanops (vulnerável-VU), Conopophaga cearae
(vulnerável-VU) e Platyrinchus mystaceus (vulnerável-VU) (SILVEIRA & STRAUBE, 2008).

A Tabela 23 relaciona as espécies de aves migratórias que foram contadas no dia 9


de novembro de 2009 no canal de Santa Cruz, barra de Catuama, Goiana. Já na Figura 51
se encontram as fotografias de algumas das aves observadas na APA.
Figura 51: AVIFAUNA OBSERVADA.
17
Azevedo Júnior e Larrazabal 1994, Azevedo Júnior 1998, Azevedo Júnior e Larrazábal 1999, Azevedo Júnior e
Larrazábal 2000, Azevedo Júnior et.al. 2001, Azevedo Júnior e Larrazábal 2002, Azevedo Júnior et.al. 2002.
Telino Júnior 2003 e Lyra Neves 2004.

150
Foto 09: Actitis macularia, (maçarico-pintado- Foto 10: Tringa flavipes (maçarico de perna
do-mangue), espécie migratória da APA de amarela), espécie migratória da APA de Santa
Santa Cruz (Foto de arquivo) Cruz. (Foto de arquivo)

Foto 11: Ardea alba (garça-branca- grande) e Foto 12: Limnodromus griseus (narceja) espécie
Egretta thula (garça-branca-pequena), espécies migratória da APA de Santa Cruz (Foto de
residentes da APA de Santa Cruz (Foto de arquivo).
arquivo).

Foto 13: Bando misto de Gelochelidon nilótica,


Sterna hirundo e Sterna eurygnatha (trinta- Foto 14: Megaschops choliba (caboré) ave
réis) aves que movimentam-se pela da APA rsidente na APA de Santa Cruz, capturada em 9
de Santa Cruz. 9 de novembro de 2009, de novembro de 2009, coordenadas:
coordenadas: 0278952 : 9055674. 0482819:9349246.

Fonte: Mendes Jr., 11/2009.

Tabela 23: AVES LIMÍCOLAS MIGRATÓRIAS CONTADAS EM NOVEMBRO.


FAMÍLIA ESPÉCIE QUANTIDADE (n)

151
Numenius phaeopus 9
Pluvialis squatarola 119
Arenaria interpres 197
SCOLOPACIDAE Calidris pusilla 338
Calidris alba 412
Calidris canutus 2
Limnodromus griséus 9
Charadrius collaris 4
CHARADRIIDAE Charadrius semipalmatus 324
Charadrius wilsonia 2
Sterna hirundo 235
LARIDAE Sterna eurygnatha 62
Gelochelidon nilótica 19
Total 1732
Fonte: Mendes Jr., 11/2009. coordenadas: 0278952 : 9055674.

152
Figura 52: ESQUEMA MOSTRANDO O SENTIDO DOS DESLOCAMENTOS DAS AVES
MIGRATÓRIAS NA APA.

Fonte: Azevedo Júnior et.al., 2001.

153
Quadro 13: LISTAGEM DAS AVES DA APA DE SANTA CRUZ (SICK 1997, AZEVEDO JÚNIOR
1988, RODA 2005, OAP 2008 e Observações pessoais).
ORDEM TINAMIFORMES
Crypturellus soui (Hermann, 1783) – nhambu-mata-
cachorro
Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) – nhambu-
Família TINAMIDAE espanta-boiada
Crypturellus tataupa (Temminck, 1815) – nhambu-
pé-roxo
Nothura boraquira (Spix, 1825) – codorniz
ORDEM ANSERIFORMES
Dendrocygna bicolor (Vieillot, 1816) – marreca-
caneleira
Dendrocygna viduata (Linnaeus, 1766) – irerê
Sarkidiornis silvícola (Ihering & Ihering, 1907) –
pato-de-crista
Amazoneta brasiliensis (Gmelin, 1789) – pé-
Família ANATIDAE
vermelho
Anas bahamensis (Linnaeus, 1758) – marreca
toucinho
Netta erythrophthalma (Wied, 1832) – paturi-preta
Nomonyx dominica (Linnaeus, 1766) – marreca-de-
bico-roxo
ORDEM PODICIPEDIFORMES
Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766) -
mergulhãozinho
Família PODICIPEDIDAE
Poilymbus podiceps (Linnaeus, 1758) – mergulhão-
caçador
ORDEM PROCELLARIIFORMES
Thalassarche chlororhynchos (Gmelin, 1789) –
Família DIOMEDEIDAE
albatroz-de-nariz-amarelo
Família HIDROBATIDAE Oceanites oceanicus (Kuhl, 1820) - alma-de-mestre
Calonectris borealis (Cory, 1881) – bobo-grande
Família PROCELLARIIDAE Puffinus pufinus (Brünnich, 1764) – bobo-pequeno
Puffinus griseus (Gmelin, 1789)– bobo-grande
Família Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789) – biguá
PHALACROCORACIDAE.PHALACROCORA
Família SULIDAE
Sula dactylatra (Lesson, 1831) – atobá-mascarado

Família FREGATIDAE Fregata magnificens (Mathews, 1914) – tesourão


ORDEM CICONIFORMES
Família ARDEIDAE Nyctanassa violacea (Linnaeus, 1758) – savacu-de-
coroa
Ardea alba (Linnaeus, 1758) – garça-branca-grande
Egreta thula (Molina, 1782)– garça-branca-pequena
Egretta caerulea (Linnaeus, 1758) – garça-azul
Butorides striatus (Linnaeus, 1758) – socozinho
Bulbucus íbis (Linnaeus, 1758) – garça-vaqueira
Nycticorax nycticorax (Linnaeus, 1758) - savacú

154
Tigrisoma lineatum (Boddaert, 1783) – socó-boi
Cochlearius cochearis (Linnaeus, 1766) – arapapá

Coragyps atratus (Bechstein, 1793) – urubu-de-


cabeça-preta
Família CATHARTIDAE Cathartes aura (Linnaeus, 1758) – urubu-de-
cabeça-vermelha
Cathartes burrovianus (Cassin, 1845) – urubu-de-
cabeça-amarela
ORDEM FALCONIFORMES
)Elanus leucurus (Vieillot, 1818) – gavião-peneira

Leptodon cayanensis (Latham, 1790) – gavião-de-


cabeça-cinza
Família ACCIPITRIDAE Buteo albicaudatus (Vieillot, 1816)– gavião-de-
cauda-branca
Buteo nitidus (Latham, 1790) – gavião-pedrês
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788)- gavião-carijó
Família PANDIONIDAE Pandion haliaetus (Linnaeus, 1758) – águia-
pescadora
Caracará plancus (Miller, 1777) – carcará
Micrastur gilvicollis (Vieillot, 1817) – gavião-mateiro
Herpetotheres cachinans (Linnaeus, 1758)– acauã
Família FALCONIDAE
Milvago chimachima (Vieillot, 1816) – Carrapateiro
Falco peregrinus (Tunstall, 1771) – falcão-peregrino
Falco sparverius (Linnaeus, 1758) - quiriquiri
ORDEM GRUIFORMES
Aramides cajanea (Statius Muller, 1776)– três-potes
Laterallus viridis (Statius Muller, 1776) – siricóia-
marron
Família RALLIDAE Gallinula chloropus (Linnaeus, 1758)- frango-
d'água-preto
Porphyrula martinica (Gmelin, 1789)- frango-
d'água-azul
ORDEM CHARADRIIFORMES
Família JACANIDAE Jacana jacana (Linnaeus, 1766)– jaçanã
Vanellus chilensis (Molina, 1782)– tetéu
Pluvialis squatarola (Linnaeus, 1758)– batuíra-da-
axila-preta
Charadrius semipalmatus (Bonaparte, 1825)–
Família CHARADRIIDAE batuíra
Charadrius collaris (Vieillot, 1818)– batuíra-de-
coleira
Charadrius wilsonia (Ord, 1814) – batuíra-bicuda
Família SCOLOPACIDAE Arenaria interpres (Linnaeus, 1758)– vira-pedras
Tringa solitária (Wilson, 1813)– maçarico-solitário
Tringa flavipes (Gmelin, 1789) – maçarico-de-
perna-amarela
Tringa melanoleuca (Gmelin, 1789)– maçarico-

155
grande-de-perna-amarela
Actitis macularia (Linnaeus, 1766)– maçarico-
pintado-do-mangue
Catoptrophorus semipalmatus – maçarico
Calidris canutus (Linnaeus, 1758)– maçarico-de-
papo-vermelho
Calidris minutilla (Vieillot, 1819) – maçariquinho-de-
perna-amarela
Calidris fuscicollis (Vieillot, 1819) – maçarico-de-
sobre-branco
Calidris pusilla (Linnaeus, 1766)– maçariquinho
Calidris alba (Pallas, 1764)– maçarico-branco
Numenius phaeopus (Linnaeus, 1758)– maçarico-
do-bico-torto
Limnodromus griseus (Gmelin, 1789)- narceja

Família RECURVIROSTRIDAE Himantopus mexicanus (Statius Muller, 1776)–


pernilongo
Família STERCORARIIDAE Stercorarius skua (Brünnich, 1764)– skua

Gelochelidon nilótica (Gmelin, 1789) – trinta-réis-


do-bico-preto
Sterna hirundo (Linnaeus, 1758) – trinta-réis-boreal
Família LARIDAE Sterna superciliaris (Vieillot, 1819)– trinta-réis-anão
Thalasseus sandvicensis (Latham, 1787– trinta-
réis-do-bico-amarelo
ORDEM COLUMBIFORMES
Columbina squammata (Lesson, 1831) – fogo-
apagou
Columbina passerina (Linnaeus, 1758) – rolinha-
cinzenta
Columbina minuta (Linnaeus, 1766)– rolinha-cafofa
Família COLUMBIDAE Columbina talpacoti (Temminck, 1811) – rolinha-
caldo-de-feijão
Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792) –
gemedeira
Geotrygon montana (Linnaeus, 1758) - parirí
ORDEM PSITTACOFORMES
Aratinga leucophthalma (Statius Muller, 1776) –
periquito maracanã
Família PSITTACIDAE Touit surdus (Kuhl, 1820) - apuim-de-cauda-
amarela
Forpus xantopterygius (Spix, 1824)– tuim
ORDEM CUCULIFORMES
Coccyzus melacoryphus (Vieillot, 1817)– papa-
lagarta
Piaya cayana (Linnaeus, 1766) – alma-de-gato
Família CUCULIDAE Crotophaga ani (Linnaeus, 1758) – anu-preto
Guira guira (Gmelin, 1788) – anu-branco
Tapera naevia (Linnaeus, 1766) – peitica

156
ORDEM STRIGFORMES
Família TYTONIDAE Tyto alba (Scopoli, 1769) – coruja-de-igreja

Athene cunicularia – coruja-buraqueira


Megaschops choliba (Vieillot, 1817)– caboré
Família STRIGIDAE
Pulsatrix perspicillata (Latham, 1790)– murucututu
Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788) – caburé
ORDEM CAPRIMULGIFORMES
Família NYCTIBIIDAE Nictibius griséus (Gmelin, 1789) - bacurau
Nictidromus albicollis (Gmelin, 1789 )– bacurau
Chordeiles acutipennes (Hermann, 1783) - bacurau
Família CAPRIMULGIDAE
Hydropsalis torquata (Gmelin, 1789 )– bacurau-
rabo-de-tesoura
ORDEM APODIFORMES
Tachornis squamata (Cassin, 1853) - tesourinha
Família APODIDAE

Glaucis hirsuta (Gmelin, 1788) - balança-rabo-de-


bico-torto
Phaethornis pretrei (Lesson & Delattre, 1839) -
rabo-branco-acanelada
Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758) – bezourinho
Eupetomena macroura (Gmelin, 1788) - beija-flor-
tesoura
Anthracothorax nigricollis (Vieillot, 1817) – bieja-
flor-preto
Chlorostilbon notatus (Reich, 1793) – beija-flor-de-
Família TROCHILIDAE garganta-azul
Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812) - besourinho-de-
bico-vermelho
Hylocharis cayanus (Vieillot, 1818) – beija-flor-roxo
Amazilia versicolor (Vieillot, 1818) – beija-flor-de-
banda-branca
Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788) – beija-flor-de-
garganta-branca
Amazilia leucogaster (Gmelin, 1788)– beija-flor-de-
barriga-branca
ORDEM TROGONIFORMES
Trogon curucui (Linnaeus, 1766) - surucuá
Família TROGONIDAE

ORDEM CORACIIFORMES
Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766) – martim-
pescador-grande
Família ALCEDINIDAE
Chloroceryle americana (Gmelin, 1788)– martim-
pescador-pequeno
Família MOMOTIDAE Momotus momota (Linnaeus, 1766) – udu-de-
coroa-azul

157
Família GALBULIDAE Galbula ruficauda (Cuvier, 1816)- bico-de-agulha
Nystalus maculatus (Gmelin, 1788)- rapazinho-dos-
Família BUCCONIDAE
velhos
Picumnus exilis (Lichtenstein, 1823)– pica-pau-
anão-dourado
Picumnus fulvescens (Stager, 1961) – pica-pau-
anão-canela
Família PICIDAE
Veniliornis passerinus (Linnaeus, 1766) - pica-pau-
pequeno
Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766)– pica-pau-de-
banda-branca
ORDEM PASSERIFORMES
Taraba major (Vieillot, 1816)– choro-boi
Thamnophilus doliatus (Linnaeus, 1764) – choca-
barrada
Thamnophilus punctatus (Shaw, 1809) – choca-
bate-cabo
Dysithamnus mentalis (Temminck, 1823) –
Família THAMNOPHILIDAE choquinha-lisa
Myrmotherula axillaris (Vieillot, 1817)- choquinha-
de-flancos-lisos
Herpsilochmus rufimarginatus (Temminck, 1822)-
chororozinho-de-asa-vermelha
Formicivora grisea (Boddaert, 1783)- papa-formiga-
pardo

Conopophaga lineata (Wied, 1831) – chupa-dente


Família CONOPOPHAGIDAE Conoppphaga melanops (Vieillot, 1818) – cuspidor-
de-mascara-preta

Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) – arapaçu-


verde
Família DENDROCOLAPTIDAE
Dendroplex picus (Gmelin, 1788) – arapaçu-de-
bico-branco
Furnarius figulus (Lichtenstein, 1823) – joão-de-
barro
Synallaxis frontalis (Pelzeln, 1859) - petrim
Synallaxis scutata (Sclater, 1859) – estrelinha-preta
Família FURNARIIDAE Certhiaxis cinnamomea (Gmelin, 1788) - curutié
Phacellodomus rufifrons (Wied, 1821) – joão-de-
pau
Xenops minutus (Sparrman, 1788) – bico-virado-
miudo
Família TYRANNIDAE Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824)–
risadinha
Phaeomyias murina (Spix, 1825) - bagageiro
Suiriri suiriri (Vieillot, 1818) - Suirirí
Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822)– maria-já-é-
dia
Elaenia spectabilis (Pelzeln, 1868) – guaracava-
grande

158
Elaenia parvirostris (Pelzeln, 1868) – guaracava-de-
bico-curto
Elaenia chiriquensis (Lawrence, 186) - chibum
Elaenia obscura (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) -
tucão
Capisiempis flaveola (Lichtenstein, 1823) –
marianinha-amarela
Hemitriccus zoosterops (Pelzeln, 1868)– maria-de-
olho-branco
Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) – relojinho
Poecilotriccus fumifrons (Hartlaub, 1853) –
ferreirinho-de-testa-preta
Ryncociclus olivaceus
Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825) – bico-
chato de-orelha-preta
Tolmomyias flaviventris (Wied, 1831) – bico-chato-
amarelo
Platyrhinchus mystaceus (Vieillot, 1818) - patino
Fluvicola albivemter (Spix, 1825) – lavadeira
Arundinicola leucoephala (Linnaeus, 1764) –
viuvinha
Machetornis rixosus (Vieillot, 1819) – suiriri-
cavaleiro
Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) – maria-cavaleira
Miyarchus tyrannulus (Statius Muller, 1776) –
maria-cavaleleira-de-rabo-enferrujado
Myiarchus tuberculifer (d'Orbigny & Lafresnaye,
1837) – maria-cavaleira-pequena
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766)– bem-te-vi
Megarhynchus pitangua (Linnaeus, 1766) -bem-te-
vi-de-bico-chato
Myiozetetes similis (Spix, 1825) – bem-te-vizinho-
de-coroa-vermelha
Tyrannus melancholicus (Vieillot, 1819)– suiriri

Pipra rubrocalla (Temminck, 1821)– cabeça-


encarnada
Neopelma pallescens (Lafresnaye, 1853) - fruxu
Família PIPRIDAE
Manacus manacus (Linnaeus, 1766) - rendeira
Chiroxiphia pareola (Linnaeus, 1766) – tangará

Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789)- pitiguari


Família VIREONIDAE
Vireo chivii – juruviara
Família HYRUNDINIDAE Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783)–
andorinha-do-rio
Progne chalybea (Gmelin, 1789) – andorinha-
doméstica
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817)– andorinha-
serrador

159
Hirundo rustica (Linnaeus, 1758)– andorinha

Donacobius atricapillus (Linnaeus, 1766) -


japacanim
Família TROGLODYTIDAE Pheugopedius genibarbis (Swainson, 1838)–
garrinchão-pai-avô
Troglodytes musculus (Naumann, 1823) – roxinol
Polioptila plumbea (Gmelin, 1788)– balança-rabo-
Família POLIOPTILIDAE
de-chapéu-preto
Turdus rufiventris (Vieillot, 1818)– sabiá-laranjeira
Turdus leucomelas (Vieillot, 1818)– sabiá-branca
Família TURDIDAE
Turdus amaurochalinus (Cabanis, 1850) – sabiá-
poca
Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) – sabiá-do-
Família MIMIDAE campo
Mimus gilvus (Vieillot, 1807)– sabiá-da-praia

Anthus lutecens (Pucheran, 1855) – caminheiro-


Família MOTACILIDAE
zumbidor
Família COEREBIDAE Coereba flaveola – sebite
Cissopis leverianus - tietinga
Nemosia pileata (Boddaert, 1783)- saíra-de-
chapéu-preto
Thlypopsis sórdida (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837)–
saí-canário
Tachyphonus cristatus (Linnaeus, 1766) – Tiê-galo

Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783)– joão-


moleque
Família THRAUPIDAE
Thraupis sayaca (Linnaeus, 1766) - sanhaçu-de-
bananeira
Thraupis palmarum (Wied, 1823)- sanhaçu-de-
coqueiro

Tangara cayana (Linnaeus, 1766) - frei-vicente


Dacnis cayana (Linnaeus, 1766)- saí-azul
Cyanerpes cyaneus (Linnaeus, 1766)- saíra-beija-
flor
Família EMBEREZIDAE Ammodramus humeralis (Bosc, 1792)– tico-tico-do-
campo
Sicalis flavola (Linnaeus, 1766)– canário-da-terra
Sicalis luteola (Sparrman, 1789) - tipio
Volatinia jacarina – tiziu
Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823)– papa-capim
ou cabeça-preta
Sporophila albogularis (Spix, 1825)– golado

Sporophilla leucoptera (Vieillot, 1817)– patativa


Sporophila lineola (Linnaeus, 1758) – bigodinho
Sporophila bouvreuil (Statius Muller, 177) –
caboclinho

160
Sporophila angolenis (Linnaeus, 1766) – curió
Tiaris fuliginosus (Wied, 1830) – cigarra-do-
coqueiro
Arremon taciturnus (Hermann, 1783)- tico-tico-da-
mata
Saltator maximus (Statius Muller, 1776) - trinca-
ferro
Paroaria dominicana (Linnaeus, 1758) – cardeal-
Família CARDIALIDAE do-nordeste
Cyanoloxia brisoniia (Lichtenstein, 1823) – azulão

Basileuterus flaveolus (Baird, 1865) - canário-do-


Família PARULIDAE mato
Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) – pula-pula

Cacicus cela (Linnaeus, 1758) - xexéu


Procacicus solitarius (Vieillot, 1816) – iraúna-de-
bico-branco
Família ICTERIDAE Sturnella superciliaris (Bonaparte, 1850) – polícia-
inglesa
Icterus cayanensis – xexéu
Icterus jamacaii (Gmelin, 1788)– concriz
Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) - vem-vem
Família FRINGILIDAE
Euphonia violacea (Linnaeus, 1758) - guriatã
Familia PASSERIDAE Passer domesticus (Linnaeus, 1758 )– pardal
Família ESTRILDIDAE Estrilda astrild (Linnaeus, 1758)– bico-lacre
Fonte: Mendes Jr., 11/2009.

5.2.2.3 Mastofauna

A diversidade de mamíferos brasileiros está representada atualmente por 12 ordens


e 652 espécies, das quais 264 são endêmicas, constituindo-se a maior de toda a região
neotropical. O conhecimento acumulado sobre a mastofauna brasileira se encontra
desequilibrado, com algumas ordens menos conhecidas que outras. Segundo Reis et. al
(2006), seu estado de conhecimento segue a mesma tendência geral, podendo aumentar
conforme os inventários sejam intensificados, análises citogenéticas e moleculares sejam
implementadas. Além disso, poucas localidades foram adequadamente amostradas e listas
locais de espécies são usualmente incompletas (VOSS & EMMONS, 1996). A deficiência de
conhecimento prejudica iniciativas conservacionistas e de manejo, assim como, análises
regionais (BRITO, 2004, WILSON & REEADER, 2005, SABINO & PRADO, 2005,
CARVALHO Jr. & LUZ, 2008).

Em Pernambuco há uma grande diversidade de ambientes, com formações


vegetacionais que vão desde os mangues e restingas da região costeira, à caatinga no

161
sertão. Hoje, mesmo com a devastação comprometendo a biodiversidade de seus
ecossistemas, ainda é possível encontrar uma mastofauna associada significativa, que
conta com cerca de 161 espécies e subespécies catalogadas, distribuídas em 10 ordens e
33 famílias (MONTEIRO CRUZ et al., 2002).

Tendo como objetivo complementar o levantamento taxonômico preliminar já


existente sobre a mastofauna da Área de Proteção Ambiental de Santa Cruz, Pernambuco,
foi realizada uma expedição de campo. As atividades de campo foram realizadas em três
estações amostrais sendo uma localizada em ambiente sob forte influência antrópica
(0482819/9349246) e duas na Lagoa Azul (0335452/9432626 – 0295890/9139710), em
ambiente de tensão ecológica, onde se observa a transição da vegetação de restinga com a
de Mata Atlântica, município de Itamaracá-PE.

METODOLOGIA

Para o levantamento dos mamíferos foram utilizados dados primários registro por
coleta de espécimes, utilizando apetrechos de captura específicos para grupos;
observações indiretas, tais como, animais mortos, pegadas, rastros, fezes, vocalizações,
carcaças, sinais odoríferos. Observações diretas oportunísticas na forma de análise de
“presença ou ausência de espécies”. Dados secundários obtidos a partir de documentação
bibliográfica, incluindo revistas científicas, trabalhos acadêmicos e publicações “on-line”,
sobre aspectos sistemáticos, biológicos e zoogeográficos da fauna mastozoológica da
região da Mata Atlântica, Restinga e Manguezais. Dados informais oriundos de entrevistas
com moradores das áreas do entorno dos locais de coleta.

MORCEGOS
Os quirópteros foram capturados com auxílio de redes de neblina montadas ao final
da tarde em locais propícios á circulação desses animais como pontos próximos a fontes de
alimento (vegetais em frutificação/ floração e coleções de água), em possíveis rotas de voo
e proximidade dos abrigos naturais, quando localizados, a uma altura de até 1,0 m acima do
nível do solo. As redes foram abertas das 18 a 24 horas, vistoriadas em intervalos de 20
minutos.
Ao serem retirados das redes, os animais capturados foram acondicionados
individualmente em sacos de pano numerados e levados ao acampamento para análise de
dados bio-ecológicos, morfométricos e aferição da massa corpórea. As medidas foram
tomadas com o auxílio de paquímetro e de régua milimetrada. A massa corporal foi aferida
por meio de dinamômetro marca Pesola.

a) Biometria
162
As medidas de campo utilizadas na metodologia internacional são: o comprimento do
corpo (CC), da cauda (C), do pé (Pé), da orelha (OR) e do antebraço (AB). Medidas
adicionais, que não são consideradas como medidas de campo na metodologia específica
para morcegos, como terceiro metacarpo (3º M) primeira Falange (1ª F), segunda Falange
(2ª F) e terceira Falange (3F) foram tomadas quando consideradas necessárias para fins de
identificação de espécie (TADDEI, 1973).

Bionomia

Os animais foram observados quanto aos seguintes aspectos: Classe etária, Sexo e
Estágio Reprodutivo. O estágio de desenvolvimento foi determinado pelo tipo de pelagem e
o grau de ossificação das epífises dos metacarpos e primeiras falanges das asas segundo
ANTHONY, 1988 (apud GOMES & UIEDA, 2004).

Foram considerados jovens quando apresentavam epífises dos dedos da mão, não
completamente ossificadas e com pelagem juvenil; Adultos quando apresentavam epífises
dos dedos da mão completamente ossificadas e com pelagem de indivíduo adulto. A
identificação do sexo realizou-se através de observação direta do orgão genital. Para a
determinação da condição reprodutiva os exemplares são classificados em: Machos
(escrotados e não escrotados) e Fêmeas (Sem feto palpável, Gestante, Lactante e Pós-
lactante).

A classificação da condição reprodutiva dos machos se deu através da observação


do posicionamento dos testículos dentro ou fora do saco escrotal: machos aparentemente
inativos (não-escrotados) possuem os testículos na cavidade abdominal; machos em época
de reprodução (escrotados) possuem os testículos no saco escrotal (SILVA, 1996).

As fêmeas gestantes foram identificadas através de exames macroscópicos por


apalpação do abdome, o que não registra os primeiros estágios de gravidez, uma vez que,
seriam necessários exames histológicos. Porém, a não realização desses exames não
causa problemas, pois picos de reprodução são evidentes através de exames
macroscópicos de acordo com Marques (1984 apud SILVA, 1996). Com base no exame das
mamas e sua condição de desenvolvimento, os indivíduos foram classificados em: lactantes
(mama desenvolvida, sem pêlos ao redor, presença de leite ou de áreas amareladas abaixo
da pele) e pós-lactantes (mama desenvolvida, sem pêlos ao redor e sem leite ou áreas
amareladas abaixo da pele). As fêmeas sem feto palpável foram as que não se
enquadraram nas características acima citadas, e onde não se pôde constatar a existência
de feto, por apalpação cuidadosa do abdome (SILVA, 1996).

163
Foram registradas 53 espécies de mamíferos, os quais se encontram distribuídos em
uma Ordem e quatro famílias de mamíferos alados e nove Ordens e vinte e duas famílias de
mamíferos não-lados.

5.2.2.3.1 Mamíferos não Voadores

Entre os componentes da mastofauna o sagüi (Callilthrix jacchus Linnaeus, 1758),


representa a espécie com maior adaptação e dispersão nos ambientes que compõe a APA
de Santa Cruz. Remanescentes de mata, capoeiras, manguezais e áreas antrópicas são
locais onde bandos de C. jachus são registrados. O marsupial Monodelphis americana
(Müller, 1766) endêmico da Mata Atlântica tem registro para os remanescentes de mata da
Ilha de Itamaracá. Da mesma forma, o tamanduá-mirim, (Tamanduá tetradactyla Linnaeus,
1758) e a marmosa (Micoureus demerarae Thomas, 1905). O timbú, (Didelphis albiventris
Lund, 1840), apresenta distribuição semelhante ao C. jacchus, com ocorrências nas
capoeiras, matas e áreas antrópicas. Já o Didelphis marsupialis (Linnaeus, 1758) os
registros foram para ambientes mais conservados como os remanescentes de Mata
Atlântica na Ilha de Itamaracá. Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766), popularmente
denominado de raposa, constitui uma espécie de ampla distribuição sendo registrada para
as áreas continentais da APA de Santa Cruz.

5.2.2.3.2 Mamíferos Voadores

Como resultado da coleta de morcegos na APA de Santa Cruz, foram capturados


sessenta e cinco indivíduos, vinte e nove fêmeas e trinta e seis machos, de oito espécies
(Artibeus planirostris (Spix, 1823), Artibeus lituratus (Olfers, 1818), Artibeus obscurus
(schinz, 1821), Artibeus cinereus (Gervais, 1866), Platirrhynus lineatus (E. Geoffroy, 1810),
Carollia perspicillata (Linnaeus, 1758), Phyllostomus discolor (Wagner, 1843), Glossophaga
soricina (Pallas, 1766)) pertencentes unicamente à família Phyllostomidae. Juntando-se os
dados dessa expedição com os dados disponíveis no levantamento preliminar, obteve-se
um total de 26 espécies de morcegos pertencentes á 23 gêneros e cinco famílias
(Phyllostomidae, Noctilionidae, Vespertilionidae, Molossidae, Emballonuridae). Dessas,
dezenove espécies pertencem a catorze gêneros de Phyllostomidae; duas a dois gêneros
de Vespertilionidae; duas a dois gêneros de Molossidae; duas a dois gêneros de
Emballonuridae e uma a um gênero de Noctilionidae (Tabela 24).

Tabela 24: NÚMERO DE MORCEGOS CAPTURADOS NA APA EM NOVEMBRO 2009


(dados primários).
ESPÉCIE PONTO I LAGOA PONTO II ÁREA PONTO III LAGOA
AZUL ANTRÓPICA AZUL

164
0335452/9432626 0482819/9349246DA 0295890/9139710D
DATA: 08/XI/09 TA: 09/XI/09 ATA: 10/XI/09
Artibeus cinereus (Gervais, 1866) 03 01
Artibeus planirostris (Spix, 1823) 10 12 03
Artibeus obscurus (Schinz, 1821) 01 00
Artibeus lituratus (Olfers, 1818) 01 01 03
Platyrrhinus lineatus (E. Geoffroy,
01 15 03
1810)
Carollia perspicillata (Linnaeus,
01 00 02
1758)
Phyllostomus discolor (Wagner,
03 00 00
1843)
Glossophaga soricina (Pallas,
00 05 00
1766)
Fonte: Edson Leal, 11/2009.

A riqueza de espécies de morcegos encontrada na APA de Santa Cruz, equivale á


38,80% das 67 espécies de morcegos registradas para o estado de Pernambuco e 57,78%
das 45 espécies registradas para a Mata Atlântica Pernambucana (GUERRA, 2007).

Cinco subfamílias de Phyllostomidae foram registradas para a área estudada, com


maior variedade de Phyllostominae (42,10% das espécies) Stenodermatinae (36,84%),
seguida por Desmodontinae (10,53%) Carolliinae (5,26%) e Glossophaginae (5,26%).
Dentro da família Phyllostomidae, os morcegos de hábito alimentar predominantemente
frugívoro foram os mais representados, constituindo 50,00% das espécies registradas na
APA de Santa Cruz, seguidos por onívoros (11,54%), hematófagos (7,69%) e nectarívoros
(3,85%). Os morcegos insetívoros das famílias Molossidae, Vespertilionidae e
Emballonuridae perfizeram juntos 19,23% do total de espécies e os piscívoros da família
Noctilionidae, 3,85%.

Entre as espécies de quirópteros catalogadas destacam-se:

Artibeus planirostris – espécie que apresenta grande plasticidade às condições das


áreas urbanas, resistindo desta maneira, a grandes pressões antrópicas, adaptando-se a
abrigos próximos a zonas urbanas e explorando variados recursos alimentares,
característica essa já relatada por Peracchi et al. (2006) para outras espécies de morcegos.

Artibeus lituratus – caracteriza-se por ser o filostomídeo mais abundante e comum


em ambientes urbanos, sobretudo em face de um comportamento oportunista, visitando
vegetais em frutificação, mesmo em áreas antrópicas (TADDEI 1983, TAVARES, 1999;
BARROS et al., 2006).

Peropterys leucoptera (Peters, 1867) - trata-se de uma espécie insetívora pouco


comum no Brasil.

165
Quanto aos morcegos hematófagos destacam-se:

Desmodus rotundus (E. Geoffroy, 1810) – espécie mais abundante e estudada entre
os hematófagos, principalmente devido ao seu papel como transmissor da raiva dos
herbívoros na América Latina (UIEDA, 1992).

Diphylla ecaudata (Spix, 1823) – espécie que se alimenta exclusivamente de sangue


de aves domésticas, sendo a sua mordida efetuada geralmente no tarso, pés e cloaca
(PERACCHI et al., 2006; REIS et al., 2007).

A espécie nectarívora Glossophaga soricina, que se alimenta de néctar e pólen,


complementando sua dieta com partes florais e insetos, sendo um importante agente
polinizador de espécies vegetais.

Micronycteris megalotis (Gray, 1842) - espécie comum nos remanescentes de mata


da APA de Santa Cruz, onde se alimenta de insetos e frutos.

Phyllostomus discolor preferencialmente frugívoro, no entanto, utiliza outros itens


alimentares.

Trachops cirrhosus (Spix, 1823), alimentação: frutos, insetos, pequenos vertebrados


a exemplo de répteis e anfíbios. Ocorrente nas áreas alagadas da APA de Santa Cruz
(GUERRA 1980, GREENHALL et. al., 1984, MONTEIRO CRUZ et. al. 2002, GUERRA
2007).

A seguir, a Figura 53 mostra alguns dos mamíferos presentes na APA de Santa


Cruz. O Quadro 14 mostra as espécies existentes na APA e já no Quadro 15 se relaciona o
status de conservação dos mamíferos da APA de Santa Cruz com os hábitos alimentares.

Figura 53: ALGUNS MAMÍFEROS PRESENTES NA APA DE SANTA CRUZ.

166
Foto 15: Didelphimorphia: Didelphis albiventris Foto 16: Chiroptera: Glossophaga soricina.
(gambá-de-orelhas-brancas).

Foto 18: Chiroptera: Phyllostomus discolor,


Foto 17: Chiroptera: Desmodus rotundus,
morcego onívoro capturado nas coordenadas:
morcego hematófago
0335452:9432626.

Foto 19: Chiroptera: Artibeus obscurus, Foto 20: Chiroptera: Carollia perspicillata,
morcego frugívoro capturado nas coordenadas: morcego frugívoro capturado nas coordenadas:
0335452: 9432626. 0335452:9432626.

167
Foto 21: Chiroptera: Artibeus planirostris, Foto 22: Primates: Platyrrhini: Callithrix jacchus
morcego frugívoro capturado nas coordenadas: (sagüi-do-nordeste) observado em arvores nas
0482819:9349246. coordenadas: 0295890:9139710.
Fonte: Edson Leal, 11/2009.

Quadro 14: MAMIFEROS DA APA DE SANTA CRUZ (REIS et. al. 2006, GUERRA 2007).
ORDEM DIDELPHIMORPHIA
Caluromys philander (Linnaeus, 1758) cuíca-lanosa,rato-
cachorro
gambá-de-orelhas-
Didelphis albiventris (Lund, 1840) brancas,timbú,
cassaco, saruê
FAMÍLIA DIDELPHIDAE gambá-de-orelhas-
Didelphis marsupialis (Linnaeus, 1758) pretas timbú,
cassaco, saruê
Micoureus demerarae (Thomas, 1905) marmosa, catito
Monodelphis americana (Müller, 1776) cuíca de três linhas
ORDEM SIRENIA
FAMÍLIA TRICHECHIDAE Trichechus manatus (Linnaeus, 1758) peixe boi marinho
ORDEM XENARTHRA
Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758) tamanduá mirim
FAMÍLIA MYMERCOPHAGIDAE
Cyclops didactylus (linneus, 1758) tamanduá-i,
tamanduá seda
FAMÍLIA BRADYPODIDAE Bradypus variegatus (Schinz, 1825) preguiça-de-
garganta-marron
Euphractus sexcinctus (Linnaeus, 1758) tatu peba
FAMÍLIA DASYPODIDAE
Dasypus novemcinctus (Linnaeus, 1758) tatu galinha, tatu
verdadeiro
ORDEM PRIMATES
Callithrix jacchus (linnaeus, 1758) sagüi-do-Nordeste,
FAMÍLIA CEBIDAE sagüi-comum
Cebus apella (Linnaeus, 1758) macaco-prego
ORDEM LAGOMORPHA
FAMÍLIA LEPORIDAE Sylvilagus brasiliensis (Linnaeus, 1758) coelho-do-mato,
tapeti
ORDEM CHIROPTERA
Peropterys leucoptera (Peters, 1867) Morcego
FAMÍLIA EMBALLONURIDAE
Saccopyetys leptura (Schreber, 1774) Morcego
FAMÍLIA PHYLLOSTOMIDAE Desmodus rotundus (E. Geoffroy, 1810) morcego-vampiro-
Diphylla ecaudata (Spix, 1823) comum
morcego-vampiro-
de-pernas-peludas
Lophostoma brasiliense (Peters, 1866) Morcego

168
Micronycteris megalotis (Gray, 1842) Morcego
Phylloderma stenops (Peters, 1865) Morcego
Phyllostomus discolor (Wagner, 1843) morcego-nariz-de-
Phyllostomus hastatus (Pallas, 1867) lança
morcego-nariz-de-
Trachops cirrhosus (Spix, 1823) lança
morcego-verrucoso
Carollia perspicillata (Linnaeus, 1758) morcego-fruteiro
Tonatia bidens (Spix, 1823) Morcego
Tonatia saurophila (Koopman Williams Morcego
1951)
Sturnira lilium (E. Geoffroy, 1810) Morcego
Artibeus obscurus (Schinz, 1821) Morcego
Artibeus planirostris (Spix, 1823) Morcego
Artibeus cinereus (Gervais, 1866) Morcego
Artibeus lituratus (Olfers, 1818) Morcego
FAMÍLIA MOLOSSIDAE Molossus molossus (Pallas, 1766) morcego-cauda-de-
Eumops glaucinus (Wagner, 1843) rato
Morcego

FAMÍLIA VESPERTILIONIDAE Eptesicus furinalis(d’Orbigny, 1847) Morcego


Myotis nigricans (Schinz, 1821) morcego-borboleta-
escuro
ORDEM CARNÍVORA
Leopardus pardalis (Linnaeus, 1758) Jaguatirica
FAMÍLIA FELIDAE
Leopardus wiedii (Schinz, 1821) gato-maracajá
FAMÍLIA CANIDAE Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) cachorro-do-mato,
raposa
Lontra longicaudis (Olfers, 1818) Lontra
FAMÍLIA MUSTELIDAE Eira Barbara (Linnaeus, 1758) papa-mel, irara
Galictis vittata (Schreber, 1766) Furão
Nasua nasua (Linnaeus, 1766) Quati
FAMÍLIA PROCYONIDAE Potos flavus (Schreber, 1774) Jupará
Procyon cancrivorus (G. [Baron] Cuvier, Guaxinim, mão-
1798) pelada
ORDEM ARTTIODACTYLA
veado-catingueiro,
FAMÍLIA CERVIDAE Mazama sp. veado-capoeiro,
veado-vermelho
ORDEM CETACEA
Megaptera novaenangliae (Borowski,
FAMÍLIA BALAENOPTERIDAE baleia jubarte
1781)
ORDEM RODENTIA
FAMÍLIA SCIURIDAE Guerlinguetus ingrami (Thomas, 1901) Caxinguelê
Nectomys squamipe (Brants, 1827) ratos d’água
FAMÍLIA CRICETIDAE
Rattus rattus (Linnaeus, 1758) ratazana, gabibú

FAMÍLIA CAVIIDAE Cavia aperea (Erxleben, 1777) preá-do-mato


Dasyprocta agouti (Linneus, 1766) Cutia
Coendu prehensilis (Linnaeus, 1758) ouriço-caixeiro,
FAMÍLIA ERETHIZONTIDAE ouriço, porco-
espinho
Fonte: Reis et al., 2006.

169
Quadro 15: ESTATUS DE CONSERVAÇÃO DAS ESPÉCIES DE MAMÍFEROS
REGISTRADAS NA APA DE SANTA CRUZ.
STATUS DE HÁBITO
POSIÇÃO TAXONÔMICA (WILSON & NOME
CONSERVAÇÃO ALIMENTAR
REEDER, 2005) POPULAR
IUCN (2003) PREDOMINANTE
ORDEM DIDELPHIMORPHIA
Subfamlia Caluromyinae
Caluromys philander Frugívoro/
Cuíca-lanosa Quase ameaçada
(Linnaeus, 1758) Onívoro
Subfamília Didelphinae
Didelphis albiventris Gambá-de- Frugívoro/
Baixo risco
FAMÍLIA Lund, 1840 orelhas-brancas Onívoro
DIDELPHIDAE Didelphis marsupilais Gambá-de- Frugívoro/
Baixo risco
Linnaeus, 1758 orelhas-pretas Onívoro
Micoureus demerarae Frugívoro/
cuíca Baixo risco
(Thomas, 1905 Onívoro
Monodelphys
Cuíca-de-três- Frugívoro/
americana (Muller, Quase ameaçada
listras Onívoro
1766)
ORDEM SIRENIA
FAMÍLIA Peixe-boi-
Trichechus manatus Vulnerável Graminívoro
TRICHECHIDAE marinho
ORDEM XENARTHRA
Tamandua
Tamanduá-
tetradactyla Vulnerável Onívoro
FAMÍLIA mirim
(Linnaeus, 1758)
MYMERCOPHAGIDAE
Cyclops didactylus Frugívoro/
Tamanduaí Não há informação
(Linnaeus, 1758) insetívoro
Preguiça-de-
FAMÍLIA Bradypus variegatus Frugívoro/
garganta- Não há informação
BRADYPODIDAE Schinz, 1825 Onívoro
marron
Euphractus
Insetívoro/
sexcinctus (Linnaeus, Tatú-peba Não ameaçada
Onívoro
FAMÍLIA 1758)
DASYPODIDAE Dasypus
novemcinctus Tatú-galinha Não ameaçada Onívoro
Linnaeus, 1758
ORDEM PRIMATES
INFRAORDEM PLATYRRHINI
Callithrix jacchus Sagüi-do- Frugívoro/
Não ameaçada
(Linnaeus, 1758) Nordeste insetívoro
FAMÍLIA CEBIDAE
Macaco-prego- Frugívoro/
Cebus queirozy Não ameaçada
galego Insetívoro
ORDEM LAGOMORPHA
FAMÍLIA LEPORIDAE Silvilagus brasiliensis
Tapiti Não ameaçada Frugívoro
Linnaeus, 1758
ORDEM CHIROPTERA
FAMÍLIA Peropterys leucoptera Morcego Baixo risco Insetívoro
EMBALLONURIDAE Saccopyetys leptura Morcego Baixo risco Insetívoro
FAMÍLIA Subfamília Desmodontinae
PHYLLOSTOMIDAE Desmodus rotundus Morcego-
Baixo risco Hematófago
(E.Geoffroy, 1810) vampiro-comum
Morcego-
Diphylla ecaudata
vampiro-de- Baixo risco Hematófago
(Spix, 1823)
pernas-peludas
Subfamília Glossophaginae
Glossophaga soricina Morcego-beija- Baixo risco Nectarívoro/

170
(Pallas, 1766) flor Polinívoro
Subfamília Phyllostominae
Lophostoma
silvicolum d’Orbigny, Morcego Baixo risco Frugívoro
1836
Micronycteris
megalotis (Gray, Morcego Baixo risco Frugívoro
1842)
Phyloderma stenops
Morcego Baixo risco Frugívoro
Peters, 1865
Phyllostomus
hastatus (Pallas, Morcego Baixo risco Onívoro
1767)
Trachops cirrhosus Morcego- Carnívoro/
Baixo risco
(Spix, 1823) verrucoso Insetívoro
Subfamília Carolliinae
Carollia perspicillata Morcego-
Baixo risco Frugívoro
(Linnaeus, 1758) fruteiro
Subfamília Stenodermatinae
Artibeus cinereus
Morcego Baixo risco Frugívoro
(Gervais, 1856)
Artibeus lituratus
Morcego Baixo risco Frugívoro
(Olfers, 1818)
Artibeus obscurus
Morcego Baixo risco Frugívoro
(Schinz, 1821)
Artibeus planirostris
Morcego Baixo risco Frugívoro
(Spix, 1821
Chiroderma doriae
Morcego Baixo risco Frugívoro
Thomas, 1891
Platyrrhinus lineatus Morcego-de-
Baixo risco Frugívoro
(E.Geoffroy, 1810) linha-branca
Sturnira lilium (E.
Morcego Baixo risco Frugívoro
Geoffroy, 1810)
Morcego-
FAMÍLIA Noctiio leporinus
pescador- Baixo risco Piscívoro
NOCTILIONIDAE (Linnaeius, 1758)
grande
Subfamília Molossinae
Molossus molossus Morcego-
FAMÍLIA Baixo risco Insetívoro
(Pallas, 1766) cauda-de-rato
MOLOSSIDAE
Eumops glaucinus
morcego Baixo risco Insetívoro
(Wagner, 1843)
Subfamília Vespertilioninae
Eptesicus furinalis
FAMÍLIA Morcego Baixo risco Insetívoro
(d’Orbygni, 1847)
VESPERTILIONIDAE
Myotis nigricans
Morcego Baixo risco Insetívoro
(Schinz, 1821)
ORDEM CARNIVORA
SUBORDEM FELIFORMIA
Leopardus pardalis
Jaguatirica Vulnerável Carnívoro
(Linnaeus, 1758)
FAMÍLIA FELIDAE
Leopardus wiedii
Gato-maracajá Vulnerável Carnívoro
(Schinz, 1821)
SUBORDEM CANIFORMIA
Cerdocyon thous Cachorro-do-
FAMÍLIA CANIDAE Não ameaçada Carnívoro
(Linnaeus, 1766) mato, raposa

FAMÍLIA Lontra longicaudis


Lontra Não há informação Carnívoro
MUSTELIDAE (Olfers, 1818)
Eira barbara Irara, papa-mel Carnívoro

171
(Linnaeus, 1758)
Galictis vittata
Furão Baixo risco Carnívoro
(Schreber, 1766)
Nasua nasua
Quati Não há informação Carnívoro
(Linnaeus, 1766)
FAMÍLIA
Procyon cancrivorus
PROCYONIDAE Mão-pelada, Frugívoro/
(G. [Baron] Cuvier, Baixo risco
guaxinin Onívoro
1798)
ORDEM ARTIODACTYLA
veado-
catingueiro,
FAMÍLIA CERVIDAE Mazama sp Não ameaçada Onívoro
veado-capoeiro,
veado-vermelho
ORDEM CETACEA
FAMÍLIA Balaenoptera
BALAENOPTERIDAE novaeangliae Baleia jubarte vulnerável Piscívoro
(Borowski, 1871)
ORDEM RODENTIA
Subfamília Sciurinae
FAMÍLIA SCIURIDAE Guerlinguetus ingrami Não há
caxinguelê Não há informação
(Thomas, 1901) informação
Subfamília Sigmodontinae
Nectomys squamipes
rato d’água Não há informação Onívoro
(Brants, 1827)
FAMÍLIA CRICETIDAE
Subfamília Murinae
Rattus rattus
Rato-da-casa Introduzida Granívoro
(Linnaeus, 1758)
Subfamília Caviinae
Cavia aperea Nõa há
Preá-do-mato Não há informação
FAMÍLIA CAVIIDAE Exleben, 1777 informação
Dasyprocta aguti
Cutia Não há informação Frugívoro
(Linnaeus, 1758)
Subfamília Erethizontinae
FAMÍLIA
Coendu preensilis Ouriço-caixeiro, Não há
ERETHIZONTIDAE Não há informação
(Linnaeus, 1758) porco espinho informação
Fonte: Reis et al., 2006.

5.2.2.3.3 Conclusão

A riqueza de mamíferos da APA de Santa Cruz, Pernambuco, equivale a


aproximadamente 34,78% do total de mamíferos registrados para Pernambuco. Todas as
Ordens catalogadas para o Estado estão nela representadas. A representatividade da
Ordem Chiroptera na presente listagem, com representantes de variados hábitos
alimentares, denota a importância desse grupo na dinâmica da comunidade, uma vez que
participam de processos chaves para o bom funcionamento dos ecossistemas, tais como
polinização e dispersão de sementes, bem como do controle populacional de insetos. A
presença na área de espécies da fauna silvestre brasileira ameaçada de extinção,
principalmente do peixe-boi-marinho (Trichechus manatus) ressalta a necessidade urgente
de medidas conservacionistas para a proteção das populações em declínio.

172
5.2.2.4 Espécies Cinegéticas

Das espécies elencadas anteiormente, algumas apresentam importante potencial


cinegético, podendo ser utilizadas como fonte de subexistência pelas populações
tradicionais. Na literatura, são vários os exemplos da utilização sustentável de espécies de
répteis na América Latina, assim como, de seus subprodutos, na alimentação humana.

• Tupinambis merianae, mamífero conhecido popularmente por teju, é um


grande lagarto encontrado em grande parte do território nacional e com grande
potencial como fonte alimentar. Seus subprodutos (carne e couro, principalmente)
podem ser utilizados em escala comercial.
• Iguana iguana, lagarto vulgarmente conhecida como camaleão. A utilização
comercial de ambas espécies como fonte alimentar é freqüente na Argentina e na
Venezuela, embora no Brasil se verifique basicamente a caça de subsistência,
principalmente na região Nordeste.
• Caiman latirostris e Paleosuchus palpebrosus são espécies de répteis
popularmente conhecidas como jacaré-de-papo-amarelo e jacaré-coroa,
respectivamente. A primeira é a mais utilizada no Brasil como fonte de subsistência
e apresenta alto potencial de exploração comercial.
• Kinosternon scorpioides (tartaruga), espécie de valor cinegético, embora com
poucas informações disponíveis, utilizada na alimentação por populações humanas
de áreas rurais, sendo encontrada em ambientes alagados de água doce e em
pequenos rios.

A utilização de aves na alimentação de populações rurais, constitui uma realidade no


Nordeste brasileiro. Muitas espécies são utilizadas e capturadas com apetrechos de caça e
fazem parte da dieta protéica. Destacam-se: Crypturellus soui (inhambú, nambú),
Crypturellus parvirostris, Crypturellus tataupa, Dendrocygna bicolor (marreca-caneleira),
Dendrocygna viduata (irerê), Anas bahamensis (marreca-toucinho), Columbina talpacoti
(rolinha-caldo-de-feijão) e Leptotila rufaxila (jurití).

Os mamíferos também são utilizados pelas populações rurais. Com a utilização de


cães de caça o Euphractus sexcinctus (tatu-peba), Dasyprocta agouti (cutia) e Cavia aperea
(preá-do-mato) são caçados, representam grande importância cinegética e são utilizados na
forma de subsistência.

Na faixa litorânea, o apetrecho que serve para apanhar guaiamum (crustáceo) é


também utilizado para a caça do Cavia aperea. O Peixe-boi-marinho, o mamífero aquático
mais ameaçado do Brasil, e o Tamanduá tetradactyla (tamanduá-mirim) também são alvos
de caça.

173
5.2.2.5 Espécies Exóticas

Espécies exóticas são espécies animais ou vegetais que se instalam em locais que
não são originalmente encontradas (TOWNSEND et. al., 2006). As maneiras pelas quais
essas espécies chegam e se instalam nessas novas localidades são diversas. Sabe-se, por
exemplo, que habitats alterados pelo homem e de climas quentes são mais propensos à
instalação de espécies exóticas do que áreas naturais conservadas.
• O lagarto Hemydactylus mabouia é uma espécie exótica, introduzida da África,
amplamente encontrado em regiões antropizadas.
• O bico-de-lacre Estrilda astrild constitui uma espécie exótica originária da África, de
hábitos gregários. Foi trazido para o Brasil em navios negreiros, durante o reinado de
D. Pedro I. Convive bem com emberizíneos em áreas de gramíneas.
• O pardal (Passer domesticus) constitui uma espécie originária do velho mundo. Foi
introduzida no Rio de Janeiro em 1906. A ocupação do pardal no Brasil constitui um
processo artificial. A simples presença de pardais, sua gritaria e suas atitudes
petulantes incomodam outros pássaros.
• A garça-vaqueira Bubulcus íbis originária da África e Espanha meridional, constitui
uma espécie que colonizou o Brasil na década de 60 (Ilha de Marajó no Pará) e o
canal de Santa Cruz, no final da década de 80. A garça vaqueira atualmente
encontra-se distribuída por todas as partes do território nacional, com colônias de
dormitório e reprodução no litoral Norte do Pernambuco.
• Rattus rattus (rato-das-casas) espécie de roedor comensal originária do Velho
Mundo e introduzida pela colonização européia destaca-se aqui por ser considerada
integrante fauna sinantrópica da região.

As espécies exóticas em áreas naturais constituem problemas de conservação


(Azevedo Júnior, 1997; Azevedo Júnior, 1998; Bella & Azevedo Júnior, 2004).

5.2.2.6 Espécies Endêmicas e Ameaçadas

Quanto aos anfíbios, Phylomedusa nordestina, Leptodactylus vastus, Leptodactylus


troglodytes, Rhinella jimi, Hypsiboas atlântica, são endêmicos dos remanescentes de Mata
Atlântica do Nordeste, necessitando de ambientes florestais conservados para viabilizarem
suas populações (SANTOS & CARNAVAL, 2002; AMORIM, 2009). Dentre os répteis
destaca-se o jacaré de papo-amarelo Caimam latirostris que até pouco tempo ocupava a
lista oficial de animais ameaçados.

174
Dentre as aves destacam-se Aratinga cactorum e Paroaria dominicana, endêmicas
para o Nordeste. Essas espécie tem sua distribuição originalmente na caatinga, entretanto,
vem sendo observadas na faixa litorânea. Momotus momota macgraviana, constitui
endemismo no nível subespecífico, encontra-se em perigo segundo o Ministério do Meio
Ambiente. Picumnus exilis pernambucensis, Xenops minutus alagoanus e Platyrhincus
mystaceus niveigularis constituem espécies pernambucanas vulneráveis de acordo com o
Ministério do Meio Ambiente.

Das espécies de mamíferos destaca-se Tamandua. tetradactyla (Linnaeus, 17590


(Tamanduá-mirim), Megaptera novaeangliae (Borowski, 1781) (Baleia jubarte) e Trichechus
manatus (Linaeus, 1758) (peixe-boi-marinho) estando classificada segundo a IUCN como
espécie vulnerável; Caluromys philander (Linneus, 1758) (cuíca-lanosa) e Monodelphys
americana (Müller, 1776) (cuíca-de-três-listras) classificadas como quase ameaçadas (REIS
et al. 2006). M. novaeangliae, T. manatus, Leopardus pardalis mitis (Linnaeus, 1758)
(jaguatirica) e Leopardus wiedii (Schinz, 1821) (gato-maracajá) constam na lista oficial da
fauna silvestre brasileira ameaçada de extinção. O peixe-boi-marinho constitui o mamífero
aquático mais ameaçado do Brasil, tem sua distribuição ao longo da costa nordestina. A
localidade específica da espécie é o canal de Santa Cruz, que banha os municípios de
Itamaracá, Itapissuma e Igarassú.

Quanto ao Callitrix jacchus (Linnaeus, 1758) constitui uma espécie endêmica para o
Nordeste, no entanto, apresenta adaptabilidade e distribuição em todos ambientes que
compõe APA de Santa Cruz. Já o timbú, Didelphis marsupialis (Linnaeus, 1758), tem sua
distribuição restrita aos fragmentos de matas litorâneas sofrendo pressões antrópicas que
comprometem sua conservação (MONTEIRO Da CRUZ et.al., 2002).

5.2.3 Comunidades Aquáticas

Estações de coleta

As coletas foram realizadas entre as duas extremidades do Canal (Forte Orange e


Barra de Catuama) e na parte intermediária (Itapissuma) em pontos mais ou menos
eqüidistantes como descrito a seguir (Figura 54).

175
Figura 54: ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM NO CANAL DE SANTA CRUZ.

PONTO 01 – localizada próximo ao Forte Orange nas coordenadas geográficas 07°48.703’ S e


34°51.374’ W;
PONTO 02 – localizada na porção intermediária próximo da Itapissuma nas coordenadas
geográficas 07º46.525’S e 34º53.369’ W;
PONTO 3 – localizada próximo a Barra de Catuama nas coordenadas geográficas 07º41.220’
S e 034º51.270’ W.
Fonte: Google, 11/2009.

Metodologia de coleta

Foram realizadas coletas de campo no Canal de Santa Cruz que foram


complementadas por revisão de trabalhos bibliográficos existentes para a região. As coletas
foram realizadas em três regiões distintas do estuário, como citado anteriormente, onde
foram capturados dados referentes a ictiofauna, ictioplancton, zooplancton, fitoplancton e
bentos.

Ictiofauna: Para coleta da ictiofauna foram utilizados redes de arrasto tipo picaré
com 10 e 30 m de comprimento e malhas de 10 e 5mm, tarrafas e puçás. Os peixes
coletados foram fixados em formol a 10% para posterior identificação e conservação em
álcool a 70%. Em laboratório os peixes foram identificados, utilizando-se literatura
especializadas como Randall (1968), Fischer (1978), Figueiredo & Menezes (1978; 1980;
2000), Menezes e Figueiredo (1980, 1985), Whitehead (1973), El-Deir (2005) e Araújo
(2003), seguindo a classificação taxonômica conforme Nelson (1994).

Ictioplancton: O ictioplancton foi coletado através de arrastos horizontais de


superfície, com rede de plâncton com malha de 500 μm e dimensões de 0,3m de diâmetro

176
na boca e 2m de comprimento. Todos os arrastos tiveram uma duração padronizada em 10
minutos. A quantidade de água filtrada durante os arrastos foi calculada em função da
utilização de fluxômetro G.O. (General Oceanics) modelo 2030R, acoplado no centro da
boca da rede. Todo material coletado foi fixado em solução formolizada a 5%, neutralizada
com CaCO3, e devidamente acondicionado em potes de 500 ml. Posteriormente o material
foi triado em laboratório com auxílio de estereomicroscópio, e identificado a partir de
bibliografias específicas, como: Lippson & Moran (1974), Fahay (1983); Moser (1984); Leis
(1989); Matarese (1998); Neira (1998); Okyama (1998); Able & Fahay (1998); Ré (1999) e
Leis & Carson-Ewart (2000);

Zooplâncton e o Fitoplâncton: O zooplâncton e o fitoplâncton foram capturados


com o uso de rede cônico-cilíndrica de 30 cm de diâmetro e 1 metro de comprimento,
provida de malhas 25 µm de abertura (fitoplâncton) e 40 µm de abertura (zooplâncton) em
arrastos verticais integrados ao longo da zona eufótica. Os volumes filtrados com a rede
durante os arrastos na coluna d’água foram calculados a partir da equação: Volume (m 3) =
seção transversal da rede (m2) X distância percorrida (m). Onde a distância percorrida
corresponde à profundidade de arraste da rede ao longo da coluna (fito e zooplâncton). O
material foi acondicionado em recipientes devidamente identificados, de volume de 250 mL,
e conservado em formol 4% neutralizado com bórax. Na seqüência, após coletadas, as
amostras foram encaminhadas ao laboratório para análise do material biológico.

A determinação da densidade dos organismos (fito e zooplancton) foi expressa em


células por litro para fitoplâncton e indivíduos por metro cúbico para zooplâncton, efetuado
através da expressão indicada por A.P.H.A. (1995);
Densidade (org./L ou m³) = (NO x VC) / ( VS x VF),
Onde: NO – Número de organismos contados na sub-amostra analisada;
VC – Volume de concentração da amostra (mL);
VS – Volume da sub-amostra analisada (mL); e
VF – Volume filtrado através da rede (L ou m³).

A determinação da abundância relativa foi calculada através da relação do número


de indivíduos de um determinado táxon vezes cem, dividido pelo número total de indivíduos
desta estação, ou seja, pela fórmula:

Abundância relativa (%) = n x 100 / N,


Onde: n = número de indivíduos de um determinado táxon
N = número total de indivíduos desta estação.

177
Em laboratório a análise da composição fitoplanctonica foi realizada retirando-se
alíquotas de 0,5 cm³ de cada amostra com o auxílio de uma pipeta “Stempel”, e formadas
lâminas para microscopia. Essas foram observadas em um microscópio binocular em
laboratório. A determinação das quantidades dos organismos foi expressa em número de
células por mililitro, registrando-se a densidade, abundância relativa e o número de táxons
para cada grupo ou divisão algal, na identificação dos táxons sempre que possível em níveis
genéricos e específicos. A bibliografia básica utilizada na identificação das espécies foi:
Para as diatomáceas: HUSTEDT (1930); CUPP (1943); CLEVE-EULER (1951, 1952, 1953
a,b, 1955); HUSTEDT (1959, 1961-1966); SOUZA & SILVA (1960); HENDEY (1964);
PERÁGALLO & PERAGALLO (1897-1908); VAN HEURCK (1986); RICARD (1987); SILVA-
CUNHA & ESKINAZI-LEÇA (1990). Para os dinoflagelados: SOURNIA (1967); WOOD
(1968); DODGE (1982); SOURNIA (1986); BALECH (1988); STEINDINGER & TANGEN
(1997). Para as cianofíceas: DESIKACHARY (1959) e BOURRELLY (1972). Para as
euglenofíceas e clorofíceas: MIZUNO (1968); BOLD & WYNNE (1985); SOURNIA (1986);
CHRÉTIENNOT-DINET et al. (1990).

Para a analise do zooplancton em laboratório, a densidade foi avaliada a partir da


contagem dos organismos, em câmaras do tipo Sedgewick-Rafter, em três sub-amostragens
subseqüentes obtidas com pipeta do tipo Hensen-Stempell (2 mL), observadas em
microscópio binocular. Por outro lado, as amostras com reduzido número de organismos
foram contadas integralmente.

A identificação taxonômica do zooplâncton foi realizada com auxílio de bibliografia


específica (e.g. TREGOUBOFF & ROSE, 1957; KOSTE, 1978a, b; ROCHA &
MATSUMURA-TUNDISI, 1976; PENNAK, 1978; REID, 1985; BOLTOVSKOY, 1981 e 1999)
e bibliografia suplementar (e.g. MONTÚ, 1987; NEUMANN-LEITÃO et. al., 1992;
MATSUMURA-TUNDISI, 1972; BUSKEY, 1993; NEUMANN-LEITÃO, 1995; PARANAGUÁ
et. al., 1979; PARANAGUÁ et. al., 2000; PORTO NETO, 2003; ROCHA et. al., 2003; SILVA
et. al., 2003).

Bentos: Para a análise da comunidade bentônica as coletas foram realizadas


através de pegador tipo Petersen modificado (área de pegada= 0,0189 m2) para
amostragens bênticas. As amostras forma fixadas em formol a 4%.

No laboratório todo material coletado para análise biológica foi lavado em uma série
de peneiras acopladas com as seguintes malhas: 2 mm; 1 mm e 0,2 mm. Posteriormente, o
material foi fixado em álcool a 70%, porém sendo separados os animais retidos nas duas
primeiras malhas e todo o sedimento retido da última peneira.

178
Após a lavagem, as amostras foram submetidas à técnica de flotação com solução
saturada de NaCl, para a separação de seu conteúdo inorgânico. Este método de flotação
facilita a triagem da amostra, pois separa os organismos do sedimento, ocorrendo perdas
insignificantes dos mesmos (ver detalhes em BRANDIMARTE & ANAYA, 1998).

Os organismos da comunidade zoobentônica foram triados e identificados através de


estereomicroscópio e microscópio ótico Zeiss, até o menor nível taxonômico possível, com
auxílio de literatura especializada (PÉREZ, 1988; TRIVINHO-STRIXINO & STRIXINO, 1995;
MERRIT & CUMMINS, 1996; DOMINGUEZ & FERNANDEZ, 2001 E THORP & COVICH,
2001) e preservados em álcool a 70%.

A densidade dos organismos bentônicos foi calculada a partir da contagem total dos
organismos nas amostras e calculada para a área de 1 m2, de acordo com a seguinte
fórmula: n= o/a onde, n é o número de indivíduos por m 2, o é número de organismos
contados na amostra, a é área do amostrador (m2).

5.2.3.1 Ictiofauna

A ictiofauna, nos ecossistemas estuarinos, desempenha importante papel ecológico


por transformarem o potencial energético dos detritos, conduzirem a energia dos níveis
tróficos, exportarem energia para ecossistemas vizinhos, importarem energia de outros
ecossistemas, entre outros (YÁÑEZ-ARACINBIA, 1985).

A ictiofauna no Canal de Santa Cruz vem sendo estudada, sob seu aspecto
taxonômico e ecológico desde 1996 quando foram iniciados os estudos pelo Departamento
de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco, tendo trabalhos naquela região
até o presente ano.

Foram coletados 261 indivíduos distribuídos em 17 famílias e 32 espécies. As


famílias que apresentaram maior número de espécies foram Carangidae com 5 espécies,
Gerreidae com 4, Lutjanidae com 3 e Achiridae, Clupeidae, Centropomidae, Engraulidae,
Mugilidae e Tetraodontidae com 2 espécies cada (Tabela 25).

Através da Tabela 25 podemos observar que em relação aos pontos de amostragem


o ponto 01 apresentou maior riqueza taxonômica com um total de 19 espécies capturadas,
seguido do ponto 2 com 14 espécies e do ponto 3 com um total de 13 espécies.

179
Em termos de freqüência de ocorrência (F.O), as espécies que ocorreram nas três
estações amostradas foram Atherinella brasiliensis e Lile piquitinga, como pode ser
observado na tabela 25.

Da lista das espécies capturadas no presente levantamento destacamos Anchoviella


lepidentostole, Caranx crysos, Citharichthys arenaceus, Myrophis punctatus, Platanichthys
platana e Sphoeroides greeley, que não foram citadas por Vasconcelos-Filho e Oliveira
(2000) para o Canal de Santa Cruz, mais foram citadas por Araújo (2003) para o rio
Jaguaribe que nasce na própria Ilha de Itamaracá.

Tabela 25: LISTA DAS ESPÉCIES CAPTURADAS E SUA FREQÜÊNCIA DE


OCORRÊNCIA.
PONTO PONTO PONTO
ESPÉCIES FAMÍLIA F.O. (%)
01 02 03
Achirus declives Chabanaud, 1940 Achiridae x x 66,67
Achirus lineatus (Linnaeus, 1758) Achiridae x 33,33
Anchoviella lepidentostole (Fowler, 1911) Engraulidae x 33,33
Atherinella brasiliensis (Quoy & Gaimard,
Atherinopsidae x x x 100,00
1825)
Caranx crysos (Mitchill, 1815) Carangidae x 33,33
Caranx hippos (Linnaeus, 1766) Carangidae x 33,33
Centropomus parallelus Poey, 1860 Centropomidae x 33,33
Centropomus undecimalis (Bloch, 1792) Centropomidae x x 66,67
Citharichthys arenaceus Evermann & Marsh,
Paralichthydae x 33,33
1900
Diapterus rhombeus (Cuvier, 1829) Gerreidae x x 66,67
Eucinostomus gula (Quoy & Gaimard, 1824) Gerreidae x 33,33
Eucinostomus lefroy (Goode, 1874) Gerreidae x x 66,67
Eucinostomus melanopterus Gerreidae x x 66,67
Gobionellus oceanicus (Pallas, 1770) Gobiidae x 33,33
Hyporhamphus unifasciatus (Ranzani,
Hemirhamphidae x 33,33
1841)
Lile piquitinga (Schreiner & Miranda Ribeiro,
Clupeidae x x x 100,00
1903)
Lutjanus apodus (Cuvier, 1828) Lutjanidae x 33,33
Lutjanus griseus(Linnaeus, 1758) Lutjanidae x 33,33
Lutjanus synagris (Linnaeus, 1758) Lutjanidae x 33,33
Lycengraulis grossidens (Agassiz, 1829) Engraulidae x 33,33
Mugil curema Valenciennes, 1836 Mugilidae x x 66,67
Mugil liza Valenciennes, 1836 Mugilidae x 33,33
Myrophis punctatus Lütken, 1852 Ophichthidae x 33,33
Oligoplites palometa (Cuvier, 1832) Carangidae x x 66,67
Oligoplites saurus (Bloch & Schneider, 1801) Carangidae x 33,33
Platanichthys platana (Regan, 1917) Clupeidae x x 66,67
Selene vomer (Linnaeus, 1758) Carangidae x 33,33
PONTO PONTO PONTO
ESPÉCIES FAMÍLIA F.O. (%)
01 02 03
Sphoeroides greeley Gilbert, 1900 Tetraodontidae x x 66,67

180
Sphoeroides testudineus (Linnaeus, 1758) Tetraodontidae x x 66,67
Sphyraena barracuda (Edwards, 1771) Sphyraenidae x 33,33
Strongylura timucu (Walbaum, 1792) Belonidae x 33,33
Thalassophryne nattereri Steindachner,
Batrachoididae x 33,33
1876
Riqueza taxonômica 19 14 13
Fonte: Araújo, 11/2009.

Segundo Vasconcelos-Filho e Oliveira (2000), taxonomicamente a ictiofauna do


complexo estuarino do Canal de Santa cruz esta composta por aproximadamente 162
espécies que estão representadas a seguir segundo a classificação ecológica em:
Residente (espécies que passam todo o ciclo de vida nas águas estuarinas); Marinho
dependente (espécies de origem marinha que utilizam águas estuarinas para completar
parte do seu ciclo de vida) e Marinho visitante (espécies de origem marinha que penetram
em águas estuarinas regularmente ou ocasionalmente sem exigência do seu ciclo de vida).

Quadro 16: ESPÉCIES DE ICTIOFAUNA QUE OCORREM NA APA DE SANTA CRUZ.


ESPÉCIES RESIDENTES: 25
1. Atherinella brasiliensis 2. Gobionellus oceanicus
3. Achirus achirus 4. Gobionellus stigmaticus
5. Achirus declivis 6. Gobionellus stomatus
7. Achirus lineatus 8. Guavina guavina
9. Bathygobius soporator 10. Poecilia vivipara
11. Cahtrops spixii 12. Sphoeroides greeley
13. Ctenogobius boleosoma 14. Sphoeroides splengeri
15. Ctenogobius smaragdus 16. Sphoeroides testudineus
17. Dormitator maculatus 18. Symphurus plagusia
19. Erotelis smaragdus smaragdus 20. Tachysurus herzbergii
21. Erotelis civitatum 22. Tachysurus parkeri
23. Ervothodus lyricus 24. Tachysurus proops
25. Trinectes maculatus
ESPÉCIES MARINHAS DEPENDENTES: 50
1. Anchoa filifera 2. Hyporhanphus unifasciatus
3. Anchoa januaria 4. Hyporhanphus roberti
5. Anchoa tricolor 6. Lile piquitinga
7. Anchovia clupeoides 8. Lycengraulis grossidens
9. Anchoviella lepidentostole 10. Menticirrhus americanus
11. Bardiella ronchus 12. Menticirrhus martinicensis
13. Bothus ocellatus 14. Micropogonias furnieri
15. Centropomus parallelus 16. Mugil curema
17. Centropomus undecimalis 18. Mugil liza
19. Chaetodipterus faber 20. Mugil trichodon
21. Citharichthys arenaceus 22. Oligoplites palometa
23. Citharichtys crossotus 24. Oligoplites saliens

181
25. Citharichtys spilopterus 26. Oligoplites saurus
27. Cynoscion acoupa 28. Ophioscion microps
29. Cynoscion leiarchus 30. Paralichthys brasiliensis
31. Diapterus olisthostomus 32. Paralichthys orbignyana
33. Diapterus rhombeus 34. Polydactylus virginicus
35. Eucinostomus argenteus 36. Sphyraena barracuda
37. Eucinostomus gula 38. Stellifer brasiliensis
39. Eucinostomus havana 40. Stellifer rastrifer
41. Eucinostomus melanopterus 42. Strongylura marina
43. Eucinostomus lefroy 44. Strongylura timucu
45. Eugerres brasilianus 46. Syacium micrurum
47. Guavina guavina 48. Trachyurus lepturus
49. Gerres cinereus 50. Ulaema lefroy
ESPÉCIES MARINHAS VISITANTES: 87
1. Abudefduf saxatilis 2. Lagocephalus laevigatus
3. Achanthurus bahianus 4. Lobotes surinamensis
5. Achanthurus chirurgus 6. Lutjanus analis
7. Albula vulpes 8. Lutjanus apodus
9. Amanses (Chantherines) pullus 10.Lutjanus griseus
11. Amphicthys criptocentrus 12.Lutjanus jocu
13. Anisotremus virginicus 14.Lutjanus synagris
15. Archosargus rhomboidalis 16.Lutjanus cyanopterus
17. Archosargus unimaculatus 18.Megalops atlanticus
19. Bagre marinus 20.Myrichthys oculatus
21. Canthigaster rostratus 22.Myrophis punctatus
23. Caranx hippos 24.Narcine brasiliensis
25. Caranx latus 26.Ocyurus crysurus
27. Carangoides crysos 28.Ogcocephalus vespertilio
29. Cetengraulis edentulus 30.Oostethus lineatus
31. Chaetodon aculeatus 32.Opisthonema oglinum
33. Chaetodon striatus 34.Orthopristes ruber
35. Chilomycterus spinosus 36.Phrynelox sacaber
37. Chloroscombrus chrysurus 38.Pomacanthus paru
39. Colomesus psittacus 40.Pomacentrus variabilis
41. Colomesus asellus 42.Pomadasys corvinaeformis
43. Cyclichthys spinosus 44.Pomadasys ramosus
45. Cynopontius savana 46.Pomadasys croco
47. Dactylopterus volitans 48.Prionotus alipionis
49. Dasyatis guttata 50.Prionotus punctatus
51. Diodon hystrix 52.Pseudupenaeus maculatus
53. Echeneis nucrates 54.Rypticus randalli
55. Elops saurus 56.Scomberomorus brasiliensis
57. Epinephelus itajara 58.Scorpaena plumieri
59. Fistularia tabacaria 60.Selene setapinnis
61. Fistularia petimba 62.Selene vomer
63. Geniatremus luteus 64.Sparisoma amplum

182
65. Gymnotorax funebris 66.Sparisoma radians
67. Gymnotorax moringa 68.Syngnathus duncheri
69. Gymnotorax nigromarginatus 70.Syngnathus elucens
71. Haemulon aurolineatum 72.Syngnathus pelagicus
73. Haemulon parrai 74.Syngnathus rousseau
75. Haemulon steindachneri 76.Synodus foetens
77. Harengula clupeola 78.Synodus poey
79. Hemirhamphus brasiliensis 80.Thalassophrine montevidensis
81. Hyppocampus hudsonius 82.Thalassophrine naterreri
83. Hyppocampus reidi 84.Trachinotus falcatus
86. Tomicodon fasciatus
85. Lacthophrys trigonus fasciatus
87. Lacthophrys triqueter
Fonte: Baseada nos trabalhos de Eskinazi (1972), Oliveira (1979), Azevedo e Guedes (1980), Vasconcelos Filho et al (1994),
Acioli (1995), Almeida e Vasconcelos Filho (1997), Cavalcanti et al (1998), Almeida et al. (1998), El-Deir (2005) e Guedes et al
2005

Segundo os trabalhos realizados pelos autores citados anteriomente, as famílias


mais representativas em números de espécies foram: Carangidae (xaréus), Gerreidae
(carapebas), Gobiidae (mingulas), Engraulidae (manjubas), Haemulidae (xira), Mugilidae
(tainhas), Lutjanidae (cioba e dentão) e Clupeidae (sardinha).

Para o presente levantamento, Gerreidae, Carangidae e Lutjanidae foram às famílias


mais abundantes em numero de espécies, apesar da semelhança das informações, estes
dados podem ser mais detalhados se forem realizados estudos específicos no futuro.

De acordo com Vasconcelos-Filho e Oliveira (2000) os ambientes estuarinos


suportam uma fauna recrutada parcialmente do mar e da água doce, no entanto essa fauna
é primariamente marinha. As espécies marinhas dependentes são encontradas nos
ambientes estuarinos desde jovens até a fase adulta, das quais destacamos Mugil spp.,
Centropomus spp., Diapterus pp., Eucinostomus spp., entre outras. As marinhas visitantes
são exemplares jovens, alguns considerados de importância comercial como os
pertencentes às famílias Lutjanidae, Carangidae, Hemirhamphidae, Serranidae, Sciaenidae,
Scombridae (Vasconcelos-Filho e Oliveira, 2000).
De um modo geral, pode-se dizer que a maioria dos indivíduos analisados são
exemplares jovens, retratando a importância do Canal de Santa Cruz, sendo este um
berçário para muitas espécies desenvolverem uma parte do seu ciclo de vida. Espécies
estas que servem como alimento ou base de sustento financeiro para várias famílias da
região.

5.2.3.2 Ictioplancton

183
O ictioplancton estuarino pode originar-se dentro do estuário ou de ambientes
marinhos e de água doce. No Canal de Santa Cruz, ao longo dos últimos 30 anos,
numerosos estudos foram realizados relativos a caracterização hidrológica e aos processos
que determinam sua produtividade, bem como o estudo de sua ictiofauna, constatando a
presença de várias famílias de importância ecológica e econômica.

Contudo, é escassa a quantidade de trabalhos sobre a composição e a dinâmica do


ictioplancton, onde podemos citar Ekau et al. (2001), que estudando o ictioplancton do Canal
de Santa Cruz, identificaram que dos 2.711 indivíduos capturados as larvas da família
Engraulidae e Gobiidae foram a mais abundantes com 1046 e 680 indivíduos
respectivamente, contribuindo com 76% do ictioplancton capturado no canal. Em seguida
destacaram-se os indivíduos da família Achiridae com 114 indivíduos (15%) e Clupeidae
com 87 indivíduos (13,8%).

No levantamento realizado foram capturados indivíduos de 7 famílias e uma ordem,


sendo a família Engraulidae a que apresentou a maior freqüência de ocorrência, e única
família que ocorreu nos três pontos de amostragem. Em relação a riqueza taxonômica o
ponto 3 apresentou o maior valor com táxons, seguido do ponto 2 com 4 táxons e do ponto 1
com 3 táxons (Tabela 26).

Tabela 26: LISTA DOS TÁXONS ENCONTRADOS NOS TRÊS PONTOS DE COLETA E
SUA FREQÜÊNCIA DE OCORRÊNCIA.
PONTO PONTO PONTO
TÁXONS F.O.%
01 02 03
Carangidae x x 66,67
Clupeidae x x 66,67
Eleotridae x 33,33
Engraulidae x x x 100,00
Gerreidae x 33,33
Pleuronectiformes x 33,33
Sciaenidae x x 66,67
Sparidae x 33,33
Riqueza taxonômica 3 4 6
Fonte: Araújo, 11/2009.

Para o complexo estuarino de Itapessoca, litoral Norte de Pernambuco, Souza (2003)


coletou um total de 6.667 larvas. Destas a família Engraulidae também foi a mais abundante
com 3.345 larvas representando 70% do total capturado, seguida da família Eleotridae com
372 larvas representando 8% e a família Gobiidae com 314 larvas, e 7% do total.

Ainda para o estuário de Itapessoca, Souza (2003), calculando a freqüência mensal


de ocorrência das famílias, verificou que das 19 famílias coletadas 12 foram classificadas

184
como constantes (com ocorrência maior do que 50%), 2 acessórias (com ocorrência entre
50 e 25%) e 5 acidentais (com ocorrência inferior a 25%).

Ainda para o estuário de Itapessoca, Souza (2003), calculando a freqüência mensal


de ocorrência das famílias, verificou que das 19 famílias coletadas 12 foram classificadas
como constantes, 2 acessórias e 5 acidentais com freqüência relativa de ocorrência de 63%,
11% e 26%, respectivamente.

As famílias Atherinopsidae, Bleniidae, Carangidae, Clupeidae, Eleotridae,


Engraulidae, Gerreidae, Gobiidae, Hemirhamphidae, Sciaenidae, Sparidae, e Syngnathidae
foram classificadas como constantes, enquanto que Microdesmidae e Tetraodontidae como
acessórias e Belonidae, Centropomidae, Triglidae, Chaetodontidae e Diodontidae foram
consideradas como acidentais.

Silva-Falcão (2007), estudando as formas jovens de peixes em uma gamboa do


estuário do rio Catuama, capturou 11.457 larvas identificando 29 taxa distribuídos em 2
ordens e 27 famílias. As famílias mais abundantes foram Atherinopsidae, Gerreidae e
Gobiidae, que juntas apresentaram mais de 70% do total capturado, seguidas das famílias
Clupeidae com 7,9%, Engraulidae com 6,2%, Centropomidae com 2,2% e Sciaenidae com
2,1% do total capturado.

Segundo a autora as espécies que ocorreram, nas coletas realizadas na gamboa do


rio Catuama, foram Sciaenidae, Gobiidae, Gerreidae, Engraulidae, Clupeidae e
Atherinopsidae. As famílias consideradas de ocorrência esporádicas foram Triglidae,
Pomacentridae, Mugilidae, Microsdemidae, Lutjanidae, Labrisomidae e Batrachoididae.

Sazonalmente a família Atherinopsidae dominou em diversos meses de coleta, com


maior abundancia no mês de setembro e a menor no mês de abril. A família Centropomidae,
embora muito freqüente, apresentou uma baixa abundancia com maior período de
ocorrência nos meses de abril a maio. A família Clupeidae mais abundante em novembro e
dezembro e Engraulidae ocorreram entre junho e dezembro (SILVA-FALCÃO, 2007).
Abaixo segue a lista das espécies capturadas pelos três autores citados acima para
o complexo estuarino de Itamaracá (Quadro 17).
Quadro 17 : LISTA DAS FAMÍLIAS DE ICTIOLPLANCTON CAPTURADOS NO
COMPLEXO ESTUARINO DE ITAMARACÁ.
EKAU (2001) SOUZA (2003) SILVA-FALCÃO (2007)
Engraulidae Clupeidae Atherinopsidae
Gobiidae Engraulidae Gerreidae
Achiridae Atherinopsidae Gobiidae
Clupeidae Hemiranphidae Clupeidae
Terapontidae Belonidae Engraulidae

185
Sciaenidae Syngnathidae Centropomidae
Tetraodontoidei Triglidae Scianidae
Carangidae Blenniidae Carangidae
Syngnathidae Carangidae Hemiramphidae
Eleotridae Centropomidae Achiridae
Blennioidei Chaetodontidae Microdesmidae
Blenniidae Eleotridae Sparidae
Gobiesocidae Gerreidae Eleotridae
Exocoetidae Gobiidae Tetraodontidae
Gerreidae Microdesmidae Syngnathidae
Atherinidae Sciaenidae Blennidae
Belonidae Sparidae Bothidae
Ostraciidae Tetraodontidae Paralichthyidae
Microdesmidae Diodontidae Labridae
Elopidae Pleuronectiformes
Ephippididae Elopidae
Scaridae Beloniformes
Belonidae
Ephippidae
Mugilidae
Batrachoididae
Labrisomidae
Lutjanidae
Fonte: Listas de Ekau (2001), Souza (2003), Silva Falcão (2007).

5.2.3.3 Zooplacton

Em áreas estuarinas, o zooplancton tem papel fundamental, servindo como elo entre
o fitoplancton e muitos carnívoros, incluindo vários crustáceos e peixes de interesse
comercial. O zooplancton também tem papel significativo na ciclagem de nutrientes, bem
como é importante na transferência de energia de um ambiente para outro (DAY et al.,
1989). Dentre os nove grupos capturados para o Canal, os Copepodos foram os mais
abundantes nos três pontos de coleta, este grupo também apresentou o maior número de
taxa (Tabela 27 e 28).
Tabela 27: ABUNDANCIA RELATIVA (%) POR PONTO DOS TÁXONS CAPTURADOS
NO CANAL DE SANTA CRUZ.
TÁXONS PONTO 01 PONTO 02 PONTO 03
Annelida 0,74 0,93 1,43
Chordata 8,15 - -
Ciripedia 2,22 - 0,71
Copepoda 88,15 96,30 91,43
Crustacea - - 0,71
Foraminifera - - -
Mollusca 0,74 1,85 5,71
Nematoda - - -
Protozoa - 0,93 -

186
Fonte: Araújo, 11/2009.

Tabela 28: ABUNDANCIA RELATIVA (%) POR PONTO DOS TÁXONS CAPTURADOS
NO CANAL DE SANTA CRUZ.
TÁXONS PONTO 01 PONTO 02 PONTO 03
Annelida Polychaeta 0,74 0,93 1,43
Chordata Oikopleura dioica 7,41 - -
Cirripedia Balanus sp. 2,22 - 0,71
Copepoda Acartia lilljeborgi - 1,85 4,29
Euterpina acutifrons 1,48 0,93 2,86
Nanocalannus minor 1,48 4,63 7,14
Oithona hebes 3,70 2,78 7,86
Oithona minuta - - 0,71
Oithona nana - - 2,14
Oithona oswaldocruzi - - 3,57
Copepodito - 2,78 5,71
Náuplio 81,48 83,33 57,14
Crustacea Isopoda - - -
Ostracoda - - 0,71
Foraminifera Globigerina sp. - - -
Mollusca Bivalvia 0,74 1,85 5,71
Protozoa Favella sp. - 0,93 -
Fonte: Araújo, 11/2009.

Sobre o Canal de Santa Cruz há registros de trabalhos sobre o zooplancton desde


1973, iniciando com Paranaguá e Nascimento (1973), Nascimento (1977, 1980, 1981),
Paranaguá et al. (1979), Nascimento e Paranaguá (1981),Paranaguá (1982), Paranaguá e
Nascimento-Vieira (1984), Paranaguá e Eskinazi-Leça (1985) e Por e Almeida Prado-Por,
(1982), Ferreira (1997), Schwamborn (1997), Pereira (1997), Silva (1997), Neumann et al.
(1998),Porto Neto (1998). Nestes trabalhos foram identificados representantes do Filo
Protozoa, Cnidaria, Plathyelminthes, Aschelmintes, Mollusca, Annelida, Crustacea, Insecta,
Bryozoa, Phoronidea, Echinidermata, Chaetognatha e Chordata. No total foram encontrados
118 taxa, considerando-se a menor unidade que foi possível de identificar de cada grupo.
Destes destacaram-se os crustáceo do grupo Copépoda com 28 espécies, seguido por 15
espécies da subordem Tintinnina (Quadros 18 e 19).
Quadro 18: COMPOSIÇÃO DO ZOOPLÂNCTON (EXCETO COPEPODA) DO CANAL DE SANTA
CRUZ.
PROTOZOA Tricolia affinis
Testacea Outros veligéres
Arcella vulgaris Pelecypoda
Anomalocardia
Arcella dentata brasiliana
Centropyxis acureata Mytella falcata
Radiolaria Crassostrea rizophorae
Foraminifera outros velígeres
Textularia sp ANNELIDA
Quinqueloculina sp Polichaeta
Triloculina sp Spionidae

187
Dsicorbis mira Sabellaria sp
Planspirulina denticulata Nereis sp
Globigerinoides ruber outras larvas
Globigerinoides menardii CRUSTACEA
Tretomphalus bulloides Ostracada
Amphistegina sp Cirripedia
Tintinnina Balanus sp
Leprotintinnus nordoqvist Cumacea
Tintinnopsis directa Isopoda
Tintinnopsis brasiliensis Amphipoda
Tintinnopsis compressa Decapoda
Tintinnopsis mortensenii Acetes americanus
Tintinnopsis tocantinensis Atya sp
Tintinnopsis sp Penaeus sp
Codonellopsis morchella Lucifer faxoni
Periclimenes
Coxliella annulata longicadatus
Favela ehrenbergii Lysmata spp
Rhabdonella spiralis Callianassa spp
Amphorellopsis acuta Paguristes spp
Eutintinnus tenuis Petrolisthes spp
Epiplocylis sp Polyonyx spp
Undella sp Porcellana spp
CNIDARIA Callinectes spp
Hydrozoa Pinotheres spp
Lynope tetraphyla Sesarma rectum
Blackfordia virginica Uca maracoani
Ostrumovia inkermanica Aratus pisoni
Ostroumova sp
PLATYHELMINTHES Uca leptodactyla
Convoluta sp. Uca burgersi
ASCHELMINTHES Ucides cordatus
Rotifera Syncarida (Batynella sp)
Rotaria rotatoria INSECTA (larva)
Rotaria sp BRYOZOA
Brachionus bidentata f. inermis ECHINODERMATA
Brachionus plicatilis Echinoidea
Keratella tropica tropica CHAETOGNATHA
Sagitta tenuis
CHORDATA
Larvacea
Fonte: MACEDO, S.J.; MONTES, M. de J. F.; LINS, I. C.

Quadro 19: COMPOSIÇÃO DOS COPEPODA DO CANAL DE SANTA CRUZ.


Clausocalanus furcatus Oithona nana
Eucalanus pileatus Oithona hebes
Paracalanus quasimodo Oithona oswaldocruzi

188
Paracalanus crassirostris Hemicyclops talassius
Centropages velificatus Oncae sp
Temora turbinata Corycaeus geisbrechti
Temora stylifera Corycaeus speciosus
Pseudodiaptomus acutus Saphirina sp
Pseudodiaptomus richardi Clytemnestra scutelata
Pseudodiaptomus marshi Microsetella rosea
Calanopia americana Euterpina acutifrons
Labidocera fluviatilis Ferranula gracilis
Lucicutia flavicornis Triguiopus sp
Acartiali lilljeborgi Metis sp.
Fonte: Araújo, 11/2009.

Para o Canal a composição foi semelhante em toda área, com forte tendência a
maior diversidade do continente em direção a desembocaduras, onde as variações da
salinidade são menos acentuadas. Entre os períodos seco e chuvoso não foram
constatadas grandes diferenças, sendo o período seco o que apresentou maior número de
espécies devido à maior contribuição marinha (Paranaguá et al., 2000).

Ainda no complexo estuarino de Itamaracá, Paranaguá & Koening (1980), estudando


a composição zooplanctônica em viveiros de peixe em Itamaracá, constataram que o
zooplancton não apresentou um ciclo anual definido. Enquanto que o pesquisados
Guilherme (1994) através de estudos sobre a composição e variação nictemeral na Barra
Orange em Itamaracá observou a ocorrência de 53 taxa.

Em 1996 Paranaguá et al., estudando o zooplâncton, na zona estuarina de


Itamaracá, notaram que com a malha 125µm os Copepoda foram os mais representativos.
Neumann-Leitão et al (1996ª), através de análises do zooplancton na desembocadura norte
do canal de Santa Cruz, observaram a ocorrência de 70 taxa, destacando-se os Copepoda
com 19 espécies. Neumann-Leitão et al (1996b) estudando a variação diurna e sazonal do
microzooplancton do rio Paripe, Itamaracá, observaram 57 taxa, destacando os Copepoda e
Foraminiferida no período seco.

5.2.3.4 Fitoplancton

As águas do Canal de Santa Cruz e estuários associados apresentam boas


condições para o desenvolvimento das algas planctônicas, ocorrendo uma flora bastante
variada, composta por 24 taxa, distribuídos nos seguintes grupos: diatomáceas,
dinoflagelados, cianofíceas, clorofíceas e fitoflagelados (ESKINAZI-LEÇA et al. 1980a,
1980b).

189
Das divisões capturadas as Bacillariophyta foram as mais abundantes nos três
pontos de coleta, as Chlorophyta foi à única divisão que não ocorreu nos três pontos. Sua
grande participação deve-se ao elevado número de táxons que apresentou esta divisão
(Tabela 29 e 30).

Tabela 29: PARTICIPAÇÃO RELATIVA DAS DIVISÕES CAPTURADAS NO CANAL DE


SANTA CRUZ.
DIVISÕES PONTO 01 PONTO 02 PONTO 03
Bacillariophyta 99,17 99,34 99,46
Chlorophyta 0,09 0,02 -
Cyanophyta 0,51 0,52 0,48
Euglenophyta 0,23 0,13 0,06
Fonte: Araújo, 11/2009.

Tabela 30: PARTICIPAÇÃO RELATIVA DOS TÁXONS CAPTURADOS NO CANAL DE


SANTA CRUZ.
DIVISÕES TÁXONS PONTO 01 PONTO 02 PONTO 03
Bacillariophyta Amphipleura lindheimeri 2,16 0,39 -
Amphiprora paludosa 0,18 0,18 0,18
Amphora ovalis 0,32 0,30 0,24
Asterionella japonica 0,32 0,35 0,36
Auliscus sp. 0,05 - -
Bidulphia sp. 0,05 2,03 4,32
Chaetoceros densus 0,37 0,41 0,42
Chaetoceros sp. 88,44 89,45 89,08
Coscinodiscus sp. 0,69 0,65 0,60
Cyclotella sp. 0,64 1,66 2,40
DIVISÕES TÁXONS PONTO 01 PONTO 02 PONTO 03
Bacillariophyta Diploneis elliptica 0,05 0,07 0,12
Gomphonitzschia ungeri 0,05 0,04 0,06
Navicula sp. 0,60 0,61 0,48
Nitzschia aciccularis 0,14 0,20 0,24
Nitzschia sigma 0,23 0,09 -
Pinnularia lata 0,14 0,18 0,12
Pleurosigma gyrosigma 1,47 1,01 0,60
Surirella robusta 0,14 - -
Tabellaria sp. 3,13 1,72 0,24
Chlorophyta Netrium digitus 0,09 0,02 -
Cyanophyta Oscillatoria sp. 0,51 0,52 0,48
Pyrrophyta Peridinium sp. 0,23 0,13 0,06
Fonte: Araújo, 11/2009.

Segundo Eskinazi-Leça et al. (2000) as diatomáceas são as algas mais importantes


do fitoplâncton, representando cerca de 80% de toda a flora, destacando-se as espécies
marinhas eurialinas que são características do ambiente costeiro adjacente e que,
penetrando no Canal pelas barras norte e sul, encontram condições adequadas para
sobrevivência e reprodução. Algumas diatomáceas chegam a caracterizar o fitoplancton do
canal pela sua abundância e freqüência de ocorrência, podendo-se citar: Asterionelopsis

190
glacialis, Bellerochea maleus, Chaetoceros curvisetus, Coscinodiscus centralis, Odontella
regia e Skeletonema costatum.

Os dinoflagelados representam o segundo grupo do fitoplâncton, porém são menos


abundantes e frequentes que as diatomáceas. Seus representantes são, principalmente,
enquadrados no gênero Ceratium, cujos indivíduos são todos marinhos e encontrados em
locais com salinidades mais altas, observadas nas entradas do Canal e estuários dos rios
Botafogo, Igarassu e Paripe. As cianofíceas e clorofíceas são grupos pouco representativos
e encontrados ocasionalmente nos locais sujeitos ao aporte de água doce (ESKINAZI-LEÇA
et al. 2000).

A presença de grupos variados e de diversas origens condiciona ao Canal de Santa


Cruz a uma diversidade específica alta, devido à introdução de espécies de origens
diferentes, confirmadas pela presença de espécies marinhas, estuarinas e de água doce
(Quadro 20). .

191
Quadro 20: CLASSIFICAÇÃO ECOLÓGICA DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES DO FITOPLANCTON, OCORRENTES NO CANAL DE SANTA CRUZ
CATEGORIA Nª DE ESPÉCIES % ESPÉCIES
1. Achnathes brevipes, 2. Actinocyclus ehrembegii, 3. Actinoptychus senarius
4. Actinoptychus splendens, 5. Amphora arenaria, 6. Asterionellopsisglacialis,
7. Aulacodiscus kittoni, 8. Auliscus caelatus, 9. Bacilaria paxalifer
10. Bellerochea malleus, 11. Bidduphia cypeus, 12. Campyloneis grevilei,
13. Cerataulus turgidus, 14. Cerataulus coarctatus, 15. Chaetoceros curvisetus,
16. Chaetoceros decipiens, 17. Chaetoceros diversus 18. Chaetoceros lorenzianus,
19. Chaetoceros teres, 20. Climascophenea moniligera, 21. Cocconeis scutellum,
22. Coscinodiscus asteromphalus, 23. Coscinodiscus centralis 24. Coscinodiscus excentricus,
25. Coscinodiscus excentricus var fasciculata, 26. Coscinodiscus oculusiridis, 27. Coscinodiscus radiatus,
28. Cyclotella stylorum, 29. Cylindrotcheca closterium, 30. Dictyocha fibula,
31. Diploneis bombus, 32. Diploneis vacilans, 33. Ditylum brightwellii,
34. Eunotogramma laevis, 35. Grammatophora angulosa, 36. Grammatophora marina,
Marinhas 74 78,5 37. Gramatophora oceanica, 38. Heliotheca thamensis 39. Lithodesmium undulatum,
40. Lyrella lyra, 41. Mastogloia binotata, 42. Navicula marina,
43. Nytzchia compressa, 44. Nytzchia longissima, 45. Nytzchia pungenes,
46. Nytzchia sigma, 47. Odontella aurita, 48. Odontella longicruris,
49. Odontella mobiliensis, 50. Odontella regia, 51. Paralia sulcata,
52. Petrodictyon gemma, 53. Petroneis umerosa, 54. Pleurosigma naviculaceum,
55. Pleusosira laeves, 56. Podocystis americana, 57. Pseudosolenia calcar-avis,
58. Rhabdonema adriaticum, 59. Rhizosolenia setigera, 60. Skeletonemacostatum,
61. Stictodiscus parallelus, 62. Striatella unipunctata, 63. Surirella fastuosa,
64. Surirella febigerii, 65. Terpsince americana, 66. Thalassionema nitzschioides,
67. Thalassiosira leptopus, 68. Thalassiothrix frauenfeldii, 69. Triceratium alternans,
70. Triceratium dubium, 71. Triceratium favus, 72. Triceratium favus f. quadrata,
73. Triceratium pentacrinus, 74. Tryblionella granulata.
1. Amphiprora alata, 2. Gyrosigma balticum, 3. Nitzschia circumuta,
Estuarina 5 4,7
4. Rhopalodia musculus, 5. Terpsinoe musica.
1. Anomoeoneis serians, 2. Cyclotella menehiniana, 3. Eunotia argus,
4. Eunotia glacialis, 5. Eunotia pectinalis, 6. Flagilaria capucina,
7. Frustulia rhomboides, 8. Hantzschia amphioxys, 9. Merismopedia convoluta,
Água doce 16 16,8
10. Micrasterias laticeps, 11. Navicula radiosa, 12. Nitzchia sigmoidea,
13. Nitzchia vermicularis, 14. Oscilatoria willei, 15. Pinnularia maior,
16. Pinnularia viridis.
Fonte: Araújo, 11/2009.

192
As espécies marinhas são as mais comuns e chegam a constituir 78,5% da flora
planctônica total e, entre essas, o grupo das diatomáceas são os mais representativos. Já
as espécies consideradas de água doce estão representadas por diatomáceas,
principalmente aquelas do gênero Eunotia, sendo encontradas também cianofíceas e
clorofíceas, porém a representatividade dessas espécies só atinge 16,8% da flora. E as
espécies estuarinas são as menos representativas e não atingem percentuais acima de 5%.
Apenas algumas diatomáceas estão classificadas nessa categoria.

Lacerda et al. (2004), estudando o fitoplancton no estuário do Rio Botafogo,


identificaram 87 taxa específicos e infra-específicos. As diatomáceas foram as mais
frequentes, principalmente Coscinodiscus centralis e Odontella regia, respectivamente, nos
períodos chuvoso e seco. A densidade fitoplanctônica variou de 205.000 a 1.200.000 céls.L–
1
no período seco, e de 230.000 a 2.510.000 céls.L–1 no chuvoso, indicando condições
eutróficas. A maior abundância numérica foi das diatomáceas Cyclotella meneghiniana e
Cylindrotheca closterium e dos fitoflagelados. O ecossistema é poluído e os efeitos
negativos são minimizados pela influência marinha, permitindo renovação periódica.

Figueiredo et al. (2006), estudando a biomassa fitoplanctônica nas Barras Orange e


Catuama no Canal de Santa Cruz, em Itamaracá-PE, identificou que a biomassa
fitoplanctônica foi mais elevada na Barra Orange, principalmente na baixa-mar e vazante.
Seus teores revelam que ambas as barras constituem ambientes eutrofizados, com boa
produtividade primária.

5.2.3.5 Bentos

A fauna associada aos sedimentos marinhos está composta em grande proporção


por espécies pertencentes aos anelídeos, poliquetas, crustáceos e moluscos (MOLINA &
VARGAS, 1994).

Dentre os indivíduos coletados os Nematodas foram os mais abundantes nos três


pontos de coleta, seguidos pelos Polychaetas. Os pontos 1 e 3 apresentaram a maior
riqueza taxonômica, 9 cada seguidos do ponto 2 com um total de 7 taxa (Tabela 31 e 32).

193
Tabela 31: ABUNDANCIA RELATIVA DOS TÁXONS CAPTURADOS NO CANAL DE
SANTA CRUZ.
TAXON PONTO 01 PONTO 02 PONTO 03
Nematoda 77,59 35,56 53,03
Oligochaeta 3,45 0,00 0,00
Polychaeta 10,34 26,67 12,12
Anomalocardia brasiliana 5,75 4,44 5,30
Iphigenia brasiliensis 0,00 0,00 0,76
Lucina sp. 0,57 4,44 0,00
Solecurtinae 0,00 13,33 0,00
Cerithiidae 0,57 2,22 6,06
Littorinidae 0,00 0,00 0,76
Neritina virginea 0,57 0,00 12,12
Chironominae 0,00 0,00 0,00
Cirripedia 0,00 0,00 2,27
Cyclopoida 0,57 0,00 0,00
Ostracoda 0,57 13,33 7,58
Fonte: Araújo, 11/2009.

A Tabela 32 indica as espécies e sua freqüência (F) de ocorrência (O). Destacando-


se os Nematodas, os Polychaetas e os Ostracodas que ocorreram nos três pontos de coleta
apresentando F e O de 100%.

Tabela 32: LISTA DOS TÁXONS CAPTURADOS NO CANAL DE SANTA CRUZ E SUA
FREQÜÊNCIA DE OCORRÊNCIA.
TAXON/ ESTAÇÕES PONTO 01 PONTO 02 PONTO 03 F.O. (%)
Nematoda X X X 100,00
Annelida
Oligochaeta X 33,33
Polychaeta X X X 100,00
Mollusca
Bivalvia
Donacidae
Iphigenia brasiliensis Lamarck, 1818 X 33,33
Lucinidae
Lucina sp. X X 66,67
Tellinidae
Solecurtinae X 33,33
Veneridae
Anomalocardia brasiliana (Gmelin, 1791) X X X 100,00
Gastropoda
Cerithiidae X X X 100,00
Littorenidae X 33,33
Neritidae
Neritina virginea (Linnaeus, 1758) X X 66,67
Arthropoda
Crustacea
Cirripedia X 33,33
TAXON/ ESTAÇÕES PONTO 01 PONTO 02 PONTO 03 F.O. (%)
Cyclopida X 33,33
Ostracoda X X X 100,00
Riqueza taxônomica 9 7 9
NI*= não identificado

194
Fonte: Araújo, 11/2009.

Estes grupos alternam sua dominância de acordo com as condições físicas sofridas
pelas praias. Os poliquetas tendem a dominar em regiões protegidas, de baixa energia e
compostas por sedimentos mais finos; os crustáceos dominam em ambientes de alta
energia e sedimentos mais grosseiros e os moluscos, em ambientes intermediários (Dexter,
1983).

Carvalho (2004), estudando os macroinvertebrados bentônicos do Canal de Santa


Cruz, coletou 24.392 indivíduos distribuídos em 123 taxa em 15 grupos taxonômicos
provenientes do rio Botafogo e 5.850 indivíduos distribuídos em 97 taxa distribuídos em 13
grupos taxonômicos no rio Siri.

Paiva et. al. (2005), estudando a macrofauna bentonica no Canal de Santa Cruz,
capturou no Forte Orange 3.612 indivíduos pertencentes a 18 taxa, sendo 13 identificados a
nível específico, quatro de gênero e um de família. O grupo que apresentou maior número
de indivíduos foi os moluscos com 3.429, seguido pelos poliquetas com 164 e crustáceos
com 11 indivíduos.

Na estação de Itapissuma, Paiva et al. (2005) descreveu que a macrofauna esteve


constituída por 91 indivíduos pertencentes a nove taxa, sendo dois identificados a nível
específico, quatro de gênero, um de família e dois apenas a nível de filo. O grupo mais
representativo foi o dos poliquetas com 61 indivíduos, seguido pelos moluscos com 13.

195
5.3 ASPECTOS DO MEIO ANTRÓPICO

O Diagnostico Socioambiental APA DE SANTA CRUZ refere-se ao estudo que


compreende integralmente os territórios dos municípios da Ilha de Itamaracá e Itapissuma,
situados na Região Metropolitana do Recife (RMR), e parte do território do município de
Goiana, situado na Microrregião da Mata Setentrional do Estado (ou ainda, na Região de
Desenvolvimento da Mata Norte, segundo a regionalização político-administrativa definida
pelo Governo de Pernambuco), totalizando uma área de 38.692,32ha (trinta e oito mil,
seiscentos e noventa e dois vírgula trinta e dois hectares).

Este segmento referente aos aspectos socioeconômicos apresenta um conjunto de


informações e indicadores sociais relativos à dinâmica socioeconômica e cultural de um
conjunto de municípios que integram essa APA. Esses aspectos, de um modo geral, foram
agrupados e trabalhados em tópicos assim abordados:
• Qualidade de vida da população local, destacando três principais variáveis: renda,
educação e saúde.
• Dinâmica das economias em termos de setores econômicos e infraestrutura
associada ao processo produtivo.
• Aspectos da mobilização e representação político-social local.
• Diagnóstico dos aspectos socioculturais, destacando o perfil dos bens e imóveis de
interesse histórico, arqueológico e cultural, bem como a descrição das atividades
culturais e de lazer típicas da região de estudo e identificação de sua capacidade de
atração turística.

Para tanto, foram adotados os seguintes procedimentos metodológicos:


• Identificação e trato de documentos e bibliografias (dados secundários) que
respaldam o estudo, disponibilizados por órgãos oficiais, como o IBGE, IPEA,
DATASUS, IBAMA, IPHAN, entre outros, na esfera federal; a Agência
CONDEPE/FIDEM, CPRH e FUNDARPE, entre outros, na esfera estadual; e, no
âmbito municipal, pelas Secretarias Municipais e outros órgãos do poder público
local dos municípios estudados.
• Visitas técnicas documentadas aos municípios inseridos na APA DE SANTA CRUZ
com vistas à obtenção de informações de fontes primárias, utilizando-se de
entrevistas abertas a gestores, lideranças políticas e representações comunitárias
locais.
• Registro fotográfico que comporá o acervo documental deste relatório.

196
Nessa direção, serviram de base para este estudo, fundamentalmente, as
informações censitárias do IBGE e os seus respectivos indicadores sociais, que
possibilitaram a construção de um amplo conhecimento da realidade da área de estudo.
Cabe ressaltar, contudo, que este conhecimento, considerando o fato que o último censo
realizado em 2000 pelo IBGE, retrata o quadro socioeconômico dessa região mais recente,
uma vez que o próximo censo esta sendo executado no corrente.

5.3.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DOS MUNICIPIOS

Os três municípios inseridos na área de estudo (APA Santa Cruz) - Ilha de


Itamaracá, Itapissuma e Goiana - estão localizados na porção norte do litoral
pernambucano, e totalizam uma área de 38.692,32 ha (0,6% PE). Considerando a definição
do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o território pernambucano encontra-
se dividido em cinco mesorregiões e 19 microrregiões geográficas. Os municípios da área
de abrangência deste estudo pertencem, respectivamente, à dinâmica espacial das
mesorregiões Metropolitana do Recife (Itapissuma e Ilha de Itamaracá) e Mata
Pernambucana (Goiana).

Quadro 21: MUNICÍPIOS INSERIDOS NA APA DE SANTA CRUZ SEGUNDO AS


MESORREGIÕES E MICRORREGIÕES GEOGRÁFICAS DO ESTADO.
REGIÃO DE
MESORREGIÃO MICRORREGIÃO DESENVOLVIMENTO MUNICÍPIO
(RD)
Metropolitana do Ilha de Itamaracá e
Ilha de Itamaracá Metropolitana
Recife Itapissuma
Mata
Mata Setentrional Mata Norte Goiana
Pernambucana
Fonte: IBGE e Agência CONDEPE/FIDEM.

Quadro 22: LIMITES MUNICIPAIS, ÁREA TOTAL, DISTÂNCIA DA CAPITAL E


PRINCIPAIS VIAS DE ACESSO DOS MUNICÍPIOS INSERIDOS NA APA.
Limites Municipais Área Total: 74 km²
Norte: Goiana Distância da Capital
ITAPISSUMA Sul: Igarassu 39 km
Leste: Ilha de Itamaracá Vias de Acesso Principais
Oeste: Igarassu BR-101 e PE-035.
Limites Municipais Área Total: 65,411 Km²
Norte: Goiana Distância da Capital
ILHA DE ITAMARACÁ Sul: Igarassu 48 Km
Leste:Oceano Atlântico Vias de Acesso Principais
Oeste: Itapissuma. BR-101 e PE-035
Limites Municipais
Área Total: 501,170 km²
Norte: Paraíba
Distância da Capital
Sul: Itaquitinga, Igarassu, Itamaracá
GOIANA 63 km
e Itapissuma
Vias de Acesso Principais
Leste: Oceano Atlântico
PE-001, PE-15 e BR-101
Oeste: Condado e Itambé

197
Fonte: Agência CONDEPE/FIDEM.

5.3.2 CARACTERIZAÇÃO SOCIOAL E TERRITORIAL

5.3.2.1.Distribuição espacial da população e dinâmica Demográfica

Os resultados dos Censos Demográficos de 1991 e 2000 revelam que, nesse


intervalo censitário, a população total dos municípios da área de estudo passou de 92.164
habitantes para 107.151 habitantes, tendo assim um acréscimo de aproximadamente 15.000
habitantes (pouco mais de 15% da população total constatada no Censo de 1991).
Conforme pode ser observado na Tabela 33.

Tabela 33: POPULAÇÃO RESIDENTE, POR SITUAÇÃO DO DOMICÍLIO


1991 2000
MUNICÍPIOS
TOTAL URBANA RURAL TOTAL URBANA RURAL
Goiana 64.150 40.552 23.598 71.177 43.531 27.646
Ilha de Itamaracá 11.606 8.580 3.026 15.858 12.930 2.928
Itapissuma 16.408 14.101 2.307 20.116 16.330 3.786
Total 92.164 63.233 28.931 107.151 72.791 34.360
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Através da análise específica de cada um dos municípios inseridos na APA de Santa


Cruz, pode-se constatar que no período 1991-2000, a população do município de Goiana
teve uma taxa média de crescimento anual de 1,21%, passando de 64.150 em 1991 para
71.177 em 2000. Sua taxa de urbanização apresentou uma pequena redução (diminuiu
3,25), passando de 63,21% em 1991 para 61,16% em 2000. Em 2000, a população do
município representava menos de 1% da população do Estado.

No mesmo período (1991-2000), a população da Ilha de Itamaracá teve uma taxa


média de crescimento anual de 3,67% (a maior entre os municípios da APA), passando de
11.606 em 1991 para 15.858 em 2000. Sua taxa de urbanização também apresentou
crescimento (10,29), passando de 73,93% em 1991 para 81,54% em 2000. Sendo um dos
menores municípios da RMR em população, sua população em 2000 representava apenas
0,20% da população do Estado.

Já o município de Itapissuma, no mesmo período (1991-2000), apresentou uma taxa


média de crescimento anual de 2,38%, passando de 16.408 em 1991 para 20.116 em 2000.
A taxa de urbanização, a exemplo do município de Goiana, também apresentou uma
diminuição (5,54), passando de 85,94% em 1991 para 81,18% em 2000. Em 2000, a
população do município representava 0,25% da população do Estado.

198
Considerando a Contagem Populacional de 2007 (IBGE, 2007), pode-se constatar
que Goiana diferencia-se dos outros dois municípios da área estudada pela magnitude
populacional. Já Itapissuma apresenta a maior densidade demográfica (307,78hab/km²). Os
três municípios apresentam basicamente o mesmo padrão em relação à Taxa de
Urbanização de (próximo a 80%). Importante destacar que no caso do município de Goiana,
esse percentual indica, por um lado, uma forte concentração de sua população na sua área
urbana, e por outro, uma forte concentração de terras (latifúndios) na área rural decorrente,
sobretudo, do cultivo da monocultura da cana de açúcar.

Em contraponto, a Ilha de Itamaracá mesmo apresentando o maior índice de


urbanização (79,11%) dos três municípios, sua densidade demográfica é de apenas 14,87
hab/km², conforme apresentado na Tabela 34. Em parte, essa baixa densidade pode ser
resultante da presença de grandes áreas de preservação histórica (como Vila Velha) e
ambiental, bem como, de grandes edificações prisionais, como a Penitenciária Agro-
Industrial São João – PAISJ, o Penitenciária Professor Barreto Campelo – PPBC e o
Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico –HCTP, que requerem extensas áreas de
segurança em seu entorno.

Tabela 34: POPULAÇÃO POR DOMICÍLIO, DENSIDADE DEMOGRÁFICA E GRAU DE


URBANIZAÇÃO – 2007.
POPULAÇÃO DENSIDADE TAXA DE
MUNICÍPIOS URBANA RURAL DEMOGRÁFICA URBANIZAÇÃO
TOTAL
N° (%) N° (%) (HAB/KM²) (%)
Goiana 71.796 55.236 76,93 16.560 23,07 143,26 76,93
Ilha de
17.573 13.902 79,11 3.671 20,89 14,87 79,11
Itamaracá
Itapissuma 22.852 17.458 76,40 5.394 23,60 307,78 76,40
Fonte: IBGE, 2008.

Segmentando os municípios por faixa etária revela-se a estrutura populacional


existente. A abordagem apresenta a segmentação por idade dos moradores. A Tabela 35,
exibe essas características.

Tabela 35: ESTRUTURA ETÁRIA DA POPULAÇÃO SEGUNDO OS MUNICÍPIOS – 2007.


FAIXA ETÁRIA ITAPISSUMA ILHA DE ITAMARACÁ GOIANA
0-4 anos 1.897 1.322 5.874
5-9 anos 2.312 1.516 6.532
10-14 anos 2.401 1.568 6.916
15-19 anos 2.330 1.522 7.107
20-29 anos 4.540 3.879 13.779
30-39 anos 3.614 3.304 11.077
40-49 anos 2.485 1.961 8.279
50-59 anos 1.573 1.245 5.610
60-69 anos 966 695 3.605
70-79 anos 477 340 2.025
80 anos ou mais 207 146 936
Total 22.852 17.573 71.796

199
Fonte: IBGE, 2008.

Nesses municípios que integram a APA de Santa Cruz, de uma forma geral, a parte
mais expressiva da população está concentrada na faixa entre 15 e 39 anos
(aproximadamente 45% em Goiana e na Ilha de Itamaracá, e praticamente 50% em
Itapissuma).

5.3.2.2 Qualidade de Vida18

Qualidade de vida diz respeito ao bem-estar do cidadão. Na perspectiva conceitual


sociológica é entendida enquanto um direito de cidadania. O que implica no
desenvolvimento do bem-estar individual a partir do desenvolvimento econômico e o
equilíbrio ambiental. Segundo Herculano (2000), deve-se considerar a noção de pobreza,
privação, vulnerabilidade, acesso a bens, e serviços, valores, direitos sociais e políticos, em
suma, à cidadania.

A mensuração da qualidade de vida das populações considera aspectos do


desenvolvimento humano, como por exemplo:
• Renda per capita,
• Educação: nível de escolaridade e numero de escolas,
• Saúde: Numero de leitos hospitalares, número de médicos disponíveis,
• Saneamento: Acesso e qualidade da água, numero de domicílios conectados
às redes de abastecimento e de esgotamento sanitário, etc.

Todavia, a disponibilidade dessas informações por vezes é segmentada ou


incompleta, pois não recolhe algumas comunidades, assentamento ou núcleos
habitacionais. É neste sentido que se realizará, no processo de zoneamento das Áreas
Homogêneas da APA, a caracterização dos aspectos ligados às condições de vida nos
lugarejos, vilas e adjacentes.

18
Classificação dos Municípios:
A Classificação Geral dos Municípios Brasileiros (Atlas do Desenvolvimento Humano/PNUD, 2002) aponta que
no âmbito dos municípios:
Municípios Pequenos 1: até 20.000 habitantes.
Municípios Pequenos 2: entre 20.001 a 50.000 habitantes.
Municípios Médios: 50.001 a 100.000 habitantes.
Municípios Grandes: entre 100.001 a 900.000 habitantes.
Metrópoles: superior a 900.000 habitantes.
Assim, na classificação geral, percebemos que a Ilha de Itamaracá inclui-se como “município de pequeno porte”.
(1), possuindo a menor população da área de estudo. Itapissuma é considerado “município de pequeno porte” (2) uma vez que
possui 22. 852 habitantes; Goiana por apresentar, em 2007, acima de 70.000 moradores é considerado como município de
médio porte.

200
5.3.2.2.1 Desenvolvimento Humano

O IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, indicador síntese, que combina dados


de renda per capita, expectativa de vida e escolaridade registrou crescimento no período de
1991 a 2000 nas localidades aqui tratadas.

Este Índice é produto da avaliação de aspectos econômicos conjugados com


longevidade, educação e renda de uma população. A partir dele foi gerado o IDH-M - Índice
de Desenvolvimento Humano Municipal. Importante é observar que sua escala esta entre 0
e 1 e, quanto mais próximo de 1, melhor o padrão de vida de um povo.

Como pode ser observado na Tabela 36, em 2000 o IDH-M de Goiana foi de 0,692,
Ilha de Itamaracá de 0,743 e Itapissuma (0,695). A seguir são apresentados, de forma
detalhada, cada um desses índices.

Tabela 36: ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL – 1991, 2000.


1991 2000
MUNICÍPIOS
IDHM IDHM-L IDHM-E IDHM-R IDHM IDHM-L IDHM-E IDHM-R
Goiana 0,593 0,632 0,628 0,519 0,692 0,743 0,777 0,569
Ilha de Itamaracá 0,653 0,703 0,68 0,576 0,743 0,797 0,817 0,615
Itapissuma 0,589 0,67 0,627 0,47 0,695 0,76 0,761 0,565
Fonte: PNUD/IPEA/Fundação João Pinheiro. Nota: Componentes do IDH-M: IDHM-E, para Educação; IDHM-L, para
Longevidade (ou Saúde) e IDHM-R, para Renda.

Nota-se que no período 1991-2000, IDH-M de Goiana cresceu 16,69%, passando de


0,593 em 1991 para 0,692 em 2000. A dimensão que mais contribuiu para este crescimento
foi a Educação, com 50,2%, seguida pela Longevidade, com 33,0% e pela Renda, com
16,8%. Neste período, o hiato do desenvolvimento humano (a distância entre o IDH do
município e o limite máximo do IDH, ou seja, 1 - IDH) foi reduzido em 24,3%. Se mantivesse
esta taxa de crescimento do IDH-M, o município levaria 15,9 anos para alcançar São
Caetano do Sul (SP), o município com o melhor IDH-M do Brasil (0,919); e 12,3 anos para
alcançar Fernando de Noronha - Distrito Estadual que detém o melhor IDH-M do Estado
(0,862).

A Ilha de Itamaracá é o que apresenta o melhor índice (0,743) dos três municípios.
No entanto, no período de referência, o IDH-M da Ilha cresceu apenas 13,78%, passando de
0,653 em 1991 para 0,743 em 2000 (o menor crescimento entre os três municípios da área
de estudo). Seguindo o mesmo padrão do município de Goiana, a dimensão que mais
contribuiu para este crescimento foi a Educação, com 50,7%, seguida pela Longevidade,
com 34,8% e pela Renda, com 14,4%. Neste período, o hiato do desenvolvimento humano
(a distância entre o IDH do município e o limite máximo do IDH, ou seja, 1 - IDH) foi reduzido
em 25,9%. Se mantivesse esta taxa de crescimento do IDH-M, o município levaria 14,3 anos

201
para alcançar São Caetano do Sul (SP), o município com o melhor IDH-M do Brasil (0,919),
e 10,0 anos para alcançar Fernando de Noronha, o melhor IDH-M do Estado (0,862).

Nesse mesmo período ainda, o IDH-M de Itapissuma cresceu 18,00%, passando de


0,589 em 1991 para 0,695 em 2000. A dimensão que mais contribuiu para este crescimento
foi a Educação, com 42,0%, seguida pela Renda, com 29,8% e pela Longevidade, com
28,2%. Neste período, o hiato do desenvolvimento humano (a distância entre o IDH do
município e o limite máximo do IDH, ou seja, 1 - IDH) foi reduzido em 25,8%. Se mantivesse
esta taxa de crescimento do IDH-M, o município levaria 14,6 anos para alcançar São
Caetano do Sul (SP), o município com o melhor IDH-M do Brasil (0,919), e 11,3 anos para
alcançar o Distrito Estadual de Fernando de Noronha/PE, território com o melhor IDH-M do
Estado (0,862).

5.3.2.2.2 Desigualdade e Pobreza

Em relação aos indicadores de desigualdade e pobreza, Os municípios da área de


estudo, se apresentam de um modo geral, com um padrão muito próximo e homogêneo,
com alto índice de contração e baixa distribuição de riqueza. O que gera desigualdade e
pobreza.

A exemplo de outras áreas do país, o processo de modernização, a elevação e os


alcances do Produto Interno Bruto – PIB nacional, e mesmo as políticas compensatórias de
distribuição de renda, não têm sido significantes para melhorar a qualidade de vida da
maioria dos brasileiros. Persistem elevados níveis de pobreza e desigualdades sociais.
Situação agravada no Nordeste do País. As dimensões desse quadro social estão
expressas nas Tabelas 37 e 38.

Tabela 37: INDICADORES DE DESIGUALDADE DE RENDA – 1991, 2000.


1991 2000
MUNICÍPIOS ÍNDICE L DE ÍNDICE L DE
ÍNDICE DE GINI ÍNDICE DE GINI
THEIL THEIL
Goiana 0,56 0,53 0,57 0,52
Ilha de Itamaracá 0,55 0,51 0,61 0,61
Itapissuma 0,5 0,38 0,58 0,57
Fonte: PNUD/IPEA/Fundação João Pinheiro.

202
No que se refere ao Índice de Gini – que mede o grau de desigualdade existente na
distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita – Goiana e a Ilha de
Itamaracá apresentam praticamente o mesmo valor, contudo, considerando o fato do
primeiro apresentar o maior número de habitantes, entre os três aponta para um quadro de
desigualdade e pobreza mais significativa que o segundo. Em todos eles a desigualdade
aumentou no período apurado (1991-2000). Realidade social que, por conseqüência,
contribui para a elevação dos níveis atuais de violência, sobretudo, nas áreas de grande
contingente populacional.

A variação do Índice de Theil – que mede a desigualdade na distribuição de


indivíduos, segundo a renda19 domiciliar per capita, sendo nulo quando não existir
desigualdade de renda entre os indivíduos e tendente ao infinito quando a desigualdade
tender ao máximo – aumentou ainda mais nos municípios de Itapissuma e da Ilha de
Itamaracá.

Tabela 38: CLASSES DE RENDIMENTO NOMINAL MENSAL DAS PESSOAS


RESPONSÁVEIS PELO DOMICÍLIO, EM SALÁRIOS MÍNIMOS – 2000.
CLASSES DE GOIANA ILHA DE ITAMARACÁ ITAPISSUMA
RENDIMENTO
DOMICÍLIOS (%) DOMICÍLIOS (%) DOMICÍLIOS (%)
DOMICÍLIOS (%)
Até ½ 828 4,84 139 3,82 265 5,57
1/2 a 1 5.767 33,72 1.178 32,34 1.686 35,46
1a2 3.606 21,08 721 19,80 1.058 22,25
2a5 3.059 17,88 555 15,24 662 13,93
5 a 10 1.059 6,19 248 6,81 188 3,95
10 a 20 278 1,62 92 2,53 42 0,88
Mais de 20 109 0,64 40 1,10 10 0,21
Sem rendimento 2.399 14,02 669 18,37 843 17,73
Total 17.105 100,00 3.642 100,00 4.754 100,00
Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000.

A Tabela 38 resume os dados sobre o rendimento mensal das pessoas responsáveis


pela família. De acordo com os dados IBGE (2000), as informações registradas apontavam
para um baixo rendimento mensal por domicílio. Do universo de 17.105 domicílios de
Goiana, 10.201, equivalente próximo aos 60% do total de chefes de família recebiam até 2
salários mínimos.

Na Ilha de Itamaracá, 36,16 % das famílias têm renda domiciliar entre ½ e 1 salário
mínimo; se agregar-se aí os domicílios declarados “sem rendimento” esse valor sobe para
54,53% da população. Considerando que, renda per capita inferior a ½ salário mínimo indica
19
Indicador de Renda: metodologicamente, a composição de renda considera a razão entre o somatório da
renda per capita de todos os indivíduos e o número total desses indivíduos. A renda per capita de cada indivíduo
é definida como a razão entre a soma da renda de todos os membros da família e o número de membros da
mesma. A Tabela 38 demonstra os valores expressos em reais de 1º de agosto de 2000, pois a referência é o
censo daquele ano. (IBGE, 2007).

203
situação de pobreza e inferior a ¼ salário mínimo indica indigência, os números demonstram
que mais da metade dessa população está em situação de vulnerabilidade social.

Em Itapissuma, 41,03% dos chefes de família dos domicílios pesquisados tinham


rendimento de até 1 salário mínimo, e apenas 0,21% apresentavam o rendimento nominal
mensal com valor superior a mais de 10 salários de referência. Realidade recorrente nos 43
municípios da Zona da Mata pernambucana e mais significativa nos municípios da Região
Metropolitana do Recife.

Nota-se que, em termos percentuais, os municípios pequenos concentram mais


habitantes em situação de pobreza do que os municípios médios, grandes ou metrópoles.

“Do ponto de vista da concentração absoluta, as diferenças


diminuem, mas os menores na sua totalidade terminam também
concentrando mais população”.20

A análise destes dados evidencia que a maior parte da população dos municípios
contemplados neste Diagnóstico vive com rendimento mensal insuficiente, com um número
significativo de habitantes vivendo na pobreza, além de revelar, também, uma elevada
desigualdade na distribuição da renda.

Observa-se, contudo, na região como um todo que vem ocorrendo uma pequena
redução nos indicadores de miséria e pobreza. Melhora que deve estar relacionada à
implementação de programas de proteção social de grande capilaridade e impacto pessoal
e social, como o Programa Bolsa Família.

5.3.2.2.3 Saneamento Ambiental

Aspectos Gerais

No que se refere ao saneamento, pode-se afirmar que parte significativa da


população dos municípios de Goiana, Ilha de Itamaracá e Itapissuma vive ainda em
condições ambientais muito insalubres, o que repercute fortemente sobre a qualidade de
vida da população, especialmente para aqueles que habitam nas áreas pobres desses
municípios. Por outro lado, os extratos da população com renda mais alta desses
municípios, mesmo sendo minoria, através de soluções individuais, conseguem manter-se a
certa distância desses problemas, o que de certa forma mascara a má gestão pública nesse
setor.

20
Secretaria Nacional de Assistência Social/MDS, 2005, p. 20.

204
Assim, os problemas de infraestrutura e gestão do saneamento que afetam os
municípios estudados e, de modo geral, os municípios da região onde a APA de Santa Cruz
encontra-se inserida, possuem as mesmas características e encontram-se relacionados às
deficiências de investimentos estruturadores, especialmente nas áreas de saneamento
básico e de limpeza urbana, bem como na manutenção de estradas e no uso e ocupação
desordenada do solo.

As questões de deficiências na qualidade da água, a baixa cobertura de


abastecimento de água, e a falta de serviços de esgotamento sanitário, influenciam na
saúde da população, principalmente na incidência de doenças de veiculação hídrica. Além
disso, na zona rural praticamente inexistem sistemas públicos de água e de esgoto. A
população utiliza água captada diretamente do leito dos rios ou em cacimbas, normalmente
poluídas e/ou contaminadas.

Abastecimento D'água

Os números relativos ao serviço de abastecimento d’água ainda são muito


preocupantes, sobretudo em relação aos Municípios de Goiana e Ilha de Itamaracá.
Segundo o IBGE, em 2000, o percentual de domicílios ligados à rede geral era de apenas
63% e 74%, respectivamente. Já o município de Itapissuma apresentava uma cobertura
muito superior aos demais (94%) (Tabela 39).

Importante destacar que, tanto Goiana como a Ilha de Itamaracá, apresentam mais
de 15% dos domicílios abastecido por poços ou nascentes. Esse percentual é preocupante
na medida em que essa forma de abastecimento apresenta grande dificuldade de
monitoramento da qualidade da água (Figura 55).

Tabela 39: DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES, FORMAS DE


ABASTECIMENTO DE ÁGUA.
2000
POÇO OU
MUNICÍPIOS TOTAL DE POÇO OU TOTAL
TOTAL DE REDE NASCENTE
POÇO OU NASCENTE DE
DOMICÍLIOS GERAL NÃO
NASCENTE CANALIZADA OUTRAS
CANALIZADA
Goiana 17.105 10.745 2.993 1.985 1.008 3.367
Ilha de Itamaracá 3.642 2.681 653 288 365 308
Itapissuma 4.754 4.498 167 101 66 89
Total 25.501 17.924 3.813 2.374 1.439 3.764
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.- IBGE.- Censo, 2000.

205
Figura 55: % DE DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES, POR FORMA DE
ABASTECIMENTO DE ÁGUA.

Fonte: IBGE, 2000.

Esgotamento sanitário

Segundo o IBGE, em 2000, pouco mais de 10% do total de domicílios da região em


estudo estavam ligados à rede geral de esgotos, sendo a Ilha de Itamaracá o mais crítico.
Nesse mesmo ano, mais de 80% dos domicílios desse município apresentavam fossa
rudimentar (ou seja, fossa negra, poço, buraco, etc.) e apenas 2% dispunham de fossa
séptica e mais de 90% dispunha de banheiro.

O município de Itapissuma, apesar de não apresentar nesse mesmo período uma


cobertura de rede geral significativa (menos de 20%), 72% dos domicílios apresentava fossa
séptica como tipo de esgotamento sanitário.

Tabela 40: DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES, POR TIPO DE


ESGOTAMENTO SANITÁRIO.
2000
TINHAM RIO,
MUNICÍPIOS BANHEIROS REDE FOSSA FOSSA LAGO
DOMICÍLIOS VALA OUTROS
OU GERAL SÉPTICA RUDIMENTAR OU
SANITÁRIOS MAR

Goiana 17.105 14.776 1.985 1.653 10.458 311 173 196


Ilha de Itamaracá 3.642 3.303 18 78 3.091 20 44 52
Itapissuma 4.754 4.462 847 3.430 136 11 19 19
Total 25.501 22.541 2.850 5.161 13.685 342 236 267
Fonte: IBGE Censo, 2000.

206
Considerando, sobretudo, sua posição estratégica enquanto um dos principais “pólos
de atração turística” do litoral norte do Estado, a Ilha de Itamaracá apresenta, entre dos três
da APA, a situação mais crítica – praticamente todo o município não apresentava nesse
período sistemas de saneamento adequados (Tabela 41).

Tabela 41: PROPORÇÃO DE DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES, POR


TIPO DE SANEAMENTO.
1991 2000

MUNICÍPIOS SEMI- SEMI-


ADEQUADO INADEQUADO ADEQUADO INADEQUADO
ADEQUADO ADEQUADO
(%) (%) (%) (%)
(%) (%)

Goiana 0,3 62 37,6 17,3 65,2 17,5


Ilha de Itamaracá 0,1 58,5 41,4 1,5 74,7 23,8
Itapissuma 0,5 93,7 5,8 84,4 14,1 1,5
Fonte: IBGE, Censos 1991 e 2000. Nota: Tipos de saneamento: Adequado - Domicílios com escoadouros ligados à rede-geral
ou fossa séptica, servidos de água proveniente de rede geral de abastecimento e com destino do lixo coletado diretamente ou
indiretamente pelos serviços de limpeza; Semi-adequado - Domicílios que possuem, pelo menos, um dos serviços de
abastecimento de água, esgoto ou lixo classificados como adequado; Inadequado - Domicílios com escoadouro ligados à fossa
rudimentar, vala, rio, lago ou mar e outro escoadouro; servidos de água proveniente de poço ou nascente ou outra forma com
destino de lixo queimado ou enterrado, ou jogado em terreno baldio.

Resíduos sólidos

Seguindo padrão similar ao que acontece com o setor de esgotamento sanitário, no


que se refere à coleta dos resíduos sólidos, a região estudada também pode ser
considerada muito deficiente. De acordo com os dados do Censo de 2000 (IBGE), a coleta
direta do total dos domicílios da região abrange pouco mais de 70% dos domicílios. Mesmo
assim, é importante registrar que no caso específico da Ilha de Itamaracá, esse percentual
cai para cerca de 40% dos domicílios, agravando ainda mais as condições de habitabilidade
desse município.

Entre os principais elementos da problemática dos resíduos sólidos nessa área pode-
se destacar o alto percentual de lixo jogado em terreno baldio e sem tratamento e
destinação final adequados.

Tabela 42: DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES, POR DESTINO DO LIXO.


1991 2000
marJogado em rio, lago ou

Jogado em terreno baldio


Jogado em terreno baldio

Jogado em rio, lago ou


Queimado

Queimado
Enterrado

Enterrado
Coletado

Coletado
Outros

Outros

Municípi-os
Total

Total

mar

59 10 48
Goiana 13.77 8.012 4.505 77 17.105 12.804 1.436 81 2.021 47 716
9 2 2
31
Ilha de Itamaracá 2.237 523 49 1.320 11 15 3.642 1.344 678 54 1.526 21 19
9
Itapissuma 3.534 3.293 50 17 162 2 10 4.754 4.392 116 45 139 60 2

207
96 16 50 18
Total 19.54 11.82 5.987 90 25.501 18.540 2.230 3.686 128 737
8 8 7 0
Fonte: IBGE, Censos 1991 e 2000.

Drenagem

O lançamento da rede de águas pluviais é feito, pelos municípios da área de estudo


nos cursos d’água permanentes, a exceção do município de Itapissuma que lança em
reservatórios de acumulação. A manutenção do sistema de drenagem superficial é feita
mediante a varrição e limpeza das vias. São, também, comuns a todos os municípios os
serviços de limpeza e desobstrução das galerias, de dragagem e limpeza de canais, bem
como de limpeza e desobstrução dos dispositivos de captação.

5.3.2.2.4 Educação

A importância que o tema Educação imprime hoje nos debates sobre


desenvolvimento econômico ou mesmo sustentabilidade, sobretudo na formulação de
políticas públicas, torna o conjunto de seus indicadores uma referência de grande valor.
Compreendida como uma das mais importantes políticas setoriais pelo seu forte impacto
social e grande visibilidade política (IBGE, 2007).

Para análise deste tema foram levantados dados referentes à taxa de analfabetismo,
freqüência escolar e infraestrutura educacional dos municípios.

As características da infraestrutura educacional apresentam semelhanças próximas


entre si, conforme apresentado na Tabela 43 que revela o quantitativo de estabelecimentos,
matrículas e docentes por nível de ensino. A partir dela, poderemos extrair a razão de
alunos por professor uma informação importante ligada à oferta de educação, descando que
que há registro da existência de instituições de ensino superior nos municípios estudados.

Na Educação do Brasil, a taxa de analfabetismo vem caindo nas três últimas


décadas. Todavia, apesar dessa redução os municípios ainda apresentam um significativo
número de pessoas sem alfabetização.

Tabela 43: TAXA DE ANALFABETISMO DOS MUNICÍPIOS EM PERCENTUAL – 2000.


TAXA DE ANALFABETISMO (%)
MUNICÍPIO POPULAÇÃO DE 10 A POPULAÇÃO DE 15
15 ANOS ANOS OU MAIS
Goiana 16,20 25,10
lha de Itamaracá 8,50 19,50
Itapissuma 10,50 25,90
Fonte: Elaboração própria, dados do INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.

208
Quando analisado o percentual de pessoas sem alfabetização por faixa etária,
percebe-se que, a partir dos 15 anos, este indicador é crescente com a idade; ou seja, a
taxa de analfabetismo é maior entre a população mais velha, em todos os municípios.

Esses altos índices de analfabetismo no estrato a partir dos 15 anos podem ser
explicados tanto pela não-freqüência escolar, por parte desta população, no devido tempo
de escolaridade ou supostamente pelo elevado índice de defasagem idade-série. Todavia,
deve-se considerar que os dados remontam ao Censo de 2000, o que provavelmente
atualizado, apresente outro desempenho tendo em conta às políticas públicas de
valorização da escolaridade e da qualificação profissional em curso.

Tabela 44: NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS, DE MATRÍCULAS E DE DOCENTES,


NOS ENSINOS PRÉ-ESCOLAR, FUNDAMENTAL E MÉDIO.
ITAPISSUMA ILHA DE ITAMARACÁ GOIANA
ESTABELECIME

ESTABELECIME

ESTABELECIME
MATRÍCULAS

MATRÍCULAS

MATRÍCULAS
DOCENTES

DOCENTES

DOCENTES
NTOS

NTOS

NTOS
NÍVEL

Pré-escolar 13 787 46 15 609 38 55 2.556 144


Fundamental 16 4.331 191 20 3.347 169 60 15.033 707
Médio 4 830 58 2 955 48 09 4.798 231
TOTAL 33 5.948 295 37 4.911 255 124 22.387 1.082
Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP, Censo Educacional, 2008.

Tomando como referência os dados oficiais do IBGE/2000 apresentados na Tabela


44, o desempenho do sistema de ensino de cada município pode ser assim resumido:

• Itapissuma: Nos três diferentes níveis de ensino, o município matriculou 5.948


crianças, adolescentes e jovens, distribuídos nos 33 estabelecidos (municipal e estadual) de
ensino; - 295 docentes respondem pela educação municipal. A seguir, nos gráficos 1 e 2, a
representação gráfica da educação neste município , segundo IBGE, 2008.

Gráfico 1: NÚMEROS DE ESCOLAS POR SÉRIE (ITAPISSUMA).

Fonte: Vila Nova (dados do IBGE), 11/2009.

209
Gráfico 2: MATRÍCULAS POR SÉRIE.

Fonte: Vila Nova (dados do IBGE), 11/2009.

• Ilha de Itamaracá: A Rede Escolar da Ilha matriculou, em 2008, 4.911 alunos


distribuídos em 37 estabelecimentos de ensino, sendo 15 que ofertam pré-escolar, 20 que
oferecem o ensino fundamental, e 02 ofertam o ensino médio. No âmbito federal não se
contabilizou registro; 255 docentes respondem pela educação formal dos segmentos
infanto-juvenil. A seguir, nos gráficos 3 e 4, a representação gráfica da educação neste
município , segundo IBGE, 2008.

Gráfico 3: NÚMEROS DE ESCOLAS POR SÉRIE (ITAMARACÁ).

Fonte: Vila Nova (dados do IBGE), 11/2009.

210
Gráfico 4: MATRÍCULAS POR SÉRIE (ITAMARACÁ).

Fonte: Vila Nova (dados do IBGE), 11/2009.

• Goiana: Em Goiana são 124 escolas que, em 2008, atendiam a uma população de
22.387 crianças e jovens. Educação escolar sob a responsabilidade de 1.082 professores. A
seguir, nos gráficos 5 e 6, a representação gráfica da educação neste município , segundo
IBGE, 2008.

Gráfico 5: NÚMEROS DE ESCOLAS POR SÉRIE.

Fonte: Vila Nova (dados do IBGE), 11/2009.

211
Gráfico 6: MATRÍCULAS POR SÉRIE.

Fonte: Vila Nova (dados do IBGE), 11/2009.

5.3.2.2.5 Saúde Pública

No âmbito da Saúde, de um modo geral, a infraestrutura dos municípios apresenta-


se deficiente na oferta desse serviço e nos equipamentos sociais disponíveis aos seus
habitantes.

As redes municipais de saúde contam com o apoio do Ministério da Saúde e do


Governo do Estado que tem investido esforços para atender a demanda da sociedade,
especialmente o público de baixa renda. A efetivação das orientações de universalização do
atendimento conforme os dispositivos legais da Constituição Federal que preconiza os
fundamentos básicos à descentralização da gestão, serviços e recursos financeiros para os
municípios, ainda é um grande desafio para a maioria desses territórios.

No que se refere à rede de serviços existente nas três localidades se configura,


conforme apresenta a Tabela 45, ainda deficiente.

Tabela 45: REDE DE SAÚDE MUNICIPAL- ESTABELECIMENTOS E LEITOS DE


SAÚDE, 2007.
ESTABELECIMENTOS E LEITOS DE ILHA DE
GOIANA ITAPISSUMA
SAÚDE ITAMARACÁ
Hospitais 03 2 1
Leitos 122 363 8
Leitos por 1.000 habitantes 1,7 20,7 0,4
Fonte: Vila Nova (dados do DATASUS), 11/2009.

212
Pelo apresentado, há deficiência na oferta de hospitais e leitos disponíveis aos
habitantes considerando-se o número total de moradores de Goiana, Ilha de Itamaracá e
Itapissuma que é da ordem de 71.796, 17.573 e 22.852, respectivamente. As atuais
dificuldades dos sistemas municipais são supridas, pela proximidade, da rede da capital do
estado (Recife), sobretudo no que se refere à média e alta complexidade. A partir da
construção e operação do Hospital Metropolitano Norte – Miguel Arraes de Alencar,
atualmente em fase de construção, nas proximidades da BR-101 Norte, entre os municípios
de Paulista e Abreu e Lima, a prestação desses serviços em relação aos municípios do
litoral norte deverá ser ampliada e melhorada.

Tabela 46: PROGRAMAS DE ATENÇÃO BÁSICA - 2007, 2008.


PAC - PROGRAMA DE
PSF - PROGRAMA DE AGENTES
MUNICÍPIOS SAÚDE DA FAMÍLIA COMUNITÁRIOS DE
SAÚDE
Nº DE EQUIPES Nº DE AGENTES
Goiana 17 139
Ilha de Itamaracá 3 25
Itapissuma 7 45
Fonte: Vila Nova (Com dados da Secretaria Estadual de Saúde e Secretarias Municipais), 11/2009.

A Atenção Básica nos municípios visa à melhoria da saúde da população com foco
no cidadão, na família e na comunidade. Neste sentido, cabe à rede assistencial local
promover serviços e ações em todos os níveis de complexidade, através da prevenção,
tratamento de doenças e reabilitação. Para tanto, nacionalmente encontram-se implantados
os programas: PACS - Programa de Agentes Comunitários de Saúde e o PSF - Programa
Saúde da Família. Nos municípios estudados a Atenção Básica encontra-se estruturada,
conforme o quadro apresentado na Tabela 46.

Em Goiana a Atenção Básica conta com 17 equipes no PSF com 139 agentes
municipais de saúde; já a Ilha de Itamaracá possui 03 equipes do PSF’s e 27 agentes do
PAC; enquanto em Itapissuma são 7 PSF’s instalados, contando com o apoio de 45 agentes
de saúde.

Tabela 47: PRINCIPAIS DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA – 2004-2007.


2004 2005 2006 2007
MUNICÍPIOS /

213
Goiana 381 52 194 64 467 61 197 37
Coqueluche 2 - 1 - - - 5 1
Dengue 348 11 145 3 430 35 174 4
Esquistossomose 31 34 46 47 8 7 17 17
Leptospirose - - 1 - 4 1 1 1
Meningite
- 7 1 14 24 17 - 14
meningocócica
Tétano - - - - 1 1 - -
Ilha de Itamaracá 47 48 13 6 47 19 38 21
Coqueluche - - - - 2 - - -
Dengue 7 6 13 - 37 12 35 10
Esquistossomose 40 40 - - 1 1 - -
Meningite
- 2 - 6 6 5 3 11
meningocócica
Tétano - - - - 1 1 - -
Itapissuma 4 10 21 13 18 7 48 18
Coqueluche 1 3 - - - - - -
Dengue 1 1 16 7 9 1 36 10
Esquistossomose - - 5 - 2 - 1 1
Leptospirose 1 1 - - 1 - - -
Meningite
1 5 - 6 6 6 11 7
meningocócica
Total 4.548 949 5.817 1.387 4.790 1.749 8.860 1.757
Fonte: DATASUS. Nota: (1) Situação no final do ano. (2) Como numeradores e denominadores, foi utilizada a média mensal
dos mesmos.

Numa primeira aproximação analítica dos dados disponíveis, é possível observar que
no período 2004-2007 os três municípios apresentaram um concentração de notificações em
problemas de esquistossomose e dengue, conforme o que se apresenta na Tabela 47,
doenças associadas a água, o quew nos remete a uma atenção especial sobre a situação
dos corpos d’água nessa região.

5.3.2.2.6 Instrumentos de Política Urbana e Ambiental

No nível municipal, os municípios de Goiana, Ilha de Itamaracá e de Itapissuma


dispõem dos principais instrumentos de normatização e regulamentação urbana e
ambiental. Quando da ausência desses instrumentos no âmbito municipal, costuma ser
utilizado pelas prefeituras desses municípios os instrumentos legais similares –
especialmente os da cidade do Recife - bem como, outros instrumentos da esfera federal e
estadual, baseados no exercício da “competência concorrente”.
No caso específico dos municípios da Ilha de Itamaracá e Itapissuma incidem sobre
o seu território todo o marco regulatório referente a gestão da Região Metropolitana do
Recife, especialmente no que se refere ao parcelamento do solo urbano, gerenciado pela
Agência Condepe/Fidem.

214
Entre as leis e Normas referentes ao Parcelamento Urbanístico e ao Meio Ambiente
no âmbito federal e estadual com repercussão sobre a área de estudo cabe destacar, junto
as já mencionadas na análise jurídica deste diagnóstico:

• Lei Federal nº 6.766, de 19/12/1979 (modificada pela Lei Federal nº 9.785/99, de


29/01/1999, Parcelamento do Solo Urbano);
• Lei Federal nº 7.661, de 16/maio/1988 (Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro)
• Decreto nº 5.300, de 07/12/2004, regulamenta a Lei nº 7.661;
• Lei Estadual nº 9860, de 12/08/1986 (define as Áreas de Proteção de Mananciais na
RMR);
• Lei Estadual nº 9.960, de 17/12/1986 (Define as Áreas de Interesse Especial - Orla
Marítima dos Municípios de Pernambuco);
• Lei Estadual nº 9.990, de 14/01/1987 (Parcelamento do solo urbano na RMR);
• Lei Estadual nº 9931, de 11/12/1986 (define as Áreas Estuarinas de Pernambuco);
• Lei Estadual nº 9989, de 13/01/1987 (define as Reservas Ecológicas da RMR);
• Lei Estadual nº 11.206, de 31/03/95 - Dispõe sobre Política Florestal do Estado de
Pernambuco;
• Lei Estadual nº11.516 de 30/12/97, alterada pela Lei nº 11.734 de 30/12/1999
(Licenciamento ambiental pela CPRH e Lei de Infrações ao Meio Ambiente);
• Decreto Estadual nº 6.347, de 18/03/1980 (Define competência - Agência
CONDEPE/FIDEM);
• Decreto nº 20.586, de 28/05/1998 regulamenta a Lei nº 11.516, de 30/12/1997, e dá
outras providências (define competências, licenciamento, infrações - CPRH);
• Decreto Estadual nº 21972 de 29/12/1999, aprova o Zoneamento Ecológico
Econômico Costeiro - ZEEC do Litoral Sul de Pernambuco;
• Decreto Estadual nº 24017 de 07/02/2002, aprova o Zoneamento Ecológico
Econômico Costeiro - ZEEC do Litoral Norte de Pernambuco;
• Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA nº 312 de
10/10/2002 (Licenciamento ambiental dos empreendimentos de Carcinicultura);
• Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA nº 341 de
25/09/2003 altera a Resolução nº 203/02;
• Resolução do Conselho Estadual de Meio Ambiente - CONSEMA nº 02/2002 de
15/10/2002(Licenciamento ambiental dos empreendimentos de Carcinicultura);
O Quadro 19 apresenta as informações obtidas com base em pesquisa documental,
junto às prefeituras desses municípios na pesquisa de campo.

215
Quadro 23: LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA BÁSICA MUNICIPAL EXISTENTE NOS
MUNICÍPIOS DA APA.
CÓDIGO
USO E CÓDIGO
PERÍME- PARCELA DE
PLANO OCUPA- DE
MUNICÍ-PIO TRO -MENTO OBRAS/ OBS.
DIRETOR ÇÃO DO POSTU-
URBANO DO SOLO EDIFICA-
SOLO RAS
ÇÕES
Elaborado Revisado
em 1998. quando da (1)Sede
Revisado 1550/88(1) elaboração (2) Área
Goiana integralment 1549/88(2)
1548/88
do novo
1547/88 1553/88
urbana
e entre Plano do litoral
2005/2006. Diretor
(1) Cria
611/86 regiões
Projeto de 861/97 674/89 / 674/89 / 674/89 / adminis-
Ilha de Lei (1) / Revisado Revisado Revisado trativas
Itamaracá elaborado Revisado pelo Plano pelo Plano pelo Plano (bairros)
em 2006. pelo Plano diretor diretor diretor em todo o
diretor municí-
pio.
Lei
Itapissuma aprovada 276/92 232/90 232/90
em 2009.
Fonte:Agencia Condepe Fidem. Pesquisa de Campo.

Segundo informações obtidas em campo, muitos desses instrumentos carecem ainda


de aprovação definitiva junto aos órgãos competentes.

Além desses instrumentos, os municípios dispõem também dos seguintes


diagnósticos e planos:
• Plano de Desenvolvimento do Turismo (Governo do Estado);
• Diagnóstico Sócio-Ambiental e ZEEC do Litoral Norte (CPRH, 2003);
• Estudo Propositivo do Litoral Norte de Pernambuco (CONDEPE/FIDEM);
• Plano de Investimentos Municipal (PIM) do município de Goiana (PROMATA);
• Projeto de Gestão Integrada da Orla Marítima - PROJETO ORLA (Prefeitura de
Goiana);
• Estudo da Vulnerabilidade e Proposta de Áreas de Proteção de Aqüíferos na Faixa
Norte de Pernambuco (UFPE-LGGM).

É importante ressaltar que um dos maiores desafios no campo da implementação


desses instrumentos tem sido o de promover a necessária articulação e integração entre
eles, sobretudo no que se refere aos zoneamentos propostos e aos parâmetros de uso e
ocupação, definidos nesses instrumentos – como, por exemplo, aqueles previstos nos
Planos Diretores Municipais, no Zoneamento Econômico-Ecológico Costeiro de Pernambuco
e, futuramente, no Plano de Gestão da APA de Santa Cruz.
5.3.3 DINÂMICA ECONÔMICA DOS MUNICÍPIOS DA ÁREA DE ESTUDO

5.3.3.1 Dinâmica de uso e ocupação do solo

216
A Zona da Mata estende-se desde o sul do Estado de Minas Gerais, prolongando-se
ao litoral do Rio Grande do Norte, tendo aproximadamente 70 km de largura do litoral para o
interior dos estados. Em Pernambuco compreende 52 municípios, ocupando uma área de
aproximadamente 1.540.000 ha.

No Nordeste brasileiro a cultura da cana-de-açúcar data de 1534, iniciada com a


ocupação do território brasileiro por Portugal. A Mata pernambucana, geográfica e
historicamente dividida em Zona da Mata Norte (Seca) e Zona da Mata Sul (Úmida), tem sua
evolução socioeconômica diretamente ligada à economia canavieira. O processo de uso e
ocupação do solo, mais propriamente, o assentamento sobre o solo da estrutura agrária
através dos séculos é caracterizado pelo elevado grau de concentração fundiária, o que
implica em conflitos sociais acirrados entre usineiros e trabalhadores da lavoura canavieira.

É notório que o espaço territorial dos municípios em questão, em grande parte, é


constituído de engenhos de cana-de-açúcar, estando subordinado à estrutura agrária
canavieira, que vem passando por transformações em função da agroindústria açucareira e
da economia em geral. Todavia, alguns povoados do litoral com menor grau de dependência
da economia açucareira, tiveram ao longo dos anos expansão atrelada à pesca, a exemplo
dos municípios focados neste diagnóstico e, igualmente, em todo o litoral pernambucano.

A urbanização acelerada e desordenada da orla marítima nas últimas três décadas é,


em parte, conseqüência do deslocamento de moradores dos engenhos para as vilas e
sedes municipais. Este êxodo foi a principal fonte alimentadora do crescimento urbano da
RMR.

Igualmente acontece a expansão dos loteamentos de veraneio. A especulação


imobiliária nessas localidades promoveu o aterramento de áreas de manguezais, gerando
degradação e poluição ambiental.

Especificamente nas áreas adjacentes e internas da APA de Santa Cruz, encontram-


se condomínios residenciais e de veraneio (prevalecente), a pesca extrativista (peixes,
crustáceos, caranguejos, etc.) e as atividades de lazer náutico. Destacamos também a
ocupação desordenada do solo, em especial, através das invasões e construções
irregulares percebíveis nas três cidades aqui tratadas.

Cabe registrar a diversidade econômica em processo na região em foco, que em


muitos aspectos está, paulatinamente, mudando as práticas de uso do solo. A atividade
industrial vem contribuindo para um novo uso com um cenário produtivo. É o caso de
Itapissuma, que apresenta vocação expressiva na indústria de transformação. O município

217
segue a tendência do estado que é de consolidar-se como pólo econômico em diferentes
setores produtivos e de serviço.

Frente ao potencial paisagístico e histórico da região, a exemplo, da Ilha de


Itamaracá, tem-se apresentado em Itapissuma um novo horizonte para o desenvolvimento
regional – o Turismo; como o Pólo de Turismo – Costa dos Arrecifes (Governo Estadual). A
implantação de projetos e de grandes empreendimentos ecoturísticos para a região impõe
uma nova realidade na concepção do uso e ocupação da orla marítima. A exemplo, o
Prodetur/NE - Programa de Ação para o Desenvolvimento do Turismo no Nordeste,
concebido a partir de iniciativas da SUDENE, Banco do Nordeste, gestores públicos,
EMBRATUR e Comissão de Turismo Integrada CTI/NE. A finalidade do Prodetur/NE, desde
os anos 90, é dotar áreas de potencial turístico com infraestrutura básica para captação de
recursos privados, para a ampliação e modernização do parque hoteleiro existente no Brasil,
além de promover o "desenvolvimento sustentável" de regiões carentes (MENEZES, 2000).
Realidade que de um lado, fomenta o desenvolvimento econômico e, de outro, a
preocupação com a degradação socioambiental com a implantação de novos
empreendimentos.

Na etapa seguinte deste estudo, referente ao Zoneamento Ambiental– identificação


das zonas homogêneas na APA Santa Cruz - a caracterização da ocupação do solo pela
ação antrópica irá gerar dados necessários à elaboração do relatório conclusivo dos
resultados alcançados imprescindíveis ao Plano de Manejo e Elaboração de Proposta dos
Arranjos Produtivos Locais – APL’s e o necessário Plano de Gestão da APA.

Neste sentido, será considerada a predominância de usos e formas de ocupação e


atividades existente e/ou potenciais. E, em especial, as atividades econômicas pesqueiras
da comunidade adjacente ao estuário.

5.3.3.2 Dinâmica Econômica dos Municípios

O desenvolvimento econômico na APA Santa Cruz é visto nesta seção sob o prisma
de uma visão geral da economia e de seus setores produtivos predominantes.

Para realização de um análise da economia local os indicadores econômicos


considerados para as áreas estudadas foi a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) e do
PIB per capita. O conhecimento do valor de produção de cada economia é importante para
se entender a magnitude e dinâmica das atividades realizadas em cada localidade. A Tabela

218
48, a seguir, contém o PIB a preços correntes e o PIB per capita de cada município da APA
Santa Cruz e de Pernambuco.

Tabela 48: PRODUTO INTERNO BRUTO E PIB PER CAPITA (1 000 R$).
2003 2004 2005 2006
A PREÇOS PER A PREÇOS PER A PREÇOS PER A PREÇOS PER
UF/MUNICÍPIO CORRENTES CAPITA CORRENTES CAPITA CORRENTES CAPITA CORRENTES CAPITA

(R$1.000) (R$) (R$1.000) (R$) (R$1.000) (R$) (R$1.000) (R$)

Ilha de
58.591 3.337 58.228 3.228 66.219 3.575 75.925 3.996
Itamaracá
Itapissuma 388.168 17.971 356.565 16.194 362.538 16.157 405.552 17.743
Goiana 350.206 4.733 374.757 5.011 398.785 5.276 446.043 5.840
Pernambuco 39.308.429 4.774 44.010.905 5.287 49.921.744 5.933 55.504.917 6.528
Fonte: FADURPE. 11/2009. Com dados do IBGE.

De acordo com os dados apresentados na Tabela 48, os municípios de Itapissuma e


Goiana têm dimensões econômicas muito semelhantes, em termos de valor de produção
total, o que não é verificado na Ilha de Itamaracá. Em relação ao PIB per capita, que é um
indicador mais apropriado de bem-estar econômico, Itapissuma apresenta os maiores
valores, muito acima inclusive da média do estado de Pernambuco, quase três vezes, que
em 2006 foi de R$6.528. Todavia, Itamaracá e Goiana exibiram renda per capita abaixo da
renda per capita estadual.

O crescimento do PIB per capita para essas localidades durante o período ficou
abaixo do crescimento total do produto, chegando a ser negativo em Itapissuma, queda de
1%. No caso da Ilha de Itamaracá o crescimento foi de 20% e em Goiana foi de 23%. A
variação do PIB per capita em Pernambuco foi de 37%.

5.3.3.3 Setores Produtivos

Para um entendimento mais acurado das economias dessas localidades, verificou-se


a participação de cada setor econômico no PIB da localidade, conforme mostra o Gráfico 7.

219
Gráfico 7: CONTRIBUIÇÃO DE CADA SETOR ECONÔMICO NO PIB DO MUNICÍPIO,
2006.

90%

80%
Fonte: 11/2009. Com dados do IBGE (2006).

Foi constatado que em relação à contribuição do setor agropecuário no PIB o


município de Goiana apresenta a maior participação (13%). Já no que diz respeito à

70%
indústria, Itapissuma se destaca e obteve um percentual de 63%, em 2006. Isso explica em
grande parte o elevado PIB desse município. No setor de serviços, a Ilha de Itamaracá
apresenta 79% do seu PIB gerado pelo setor, maior percentual verificado entre as
localidades em questão.

Em relação às informações levantadas sobre o número de empresas formais e

60%
empregos gerados nos diversos setores da economia, A Tabela 49, a seguir, resume essas
informações para os municípios em 2006.

Tabela 49: Nº DE EMPRESAS E PESSOAL OCUPADO, SEGUNDO RAMO DE


ATIVIDADE, 2006.
ILHA DE ITAMARACÁ ITAPISSUMA GOIANA

50%
NÚMERO NÚMERO NÚMERO
ATIVIDADES PESSOAL PESSOAL PESSOAL
DE DE DE
ECONÔMICAS OCUPADO OCUPADO OCUPADO
UNIDADES UNIDADES UNIDADES
TOTAL TOTAL TOTAL
LOCAIS LOCAIS LOCAIS
Agricultura, pecuária,
silvicultura e 1 X 1 - 8 4.164
exploração florestal
Pesca 2 X 2 X 12 175
Indústrias extrativas 1 - 1 X 6 48

40%
Indústrias de
12 78 17 1.832 85 1.408
transformação
Produção e
distribuição de
1 X - - 2 X
eletricidade, gás e
água
Construção 15 180 8 52 11 63
Comércio; reparação
de veículos
91 248 74 204 711 1.960
automotores, objetos

30%
pessoais e domésticos

220
ILHA DE ITAMARACÁ ITAPISSUMA GOIANA
NÚMERO NÚMERO NÚMERO
ATIVIDADES PESSOAL PESSOAL PESSOAL
DE DE DE
ECONÔMICAS OCUPADO OCUPADO OCUPADO
UNIDADES UNIDADES UNIDADES
TOTAL TOTAL TOTAL
LOCAIS LOCAIS LOCAIS
Alojamento e
27 95 7 11 71 198
alimentação
Transporte,
armazenagem e 5 14 2 X 30 153
comunicações
Intermediação
financeira, seguros,
previdência 3 17 3 5 17 83
complementar e
serviços relacionados
Atividades imobiliárias,
aluguéis e serviços
41 104 5 6 71 152
prestados às
empresas
Administração pública,
defesa e seguridade 14 519 2 X 4 2.158
social
Educação 10 9 8 30 41 240
Saúde e serviços
- - 1 X 19 104
sociais
O Outros serviços
coletivos, sociais e 30 97 18 23 102 177
pessoais
P Serviços domésticos - - - - - -
Organismos
internacionais e outras
- - - - - -
instituições
extraterritoriais
Total 253 1361 149 2163 1190 11083
Fonte: IBGE, Cadastro Central das Empresas, 2006. Nota: Os dados com menos de 3 (três) informantes estão assinalados
com o caractere X.

O segmento de atividades comerciais formais apesar de apresentar o maior número


de estabelecimentos nos municípios, não gera o maior número de ocupações. No caso da
Ilha de Itamaracá, a maior parte do pessoal ocupado se encontra na administração pública,
defesa e seguridade social. Em Itapissuma, o ramo de atividades que mais incorpora mão-
de-obra é a indústria de transformação. No município de Goiana, o setor de agropecuária
detém o maior número de trabalhadores.

5.3.3.3 1 Agropecuária

Nesta parte, focaliza-se a estrutura agropecuária dos municípios, salientando-se os


principais produtos oriundos das culturas temporárias e permanentes; e da pecuária.

Estabelecimentos Agropecuários

Os estabelecimentos agropecuários na Ilha de Itamaracá estão mais voltados à


criação de animais. Em Itapissuma e Goiana há uma concentração desses
estabelecimentos nas lavouras temporárias, como se pode observar na Tabela 50.

221
Tabela 50: Nº DE ESTABELECIMENTOS AGROPECUÁRIOS E PARTICIPAÇÃO (%)–
2006.
ILHA DE ITAMARACÁ ITAPISSUMA GOIANA
ATIVIDADE PART. PART. PART.
UNIDADES UNIDADES UNIDADES
(%) (%) (%)
Lavoura temporária 9 33 38 64 205 37
Horticultura e floricultura - - 10 17 108 20
Lavoura permanente - - 10 17 101 18
Sementes, mudas e outras
formas de propagação - - - 2 -
vegetal
Pecuária e criação de
12 44 1 2 114 21
outros animais
Produção florestal -
- - - 4 1
florestas plantadas
Produção florestal -
- - - -
florestas nativas
Pesca - - - -
Aqüicultura 6 23 - 18 3
Total 27 100 59 100 552 100
Fonte: IBGE. Censo Agropecuário, 2006.

Além das culturas temporárias, as atividades de lavoura permanente, criação de


animais, horticultura e floricultura apresentam participações elevadas no total de
estabelecimentos agropecuários dos municípios de Itapissuma e Goiana. Ressalta-se,
ainda, que a existência de estabelecimentos voltados à horticultura e floricultura é mais forte
nesta última localidade.

Produção e rendimento das culturas temporárias

Na análise das culturas temporárias na Ilha de Itamaracá, destaca-se a mandioca


como o principal produto. Outras culturas como feijão, fava, batata-doce, milho e abacaxi
são menos expressivas, como mostra a Tabela 51.

Tabela 51: PRODUÇÃO E RENDIMENTO DAS CULTURAS TEMPORÁRIAS NA ILHA DE


ITAMARACÁ 2008.
ÁREA VALOR DA
LAVOURA ÁREA COLHIDA QUANTIDADE
PLANTADA PRODUÇÃO
TEMPORÁRIA (HECTARES) PRODUZIDA
(HECTARES) (MIL REAIS)
Batata-doce (Toneladas) 20 20 80 48
Fava (em grão)
12 12 12 24
(Toneladas)
Feijão (em grão)
65 65 65 114
(Toneladas)
Mandioca (Toneladas) 72 72 720 288
Milho (em grão)
30 30 30 15
(Toneladas)
Total 199 199 907 489
Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2008.

222
Em relação à evolução das plantações de culturas temporárias na Ilha de Itamaracá
nos últimos anos, constatou-se que a área destinada a essas lavouras mais do que triplicou
em 2008, quando se compara com ano 2000.

Durante esse período houve uma maior diversificação das plantações de culturas,
que deixou de estar totalmente voltada à produção de mandioca. De acordo com os dados
do IBGE, entre 2000 e 2008, a produção total de culturas temporárias passou de 650
toneladas para 907, isso representou um aumento de 39%, ou seja, a agricultura está se
desenvolvendo de forma extensiva. Os gráficos 8 e 9 mostram a evolução das áreas
destinadas e o volume de produção de culturas temporárias na Ilha de Itamaracá.

Gráfico 8: EVOLUÇÃO DA ÁREA PLANTADA DA LAVOURA TEMPORÁRIA NA ILHA


DE ITAMARACÁ.

250
Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2008.

200
s)

223
Gráfico 9: EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DA LAVOURA TEMPORÁRIA DA ILHA DE
ITAMARACÁ.

1000
Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2008.

No município de Itapissuma a lavoura temporária concentra-se em apenas quatro

900
produtos: batata-doce, feijão, mandioca e milho. A produção mais relevante é a da
mandioca, que corresponde a 97% do total da produção da lavoura temporária e a 94% da
receita gerada nesse segmento agrícola. A Tabela 52 apresenta os dados referentes às
culturas temporárias de Itapissuma em 2008.

Tabela 52: PRODUÇÃO E RENDIMENTO DAS CULTURAS TEMPORÁRIAS EM

800
zida (toneladas)

ITAPISSUMA – 2008.
ÁREA VALOR DA
LAVOURA ÁREA COLHIDA QUANTIDADE
PLANTADA PRODUÇÃO
TEMPORÁRIA (HECTARES) PRODUZIDA
(HECTARES) (MIL REAIS)
Batata-doce (Toneladas) 3 3 12 7
Feijão (em grão)
52 52 36 72
(Toneladas)
Mandioca (Toneladas) 280 280 2.520 1.512
Milho (em grão)
30 30 36 18
(Toneladas)
Total 365
Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal 2008.
365

700 2.604 1.609

A análise do comportamento da área destinada à plantação de culturas temporárias


em Itapissuma nos últimos anos mostrou que a cana-de-açúcar era um produto agrícola na
região, mas que, perdeu significância em 2006.

600
A extinção do cultivo de cana-de-açúcar no município está fortemente relacionada
com a diminuição de 79% do total de área destinada às culturas temporárias em Itapissuma,
entre 2000 e 2008, e, conseqüentemente, com a queda da produção desses bens agrícolas

224
que foi de 96%. Os Gráficos 10 e 11 exibem a evolução das áreas destinadas e o volume de
produção de culturas temporárias em Itapissuma.

Gráfico 10: EVOLUÇÃO DA ÁREA PLANTADA DA LAVOURA TEMPORÁRIA EM


ITAPISSUMA.

3000
Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2008.

Gráfico 11: EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DA LAVOURA TEMPORÁRIA EM


ITAPISSUMA.

2500

120000
Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2008.

2000
ctares)

A produção agrícola de lavoura temporária em Goiana está quase exclusivamente


concentrada na produção de cana-de-açúcar. Em relação aos demais municípios
analisados, Goiana é a localidade de maior diversidade e expressão nesses produtos
agrícolas. A Tabela 53 expõe as informações sobre as culturas temporárias em Goiana.

225
Tabela 53: PRODUÇÃO E RENDIMENTO DAS CULTURAS TEMPORÁRIAS EM GOIANA
– 2008.
ÁREA ÁREA VALOR DA
QUANTIDADE
LAVOURA TEMPORÁRIA PLANTADA COLHIDA PRODUÇÃO
PRODUZIDA
(HECTARES) (HECTARES) (MIL REAIS)
Abacaxi (Mil frutos) 8 8 304 122
Batata-doce (Toneladas) 25 25 325 163
Cana-de-açúcar (Toneladas) 20.075 17.425 1.120.000 51.733
Fava (em grão) (Toneladas) 15 15 12 24
Feijão (em grão)
176 176 67 104
(Toneladas)
Mandioca (Toneladas) 115 115 1.150 288
Milho (em grão) (Toneladas) 120 120 42 21
Total 20.534 17.884 1.121.900 52.455
Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2008.

Durante o período de 2000-2008, houve um aumento da área voltada para o cultivo


temporário em Goiana de 46%, que refletiu a expansão das terras destinadas à cana-de-
açúcar, como mostra o Gráfico 12.

Gráfico 12: EVOLUÇÃO DA ÁREA PLANTADA DA LAVOURA TEMPORÁRIA EM


GOIANA.

25.000
Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2008.

O total de produção da lavoura temporária em Goiana teve um aumento superior a


expansão da área de cultivo e atingiu 93%. Desta forma, houve um aumento de
produtividade por hectare. O Gráfico 13 contém a dinâmica da produção total da lavoura
temporária em Goiana.

226

20.000
Gráfico 13: EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DA LAVOURA TEMPORÁRIA EM GOIANA.

1.200.000
Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2008.

Produção e rendimento das culturas permanentes

Em termos de culturas permanentes na Ilha de Itamaracá, Itapissuma e Goiana


pode-se afirmar que a produção de coco-da-baía representa a maior produção e
proporciona o maior rendimento entre esses produtos agrícolas. Além dessa cultura, nos
municípios em questão há o cultivo de abacate, banana, castanha de caju, laranja, mamão,
maracujá e manga. As Tabelas 54, 55 e 56 apresentam produção e rendimento das culturas

1.000.000
permanentes na Ilha de Itamaracá, Itapissuma e Goiana.

Tabela 54: PRODUÇÃO E RENDIMENTO DAS CULTURAS PERMANENTES NA ILHA


DE ITAMARACÁ – 2008.
ÁREA ÁREA VALOR DA
QUANTIDADE
LAVOURA PERMANENTE PLANTADA COLHIDA PRODUÇÃO
PRODUZIDA
(HECTARES) (HECTARES) (MIL REAIS)
Abacate (Toneladas) 6 3 24 19
Coco da baía (Mil frutos) 1.200 1.200 7.783 2.140
Limão (Toneladas) 7 4 32 24
Total 1.213 1.207 7.839 2.183
Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal 2008.

800.000
Tabela 55: PRODUÇÃO E RENDIMENTO DAS CULTURAS PERMANENTES EM
ITAPISSUMA – 2008.
(toneladas)

ÁREA ÁREA VALOR DA


QUANTIDADE
LAVOURA PERMANENTE PLANTADA COLHIDA PRODUÇÃO
PRODUZIDA
(HECTARES) (HECTARES) (MIL REAIS)
Banana (cacho) (Toneladas) 31 31 248 62
Castanha de caju
40 40 20 12
(Toneladas)
Coco da baía (Mil frutos) 950 950 5.475 1.506
Laranja (Toneladas) 10 10 150 105
Limão (Toneladas) 6 6 90 68
Mamão (Toneladas) 21 21 210 137
Total 1.058 1.058 6.193 1.890
Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal 2008.

600.000 227
Tabela 56: PRODUÇÃO E RENDIMENTO DAS CULTURAS PERMANENTES EM
GOIANA – 2008.
ÁREA ÁREA VALOR DA
QUANTIDADE
LAVOURA PERMANENTE PLANTADA COLHIDA PRODUÇÃO
PRODUZIDA
(HECTARES) (HECTARES) (MIL REAIS)
Abacate (Toneladas) 10 10 150 23
Banana (cacho) (Toneladas) 20 20 140 28
Coco-da-baía (Mil frutos) 2.718 2.700 14.100 5.288
Laranja (Toneladas) 8 8 56 13
Mamão (Toneladas) 30 30 750 600
Manga (Toneladas) 20 20 90 32
Maracujá (Toneladas) 20 20 120 132
Total 2.826 2.808 15.406 6.116
Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2008.

Entre os três municípios analisados, a Ilha de Itamaracá apresentou o maior


crescimento da área de plantio destinada às culturas permanentes, aumento de 120%,
seguida de Itapissuma com 70%, e Goiana que obteve 31%. Os gráficos 14, 15 e 16
mostram a tendência das áreas plantadas de culturas permanentes nessas localidades.

Gráfico 14: EVOLUÇÃO DA ÁREA PLANTADA DA LAVOURA PERMANENTE NA ILHA


DE ITAMARACÁ.

1400
Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2008.

1200
228
Gráfico 15: EVOLUÇÃO DA ÁREA PLANTADA DA LAVOURA PERMANENTE EM
ITAPISSUMA.

1200
Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2008.

Gráfico 16: EVOLUÇÃO DA ÁREA PLANTADA DA LAVOURA PERMANENTE EM


GOIANA.

1000

3000

800
Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2008.
ectares)

O total da produção da lavoura permanente nos últimos anos também foi analisado
para cada município (Gráficos 17, 18 e 19). Verificou-se que a Ilha de Itamaracá obteve o
maior crescimento dos produtos agrícolas entre 2000 e 2008. Os gráficos 17, 18 e 19

2500
exibem a tendência da produção de culturas permanentes nessas localidades.

229
Gráfico 17: EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DA LAVOURA PERMANENTE EM
ITAMARACÁ.

8000
Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal. Nota: A produção de coco da baía é expressa em mil frutos.

7000
Gráfico 18: EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DA LAVOURA PERMANENTE EM
ITAPISSUMA.

6000
7000
Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal. Nota: A produção de coco-da-baía é expressa em mil frutos.
ladas)

5000
6000 230
Gráfico 19: EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DA LAVOURA PERMANENTE EM GOIANA.

16000
Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal. Nota: A produção de coco-da-baía é expressa em mil frutos.

Produção e rendimento da Pecuária

14000
A pecuária na Ilha de Itamaracá tem como principais rebanhos os de galinhas, galos
e frangos, que correspondem a 80% do total. A Tabela 57 mostra o efetivo de rebanhos da
Ilha de Itamaracá.

Tabela 57: EFETIVO DOS REBANHOS POR TIPO NA ILHA DE ITAMARACÁ.


TIPO DE REBANHO 2000 2005 2006 2007 2008
Bovino 450 1.000 800 800 800
Equino 20 150 155 155 155
Bubalino - - - - -

12000
Asinino 10 50 60 60 60
Muar 2 40 40 40 40
Suíno 270 1.400 3.600 3.690 3.690
Caprino 50 600 610 610 610
Ovino - 500 500 500 500
Galos, frangas, frangos e
- 12.000 12.360 12.380 12.380
pintos
Galinhas 2.500 8.000 8.100 12.500 12.500
Codornas - - - - -
Coelhos - - - - -
Total 3.302 23.740 26.225 30.735 30.735
oneladas)

Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal, IBGE.

10000
Itapissuma apresenta um total de rebanhos maior do que a Ilha de Itamaracá, e sua
principal criação de animais é a de codornas, que representa 55% do total.

231
Tabela 58: EFETIVO DOS REBANHOS POR TIPO EM ITAPISSUMA.
TIPO DE REBANHO 2000 2005 2006 2007 2008
Bovino 350 600 800 800 800
Equino 40 80 80 85 85
Bubalino - - - - -
Asinino - 40 40 44 44
Muar - 40 40 40 40
Suíno 170 4.500 4.720 10.800 10.800
Caprino 150 800 800 804 804
Ovino - 700 700 705 705
Galos, frangas, frangos e
3.000 12.000 12.600 20.000 20.000
pintos
Galinhas 2.500 3.500 8.400 10.000 10.000
Codornas 3.000 10.000 54.000 54.000 54.000
Coelhos - - - - -
Total 9.210 32.260 82.180 97.278 97.278
Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal, IBGE.

O efetivo de rebanhos de Goiana é o maior entre os três municípios. A criação de


galinhas corresponde a 76% do total. A Tabela 59 contém as informações sobre o efetivo de
rebanho por tipo.

Tabela 59: EFETIVO DOS REBANHOS POR TIPO EM GOIANA.


TIPO DE REBANHO 2000 2005 2006 2007 2008
Bovino 5.000 5.000 5.000 4.300 4.300
Equino 140 250 250 600 600
Bubalino 80 - - - -
Asinino 75 110 110 110 110
Muar 150 190 190 190 190
Suíno 1.180 1.290 1.290 1.290 1.290
Caprino 300 600 600 1.200 1.200
Ovino 150 280 280 280 280
Galos, frangas, frangos e
69.000 137.000 137.000 137.000 137.000
pintos
Galinhas 250.000 395.000 395.000 463.100 463.100
Codornas 2.800 - - - -
Coelhos - - - - -
Total 328.875 539.720 539.720 608.070 608.070
Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal, IBGE.

A produção de origem animal verificada nos municípios tem a maior participação da


comercialização de ovos de galinha, porém nas localidades se produz leite, mel de abelha e
ovos de codorna, estes dois últimos produtos observou-se comercialização apenas na Ilha
de Itamaracá e Itapissuma, conforme apresenta a Tabela 60.

Tabela 60: PRODUÇÃO DE ORIGEM ANIMAL POR TIPO DE PRODUTO – 2007.


TIPO DE ILHA DE ITAMARACÁ ITAPISSUMA GOIANA
PRODUTO PRODUÇÃO VALOR DA PRODUÇÃO VALOR DA PRODUÇÃO VALOR DA

232
DE ORIGEM PRODUÇÃO DE ORIGEM PRODUÇÃO DE ORIGEM PRODUÇÃO
ANIMAL (MIL REAIS) ANIMAL (MIL REAIS) ANIMAL (MIL REAIS)
Leite (Mil litros) 1.766 2.119 200 240 708 849
Ovos de galinha
1.706 3.240 225 428 10.975 18.657
(Mil dúzias)
Ovos de codorna
2.036 1.262 1.181 732 - -
(Mil dúzias)
Mel de abelha
18.000 360 1.000 20 - -
(Quilogramas)
Total - 6.981 - 1.420 - 19.506
Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal, IBGE.

5.3.3.3.2 Pesca

Nas zonas estuarinas e de manguezal do litoral pernambucano encontra-se um rico


ecossistema ao qual estão associadas inúmeras espécies de peixes, crustáceos e
moluscos. A dimensão desse litoral e a riqueza desses ambientes naturais asseguram a
milhares de pessoas o alimento e o sustento familiar. A atividade pesqueira, em mangues e
estuários, representa a maior parcela da produção pesqueira do Estado. Mesmo assim, está
pesca é de pequena escala, com coleta manual de moluscos e crustáceos.
A as comunidades pesqueiras da área da APA podem ser divididas em dois
subgrupos21, o primeiro diz respeito as comunidades que pescam no Canal de Santa Cruz
e estuários adjacentes, dentro destas se incluem as comunidades localizadas nas áreas
urbanas e no entorno rural de Itapissuma e Igarassu, na povoação de Atapuz (Goiana) e
adjacências e em Vila Velha (Itamaracá). Em segundo lugar estão as comunidades que
pescam nos estuários dos rios Goiana, Megaó e Itapessoca que abrangem as
comunidades de Baldo do Rio, Tejucopapo, São Lourenço, Ibeapicu, Carrapicho, Catuama
e Barra de Catuama, localizadas no município de Goiana e, na maior parte, constituídas por
moradores da periferia dos núcleos urbanos, de aglomerados rurais e de sítios de coco.

Deve ser considerado que, embora as pescarias nos estuários e nos rios contribuam
significativamente para a produção pesqueira do estado, estas não aparecem
adequadamente nas estatísticas oficiais (SILVA, 2001).

Na área de abrangência da APA existe predominância da pesca estuarina sobre a


marítima, exceto nas localidades da Ilha de Itamaracá e Ponta de Pedras, em que a pesca
marítima é a mais expressiva, principalmente de lagosta. O litoral Norte pernambucano
detém 15.935,4 hectares de áreas estuarinas, ou seja, 61,6% do total do Estado. Nelas é
grande a importância dos rios Goiana, Megaó e Itapessoca que, juntos, detêm 55,1% das
áreas estuarinas do Litoral Norte, segundo apontam os dados da FIDEM (1994). Destaque
para o Canal de Santa Cruz que apresenta elevada produtividade de ostra, caranguejo,

21
Diagnóstico Socioambiental – Litoral Norte / GERCO (CPRH / MMA).

233
sururu, camarão e marisco. A produção pesqueira do estado de Pernambuco no ano de
2005, Segundo o STATPESCA (2007), oteve o seguinte resultado (Tabela 61):

Tabela 61: PRODUÇÃO DE PESCADO MARÍTIMO E ESTUARINO EM PERNAMBUCO -


2005.
CLASSES PRODUÇÃO (t) %
PEIXE 5.688,1 45,4
CRUSTÁCEO 2.439,7 19,5
MOLUSCO 4.406,5 35,2
TOTAL 12.534,3 100,0
Fonte: Boletim Estatístico da Pesca Marítima e Estuarina do Nordeste do Brasil, 2007.

A maior produção de pescado em Pernambuco esta concentrada na região costeira,


seguida pelos estuários e a região oceânica. Os municípios de Itapissuma com 3.401,0t
(27,1%), Goiana com 3.071,4t (24,5%), e Igarassu com 1.463,9t (11,7%) são os maiores
produtores do estado (STATPESCA, 2007, p.129).

Tabela 62: PRODUÇÃO (T) DE PESCADO MARÍTIMO E ESTUARINO DE


PERNAMBUCO - 2005.
MUNICÍPIO
PESCADOS
GOIANA ITAPISSUMA ILHA DE ITAMARACÁ

Budião 172,4 25,0 0,1


Marisco 975,4 - -
Ostra 307,3 - 658,3
Camarão 93,5 0,0 224,8
Saramunete 223,0 91,9 -
Sauna 120,0 2,0 232,9
Sururu 177,1 - 736,9
Siri 86,7 - 1.123,7
Caranguejo 118,1 - -
Fonte: Boletim Estatístico da Pesca Marítima e Estuarina do Nordeste do Brasil, 2007.

As espécies mais capturadas nos três municípios, em 2005, foram o Budião (nos três
municípios), o Marisco (principalmente em Goiana), a ostra, o camarão (em Goiana e
Itamaracá), o Saramunete, a saúna (em Goiana e Itapissuma), o Sururu e o Siri (em Goiana
e Itamaracá).
De acordo com Lessa et al. (2004) a maior produção de pescado em Pernambuco
esta concentrada na região costeira, seguida pelos estuários e a região oceânica. Os
municípios de Goiana (1.307t), Itapissuma (1.075t), São José da Coroa Grande (604t) e
Itamaracá (514t) são os maiores produtores do estado.

234
ITAMARACÁ

Em Itamaracá a frota é de aproximadamente de 70 embarcações cadastradas, de


pequeno ou médio porte, geralmente com motor de 3 cilindros, dotados de equipamentos de
navegação (GPS) e comunicação (VHF). Em relação à captura, estima-se, que 70% da frota
utilizam o covo, direcionando a captura para o saramunete, em profundidades que variam de
30 a 60 m, o que pode ser confirmado pelos registros de desembarque deste recurso, em
2005, com 91,9 t, representando o principal produto do município contribuindo com 25,9%
do total das capturas (SEAP, 2006). De acordo com o ESTATPESCA (2006) Itamaracá é o
sétimo produtor estadual com com uma captura de 363, 97t.

As produções médias de cada barco são de 80 kg de saramunete e 120 kg de fauna


acompanhante. Os peixes mais capturados na região são o Saramunete (vendido a R$/kg
5,00), Cioba (vendido a R$/kg 10,00), Ariocó (vendido a R$/kg 5,00), Sapuruna (vendido a
R$/kg 1,50), Budião (vendido R$/kg 3,50), Cação (vendido R$/kg 2,50) e Serra (vendido
R$/kg 6,00). Os apetrechos mais utilizados são covos de peixe e lagosta, curral, linha e rede
de espera em embarcações como jangadas, canoas e barcos motorizados como já citado
anteriormente.

A Ilha de Itamaracá conta com a colônia Z-11 com aproximadamente 2000


pescadores cadastrados. Segundo as liderenças locais, o numero de pescadores não
cadastrados supera em muito dos regularizados. Em relação á infraestrutura, esta
comunidade conta com uma camara fria, fábrica de gelo e algumas peixarias em seu
entorno.

Figura 56:ARMAZENAMENTO DO PESCADO CAPTURADO PELOS PESCADORES


DO CANAL DE SANTA CRUZ

235
Fonte: Araújo, 11/2009.

Goiana

O município de Goiana é um dos maiores produtores em volume de pescado do


Estado de Pernambuco. Apresenta a uma frota pesqueira de 58 embarcações de pequeno
ou médio porte, operando em profundidades de 40 a 60 m, segundo a pesquisa realizada
em campo.

A arte de pesca aplicada neste caso é o covo, tendo como alvo principalmente o
saramunete e as lagostas. Esta frota possui casco de madeira, sete a nove metros de
comprimento, com autonomia média de oito dias. Na pesca do saramunete, Goiana é
responsável pela exploração de 42,6% do volume total deste recurso, o qual é capturado em
99,2% dos casos com a frota supracitada.

Em Ponta de Pedras estima-se 30 embarcações, onde o covo e a linha de mão são


os petrechos mais utilizados, barcos de pequeno porte, com autonomia média de oito dias,
atuam a norte de Recife-PE em profundidades de até 55m.

Em Barra de Catuama a frota estimada é de 28 embarcações de pequeno porte,


onde a pescaria de covo é predominante, sendo a espécie alvo o saramunete, em barcos
que tem autonomia de oito dias de mar e possuem comprimento médio de 7,5 metros. Cada
barco atua com esforço médio de 40 covos em profundidades acima de 40m.

236
Além desta modalidade os outros tipos de pesca são representados pelos taineiros,
pescadores de camarão, arrasto de praia e pesca de linha. O marisco é pescado nos locais
denominados de Boca do Canal e no Arrombado (braço de rio), nestes locais pescam cerca
de 50 marisqueiras, aproximadamente de 5 a 6 pescadoras por baitera. A pesca é realizada
com o esforço de 3 horas de pesca por dia. Cada marisqueira produz cerca de 3 kg de
marisco por dias de pesca.

Os mariscos são capturados nos locais de pesca e processados nos ranchos de


pesca localizados na beira da praia. No processamento os mariscos são lavados na praia e
levados aos ranchos, em que são pré-cozidos para a abertura das conchas e retirada da
carne. O preço da carne de marisco está em torno de R$ 4,00/kg, para a venda ao
atravessador, e de R$ 6,00 para a venda direta ao consumidor final.

O marisco gera um grande resíduo, que é a “casca”, ou valvas, que é armazenado a


céu aberto junto aos locais de processamento. Esse resíduo é bastante utilizado pela
comunidade de Carne de Vaca, limítrofe com a APA, para a construção civil, onde são
utilizados em pisos ou em cobertura artesanal das paredes das casas, bares, restaurantes e
etc. Na região se encontrava uma fábrica que produzia um material calcário a partir da
moagem deste resíduo. A fábrica era localizada em Massaranduba, porém encontra-se
desativada.

A segunda pesca de representatividade no local é a pesca de Tainha e Sauna


(juvenil de tainha, Mugil spp.). Para esse tipo de pescaria é utilizada as malhas de abertura
de 30 ou 35mm entre nós para a tainha, e de 20 a 25mm para a sauna. As redes são
confeccionadas com vários panos de rede entralhados o que gera um tamanho que varia de
150 a 500m de comprimento, aproximadamente, por 3m de altura. A tainha custa cerca de
R$ 4,00/kg, para a venda ao atravessador, e R$ 6,00 para a venda direta ao consumidor
final. A pesca da tainha gera uma produtividade de 4-12 kg por dia de pesca com picos que
podem variar de 50 a 100 kg por dia. A pesca é realizada geralmente nas embarcações
denominadas de baiteras.

Outra modalidade de pesca neste local é a de camarão vila franca, pesca pouco
comum em outras localidades, essa é realizada com a rede tipo sauneira (malha 20 ou
25mm). As redes possuem tamanhos menores, cerca de 75m de comprimento. Estas ficam
boiadas a deriva para assim irem varrendo o fundo e capturando os animais. Esta pesca
geralmente ocorre nas marés grandes (próximo as luas novas ou cheias) devido à maior
dinâmica das marés, já que as correntes marinhas são maiores e a área de cobertura das
redes se torna maior. Em marés de menor dinâmica a pesca é realizada com o arrasto da

237
rede por dois barcos, geralmente caicos ou baiteras. A produtividade da pesca é baixa,
cerca de 2 a 4kg/dia de pesca, porém esse recurso apresenta um bom valor de mercado
cerca de R$ 8,00 a R$ 15,00.

Itapissuma

Segunda o ESTATPESCA (2006) o município de Itapissuma é o maior produtor de


pescado de Pernambuco, produziu em 2006 3.466,78t de pescado, principalmente manjuba
(1.713,2t), seguido de siri (805t) e sururu (619,3t).

Para a pesca da manjuba, sardinha e camarão é relizada com rede tipo mangote, a
sardinha e a manjuba são vendidas por R$/kg 1,00 inteira e por R$/kg 2,50 tratada. Nesta
região a manjuba é responsável pela segunda maior produção em peso do Estado (12,5%).

A rede de caçoeira também é muito utilizada principalmente para a pesca da


carapeba, pampo, salema, camurim e tainha que é vendida por R$/kg 5,00 direto para o
consumidor e por R$/kg 6,00 para o atravessasor. O marisco é vendido por R$/kg 8,00,
Aratu R$/kg18,00, Quebradinho de lagosta R$/kg 25,00, camurim R$/kg 15,00. A pesca com
linha de vara também é realizada na região, principalmente para a pesca do camurim,
pescada amarela, raia e xaréu.

Figura 57 : REDE DE CAÇOEIRA, APETRECHO UTILIZADO NAS PESCARIAS.

Fonte: Araújo, 11/2009.

A importância do setor pesqueiro pode ser observada nos números fornecidos pelas
Colônias de Pescadores Z-10 e Z-11, de Itapissuma e da Ilha de Itamaracá,
respectivamente. Segundo as lideranças um grande contingente de pessoas sobrevive,
direta e indiretamente, da pesca. Atualmente na Colônia Z-10 (Itapissuma) 2.000

238
pescadores são cadastrados, mas o número de pessoas não cadastradas ultrapassa em
muito esse contingente. Estima-se que 70% dos residentes estão desenvolvendo atividade
de pesca e/ou captura.

Estes ambientes, devido à intensa atividade pesqueira, tanto no estuário como na


sua região costeira, vem desempenhando um papel socioeconômico muito importante,
principalmente para a população de baixa renda que vive em suas proximidades. “Além de
contribuir na alimentação das famílias que praticam a atividade, o pescado capturado na
área abastece o mercado local, grande parte da Região Metropolitana do Recife e do interior
do Estado. O peixe maior é vendido, sem beneficiamento, em mercados públicos, bares e
restaurantes, em peixarias e nas praias, por um grande número de ambulantes” (GERCO -
CPRH / MMA, p. 10).

Nesta cadeia produtiva existe predominância do uso de recursos e tecnologias


tradicionais, com fins comerciais e/ou de subsistência, e as modalidades de pesca
empregadas incluem a coleta manual, a vara de pesca, linha e anzol, a tarrafa, as redes de
cerco, de emalhe, arrasto e armadilhas. A atividade caracteriza-se pelo uso do trabalho
familiar e comunitário utilizando embarcações como jangadas, canoas, baiteras, barcos
motorizados de pequeno porte, ou mesmo a pé.

Figura 58: SÍTIO DO CANTO – CAMBOA – PORTO DOS BARCOS, LADO DA PONTE
SÃO GONÇALO SOBRE O CANAL DE STA CRUZ. (ITAPISSUMA).

239
Fonte: Vila Nova, 11/2009.

A pesca estuarina é dividida em três categorias de pescadores. O pescador


permanente, que depende totalmente da pesca; o temporário, que tem na pesca sua
principal atividade, mas, se dedica a outra atividade como complemento de renda; o
ocasional, que tem outras atividades, utilizando a pesca como complemento alimentar. Os
produtos pescados destinam-se ao consumo familiar, sendo também vendidos na
comunidade, aos veranistas e alguns estabelecimentos comerciais (PIRES & FILHO, 1993).
Ainda segundo PIRES & FILHO (1993), na pesca estuarina são utilizados alguns petrechos
de pesca como a pesca de rede tarrafa, que é lançada na água pelo pescador de cima de
uma jangada ou de dentro da água, essa é utilizada para a pesca de pequenos cardumes,
como as saúnas. Para a pesca de rede de gamboa ou tapagem, são utilizados panos de
rede e um curral situado na parte central. A rede é fixada em grandes varas situadas em
linha reta, ficando presa ao fundo por raízes-escora do mangue gaiteiro (Rhizophora
mangle). A rede é estendida no início da maré baixa, quando muitos peixes nadam em
direção ao mar e ao encontrarem a rede tentam escapar se dirigindo ao curral, de onde
dificilmente escapam. Outros tipos de instrumentos para a pesca, como a rede de arrasto, a
rede de malha fina, a caçoeira (rede de espera), o anzol, o covo e o puçá, são também
utilizados em todo o estuário.

A rede de arrasto é usada em locais rasos e puxada nas extremidades por


pescadores que ficam dentro das embarcações ou da água. A rede de malha fina captura
peixes muito jovens, ainda alevinos. No uso da rede de espera ou caçoeira, o pescador
estende sua rede nas margens internas do mangue e na boca das pequenas gamboas,
fixando-a com varas. Antes do refluxo da maré vazante, a rede é erguida, capturando os
peixes quando saem do mangue e se dirigem aos canais ou leito dos rios. O camurim
(Centropomus undecimalis) e a tainha (Mugil curema), entre outros, são pescados dessa
forma.

240
O anzol é lançado sobre fundos rochosos e desembocaduras dos rios, nas marés
enchentes, cheias e início da vazante, sendo utilizado para a pesca seletiva do camurim
(Centropomus undecimalis) e mero (Serranidae), entre outros. (PIRES & FILHO, 1993).
O covo é uma armadilha para a pesca de peixes e crustáceos. Confeccionado com madeira
e fibras naturais possui forma cônica. Estes são colocados durante a maré baixa nas
margens do manguezal, nos alagados e gamboas. Na maré baixa seguinte retiram-se os
peixes e camarões, recolocando-se a isca para uma nova pescaria.

O puçá é utilizado para a pesca do camarão. O instrumento é arrastado no fundo do


leito do estuário e das gamboas ou colocado debaixo da vegetação marginal flutuante.

A pesca com rede de arrasto, de gamboa e de malha fina também geram conflitos
com a fauna e pescadores, pois arrastam tanto os peixes grandes quanto os pequenos.

Figura 59: VENDA DE PESCADO MERCADO PUBLICO DE ESPINHEIRO


(ITAPISSUMA)

Foto 01: Pescadores no pátio do Mercado Foto 02: Mercado público (comercialização de
público (comercialização de pescados) - pescados) - Espinheiro, lado E da ponte São
Espinheiro, lado E da ponte São Gonçalo sobre o Gonçalo sobre o Canal de Sta Cruz –
Canal de Sta Cruz .
Fonte: Vila Nova, 11/2009.

Problemas relacionados à atividade pesqueira da área da APA de Santa cruz,


segundo os representantes das associações, entrevistados na elaboração deste diagnóstico
são:
• Poluição dos rios e estuários por lançamento de efluentes domésticos e industriais;
• pesca predatória;
• pesca do camarão no defeso;

241
• lançamento de agrotóxicos utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, carreados
pelos rios para os estuários;
• supressão de mangues para instalação de viveiros (carcinicultura)
• atividades de recreação náuticas (jet skis, barcos e lanchas) no canal de Santa Cruz.

Figura 60: AREAS AMEAÇADAS EM ITAPISSUMA E GOIANA.

Foto 03: Sítio do Canto – Gamboa – Poluição


às margens do canal, em área de mangue. Foto 04: Supressão de mangues para projetos
Porto dos Barcos, lado D da ponte São Gonçalo de aquicultura. Atapuz – GOIANA.
sobre o Canal de Sta Cruz - ITAPISSUMA.

Foto 05: Viveiros de Aquicultura e local de extração de


areia em toda a extensão da estrada p/ Atapuz –
GOIANA.
Fonte: Vila Nova, 11/2009.

ENTIDADES REPRESENTATIVAS
Colônias de Pescadores / área de jurisdição:
• Z-03: Ponta de Pedras
• Z-14: Goiana-sede
• Z-15: Atapuz

242
• Z-17: Tejucupapo
• Z-10: Itapissuma
• Z-11: Ilha de Itamaracá.

As entidades são representativas e defendem os interesses dos pescadores.


Todavia, o número de associados é inferior ao contingente de trabalhadores que exercem a
atividade da pesca. Faltam políticas de apoio à pesca e à consolidação de condições de
desenvolvimento do setor pesqueiro no Estado de Pernambuco. Em especial, apoio com
vistas à promoção do desenvolvimento econômico e social dos locais onde se desenvolvem
a aqüicultura e a pesca. Hoje o principal órgão financiador da atividade pesqueira no litoral
Norte é Banco do Nordeste através do PRORURAL.

Quadro 24: AMEAÇAS RELACIONADAS À PESCA.


MEDIDAS
TIPO/CARACTERIZAÇÃO LOCALIZAÇÃO CAUSAS CONSEQÜÊNCIAS
MITIGADORAS
Assoreamento dos
Educação
Crescimento estuários e
Avanço Imobilário Estuário ambiental e
urbano e turismo extinção dos
Fiscalização
mesmos
Erosão e
assoreamento dos
corpos d’água.
Perda de substrato
Atapuz no Educação
para reprodução
Retirada de solo (areia) município de Comercialização ambiental e
das espécies.
Goiana Fiscalização
Danos as espécies
dependentes do
ambiente
estuarino.
Sobrepesca sobre
os mesmos
Estuário, Fiscalização
estoques,
Pesca predatória ambiente Comercialização Educação
diminuição e risco
marinho ambiental
de extinção das
espécies
Comprometimento
da qualidade da
Ambientes Educação
Contaminação dos rios Crescimento água. Morte das
estuarinos e ambiental e
(poluição) urbano e turismo espécies da
costeiros Fiscalização
comunidade
biótica.
Fonte: Araújo, 11/2009.

5.3.3.4 Arranjo Produtivo Local (APL)

A necessidade de promoção de políticas voltadas ao fortalecimento e a melhoria do


desempenho do potencial produtivo visando o desenvolvimento econômico é notória.

243
Nesta perspectiva, políticas materializadas em ações, programas e projetos estão
sendo promovidos. A exemplo, o APL.

Os APLs - Arranjos Produtivos Locais, por definição, são conjuntos de atores sociais,
políticos e econômicos, localizados em um mesmo território, que desenvolvem atividades
econômicas correlatas e que apresentam vínculos de produção, interação, cooperação e
aprendizagem. Isso inclui empresas de bens e serviços, prestadoras de serviços, clientes,
cooperativas, associações etc., voltadas à formação e capacitação de recursos humanos,
informação, pesquisa, desenvolvimento, promoção e financiamento.

“O apoio a Arranjos Produtivos Locais é fruto de uma nova percepção de políticas


públicas de desenvolvimento, em que o local passa a ser visto como um eixo orientador de
promoção econômica e social. Seu objetivo é orientar e coordenar os esforços
governamentais na indução do desenvolvimento local, buscando-se, em consonância com
as diretrizes estratégicas do governo, a geração de emprego e renda e o estímulo às
exportações” (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, 2009).

As vantagens de se identificar agrupamentos que podem ser classificados como


Arranjos Produtivos Locais são expressas, sobretudo, porque existem fortes interações
entre agentes e empresas da cadeia produtiva, estimulando à cooperação, à
competitividade, à ação coletiva e, conseqüentemente, um maior nível de eficiência no
desenvolvimento da atividade econômica. Pois, a articulação de empresas de todos os
tamanhos em APLs e o aproveitamento das sinergias geradas por suas interações
fortalecem suas chances de crescimento, constituindo-se em importante fonte de vantagens
competitivas.

Atualmente em Pernambuco, um conjunto de ações, programas e projetos de apoio


às inovações nas empresas em articulação com os agentes de desenvolvimento científico e
tecnológico estão em andamento. Nesta direção, busca atrair e alavancar investimentos
privados e estimular arranjos produtivos que fortaleçam o ambiente de negócios. Sob a
coordenação da AD DIPER – Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco,
objetiva:
• Coordenar ações focadas no fortalecimento e sustentabilidade dos APLs de
Pernambuco;
• Promover articulação entre os atores;
• Garantir foco e efetividade nas ações;
• Alavancar de recursos e a definição conjunta de sua aplicação;
• Garantir um ambiente favorável à implantação e consolidação dos APLs;

244
• Desenvolver estudos e pesquisas.

Na Zona da Mata de Pernambuco e em alguns territórios da Região Metropolitana do


Recife a predominância econômica é ligada a exploração da cultura da cana-de-açúcar.
Domínio histórico que tem produzido uma realidade de pobreza e de poucas opções de
trabalho a uma significativa parcela da população. Alternativas produtivas vêm se
apresentando como opção para a quebra desse monopólio produtivo e, assim, o
fortalecimento de novas alternativas de geração de trabalho e renda vêm sendo valorizadas
com o aproveitamento de vocações produtivas já existentes. Dessa diversificação ganha
destaque, por exemplo, a apicultura, a piscicultura, a floricultura, a carcinicultura e pesca, o
turismo.

Desta maneira, destaca-se o estímulo a possíveis APL’s na região de estudo, os


seguintes setores (dos Arranjos Produtivos Locais) considerados estratégicos pelo Governo
de Pernambuco para os Municípios da APA.:

Quadro 25: APL´S NOS MUNICÍPIOS DA APA.22


SETOR MUNICÍPIO
Goiana
Turismo Itapissuma
Ilha de Itamaracá
Floricultura Goiana
Itapissuma
Apicultura
Ilha de Itamaracá
Goiana
Aquicultura (Piscicultura) Itapissuma
Ilha de Itamaracá
Fonte: FADURPE, 11/2009.

• Turismo

A atividade turística promove o desenvolvimento intersetorial, pois movimenta vários


setores tato direta quanto indiretamente. É excelente para obtenção de melhores resultados
no desenvolvimento e planejamento regional.

Através do crescimento do setor turístico, os municípios de Itapissuma, Ilha de


Itamaracá e Goiana podem diminuir a mão de obra subutilizada e desempregada com o
aumento da oferta turística (alojamentos, estabelecimentos de alimentação e outros),

22
Vale destacar que estes APL´s são aqueles que foram definidos pelo governo, o que não significa que todos
eles constituam atividades econômicas comunmente desenvolvidas dentro da APA, para definir isto foram
realizadas entrevistas com representantes das comunidades assim como um analise mais detalhado sobre
atividades econômicas desenvolvidas. As conclusões serão apresentadas em relatório separado como Proposta
de APL’s.

245
fazendo-se a geração de renda da comunidade local, ao mesmo tempo que se apresenta
como uma atividade complementar para aumentar a renda familiar.

Por se tratar de um setor de serviços, esta atividade é intensiva no uso da força de


trabalho que, aliada à constante inovação tecnológica, tem conferido aos destinos turísticos
diferenciais cada vez mais competitivos. Este fato implica na necessidade de aumentar
gradativamente a qualificação dos recursos humanos naqueles destinos ainda em vias de
consolidação no âmbito, internacional, nacional, regional e local, caso desejem ter no
turismo, um instrumento de desenvolvimento.
Enfim,o turismo tem adquirido elevada importância enquanto fenômeno social e
econômico, sendo capaz de incentivar a comunicação e a convivência, de promover uma
distribuição menos desigual das riquezas e de ser um instrumento de captação da poupança
interna.

Durante as últimas décadas, muitas economias cresceram em seus setores de


serviços, mesmo quando os mais tradicionais estiveram sujeitos à estagnação ou declínio. O
turismo é uma indústria baseada em serviços e, como tal, foi parcialmente responsável pelo
crescimento desta área.

• Floricultura

O estado de Pernambuco, já é o maior produtor brasileiro de flores tropicais.


Segundo o estudo: a Economia de Pernambuco: uma contribuição para o futuro - Macro-
Futuros da Economia de Pernambuco – 2006, a produção de flores tropicais se conFigura
como um mercado internacional praticamente ilimitado e em grande expansão. Cenário que
torna as flores cultivadas uma opção estratégica a ser considerada seriamente nas políticas
de desenvolvimento do Estado, nos próximos anos. Todavia, aponta o referido estudo, que
“a concentração geográfica de sua produção aponta para a possibilidade de se formar um
APL de flores tropicais (e, também, temperadas) em Pernambuco. A produção de flores
tropicais vem sendo apontada por alguns especialistas como uma boa alternativa de
diversificação econômica para a Zona da Mata de Pernambuco frente à cultura canavieira”.
(IAUPE / SEPLAN/ 2006).

O cultivo de flores se for feito como um empreendimento econômico de primeira


linha, constitui atividade bastante absorvedora de tecnologia, com características de alta
elasticidade de sua demanda.

Para a Mata Pernambucana, analisa ainda o estudo, a região poderá desenvolver


melhor suas potencialidades no cultivo de flores tropicais e ganhar participação no total da

246
produção desses produtos em Pernambuco, que se destaca no cenário nacional. Deve-se
registrar que Pernambuco já realiza transferência de plataforma tecnológica do Nordeste
para outros estados brasileiros.

Analisando o desempenho da produção agrícola dos municípios em estudo, percebe-


se que das culturas temporárias, as atividades de lavoura permanente, criação de animais,
horticultura e floricultura (floricultura tropical) apresentam participações elevadas no total de
estabelecimentos agropecuários dos municípios de Itapissuma e Goiana. Sendo que a
existência de estabelecimentos voltados à horticultura e floricultura é mais forte nesta última
localidade e de grande importância para a diversificação da base produtiva agrícola.

Agentes de apoio e financiadores:


BIRD, BID, BNDES, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA/PE,
SEBRAE, SENAI e SESC, PROMATA, entre outros.

• Apicultura

A Apicultura, ou seja, a arte da criação de abelhas e aproveitamento de seus


produtos, tem se revelado atividade promissora para muitos produtores da região da Mata
Norte pernambucana. O APL de apicultura fomentado pelo Programa de Apoio ao
Desenvolvimento Sustentável da Zona da Mata (PROMATA), vinculado à Secretaria de
Desenvolvimento e Articulação Regional, conta com os recursos do Banco do Brasil por
meio do Desenvolvimento Rural Sustentável (DRS).

Tem integrantes de diferentes municípios como Catende, Cortês, Itapissuma e Ilha


de Itamaracá que com o apoio de setores governamentais e privados já alcançam
resultados positivos. Incentivo à diversificação econômica, aumento da renda e
oportunidades de negócios são alguns desses resultados.

Na Ilha de Itamaracá e em Itapissuma a produção de mel apresenta 18.000 kg e


1.000 kg respectivamente, conforme pode ser conferido na Tabela 60.

No entanto, atualmente as maiores dificuldades à produção, segundo declarado


pelos agentes produtivos, versam na monocultura da cana-de-açúcar o que gera a falta de
terras próprias, na dificuldade de acesso a capacitações, na comercialização e relação com
os atravessadores, no desmatamento e, em especial, na falta de recursos próprios.

247
A consolidação dessa atividade produtiva, no que se refere à produção e
comercialização do mel e seus derivados, revela-se como importante opção de fonte de
renda para a população local.
Agentes de apoio e financiadores:
SEBRAE, EMBRAPA, PROMATA, PRONAF, etc.

Associações:
Associação de Criadores de Abelhas – Igarassu / PE
Associação de criadores de Abelhas – Ilha de Itamaracá / PE

• Aquicultura e Pesca

A aqüicultura (peixe, mariscos, moluscos, etc.) tem uma relação histórica com as
populações nativas.Toda a área apresenta potencial produtivo da aquicultura, sendo,
entretanto, desenvolvido muitas vezes sem o devido manejo o que pode causar a
degradação ambiental. Devido a isto, tornam-se necessárias ações que orientem os
produtores para o desenvolvimento da atividade em bases racionais.

A piscicultura, a exemplo, pode desempenhar uma importante função na geração de


emprego e renda, em suas várias dimensões. É nesta direção, que a atividade vem
ganhando importância na promoção do desenvolvimento econômico, sobretudo em regiões
de baixa renda ou renda média, que apresentam potencialidades no setor, como as
localidades aqui estudadas. Todavia, o incremento da atividade pesqueira é o grande
desafio para as comunidades de pescadores.

O governo do Estado vem estruturando, através de diversos projetos e ações, o APL


de Aquicultura do litoral Norte do estado. Nos municípios envolvidos neste estudo, o apoio
acontece, em especial, pela capacitação de pescadores artesanais e de pequenos
produtores. Ações que contam com a parceria das prefeituras municipais e das associações
de pescadores da região. Há, para tanto, o apoio do Banco do Nordeste (BNB) e do
SEBRAE.

Agentes de apoio e financiadores: Secretaria Especial de Pesca e Agricultura de PE,


BNB, BNDES (PRORURAL), Banco do Brasil, PRONAF, UFPE, UPE, UFRPE, ITEP,
EMBRAPA e IPA e SENAI, SEBRAE, FECOMERCIO/SENAC, FACEPE, prefeituras e
associações.

Entidades e Associações representativas:


• Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural e Sustentável

248
• Associação dos Pescadores e Moradores da Ilha de Itamaracá
• Associação dos Pescadores de Itapissuma
• Colônia de Pescadores Z-10 - Itapissuma
• Colônia de Pescadores Z-11 - Ilha de Itamaracá
• Colônia de Pescadores Z-03 - Ponta de Pedras
• Colônia de Pescadores Z-14 - Goiana-sede
• Colônia de Pescadores Z-15 - Atapus
• Colônia de Pescadores Z-17 - Tejucupapo

Programas e Políticas Públicas: Com o objetivo de fomentar a produção econômica, os


governos federais, estaduais e municipais promovem políticas voltadas para os pequenos
agricultores familiares, como também para o incremento de Arranjos Produtivos Locais
(APLs). Entre estes programas, destaca-se o PROMATA - Programa de Apoio ao
Desenvolvimento Sustentável da Zona da Mata de Pernambuco, aderido por todos os
municípios da área de abrangência deste estudo.

O PROMATA, vinculado à Secretaria de Desenvolvimento e Articulação Regional,


vem se destacando no esforço de Integrar o conjunto de ações do Governo de Pernambuco
para promover o desenvolvimento dos municípios da Zona da Mata pernambucana. Tem
como diretriz o conceito de desenvolvimento territorial integrado (local e regional) e estrutura
suas ações a partir dos seguintes objetivos:
No âmbito municipal, executar ações visando o fortalecimento da
capacidade de gestão municipal das prefeituras e das organizações
comunitárias locais, a promoção da participação da sociedade civil no
processo de planejamento e a melhoria da oferta e qualidade dos serviços
básicos, especialmente no aumento da cobertura dos sistemas de
saneamento básico em distritos rurais da Zona da Mata; e no âmbito
regional, promove ações visando apoiar a diversificação econômica e o
manejo sustentável dos recursos naturais da região. As ações do Programa,
considerando sua operacionalização, estão agrupadas em três
Subprogramas: (I) Subprograma Melhoramento de Serviços Básicos; (II)
Subprograma Apoio à Diversificação Econômica; e (III) Gestão e Proteção
Ambientais (PROMATA, 2009).

É importante ressaltar o caráter metodológico adotado no programa que se pauta no


olhar sistêmico e integrado sobre a realidade local, que abrange as dimensões do
desenvolvimento: social, econômico e ambiental, envolvendo agentes produtivos, sociais e
governamentais O paradigma do desenvolvimento sustentável norteia as suas ações. Nesse
contexto, portanto, “é indispensável à participação da comunidade local, vinculada a um
determinante processo de educação ambiental e de aprendizagem social em todas as
etapas de implementação desses serviços” (Idem).

249
Em matéria do site oficial do Governo do Estado, é divulgado que: Entre 2007 e
2009, o PROMATA investiu R$ 200,5 milhões na Zona da Mata.
“O PROMATA fecha mais um ano com boas histórias pra contar. Com todas
as suas ações alinhadas com o Mapa da Estratégia do Governo de
Pernambuco, entre 2007 e 2009, o Programa investiu mais de R$ 200
milhões na melhoria da qualidade de vida da população da Zona da Mata.
Entre os destaques, a grande articulação entre secretarias e órgãos
estaduais, além das prefeituras municipais, para garantir que cada projeto
se torne sustentável” (www.promata.pe.gov.br).

Vale destacar que estes APL´s são os definidos pelo governo, o que não significa que
todos eles constituam atividades econômicas comunmente desenvolvidas dentro da APA,
para definir isto estão sendo realizadas entrevistas com representantes das comunidades
assiim como um analise mais detalhado sobre atividades econômicas desenvolvidas.

5.3.4 DIAGNÓSTICO SÓCIOCULTURAL

5.3.4.1 Patrimônio Histórico, Cultural e arqueológico 23

5.3.4.1.1 Introdução Histórica

A região onde esta implantada a Área de Proteção Ambiental de Santa Cruz se


caracteriza, histórica e arqueologicamente, por uma ocupação humana com elementos
históricos de grande relevância para a compreensão do processo de adaptação ao ambiente
da área e ao processo de sua expansão. O aprofundamento do contexto social, ambiental e
cultural, se torna primordial para a interpretação do processo histórico regional e
reconhecimento dos fatores mais importantes para a caracterização e valorização do
Patrimônio Cultural da área em questão, que são reconhecidos em traços remanescentes,
tanto materiais como imateriais, da dinâmica social que ali vem-se desenvolvendo desde
tempos passados.

O litoral de Pernambuco foi uma das regiões onde ocorreram os primeiros contatos
entre os grupos indígenas e os colonizadores europeus. Os povos indígenas foram de
importância fundamental na conquista e na colonização do território. Porém, ao passo que
foram dizimados e/ou incorporados, sua memória e as informações sobre sua cultura foi
sendo apagada. Não obstante, as poucas informações que existem são oriundas das
observações feitas sob a ótica européia. Nos relatos de cronistas, viajantes e missionários
muitos grupos indígenas são mencionados e suas características culturais não estão bem
definidas uma vez que esse não era o objetivo de tais crônicas. As informações etno-
históricas colhidas através dessas leituras apontam para a existência, no litoral nordestino,

23
Ver Mapa de Patriônio cultural no Anexo 10.

250
de grupos indígenas com homogeneidade étnica e lingüística. Em relação aos grupos que
habitaram o litoral e a zona da mata, que hoje corresponde ao estado de Pernambuco,
essas fontes indicam uma ocupação extensa de grupos denominados de Caeté, Tabajara,
Tupinambá e Potiguara. Todos caracterizados como grupos ceramistas pertencentes à
tradição Tupiguarani.

Tendo em vista o estudo da ocupação pré-histórica e histórica do litoral norte de


Pernambuco, esta área apresenta grande potencialidade histórica e arqueológica. O
Programa Jaguaribe: Preservação Ecológica e Cultural da Sesmaria Jaguaribe. desenvolve
pesquisas arqueológicas e históricas desde 200224. Esse programa apresenta uma série de
subprojetos voltados a compreender o processo de ocupação desta parte do litoral de
Pernambuco desde a pré-história até a colonização.

A Sesmaria Jaguaribe foi um dos primeiros núcleos de povoamento do Nordeste. É


datada de 1540 e doada por Duarte Coelho, donatário da capitania de Pernambuco, ao
fidalgo Vasco Fernandes e família. As primeiras informações sobre esta sesmaria
encontram-se no livro de tombo do Mosteiro de São Bento de Olinda. A área referente a
esta sesmaria encontra-se hoje nas terras de três municípios da área metropolitana do
grande Recife: Abreu e Lima, Igarassu e Paulista, pertencentes à zona litoral-mata de
Pernambuco. Esta sesmaria fazia parte do complexo açucareiro de Pernambuco o que é
atestado pelo grande número de engenhos que existiram, como Caetés, Paratibe,
Jaguaribe, Utinga, Inhamã. Além de outras estruturas coloniais que resistiram a todo
processo de colonização e expansão imobiliária.

Além da importância histórica, a sesmaria Jaguaribe compreende um ambiente


natural de grande interesse ecológico. Caracterizado por áreas remanescentes da Mata
Atlântica e manguezais, situada entre o estuário do Rio Timbó e a barra sul do Canal de
Santa Cruz.

5.3.4.1.2 Divisões ou Manifestações do Patrimônio25

A idéia de patrimônio se manifesta hoje sob diversas formas, conforme pode ser
observado na literatura técnica especializada publicada sobre esse tema. Também podem
ser estabelecidas muitas divisões na noção de Patrimônio, de acordo com o ponto de vista
ou de interesse de uma comunidade ou de quem estuda ou protege um bem patrimonial.
24
O Programa Jaguaribe é formado por equipes do Núcleo de Estudos Arqueológicos, do Núcleo de Hotelaria e
Turismo, do Núcleo de Estudos Indigenistas e pelo Departamento de Engenharia de Minas da Universidade
Federal de Pernambuco e Universidade Católica de Pernambuco.
25
As definicõe de Patrimônio aqui inseridas foram extratidas do livro: MESQUITA, Vera Lúcia Menelau;
CASTRO, Viviane Maria Cavalcanti. Gestão Ambiental – Preservação do Patrimônio.
Pernambuco: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco, 2009.

251
Por sua vez, algumas dessas formas podem ser estabelecidas de modo geral, são elas: o
patrimônio histórico, o patrimônio familiar ou pessoal, o patrimônio público, o patrimônio
arquitetônico, o patrimônio ambiental, o patrimônio da comunidade, o patrimônio religioso, o
patrimônio arqueológico, entre outras.

Em relação ao Patrimônio Histórico pode-se definir como aquele representado


pelos edifícios ou sítios históricos remanescentes de um passado, e que se constituem
referências para a memória de um povo ou comunidade. Na sua definição está o significado
do tempo irreversível. Pode ser um edifício isolado, como uma igreja ou uma fortificação,
como o Forte Orange, em Itamaracá, por exemplo; ou um conjunto de edificações, como a
Vila Velha, em Itamaracá, ou áreas urbanas de valor histórico-cultural, como o Centro
Histórico de Goiana, todos em Pernambuco. O Patrimônio Histórico pode ser considerado
um subgrupo do chamado “Patrimônio Cultural”.

Já a idéia de Patrimônio Público corresponde a tudo que pertence a uma nação,


mas que tem a guarda do Estado. São exemplos desse tipo de patrimônio as escolas e
universidades públicas, hospitais públicos, Banco do Brasil, as estradas, as florestas, os
prédios dos tribunais de justiça, entre outros.

O Patrimônio Arquitetônico pode ser considerado um subgrupo do “patrimônio


histórico, sendo formado, fundamentalmente, pelas construções de valor estético e artístico
como as igrejas, praças, casas, fortes, palácios, pontes, entre outros.

O Patrimônio Ambiental é constituído, de um modo geral, pelos recursos naturais


que nos cercam, pelos habitats que garantem a conservação da diversidade biológica e/ou
de espécies que estejam em perigo de extinção e pelos fenômenos naturais singulares ou
de beleza natural ímpar.

No que se refere ao Patrimônio da Comunidade, pode-se definir como aquele


formado pelos hábitos, costumes, lugares, pessoas que são ou foram importantes em um
determinado bairro ou em uma vila. São, de modo geral, os lugares, as pessoas e as festas
que expressam a identidade de um local: o local onde se joga bola, a praça onde as festas
acontecem, o parque onde as crianças realizam brincadeiras, as festas locais, como
também os moradores mais velhos, pois eles são a memória viva do passado. Em grande
medida, é o que se denomina atualmente de Patrimônio Cultural Imaterial.
No Brasil, o Art. 216 da Constituição Federal de 1988 definie e classifica como
patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados

252
individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória
dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às
manifestações artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,
paleontológico, ecológico e científico.

De acordo ainda com a Carta Magna, caberá ao Poder Público, com a colaboração
da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, seja por meio de
inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de
acautelamento e preservação.

5.3.4.2 Contexto Arqueológico

As atuais pesquisas arqueológicas realizadas no Nordeste sobre os grupos pré-


históricos ceramistas demonstram avanços consideráveis sobre os aspectos culturais
desses grupos e nos possibilitam afirmar que existiram grupos ceramistas locais com
características técnicas bem distintas. As diferenças técnicas são utilizadas para identificar
os grupos ceramistas, porém não são as únicas.

O panorama traçado para os grupos ceramistas pré-históricos do nordeste a partir de


uma linha de pesquisas regional assinala uma grande quantidade de sítios arqueológicos
com cerâmicas que apresentam características técnicas bem distintas. Esses resultados
parecem indicar que desde o período pré-histórico existe uma diversidade cultural e esta se
expressa também na forma de produzir, decorar e usar os objetos cerâmicos.

Tradicionalmente considera-se a cerâmica Tupiguarani típica de áreas do litoral,


produzida por grupos que habitavam em aldeias que tinham a forma oval ou circular e que
plantavam a mandioca (MARTIN,1996).

Para o litoral corresponde a subtradição pintada, conhecida como policrômica, pois


apresenta desenhos geométricos nas cores branca, vermelha, preta e cinza. A pintura pode
estar presente tanto em uma superfície, como nas duas. Existe também nesta tradição
outros objetos de cerâmica como os fusos e os cachimbos. Os elementos que não estão
presentes nesta tradição são os apêndices como as asas e alças.

253
Pesquisas desenvolvidas pelo Laboratório de Arqueologia, e equipe do Núcleo de
Estudos Arqueológicos da UFPE, pela Fundação Seridó e pela Fundação Museu do Homem
Americano - FUMHAM demonstram uma ocupação intensa de grupos pré-históricos
ceramistas em diferentes ambientes e com distintos padrões de assentamento.

No estado de Pernambuco encontram-se vestígios de grupos ceramistas em abrigos


e em sítios a céu aberto. A cerâmica encontrada em abrigos pode estar associada a grupos
caçadores-coletores; outros grupos ocuparam áreas altas, os morros do relevo de
tabuleiros, que forneciam boa visibilidade, rodeados de vales e por outros morros.

No litoral de Pernambuco sítios de grupos ceramistas foram identificados como da


tradição Tupiguarani. Para Albuquerque (1991) os grupos da tradição Tupiguarani ocuparam
todas as zonas fisiográficas do estado de Pernambuco e não apenas as áreas de mata
úmida, incluindo mangue, restinga, zona da mata e o semi-árido. Em áreas de restinga
Albuquerque identificou a fase Itapacurá próximas a canais e situados na primeira metade
do século XVI.

Para a zona da mata identifica três fases: Cangaça, Quipapá e Capibaribe. Os sítios
da fase Cangaça apresentam aldeias de formato semi-circular, e com tamanhos variando
entre 30 e 360m² . A cerâmica tem o tratamento de superfície pintado com decoração
plástica e estão datadas em 510± 150 AP26 (BaH -1086-A) por radiocarbono27
(ALBUQUERQUE, 1991). Seriam ocupações contemporâneas ao início da colonização,
porém não foram encontrados materiais coloniais. Na fase Capibaribe identificou material
cerâmico em sua maioria alisado, com aspecto friável, com baixo grau de sinterização,
grande espessura do núcleo não oxidado, com poucos fragmentos com pintados, poucas
bordas talhadas. A datação obtida por radiocarbono para este sítio é de 2130± 400 AP (BaH
– 1085 – A) (ALBUQUERQUE, 1991).

A fase Quipapá foi identificada a partir do estudo da cerâmica do sítio Quipapá,


localizado na região de mata úmida de Pernambuco (ALBUQUERQUE e ALVES, 1983). O
sítio apresenta uma mancha de 31m x 20,4m onde estão os fragmentos de cerâmica. Este
material caracteriza-se por tratamento de superfície alisados, pintados de vermelho sobre
branco, de branco, preto sobre branco e preto sobre vermelho; engobo vermelho e engobo
branco. As bordas reforçadas com lábios arredondados e a pasta com presença de
fragmentos de caco com grãos de quartzo são a maioria no sítio.

26
AP = antes do presente. O presente neste caso é o ano de 1949 quando o método foi determinado.
27
Datação por radiocarbono é um método que usa o radioisótopo C14 para determinar as idades de materiais
carbonáceos.

254
Também na zona da mata, no município de São Lourenço da Mata foi realizado o
estudo do sítio Sinal Verde. Este sítio apresentou seis áreas de concentração de material
arqueológico formando um arco e com uma área de 330 km². Foram identificados material
cerâmico, lítico, piso queimado e marcas de estacas. A cerâmica apresenta as técnicas do
alisado, corrugado, escovado, ungulado e pintado, A datação de 225± 150 BP BaH – 1084 –
A) situa o sítio no período colonial (MARTIN, 1996; LUNA, 1991).

Além desses trabalhos podemos ressaltar os resultados do projeto GASALP,


gasoduto Alagoas-Pernambuco da Petrobrás. Durante os trabalhos de prospecção
arqueológica na área de implantação do referido gasoduto, foram localizados ocorrências
arqueológicas, na sua maioria ocupações de grupos ceramistas e outras do período
histórico entre os municípios de Pilar (AL) e Cabo de Santo Agostinho (PE). As ocupações
indígenas encontravam-se localizadas em morros e próximos a rios perenes. No litoral sul
de Pernambuco registraram presença de grupos ceramistas nos municípios de Água Preta,
Gameleira, Rio Formoso, Ipojuca e no Cabo de Santo Agostinho.

Em pesquisa realizada no sítio arqueológico do Campo, localizado no município de


Paulista, litoral norte, foi identificado duas ocupações: uma indígena e outra colonial. A
cerâmica indígena apresenta nas suas características gerais elementos que a caracterizam
como da tradição ceramista Tupiguarani: manufatura acordelada, queima incompleta, pastas
com presença de bolos de argila, areia e cacos moídos, vasilhas elipsóides horizontal,
bordas diretas e reforçadas, lábios arredondados e planos, bases arredondadas e
tratamentos de superfície alisada, engobo e pintado. Outro aspecto se refere ao padrão
ocupacional do sítio do Campo que é de uma aldeia assentada no topo de um tabuleiro da
formação Barreira, tipo de assentamento característico dessa tradição (BORGES, 2005).

A área da sesmaria Jaguaribe, que possui um ambiente natural de grande interesse


científico com remanescentes da Mata Atlântica e manguezais, situados entre o estuário do
Rio Timbó e a barra sul do Canal de Santa Cruz, apresenta um grande potencial
arqueológico. Há ruínas de antigos cais, possivelmente também do período colonial, ruínas
de antigos engenhos e igrejas, e sítios arqueológicos de grupos ceramistas pré-históricos.

A área do litoral norte vem sendo sistematicamente pesquisada a partir das


prospecções arqueológicas realizadas pelas equipes do Núcleo de Estudos Arqueológicos e
da Pós-Graduação em Arqueologia da UFPE. No município de Abeu e Lima se identificou
ocupações de grupos ceramistas localizados nos morros próximos a sede do município.
Neste município foi verificado a presença de concentrações de material cerâmico indígena e
material colonial aflorando na superfície. Os sítios arqueológicos apresentam a mesma

255
conFiguração: são sítios a céu aberto, implantados na parte plana dos morros do relevo de
tabuleiros, próximos a fontes de alimentação e água.

5.3.4.2 Etnohistória

Os grupos indígenas referenciados no litoral do estado de Pernambuco são os


Potiguar, Tabajara e Caeté, todos identificados como pertencente ao tronco lingüístico Tupi-
Guarani. Gabriel Soares de Souza faz as seguintes referências sobre a localização dos
Potiguar, Tabajara e Caeté:
“Não é bem que passemos já do rio Paraíba, onde se acaba o limite por
onde reside o gentio Potiguar, que tanto mal tem feito aos moradores das
capitanias de Pernambuco e Itamaracá, e a gente dos navios que se
perderam pela costa da Paraíba até o rio do Maranhão”. (SOUZA, 2000).

Os grupos Tupi do litoral são caracterizados como grupos ceramistas, cuja cerâmica
é denominada tradicionalmente de Tupiguarani, sendo considerada própria das regiões
costeiras e pertencentes a grupos humanos que moravam em aldeias de forma oval ou
circular, com economia baseada na mandioca.

A zona da mata pernambucana era a região onde havia uma grande concentração
de engenhos no Brasil, e, até a invasão da Companhia das Índias, era a principal área
açucareira da colônia. Sabemos através dos documentos do período colonial que a cultura
da cana também utilizou o trabalho indígena.

Após a instalação da capitania de Duarte Coelho houve uma nova distribuição


espacial dos grupos indígenas no território conquistado, proveniente das relações de
conflitos e alianças entre essas etnias e os colonizadores. Na capitania de Pernambuco, os
Caeté, Potiguara e Tabajara aliados se aldearam, delimitando outros critérios de espaço
étnico.

Os caetés estiveram presentes nas conquistas territoriais e nos conflitos durante a


época colonial. Os Potiguara, Tabajara e Caeté foram as etnias identificadas ao longo da
costa pernambucana. Os potiguaras estavam espalhados pelo litoral das capitanias de
Itamaracá, Paraíba e Rio Grande. Para os colonos portugueses era de fundamental
importância estabelecer acordos e alianças com os Potiguara, grupo que durante a época
da conquista demonstrou uma unidade política e força do ponto de vista bélico.

Para o século XIX temos uma importante fonte para a área em estudo. A obra
“Viagens ao Nordeste do Brasil” do inglês Henry Koster, que relata experiências pessoais

256
vivenciadas durante sua viagem pela região do Nordeste, e no capítulo Residência no
Jaguaribe, temos narrações sobre sua estadia no Engenho Jaguaribe:

“Minha presença se tornava indispensável no Jaguaribe porque o engenho


estava sendo trabalhado e, como freqüentemente acontece em toda a parte
uma das pessoas empregadas não dava boa conta de si” (KOSTER, 1978).

Além das informações sobre as atividades no Engenho Jaguaribe, onde lavrara cana
por volta de 1810, em várias passagens do seu escrito fala sobre a contratação de trabalho
dos índios, remunerado abaixo do dos outros através de seu diretor (CUNHA, 1998). É
constante a preocupação de Koster com relação à necessidade de trabalhadores para os
afazeres do engenho, dessa forma, há relatos de viagens com objetivo de obter mão-de-
obra:
“Fiquei apenas dois dias em Goiana, onde realizei o objetivo de minha
viagem, que era obter vinte indígenas trabalhadores de Alhandra. Voltando
para o Jaguaribe, tomei a velha estrada” (KOSTER, 1978).

Alhandra era um aldeamento indígena localizado em Goiana, cidade do litoral norte


de Pernambuco, hoje fica a mais ou menos 50 Km do município de Abreu e Lima.

5.3.4.3 Itamaracá

5.3.4.3.1 Potencial Turístico

A região inserida na APA é dotada de grandes atrativos turísticos, principalmente em


se tratando de atrativos naturais, tais como a praia do Forte Orange, na Ilha de Itamaracá, a
praia de Ponta de Pedra em Goiana, o manguezal de Itapissuma (local propício para o
desenvolvimento do Ecoturismo), assim como as trilhas ecológicas nas matas, que podem
(com a devida análise de solo, dos tipos de árvores e planejamento adequado) desenvolver
a prática do arvorismo (trilhas sobre as copas das árvores) inserido no contexto do
Ecoturismo.

Assim como os atrativos naturais existem na APA atrativos culturais, como o


Engenho São João, construído em 1747, é um dos únicos engenhos banguês ainda em
condições de funcionamento no Brasil.

Porém, o desenvolvimento da atividade não depende apenas dos atrativos mas


também dos equipamentos (meios de hospedagem e restaurantes), os quais nesta região
são escassos e não comportam um grande fluxo turístico. Com o pensamento voltado para
essa questão, o governo do Estado aprovou um projeto para a desativação e retirada das

257
três Penitenciárias: Professor Barreto Campelo – PAI (Figura 61) e o manicômio, com data
prevista para meados de 2012, e, em seu local será construído o grande pólo turístico.

Figura 61: PENITENCIÁRIA PROFESSOR BARRETO CAMPELO.

O Pólo, segundo informações da Empetur, comportará Resorts onde o turista


encontrará excelentes acomodações, área de lazer com piscinas, quadras esportivas,
recreação para adultos e infantil, aulas de esportes como tênis, restaurantes internacionais,
bares e boates, lojas de artesanato, serviços variados, tais como de estética, médicos e
passeios.

Enfim, através da implantação desse pólo, a Ilha de Itamaracá retomará o seu local
de destaque como destino turístico de “sol e mar” no Estado de Pernambuco, recebendo
maior atenção por parte do Governo com mais projetos de revitalização e desenvolvimento.

5.3.4.3.2 Histórico

Desde o início de seu povoamento, Pernambuco despontou como um importante


centro comercial para a Coroa portuguesa devido a inúmeros fatores que favoreceram a
implantação da produção do açúcar. Do povoamento inicial temos uma rica descrição da
Capitania de Pernambuco que fora entregue ao então Donatário Duarte Coelho:

As cinqüenta léguas de terra desta capitania se contêm do rio São


Francisco, de que tratei no capítulo próximo passado, até o rio de Igaraçu,
de que tratei no capítulo segundo deste livro, e chama-se Pernambuco, que
quer dizer mar furado, por respeito de uma pedra furada por onde o mar
entra, a qual está vindo da ilha de Tamaracá (SALVADOR, 1975:114).

Pernambuco evoluiu destas condições coloniais, guardando do passado até a própria


formação de sua fisionomia social as marcas do passado. A influência que teve na
civilização pernambucana o engenho de açúcar favoreceu o florescimento de uma
aristocracia que vem resistindo aos avanços do progresso social.

258
Em todo caso foi a de Pernambuco a primeira capitania do Nordeste em que
a ocupação revelou desde logo condições mais definidas de estabilidade –
e em uma de suas cartas a D. João III dizia o donatário Duarte Coelho em
uma espécie de rústica reportagem do que se passava em seus domínios:
‘Entre todos os moradores e povoadores, uns fazem engenho de açúcar,
porque são poderosos para isso, outros canaviais e outros algodoais, e
outros mantimentos, que é a principal e a mais necessária coisa para a
terra, outros usam pescar, que, outrossim, é muito necessário para a terra,
outros usam de navios que andam buscando mantimentos, e tratando pela
terra conforme o regimento que tenho posto, outros são mestres de
engenho, outros mestres de açúcar, carpinteiros, ferreiros, pedreiros, oleiros
e oficiais de fôrmas e sinos para os açúcares, e outros oficiais quando ando
trabalhando e gastando o meu por adquirir para a terra, e os mando buscar
a Portugal e a Galiza e às Canárias, às minha custas (BRUNO, 1967: 30).

As condições naturais de Pernambuco fizeram a diferença entre as outras capitanias


e foi o ponto de partida para a colonização e exploração de toda a região Nordeste. Toda
essa riqueza, durante o século XVII, despertou o interesse de outras metrópoles tais como
anteriormente a França e, logo após, a Holanda. A Companhia das Índias Ocidentais,
tentando garantir o rico comércio com a região açucareira do nordeste, perdida após a
União Ibérica, invadiu e conquistou. Após a saída de Nassau da administração do Brasil
holandês o Recife e todo o domínio holandês entraram em franca decadência.

Quando falamos de Santa Cruz é imprescindível termos uma perspectiva de sua


vinculação aos acontecimentos que nortearam a instalação e ocupação da nova colônia
portuguesa, ou seja, o Brasil, no início do século XVI. As terras brasílicas inicialmente foram
alvo de expedições de reconhecimento, seguida da instalação de pontos feitorias tendo
como finalidade, além da guarda do território frente às investidas estrangeiras, notadamente,
francesas e holandesas, a exploração das riquezas da terra.

A primeira feitoria oficialmente instalada pela Coroa Portuguesa ficava localizada as


margens do atual Canal de Santa Cruz, na sua porção continental, realizada por Cristóvão
Jacques em 1516, que foi, em duas ocasiões, comandante de esquadra de expedições
guarda-costas. Esta feitoria, batizada com o nome de seu fundador, estava situada em
terras da futura Capitania de Itamaracá.

A partir desses redutos iniciais, diversos fatores levaram a Coroa Portuguesa a


adotar medidas que possibilitassem a efetiva ocupação do território da colônia, sendo uma
delas a implantação das capitanias hereditárias, onde lotes de terras foram doados com a
finalidade de que seus receptores ficassem a cargo da conquista, ocupação e exploração
por seus próprios meios.
Nesta divisão coube a Pero Lopes de Souza, em 1534, a capitania de Itamaracá, na
qual já encontrou a feitoria fundada por Cristóvão Jacques, e outra remanescente da antiga

259
feitoria francesa. Porém, o donatário não permaneceu no Brasil, passando a administração
de sua capitania a Francisco Braga, que já possuía experiência na terra e com seus
habitantes. Iniciou este administrador a formação do pequeno povoado de Nossa Senhora
da Conceição (atual Vila Velha) que mais tarde, em 1548, seria elevado à condição de vila
pelo então administrador João Gonçalves.

A capitania de Itamaracá está situada a 47 km de Recife, capital de Pernambuco.


Seu nome tem como significado “pedra que canta”, ou “pedra sonante”. Segundo
historiadores, o surgimento do povoado data de 1508, sendo elevado à categoria de vila em
1540. A sede do município, hoje, fica no Pilar, que se tornou vila em 1831.

A vila de Nossa Senhora da Conceição foi implantada em uma área elevada da


capitania de Itamaracá, aos moldes de sistema medieval de defesa ainda adotado pelos
portugueses nos primeiros anos da colonização, visando o resguardo e defesa da povoação
contra seus inimigos. Sua posição privilegiada permitia a visão não só do mar, mas da
entrada do canal de Santa Cruz onde se localizava o porto, elemento importante na
condição de acessibilidade na entrada e saída de produtos e mercadorias da capitania.

Além de seu significativo como patrimônio histórico um dos grandes potenciais de


atratividade turística da região está nos estuários, pela sua exuberância, os quais, abrigando
extensos manguezais e rica fauna, oferecem ao turismo paisagens de rara beleza. Merecem
destaque na área os estuários e manguezais do Rio Timbó e do Canal de Santa Cruz,
ambos protegidos por legislação estadual como áreas de proteção ambiental (Lei 9.931/86).

Ao longo do século XVI as lutas foram constantes tanto com os indígenas quanto
com estrangeiros que tentavam se apoderar das terras ricas em elementos naturais que se
tornavam mercadorias de grande valor comercial (pau-brasil, peles, animais vivos entre
outros). A Vila, em meados do século XVI, já possuía paróquia sob a invocação de Nossa
Senhora da Conceição.

A invasão holandesa ao Nordeste brasileiro em 1630 irá modificar não só os tipos de


relações políticas e econômicas na colônia, mas, sobretudo, irá trazer transformações nas
formas de organização social daqueles que permaneceram sob a tutela da dominação
holandesa. E o caso da capitania de Itamaracá não foi diferente.

O início de seu assédio pelos holandeses a Itamaracá inicia-se um ano após a


conquista de Recife, onde após sucessivos fracassos conseguem instalar-se num trecho de
restinga a beira mar situado ao sudoeste da ilha, com a construção de um pequeno forte
denominado de Orange. Durante dois anos os portugueses da vila de Nossa Senhora da
Conceição resistem, e é só plenamente conquistada em 1633, quando os batavos armam

260
um grande ataque que põe fim à resistência lusa. Em homenagem ao comandante da tropa
holandesa, Segismundo Von Schkoppe, que conquistou a vila, está recebeu seu nome
passando a ser designada como Vila Schkoppe.

A vila é transformada em uma praça forte, recebendo uma série de equipamentos


que melhoraram as condições de defesa como trincheiras, fossos e muralhas, além
adequação da igreja de Nossa Senhora da Conceição como uma bateria de defesa,
perdendo aquele edifício a finalidade religiosa a que foi destinada, enquanto durou a
ocupação holandesa, podendo isso ser verificado na iconografia e cartografia do período.

Após a reconquista em 1654, conhecida na historiografia como Restauração


Pernambucana, a vila de Nossa Senhora da Conceição voltou à posse dos portugueses,
estando, contudo, bastante arruinada e ao longo do tempo vai perdendo pouco a pouco sua
posição como centro administrativo e político que tinha em Itamaracá. A criação de novas
povoações, Pilar e Jaguaribe, adaptadas aos novos moldes da administração colonial, vai
fazendo com que a antiga vila vá entrando num processo de decadência, e ao longo do
tempo, quando ela deixa de ser a sede do poder passa a ser conhecida como Vila Velha,
numa alusão ao seu novo status, o de local do passado.

Contudo, o histórico de Itamaracá ligado ao turismo de segunda residência impôs


condições peculiares no seu arranjo espacial, com conseqüências danosas para a gestão
urbana. O Turismo tem sido apontado como uma importante ferramenta para a valorização
do patrimônio de localidades sejam eles naturais ou histórico-culturais. Entretanto, torna-se
necessário o planejamento de uso desse patrimônio para fins turísticos, de forma que os
impactos negativos sejam minimizados e os positivos maximizados. Esse planejamento
deve ser feito de modo a conciliar o atendimento das necessidades das comunidades locais
e dos visitantes. Assim, a comunidade local é imprescindível para o sucesso do turismo,
devendo também assumir o papel de fiscais do bom uso de seu patrimônio.

261
5.3.4.3.3 Patrimônio Histórico

Figura 62: PATRIMÔNIO HISTÓRICO DE ITAMACARÁ- VILA VELHA.


Vila Velha é uma vila situada no litoral norte, no
extremo sul da Ilha de Itamaracá, em Pernambuco, a
uma distância de 50 km da cidade de Recife. É um
sítio histórico, Tombado pelo Governo do Estado
desde 1990, através do Processo nº 474/90 e
classificado no Plano Diretor de Itamaracá como
Zona Especial de Interesse Histórico-Cultural –
ZEIHC (Foto 1).
Em meados da década de 1980 foi empreendido
pelo arqueólogo da FUNDARPE, Ulysses
Pernambucano de Mello Neto, pesquisas
arqueológicas que tiveram como finalidade localizar
em Vila Velha e em seus arredores, vestígios, que
no geral só se conhecia através da documentação
Foto 06: Centro de Vila Velha. ou que estavam sob forma de ruínas.
Esses achados arqueológicos serviram de suporte
para a delimitação do perímetro da área tombada.
Na ocasião foram localizadas e identificadas as
áreas do fosso, a casa de câmara e cadeia, os
fornos de cal, o reduto e a ruína de uma igreja. Os
resultados dessas pesquisas estão registras em
mapa, conforme consulta efetuada, em cópia de
mapa plani-altimétrico de Vila Velha – Itamaracá –
PE na escala de 1/1000, datado de 16 de janeiro
de 1989 - FUNDARPE, confeccionada na
finalização do referido trabalho de pesquisa
arqueológica. Além desses citados locais ainda
podem ser vistas as ruínas da igreja de Nossa
Senhora do Rosário dos Homens Pretos e seu
cemitério, ainda em uso, os alicerces da antiga Foto 07: Igreja Nossa Senhora da Conceição –
ponte sobre o rio Paripe e a igreja de Nossa Vila Velha.
Senhora da Conceição, restaurada em 1984.

Anteriormente, Vila de Nossa Senhora da


Conceição – Vila Velha – é o marco de fundação do
território. Permanece preservada apenas a Igreja
de Nossa Senhora da Conceição (Foto 2) e outros
relevantes registros históricos e arqueológicos da
antiga vila – vários ameaçados de desaparecimento
– dentre eles: a igreja do Rosário dos Pretos (Foto
3), o cemitério, o circuito da fortificação da vila
erguida em taipa, a plataforma de artilharia – já
densamente povoada por ocupações irregulares, os
alicerces da casa de câmara e cadeia, os alicerces
da antiga ponte sobre o rio Paripe e os fornos de
Foto 08: Ruínas da igreja de Nossa Senhora do queima da cal.
Rosário dos Homens Pretos.
Fonte: Menelau, 12/2009.

Figura 63: PATRIMÔNIO HISTÓRICO DE ITAMARACÁ.

262
Foto 10: Ponte Getúlio Vargas.
Foto 09: Forte Orange. A ponte liga a Ilha de Itamaracá ao continente.
O Forte é uma primitiva construção holandesa Possibilita a vista da paisagem oferecida pelo
reconstruída em pedra e cal pelos portugueses no Canal de Santa Cruz, com sua quase infinita área
ano de 1654 Está localizado a beira mar. de manguezais e a visão distante de trechos da
Mata Atlântica.

Foto 11: Engenho São João.


Antigo engenho banguê onde residiu o abolicionista e Foto 12: Ruínas do Fortim
Conselheiro João Alfredo.
Fonte: Menelau, 12/2009.

Engenho Amparo

Engenho Amparo, com suas construções já em ruínas e uma misteriosa e bela


alameda formada por espécies vegetais da Mata Atlântica.

263
5.3.4.3.4 Patrimônio Imaterial – Lugares

Figura 64: PATRIMÔNIO IMATERIAL – LUGARES.

Foto 13: Visão privilegiada a partir de Vila Velha.

No que diz respeito ao patrimônio natural, destaca-


se a posição estratégica de Vila Velha, que fica no
alto de uma colina, proporcionando a vista de
paisagens de grande beleza.

Foto 14: Coroa do Avião.

Coroa do Avião - um belíssimo e grandioso banco


de areia (base de pesquisas de aves migratórias).
Seu entorno é ocupado por bares populares, além
da oferta de equipamentos e serviços para a
prática do lazer náutico.

Foto 15: Centro de Preservação e Manejo de


Sirênios (Parque do Peixe Boi Marinho).

Fonte: Menelau, 12/2009.

264
Figura 65: PATRIMÔNIO IMATERIAL - PRAIAS

Foto 16: Praia do Forte Orange.

É uma praia que fica ao final da Estrada do Forte.


O Forte Orange é o grande atrativo dessa praia,
além da visualização da Coroa do Avião. A
ocupação do solo está dividida entre veranistas,
comerciantes e residências.

Foto 17: Praia do Sossego.

Esta praia situa-se no lado oposto da Vila Velha,


perto do presídio Barreto Campelo. Limita-se com
a Mata Atlântica de um lado e com a praia
Enseada dos Golfinhos do outro. Possui um
serviço de transporte de barco (baitera) que leva
de seu extremo para o Pontal de Jaguaribe.

Foto 18: Travessia da Praia do Sossego para


Jaguaribe.

Foto 19: Enseada dos Golfinhos.

É uma praia com predominância de veranistas.


Limita-se com a praia do Pontal da Ilha e a praia
do Sossego.

265
Fotos 20 e 21: Praia Pontal da Ilha.

A praia do Pontal da Ilha fica voltada para Catuama, Atapuz e Ponta de Pedra. É uma praia com
densidade habitacional baixa. A predominância da ocupação é de veranistas. Existe um pequeno núcleo
de invasão no seu limite com a praia da Enseada dos Golfinhos. Era anteriormente conhecida como Sítio
dos cações. Limita-se com a praia da Enseada dos Golfinhos, com o mar e o mangue. Sua forma é de
um pontal, como o nome já descreve, portanto não tem outra saída a não ser o mesmo acesso de
entrada.
Nesta praia o banhista convive com o peixe boi que escolheu essa área para seu reduto. Nas suas
areias há desovas das tartarugas.
Fonte: Menelau, 12/2009.

Praias:
• Praias Pontal de Jaguaribe
• Praia do Forte Orange
• Praia do Pilar
• Praia do Sossego
• Praia Enseada dos Golfinhos
• Praia do Pontal da Ilha.

5.3.4.3.5 Patrimônio Imaterial – Formas de Expressão

Gastronomia Típica

Quadro 26: GASTRONOMIA TIPICA DE ITAMARACÁ.


AGULHA FRITA
MATÉRIA PRIMA:
A agulha é um pequeno peixe muito apreciado e abundante no litoral
PEIXE
nordestino.
CLASSIFICAÇÃO
É servido como petisco (frito inteiro ou em filé) em todos os bares da orla
GASTRONÔMICA:
marítima
SALGADOS
CARCARÁ DE MACAXEIRA
MATÉRIA PRIMA:
MACAXEIRA
O carcará é um tipo de bolinho frito feito com o purê de macaxeira (aipim)
CLASSIFICAÇÃO
misturado com carne de charque desfiada e refogada com azeite e cebola.
GASTRONÔMICA:
SALGADOS
CASQUINHO DE CARANGUEJO
MATÉRIA PRIMA:
É um dos mais apreciados petiscos da gastronomia pernambucana. trata-
CARANGUEJO
se de um refogado de consistência cremosa, feito com a carne cozida e
CLASSIFICAÇÃO
desfiada do caranguejo, leite de coco, azeite, cheiro verde e posto como
GASTRONÔMICA:
recheio dentro dos casquinhos vazios.
SALGADOS

266
CASQUINHO DE SIRI
MATÉRIA PRIMA:
É um dos mais apreciados petiscos da gastronomia pernambucana. trata-
SIRI
se de um refogado de consistência cremosa, feito com carne cozida e
CLASSIFICAÇÃO
desfiada do siri, leite de coco, azeite de oliva e posto como recheio dentro
GASTRONÔMICA:
dos casquinhos vazios.
SALGADOS
COCADA
MATÉRIA PRIMA:
COCO Coco ralado cozido em calda de açúcar ou rapadura e cravo até o ponto
CLASSIFICAÇÃO de cocada. denomina-se de cocada branca a que é feita com açúcar e de
GASTRONÔMICA: cocada preta a feita com rapadura.
DOCES
COCOROTE
MATÉRIA PRIMA:
MANDIOCA
Bolo preparado com massa de mandioca, ovos, açúcar, manteiga e coco
CLASSIFICAÇÃO
ralado. é assado em tabuleiro e cortado em pequenos quadrados.
GASTRONÔMICA:
DOCES
MANUÊ
MATÉRIA PRIMA: Espécie de bolo, de forma retangular, com pequena espessura, preparado
MANDIOCA com massa de mandioca, coco ralado, manteiga, erva doce, cravo e
CLASSIFICAÇÃO açúcar. é envolvido em folhas de bananeira e assado em forno quente. em
GASTRONÔMICA: alguns municípios é também chamado de pé-de-moleque.
DOCES
MOQUECA DE OSTRA
MATÉRIA PRIMA:
OSTRA Consiste na ostra cozida em refogado preparado com azeite de oliva,
CLASSIFICAÇÃO temperos verdes, leite de coco, pimenta e azeite de dendê. geralmente é
GASTRONÔMICA: servida em panela de barro, acompanhado de arroz branco.
SALGADOS
MOQUECA DE PEIXE
MATÉRIA PRIMA:
PEIXE Consiste em postas de peixe cozidas em refogado preparado com azeite
CLASSIFICAÇÃO de oliva, temperos verdes, leite de coco, pimenta e azeite de dendê.
GASTRONÔMICA: geralmente é servida em panela de barro, acompanhado de arroz branco.
SALGADOS
MOQUECA DE PEIXE
MATÉRIA PRIMA:
PEIXE Consiste em postas de peixe cozidas em refogado preparado com azeite
CLASSIFICAÇÃO de oliva, temperos verdes, leite de coco, pimenta e azeite de dendê.
GASTRONÔMICA: geralmente é servida em panela de barro, acompanhado de arroz branco.
SALGADOS
MOQUECA DE SIRI
MATÉRIA PRIMA:
SIRI Consiste na carne do siri cozida em refogado preparado com azeite de
CLASSIFICAÇÃO oliva, temperos verdes, leite de coco, pimenta e azeite de dendê.
GASTRONÔMICA: geralmente é servido em panela de barro, acompanhado de arroz branco.
SALGADOS
MOQUECA SECA DE OSTRA
MATÉRIA PRIMA:
OSTRA Ostra preparado com limão, azeite, temperos verdes, pimenta, leite de
CLASSIFICAÇÃO coco e refogado até secar todo o molho. é envolvida em folhas de coqueiro
GASTRONÔMICA: ou bananeira e assada na hora. come-se como petisco na beira mar e em
SALGADOS bares populares.

PASSA DE CAJU
MATÉRIA PRIMA: As passas são preparadas com frutas inteiras levadas ao fogo brando com

267
CAJU
CLASSIFICAÇÃO
açúcar e depois colocados em peneiras para escorrer o mel e secar.
GASTRONÔMICA:
DOCES
PASSA DE CARAMBOLA
MATÉRIA PRIMA:
CARAMBOLA
As passas são preparadas com frutas inteiras levadas ao fogo brando com
CLASSIFICAÇÃO
açúcar e depois colocados em peneiras para escorrer o mel e secar.
GASTRONÔMICA:
DOCES
PASSA DE MANGABA
MATÉRIA PRIMA:
MANGABA
As passas são preparadas com frutas inteiras levadas ao fogo brando com
CLASSIFICAÇÃO
açúcar e depois colocados em peneiras para escorrer o mel e secar.
GASTRONÔMICA:
DOCES
ROLETE DE CANA
MATÉRIA PRIMA:
CANA DE AÇÚCAR
Consiste em rodelas de cana descascadas, espetadas em pequenas
CLASSIFICAÇÃO
hastes abertas em pedaços de bambu ou taquara.
GASTRONÔMICA:
DOCES
LICOR DE JENIPAPO
MATÉRIA PRIMA:
Sua composição básica, de sabor suave, consiste em cachaça ou álcool,
CACHAÇA
açúcar ou mel em infusão por vários dias com o ingrediente principal que
CLASSIFICAÇÃO
pode ser frutas regionais, rosas, canela, leite, ovo, café, aniz, cenoura, erva
GASTRONÔMICA:
doce.
BEBIDAS
Fonte: FADURPE, 11/2009.

Folclore

• Bandeira De São João: também denominada acorda povo, embora algumas


pessoas façam distinção entre essas tradições folclórico-religiosas. Explicam que Bandeira
de São João é um cortejo religioso com cânticos e orações que, nas primeiras horas da
noite da véspera e/ou do dia consagrado ao santo, percorre ruas e bairros ao som de
orquestra ou de instrumentos de percussão - levando uma estrela de papel celofane
(iluminada por velas colocadas em seu interior), bandeira com a gravura de São João e
andor; enquanto o Acorda Povo sai durante a madrugada do dia 23 (véspera de São João),
um tanto desorganizado, com zabumba, caracaxá e sem levar andor. Na verdade, na
grande maioria dos municípios pernambucanos, essas manifestações hoje se confundem,
exibindo elementos religiosos e profanos. de localidade para localidade, observa-se ainda
variações no modo como são realizadas, algumas inclusive culminando com o banho de
São João (em rio ou mar).

• Blocos Carnavalescos.
• Cavalo Marinho.
• Ciranda (Ver Figura 65)
• Coco

268
• Fandango (Ver Figura 66)
• Forro: A origem da palavra "forró" surgiu como corruptela da expressão inglesa "for-
all" (para todos). Segundo o professor e folclorista pernambucano, valdemar de oliveira, nas
décadas de 1920/30, os ingleses dirigentes da “Pernambuco Transways Power Company
Limited”, juntamente com seus patrícios da “Great Western Railway Company”, realizavam
grandes festas, para as quais eram convidadas Figuras importantes da sociedade. Porém,
em determinados eventos, os convites eram mais amplos e extensivos aos funcionários das
duas empresas. Nessas ocasiões, traziam, no rodapé, a expressão "for all" - promovendo a
alegria geral. Sendo uma festa para todos, o forró popularizou-se, numa mistura de baião,
samba, xaxado - dentre outras manifestações. Uma das tradições folclóricas mais
apreciadas no nordeste, e até no país, é dançado em diversos períodos e festividades,
sobretudo durante o ciclo junino, sendo acompanhado por conjunto regional formado de
sanfona, triângulo e bombo.também merece registro o forró estilizado, tocado por
instrumental moderno (órgão, guitarra, contrabaixo, bateria, etc) em setembro de 2005 o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, instituiu o dia 13 de dezembro como o dia nacional do
forró, em homenagem à data de nascimento de Luiz Gonzaga.

• Mamulengo.

Figura 66: CIRANDA.

É uma dança de roda distinta das "cirandinhas infantis". Distinta pelos cirandeiros, que são adultos, pelo
repertório poético-musical (de extrema variedade na temática poética e linha musical), pelo instrumental
obrigatório - onde nunca falta o bombo - que acompanha a roda ondulante dos cirandeiros, a imitar o vai-
e-vem das ondas do mar, ou ainda pela presença do "mestre cirandeiro", a quem cabe tirar as cantigas
(cirandas), improvisar versos e presidir a festa. Originalmente, a ciranda era apenas dançada nas áreas
litorâneas, mas, hoje, pode ser observada em diversas festas populares de todo o estado. A mais
famosa ciranda de pernambuco é a ciranda de lia, da ilha de itamaracá.
Fonte: FADURPE, 11/2009.

269
Figura 67: FANDANGO EM ITAMARACÁ.

Nas regiões Norte e Nordeste do Brasil o fandango é um espetáculo popular que engloba romance,
dança, música, anedotas, ditos, lendas e orações. É uma festa em homenagem aos marujos, que
acontece na época natalina. É também conhecido como marujada, barca, chegança dos marujos. O
fandango é um auto popular, que desenvolve-se em um tablado, armado em frente à igreja ou em
qualquer outro local ao ar livre, previamente escolhido. O elenco é composto pelo mar-e-guerra,
imediato, médico, piloto, mestre, contra-mestre, duas alas de marujos e dois palhaços, o Vassoura e o
Ração.. Pode-se assistir um fandango na época do Natal, em Pernambuco, nas cidades do Recife,
Nazaré da Mata, Carpina e Itamaracá,
Fonte: Fundação Joaquim Nabuco, 2009.

Festas Populares e Religiosas.

Quadro 27: FESTAS POPULARES E RELIGIOSAS DE ITAMARACÁ.


BANHO NOTURNO FREVO E MAR
DATA: Um dia de Outubro. O Banho Noturno Frevo eM foi criado em 1977, inicialmente na Praia
Perioricidade Anual. de Jaguaribe, passando para a Praia do Forte Orange objetivando
atrair público para a ilha. A festa é composta por shows artísticos,
LOCAL: PRAIA DO trios elétricos, apresentações folclóricas, banhos de mar noturno e
FORTE ORANGE barracas com comidas e bebidas típicas. É uma promoção da
prefeitura municipal da Ilha de Itamaracá.
BUSCADA DE ITAMARACÁ
DATA: Primeiro sábado de A Buscada vem se realizando desde fins do século xix, época em
Fevereiro. que a procissão realizada em terra, em homenagem à padroeira
Perioricidade Anual. Nossa Senhora do Pilar, foi transferida para o mar. Consta de uma
procissão marítima composta de centenas de embarcações
enfeitadas com flores e bandeiras coloridas conduzindo a imagem de
LOCAL: PRAIA DO
Nossa Senhora do Pilar na Praia do Pilar. Show pirotécnico, grande
FORTE ORANGE / PRAIA
participação popular.
DO PILAR
Entidade promotora: Prefeitura da Ilha de Itamaracá, Paróquia e
comunidade local.
ENCONTRO PERNAMBUCANO DE CIRANDAS
DATA: Sábados de
Outubro à noite. Realizado com o objetivo de divulgar e manter a tradição da ilha, que
Perioricidade Anual tem como filha da terra a rainha da ciranda, Lia de Itamaracá.
LOCAL: LARGO DE Apresentações de grupos de ciranda de varias regiões, além de
JAGUARIBE - ILHA DE artistas convidados.
ITAMARACÁ
FESTA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO (ITAMARACÁ)
DATA: 01 a 08/12 (8 dias). Sua origem remonta a própria história da igreja, construída no século
Perioricidade Anual. xvi. A festa, em homenagem à padroeira Nossa Senhora da
Conceição, consta de missas, procissão, parque de diversão,
LOCAL: POVOADO DE
barracas de comidas e bebidas típicas. Entidade promotora:
VILA VELHA
Prefeitura Municipal da Ilha de Itamaracá.

270
FESTA DE NOSSA SENHORA DO PILAR
DATA: Móvel.Meses de A festa em homenagem à padroeira da Ilha de Itamaracá, Nossa
Janeiro – Fevereiro. (8 Senhora do Pilar, é realizada desde 1831, sendo a mais importante
dias). da ilha. A festa consta de missa, novenas, ladainhas, parque de
Periodicidade Anual. diversões: barracas com comidas bebidas típicas, manifestações
folclóricas e shows com artistas da região. O ponto alto da festa é a
LOCAL: PÁTIO DA
buscada de itamaracá, procissão marítima acompanhada por barcos,
IGREJA DE NOSSA
canoas, jangadas, além de um grande show pirotécnico. entidade
SENHORA DO PILAR
promotora : Prefeitura Municipal da Ilha de Itamaracá.
FESTA DO BOM JESUS DOS PASSOS (ILHA DE ITAMARACÁ)
DATA: 2º Domingo de A festa surgiu junto com a construção da igreja no ano de 1893. Um
janeiro (2 dias) pescador encontrou uma imagem de um santo de roca,
Periodicidade Anual. representando bom jesus dos passos, em cima de um tronco de
jaqueira, neste local foi erguido uma capela, desde então se realiza a
festa. A festa consta de missa, novenas, ladainhas, parque de
diversões, barracas com bebidas típicas, manifestações folclóricas,
LOCAL: IGREJA DE BOM
shows com artistas da região. O ponto alto da festa é a buscada,
JESUS DOS DOS
procissão marítima acompanhada por barcos, canoas, jangadas. A
PASSOS
imagem segue por terra até o forte orange e retorna por mar até o
pátio da igreja. Entidade promotora : Prefeitura Municipal da Ilha de
Itamaracá.
FESTIVAL DA PESCA DA AGULHA
DATA: Móvel. Julho ou O primeiro Festival da Pesca da Agulha ocorreu em 1990. Durante
Agosto. (3 dias) os três dias da festa ocorre concurso de pesca noturna, das 18:00 às
Periodicidade Anual 24:00 h. onde são premiados os pescadores que conseguem trazer a
maior agulha, maior quantidade de unidades pescadas e maior peso.
LOCAL: LARGO BOM Complementando o festejo, shows com trios elétricos e artistas
JESUS PRAIA DE populares, além de barracas com comidas e bebidas típicas. É uma
JAGUARIBE promoção da prefeitura municipal da ilha de itamaracá e da colônia
de pescadores z-11.
CORRIDA DA FOGUEIRA (EVENTO ESPORTIVO)
DATA: 23/06 A corrida da fogueira acontece anualmente no dia 23 de junho,
Periodicidade Anual. fazendo parte do ciclo junino da ilha de itamaracá. A largada
acontece em itapissuma às 15:00 h. e a chegada é na Praia de
LOCAL:CORRIDA DO
Jaguaribe, na Ilha de Itamaracá, onde os atletas chegam por volta
MUNICÍPIO DE
das 18:00 h. O atleta vencedor acende oficialmente a fogueira de
ITAPISSUMA À
São João. É uma promoção da Prefeitura Municipal da Ilha de
ITAMARACÁ
Itamaracá.
Fonte: FADURPE ( dados da EMPETUR), 11/2009.

5.3.4.3.6 Artesanato

O artesanato de Itamaracá é diversificado, com trabalhos em:


• Madeira.(ver Figura 67)
• Tecido (ver Figura 68)
• Pedra-sabão. (Ver Figura 69).
• Objetos em osso/chifre/conchas/mariscos/sementes.
• Cerâmica.

271
Figura 68: ARTESANATO DE MADEIRA (ITAMARACÁ).

Peças em Madeira.
Escultura em Madeira. Artesão Local.
Fonte: SEBRAE, 2008.

Figura 69: ARTESANATO EM TECIDO. (ITAMARACÁ).

Fonte: Fuxicos e Retalhos Blogspot.


São em sua maioria colchas de cama ou mantas, confeccionadas com pequenos recortes de tecidos, com
formas geométricas, estampas e cores diferentes.
Fonte: FADURPE, 11/2009.

Figura 70: ARTESANATAO EM PEDRA SABÃO. (ITAMARACÁ).

As esculturas em pedra sabão são produzidas em alguns municípios do estado. Figurativas e/ou decorativas,
as peças são produzidas em tamanhos diversos.
Fonte: FADURPE,11/2009.

272
Figura 71: OBJETOS EM OSSO/CHIFRE/CONCHAS/MARISCOS/SEMENTES.

É uma enorme variedade de artigos cuja produção, em essência, é dirigida ao mercado de souveniers nos
locais de maior afluência turística. geralmente, comunicam uma tipicidade local ou regional. são representados
por peças decorativas e Figurativas, elaboradas em osso, chifre, mariscos, sementes, a exemplos de jangadas
em miniaturas, pentes, prendedores de cabelo, chaveiros, jarros, cinzeiros, quadros, colares, anéis, pulseiras,
abajours, bonecos entre outros.
Fonte: Menelau, 12/2009.

Figura 72: ARTESANATO COM COCO (ITAMARACÁ)

Fonte: Passos, 2009.


Há uma grande variedade de objetos produzidos a partir de rústicos ou delicados trabalhos feitos com o coco,
sua fibra e a capemba do coqueiro. são peças, utilitárias,Figurativas ou decorativas, a exemplo, de canecos,
potes, jarros, peças do vestuário, cinzeiros, esculturas, luminárias, bijuterias, etc.
Fonte: FADURPE. 2009.

5.3.4.3.7 Bens Tombados

• Forte Orange (Itamaracá, PE)


Outros Nomes:Fortaleza de Itamaracá; Fortaleza de Santa Cruz; Fortaleza Orange
Endereço: Ilha de Itamaracá - Itamaracá – PE.
Livro Histórico
Inscrição:041
Data:24-5-1938
Livro de Belas Artes
Inscrição:086
Data:24-5-1938
Nº Processo:0101-T-38

273
5.3.4.4 Goiana

5.3.4.4.1 Histórico

A cidade de Goiana situa-se a 65 km da capital, Recife. A sua importância não é


menor em relação à ocupação da área. O primeiro povoamento formador da cidade de
Goiana foi a Aldeia do Capivarimirim (Capibaribe) onde viviam os nativos, situada nas
margens do rio que lhe emprestou o nome e que, posteriormente, viria a se chamar rio
Goiana. Acreditava-se que Diogo Dias havia sido fundador da cidade, mas, ainda não foi
comprovado, pois, quando ele chegou à cidade em 1570 fundou o Engenho São Lourenço,
porém na região já existiam outros engenhos. Contudo, Diogo Dias possuía o capital e
pertencia a uma família portuguesa bastante famosa na época. Henry Koster, em seu livro
Viagens ao Nordeste do Brasil, assim descreve a vila de Goiana do início do século XIX:
A vila de Goiana, uma das maiores e mais florescentes da Capitania de
Pernambuco, é situada sobre uma margem do rio do mesmo nome, em uma
grande curva nesse local, quase a rodeando. As casas, com uma ou duas
exceções, tem apenas um andar. As ruas são largas, mas não são
calçadas. Uma das principais é tão ampla que admitiu a construção de uma
grande igreja, numas das extremidades, e a extensão da rua é considerável
em ambos dos lados do edifício. A vila possui o convento dos carmelitas e
varias outras casas destinadas ao culto. Os habitantes são de quatro a
cinco mil e esse número cresce diariamente. Há também lojas e o comercio
com o interior é intenso. Nas ruas sempre são encontrados numerosos
matutos, camponeses que vêm vender seus produtos e comprar objetos
manufaturados de que têm necessidade. Nas imediações existem muitos e
excelentes canaviais. Creio que as melhores terras da província estão
nesses arredores (KOSTER, H.. Viagens ao Nordeste do Brasil. Vol. XVII. 2ª ed.
1978. Pg. 68).

Dentre suas primeiras riquezas estava o pau-brasil, amplamente explorada pelos


corsários de diversas bandeiras. O rio Goiana formado, pelos rios Tracunhaém e
Capibaribe-Mirim deu as condições essenciais para o surgimento de um povoamento.

Goiana possui um rico passado histórico com muito valor cultural para o estado de
Pernambuco, ficando apenas atrás de Olinda, Igarassu e Recife. Foi a primeira cidade, no
Estado, a declarar extinto o regime de escravidão, mesmo antes da Lei Áurea.

Na cidade, tem a Igreja do Carmo e o Cruzeiro do Carmo, dois pontos considerados


os mais belos trabalhos arquitetônicos da cidade, entre outros que fazem de Goiana uma
área privilegiada, principalmente, no que se refere à tradição religiosa no Estado. No museu
do carnaval podemos encontrar diversos remanescentes do patrimônio histórico desta
cidade.

Goiana foi à cidade mais importante em Pernambuco, em arrecadação, para a


economia no século XVIII, pois, em 1722 era a sede da capitania de Itamaracá. Seu
desenvolvimento econômico sempre teve na produção açucareira o seu esteio principal,
cujos pressupostos iniciais foram determinados pelos vínculos da ocupação colonial. Essa

274
atividade se transpôs até o presente, ultrapassando os obstáculos da comercialização e se
submetendo mais recentemente as adaptações tecnológicas. Assim sendo, a economia
local, variando apenas as condições de produção e de produtividade, tem sido
permanentemente tributária da cana-de-açúcar.

Município litorâneo foi um dos pontos de desembarque de tropas holandesas, e


teatro de algumas batalhas. Vale salientar o combate travado, em 12 de janeiro de 1640,
entre Goiana e a ilha de Itamaracá, pelas esquadras hispano-portuguesa do conde da Torre,
vinda da Bahia, e a holandesa, cuja vitória foi imortalizada pelo mestre flamengo Frans Post,
em 4 gravuras.

Em 1646, no dia 24 de abril, os batavos são totalmente derrotados pelos goianenses


em Tejucupapo, onde surgiram as ‘Heroínas de Tejucupapo’. Foi dos municípios que mais
se bateram pela abolição da escravatura, tendo sido o primeiro em Pernambuco onde o
elemento servil foi extinto antes mesmo da Lei de 13 de maio de 1888”28.

Em Goiana situou-se um importante centro de resistência dos negros durante a


escravidão; o quilombo do Catucá que se localiza a 25 Km de Goiana, é o quilombo mais
importante depois do Quilombo dos Palmares onde 95% dos moradores são negros e 5%
são brancos. A presença indígena na luta de libertação é observada em Palmares, no
complexo de quilombos das florestas do Catucá, na comunidade de Calunga, a maior das
remanescentes de quilombos do Brasil, e em outros importantes movimentos históricos,
como Canudos, onde pesquisas arqueológicas posteriores encontraram um enorme
quantidade de artefatos indígenas.

O líder do quilombo do Catucá era conhecido como Malunguinho; a luta pela


liberdade dos negros revelou Malunguinho como uma das fortes lideranças dos africanos e
afrodescendentes em Pernambuco. Ele refugiou-se na mata, e desapareceu, acredita-se
que foi morto, no entanto, ele é até hoje considerado o espírito da jurema.
Em suas manifestações folclóricas, segundo a Enciclopédia dos Municípios
Brasileiros, “Várias são as festas de caráter religioso que merecem
destaque, por tradição e pelo grande numero de pessoas que atraem à
cidade. Vale salientar as procissões do Senhor Morto, dos Passos, da
Conceição (Nossa Senhora da Conceição, padroeira dos operários locais) e
a de São Lourenço, realizada no povoado do mesmo nome, no distrito de
Tejucupapo. Original e tipicamente local é a festa denominada ‘Ciranda’.
Realizada habitualmente aos sábados e domingos, consiste em um poste
de madeira tendo em seu topo uma candeeiro-farol (garrafa cheia de
querosene com um bico de flandres e pavio). Um ‘mestre’ ou tirador de
versos, um bombo e em volta, formando circulo, um grupo de mulheres
respondendo, em coro, às toadas e dançando ritmicamente”. 29

28
Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. Vol. XVIII. Rio de Janeiro: IBGE, 1958. Pág. 126-127.
29
Ibid, pg. 129.

275
5.3.4.4.2 Patrimônio Histórico

O município de Goiana também possui um rico acervo patrimonial urbanístico,


arquitetônico, entre eles, destacam-se:
• Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Brancos (Igreja Matriz)
• Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Negros (Figura 73, Foto 01);
• Igreja e Convento de Nossa Senhora da Soledade,
• Igreja de Nossa Senhora da Conceição
• Igreja e Convento do Carmo (Figura 73, Foto 02)
• Igreja do Amparo.
• Obelisco às Heroínas de Tejucupapo: Encontra-se o no distrito de Tejucupapo.
• Cruzeiro do Carmo: Verdadeira maravilha de arte em pedra, considerara a maior
obra no gênero na América Latina. Também é um belíssimo exemplar arquitetônico
• O edifício Sede da Prefeitura (Figura 73, Foto 03).

Figura 73: PATRIMÔNIO HISTÓRICO DE GOIANA.

Foto 01: Igreja de Nossa Senhora do Foto 02: Igreja de Santa Tereza D’Ávila da
Rosário dos Homens Negros. Ordem Terceira do Carmo

Foto 03: Casarão Sede da Prefeitura Municipal.


Fonte: Viviane Castro, 11/2009.

5.3.4.4.3 Patrimônio Histórico nas principais Praias

Praias do município de Goiana


a) Ponta de Pedra
É a praia mais freqüentada do litoral de Goiana. Possui alguns edifícios históricos
(Figura 74).

276
Figura 74: PATRIMÔNIO HISTÓRICO NAS PRAIAS- PONTA DE PEDRA.

Foto 04: Casa de Benedito Cezar. Foto 05: Igreja Nossa Senhora do Ó.

Foto 06: Casarão com repertório “colonial” Foto 07: Colônia de Pescadores.

Foto 08: Praça dos Golfinhos. Foto 09: Centro Cultural.

Foto 10: Farol de Ponta de Pedra.


Fonte: Menelau, 11/2009.

277
b) Catuama

• Igreja de Santo Antônio (Figura 75).

Figura 75: PATRIMÔNIO HISTÓRICO NAS PRAIAS- CATUAMA.

Foto 11: Igreja de Santo Antônio Foto 12: Cruzeiro da Igreja de Santo Antônio.
Fonte: Menelau, 11/2009.

Enseada
A praia de Enseada é relativamente nova. Resume-se praticamente a uma ocupação
da beira mar por veranistas.

Catuama de baixo

Praia de pescadores possui 3 locais de ancoragem considerados pelos pescadores


como portos (Figura 76).

Figura 76: PATRIMÔNIO HISTÓRICO NAS PRAIAS- CATUAMA DE BAIXO.

Foto 13: Igreja Nossa Senhora da Conceição. Foto 14: Marina de Catuama de baixo.
Fonte: Menelau, 11/2009.

Atapuz

A praia de Atapuz é uma praia de predominância de pescadores. Totalmente


desordenada urbanisticamente não tem nenhum exemplar de patrimônio destacável.

278
São Lourenço

Figura 77: PATRIMÔNIO HISTÓRICO NAS PRAIAS- SÃO LOURENÇO.

Foto 15: Igreja de São Lourenço, antigo Foto 16: Ruínas da Igreja original de São
cemitério Lourenço.
Fonte: Menelau, 11/2009.

Ibeapicu
Figura 78: PATRIMÔNIO HISTÓRICO NAS PRAIAS- IBEAPICU.

Foto 17: Capela de São Sebastião. Foto 18: Fábrica de Itapessoca.


Fonte: Menelau, 11/2009.

5.3.4.4.4 Patrimônio Imaterial – Formas de Expressão


a) Gastronomia Típica
Quadro 28: GASTRONOMIA TÍPICA DE GOIANA.
AGULHA FRITA
MATÉRIA PRIMA: A agulha é um pequeno peixe muito apreciado e abundante no litoral
PEIXE nordestino.
CLASSIFICAÇÃO
GASTRONÔMICA: É servido como petisco (frito inteiro ou em filé) em todos os bares da orla
SALGADOS marítima
CAMARÃO
MATÉRIA PRIMA:
Os camarões em Pernambuco são preparados de várias maneiras: fritos no
CAMARÃO
CLASSIFICAÇÃO
alho e óleo, no espeto, assados na brasa, ensopados no leite de coco ou no
GASTRONÔMICA: molho de tomate, em forma de moquecas com azeite de dendê, empanados
SALGADOS etc... são encontrados facilmente em bares e restaurantes.
CARANGUEJO
MATÉRIA PRIMA: Caranguejo cozido inteiro (no casco) em água e sal, ou temperado com cheiro
CARANGUEJO

279
CLASSIFICAÇÃO verde e leite de coco. É servido quente, acompanhado de uma pequena tábua e
GASTRONÔMICA: martelinho para quebrar as patas maiores. É facilmente encontrado em bares e
SALGADOS restaurantes populares do litoral pernambucano.
GALINHA DE CABIDELA
MATÉRIA PRIMA: A galinha de cabidela é um dos mais populares e apreciados pratos da cozinha
GALINHA pernambucana. Consiste em galinha temperada e cozida em pedaços no molho
CLASSIFICAÇÃO preparado com seu sangue fresco e avinagrado. Acompanha arroz branco e
GASTRONÔMICA: farofa de farinha de mandioca ou de cuscuz. É servida também com fava ou
SALGADOS feijão de corda, seco ou verde.
LAGOSTA DE COCO
MATÉRIA PRIMA:
LAGOSTA A lagosta cozida em molho feito com leite de coco, azeite e temperos verdes.
CLASSIFICAÇÃO É facilmente encontrada em bares e restaurantes da orla marítima. É servida
GASTRONÔMICA: acompanhada de arroz branco ou como petisco.
SALGADOS
MOQUECA DE PEIXE
MATÉRIA PRIMA:
PEIXE Consiste em postas de peixe cozidas em refogado preparado com azeite de
CLASSIFICAÇÃO oliva, temperos verdes, leite de coco, pimenta e azeite de dendê. Geralmente
GASTRONÔMICA: é servida em panela de barro, acompanhado de arroz branco.
SALGADOS
MUÇUM AO COCO
MATÉRIA PRIMA:
PEIXE
Postas de muçum, temperadas com sal e limão e refogadas no azeite,
CLASSIFICAÇÃO
GASTRONÔMICA: temperos verdes e leite de coco.
SALGADOS
PEIXADA PERNAMBUCANA
MATÉRIA PRIMA:
PEIXE Peixe temperado com azeite, limão, temperos verdes e cozido com legumes.
CLASSIFICAÇÃO É servido acompanhado de pirão feito do próprio caldo onde foi cozido,
GASTRONÔMICA: legumes,ovos cozidos e arroz branco.
SALGADOS
Fonte: FADURPE (dados da EMPETUR), 2009.

Folclore
Figura 79: BLOCOS CARNAVALESCOS (GOIANA).

Fonte: blogjornaldacidade. 2008.


São agremiações que trazem ao Carnaval de Pernambuco o saudosismo, a suavidade e a poesia dos tempos
de outrora. O coral, cantando as chamadas "marchas de blocos", é acompanhado de orquestra formada por
instrumentos de "pau e corda". Apresenta belas fantasias e uma coreografia leve, permitindo o
acompanhamento por pessoas de todas as idades. Dentre os blocos que mais se destacam estão o Bloco as
atraentes, Bloco as Chiquititas, Bloco Bacalhau do Colosso.
Fonte: FADURPE, 11/2009.

280
Figura 80: BOIS DO CARNAVAL (GOIANA).

Fonte: Severo. 03/2008.


O auto do bumba-meu-boi, presente no ciclo natalino, transforma-se durante o carnaval, vindo às ruas de
diversas cidades pernambucanas com uma coreografia específica para os dias de folia. Chegam às vezes a
apresentar a maioria das Figuras do folguedo na sua forma tradicional (boi, burra, cavalo-marinho, Mateus,
Bastião, Mané Pequenino, Babau - entre outras). Assim, como agremiação carnavalesca, tem estandarte e é
acompanhado por orquestra - normalmente formada por bombos, gonguê, surdo, gaita e tarol.
Figura 81: CABOCLINHOS. (GOIANA).

Fonte: Pernambuco Nação Cultural.(Encontro de Caboclinhos em Goiana/PE), 01/2009.

É um dos mais antigos bailados populares do Brasil. Nele está bastante evidente a origem de influência
indígena. A indumentária consiste em tanga e cocar de penas de aves.Os componentes carregam arco e
flecha, que servem não apenas como elementos de caracterização do índio, mas também para marcar o ritmo
da música tirada por um terno: pífano, ganzá e caixa surdo.
O caboclinho é a grande marca do Carnaval de Goiana, dando origem ao título de Terra dos Caboclinhos. O
município da Mata Norte abriga os grupos mais tradicionais do gênero no Estado, como o Cahetés e o Sete
Flexas, além de maracatus rurais, troças e bumba-meu-boi.

281
Figura 82: CAVALO MARINHO (GOIANA).

Fonte: Ramos. Em Pernambuco Beat.


Proveniente da mata norte/PE, o auto popular existe para comemorar o nascimento do menino Jesus, ou seja,
no Cavalo Marinho não existe só o lúdico, como também há toda uma religiosidade por trás do ato. Assim
como o Maracatu Rural, o Cavalo Marinho é dançado pelos homens do campo.
O Cavalo Marinho tem como principal característica o ritmo vibrante e alegre. E a história é a seguinte: o
folguedo é um auto popular, ou seja, uma espécie de peça teatral feita por amadores e gira em torno de
basicamente três personagens principais; Mateus, Bastião e o Mestre Ambrósio. Mateus e Bastião são dos
negros que dividem a mesma mulher (Catirina), são os primeiros a entrarem na dança. Os dois fazem
mugangas (caretas) e palhaçadas, são os únicos que permanecem na roda durante toda a apresentação,
marcam o ritmo da dança batendo o tempo todo nas pernas com uma bexiga confeccionada com testículo de
boi. Os dois estão à procura de emprego e são contratados para comandar a festa, ou seja, uma espécie de
Bobo da corte. São contratados pelo capitão Marinho que chega em seu cavalo (daí a derivação do nome
Cavalo Marinho).
Figura 83: CIRANDA (GOIANA).

É uma dança de roda distinta das "cirandinhas infantis". Distinta pelos cirandeiros, que são adultos, pelo
repertório poético-musical (de extrema variedade na temática poética e linha musical), pelo instrumental
obrigatório - onde nunca falta o bombo - que acompanha a roda ondulante dos cirandeiros, a imitar o vai-e-
vem das ondas do mar, ou ainda pela presença do "Mestre Cirandeiro", a quem cabe tirar as cantigas
(cirandas), improvisar versos e presidir a festa. Originalmente, a ciranda era apenas dançada nas áreas
litorâneas, mas, hoje, pode ser observada em diversas festas populares de todo o Estado. A mais famosa
ciranda de Pernambuco é a Ciranda de Lia, da Ilha de Itamaracá.

282
Figura 84: COCO DE RODA (GOIANA).

Fonte: Pernambuco Nação Cultural.


O Coco - também denominado Coco de Roda, Coco de Furar, Coco de Praia, Samba de Roda ou Samba de
Coco - é uma dança popular nordestina. Acredita-se que tenha nascido nas praias; daí sua denominação.
Quando apareceu, era dançado em roda formada por pares, na cadência de cantos especiais. Os dançarinos,
cantando, trocavam umbigadas com o seu par e a moça do par vizinho, em movimentos sincronizados. Com o
passar do tempo, o Coco foi sofrendo expressivas modificações. Hoje, os pares não mudam e dançam com
um sapateado forte, geralmente sem trocar umbigadas. Dependendo da região ou município onde é dançado,
o Coco apresenta variações no instrumental que o acompanha e em sua coreografia. Nos últimos anos, na
Região Metropolitana do Recife, em função de um movimento de resgate cultural, o Coco passou a ser uma
das danças "da moda", sendo apresentado nas mais diversas ocasiões e eventos, com grande participação da
juventude. Nesse novo contexto, os grupos que mais se destacam são o de "Selma do Coco", "Zé Neguinho
do Coco" e "Aurinha do Coco".
Figura 85: MAMULENGO (GOIANA).

Fonte: Pernambuco Nação Cultural.


Nome dos teatrinhos de fantoches introduzidos em Pernambuco ainda no século XVI. Foi inspirado no
catolicismo alegórico da Idade Média. As peças apresentadas, embora obedecendo a um roteiro são quase
sempre improvisadas representando uma resposta à reação do espectadores. O mamulengo aparece em
várias festas populares do ano ou faz a festa com suas peças ligeiras, vivas e irônicas.

283
Figura 86: MARACATU RURAL.(GOIANA)

Fonte: Siqueira Linhares.


O maracatu rural ou de baque solto (ou ainda maracatu de orquestra) é, comobem diz o nome, de origem
rural, especificamente da zona canavieira do Norte do Estado. Apresenta vários elementos comuns ao
maracatu nação, a exemplo do rei, da rainha, das damas de paço e da boneca, carregada por uma das
baianas. Os demais componentes do grupo são os caboclos de pena (que se exibem de modo muito
semelhante aos "caboclinhos") e os caboclos de lança-Figuras que provocam grande impacto cênico, seja por
sua bela e colorida indumentária, pela movimentação de suas lanças ou ainda pelo barulho dos chocalhos
presos ao surrão que trazem nas costas. As toadas do maracatu rural são geralmente improvisadas e a
orquestra que o acompanha é composta por bombo, surdo, tarol, gonguê e instrumentos de sopro. No Recife,
durante o carnaval e o Mês do Folclore (agosto), é possível observar diversos grupos do maracatu rural,
sobretudo em locais como o Bairro do Recife e o Pátio de São Pedro.

Festas Populares e Religiosas.

Quadro 29: FESTAS POPULARES E RELIGIOSAS DE GOIANA.


ACORDA POVO
DATA: 22 /06. Periodicidade
Anual Procissão em homenagem a São João. O cortejo percorre as ruas,
LOCAL:PRINCIPAIS RUAS acompanhado por banda de música
DO CENTRO - GOIANA
FESTA DAS HEROÍNAS DE TEJUCUPAPO
DATA:Móvel. Perioricidade Na festa, as mulheres do Distrito revivem a história das heroínas
Anual. de Tejucupapo encenando a batalha de 1646, quando o local foi
invadido por holandeses e elas, bravamente, expulsaram os
invasores com enxadas, panelas e água fervendo. A programação
da festa consta de: desfile de bandas marciais, missa campal e
LOCAL: MONTE DAS
concurso com premiações para as heroínas da festa. Faz parte,
TRINCHEIRAS, USINA
também, do evento, a corrida de bicicleta de Ponta de Pedra a
MEGAÓ
Tejucupapo e a "Cavalgada das Heróinas" de Goiana, de Japomim
e Tejucupapo. Há também show com Bandas locais. Entidades
promotoras: Prefeitura Municipal de Goiana e Fazenda Megaó.
FESTA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
DATA: DE 29/11 a 08/12 (9 Ocorre ao ar livre nas ruas em frente à Igreja de Nossa Senhora da
dias). Perioricidade Anual Conceição, com parque de diversão e feirinha típica com barraca
de comidas e bebidas. Tem como ponto culminante da festa, o dia
08 de dezembro, dia da santa, com a procissão percorrendo as
LOCAL: NAS RUAS EM
principais ruas da cidade, levando a bela imagem de Nossa
FRENTE À IGREJA
Senhora da Conceição talhada em madeira. Entidade promotora:
Prefeitura Municipal de Goiana.
FESTA DE NOSSA SENHORA DO CARMO

284
DATA:DE 08/07 a 16/07 (9
Festa religiosa e popular com novena, parque de diversões e
dias).
feirinha com barracas de comidas e bebidas típicas. O ponto
Perioricidade Anual.
culminante da festa é 16 de julho, dia dedicado à santa, com
LOCAL: PÁTIO DA IGREJA
procissão que percorre as principais ruas da cidade e, à noite,
DE NOSSA SENHORA DO
baile no Clube Saboeira
CARMO
FESTA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO
DATA: De 29/09 a 07/10 ( 9 Ocorre ao ar livre nas ruas em frente à Igreja. Novena, missa,
DIAS). procissão, parque de diversões e barracas com comidas e bebidas
Peridoricidades Anual. típicas, tendo o dia 07 de outubro dia da santa, como ponto
LOCAL: RUAS EM FRENTE culminante da festa. Entidade promotora: Igreja Matriz e Prefeitura
À IGREJA Municipal de Goiana.
FESTA DE SANTO AMARO
DATA: Móvel. São 9 dias, até
o último sábado de janeiro.
Festa religiosa e popular com parque de diversões, barracas com
Perioricidade Anual.
comidas e bebidas típicas, novena e a procissão que um ano sai
LOCAL: NAS RUAS
com a imagem de Santo Amaro e outro ano com a de Nossa
PRÓXIMAS À IGREJA DE
Senhora da Expectação (Nossa Senhora do Ó) padroeira do
NOSSA SENHORA DO Ó na
distrito. Entidade promotora: Comunidade e Prefeitura Municipal.
PRAIA DE PONTA DE
PEDRAS
FESTA DE SÃO LOURENÇO / PROCISSÃO DA LENHA
DATA: 10/08. Esta festa data de 1555. Tem como tradição os fiéis levarem pedaços
Perioricidade Anual. de madeira e, em frente à Igreja, armarem uma fogueira em louvor ao
santo que foi morto e queimado. A procissão da lenha ocorre às
LOCAL: POVOADO DE SÃO 10:00h. À tarde às 16:00h. é realizada a procissão em homenagem a
LOURENÇO DE São Lourenço, padroeiro local. Entidade promotora: Prefeitura
TEJUCUPAPO Municipal de Goiana e Comunidade local.
FESTA DE SÃO PEDRO / PROCISSÃO FLUVIAL
DATA: 29 /06. Procissão em homenagem ao santo padroeiro de Goiana. Sai da praia
Periodicidade Anual. de Carne de Vaca, de barco, acompanhada por dezenas de
embarcações enfeitadas com flores e bandeirolas coloridas. Chega ao
LOCAL: RUAS DA CIDADE canal de Goiana e percorre as principais ruas da cidade. A imagem de
DE GOIANA. São Pedro é acompanhada pela do Bom Jesus dos Navegantes.
Promoção: Prefeitura Municipal de Goiana.
CORRIDA DE JANGADA (Evento Esportivo)
DATA: Mês de Janeiro. É o evento mais famoso do município. Atrai jangadeiros locais e de
Periodicidade Anual. municípios vizinhos, inclusive do estado da Paraíba. Termina com
LOCAL: PRAIA DE PONTA a premiação dos vencedores.
DE PEDRAS
Fonte. FADURPE (dados da EMPETUR), 11/2009.

285
5.3.4.4.5 Artesanato30

Figura 87: ARTESANATO COM CANA BRAVA (GOIANA).

Fonte: Machado/MDA.
Foi a Pesca que inspirou este tipo de artesanato, pois para a elaboração de peças utilitárias e/ou decorativas
com lascas de cana brava, é utilizado o mesmo material e a mesma técnica para execução dos covos (cestos
especiais de pescar lagosta). São móveis, cestos, luminárias,fruteiras,porta-revistas, porta-retratos, porta-
plantas, entre outras peças.
Isto foi apoiado pelo Projeto Imaginário Pernambucano, criado em 2003 pela Universidade Federal de
Pernambuco com o Sebrae para incentivar a união dos artesãos e a criação de oficinas de design.
Por exemplo na comunidade artesã de Ponta de Pedras o grupo de Cestaria de Cana Brava é formado,
predominantemente por mulheres, na maioria esposas ou filhas de pescadores. A principal fonte de renda vem
da pesca, do trabalho nos canaviais e da prestação de serviços eventuais aos turistas.
A Associação dos Amigos de Ponta de Pedras, as artesãs comercializam seus produtos em algumas lojas de
Recife, vendem para turistas durante o verão e em feiras e exposições, que respondem pelo maior volume.
Figura 88: ARTESANATO EN MADERA (GOIANA).

Fonte: Ramone, 09/2009.


A produção de artesanato na madeira, seja para transformá-la em escultura, em talha ou em peças utilitárias
artisticamente trabalhadas, encontra em Pernambuco uma forte representação. Talhas e esculturas
multiplicam-se e marcam presença em mercados, galerias, feiras típicas e principais pontos turísticos do
Estado. São chaveiros, talhas, objetos utilitários e muitas outras peças singulares que mostram a fecunda
dimensão da força criativa de cada local.

30
Todas as Figuras deste item foram elaboradas a partir de dados da Empetur e de levantamento de dados
primários.

286
Figura 89:ARTESANATO EN CESTARIA E TRANÇADOS (GOIANA).

Fonte: Menelau, 11/2009.


Tendo como matéria prima sisal, coco, palha,caniço,cipó, também a arte da cestaria e trançados tem
expressiva presença em Pernambuco, produzindo através da utilização de fibras naturais ( sisal, coco,
ouricuri), palhas de diversos tipos, vime, caniços e cipós os mais variados artigos e para os mais diferentes
fins: os caçuás, grandes cestas que,lado a lado no dorso dos animais, transportam produtos agrícolas; covos
de pescar lagosta, feitos de lascas de cana brava; cestos de pães, de roupa; cestas, esteiras, bolsas,
chapéus, abanos, sandálias, chinelas, cordas, descanso para pratos, peneiras, peças decorativas, etc. Outro
tipo de trançado e cestaria, vem sendo utilizado em Pernambuco, empregando como matéria-prima o papel
(revista e/ou jornal) e a cola.

Figura 90: ARTESANATO EN CERÂMICA (GOIANA).

Entre os diversos tipos de artesanato existentes em Pernambuco, em todos os segmentos e em toda sua
extensão, é a cerâmica que tem a maior representatividade como cultura popular no Estado. Há toda uma
tradição oleira que se espalhou abrangendo os tipos utilitária e Figurativa, marcada pela presença das culturas
indígena, africana e ibérica. Retrata costumes, rituais religiosos e lúdicos, fantasias e cenas do cotidiano, entre
outras expressões do rico imaginário do homem nordestino.Destacam-se como principais centros de produção
de cerâmica , os municípios de Caruaru;.Tracunhaém que, pela singularidade de sua produção, é um dos mais
importantes centros de cerâmica lúdica e religiosa do País; Goiana também se destaca na produção de
cerâmica Figurativa, com os seguidores da escola de Zé do Carmo, precursor de uma arte santeira que
marcou a mudança na concepção de imagens nordestinas, a exemplo de anjos cangaceiros ou santos tocando
sanfona. Deve-se ressaltar, ainda, o Cabo de Santo Agostinho com reservas de excelente argila, fazendo
surgir diversas olarias que produzem objetos variados.

287
5.3.4.4.6 Bens Tombados

Imóveis Tombados pelo IPHAN / FUNDARPE:


− Capela de Santo Antônio
− Convento e Igreja de Nossa Senhora da Soledade
− Convento e Igreja de santo Alberto de Sicília e cruzeiro
− Igreja de Nossa Senhora da Conceição
− Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia
− Igreja de Nossa Senhora do Amparo
− Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
− Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário

5.3.4.5 Itapissuma

5.3.4.5.1 Histórico

Seu nome é de origem Tupi Guarani que significa Ita-Pedra-Xuma-Negra, que era
como eles designavam as grandes pedras negras que existiam as margens do Canal de
Santa Cruz. O local era primitivamente uma aldeia indígena e com a chegada dos Padres
Franciscanos, em missão religiosa, foi fundada uma vila em 1588. A vila surgiu entre duas
camboas e nos alagados: Bacurinho ao norte e Suruajá ao sul. Foi erguida uma capela, no
século XVII, denominada de São Gonçalo do Amarante, pelo Padre Camilo de Mendonça.

Durante a ocupação holandesa, em 1646, foi construída uma ponte para unir a vila
de Itapissuma à ilha de Itamaracá. Hoje a ponte tem o nome de Ponte Getúlio Vargas.

Itapissuma pertenceu ao município de Igarassú até a sua emancipação política em


1982. Hoje faz parte da Mesorregião de Recife e da Microrregião de Itamaracá. Tem uma
extensão de 74 km² e uma população de 24.406 habitantes . É considerado Patrimônio da
31

Humanidade pela ONU por possuir resquícios da Mata Atlântica preservados.

31
Estimativas da população para 1º de julho de 2009 - IBGE/2009.

288
5.3.4.5.2 Patrimônio Histórico

Figura 91: PATRIMÔNIO HISTÓRICO DE ITAPISSUMA- EDIFICIOS.

Foto 02: Igreja São Gonçalo do Amarante


Foto 01: Casarão utilizado para escola estadual. Fundada pelos padres Franciscanos em 1588.
Está situada no Largo de São Gonçalo

Foto 03: Casarões ocupados pelas Secretarias


Foto 04: Câmara Municipal.
do município

Foto 05: Sobrado.


Fonte: Menelau, 11/2009.

289
• Lugares

Figura 92: PATRIMÔNIO HISTÓRICO DE ITAPISSUMA- LUGARES.

Foto 06: Praça José Apolinário da Silva. Foto 07: Praça Agamenon Magalhães.

Foto 08: Caiçara: Local onde os pescadores Foto 09: Colônia de pescadores - ancoradouro
recuperam suas embarcações e redes de pesca Local onde os pescadores recuperam suas
e guardam os apetrechos de pesca. embarcações e redes de pesca.

Foto 10: Fazenda - criação de camarões. Foto 11: Mercado – praça de alimentação /
comida típica local: O principal prato servido
nesta praça é a Caldeirada. Este prato é
composto de mistura de frutos do mar. É muito
apreciado e pelos turistas e tornou o município
conhecido. O Box mais famoso é o de D. Irene.

290
Foto 12: Mercado - venda de crustáceos / frutos
do mar. Foto 13: Colônia de pescadores e ancoradouro.
Fonte: Menelau, 11/2009.

5.3.4.5.3 Patrimonio Inmaterial e Formas de Expressão.

a) Gastronomia

Quadro 30: Gastronomia Típica (Itapissuma).


CALDEIRADA
MATÉRIA PRIMA:
FRUTOS DO MAR A caldeirada é um cozido feito com peixe, lagosta, camarão, ostra, sururu,
CLASSIFICAÇÃO marisco e polvo, refogado com azeite, temperos verdes e leite de coco. É
GASTRONÔMICA: servido acompanhado de arroz e pirão feito do caldo
SALGADOS
MOQUECA DE ARRAIA
MATÉRIA PRIMA:
ARRAIA Consiste na arraia cozida em refogado preparado com azeite de oliva,
CLASSIFICAÇÃO temperos verdes, leite de coco, pimenta e azeite de dendê. Geralmente é
GASTRONÔMICA: servida em panela de barro, acompanhado de arroz branco.
SALGADOS
MOQUECA DE OSTRA
MATÉRIA PRIMA:
OSTRA Consiste na ostra cozida em refogado preparado com azeite de oliva,
CLASSIFICAÇÃO temperos verdes, leite de coco, pimenta e azeite de dendê. Geralmente é
GASTRONÔMICA: servida em panela de barro, acompanhado de arroz branco
SALGADOS
MOQUECA DE SIRI
MATÉRIA PRIMA:
SIRI Consiste na carne do siri cozida em refogado preparado com azeite de oliva,
CLASSIFICAÇÃO temperos verdes, leite de coco, pimenta e azeite de dendê. Geralmente é
GASTRONÔMICA: servido em panela de barro, acompanhado de arroz branco.
SALGADOS
MOQUECA SECA DE MANJUBA
MATÉRIA PRIMA: Peixe miúdo preparado com limão, azeite, temperos verdes, pimenta, leite e
PEIXE coco e refogado até secar todo o molho. É envolvida em folhas de coqueiro
CLASSIFICAÇÃO
GASTRONÔMICA:
ou bananeira e assada na hora. Come-se como petisco na beira mar e em
SALGADOS bares populares
OSTRA CRUA
MATÉRIA PRIMA:
OSTRA Ostra ao natural, comida apenas com azeite, sal e limão. É servida como
CLASSIFICAÇÃO
GASTRONÔMICA:
petisco em bares e na beira mar
SALGADOS
Fonte: FADURPE (dados da EMPETUR), 11/2009.

291
Manifestações Folclóricas.

• Blocos Carnavalescos
• Coco
• Ciranda
• Troças. São agremiações carnavalescas similares aos clubes de frevo, sendo deles
diferenciadas por realizarem desfiles diurnos (o que, nem sempre, hoje é respeitado).

Festas Religiosas e Populares

Quadro 31: FESTAS RELIGIOSAS E POPULARES (ITAPISSUMA).


BUSCADA DE SÃO GONÇALO
DATA: Móvel. Mês de A Buscada de São Gonçalo é o ponto culminante da Festa de São
Janeiro. Gonçalo do Amarante, padroeiro de Itapissuma. Trata-se de
Perioricidade Anual procissão marítimo-fluvial que sai de Nova Cruz, em Igarassu,
conduzindo de volta a imagem de São Gonçalo do Amarante, que foi
levada através de procissão rodoviária na semana anterior, até a
igreja de Nossa Senhora das Dores. Em Nova Cruz a buscada é
LOCAL: PÁTIO DA
acompanhada festivamente por barcos, canoas, jangadas, todos
IGREJA DE SÃO
enfeitados com bandeirolas coloridas e animados por orquestras
GONÇALO CANAL DE
populares. Na chegada, fogos de artifício, apresentações
SANTA CRUZ
folclóricas, missa, shows artísticos com bandas da região e barracas
com comidas e bebidas típicas. Promoção: Prefeitura Municipal de
Itapissuma.
FESTA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO (ITAPISSUMA)
DATA: 5 ao 8/12 (3 dias) São três dias de festa, cujo ponto culminante é o dia 08. É
Perioricidade Anual comemorada com missas, novenário e procissão. Show com artistas,
LOCAL: PRAÇA parque de dirversões, barracas com bebidas e comidas típicas
AGAMENON MAGALHÃES
LEVADA DE SÃO GONÇALO
DATA: Móvel, no mês de
Tradicional procissão motorizada, que ocorre desde 1861. Nesta
Janeiro.
procissão é levada a imagem de São Gonçalo do Amarante até Nova
Perioricidade Anual.
Cruz (município de Igarassu), onde permanece na Igreja de Nossa
LOCAL: PRAÇA DE SÃO
Senhora das Dores, por oito dias, e depois retorna em uma
GONÇALO PRINCIPAIS
procissão marítimo-fluvial, chamada Buscada.Entidade promotora:
RUAS DE ITAPISSUMA E
Prefeitura Municipal de Itapissuma.
NOVA CRUZ
ROMARIA CICLISTICA À SÃO SEVERINO DOS RAMOS
DATA: Móvel no mês de A Romaria Ciclística vem se realizando desde o ano de 1980. São
Setembro. cerca e 6.000 participantes. O percurso é feito entre Itapissuma e o
Perioricidade Anual. Santuário de São Severino dos Ramos, no município de Paudalho,
um dos maiores centro de romaria da região. A largada é dada às
LOCAL: SAÍDA DE 04:30h. com show pirotécnico. Na chegada à São Severino dos
ITAPISSUMA ATÉ SÃO Ramos, há queima de fogos, sorteio de bicicletas, desfile dos
SEVERINO DOS RAMOS participantes, realização de missa e procissão. Retorno às 16:00h.
Entidade Promotora: Prefeitura Municipal de Itapissuma.
Fonte: FADURPE (dados da EMPETUR), 11/2009.

5.3.4.5.4 Artesanato

• Madeira;
• Objetos em osso/chifre/conchas/mariscos/sementes;
• Peças em coco.

292
5.3.5 TURISMO NA ÁREA DA APA.

São apresentados neste documento os principais pontos turísticos da região de


Itapissuma, Itamaracá e Goiana que movimentam a economia local, assim como as
atividades culturais e de lazer prestadas ao setor turístico.

A primeira seção apresenta os pontos mais visitados na região, com uma sucinta
apresentação do atrativo, documento visual (fotografia), uma tabela com o quantitativo
analisado e total de cada município. A seção seguinte refere-se as atividades desenvolvidas
voltadas para o lazer e cultura na localidade em questão.

Para o levantamento e análise dos atrativos e serviços turísticos aqui apresentados


fez-se necessário vista técnica à obtenção de dados além de pesquisas junto ao poder
público local e empresas privadas ligadas ao setor turístico, tais como meios de
hospedagem, restaurantes e prestadores de serviços.

5.3.5.1 Principais Pontos Turísticos da Região

5.3.5.1.1 ITAPISSUMA

a) Canal de Santa Cruz

Figura 93: CANAL DE SANTA CRUZ.

Latitude: 07º46'27,9968" S Longitude: 34º53'28,2129" O


Fonte: Falcão, 11/2009.

A paisagem do canal é fortemente marcada pela significante presença de um


manguezal bem desenvolvido, em alguns trechos com porte arbóreo. O canal banha toda a
face oeste da Ilha de Itamaracá. Na sua outra margem está a nucleação urbana do
município de Itapissuma e a existência de uma ponte ligando o município à ilha. Em seu
curso aparecem algumas ilhas de mangue, de sedimento e pequenos trechos de praia. Faz

293
parte também de sua paisagem na desembocadura sul a Ilhota Coroa do Avião e na
desembocadura norte o encontro com a foz dos rios Itapessoca e Catuama.

Com extensão de 22 km banha toda face oeste da ilha (ponta a ponta); largura
aproximada de 800 m (próximo a ponte), variando entre 100m e 400m. A profundidade
média é de 8m no seu canal principal. A vegetação predominante é de mangue ocorrendo
em segundo plano coqueiros e mata.

Encontra-se pouco poluído, com todo o seu curso navegável por pequenas e médias
embarcações com possibilidade de ancoragem, apresentando ocorrência de pesca o ano
inteiro, com maior intensidade no inverno.

Atualmente, grande parte da sua margem é tomada pelo mangue; em alguns trechos
existem sinais de assoreamento. Em seu cais encontram-se alguns bares e restaurantes,
bem como a presença de comércio informal.

Mangue do Canal Santa Cruz

Figura 94: CANAL DE SANTA CRUZ.

Latitude: 07º46'27,0117" S Longitude: 34º53'28,9746" O


Fonte: Falcão, 11/2010.

O manguezal domina toda a margem do Canal de Santa Cruz, com exceção do


trecho urbanizado da sede municipal. Trata-se de uma formação de porte arbóreo e
arbustivo, em alguns trechos aparecem as "camboas", onde na praia-mar, barcos de
pequeno porte podem navegar por entre a vegetação para passeios contemplativos.

O mangue encontra-se pouco poluído, tendo, portanto ocorrência de pesca o ano todo,
principalmente de agosto a outubro. Encontra-se bem preservado com alguns trechos de
aterro e desmatamento.

294
Parque Sítio Ecológico Frei Alfredo

Figura 95: PARQUE SÍTIO ECOLÓGICO FREI ALFREDO.

Foto 01: Bica d’água no interior do sítio. Foto 02: /entrada do Sítio ecológico.
Latitude: 07º46'41,2976" S Longitude: 34º53'59,6631" O
Fonte: Falcão, 11/2009.

O Parque Frei Alfredo, com 30.000m² é um espaço público municipal que, além de
servir como área de lazer para a população, vem sendo usado pela Prefeitura para
desenvolver programas de cunho social visando à capacitação e a melhoria da renda da
população carente, a exemplo do apiário, da sementeira, da padaria escola e do laboratório
fitoterápico. Como equipamento o parque conta com playground.

O local encontra-se em ruim estado de conservação, onde apesar de ser um Sítio


Ecológico, ocorrem inúmeras queimadas, desmatamento. A atividade turística não é
recomendada sem acompanhamento de guia.

Igreja de São Gonçalo do Amarante

Figura 96: IGREJA DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE.

Latitude: 07º44'57,3230" S Longitude: 34º56'06,6650" O


Fonte: Falcão, 11/2009.

295
A Igreja de São Gonçalo do Amarante foi construída no século XIX (1861), em estilo
eclético. Na igreja, observa-se a imagem de São Gonçalo do Amarante, que foi encontrada
no Canal de Santa Cruz. Está localizada às margens desse canal, com vistas da Ilha de
Itamaracá e a Ponte Getúlio Vargas. No seu entorno, casario colonial. No pátio em frente à
igreja, um sobrado onde funciona o Fórum da cidade. Aberta para visitação, diariamente das
8h às 18h.

O pólo gastronômico

Conjunto de bares especializados em gastronomia litorânea, ou seja, frutos do mar,


situado as margens do Canal de Santa Cruz. Para maiores informações consultar o Anexo
1: Equipamentos de Turismo.

5.3.5.1.2. ITAMARACÁ

a) Forte Orange

Figura 97: FORTE ORANGE.

Latitude: 07º48'37,4890" S Longitude: 34º50'21,3428" O


Fonte: Menelau, 11/2009.

Encontra-se situada na estrada sul do canal de Santa Cruz e foi erigido em 1631.
Como forma de defesa e reação no ataque dos holandeses invasores. O ambiente natural
em que se encontra situado o forte, monumento bastante significativo de arquitetura militar
do século XVII, ainda não esta urbanizado, tendo sofrido, no entanto, algumas modificações,
tais como pavimentação da estrada de acesso ao local, ato que tem prejudicado a
ambiência do monumento, pela valorização das propriedades situadas no seu entorno e,
conseqüentemente pela ocupação desordenada da faixa de praia sul, que cada vez mais se
aproxima da área do Forte.

296
A partir da segunda metade do século XVIII, em função do seu desuso, o atrativo foi
gradativamente ficando num estado de ruínas, porém atualmente encontra-se praticamente
restaurado.

Vila Velha

Figura 98: VILA VELHA.

Fonte: Menelau, 11/2009.

Inicialmente foi uma feitoria fundada em 1526 por Cristovão Jacques. Em 1535
passou a ser a sede da capitania de Itamaracá. Foi ocupada por holandeses no período de
1633 a 1654, passando a chamar-se de Vila Sekope. Quando foi invadida, a Vila era
próspera e contava com mais de um prédio, duas igrejas, a de Nossa Senhora da
Conceição e a de Nossa Senhora do Rosário; Casa de Misericórdia e Alfândega. Com a
expulsão dos holandeses, passou a ser chamada Vila Nossa Senhora da Conceição. Foi
sede própria do governo do Brasil, quando da visita de D. Pedro II. Os elementos que se
destacam são a igreja de Nossa Senhora da Conceição; as ruínas da igreja de Nossa
Senhora do Rosário e os mirantes naturais. Está situado numa colina, dominando o canal de
Santa Cruz que separa a Ilha de Itamaracá do continente.

Seu estado de conservação é regular, com exceção da igreja que foi recentemente
restaurada.

297
Engenho Amparo
Figura 99: ENGENHO AMPARO.

Foto de Arquivo
Fonte: Fundarpe.

Situado a 1.500 metros a leste do Canal de Santa Cruz, existe desde o século XVII,
muito embora a denominação com a qual ainda hoje é conhecido só tenha surgido em 1747.
A sede do engenho encontra-se envolvida por uma vegetação que se adensa a leste e ao
sul, tendo como edificações principais a Capela e a Moita. A Capela, que se compõe de
nave, altar principal e lateral, coro de torre, ainda mantém a dignidade e o valor no
monumento histórico, apesar de alguns descaracterizações na coberta e do péssimo estado
de conservação em que se encontra. A Moita é o elemento de maior significação em todo o
conjunto, por encontrar-se em seu estado primitivo e por manter, em um dos seus
ambientes, todo o equipamento e estrutura utilizados no preparo do açúcar e da aguardente,
ainda em seu estado de conservação.

A Ilha possuía a séculos atrás, seis engenhos de açúcar: Amparo, São João,
Macaxeira, Paraíso, Cumati e Queimadas. Os engenhos São João e Macaxeira foram
desapropriados e transformados em 1940 em duas penitenciárias estaduais.

Pontal da Ilha
Figura 100: PONTAL DA ILHA.

Latitude: 07º41'56,5320" S Longitude: 34º50'14,6924" O


Fonte: Menelau,11/2009.

298
Domina sua paisagem a foz do Rio Catuama, a desembocadura norte do Canal de
Santa Cruz, o Pontal e Praia de Barra de Catuama (Goiana). É interessante notar a
importante presença de um manguezal bem desenvolvido na sua porção oeste. Extensão
aproximada de 2,5km e morfologia ondulada. Na porção leste, vegetação rasteira e de
coqueiros espaçados, e na porção oeste mangue. Areias finas e escuras; propícia para
banho, existindo bancos de areia a leste na maré baixa. Profundidade média; com ondas
fracas (sofre influência do Canal de Santa Cruz e do Rio Catuama) média intensidade das
marés com recuo de aproximadamente 30m na baixa mar. Possibilidade de ancoragem
natural para pequenas e médias embarcações. Presença de casas de veraneio com
existência de comércio informal, pousadas, privês de veraneio e restaurantes. Encontra-se
em bom estado de preservação e limpeza.
Praia da Enseada dos Golfinhos

Figura 101: PRAIA ENSEADA DOS GOLFINHOS.

Latitude: 07º42'38,1592" S Longitude: 34º50'03,7793" O


Fonte: Magnani, 2009.

Trata-se de uma pequena enseada caracterizada por construções de veraneio tendo


ao fundo de sua paisagem ao norte o Pontal da Ilha e a Barra de Catuama (Goiana), e ao
sul o Pontal de Jaguaribe e a foz do Rio Jaguaribe. Sua extensão é de 1,5km. Apresenta
morfologia quebrada e ondulada, vegetação rasteira, pequeno trecho de mangue e
coqueiros espaçados. Areias claras e finas. É propícia para banho, apresentando pouca
profundidade. Presença de pequenos bancos de areia, ondas fracas e médias, e intensidade
média da maré com recuo de 50m na baixa mar. Possibilidade de ancoragem natural para
pequenas embarcações. Área de veraneio com existência de sinais de erosão marinha.
Comércio informal através de palhoças de praia com razoável estrutura de atendimento,
pousadas e privês de veraneio. Encontra-se em bom estado de preservação e limpeza.

299
Projeto Peixe-boi

Figura 102: PROJETO PEIXE-BOI.

Foto 01: museo do projeto. Fonte 02: sede do projeto.


Latitude: 07º48'17,3877" S Longitude: 34º50'23,9502" O
Fonte: Bernadi e Falcão, 2009.
Surgiu no início da década de oitenta, numa iniciativa preliminar do governo
brasileiro, através do IBDF (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal), com o objetivo
de conhecer e de promover ações relacionadas à preservação do peixe-boi marinho
(Trichechus manatus) no litoral norte-nordeste do Brasil. Desde 1990, o Centro Nacional de
Pesquisa, Conservação e Manejo de Mamíferos Aquáticos - CMA (IBAMA), conta com o
apoio da EMPETUR que cedeu terreno para a construção da sua sede nacional. No local
foram construídos oceanários e tanques onde são desenvolvidas atividades de reabilitação,
pesquisa e preservação do peixe-boi marinho (mamífero aquático mais ameaçado de
extinção do Brasil). Hoje, o CMA tem, em sua sede, 18 peixes-boi marinho, dos quais 10 são
filhotes órfãos que estão sendo reabilitados para posterior introdução no seu ambiente
natural. Ao longo desses anos, já foram devolvidos à natureza 13 peixes-boi, o que vem
confirmar o sucesso da técnica adequada do manejo realizado pelo CMA. Ainda na sede,
um parque temático - o Eco-Parque Peixe-Boi&Cia - que conta com oceanários e um cinema
(este, em formato de um peixe-boi marinho).

O parque tem atraído turistas nacionais e estrangeiros de todas as faixas etárias que
vêm recebendo informações sobre o mamífero e importância da sua preservação.

300
Engenho São João

Figura 103: ENGENHO SÃO JOÃO.

Latitude: 7º45'0,0000" S Longitude: 34º51'0,0000" S


Fonte: Valadares, 2009.

Construído em 1747, é um dos únicos (ou único) engenhos banguês ainda em


condições de funcionamento no Brasil. O conjunto é composto, atualmente, pela casa-
grande e moita, não se encontrando mais nenhum vestígio da capela e da senzala
demolidos no século XIX. A fachada da casa é datada de 1857, estilo neoclássico, bipartida
em dois frontões triangulares, com porta central e 04 janelas coroadas em arco pleno.
Nessa casa nasceu, em 1835, o abolicionista João Alfredo.

Seu estado de conservação é ruim, estando em pré-ruínas, porém mantém as suas


características construtivas. A moita se encontra em bom estado de conservação, com
destaque para a máquina a vapor importada da Inglaterra, em perfeito funcionamento.
Merece destaque ainda, a "casa de purgar" o açúcar. O engenho, atualmente, funciona
apenas para locução de filmagens. É mantido pela Secretaria de Justiça do Estado.
O conjunto está localizado em terras da Penitenciária Agrícola de Itamaracá, numa área de
18 hectares. A vegetação no entorno é composta de árvores frutíferas e vegetação rasteira.
Na parte posterior da casa-grande, avista-se um lago e resquícios da Mata Atlântica.
Algumas edificações são utilizadas para atividades de profissionalização e resocialização
dos detentos.

Foi cenário dos filmes “Menino de Engenho” e do "Zumbi Rei dos Palmares", além de
mini-séries e documentários.

301
Lagoa Azul

Figura 104: LAGOA AZUL.

Latitude: 07º47'14,1431" S Longitude: 34º51'18,1787" O


Fonte: Felix., 2008.

A lagoa está circundada por um capoeirão bem desenvolvido e alguns trechos de


mata e capoeiras.

O seu entorno encontra-se em boa situação de preservação. O local apresenta


razoável estrutura de lazer com bar e restaurante, pedalinhos, área para “pesque e pague”,
canoas e caiaques.

Capela do Bom Jesus dos Passos


Figura 105: CAPELA DO BOM JESUS DOS PASSOS.

Latitude: 07º43'48,6841" S Longitude: 34º49'35,2734" O


Fonte: Falcão, 11/2009.

Não consta a data da construção primitiva mas em 1893 foi reconstruída pelos
padres capuchinhos com ajuda dos habitantes da localidade. Sua fachada é simples sendo
composta por uma única porta e duas janelas avarandadas na parte superior. Tem torre

302
sineira única. A peculiaridade é o fato da Igreja possuir o santo de Roca (miniatura) que foi
encontrado por um pescador num tronco de jaqueira, onde hoje se encontra a igreja.

O atrativo é local de partida da procissão do Bom Jesus dos Passos. Para visitação,
pedir a chave à zeladora que mora ao lado da igreja. Há missa todos os sábados e quintas
às 19h.

Esta situado na beira-mar da praia de Jaguaribe, tendo ao seu redor casas


residenciais, de veraneio e bares.

Igreja de Nossa Senhora do Pilar

Figura 106: IGREJA DE NOSSA SENHORA DO PILAR.

Latitude: 07º44'48,0103" S Longitude: 34º49'27,6855" O


Fonte: Falcão, 11/2009.

Reconstruída em 1839, seu estilo é barroco, com algumas modificações, tendo


sofrido diversas reformas nas décadas de 60 / 70. Foi erigida sob a devoção de Nossa
Senhora do Pilar, padroeira do município. Apresenta capela-mor com nave única e dois
corredores laterais. Porta única, teto em madeira, altar com douramento e piso em ladrilho
hidráulico.

Em anexo, funciona a casa paroquial onde destaca-se uma imagem em gesso de


Nossa Senhora do Pilar. A missa ocorre todas as terças e quintas às 19h, sábado às 17h e
domingo às 8h e 19h.
Todos os anos no último domingo de janeiro é realizada a festa de Nossa Senhora
do Pilar, cujo ponto culminante é a buscada (procissão marítima). Encontra-se em bom
estado de conservação.

303
Ruínas do Casarão do Padre Tenório

Figura 107: RUÍNAS DO CASARÃO DO PADRE TENÓRIO.

Latitude: 07º48'45,0293" S Longitude: 34º51'04,9365" O


Fonte: Falcão, 11/2009.

Existia uma capela integrada a sua estrutura interna, na qual já foram encontrados
diversos materiais arqueológicos tais como louça e cerâmica utilitária. Sendo que estes
materiais estavam contextualizados tanto no interior da casa quanto em seus arredores.

Na construção foi realizado um croqui artístico o qual revelou mudanças sucessivas


na referida estrutura, inclusive do século XX, que descaracterizou parte deste patrimônio, a
exemplo podemos perceber a construção de um cômodo adjacente a lateral da casa, bem
como uma janela e uma porta que foram fechadas.

A propriedade pode ter pertencido ao Padre Tenório, vigário de Itamaracá, residente


em Vila Velha, e que foi um destaque da insurreição pernambucana de 1817, era conhecido
por ser um vigário atuante e querido pelos seus paroquianos, durante a insurreição deu-se a
incumbência ao padre de ocupar o Forte Orange.

Enfraquecido o movimento, o padre buscou abrigo na Ilha de Itamaracá, onde era


estimado, porém na comunidade do Pilar foi prometida uma recompesa a quem fornecesse
informações sobre o Padre, que acabou sendo preso.

As ruína são de difícil acesso pois estão tomadas pelo mato.

304
Ruínas da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos

Figura 108: RUÍNAS DA IGREJA DO ROSÁRIO DOS HOMENS PRETOS.

Latitude: 07º48'28,9270" S Longitude: 34º51'24,8877" O


Fonte: Falcão, 11/2009.

É incerta a data de construção da igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.


Sabe-se, no entanto, que já existia em 1630. Faz parte do conjunto histórico de Vila Velha.
Da antiga Igreja, restam o muro do átrio, parte do frontão, metade da parede lateral
esquerda e paredes do altar-mor. Presença da base do cruzeiro. Na parte posterior, um
portão de acesso ao cemitério da Vila Velha, datado de 1917.

Uma peculiaridade é que no local se realizavam as cerimônias da coroação do Rei


de Congo.

Atualmente encontra-se em estado ruim de conservação, o elemento muito alterado


com estrutura ameaçada, sem condições de salubridade ou uso. Das ruínas da igreja avista-
se parte da desembocadura do canal de Santa Cruz e Coroa do Avião.

Centro Cultural Estrela de Lia

Figura 109: CENTRO CULTURAL ESTRELA DE LIA.

Latitude: 07º48'30,8167" S Longitude: 34º50'14,5898" O


Fonte: Pernambuco Nação Cultural.

305
O Espaço Cultural foi inaugurado em 07 de setembro de 2004, com intuito de
divulgar a ciranda. Os shows no local acontecem aos sábados a partir das 21h, com Lia de
Itamaracá, D. Célia Conquista e Ciranda das Filhas de Baracho.

5.3.5.1.3 GOIANA

a) Usina Santa Tereza

Figura 110: USINA SANTA TEREZA.

Fonte: Falcão, 11/2009.

Fundada em 1938, sua estrutura é toda em ferro e a oficina mecânica construída em


alvenaria. É composta dos seguintes equipamentos: esteira, moenda, prensa caldeira e
turbinarão aonde se chega ao produto final, e o ensacamento. Possui refinaria e destilaria.

Tem como particularidade área de reflorestamento, com plantação de bambu. Possui


uma capela própria que abre esporadicamente para cultos. Encontra-se em funcionamento e
bom estado de conservação.

Igreja do Amparo e Museu de Arte Sacra

Figura 111: IGREJA DO AMPARO E MUSEU DE ARTE SACRA

Fonte: RBM Turismo.

306
O Museu de Arte Sacra funciona na Igreja do Amparo. Foi fundado em 1950, possui
atualmente um acervo de aproximadamente 200 peças. Dentre as peças de maior valor
artístico destacam-se : uma imagem medindo 2m de altura de Nossa Senhora do Amparo,
(patrona dos homens pardos), doada pela Pricesa Isabel à Igreja do Amparo; Nossa
Senhora do Livramento - peça do século XVII que também foi doação da Princesa Isabel, e
uma Via Sacra, constituída por litogravuras de procedência francesa, coloridas a guache,
tendo cada peça o tamanho de 86cm x 70cm. Fazem parte do acervo alfaias, lampadários
e arte sacra em geral. Possui um cruzeiro em pedra da única igreja demolida de Goiana,
a de Bom Jesus dos Marítimos. Tem, também, a lápide de Jerônimo de Alburqueque, herói
pernambucano e de sua mulher. Para visitá-lo: de terça-feira à sexta-feira das 07:00 às
17:00; sábado e domingo das 07:00 às 12:00h

Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Brancos

Figura 112: IGREJA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS HOMENS BRANCOS.

Latitude: 07º33'32,0581" S Longitude: 34º59'37,1777" O


Fonte: Falcão, 11/2009.

Foi construída no século XVIII, no ano de 1705 em estilo barroco. Compõe o Núcleo
Histórico de Goiana. Sua fachada é imponente composta por cinco portas, sendo três
principais e três janelas na altura do coro com balaústres. As outras duas portas levam aos
corredores laterais da segunda metade do século XVIII. A fachada principal foi prevista para
duas torres, das quais só uma foi construída, possuindo um relógio. O acesso ao interior é
feito através de divisórias com vitrais. O interior é rico em altares e imagens. O altar-mor é
talhado, possuindo nicho com pinturas representando a crucificação. Mais abaixo três nichos
com imagens completam o retábulo. Fica do lado esquerdo uma pequena capela dedicada
ao Santíssimo no teto da nave, um brasão com o rosário e iniciais de Maria Santíssima.
Existe a presença do coro. Por ser a matriz, é a igreja de uso mais constante.
Encontra-se em restauração. Previsão de reabertura de 1 ano.

307
Pode ser visitada diariamente das 6h às 11h ou durante as missas que são
realizadas nas quartas e sextas-feiras, sábados e domingos às 19h. Situa-se em rua
residencial, tendo ao lado a Praça do Rosário.

Engenho Bujari

Figura 113: ENGENHO BUJARI.

Latitude: 07º35'14,7473" S Longitude: 35º00'26,2207" O


Fonte: Falcão, 11/2009.

O engenho foi fundado, antes da invasão holandesa, por Jerônimo Cavalcanti, filho
de Jerônimo Albuquerque. Em 1637, foi confiscado pelos holandeses. No século passado,
teve grande importância: pertenceu ao Barão de Bujari, Antônio Francisco Pereira, um dos
que receberam o Imperador D. Pedro II, por ocasião de sua visita à Goiana.

Possui a casa grande e a capela. A casa grande encontra-se totalmente


descaracterizada. Do antigo prédio da moita resta apenas a roda d'água, como ornamento
de jardim. A capela é dedicada à Santa Luzia. Tem na parede externa uma placa
comemorativa com os dizeres: "Placa comemorativa da passagem do 1º centenário desta
capela de Santa Luzia, no Engenho Bujari. Homenagem dos proprietários da Usina Santa
Tereza - em 13/12/1953".A casa grande e a capela estão construídas em terreno mais alto,
em relação aos vastos canaviais circundantes.

Apresenta vegetação exuberante com um número expressivo de árvores frutíferas e


ornamentais de grande e pequeno porte, tendo à frente um pequeno lago. Serve como
moradia dos proprietários da Usina Santa Tereza. As terras do engenho estão dentro da
usina pertencente ao Grupo João Santos. Visitação previamente agendada.

308
Engenho Uruaé
Figura 114: ENGENHO URUAÉ.

Latitude: 07º32'51,3135" S Longitude: 35º03'48,0469" O


Fonte: Falcão, 11/2009.

Foi nas terras deste engenho que viveu o Conselheiro João Alfredo. O engenho é
composto pela casa grande, moita com chaminé, senzala e capela. A casa grande tem a
frente alpendrada com sete arcos, sendo o acesso principal feito por pequena escada. Tem
três janelas no andar superior com pequenas jardineiras. A capela é dedicada à Nossa
Senhora da Piedade. Construção em alvenaria de tijolos frontão retangular, com apenas
uma porta e três janelas no andar superior com sacadas. A torre sineira é baixa, com porta
de acesso. É uma capela no estilo típico colonial. A senzala é retangular com dez aberturas
sendo uma transformada em janela. O telhado é tríplice.

Encontra-se em bom estado de conservação servindo como moradia dos


trabalhadores. É um engenho fornecedor de cana-de-açúcar.

Convento e Igreja de Nossa Senhora da Soledade


Figura 115: CONVENTO E IGREJA DE NOSSA SENHORA DA SOLEDADE.

Latitude: 07º33'27,0850" S Longitude: 35º00'00,6006" O


Fonte: Falcão, 11/2009.

309
Construído no ano de 1752. Em 1852 foi reconstruído pelo Frei Caetano missionário
capuchinho. Seu estilo é uma transição do barroco para o maneirista. Sua fachada é
composta por três portas, sendo uma da nave e duas de corredores laterais para acesso ao
convento. Não tem torre sineira. No frontão, na parte superior, estão três janelas. No seu
interior três altares laterais com nichos e santos. No altar-mor, a imagem de Nossa Senhora
da Soledade. O coro é em madeira como também o altar que é trabalhado em alto relevo
em douramento. O convento possui características marcantes do estilo mourisco. Era um
antigo recolhimento. Tem à sua frente um cruzeiro em pedra. Possui como raridade uma
roda de coletar esmola e três imagens de madeira todas brasileiras do século XVIII.
Observa-se trabalho de restauração no seu interior. Anexo à igreja, funciona abrigo para
idosos.

Encontra-se em reforma pelo IPHAN desde 1989. Parte do Convento serve como
asilo.

Praia de Ponta de Pedra

Figura 116: PRAIA PONTA DE PEDRAS.

Latitude: 07º33'47,2632" S Longitude: 35º00'43,9453" O


Fonte: Lins dos Santos, 06/2009.

A paisagem está fortemente marcada pela nucleação urbana do distrito de Pontas de


Pedra, pela exposição de arenitos na baixa mar e a presença de barcos de pescadores
ancorados em suas águas. Sua extensão é de aproximadamente 4 km, em praia com alguns
trechos quebrados e outros ondulados, de areias claras e finas. Vegetação de coqueiros
espaçados. Propícia para banho, exceto no trecho conhecido como Pedrinhas, que segundo
o CPRH, é poluído. Na maré baixa aparecem bancos de areia ao seu largo. Pouco
profundas ondas fracas e média intensidade das marés, com recuo de aproximadamente
30m na baixa mar. Possibilidade de ancoragem natural para pequenas embarcações. É uma
praia que requer melhor preservação e limpeza. Área de ocupação humana através do

310
núcleo residencial do distrito e, também, de casas de veraneio. Existência de comércio
informal. Em alguns trechos, observa-se sinais de erosão marinha.

Praia de Tabatinga

Figura 117: PRAIA DE TABATINGA.

Latitude: 07º36'15,3662" S Longitude: 34º49'08,8623" O


Fonte: PROMATA.

A paisagem está marcada, ao sul, onde limita-se com a Praia de Pontas de Pedra,
por uma barreira que ergue-se até a orla da praia, coberta com uma vegetação
remanescente de Mata Atlântica; ao norte, em seu limite com a praia de Carne de Vaca,
uma vegetação de mangue se estende, também, até a praia além de coqueiros.
Complementa seu entorno belas casas de veraneio. Sua extensão é de aproximadamente 1
km em praia ondulada e quebrada. Areias brancas e de grãos finos. Propícia para banho,
pouco profunda, formando pequenas marolas na baixa mar. Média intensidade das marés
com recuo de aproximadamente 30m. Possibilidade de ancoragem natural para pequenas
embarcações. Apresenta-se bem preservada e limpa, com alguns trechos mostrando início
de erosão marinha. A ocupação humana se dá através de casas de veraneio. A Praia de
Tabatinga está localizada em uma fazenda do mesmo nome, a qual foi recentemente
transformada em reserva privada. O acesso à praia só é possível, através de caminhadas, a
partir das praias vizinhas; partindo-se de Carne de Vaca a passagem apenas se dá na maré
baixa.

311
Praia de Catuama

Figura 118: PRAIA DE CATUAMA.

Latitude: 07º37'52,8882" S Longitude: 34º48'37,8955" O


Fonte: Rveloso. 2008.

No local observado, em frente à Igreja de Santo Antônio, a paisagem está marcada,


ao sul, pela Ilha de Itamaracá e, ao norte, pela nucleação urbana de Pontas de Pedra. Sua
extensão é de aproximadamente 3km, em praia ondulada de areias claras e finas. A
vegetação predominante é rasteira e de coqueiros espaçados. Boa para banho, pouco
profunda, ondas fracas e de grande intensidade das marés, com recuo de aproximadamente
100m na baixa mar. Possibilidade de ancoragem natural para pequenas embarcações.
Apresenta-se em razoável estado de preservação e limpeza. Área de ocupação humana
através de casas de veraneio; existência de comércio informal, equipamentos e serviços
turísticos (marina).

Rio Goiana
Figura 119: RIO GOIANA.

Latitude: 07º33'26,9824" S Longitude: 35º00'00,9961" O


Fonte: Falcão,11/2009.

312
O trecho observado, da sede municipal até a sua foz, apresenta uma paisagem
diversificada. No trecho inicial a ambiência está marcada pela ocupação urbana da sede do
município e pelo predomínio da vegetação de gramíneas. A largura é de aproximadamente
20m, com profundidade média de 6m em seu leito central. Em seu curso médio, que tem
largura de aproximadamente 50m, observa-se em suas margens, áreas de cultura de
subsistência e, um pouco mais recuado, trechos com vegetação remanescente de Mata
Atlântica. Próximo à sua foz, quando chega a uma largura aproximada dos 300m, a
paisagem é dominada, em sua margem esquerda, pela Praia de Acaú no Estado da Paraíba
e, em sua margem direita, pela Praia de Carne de Vaca, última do Estado de Pernambuco.
Nesta área, a vegetação dominante é de mangue, que chega a formar algumas ilhas,
observando-se ainda trechos com árvores de grande porte. Ocupação humana em áreas
ribeirinhas. A extensão total do rio, no município, é de 42 km. No percurso a vegetação
predominante é de hidrófilas, rasteiras, gramíneas (cana-de-açúcar), árvores, palmáceas
espaçadas (palmeiras imperiais), mangues e pequenos trechos de remanescência de Mata
Atlântica. Não existe balneabilidade; ocorrência de praias apenas em sua foz. Possibilidade
de ancoragem natural na sede do município. É ocorrente a pesca de subsistência. O rio
encontra-se poluído e alguns trechos com ocorrência de assoreamento. Com
aproximadamente 15 minutos de passeio em barco a motor, chega-se a uma localidade
conhecida como Três Bocas, que é o encontro dos Rios Jacumim, Goiana e Tracunhaém.

5.3.5.2 Ecoturismo

5.3.5.2.1 Zonas de Preservação da Vida Silvestre

Estas Unidades de Conservação são lugares importantes para praticar o ecoturismo,


pela beleza paisagística e a fauna onde podem ser encontrados tatus, preguiças,
sagüís,tamanduáss e diferentes espécies de aves.

Todas elas ficam nas proximidades do Engenho São João, ponto de relevância e
interesse turístico.

a) MATA DE JAGUARIBE.

Localizada na margem esquerda do Rio Jaguaribe, ladeando as salinas. É a reserva


que tem sofrido maior degradação. Sua área é de 107 hectares com Capoeira.. A
propriedade da área encontra-se dividida da seguinte forma: 94% pertence à Penitenciária
Agrícola de Itamaracá - PAI e 6% é de propriedade privada. Seu estado de preservação e
limpeza é regular.

313
MATA DE LANCE DOS CAÇÕES

Localizada no lado norte da ilha, ao longo do canal Santa Cruz. Sua área é de 50,02
hectares, com vegetação remanescente de Mata Atlântica.. No percurso, é interessante
alem da visitação do Engenho São João a dàs Praias do Sossego e Enseada dos Golfinhos.
A área é de propriedade privada. Seu estado de preservação e limpeza é bom. Existen
moradores na propriedade, localizada no entorno da mata.

MATA DE SANTA CRUZ

Localizanda na porção mais ao norte da ilha, ligada a Mata do Lance dos Cações, é
a reserva que apresenta melhor preservação. Sua área é de 54,68 hectares, com vegetação
remanescente de Mata Atlântica. No percurso, é interessante a visitação das Praias do
Sossego, Enseada dos Golfinhos e Pontal da Ilha. A área é propriedade privada. Seu estado
de preservação e limpeza é bom, não apresentando vestígios de desmatamento acelerado.
Próxima à sede da propriedade, no entorno da mata, observa-se algumas residências de
moradores nativos.

MATA DO ENGENHO AMPARO

Localizada na porção central da ilha a direita da pe-35 é a maior reserva de mata do


município. Possui um importante conjunto arquitetônico: capela e moita do antigo Engenho
Amparo. Sua área é de 172,90 hectares, com vegetação remanescente de Mata Atlântica..
No percurso, é interessante a visitação de Vila Velha e Amparo. A área é administrada pela
Penitenciária Agrícola de Itamaracá - PAI. Seu estado de preservação e limpeza é bom.
Observa-se uma pequena população residente na área em que está localizado o Engenho
Amparo.

MATA DO ENGENHO MACAXEIRA

Localizada na porção norte da ilha, na parte posterior ao Presídio Barreto Campelo.


Sua área é de 60,84 hectares, com vegetação de resquícios de Mata Atlântica. A área é
administrada pela Penitenciária Agrícola de Itamaracá – PAI. Seu estado de preservação é
bastante delicado,com muitos trechos desmatados.

MATA DO ENGENHO SÃO JOÃO.

Localizada na parte posterior à moita e casa grande do Engenho São João é a


menor unidade de conservação do município. Possui um importante conjunto histórico-
arquitetônico, na sede do Engenho São João. Sua área é de 34 hectares, com vegetação
remanescente de Mata Atlântica. A propriedade da área esta dividida da seguinte forma:
92,12% pertence à áreada Penitenciária Agrícola de Itamaracá - PAI, e 7,8% dividida em

314
duas propriedades privadas. Pesquisas ornitológicas são desenvolvidas pela ONG -
Observadores de Aves de Pernambuco - OAP.

Seu estado de preservação e limpeza é bom. Nos limites do entorno da mata,


observa-se algumas residências e comércio informal na sede do Engenho.

5.3.5.2.2 Trilhas Ecológicas

Quadro 32: TRILHAS ECOLÓGICAS.


TRILHA 1 PRAIA DO FORTE COM MANGUEZAL
LOCALIZAÇÃO:
Área compreendida
Saída da Praia do Forte Orange, no percurso: Centro do Peixe-boi, Forte
entre o Engenho São
Orange, Praia de Orange, Manguezal, Ruínas do Casarão do Chacon.
João, Vila Velha,
Só operada na maré baixa. Cerca de 2,8 km de trilha - exclusiva para
entroncamento da PE-
trekking.
35 e a PE-01 e a Praia
do Forte Orange
TRILHA 2 - MATA ATLÂNTICA COM MANGUEZAL
LOCALIZAÇÃO: Variante 01 - saída da PE-01, tendo como referência a peixada do forte.
Área compreendida No percurso, igreja de São Paulo, belo mirante da parte sul da ilha,
entre o Engenho São capoeira, coqueiros e manguezal, finalizando no sítio histórico de vila
João, Vila Velha, velha. 2,8km de trilha.
entroncamento da PE-
35 e a PE-01 e a Praia Variante 02 - percurso idêntico, finalizando no Casarão do Chacon. 2km
do Forte Orange de trilha.
TRILHA 3 - LAGOA AZUL COM MATA ATLÂNTICA E MIRANTES
LOCALIZAÇÃO: Variante 01 - saída da pe-01, tendo como referência a padaria Panforte.
Área compreendida No percurso, belo mirante da Praia de São Paulo e banco de areia que a
entre o Engenho São divide com a Praia de Orange, vegetação de coqueiros e capoeira,
João, Vila Velha, finalizando na Lagoa Azul, 4,2km de percurso.
entroncamento da PE-
35 e a PE-01 e a Praia Variante 02 - percurso idêntico, finalizando em Vila Velha, 5km de
do Forte Orange percurso.
TRILHA 4 - LAGOA AZUL COM BANHO DE BICA
LOCALIZAÇÃO:
Área compreendida variante 01 - saída pe-01, tendo como referência o chalé Pedra Furada.
No percurso: coqueiros, capoeiras, "biquinha" (bica com altura para
entre o Engenho São
banho) finalizando na Lagoa Azul, 3,5km.
João, Vila Velha,
entroncamento da PE- variante 02 - percurso semelhante, incluíndo manguezal e finalizando em
35 e a PE-01 e a Praia Vila Velha 5,5km.
do Forte Orange.
TRILHA 5 - LAGOA AZUL
LOCALIZAÇÃO:
Área compreendida
entre o Engenho São
Saída da pe-01, tendo como referência a padaria Pancarol. No percurso:
João, Vila Velha, vegetação formada por capoeiras, finalizando na Lagoa Azul. 3km.
entroncamento da PE-
35 e a PE-01 e a Praia
do Forte Orange

TRILHA 6 - LAGOA AZUL COM SÍTIO MÍSTICO

315
LOCALIZAÇÃO:
Área compreendida
entre o Engenho São Saída da PE-35, tendo como referência o Sítio Místico. No percurso:
João, Vila Velha, coqueiros e pequeno trecho de Mata Atlântica (Reserva do Estado),
entroncamento da PE- finalizando na lagoa azul 2,5km.
35 e a PE-01 e a Praia
do Forte Orange
TRILHA 7 - LAGOA AZUL COM MATA ATLÂNTICA
LOCALIZAÇÃO:
Área compreendida
entre o Engenho São Saída da PE-35, seguindo pela estrada de Vila Velha, passando por
João, Vila Velha, pequeno trecho de Mata Atlântica ( Reserva do Estado), finalizando na
entroncamento da PE- Lagoa Azul 2,6km.
35 e a PE-01 e a Praia
do Forte Orange
TRILHA 8 - ENGENHO SÃO JOÃO COM VILA VELHA E MATA ATLÂNTICA
LOCALIZAÇÃO:
Área compreendida
entre o Engenho São Saída da PE-35, tendo como referência o Engenho São João. No
João, Vila Velha, percurso, pomares de fruteiras e trilha na reserva de Mata Atlântica do
entroncamento da PE- estado, próximo à vila velha, 2,5km de extensão.
35 e a PE-01 e a Praia
do Forte Orange
TRILHA 9 - TRILHA DA MATA ATLÂNTICA
Trilha 01 - saída da PE-35, tendo como referência o Engenho São João.
No percurso, estábulo do engenho, Cemitério da Vaca (local para onde,
segundo a crença local, as vacas vão quando pressentem a morte) e trilha
pela mata atlântica até a estrada do sossego e retorno ao engenho.
LOCALIZAÇÃO:
Cerca de 3,5km.
Mata do Engenho São
João e Reserva do
Trilha 02 - saída da PE-35, tendo como referência o Engenho São João.
Estado (estrada de
No percurso, coqueiros, trilhas na reserva de Mata Atlântica do estado
Vila Velha)
(caminho de Vila Velha), Lagoa Azul e retorno ao Engenho. Cerca de
2,5km. roteiros que tem como guia o Sr. Roberto Lauro Ribeiro, detento e
guia oficial do Engenho São João (propriedade da Penitenciária Agrícola
de Itamaracá).
Fonte: FADURPE (dados da EMPETUR), 11/2009.

5.3.6 PLANOS E PROGRAMAS

5.3.6.1 Principais Planos e Programas Governamentais

O elenco de planos e programas governamentais identificados neste estudo e


relacionados abaixo foi baseado em pesquisa documental. Em especial, tem como
referência base inicial o documento “Internalização do ZEEC – Sistematização dos Planos e
Programas – Litoral Sul”, publicado pela CPRH em 2003. A seguir, foram destacados e
relacionados apenas aqueles planos e programas identificados com interface programática
direta com o objeto de estudo.

a) AGENDA 21 do Estado de Pernambuco

316
Executor(es): Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente - SECTMA
Vigência: Contínua
Objetivo(s): “Estabelecer uma estratégia de ação do Estado, baseada em compromissos de
mudanças, democratização e de descentralização.”

A Agenda 21 é um Plano que não chega a definir ações específicas para cada município do
Estado, porém estabelece premissas que orientam as políticas públicas que abordam os
temas centrais definidos pelo Estado.

b) Águas para Todos

Executor(es): Companhia Pernambucana de Saneamento – COMPESA


Vigência: Em execução.
Objetivo(s): Universalizar os serviços de abastecimento de água e gerenciar o
aproveitamento racional e responsável dos recursos hídricos. Universalizar os serviços de
abastecimento de água e gerenciar o aproveitamento racional e responsável dos recursos
hídricos.

c) Saneamento para Todos

Executor(es): Companhia Pernambucana de Saneamento – COMPESA


Vigência: Em execução.
Objetivo(s): Universalizar os serviços de esgotamento sanitário.
Entre as ações previstas neste programa para serem implementadas nos próximos anos
destacam-se: ampliação do SAA e implantação do SES de Tamadaré, Praia dos Carneiros e
zonas turísticas de Rio Formoso.

d) Ampliação e Melhoramento da Malha Rodoviária do Estado

Executor(es): Departamento de Estradas e Rodagens de Pernambuco – DER-PE


Objetivo(s): Contribuir para o desenvolvimento econômico e social do Estado com ênfase
no melhoramento das cadeias produtivas e do turismo.

e) Comitês de Bacias Hidrográficas – COBs

Executor(es): Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (como articulador)


Vigência: Em andamento.
Objetivo(s): “promover o debate das questões relacionadas a recursos hídricos e articular a
atuação das entidades intervenientes; arbitrar, em primeira instância administrativa, os
conflitos relacionados aos recursos hídricos; aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia,
acompanhar a execução e sugerir as providências necessárias ao cumprimento de suas

317
metas; estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os
valores a serem cobrados, entre outros encargos.”

f) Denominação: Gestão Integrada dos Ambientes Costeiros e Marinhos de


Pernambuco

Executor(es): Companhia Pernambucana de Meio Ambiente - CPRH


Vigência: 2001 / contínua
Objetivo(s): Geral: Implementar a gestão ambiental integrada no litoral sul de Pernambuco,
através do ordenamento territorial, bem como a dinamização do desenvolvimento
sustentável, a eficiência econômica e a melhoria da qualidade de vida da região.
Específicos: Promover mecanismos para internalização das diretrizes de ordenamento
territorial ambiental, previstas no Zoneamento Ecológico Econômico Costeiro, nas políticas
públicas estaduais e municipais; Implementar uma sistemática de acompanhamento da
qualidade ambiental e das ações de gestão, com vistas a detectar as tendências evolutivas
dos indicadores de qualidade e reorientar as ações de controle ambiental, a curto, médio e
longo prazo.”

g) Monitoramento Ambiental das Bacias Hidrográficas de Pernambuco

Executor(es): Companhia Pernambucana de Meio Ambiente – CPRH


Vigência: 1986 – contínuo
Componentes: O monitoramento não é um projeto e sim uma ação contínua da CPRH.
Metodologicamente, o monitoramento consiste na coleta de informações a partir do
cadastro industrial da própria CPRH, observações in loco e coleta e análise das águas
através de uma série de estações de coleta cuidadosamente estabelecidas.

Entre as informações encontradas acerca das bacias hidrográficas monitoradas e


divulgadas pela Companhia, destacam-se dados básicos sobre quais são os principais
contribuintes, os reservatórios localizados dentro da bacia, o uso do solo, as áreas de
proteção, o uso da água e as atividades industriais existentes. Além desses, os relatórios
produzidos a partir desse monitoramento informa também sobre a carga poluidora e dados
físico-químicos e biológicos bastante abrangentes.

Em todos os casos, a CPRH elaborou relatórios técnicos dos resultados


acompanhados por conclusões.

h) Plano do Litoral

318
Executor(es): Agência Estadual de Planejamento e Pesquisa de Pernambuco –
CONDEPE/FIDEM
Objetivo(s):“Consolidação do Litoral de Pernambuco como pólo de desenvolvimento
competitivo, através de ações voltadas à valorização de seu ambiente natural e construído e
de suas manifestações culturais, materiais e imateriais; ou, mais especificamente, a criação
de condições e atrativos para os moradores e incrementando o turismo e um maior tempo
de permanência dos visitantes no Estado.”

Considerando o território de oportunidades decisivas para o desenvolvimento do


litoral do Estado de Pernambuco e partindo do pressuposto de que esse processo está
atrelado a provisão de infraestrutura, informação e representações que realcem sua história
e suas características culturais e ambientais, o CONDEPE/FIDEM, juntamente com outros
parceiros e as 14 prefeituras municipais do litoral, coordenou e elaborou um Estudo
Propositivo para tratar dos problemas, potencialidades e alternativas de solução para a área
em apreço.

i) Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável da Zona da Mata de


Pernambuco - PROMATA

Executor(es): Secretaria de Planejamento e Gestão - SEPLAG / UGP-PROMATA


Vigência: 2001 – em andamento
Objetivo(s): “Promover a mudança e o desenvolvimento da região da Mata pernambucana,
historicamente vinculada à economia da cana de açúcar, cujos indicadores de pobreza
estão entre os mais baixos do Estado, através da construção de estratégias participativas
que contribuam para a melhoria da qualidade de vida da população dos seus 43
municípios’’. São Componentes do Programa:

• Subprograma I: Melhoramento de Serviços Básicos


Propósito: Ampliar a disponibilidade e melhorar a qualidade dos serviços básicos municipais.
• Subprograma II: Apoio á Diversificação Econômica
Propósito: Promover a criação e o fortalecimento de novas oportunidades de
desenvolvimento econômico na Região
• Subprograma III: Gestão e Proteção Ambiental
Propósito: Fortalecer a gestão ambiental na Região de forma integrada e participativa.

j) Programa de Desenvolvimento Rural Sustentável de Pernambuco - PRORURAL

319
Executor(es): Secretaria de Planejamento e Gestão – SEPLAG / Unidade Técnica
PRORURAL
Vigência: em andamento
Objetivo(s): Contribuir para a redução da pobreza nas comunidades rurais com prioridade
para aquelas localizadas nos municípios de menor IDH, bem como em bolsões de pobreza
do Estado de Pernambuco.

k) Programa de Gerenciamento Costeiro de Pernambuco - GERCO

Executor(es): Companhia Pernambucana de Meio Ambiente - CPRH


Vigência: 1990 – “ação contínua”
Objetivo(s): “O objetivo geral do Gerenciamento Costeiro é avaliar e orientar o processo de
ocupação e uso do solo, através do planejamento participativo e da implementação de
ações integradas de gestão da zona costeira de Pernambuco, incorporando os princípios da
Agenda 21, de forma a buscar alternativas para promover o desenvolvimento sustentável,
visando a melhoria da qualidade de vida das populações locais e o disciplinamento da
utilização dos seus recursos naturais.”

Desde a sua implantação, o GERCO vem desenvolvendo inúmeras ações cujo foco é
“orientar o processo de ocupação e uso do solo na zona costeira”, adotando aí “os princípios
da Agenda 21”. As ações do grupo gestor são reforçadas por uma série de convênios e
parcerias firmados com outras instituições. Dentre as várias ações realizadas pelo
Programa, destacam-se a elaboração do diagnóstico sócio-ambiental do litoral norte e o
Zoneamento Ecológico Econômico Costeiro do Litoral; dentre outros.

l) Programa de Desenvolvimento do Turismo – PRODETUR II

Executor(es): Secretaria Estadual de Turismo/UEE/PE


Vigência: Em andamento.
Objetivo(s): Melhorar a qualidade de vida da população permanente nos municípios
integrantes dos Pólos de Desenvolvimento Integrado de Turismo prioritários identificados na
área de atuação do Banco do Nordeste, através da geração de maiores oportunidades de
emprego, maior disponibilidade e qualidade dos serviços urbanos municipais e uma melhor
qualidade do meio ambiente”. No estado de Pernambuco, o Programa engloba os
municípios e o Arquipélago de Fernando de Noronha que juntos constituem o chamado Pólo
Costa dos Arrecifes.

m) Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo (Governo do Estado)

320
Objetivo(s): “Promover o desenvolvimento do turismo integrado à conservação ambiental e
à valorização cultural, dinamizando a economia e ampliando a oferta de trabalho para a
população local.”

São componentes do Plano: Estabelecimento, estruturação e desenvolvimento de


zonas turísticas, compostas por municípios que reúnam atrativos naturais, culturais,
equipamentos, serviços e infra-estrutura local e de acesso (segurança, transporte e
comunicações) de expressivo valor efetivo ou potencial; promoção da interiorização do
turismo; consolidação do recife como portão de entrada do nordeste e pólo receptor e
redistribuidor de fluxos turísticos para a região. O plano se caracteriza por sua abrangência
no tocante aos segmentos prioritários estabelecidos, quais são: turismo ecológico, turismo
rural e agroturismo; turismo cultural; turismo religioso; turismo arqueológico e geo-científico;
turismo de compras; e turismo de eventos, feiras e convenções.

n) Sinalização Turística do Pólo da Costa dos Arrecifes

Executores: SETUR/PRODETUR.
Vigência: seis meses
Objetivo: implantar a sinalização (placas informativas para as rodovias e atrativos turísticos)
nos municípios de Sirinhaém, Tamandaré, São José da Coroa Grande, Barreiros e Rio
Formoso, que fazem parte do Pólo da Costa dos Arrecifes.
Justificativa: Para o desenvolvimento da atividade turística, um dos requisitos primordiais é
a sinalização das localidades e de seus atrativos, onde, através dela, o turista consegue se
locomover e conhecer os locais desejados sem necessitar de maiores orientações. Assim o
fluxo para as áreas sinalizadas tem um significativo aumento.
o) Plano de Preservação e Gestão de Vila Velha (Itamaracá)

Executores: SETUR/PRODETUR
Vigência: 7 meses
Objetivo: A SETUR/PRODETUR, pretende executar o plano no período de 7 meses, com
conclusão prevista para maio de 2010, onde irá promover a preservação e a melhoria das
condições ambientais, paisagísticas e urbanísticas do Sítio Histórico de Vila Velha;
Revitalizar, restaurar e conservar o patrimônio ambiental, paisagístico e arquitetônico do
Sítio Histórico; Estabelecer um modelo de gestão compartilhada do Sítio Histórico; Promover
o ordenamento espacial e a preservação da área verde, através da formulação de plano
urbanístico, contemplando os assentamentos existentes; Além de promover a implantação
de infra-estrutura e equipamentos urbanos e atuar no sentido de tornar eficientes e efetivos
os serviços públicos implantados. Todos os objetivos citados será executados em três

321
etapas: Estudo da apropriação urbana e paisagística; Plano de intervenções; Plano de
gestão.

Contudo a SETUR/PRODETUR, através da execução desse Plano, presente


normatizar e regulamentar as ocupações do solo, e demonstrar os possíveis caminhos de
reabilitação da área, desenvolvendo um instrumento de gestão compartilhada do Sítio
Histórico.

p) Projeto Pernambuco conhece Pernambuco

PE conhece PE nasceu de uma ação democrática entre a sociedade e a Secretaria


de Turismo. A idéia, que acabou sendo um consenso, foi explorar as rotas já existentes em
Pernambuco e reconhecidas pela Embratur. Segmentos como ecoturismo, turismo de
negócios, cultural, rural e de aventura, foram destacados pelo programa. Agências e
operadoras de viagens foram envolvidas para reforçar a comercialização das rotas, criando
condições especiais para associados do Pró-Lazer, Sesc, Sesi, Clubes da Melhor Idade,
estudantes e sindicatos.

As rotas são:
- A rota Luiz Gonzaga segue margeando a BR 232, batizada com o nome do porta voz dos
nordestinos. Nela, é possível conviver com os fondues de Gravatá, as matas e trilhas de
Moreno, as festas de Bezerros, a feira de Caruaru e a força da natureza de Brejo da Madre
de Deus.
- A rota engenhos e maracatus. Passando pelos municípios de Paudalho, Carpina,
Tracunhaém, Nazaré da Mata, Vicência, Lagoa do Carro e Itambé, a Rota Engenhos e
Maracatus, nos leva a uma viagem em direção às origens da cultura pernambucana.

- A rota cangaço e lampião. A rota percorre as cidades de Triunfo, Santa Cruz da Baixa
Verde,Serra Talhada, Afogados da Ingazeira, São José do Belmonte e São José do Egito. A
rota do Cangaço e Lampião é um mergulho na mitologia do Nordeste.

- A Rota do Vinho – Vale do São Francisco reúne as potencialidades turísticas dos


municípios de Petrolina, Santa Maria da Boa Vista e Lagoa Grande. No sertão de
Pernambuco, a aridez da caatinga cede espaço para a exuberância da produção agrícola
com uvas que fazem o vinho considerado como um dos melhores do Brasil.

- Rota crença e arte- esta rota explora a mística existente no Agreste e a criatividade
popular. Sendo constituída pelos municípios de Belo Jardim, Pesqueira, Poção, Arcoverde,

322
Buíque, Garanhuns, Bom Conselho e Saloá, a Rota da Crença e da Arte tem as marcas da
fé e da força do povo pernambucano.

- Rota Costa dos Arrecifes -Localizada no litoral sul do Estado de Pernambuco, a rota
costa dos arrecifes passa por cenário deslumbrantes e peculiares. Muito sol, areia branca,
falésias, piscinas naturais e estuários. Engloba os municípios de Sirinhaém, Tamandaré,
São José da Coroa Grande, Barreiros e Rio Formoso.

- Rota Náutica da Coroa do avião- Partindo do Recife, a Rota Náutica Coroa do Avião
segue pelas cidades de Olinda, Paulista, Igarassu, Itapissuma, Itamaracá e Goiana. A rota é
perfeita para a prática de esportes náuticos. Ao longo do percurso é possível organizar
passeios de catamarã ou até alugar um barco, numa das diversas marinas existentes na
região.

- Rota da história e do mar- Passando por algumas das principais pontos de Pernambuco,
como Recife, Olinda, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca e o arquipélago de Fernando de
Noronha, a Rota da História e do Mar traça a origem do povo pernambucano.

- Rota da moda e confecção- O pólo têxtil do Agreste está na base desta rota, que é uma
das mais visitadas de Pernambuco. Impulsionadas pelo forte comércio de vestuário,
Toritama, Taquaritinga do Norte e Santa Cruz do Capibaribe formam a rota.

- Rota Águas da mata sul- Passando pelos municípios de Quipapá, São Benedito do Sul e
Palmares, a Rota Águas da Mata Sul propõe levar o turista a um destino alternativo, mas
não menos atraente. As cidades que constituem essa rota contam com a beleza de matas
intocadas, fauna diversificada e cachoeiras refrescantes.

PE conhece PE é um Programa de ação permanente, afim de fomentar a atividade


turística no Estado de Pernambuco, levando os próprios pernambucanos a explorarem sua
terra, conhecendo novas culturas, climas e paisagens. As cidades pólos receberam
orientações através de oficinas, palestras e visitas técnicas afim de melhor atender ao
turista.

323
5.3.7 Quadro de ameaças relacionadas ao Meio Antrópico.
Quadro 33: AMEAÇAS RELACIONADAS AO MEIO ANTRÓPICO.
MEDIDAS PARA
TIPO/CARACTERIZAÇÃO LOCAIS DE OCORRÊNCIA CAUSAS CONSEQUÊNCIAS
MITIGAÇÃO
• Porção sudeste do município
de Goiana e em Itapissuma. Fortalecer os orgãos de
Mineração em larga Degradação da paisagem,
• Retaguarda das praias de controle e fiscalização
Conflito da mineração com escala de depósitos perda da beleza cênica,
Rio Ambar e São Paulo atuantes na área,
turismo e lazer. arenosos que recobrem a erosão nas encostas e
(Itamaracá). Catuama e especialmente os de
Formação Beberibe. assoreamento dos rios.
Ponta de Pedras (Goiana). âmbito municipal
• Ao este de São Lourenço.
Fortalecer os orgãos de
Apropriação das áreas de uso
controle e fiscalização
público – praias e margens de No Pilar (em Itamaracá), Avanço das construções
Erosão marinha. atuantes na área,
rios – e na obstrução do acesso Catuama, Ponta de Pedras. na faixa de praia.
especialmente os de
do público a esses locais
âmbito municipal.
Ocorrem onde os Fortalecer os orgãos de
Conflito do avanço da expansão Periferia da cidade de remanescentes dessa controle e fiscalização
Aumento da degradação
urbana sobre mangue e áreas Itapissuma e na margem da cobertura situam-se na atuantes na área,
ambiental.
alagadas/alagáveis. lagoa de Catuama. periferia ou no interior especialmente os de
das áreas urbanas. âmbito municipal.
Ocorrem onde os Fortalecer os orgãos de
remanescentes dessa controle e fiscalização
Conflito da ocupação urbana Reserva Ecológica Lanço dos A devastação da cobertura
cobertura situam-se na atuantes na área,
com a Mata Atlântica Cações, em Itamaracá. florestal.
periferia ou no interior especialmente os de
das áreas urbanas. âmbito municipal
Ocorre na área destinada ao
Fortalecer os orgãos de
Distrito Industrial de Goiana,
controle e fiscalização
Conflito da agricultura com o uso atualmente utilizada pelos Ocupação espontânea e Compromete a função
atuantes na área,
industrial, no Litoral Norte moradores da Invasão Frei desordenada. originalmente prevista.
especialmente os de
Damião para cultivo de lavoura
âmbito municipal.
de subsistência.
Conflito da Agricultura com os Cana-de-açúcar/policultura Ocorrem nas cidades, Ocupação dos espaços Fortalecer os orgãos de
usos urbanos ou industriais (Goiana), coco (Itapissuma). vilas e povoados que têm destinados a circulação. controle e fiscalização

324
sua expansão impedida Ocupação desordenada do atuantes na área,
ou dificultada pela solo e degradação dos especialmente os de
exploração do solo. recursos ambientais. âmbito municipal
• Alto percentual de • - Fortalecer os orgãos
domicílios com • - Poluição dos corpos de controle e
saneamento d’água fiscalização atuantes
inadequado (número na área,
• - Aumento das ocorrências
Em todos os municípios que elevado de domicílios especialmente os de
de doenças por
Esgotos despejados in natura no fazem parte da APA e com fossas âmbito municipal
contaminação hídrica
rio e no mar especialmente na Ilha de rudimentares / negras) • - Melhorar e ampliar a
• - Diminuição da
Itamaracá • Dejetos de oficinas, infraestrutrura voltada
biodiversidade
pocilga e similares a coleta, tratamento do
jogados, sem • - Água de fossa a céu esgoto sanitário,
tratamento adequado, aberto especialmente o
no rio e no mar. doméstico
Mais intensos nas áreas de
predominância de cana-de-
açúcar, coco, policultura,
granjas e chácaras. Uma das
A medida em que é - Fortalecer os orgãos
Conflito do uso agrícola e áreas de concentração desses
reduzido o tamanho dos de controle e
agropecuário com conflitos é o centro-oriental do A devastação da cobertura
estabelecimentos rurais e fiscalização atuantes na
remanescentes da Mata município de Goiana. Entre os florestal.
o baixo potencial agrícola área, especialmente os
Atlântica. remanescentes de mata mais
dos solos. de âmbito municipal.
extensos e melhor
conservados do Litoral Norte
está a mata da Companhia
Agroindustrial de Goiana.
Exploração turística inadequada. Canal de Santa Cruz e no • Exploração predatória • - Aumento da degradação • Fortalecer os orgãos
Conflito de turismo e lazer com a trecho final do estuário dos rios da paisagem e dos ambiental. de controle e
pesca artesanal. Itapessoca e Timbó. recursos naturais. • -Destróem apetrechos de fiscalização atuantes
• Baixa conscientização pesca, afugentam o peixe, na área,
ambiental da população põem em risca a vida dos especialmente os de
residente e visitante. pescadores e o equilíbrio âmbito municipal.
• Exagerado uso de do ecossistema. • Promover ações
barcos movidos a motor • - Machucam e estressam o continuadas de

325
em áreas onde vive o educação ambiental
peixe boi e considerada voltadas aos grupos
como berçário. populacionais
• Excesso de turista específicos –
ultrapassando as trabalhadores do setor
condições de infra- peixe boi. turístico e dos turistas
estrutura. • Criar mecanismos
• Lanchas que circulam para evitar
em alta velocidade embarcações movidas
prejudicando a pesca a motor nos locais do
artesanal. peixe boi.
• Aumento da degradação
• Licenciamento
ambiental
ambiental e
• Ocupação desordenada • Diminuição da
/ irregular • Fiscalização das áreas
Alteração / mutilição da biodiversidade
degradadas para
paisagem natural (antropização • Desmatamento • Erosão acentuada das
produção de material
predatória / acelerada) • Extrativismo (mineração encostas degradadas
para construção
e outros). • Assoreamento dos rios e
• Recuperação das
canais adjacentes as áreas
áreas degradadas
de extração.
• - Pesca predatória (com • - Fortalecer os orgãos
redinha e outros de controle e
artefatos inadequados) fiscalização atuantes
• - Baixa consciência na área,
ambiental por parte dos especialmente os de
pescadores e âmbito municipal
Aqüicultura artesanal predatória
população ribeirinha
- Diminuição da • - Promover ações
e a carcinicultura.
Nos municípios da APA. • -Corte/aterro de biodiversidade continuadas de
mangue. educação ambiental
• -Lançamento nos voltadas aos grupos
corpos de água de populacionais
resíduos susceptíveis específicos –
de causarem trabalhadores do setor
desequilíbrio do turístico, pescadores e
ambiente. população ribeirinha

326
• - Instalação / ampliação
- Fortalecer os órgãos
de viveiros - Desequilíbrio e
de controle e
Corte/aterro de mangue (carcinicultura) comprometimento do
fiscalização atuantes na
• - Implantação de vias ambiente estuarino
área.
de acesso
• Fortalecer os órgãos
de controle e
fiscalização atuantes
na área.
• Promover ações
continuadas de
• Ausência de ações
educação ambiental
continuadas de
Degradação do patrimônio Perda do patrimônio com ênfase sobre
conservação.
histórico, cultural, arqueológico e histórico, cultural, grupos populacionais
paisagístico • Uso predatório dos arqueológico e paisagístico específicos.
recursos culturais e
• Implementar ações de
paisagísticos.
conservação integrada
e de planejamento
interpretativo do
patrimônio histórico,
cultural, arqueológico
e paisagístico.
Fonte: Menelau; Vila Nova & Falcão, 12/2009.

327
6. POTENCIALIDADES DA APA DE SANTA CRUZ

RECURSO/ ATRIBUTO POTENCIALIDADES NATURAIS E


LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS LIMITAÇÕES / RESTRIÇÕES
ESPACIAL CULTURAIS
As áreas com predominância de baixa As áreas com baixa declividade têm
declividade, no litoral Norte, apresentam-se As áreas com baixa declividade
potencial para:
com maior extensão na planície costeira e a possuem as seguintes restrições:
sua retaguarda (nos terrenos da formação Uso urbano;
Beberibe). Disposição de lixo e outros resíduos
Tais áreas ocorrem ora em terrenos arenosos sem tratamento;
Uso industrial;
(terraços marinhos e modelados suave da
Formação Beberibe) ora em terrenos areno Uso de agrotóxico e outros produtos
Uso agrícola com mecanização;
argilosos e argilosos (terraços fluviais e porção que possam contaminar o solo, o
PREDOMINÂNCIA inferior das vertentes dos tabuleiros). lençol freático e os mananciais de
Granjas e chácaras;
DE BAIXA Sendo particularmente favoráveis à ocupação superfície dessas áreas e de
DECLIVIDADE (>15%) antrópica, as áreas com baixa declividade áreas adjacentes.
Extração de areia, calcário e fosfato
encontram-se, na quase totalidade,
(licenciada e com recuperação
urbanizadas, ocupadas com granjas e Restrições de ordem legal:
das áreas degradadas);
chácaras, exploradas com cana-de-açúcar e
outras culturas. Área de Proteção dos Mananciais
Recentemente, no entanto, algumas áreas de Turismo. O potencial para essa
(áreas de baixa declividade
baixa declividade vêm sendo utilizadas para atividade, nas áreas em apreço,
situadas a oeste da BR-101, em
instalação de grandes projetos de está constituído por sítios
municípios da RMR) criada pela
carcinicultura, a exemplo da Maricultura históricos, com destaque para:
Lei Estadual nº 9860/86.
Netuno, no município de ltapissuma e da sedes de engenhos e fazendas.
Atapuz Aqüicultura, no município de Goiana.

328
RECURSO/ ATRIBUTO POTENCIALIDADES NATURAIS E
LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS LIMITAÇÕES / RESTRIÇÕES
ESPACIAL CULTURAIS
Essas áreas apresentam restrições
para:

As áreas com média declividade Uso urbano e instalação de indústria


podem ser utilizadas para: (sem estudo prévio e sem adoção
de medidas de proteção do solo
Cultivos permanentes e cultivos contra erosão);
Esta faixa de declividade tem maior expressão temporários de ciclo longo;
em ltamaracá, onde secunda, em extensão, as silvicultura; Culturas de ciclo curto;
baixas declividades. As áreas com média
declividade situam-se em geral na porção Pastagem; Mecanização agrícola;
PREDOMINÂNCIA superior de algumas vertentes onde
DE MÉDIA predominam sedimentos da Formação Turismo. O potencial turístico dessas Extração mineral;
DECLIVIDADE (15 A 30%) Barreiras. Em Itamaracá as áreas apresentam- áreas, inclui belezas cênicas
se parcialmente recobertas por Vegetação em propiciadas pelo manguezal do Disposição de lixo e outros resíduos.
recomposição (capoeira alta) e/ou por matas estuário do rio Itapessoca
integrantes das unidades de conservação, ali, (Goiana) e do Canal de Santa Restrições de ordem legal:
localizadas. Cruz (Goiana, ltamaracá e
Itapissuma),nos trechos Área de Proteção dos Mananciais
localizados no sopé de algumas
encostas com média declividade. (áreas de média declividade situadas
a oeste da BR-101, em municípios
da RMR) criada pela lei Estadual
nº 9 860/86;

RECURSO/ ATRIBUTO LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS POTENCIALIDADES NATURAIS E LIMITAÇÕES / RESTRIÇÕES

329
ESPACIAL CULTURAIS
Os topos planos têm restrições a:

Os topos planos têm potencial para: Agricultura e pecuária praticadas


sem manejo adequado;
Agricultura e pecuária praticada em
Os topos planos estão mais concentrados no sistema de manejo desenvolvido Disposição de lixo e outros resíduos;
município de Goiana (onde constituem (com correção de solo, melhoria
divisores de água entre o rio Goiana e os rios da fertilidade natural, irrigação, Uso de agrotóxicos e outros
Itapirema e Itapessoca). Correspondem à mecanização, etc.); produtos com nível de toxidade
superfície dos tabuleiros (Formação Barreiras) alto.
e apresentam altitudes que variam de 40-70 Granjas e chácaras;
metros, nas vizinhanças da planície costeira, Restrições de ordem legal:
TOPOS PLANOS até pouco mais de 170 metros, na Uso urbano;
extremidade oeste da área. Possuem solos, Área de Proteção dos Mananciais
em geral, arenosos e profundos, na maior Uso industrial; (topos planos situados a oeste da
parte utilizados com cana-de-açúcar. Nas BR- 101, em municípios da RMR)
porções sul e sul-ocidental da área são Implantação de rodovias e ferrovias; criada pela Lei Estadual n2 9
ocupados com mata, vegetação em 860/86.
recomposição, policultura e granjas. Turismo. O potencial turístico dessas
áreas está constituído, Áreas de Interesse Especial (Áreas
principalmente, por sítios de Preservação dos Sítios
históricos. Históricos) previstas na Lei Estadual
nº 9 990/87 e delimitadas pela
FIDEM no PPSH e no PPSHI.

RECURSO/ ATRIBUTO POTENCIALIDADES NATURAIS E


LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS LIMITAÇÕES / RESTRIÇÕES
ESPACIAL CULTURAIS

330
A área de afloramento da Formação
Beberibe possui as seguintes
restrições:

A área de afloramento da Formação Exploração, sem controle, do


Beberibe, em sua porção não aqüífero;
urbanizada, tem potencial para:
Aterro sanitário ou outra forma de
Exploração de água subterrânea disposição de lixo e outros
para abastecimento público; resíduos; uso de agrotóxico e
outros produtos que possam
A área de afloramento da Formação Beberibe
contaminar o aqüífero dessa
localiza-se, principalmente, na retaguarda Extração de areia (licenciada e
formação;
ocidental do estuário dos rios ltapessoca, com recuperação das áreas
Botafogo-Arataca e do Canal de Santa Cruz. degradadas); Adensamento da ocupação nas áreas
AFLORAMENTO DA Apresenta se como uma faixa contínua com de expansão urbana, a ponto de
FORMAÇÃO cerca de 25 km de extensão e 4,5 km de Matas ciliares; comprometer a recarga e
BEBERIBE largura que se estende da porção sudeste do contaminar o aqüífero.
município de Goiana até o limite meridional do Culturas permanentes (coco,
Restrições de ordem legal:
município de Igarassu. 39,4% da superfície caju, entre outras) e temporárias;
do município de Itapissuma está integrada à A proteção dos mananciais
área de afloramento da Formação Beberibe. Silvicultura; subterrâneos prevista nas leis
estaduais nº 11 426/97 (Política
Turismo, tendo como principais Estadual de Recursos Hídricos) e
atrativos: os sítios históricos e 11427/97 (Proteção e conservação
pelas belezas cênicas oferecidas das águas subterrâneas).
pelos estuários.
Áreas de Interesse Especial (Áreas de
Preservação dos Sítios históricos)
previstas na Lei Estadual nº 9 990/87
e delimitadas pela FIDEM no PPSH e
no PPSHI.

331
7. EQUIPE TÉCNICA

Coordenação:
Mário Roberto Bezerra Cavalcanti
Roberto Gilson Campos Filho
Ana Tres Cruz
Ana Paula Gomes
Adolfo Botelho

Meio Físico:
Mauro Carneiro dos Santos
Marcílio Pacheco
Clénio Torres Filho
Isabela Araujo

Meio Biótico:
Severino Mendes de Azevedo Junior
Elcida de Lima Araújo

Equipe de Apoio:
Elba Maria Nogueira Ferraz
Milena Sardou Sabino Pinho
Edson Leal

Meio Antrópico:
Vera Lúcia Menelau de Mesquita
Ana Maria Vila Nova Maia
Simone Falcão

Mapeamento e Georreferenciamento:
Edvaldo Câmara dos Santos

Contexto Jurídico:
Jean Noel de Melo Rocha

Metodologia do Zoneamento
Poema Souza

Equipe de Apoio:
Roberto Salomão do Amaral
Viviane Castro

332
8. REFERENCIAS
A.P.H.A./A.W.W.A./W.E.F. 1995. Standard methods for the examination of water and wastewater.
19ª ed., Washington: A. P. H. A.
ABLE, K. W.; FAHAY, M. P. The first year in the life of Estuarine fishes in the Middle Atlantic Bight.
Rutgers University Press. New brunsnick, New Jersey. 1998. 342p.
ACIOLI, F. D. 1995. Composição da ictiofauna na área de Itamaracá (Itapissuma-PE). Recife,
Universidade Federal Rural de Pernambuco – Departamento de Pesca, 59p. (Monografia).
ALEIXO, A. & VIELLIARD, J. M. E. Composição e dinâmica da avifauna da Mata de Santa Genebra,
Campinas, São Paulo, Brasil. Rev. Bras. Biol., 1995. v.12, n. 3, p. 493-511.
ALESTAM, T. (1990) Bird Migration. Cambridge University Press, Cambridge,UK.
ALMEIDA, Z. S. VASCONCELOS FILHO, A. L., 1997. Contribuição ao conhecimento de peixes
Pleuronectiformes da área de Itamaracá – PE (Brasil). Trab. Oceanogr. Univ. Fed. PE, Recife,
25: 69-82.

ALMEIDA, Z. S.; ACIOLI, F. D.; VASCONCELOS FILHO, A. DE L. 1998. Levantamento da ictiofauna


na área de Itapissuma (Itamaracá-PE). Pesq. Foco, São Luís, n. 7, p.79-107, jan/jun.
AMORIM, F. O. (2009)Diversidade e distribuição espacial e temporal da Anurofauna (Amphibia,
Anura) em fragmento de Mata Atllântica de Igarassu, Pernambuco. Dissertação de Mestrado.
Universidade Federal de Pernambuco. 75p.
ANAGNOSTIDIS, K.; KOMÁREK, J. 1988. Modern approach to the classification system of
Cyanophyta, 3: Oscillatoriales. Algological Studies, v. 80, n.1/4, p. 327-472.
ANAGNOSTIDIS, K.; KOMÁREK, J. 1990. Modern approach to the classification system of
Cyanophyta, 5: Stigonematales. Algological Studies, n.59, p. 1-73.
ANDRADE, G. T.C; PASSAVANTE, J. Z. O; MUNIZ, K. Comunidade fitoplanctônica do estuário
do rio Maracaípe (IPOJUCA, PERNAMBUCO). Departamento de Oceanografia da UFPE.
18p.
ANDRADE, L. C. S.. Pesca Artesanal e sua Relevância no Monitoramento da Ictiofauna do
Manguezal do Rio Formoso, Pernambuco – Brasil. In: Mangrove 2000, sustainable use of
estuaries and mangrove: challenges and prospects. 2000. Recife. Anais... Recife, 2000.
1CD.
ANDRADE-LIMA, D. 1961. Estudos Fitogeográficos de Pernambuco. Instituto de Pesquisa
Agropecuária de Pernambuco 2: 305-311.
ANDRADE-LIMA, D. 1961. Tipos de Florestas de Pernambuco. Anais da Associação dos
Geógrafos Brasileiros 12: 68-86.
ANTAS, P. T. Z (1984) Migration of neartic shorebirds (Charadriidae and Scolopacidae) in Brazil -
flywas and their different seasonal use. Wader Study Group Bulletin., 39:52-56
ANTAS, P. T. Z (1991) Status and conservation of seabirds breeding in brazilian waters. ICPB
Technical Publications. 11:141-158.
APHA, AWWA, WPCF. Standard methods for the examination of water and wastewater. 16º ed.
Washington, D.C. 1268p. 1985.

333
ARAÚJO, E.L.; FERRAZ, E.M.N. 2006. Caracterização florística e estrutural de trechos de
vegetação a ser suprimida na BR-101, Goiana-PE. CETRAN-DNIT. 35p.
ARAUJO, I.M.S.; EL-DEIR. A.C.A.; MEDEIROS, T.N. and SEVERI, W.. 2003, Estrutura da
comunidade de peixes do estuário do rio Jaguaribe, Itamaracá- Pernambuco. XV Encontro
Brasileiro de Ictiologia. Resumos. São Paulo- SP. p.- 187
ARGEL-DE-OLIVEIRA, M. M. Publicar ou não publicar? Listas de espécies são necessárias? Bol.
CEO, 1993. v.13, p. 9-23.
AZEVEDO JÚNIOR, S. M. de (1997) Colonização da garça-boiera- Bubulcus íbis em Pernambuco,
Brasil. AIRO. Lisboa, 8(1/2): 48-50.
AZEVEDO JÚNIOR, S. M. de 1998. As aves do canal de Santa Cruz, Pernambuco, Brasil. Caderno
Ômega da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Série Biologia 5: 35-50.
AZEVEDO JÚNIOR, S.M, M.M. Dias Filho, M.E.L. Larrazábal e C.J.G. Fernandes. 2002. Capacidade
de vôo de quatro espécies de Charadriiformes (Aves) capturadas em Pernambuco, Brasil.
Revista Brasileira de Zoologia 19: 183-189.
AZEVEDO JÚNIOR, S.M. E M.E. LARRAZÁBAL 2002. Migração de aves em Pernambuco. v. 2. Em:
M. Tabarelli e J.M.C. Silva (eds.). Diagnóstico da Biodiversidade de Pernambuco. pp. 623-
630. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, Editora Massangana, Recife.
AZEVEDO JÚNIOR, S.M. E M.E. LARRAZÁBAL. 2000. Aves: Biologia, Ecologia e Movimentação.
Em: H.M. Barros, E. Eskinazi-Leça, S.J. Macedo e T. Lima (eds.) Gerenciamento
participativo. pp.155-162. Editora Universitária da UFPE, Recife, Brasil.
AZEVEDO JÚNIOR, S.M. E M.E. LARRAZÁBAL. 1994. Censo de aves limícolas na Coroa do Avião,
Pernambuco, Brasil, informações de 1991 a 1992. Revista Nordestina de Zoologia 1: 236-
277.
AZEVEDO JÚNIOR, S.M. E M.E. LARRAZÁBAL. 1999. Captura e anilhamento de Calidris pusilla
(Scolopacidae) na costa de Pernambuco. Ararajuba 7: 63-69.
AZEVEDO JÚNIOR, S.M., M.M. Dias, M.E. Larrazábal, W.R. Telino Júnior, R.M. Lyra-Neves e C.J.G.
Fernandes. 2001. Recapturas e recuperações de aves migratórias no litoral de Pernambuco,
Brasil. Ararajuba 9: 33-42.
AZEVEDO, S. B. E GUEDES, D.S. 1972 Estudo ecológico da região de Itamaracá, Pernambuco,
Brasil. Novas ocorrências de peixes. Trabalhos Oceanográficos Universidade Federal de
Pernambuco. Recife, n.15, p.331-342.
BALECH, E. Los Dinoflagelados dell Atlântico Sudoccidental. Publicaciones Especiales Instituto
Español de Oceanografia, Madri: Ministério da Agricultura y Alimentación, 1988, p. 310.
(Publicaciones Especiales).
BARBOSA, M. R. V. 1996. Estudo florístico e fitossociológico da mata do buraquinho,
remanescente de Mata Atlântica em João Pessoa-PB. Campinas: Universidade Estadual de
Campinas, 135p. Tese (Doutorado).
BARLETTA, M.; CORRÊA, M.F.M. 1992. Guia para identificação de peixes da costa do Brasil.
UFPR. Curitiba, PR. 131p.

334
BARLETTA-BERGAN, A.; BARLETTA, M. and SAINT PAUL, U. 2002. Community structure and
temporal variability of ichthyoplankton in North Brazilian mangrove creeks, Journal of Fish
Biology 60 (Supplement A), pp. 000–000.
BELLA, S. D. & AZEVEDO JÚNIOR, S. M. de. Considerações sobre a ocorrência da Garça-vaqueira,
Bubulcus íbis (Linnaeus) (Aves:Ardeidae) em Pernambuco, Brasil. Revista Brasileira de
Zoologia. Curitiba, 21(1):57-63.
BLABER, S. J. M. 2000. Tropical estuarine fishes: ecology, exploitation and conservation.
Queensland, Australia Blackwell Science, 372p.
BOLTOVSKOY, D. Atlas del zooplancton del Atlántico Sudoccidental y métodos de trabajos con el
zooplancton marino. Mar del Plata: INIDEP, 1981,936 p.
BOLTOVSKOY, D. South Atlantic Zooplankton. Leiden: Backhuys Publishers, 2v, 1999,1706p.
Boubée, 1972. 3 v. v. 1: Lês algues Vertes.
BOURRELLY, P. Les algues d´eau douce. Paris: Editions Boubée, 1971.
BOURRELLY, P. Lês algues d’eau douce: Inition á la sistématique. Paris: N.
BOURRELY, P. Les algues d’eau douce. Initiation à la systématique. Tome I: Les algues vertes.
Paris: Ed. N. Boubée, 1966, 572 p.
BOURRELY, P. Les algues d’eau douce. Initiation à la systématique. Tome II: Chrysophycées,
Xanthophycées et Diatomées. Paris: Ed. N. Boubée, 1968,517 p.
BOURRELY, P. Les algues d’eau douce. Initiation à la systématique. Tome III: les algues bues et
rouges, les Eugléniens, Peridiniens et Chryptomonadiens. Paris: Ed. N. Boubée, 1970,512
p.
BRAGA, R. A. P. Caracterização das Zonas Estuarinas de Pernambuco. In: SEMINÁRIO
INTERNACIONAL, PERSPECTIVAS E IMPLICAÇÕES DA CARCINICULTURA ESTUÁRINA
DE ESTADO DE PERNAMBUCO, 1, 2000, Recife. Anais... Editora Bagaço, Recife, 2000,
p.13-20.
BRASIL. Ministério das Minas e Energia. RADAMBRASIL. Geologia, geomorfologia, pedologia,
vegetação e uso potencial da terra. Folhas SC. 24/25 –Aracaju/Recife. Rio de Janeiro, v.30,
852p. 1981b.
BRASIL. Ministério das Minas e Energia. RADAMBRASIL. Geologia, geomorfologia, pedologia,
vegetação e uso potencial da terra. Folha SD. 24 – Salvador. Rio de Janeiro, v.24, 620p.
1983.
BRASIL. Ministério das Minas e Energia. RADAMBRASIL. Geologia, geomorfologia, pedologia,
vegetação e uso potencial da terra. Folhas SB. 24/25 – Jaguaribe/Natal. Rio de Janeiro,
v.23, 740p. 1981a.
BRITO, D. 2004. Lack of adequate taxonomic knowledge may hinder endemic mammal conservation
in the Brasilian Atlantic Forest. Biodiversity and Conservation 13: 2135-2144.
BROWN, K.S.JR., BROWN, G.G. 1992. Habitat alteration and species loss in Brazilian forests. In:
Tropical Deforestation and Species Extinction (Eds. Whitmore, T.C. & Sayer, J.A.), Chapman
& Hall, London. 119-142.

335
BUCKLEY, P. A., M. S. FOSTER, E. S. MORTON, R. S. RIDGELY AND F. G. Buckley (1985)
Neotropical Ornithology. Washigton. The American Ornithologists Union. 1041p.
CÂMARA, I. G. 1992. Plano de Ação para a Mata Atlântica. Editora Interação. São Paulo, Brasil.
296p.
CARVALHO JR., O. & LUZ, N.C. 2008. Pegadas: série Boas Práticas, v.3. Belém-PA: EDUFPA.
64p.
CASTRO, M. F. 2005. Abundância, Distribuição E Desenvolvimento das Fases Iniciais de Peixes no
Estuário do Rio Formoso, Pernambuco - Brasil. Dissertação de Mestrado. Universidade
Federal Rural De Pernambuco - Programa de Pós-Graduação em Recursos Pesqueiros e
Aqüicultura. 72p.
CAVALCANTI, M. S. 1985. Aspectos da vegetação da Mata do Jardim Botânico do Curado.
Recife: Universidade Federal Rural de Pernambuco, 66p. Monografia (Bacharelado em
Ciências Biológicas).
CHAVES, P. and BOUCHEREAU J. Use of mangrove habitat for reproductive activity by the fish
assemblage in the Guaratuba Bay, Brazil. OCEANOLOGICA ACTA, vol. 23 – n° 3. 1999.
CHIARELLO, A.G. et al. 2008. Mamíferos ameaçados de extinção no Brasil. In: Machado, A.B.M.;
Drummond, G.M. & Paglia, A. P. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de
Extinção. MMA. Volume 2. p.1-203.
CHRETIÉNNOT-DINNET, M. J.; BILARD, C.; SOURNIA, A. Chlorarachniophycées, Chlorophycées,
Chrysophycées, Chryptophycées, Euglénophycées, Eustigmatophycées, Prasinophycées,
Prymnesiophycées, Rhodophycées et Tribophycées. In:SOURNIA, A. (Dir.). Atlas du
phytoplankton marin. Paris: Editions du Centre National Recherche Scientifique, 1990. v. 3,
261 p.
CIMA, 1991. Relatório da comissão internacional sobre o desenvolvimento e meio ambiente. Brasília.
CLEVE-EULER, A. Die Diatomeen von Schweden und Finnland. Stockholm: Almqvist & Wiksells,
1951. 163 p. (Kungl. Svenska vetenskapsademiens handlingar. 4 ser., v.2, n.1).
CLEVE-EULER, A. Die Diatomeen von Schweden und Finnland. Stockholm: Almqvist & Wiksells,
1952. 153 p. (Kungl. Svenska vetenskapsademiens handlingar. 4 ser., v.3, n.3).
CLEVE-EULER, A. Die Diatomeen von Schweden und Finnland. Stockholm: Almqvist & Wiksells,
1953a. 158p. (Kungl. Svenska vetenskapsademiens handlingar. 4 ser., v.4, n.1).
CLEVE-EULER, A. Die Diatomeen von Schweden und Finnland. Stockholm: Almqvist & Wiksells,
1953b. 255 p. (Kungl. Svenska vetenskapsademiens handlingar. 4 ser., v. 4, n. 5).
CLEVE-EULER, A. Die Diatomeen von Schweden und Finnland. Stockholm: Almqvist & Wiksells,
1955. 232 p. (Kungl. Svenska vetenskapsademiens handlingar. 4 ser., v. 3, n. 3).
CONDEPE. Rio Formoso. Monografias Municipais, Recife, v. 2, 173p. 1992.
CORDEIRO, P. H. C. (2003) Análise dos padrões de distribuição geográfica das aves de Mata Atlântica e
a importância do corredor da Serra do Mar e do corredor central para a conservação da
biodiversidade brasileira. Instituto de Estudos Sócio-ambietal do Sul da Bahia. 20p
CUPP, E. D. Marine plankton diatoms of the west coast of North America. Bulletin of the Institution
of Oceanography, La Jolla, v. 5, p. 1-237, 1943.

336
DAY JR, J. W.; HALL, C.A.J.;KEMP,W.M.;YÁÑEZ-ARANCIBIA, A.1989. Zooplankton, the Drifting
Consumers. In: Estuarine Ecology. Willey-Interscience Publication. Cap. 8, p. 311-337.

DESIKACHARY, T.V. Cyanophyta. New Delhi: Indian Council of Agricultural Reserch, 1959. 686 p.
(I.C.A.R.. Monographis on algae).
DEUS, M.S.M. 2000. Organização arquitetural de três bosques de manguezal do litoral do Piauí.
Dissertação de Mestrado. Universidade Federal Rural de Pernambuco. 56p.
DEXTER, D. M. Community structure of intertidal sandy beaches, p. 461-472, in McLachlan, A. &
Erasmus, T (eds.), Sandy beaches as ecosystems. Dr. W. Junk Publ., The Hague, 1983.
DODD, JR., C. K. (1993) Strategies for snake conservation. In: Richard A. Seigel & Joseph T.Collins
(eds.) Snakes: Ecology and behavior. Mcgraw-Hill, Inc, 1993.
DODGE, J. D. Marine dinoflagellates of Bristish Isles. London: Her Majesty’s Stationary Office,
1982. 303 p.
DOMÍNGUEZ, E. FERNÁNDEZ, H. R. (eds). Guia para la determinación de los artrópodos
bentónicos sudamericanos. Universidad Nacional de Tucumán. Facultad de Ciencias
Naturales e Instituto M. Lillo. Argentina. 2001, 282p.
EKAU, W.; WESTHAUS-EKAU,.P.;DORRIEN, C.V. 2001. The larval fish of the “Canal de Santa Cruz”
estuary in Northeast Brazil. Tropical oceanography, Recife: v.29, n.2, p. 117-128.
EL-DEIR, A. C. A. 2005. Ecologia das formas iniciais de peixes e aspectos ambientais do estuário do
rio Jaguaribe, Itamaracá, Pernambuco. Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Ciências Biológicas da Universidade Federal da Paraíba. 90 p.
EL-DEIR, A. C. A.. Ecologia das formas iniciais de peixes e aspectos ambientais do estuário do rio
Jaguaribe - Itamaracá – Pernambuco. Relatório apresentado ao Programa de Pós-
graduação ao DSE- UFPB. 62p. 2003.
EMMONS, L.H. E FEER, F. (1999) Mamíferos de los bosques húmedos de América tropical: una guía
de campo. Editorial F.A.N. Santa Cruz de la Sierra, Bolívia. 298p.
ESKINAZI, A. M., 1972. Peixes do Canal de Santa Cruz – Pernambuco – Brasil. Trab. Oceanogr.
Univ. Fed. PE, Recife. 13: 283-302.
ESKINAZI-LEÇA, E.; KOENING, M.L.; SILVA-CUNHA, M. G. G.; 2000. O fitoplancton:
Estrutura e Produtividade. In. Gerenciamento participativo de estuários e
manguezais. Editora Universitária. 2000. 252p.
ESKINAZI-LEÇA, E.; MACEDO,S.J.;PASSAVANTE, J.Z.O. 1980ª. Estudo ecológico da área de
Itamaracá (Pernambuco-Brasil).V. Composição e distribuição do microfitoplancton no Canal de
Santa Cruz. Trab. Oceanog. Univ. Fed. De Pernambuco, v. 15, p. 185-262.
ESKINAZI-LEÇA, E.; PASSAVANTE, J.Z.O.; BARROS-FRANÇA, L. M. 1980b. Composição do
microfitoplancton no estuário do rio Igarassú-PE. Bol. Inst. Oceanog. Univ. São Paulo, v. 29,
p. 163-167.
FAHAY, M. P.. Guide to the early stages of marine fishes occurring in the Western North Atlantic
Ocean, Capes Hattera to the Southern Scotial Shelf. J. Northw. Atl. Fish Sci., vol. 4.
1983,419p.

337
FERRAZ, E.M.N. 2002. Estudos e fitossociológico de um remanescente de Floresta
ombrófila montana em Pernambuco, nordeste do Brasil. Tese de doutorado.
Universidade Federal Rural de Pernambuco. Recife. 147p.
FERRAZ, E.M.N.; SILVA, S.I.; ARAÚJO, E.L.; MELO, A.L. 2002. Espécies lenhosas de interesse
econômico na Mata Atlântica de Pernambuco: Distribuição e relação entre formas de uso e
abundância das populações. Pp 589-696 In: Tabareli, M.; Silva, J.M.C. Diagnóstico da
Biodiversidade de Pernambuco. V.2 Recife.
FERREIRA, N. J. S. 1997. Copepoda planctônicos da parte Sul do Canal de Santa Cruz (Itamaracá,
PE – Brasil), Recife. Monografia de Graduação. Universidade Federal Rural de Pernambuco,
Departamento de Biologia, 73p.
FIGUEIREDO, J. A.; MUNIZ, K.; MACÊDO, S. J.; MONTES, M.J.F.; FEITOSA, F.A.N. Hidrologia E
Biomassa Fitoplanctônica Nas Barras Orange E Catuama (Canal De Santa Cruz), Em
Itamaracá-Pe: Variação Nictemeral. Arq. Ciên. Mar, Fortaleza, 2006, 39: 5 – 17
FIGUEIREDO, J. L & MENEZES, N.A. Manual de Peixes Marinhos do Sudeste do Brasil. II. Teleostei
(1). São Paulo, Museu de Zoologia, Univ. São Paulo, 1978,110p.
FIGUEIREDO, J. L. & MENEZES, N.A Manual de Peixes Marinhos do Sudeste do Brasil. VI.
Teleostei (5). São Paulo, Museu de Zoologia, Univ. São Paulo, 2000,116p.
FIGUEIREDO, J. L. & MENEZES, N.A. Manual de Peixes Marinhos do Sudeste do Brasil. II.
Teleostei (2). São Paulo, Museu de Zoologia, Univ. São Paulo, 1980,90p.
FISCHER, W. 1978. FAO species identification sheets for fishery purposes. Marine Resources
Service Fishery Resources and Enviromental Division. FAO Fisheries Departament: vol I,
II, II, IV, V, Roma.
FONSECA, G.A.B., ROBINSON, J.G. 1994. Forest size and structure: competitive and predatory
effects on small mammal communities. Biol. Conserv. 53, 265-294.
GEITLER, L. Cyanophyceae. Akademische Verlagsgesllschaft. m.b.h., Leipzig, 1932,1196p.
GONZÁLEZ, O. M., A. E. J. D. CARO, et al. (1999). Conducción zootécnica del Tupinambis teguixin y
análisis económica de la actividad. Archivos de Zootecnia 48(183): 343-346.
GOVERNO DE PERNAMBUCO Economia de Pernambuco: uma contribuição para o futuro - Macro-
Futuros da Economia de Pernambuco. IAUPE / SEPLAN, 2006.
GOVERNO DE PERNAMBUCO. CPRH. Diagnóstico socioambiental do litoral norte de Pernambuco.
Recife: Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, 2003.
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO . CPRH. Diagnóstico sócio-ambiental – Litoral sul de
Pernambuco. Hidrografia. PUBLICAÇÕES CPRH / MMA - PNMA II 1ª EDIÇÃO 2009.
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO 2000. Diagnóstico das Reservas Ecológicas:
Região Metropolitana do Recife. Editora Universitária. 79p. Recife.
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA
AGROPECUÁRIA. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro
de Classificação de Solos. Brasília, 1999. 412p.
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA
AGROPECUÁRIA. EMBRAPA./. Zoneamento Agroecológico de Pernambuco – ZAPE.

338
Embrapa Solos-UEP Recife/Governo de Estado de Pernambuco - Secretaria de Produção
Rural e Reforma Agrária. 2001. CD ROM (Embrapa Solos. Documentos; nº 35)
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO SECRETARIA DE CIÊNCIA TECNOLOGIA E MEIO
AMBIENTE - SECTMA Atlas de bacias hidrográficas de Pernambuco –/2006.

GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO SECRETARIA DE RECURSOS HÍDRICOS - SRH


Diagnóstico dos Recursos Hídricos da Bacia do Rio Goiana e dos grupos de Bacias de
Pequenos rios Litorâneos GL-1 e GL-6 –.2001.
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO. CPRH/UFPE-LGGM. Diagnóstico Preliminar Sócio-
Ambiental do Litoral Sul de Pernambuco. Recife: CPRH/GERCO, 2001.
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO. SECRETARIA DE CIÊNCIA TECNOLOGIA E MEIO
AMBIENTE.– SECTMA Plano estadual de recursos hídricos –/1998.

GREENHALL, A. M., U. SCHIMIDT & G. JOERMANN. 1984. Diphylla ecaudata. Mammalian Species,
Washington, 227: 1-3, 4 figs
GUEDES, D. S.; VASCONCELOS FILHO, A. L.; MACEDO, R. M.2005. Ictiofauna do infralitoral
adjacente às margens do Canal de Santa Cruz-Itapissuma-PE. Bol. Tec. Cientif. (CEPENE).
Recife v.13, n 2, 65 -7-5.

GUERRA, D. Q. (2007). Chiroptera de Pernambuco: Distribuição e aspectos biológicos. Dissertação


(Mestrado em Biologia Animal) Universidade Federal de Pernambuco. 103 pp.
GUILHERME, B.C. 1994. Composição e variação da comunidade zooplanctonica em um ponto fixo na
Barra Orange (Itamaracá – PE). Recife: Universidade Federal Rural de Pernambuco,
Departamento de Biologia, 67p. Monografia.

HADDAD, C.F.B. 1998. Biodiversidade dos anfíbios no Estado de São Paulo,


HADDAD, C.F.B. 1998. Biodiversidade dos anfíbios no Estado de São Paulo v.6, p.17-26. In: R.M.C.
CASTRO (Ed.) Biodiversidade do estado de São Paulo, Brasil: Síntese do conhecimento ao
final do século XX. Editora Fapesp, São Paulo.
HARRISON, P. (1983) Seabirds: an identification guide. Boston: Houghton Mifflin Company.
HAYMAN, P., J. MARCHANT E T. PRATER (1986) Shorebirds. An identification guide to the waders
of the world.London: Croom Helm.
HEMPEL, G.; WEIKERT, H. 1972. The neuston of subtropical and boreal Northeastern Atlantic Ocean.
Ver. Mar. Biol. 13: 70-88.
HEMPEL, G.; WEIKERT, H. 1972. The neuston of subtropical and boreal Northeastern Atlantic Ocean.
Ver. Mar. Biol. 13: 70-88.
HENDEY, N.I. Na introductory of amaller algae of British coastal waters. Part v: Bacillariophyceae
(Diatoms). Fishery Investigations. Serie 4. p. 1-317, 1964.
HUSTED, F. Die Kieselaagen Deutschlands, Österreichs und der Schweiz unter Berucksichtigung der
ubrigen länder Europas sowie der angrenzenden Meeresgebiete. Leipzig: Akademische
Verlagsgesellschaft, 1930. 920 p. (Kryptogamen-Flora von Deustschland, Österreich und der
Schwiz, v.7,pt.1).

339
HUSTED, F. Die Kieselaagen Deutschlands, Österreichs und der Schweiz unter Berucksichtigung der
ubrigen Länder Europas sowie der angrenzenden Meeresgebiete. Leipzig: Akademische
Verlagsgesellschaft. 1959. 845 p. (Kryptogamen-Flora von Deustschland, Österreich und der
Schwiz. V.7,pt.2, n. 1-6).
HUSTED, F. Die Kieselaagen Deutschlands, Österreichs und der Schweiz unter Berucksichtigung der
ubrigen Länder Europas sowie der angrenzenden Meeresgebiete. Leipzig: Akademische
Verlagsgesellschaft. Geest & Portig K –G, 1961 – 1966. 920 p. (L. Rabenhorst, Kryptogamen-
Flora von Deustschland, Österreich und der Schwiz. V.7,pt.3, n. 1-4).
JR., P. G. C. (1991). Effects of hunting on the reproduction of the paraguaian caiman (Caiman yacare)
in the Pantanal of Mato Grosso, Brazil. In: Neotropical wildlife use and conservation. K. H.
Redford. London, The University of Chicago Press: 145-153.
KNOX, G. A. 1986. Estuarine Ecosystems: a System Approach. vol. I/II. CRC Press, Boca Raton,
Florida, p. 520.
KOENING, M. L.; ESKINAZI-LEÇA, E.; NEUMANN-LEITÃO, S. ; MACÊDO, S.J. Impactos da
construção do Porto de Suape sobre a comunidade fito planctônica no estuário do rio Ipojuca
(Pernambuco-Brasil). Acta Botânica Brasílica, Brasília, v. 16, n. 4, p. 407-420, 2002.
KOMÁREK, J.; ANAGNOSTIDIS, K. Modern approach to the classification system of Cyanophytes, 2:
Chroococcales. Archiv für Hydrobiologie, Suppl. 73, Algological Studies, n. 43, p. 157-226,
1986.
KOSTE, W. 1978a. Rotatoria; Die Rädertiere Mitteleuropas Ein Bestimmungswerk Begündet von Max
Voigt. Uberordnung Monogononta, 2 Auflage neubearbeitet von. (I. Textband – Mit 63
Textabbildunger) Berlim: Gerbrüder Borntraeger, 673p.
KOSTE, W.1978b. Rotatoria; Die Rädertiere Mitteleuropas Ein Bestimmungswerk Begündet von Max
Voigt. Uberordnung Monogononta, 2 Auflage neubearbeitet von. (II. Textband – Mit 234
Textabbildunger) Berlim: Gerbrüder Borntraeger.

LACERDA, S. R.; KOENING, M.L.; NEUMANN-LEITÃO, S.; FLORES-MONTES, M.J. 2004.


Phytoplankton nyctemeral variation at a tropical river estuary (Itamaracá - Pernambuco -
Brazil). Braz. J. Biol. vol.64 no.1 São Carlos Feb.

LEIS, J. M.; TRNSKI, T. The larvae of Indo-Pacific Shorefishes. University of Hawaii Press. Hawaii.
1989. 371p.
LEIS, J.M. & CARSON-EWART. B.M. 2000, The larvae of Indo-Pacific coastal fishes.BRILL:
LEIDEN;BOSTON; KOLN. 850p.
LESSA, R.; VIEIRA, A.C.S.; MONTEIRO, A.; SANTOS, J.S. LIMA, M.M.; CUNHA, E. J. SOUZA
JUNIOR, J.C.A.; BEZERRA, S.; TRAVASSOS, P. E. P. F.;OLIVEIRA, B. A. B. R. 2006.
Diagnóstico da pesca no litoral do estado de Pernambuco. UFPA. Belém-Brasil.
LIPPSON, A.J. & MORAN R. L., 1974, Manual for identification of early development stages of
fishes of the Potomac river estuary. 1974. 282 p.
LYRA-NEVES, R.M., S.M. AZEVEDO JÚNIOR E W.R. TELINO JÚNIOR. 2004. Monitoramento do
maçarico-branco, Calidris alba (Pallas) (Aves, Scolopacidae), através de recuperações de

340
anilhas coloridas, na Coroa do Avião, Igarassu, Pernambuco, Brasil. Revista Brasileira de
Zoologia 21: 319-324.
MACEDO, S.J.; MONTES, M. de J. F.; LINS, I. C. Características abióticas da área. In.
Gerenciamento participativo de estuários e manguezais. Editora Universitária.
2000. 252p.
MACÊDO, S.J.; NEUMANN-LEITÃO, S.; KOENING, M.L.; ARAÚJO FILHO, M.; SCHWAMBORN, R.;
FEITOSA, F.A.N.; MUNIZ, K.; LACERDA, S.R. & FLORES-MONTES, M.J. 2005. Status of the
Barra das Jangadas estuary (North-eastern Brazil): an ecological approach. Pp. 709-719.
In: E. Tiezzi; C.A. Brebbia; S.E. Jorgensen & D. Almorza Gomar (org.). Ecosystems and
Sustainable Development V.Southampton, Wit Press.
MARTINS, M.B.G. MOREIRA, V.L. 2007. Caracterização histológica das folhas de Avicennia
schaueriana Satpf & Leechman (Avicennaceae). Faculdades Integradas Fafibe 3: 1-8.
MATARESE, A. C., KENDALL, A. W., BLOOD, D M. and VINTER, B. M. Laboratory guide to early
life history stages of Northeast Pacific fishes. NOAA Technical Report NMFS 80. U.S.
Department of Commerce. 1989.
MATSUMURA-TUNDISI, T. 1972. Aspectos ecológicos do zooplâncton da região lagunar de
Cananéia com especial referência aos Copepoda (Crustacea). Tese Doutorado, Universidade
de São Paulo, Instituto de Biociências. 191 p. São Paulo.
MEDEIROS, T.C. 1996. Produtividade e biomassa das espécies arbóreas do manguezal do estuário
do rio Paripe, em Vila Velha, Itamaracá – PE. Dissertação de mestrado. Universidade Federal
Rural de Pernambuco. Recife.
MELLO, M. V. L. 2009 Parâmetros Hidrológicos Correlacionados com a Biomassa e Composição
Fitoplanctônica na Região Costeira Adjacente à Desembocadura do Rio Sirinhaém
(Pernambuco – Brasil). Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Pernambuco.
Departamento de Oceanografia. 135p.
MENDES PONTES, A.R. 2000. Ecology of a mammal community in a seasonally-dry forest in Roraima,
Brazilian Amazonia. Ph.D. Thesis, University of Cambridge.
MENDES PONTES, A.R. 2004. Ecology of a mammal community in a seasonally-dry forest in Roraima,
Brazilian Amazonia. Mammalian Biology (Z. Saugetierk.) 69 (3): 1-18.
MENEZES, N.A. & J. L. 1980. FIGUEIREDO. Manual de Peixes Marinhos do Sudeste do Brasil. IV.
Teleostei (3). São Paulo, Museu de Zoologia, Univ. São Paulo. 96p.
MENEZES, N.A. & J. L. FIGUEIREDO. 1985. Manual de Peixes Marinhos do Sudeste do Brasil. IV.
Teleostei (4). São Paulo, Museu de Zoologia, Univ. São Paulo. 105p.
MERRIT, R. W.; CUMMINS, K. W. An Introduction to the Aquatic Insects of North America.
Kendall/Hunt Publishing Company. 1996, 862p.
MESQUITA, Vera Lúcia Menelau; CASTRO, Viviane Maria Cavalcanti. Gestão Ambiental
– Preservação do Patrimônio. Pernambuco: Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de Pernambuco, 2009.
MEYRS, N., MITTERMEIER, R.A., MITTERMEIER, C.G., FONSECA, G.A.B. & KENT, J. Biodiversity
(2000) hotspots for conservation priorities. Nature 403: 853-858p.

341
MEYRS, N., MITTERMEIER, R.A., MITTERMEIER, C.G., FONSECA, G.A.B. & KENT, J.
BIODIVERSITY (2000) hotspots for conservation priorities. Nature 403: 853-858p.
MITTERMEIER, R.A., T. WERNER, J. M. AYRES & G.A.B. FONSECA. O país da
megadiversidade.Ciência Hoje, v. 14, p. 20-27, 1992.
MIZUNO, T. Ilustrations of freshwater plankton of Japan. Higashiku: Hoikusha, 1968. 351 p.
MOLINA, O. A. & VARGAS, J. A. Estrutura del macrobentos del estero de Jaltepeque, El Salvador.
Rev. Biol. Trop., v. 42, n. 1/2, p. 165-174, 1994.
MONTEIRO DA CRUZ, M.A.O. (1998)Dinâmica reprodutiva de uma população de sagüis-do-Nordeste
(Callithrix jacchus) na Estação Ecológica do Tapacurá, PE. Tese de Doutorado. Universidade
de São Paulo, São Paulo. 134p.
MONTEIRO DA CRUZ, M.A.O.; CABRAL, M.C.C.; BARRETO CAMPELLO, M.L.C. E SILVA, L.A.M.
(2002) Biodiversidade da mastofauna de Pernambuco. In: Silva, J.M. e Tabarelli, M. (Orgs.)
Atlas da biodiversidade do Estado de Pernambuco. Governo do Estado de Pernambuco.
Volume 2. 234-256p.
MORRISON, R. I. G. E R. K. ROSS (1989) Atlas of neartic shorebirds on the coast of South Ameica v.
1. Ottawa: Canadian Wildlife Service.
MOSER, H.G.; RICHARDS, W.J.; COHEN, D.M.; FAHAY, M.P.; KENDALL,A.W. and RICHARDSON,
S.L. (eds.) Ontogeny and systematics of fishes - American Society of Ichthyologists and
Herpetologists Special Publication 1:760p. 1984.
NASCIMENTO, D.A. 1980. Composição e distribuição do zooplancton no estuário do rio
Botafogo, Itamaracá-PE. Dissertação de Metrado. Universidade Federal do Paraná.
108p.
NASCIMENTO, D.A. 1981. Estudo Ecológico da região de Itamaracá, Pernambuco – Brasil.
XV. Copepoda do estuário do rio Botafogo. Trab. Oceanogr. Univ. Fed.PE., 16:65-88.
NASCIMENTO, D.A. 1997. Ocorrência de Euterpina acutifrons Dana, 1852 (Copepoda –
Crustácea) no Canal de Santa Cruz, Itamaracá – PE. 73p.
NASCIMENTO, D.A. e PARANAGUÁ, M. N. 1981. Composição e distribuição do
zooplancton no estuário do rio Botafogo, Itamaracá-PE. Encontro de Zoologia do
Nordeste, 3 Recife – PE. Resumo p. 2.
NELSON, J. S. 1994. Fishes of the World. New York, John Wiley & Sons Inc., XX, 600p.
NEUMANN-LEITÃO, S., Resenha Literária Sobre Zooplâncton Estuarino no Brasil. Trabalhos
Oceanográficos da Universidade Federal de Pernambuco, Ed. Universitária, Recife, Brasil,
23, 25-53. 1995.
NEUMANN-LEITÃO, S.; GUSMÃO, L. M. O.; SILVA, T.A.; NASCIMENTO-VIEIRA, D.A.;
PORTO NETO, F. F.; SILVA, A.P.; MOURA, M.C.O. 1998. Microzooplancton das
desmbocaduras sul e norte do Canal de Santa Cruz, Itamaracá, Pernamuco, Brasil.
Congresso Brasileiro de Zoologia, 22, Recife. Livro de Resumos.

342
NEUMANN-LEITÃO, S.; GUSMÃO, L. M. O.; SILVA, T.A.; NASCIMENTO-VIEIRA, D.A.
Variação diurna e sazonal do microzooplancton no estuário no estuário do Rio Paripe,
PE-Brasil. Arq. Biol. Tecnol., v. 39, n.2, p.343-384, jun, 1996ª.
NEUMANN-LEITÃO, S.; GUSMÃO, L. M. O.; SILVA, T.A.; NASCIMENTO-VIEIRA, D.A.
1996b. Zooplancton de desembocadura Norte do Canal de Santa Cruz – Itamaracá,
PE-Brasil. In: Simpósio sobre oceanografia, 3, São Paulo. Resumos. Instituto
Oceanográfico da Universidade de São Paulo, p.42.
NOGUEIRA, M. R. D. DIAS & A. L. PERACCHI (2007). Subfamília Glossophaginae, pp. 45-59. In: N.
R REIS, A. PERACCHI, W. PEDRO & I. LIMA (Orgs). Morcegos do Brasil. Universidade
Estadual de Londrina, Londrina, Paraná.
OKYAMA, M. 1988. An Atlas of early stages fishes in Japan. Tokyo. Tokai Univ. Press,
1154p.
OAP. 2008. Lista das aves de Pernambuco. Recife, Pernambuco. 40P.
OLIVEIRA, A. M. E. 1979. Distribuição dos peixes nos estuários do Nordeste brasileiro de
acordo com a salinidade da água. Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio de
Janeiro – Museu Nacional, 1979, 79p. (Dissertação Mestrado).
PARANAGUÁ, M. N. 1982. Ecossistema costeiro de Itamaracá (Pernambuco-Brasil). III
zooplancton. Simpósio Internacional sobre utilização de Ecossistemas costeiros:
Poluição e Produtividade. Atlântica, 5(2):90. Resumo.
PARANAGUÁ, M. N. e ESKINAZI-LEÇA, E. 1985. Ecology of a northen tropical estuary in
Brazil and technological perspectives in fishculture. In YÁÑEZ-ARANCIBIA, A. (Ed.)
Fish community ecology in estuaries and coastal lagoons towards an ecosystem
integration. Mexico cap. 28: 595-614.
PARANAGUÁ, M. N. e NASCIMENTO, D.A. Estudo do zooplancton da região estuarina de
Itamaracá. Resumo. Cienc. Cult., 25 (7): 198, 1973. Suplemento.
PARANAGUÁ, M. N. e NASCIMENTO-VIEIRA D.A. 1984. Estudo Ecológico da Região de
Itamaracá, Pernambuco-Brasil. XXV. Zooplancton do Rio Botafogo. Trab. Oceanogr.
Univ. Fed. PE., 18:193-206.
PARANAGUÁ, M. N.; NASCIMENTO, D.A; MACEDO, S.J. 1979. Estudo Ecológico da
Região de Itamaracá, Pernambuco, Brasil. II. Distribuição do zooplancton no estuário
do rio Igarassú. Trab. Oceanogr. Univ. Fed. PE. 14:65-92.
PARANAGUÁ, M.N.; KOENING, M.L. 1980. Composição e “standing-stock” do zooplankton
dos viveiros de criação de peixes da região de Itamaracá, PE. In: Simpósio Brasileiro
de Aquicultura, 1, Recife. Anais. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Ciencias. p.
99-107.
PARANAGUÁ, M.N.; NEUMANN-LEITÃO, S.; GUSMÃO L.M.O. 2000. Zooplancton. In.
Gerenciamento participativo de estuários e manguezais. Editora Universitária. 2000. 252p.

343
PARANAGUÁ, M.N.;FERREIRA, N. J. S.; PEREIRA, S. C. ARAÚJO, C.M.V; MOURA,
N.F.O. 1996. Zooplancton do ecossistema estuarino de Itamaracá-PE. Simpósio sobre
Oceanografia, 3, São Paulo.Resumos. São Paulo: Instituto Oceanográfico de
Universidade de São Paulo, p.43.
PASSAVANTE, J. Z. de O.; KOENING, M. L. Estudo ecológico da região de Itamaracá, Pernambuco,
Brasil. XXVI. Clorofila a e material em suspensão no estuário do rio Botafogo. Trabalhos
Oceanográficos da Universidade Federal de Pernambuco, Recife, v. 18, p. 207-230, 1984.
PEDROSA, R. A. 2007. Pesca, Perfil socioeconômico e Percepção Ecológica dos Pescadores
artesanais de Porto de Galinhas (PE). Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de
Pernambuco. Departamento de Oceanografia. 81p.
PERACCHI, A. L., I. P. LIMA, N. R. REIS & M. R. NOGUEIRA (2006). Ordem Chiroptera, pp. 153-230.
In: N. R. REIS, A.L. PERACCHI, W. PEDRO & I. P. LIMA (Eds.). Mamíferos do Brasil.
Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná.
PERAGALLO, H.; PERAGALLO, M. Diatomaceés marines de France et dês districtes maritimes
voisins. Amsterdam: Asher, 1897-1908, v.1, 540 p.
PERAGALLO, H.; PERAGALLO, M. Diatomaceés marines de France et dês districtes maritimes
voisins. Amsterdam: Asher, 1897-1908, v.2, 137 p.
PEREIRA, S. C. 1997. Composição e densidade zooplanctonica da parte sul do Canal de
Santa Cruz – Itamaracá, PE, Recife. Monografia de graduação. Universidade
Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Biologia, 72p.
PÉREZ, G. R. 1988. Guía para el estúdio de los macroinvertebrados acuáticos del Departamento de
Antioquia. Fondo Fen Colombia, Conciencias, Universidad de Antioquia, Bogotá. 217p.
PIRES E FILHO Advogados Associados. EIA/RIMA do CT/ GUADALUPE – Pernambuco. Recife,
1993. V. 1 e 2.
POR, F. D. e ALMEIDA PRADO-POR, M. S. 1982. The polyhaline mangal of Itamaracá
(Pernambuco), characterized by a stundent worshop in September. In: Simpósio
Internacional sobre utilização de ecossistemas costeiros: Planejamento, Poluição e
Produtividade, Rio Grande, RS. Resumo. Atlantica, 5(2): 99.
PORTO NETO, F. de F. Zooplankton as bioindicator of environmental quality in the Tamandaré
reef system (Pernambuco – Brazil): Anthropogenic influences and interaction with
mangroves. ZMT Bremen, Univertität Bremen, 2003, 167 p.
PORTO NETO, F.; NEUMANN-LEITÃO, S.; GUSMÃO, L. M.; SILVA, A. P. MOURA, M. C. O. 1998.
Zooplancton do Canal de Santa Cruz, Pernambuco. Congresso Brasileiro de Zoologia, 22,
Recife, Livro de Resumos.
POUGH, F. H.; ANDREWS, R. M.; CADLES, J. E.; CRUMP, M. L.; SAVITZKY, A. H. E.; PRANCE,
G.T. 1982. Forest refuges: evidences from woody angiosperms. In: Prance, G.T. (Ed.).
Biological diversification in the tropics. Columbia University Press New York, pp. 137-158.

344
PRANCE, G.T. 1987. Biogeography of neotropical plants. In: Whitmore, T.C. & Prance, G.T. (Eds.).
Biogeography and quaternary history in tropical America. Claredon Press, Oxford, pp. 175-
196.
PRATER, A. J., J. H. MARCHANT E J. VANRINEN (1977) Guide to the identification and ageing of
holoartic waders. Field Guide Trings Hertfordshire, British Trust for Ornitology
RAMALHO FILHO, A. & BEEK, K.J. Sistema de avaliação da aptidão agrícola das Terras. 3.ed.
rev. Rio de Janeiro: EMBRAPA-CNPS, 1994. viii + 65P.
RÉ, P., 1999, Ictioplâncton Estuarino da Península Ibérica (Guia de identificação dos ovos e
estados larvares planctônicos). Gráfica Europa Lda. Portugal. 163 p.
REIS, N.R.; PERACCHI, A.L.; PEDRO, W.A. & LIMA, I.P. Morcegos do Brasil.
Londrina: 2007. 253p.
REGALADO, L B. & SILVA, C. 1997. Utilização de aves como bioindicadoras de degradação
ambiental. Rev. Bras. Ecol. v.1, p. 81-83.
REGALADO, L. B.; GOBBO, P. R. S.; MARINELLI, C. E.; SMITH, W. S. Fauna de
Vertebrados. 88-103. In: A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO MONJOLINHO.
ESPÍNDOLA, E. L. G.; SILVA, J. S. V.; MARINELLI, C. E.; ABDON, M. M. (eds.). São
Carlos, 2000. 188p.
REID, J. W. 1985. Chave de identificação e lista de referências bibliográficas para as espécies
continentais sulamericanas de vida livre da ordem Cyclopoida (Crustacea, Copepoda).
Bolm. Zool., Univ. S. Paulo, v. 9, p. 17- 143.
RICARD, M. Atlas du phytoplankton Marin. Diatomophycées. Paris, Centro National Recherche
Scientifique, 296 p., 1987.
ROBINSON, J. G. E K. H. REDFORD (1991). Sustainable harvest of neotropical animals. In:
Neotropical wildlife use and conservation. K. H. Redford. London: 415-429.
ROBINSON, J. G. E K. H. REDFORD (1991). Susteinable harvest of neotropical animals. In:
Neotropical wildlife use and conservation. K. H. Redford. London: 415-429.
ROCHA, A. A. F. da; CATUNDA-MARCELINO, S.; SILVA, E. C. da; EL-DEIR, A. C. A.; SEVERI, W.
2003. Estudo da composição e distribuição temporal do macrozooplâncton do estuário do rio
Jaguaribe – Itamaracá – PE. Anais VI Congresso de Ecologia do Brasil. Fortaleza – CE,
p.177-178.
RODA, S. A. (2005) Distribuição de aves endêmicas e ameaçadas em usinas de açúcar e unidades
de conservação do centro Pernambuco. Centro de Pesquisas Ambientais do
Nordeste(CEPAM). Recife. 42p.
RODRIGUES, R. C. , ARAÚJO, H. F. P., NEVES,R. M. L., TELINO-JÚNIOR, W. R. & BOTELHO, M.
DA C. N. (2007). Caracterização da avifauna na área de proteção ambiental de Guadalupe,
Pernambuco. Ornithologia 2 (1) 47-61p.
RUI, A. M. Inventários de morcegos: análise de metodologia. In: IV Encontro Brasileiro para o Estudo
de Quirópteros, 2003, Porto Alegre. Anais. Porto Alegre, n.2, 2003, p. 13-14.
SABINO, J. & PRADO, P.I.K.L. 2005. Vertebrados. Capítulo 6. p. 53-144. In: Avaliação do esado de

345
conhecimento da diversidade Brasileira. T. Lewinshon (Org.), Série Biodiversidade, V.15.
Ministério do Meio Ambiente (MMA). Brasília: Vol. I – 296p.; Vol. II, 249p.
SACRAMENTO, A.C.; ZICKEL, C.S.; ALMEIDA JR, E.B. 2007. Aspectos florísticos da vegetação de
restingas no litoral de Pernambuco. Árvore 31: 1121-1130.
SANTIAGO, M.F.; SILVA-CUNHA, M.G.G. & PASSAVANTE, J.Z.O. 2004. Fitoplâncton como
indicador da qualidade ambiental em ecossistema hipersalino (estuário do rio Pisa Sal,
Galinhos, RN, Brasil). Pp. 854-856. In: Anais XIV Congresso Brasileiro de Engenharia de
Pesca. Fortaleza 2005. Fortaleza, Sociedade Brasileira de Pesca.
SANTOS, E. M. & A. C. O.Q. Carnaval. (2002) Anfíbios Anuros do estado de Pernambuco. In: M.
Tabarelli, J. M.C. Silva (Orgs.) Diagnostico da Biodiversidade do estado de Pernambuco, Vol. 2
Secretaria de Ciências Tecnologia e Meio Ambiente, Ed. Massananga, Recife, 722p.
SANTOS, L. C. S.; AMORIM, F. O. ; SANTOS, E. M. 2007. Herpetofauna de uma área urbana
no município de Abreu e Lima-PE. In: III Congresso Brasileiro de Herpetologia, 2007,
Belém. III Congresso Brasileiro de Herpetologia.
SANTOS, E. M. 2009. Anfíbios anuros do Refúgio Ecológico Charles Darwin, Igarassu,
Pernambuco, Brasil. In: Moura, G;Santos,E.M.; Oliveira,M.A.B.; Cabral,C. (Org.).
HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. :v. 1.
SARKIS-GONÇALVES, F., M. P. Miranda-Villela, et al. (2001). Manejo de jacarés-de-papo-amarelo
(Caiman latirostris) em cativeiro. A produção animal na visão dos brasileiros. Piracicaba:
FEALQ. W. R. S. e. a. Mattos: 565-579.
SCHAEFFER-NOVELLI; CINTRÓN, G. 1986. Guia de estudos de áreas de manguezal; estrutura,
função e forma. Caribbean Ecological Research, 150p. São Paulo.
SCHULER, C.A.R.; ANDRADE, V.C.; Santos, D. S. (2000). O manguezal: composição e estrutura. In
Barros, H.M.; Eskinazi-Leça; Macedo, S.J.; Lima, T. (eds) Gerenciamento participativo de
estuários e manguezais. Editora Universitária. Recife.
SCHWANBORN, R. 1997. Influence of mangroves on community struture and nutrition of
macrozooplancton in Northeast Brazil. Tese de Doutorado. Univ. Bremen. 77p.
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL (CPRM). Sistema de Informações Geoambientais da Região
Metropolitana do Recife. Recife, 2003
SHANNON, C. E. A mathematical theory of communication. Bulletin of System Technology Journal
27: 379-423. 1948.
SICK, H (1997) Ornitologia brasileira. Edição revista e ampliada por José Fernando Pacheco. Rio de
Janeiro: Ed. Nova Fronteira.
SICK, H. (1983) Migrações de aves na América do Sul continental, 2. Brasília: Inst. Bras. de Desenv.
Florestal.
SILVA , J.S. 2001. A extensão pesqueira no projeto PRORENDA Rural – PE: o caso da
colônia dos pescadores de Ponta de Pedras Z-3 Goiana/PE 146p. Dissertação
(Mestrado em administração e comunicação rural, Universidade Federal Rural de
Pernambuco, Recife.

346
SILVA A. P. 1997. Diversidade, produtividade e dinâmica do microzooplancton na
desembocadura sul do Canal de Santa Cruz, Itamaracá-PE (Brasil), Recife.
Monografia de Graduação. Universidade Federal Rural de Pernambuco.
Departamento de Biologia. 52p.
SILVA, A.G. 2004B. Fisionomia e estrutura da comunidade arbórea, na mata dos macacos,
município de Igarassu –PE. Dissertação (Mestrado em Botânica). 69p. Universidade Federal
Rural de Pernambuco, Recife.
SILVA, E. C. da; ROCHA, A. A. F. da; CATUNDA-MARCELINO, S.; EL-DEIR, A. C. A.; SEVERI, W.
Ecologia das larvas de Brachyura (Crustacea: Decapoda) do estuário do Rio Jaguaribe –
Pernambuco, Brasil. Anais VI Congresso de Ecologia do Brasil. Fortaleza – CE 2003,
p.177-178.
SILVA, H.C.H. 2004a. Efeito de borda na fisionomia e estrutura da vegetação em fragmentos de
floresta atlântica de tamanhos distintos em Igarassu – Pernambuco. Dissertação
(Mestrado em Botânica). 91p. Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife.
SILVA, J.D. V. 1995. Parâmetros oceonográficos e distribuição das espécies e bosques de
mangue do estuário do rio Paribe-Pernambuco. 79p. Dissertação de Mestrado.
Universidade Federal Rural de Pernambuco. Recife.
SILVA, L.A.M. Morcegos (Mammalia-Chiroptera) do refúgio Ecológico Charles Darwin, Igarassú-PE.
1996. 80f. Monografia (Bacharelado em Ciências Biológicas)-Universidade Federal Rural de
Pernambuco, Recife.
SILVA, S.S.L.; ZICKEL, C.S; CESTARO, L.A. 2008. Flora vascular e perfil fisionômico de uma
restinga no litoral sul de Pernambuco. Acta Botanica Brasílica 22: 1123-1135.
SILVA-CUNHA, M. G. G.; ESKINAZI-LEÇA, E. Catálogo das diatomáceas (Bacillariophyceae) da
plataforma continental de Pernambuco. Recife: SUDENE, 1990. 318 p.
SILVA-FALCÃO, E., C. 2007. ABUNDÂNCIA, DIVERSIDADE E VARIAÇÃO TEMPORAL DE FORMAS JOVENS DE PEIXES EM

UMA GAMBOA DO ESTUÁRIO DO RIO CATUAMA, PERNAMBUCO- BRASIL. UNIV. FED. PERNAMBUCO. DEPARTAMENTO
DE OCENOGRAFIA. P. 78. (DISSERTAÇÃO DE MESTRADO).
SILVA MATOS, D.M.; PIVELLO, V.R. 2009. O IMPACTO DAS PLANTAS INVASORAS NOS RECURSOS NATURAIS DE

AMBIENTES TERRESTRES ALGUNS CASOS BRASILEIROS. CIÊNCIA E CULTURA (SBPC) 61: 27-30.
SILVANO, D.L. & PIMENTA. 2003. DIVERSIDADE DE ANFÍBIOS NA MATA ATLÂNTICA DO SUL DA BAHIA.IN: P.I. PRADO;
E.C. LANDAU; R.T. MOURA; L. P.S.PINTO; G.A.B.FONSECA & K. ALGER (ORGS.). CORREDOR
DE BIODIVERSIDADE NA MATA ATLÂNTICA DO SUL DA BAHIA (IESB/CI/CABS/UFMG /UNICAMP, CD-ROM,
ILHÉUS.
SILVEIRA, L. F & STRAUBE, F. C. Aves ameaçadas de extinção no Brasil. 2008.. In: MACHADO,
A. B. M. ; DRUMMOND, G. M. & PLAGIA, A. P Livro vermelho da fauna brasileira
ameaçada de extinção. Brasília, DF : MMA; Belo Horizonte, MG; Fundação Biodiversitas, 2v.
1420p.

347
SIQUEIRA, D. R. 1997. Estudo florístico e fitossociológico de um trecho da mata do zumbi,
Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco. Recife: Universidade Federal Rural de Pernambuco
88p. Tese (Doutorado).
SIQUEIRA, J.C. 2006. Bioinvasão vegetal: dispersão e propagação de espécies nativas e invasoras
exóticas no campus da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO).
Pesquisas Botânica 57: 319-330.
SMAYDA, T. J. The plankton of estuaries. In: KETCHUM, B. H. (Ed.). Estuaries and enclosed seas.
Amsterdam: Elsevier, 1983. Cap. 4., p. 65-112.
SOURNIA, A. Introdution, Cyanophycées, Dictyochophycées, Dinophycées et Rhaphidophycées. In:
Atlas du phytoplankton marin. Paris: Centre Nationale de La Recherche Scientifique, 1986.
V.1, 209p.
SOURNIA, A. Le genre Ceratium (Peridinien planctonique) dans le canal Mozambique. Contribuition a
une revisión mondiale. Vie Milleu, Paris: ser. A, n. 2/3, p. 375-499, 1967.
SOUZA E SILVA, E. O microfitoplâncton de superficie nos meses de setembro e outubro na estação
Inhaca (Mozambique). Lisboa: Memórias da Junta de Investigação Ultramar. 2ª Série. N.18,
1960. 56 p.l
SOUZA, M.M. A. 1996. Variação temporal da estrutura dos bosques de mangue de Suape-PE.
Dissertação de mestrado. Universidade Federal Rural de Pernambuco. Recife.
SOUZA, R. C. 2003. Ictioplancton do complexo estuarino de Itapessoca- litoral norte de
Pernambuco, PE. São Carlos, SP. Universidade Federal de São Carlos. Centro de
ciências biológicas e da Saúde. p. 85.(Tese de Doutorado).
STEIDINGER, K. A.; TANGEN, K. Dinnoflagellates. In: TOMAS, C. R. Identifying Marine
Phytoplankton. San Diego: Academic Pess. 1997. 384-589p.
TABANEZ, A.A.J.; VIANA, V.M. & DIAS, A.S. 1997. Conseqüências da fragmentação e do efeito
de borda sobre a estrutura, diversidade e sustentabilidade de um fragmento de floresta
de planalto de Piracicaba, SP. Revista Brasileira de Biologia 57: 47-60.
TADDEI, V.A. Phyllostomidae da região norte-ocidental do Estado de São Paulo. 249f. Tese
(Doutorado em Ciências)-Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São José do rio Preto,
São José do Rio Preto, 1973.
TELINO-JÚNIOR, W.R., S.M. AZEVEDO JÚNIOR E R.M. LYRA NEVES. 2003. Censo de aves
migratórias (Charadriidae, Scolopacidae e Laridae) na Coroa do Avião, Igarassu, Pernambuco,
Brasil. Revista Brasileira de Zoologia 20: 451-456.
THORBJARNARSON, J. B. (1991). An analysis of the spectacled caiman (Caiman crocodilus) harvest
program in Veneluela. In: Neotropical Wildlife use and conservation. K. H. Redford. London:
217-235.
THORP, J. H.; COVICH, A. P. 2001. Ecology and Classification of North American Freshwater
Invertebrates, Second Edition. San Diego, Academic Press, 1056p.
TOWNSEND, C. R. ; BEGON M. & HARPER, J. L. 2006. Fundamentos em ecologia. Segunda
edição, Porto Alegre, 592p.

348
TRIVINHO-STRIXINO, S.; STRIXINO, G. 1995. Larvas de Chironomidae (Diptera) do estado de
São Paulo – Guia de identificação e diagnose dos gêneros. São Carlos – SP. 229p.
UIEDA, W. Período de atividade alimentar e tipos de presa dos morcegos hematófagos
(Phylostomidae), no sudeste do Brasil. Brazilian Journal of Biology, v. 52, n. 4, p. 563-573,
1992.
VALENÇA, A. P. M. C. 2009. As Comunidades Macrobentônicas na Avaliação da Qualidade
Ambiental de Áreas Estuarinas de Pernambuco. Departamento de Oceanografia.
Dissertação de Mestrado. Recife. Universidade Federal de Pernambuco, 70p.
VAN HEURCK, H. A treatise on the diatomaceae. London: Willian Wesley, 1986, 559p.
VASCONCELOS FILHO, A. de L.; ACIOLI, F. D.; GUEDES, D. de S. 1994/95. Peixes do estuário do
rio Paripe (Itamaracá-PE). Trab. Oceanogr. Univ. Fed. PE. Recife, 23:65-77.
VASCONCELOS FILHO, A. L.; OLIVEIRA, A.M. E. O. Ictiofauna. In. Gerenciamento participativo de
estuários e manguezais. Editora Universitária. 2000. 252p.
VERDADE, L. M. (2001). O programa experimental de criação em cativeiro do jacaré-de-papo-
amarelo (Caiman latirostris) da ESALQ/USP: histórico e perspectivas. In: A produção animal
na visão dos brasileiros. Piracicaba: FEALQ. W. R. S. e. a. Mattos: 555-564.
VIANA, V.M., PINHEIRO, L.A.F.V. 1998. Conservacao da biodiversidade em fragmentos
florestais. Serie tecnica IPEF, v.12, n.32, p.25-42.
VIELLIARD, J. M. E. (2000). Bird community as an indicator of biodiversity: results from quantitative
surveys in Brazil. An. Acad. Bras. Cienc. v.72, n. 3, p. 323-330.
VOSS, R. & L.H. EMMONS. 1996. Mammalian diversity in Neotropical lowland rainforest: a
preliminary assessment. Bulletin of the Americam Museum of Natural History 230: 1-115.
WELLS, K. D. 1998. Herpetology. Prentice-Hall. New Jersey. 1ª. Ed. 577p.
WERNER, D. I. (1991). The rational use of green iguanas. In: Neotropical wildlife use and
conservation. K. H. Redford. London: 181-201.
WILSON, D.E. & REEDER, D. 2005.Mammal species of the world: A taxonomic and geographic
reference, 3 ed. Baltimore: the Jonhs Hopkins University Press. 242p
WOOD. E. J. F. Dinoflagellates of the Caribean Sea and adjacents areas. Flórida: University of
Miami Press, 1968. 143 p.
YÁÑEZ-ARANCIBIA, A. 1985. The estuarine nekton: why and how in ecological monograph. Preface.
In (Ed.) Fish community ecology in estuaries and coastal lagoons: towards na ecosystem
integration. Mexico: UNAM, 1985. XV., chap.1.p.1-8.
ZICKEL, S.C.; ALMEIDA JR., E.B.; MEDEIROS, D.P.W.; LIMA, P.B.; SOUZA, T.M.S.; LIMA, A.B.
2007. Magnoliophyta species of restinga, state of Pernambuco, Brazil. Check List: 3(3):
224-241.

Links acessados.

BRASILArranjo Produtivo Local (APL). MDIC. Disponível em:


http://www.mdic.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=2&menu=300.

349
Acessado em: 20/12/2009.
BRASIL/IBAMA. Instrumentos de Planejamento e Gestão Ambiental para Amazônia, Cerrado e
Pantanal- Demandas e Propostas- Metodologia de Avaliação de Impacto Ambiental.
Disponível em: http://ibama2.ibama.gov.br/cnia/download/publicacoes/t0137.pdf.
Acesso em: 15/11/2007.
BORGES, D. J. V.; Cunha, A. M. O.; Marçal Júnior, O. As Condições Sócio-Ambientais de Áreas de
Preservação Permanente Na Zona Urbana de Uberlândia: Aspectos Paisagísticos e
Sociais1. Disponível em: http://www.ig.ufu.br/revista/volume18/artigo15_vol18.pdf
Acessado em: 15/11/2007
GOVERNO DE PERNAMBUCO. Diagnóstico Socioambiental do Litoral Sul de Pernambuco. CPRH
1999. Disponível em :
http://www.cprh.pe.gov.br/central_servicos/centro_documentacao_informacao_ambiental/centr
al_downloads/39749%3B34001%3B020709%3B0%3B0.asp
Acessado em: 19/04/2010.
GOVERNO DE PERNAMBUCO. APL em PE. AD DIPER – Agencia de Desenvolvimento Econômico
de Pernambuco. Disponível em: http://www.pernambuco.gov.pe/ADDIPER
Acessado em: 20/12/2009.
GOVERNO DE PERNAMBUCOO Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável a Zona da
Mata/ PROMATA - VISÃO GERAL. Disponível em:
http://www.promata.pe.gov.br/internas/programa/visao_geral.asp.
Acessado em: 15/10/2009.
MOURA, H. J. T.; Oliveira, F. C. O Uso das Metodologias de Avaliação de Impacto Ambiental em
Estudos Realizados no Ceará. Disponínel em:
http://www.ebape.fgv.br/radma/doc/FET/FET-032.pdf
Acesso em: 09/11/2007.
NASCIMENTO, D. M. C. Aplicação de Algumas Abordagens da Vulnerabilidade Ambiental como
Instrumento de Gestão do Território. Salvador, 2005. Disponível em:
http://www.geoambiente.ufba.br/semin%C3%A1rio/Daria.pdf
. Acesso em: 01/10/2007

350
9. GLOSSÁRIO

Abiótico
O componente não vivo do meio ambiente. Inclui as condições físicas e químicas do meio.

Aqüicultura
Cultivo de animais na água.

Aqüífero
Formação porosa (camada ou estrato) de rocha permeável, areia ou cascalho, capaz de armazenar e
fornecer quantidades significativas de água.

Área Contaminada
Área onde há comprovadamente poluição causada por quaisquer substâncias ou resíduos que nela
tenham sido depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados, e que determina
impactos negativos sobre os bens a proteger.

Área Degradada
Área onde há a ocorrência de alterações negativas das suas propriedades físicas, tais como sua
estrutura ou grau de compacidade, a perda de matéria devido à erosão e a alteração de
características químicas, devido a processos como a salinização, lixiviação, deposição ácida e a
introdução de poluentes.

Arranjo Produtivo Local – APL-


São conjuntos de atores sociais, políticos e econômicos, localizados em um mesmo território, que
desenvolvem atividades econômicas correlatas e que apresentam vínculos de produção, interação,
cooperação e aprendizagem. Isso inclui empresas de bens e serviços, prestadoras de serviços,
clientes, cooperativas, associações etc., voltadas à formação e capacitação de recursos humanos,
informação, pesquisa, desenvolvimento, promoção e financiamento.

Assoreamento
Obstrução, por areia ou por sedimentos, de rio, canal ou estuário.

Aterros de Resíduos
Disposição de resíduos em um corpo receptor, geralmente o solo, a longo prazo ou em caráter
permanente, onde são adotadas técnicas que objetivam a proteção da saúde pública e do meio
ambiente.

351
Avaliação de Riscos
Processo pelo qual os resultados da análise de riscos são utilizados para a tomada de decisão,
através de critérios comparativos de riscos, para definição da estratégia de gerenciamento dos riscos
e aprovação do licenciamento ambiental de um empreendimento.

Bacia Hidrográfica
É uma área definida topograficamente (divisor com outra bacia hidrográfica), onde toda a
chuva que cai no seu interior é drenada por um curso d’água (rio principal) ou um sistema
conectado de cursos d’água (afluentes ao rio principal) tal que toda vazão efluente é descarregada
através de uma simples saída (“boca” do rio) no ponto mais baixo da área.

Balanço Hídrico
Estimativa detalhada da diferença entre a disponibilidade de água e a demanda pela água dentro de
uma bacia ou sub-bacia hidrográfica.

Barragem
Estrutura que represa as águas dos rios.

Barramento ou Barragem
Barreira construída transversalmente a um rio, para controlar o nível das águas. Estrutura que evita a
intrusão de água salgada em um rio, sujeito à influência das marés. Obra de terra para conter as
águas de um rio em determinado trecho ou para evitar as inundações decorrentes de ondas de cheia
ou de marés.

Bioma
Amplo conjunto de ecossistemas terrestres caracterizados por tipos fisionômicos semelhantes de
vegetação, com diferentes tipos climáticos.

Biota
Conjunto de seres vivos que habitam um determinado ambiente ecológico, em estreita
correspondência com as características físicas, químicas e biológicas deste ambiente.

Canalização
É toda obra ou serviço que tenha por objetivo dotar os cursos d’água, ou trechos destes, de seção
transversal com forma geométrica definida, com ou sem revestimento de qualquer espécie, nas
margens ou no fundo.

Contaminação

352
É alteração química das propriedades do solo, água e alimentos por substâncias que podem colocar
em risco a saúde humana e do ambiente. Pode ser causado pelo aumento da concentração de metais
pesados, de substâncias orgânicas tóxicas.

Detrito
Matéria orgânica parcialmente decomposta.

Efluentes
São, geralmente, produtos líquidos ou gasosos produzidos por indústrias ou resultante dos esgotos
domésticos urbanos, que são lançados no meio ambiente.

Efluentes Líquidos Industriais


São dejetos líquidos ou gasosos, emitidos por indústrias, aterros ou residências. Os efluentes
necessitam de tratamento especial antes de serem lançados nos rios, no mar, no solo ou no ar.

Empreendimento
Conjunto de ações, procedimentos, técnicas e benfeitorias que permitem a construção de uma
instalação.

Endemismo
Fenómeno que se caracteriza pela ocorrência exclusiva de uma população de seres vivos numa dada
área, tipicamente habitats com condições muito específicas, razão pela qual estas populações não
existem naturalmente noutras regiões.
Se estas apenas existem em zonas muito pequenas correm, geralmente, maior perigo de extinção do
que as espécies que ocorrem em muitos locais e até mesmo em biomas distintos. Portanto, se
desaparecer de lá, extingue-se no meio natural. Na mata atlântica, existem várias espécies
endêmicas.

Erosão
É um processo que se traduz na desagregação, transporte e deposição do solo, sub-solo e rocha em
decomposição pelas águas, ventos ou geleiras. Define-se também como um processo de
desprendimento e transporte das partículas sólidas do solo pelos agentes erosivos. Depende,
sobretudo, das propriedades do solo, clima, vegetação, topografia e outras condições. A cobertura
vegetal influencia as taxas de escoamento superficial e erosão mais que qualquer outro fator físico
individual.

Erosão Regressiva
Movimento de partículas de uma massa de solo carreadas por percolação d’água, sendo
que o fenômeno é iniciado sob condições de gradiente hidráulico crítico e provoca a
abertura progressiva de canais dentro da massa de solo em sentido contrário ao do fluxo
d’água.
353
Espécies Cinegética
Atividade cinegética é a caça. Por isso, as espécies cinegéticas são as que podem ser caçadas
durante determinados períodos de tempo e com regras.

Fossas Sépticas
Fossa subterrânea projetada para receber, manter e decompor os conteúdos da água residual
doméstica.

Impacto Ambiental
É qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas, que direta ou
indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e
econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos
recursos ambientais.

Inundação
É o fenômeno em que o volume de água de uma enchente (em geral, por excesso de chuvas)
transborda do canal natural do rio. Podem ter duas causas: o excesso de chuvas, de tal forma que o
canal do rio não suporta a vazão da enchente ou existe, a jusante da área inundada, qualquer
obstrução que impede a passagem da vazão de enchente, como por exemplo, um bueiro mal
dimensionado ou entupido.

Irrigação
Rega artificial das terras por meio de canais, canos, levadas, etc.

Lixão
Disposição inadequada de resíduos sólidos, que se caracteriza pela simples descarga do mesmo no
solo, sem medidas de proteção ao manuseio e à saúde pública. Esta atividade não é licenciável. Ver
Aterro de resíduos e recuperação de lixão com uso.

Lixiviação
Operação de separar certas substâncias contidas nos resíduos industriais por meio de lavagem ou
percolação.

Lixo Industrial
Ver resíduos sólidos industriais.

Lixo Seco/inorgânico
É composto principalmente por materiais de embalagens (vidros, papéis, metais, papelão, pilhas),
podem ser reciclados.

354
Lixos Orgânicos
Resultam de restos de animais ou vegetais.

Mata Ciliar
É a vegetação que margeia os cursos d’água, ou que contorna os lagos, nascentes e açudes,
situando-se em solos úmidos ou até mesmo encharcados e sujeitos às inundações periódicas.São
consideradas áreas de preservação permanente, permitindo a conservação da flora e fauna típicas e
atuam na regularização dos fluxos de água e de sedimentos, na manutenção da qualidade da água e,
através do sistema radicular e da copa do conjunto das plantas, constituem a proteção mais eficiente
dos solos que revestem.

Monitoramento
É a avaliação contínua e/ou periódica das variáveis operacionais e das emissões provenientes de
uma fonte de emissão.

Monitoramento Ambiental
É a avaliação qualitativa e quantitativa, contínua e/ou periódica, da presença de poluentes no meio
ambiente.

Monocultura
Forma de agricultura na qual uma única espécie é cultivada em uma área, excluindo todas as outras.

Poluição
É toda matéria ou forma de energia colocada em excesso no meio ambiente, que provoca uma
mudança negativa na qualidade de alguma parte da biosfera, podendo causar doenças, morte ou
mesmo extinção de alguma espécie.

Precipitação
É o processo pelo qual a água condensada na atmosfera atinge gravitacionalmente a superfície
terrestre. A precipitação ocorre sob as formas de chuva (precipitação pluviométrica), de granizo e de
neve.

Reciclagem
Reutilização de materiais que foram retirados do fluxo de resíduos.

Reservatório de Água
Toda massa de água, natural ou artificial, usada para armazenar, regular e controlar os recursos
hídricos. A partir da seção imediatamente a montante de um barramento, é todo volume disponível,
constituído de alturas atingidas pelas águas e respectiva área superficial abrangida (espelho d’água),
descritos por curvas cota-volume e cota-área.

355
Resíduos Sólidos – RS
Resíduos nos estados sólidos semi-sólidos, que resultam de atividades da comunidade de origem:
industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição, entre outros. Ficam
incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados
em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas
particularidades tornem inviáveis o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos água, ou
exijam para isto soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia
disponível.

Risco
Medida de danos à vida humana, resultante da combinação entre a freqüência de ocorrência e a
magnitude das perdas ou danos (conseqüências).

Sedimento
Material ou camada de material depositado pela água, o vento ou as geleiras.

Sedimentação
Processo de crescimento por recheio ou elevação do leito de um canal ou rio, por sedimentos
transportados pela água que se escoa por ele em conseqüência de redução da sua velocidade; o
mesmo que assoreamento quando se tratar de areia.

Sistematização.
Arranjo ordenado de componentes que estão interrelacionados e que atuam e interatuam com outros
sistemas, para cumprir uma tarefa ou função num determinado ambiente.

Sistema de Abastecimento de Água


Conjunto de equipamentos utilizado para captar água de um corpo hídrico e abastecer populações.

Sistema de Tratamento de Água


Instalações físicas de processos físico-químicos e/ou biológicos, que possuem a finalidade de
remover das águas destinadas ao abastecimento humano substâncias que as tornem inadequadas ao
uso desejado.

Solo
Mistura de minerais (matéria inorgânica) e organismos mortos em decomposição (matéria orgânica)
que forma uma fina camada sobre a superfície terrestre. Contém ar, umidade e inúmeros organismos.

Solo Agrícola
Todo o solo que tenha aptidão para utilização agrosilvopastoril não localizado em área de
preservação permanente.

356
Unidades de Conservação de Proteção Integral
Aquelas destinadas à manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência
humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais.

Unidades de Conservação de Uso Sustentável


Aquelas onde a exploração do ambiente é permitida de maneira a garantir a perenidade dos recursos
ambientais renováveis e dos processos ecológicos mantendo a biodiversidade e os demais atributos
ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável.

Vazão
É o volume de água que passa por uma determinada seção de um conduto por uma unidade de
tempo. Usualmente é dado em litros por segundo (l/s), em metros cúbicos por segundo (m3/s) ou em
metros cúbicos por hora (m3/h).

357
ANEXOS

I
ANEXO 01. EQUIPAMENTOS TURISTICOS

A atividade turística engloba não apenas os atrativos e sim um sistema de infra-


estrutura e serviços que compõem o cenário turístico. Inseridos a este sistema estão os
equipamentos turísticos, tais como restaurantes, bares, hotéis, pousadas, shopping entre
outros.

Para o estudo da APA se faz necessária a identificação dos atrativos e


equipamentos. O primeiro será analisado sob o ponto de vista qualitativo, de potencial, da
quantidade de pessoas que comporta, a importância para a localidade, da degradação, e
quais atividades turísticas podem ser desenvolvidas afim de melhorar o meio em que estão
inseridos, como por exemplo o incentivo e desenvolvimento do Ecoturismo. Já os
equipamentos devem ser identificados para analisar qual o resíduo está sendo produzido na
região, e quantificar o setor de hospedagem para estudar a melhor forma de conduzir esse
setor ( afim de amenizar os danos causados dentro da APA).
Para tanto faz-se necessário tomar por base o Inventário Turístico da Empetur,
datado de 1999, com poucas atualizações em 2007, para assim identificar quais
equipamentos e atrativos existem nos municípios em questão.

1. Itapissuma
1.1. Restaurantes
1.1.1. BAIANINHA
CENTRO COMERCIAL DR. JAYME FERREIRA RÊGO, BOXE 05, CENTRO

1.1.2. CALDEIRA DO CUNHADINHO


CENTRO COMERCIAL JAIME FERREIRA DO REGO, BOX: 07.CEP: 53700-000

1.1.3. CALDEIRADA DA IRENE


CENTRO COMERCIAL DR. JAYME FERREIRA RÊGO, BOXE 08, CENTRO

1.1.4. CALDINHO DO PEREPEPÊ


CENTRO COMERCIAL JOSÉ FERREIRA DO RÊGO, BOXE 03, CENTRO.
CEP: 53.700-000.

1.1.5. O CONVÉS
RUA MANOEL LOURENÇO, 126, CENTRO, CEP:53.700-000

II
1.1.6. REPETECO DO ARMANDO
CENTRO COMERCIAL JAIME FERREIRA DO REGO, BOX: 06

1.1.7. CONJUNTO DE BARES (CALDEIRADA)


CENTRO COMERCIAL JAIME DO REGO, BOX: 07 CEP: 53700-000

2. Goiana
2.1. Hospedagem
2.1.1 RENASCENTE HOTEL
RUA DO JILÓ, 33, CENTRO. CEP: 55.900-000
CAPACIDADE: UH'S: Aptos: 21 Total: 21 LEITOS: Aptos: 42 .Total: 42

2.1.2. BEIRA-MAR
RUA DA PRAIA, 05, CENTRO, PONTA DE PEDRA. CEP: 55.900-000
CAPACIDADE: UH'S: Aptos: 06 Quartos: 02 Total: 08. LEITOS:
Aptos: 14 Quartos: 08 Total: 22

2.1.3. PEDRA DO MAR


RUA DO MEIO, 269, PONTA DE PEDRA, CEP: 55.900-000
CAPACIDADE: UH'S: Aptos: 07 Total: 07 LEITOS: Aptos: 20 .Total: 20

2.1.4. POUSADA DO FAROL


RUA DO MEIO, 317 - PRAIA DE PONTA DE PEDRA. CEP: 55.900-000
CAPACIDADE: UH'S: Aptos: 12 Total: 12 LEITOS: Aptos: 35 .Total: 35

2.1.5. SAYONARA
RUA DO MEIO, 457, PRAIA DE PONTA DE PEDRA, CEP: 55.900-000
CAPACIDADE: UH'S: Aptos: 12 Total: 12 LEITOS: Aptos: 30 Total: 30

2.1.7. POUSADA DO ENGENHO URUAÉ


PE 075, KM 08. CEP 55.900-000
CAPACIDADE: UH'S: Quartos: 05 Total: 05 LEITOS: Quartos: 17 Total: 17 .

2.1.8. RANCHO TROPICAL


Distrito Tejucupapo - Alecrim. CEP: 55900-000
CAPACIDADE: UH'S: Aptos: 15 Total: 15 LEITOS: Aptos: 180 .Total: 180

2.2. Restaurantes
2.2.1. ARREIO DE PRATA

III
RUA CORAÇÃO DE JESUS, S/N (RODOVIA PE-75, KM 05) - CEP 55.900-000

2.2.2. BATATÃO
PRAÇA DA BÍBLIA, S/N, ALVORADA - CEP 55.900-000

2.2.3. BOSQUE DO ZITO


RUA DO LIMOEIRO, 62, CENTRO, CEP: 55.900-000

2.2.4. BURACO DA GIA


RUA PADRE BATALHA, 96, CENTRO, CEP: 55.900-000

2.2.5. CASARÃO
RUA DA PRAIA, 385, PONTA DE PEDRAS - CEP 55.900-000

2.2.6. JAPUMIM
RODOVIA PE 75, KM 4,5 - CEP 55.900-000

2.2.7. MARINAS BAR E RESTAURANTE


RUA DO MEIO, 87, CENTRO, PONTA DE PEDRAS, CEP: 55.900-000

2.2.8. NOME DO ATRATIVO PONTO DE ENCONTRO


AV. MARECHAL DEODORO DA FONSECA, 164, CENTRO, CEP:55.900-000

2.2.9. NOME DO ATRATIVO RECANTO GAÚCHO


RUA CORDEIRO DE FARIAS, 25, CENTRO, CEP:55.900-000

2.2.10. SÓ PETISCOS (RESTAURANTE E BAR)


RUA DA PRAIA, 416, PONTA DE PEDRAS - CEP 55.900-000

2.2.11. TABERNA FORMOSA


RUA DA PRAIA, S/N, PRAIA DE ATAPUZ, CEP 55.900-000

2.2.12. QUIOSQUES DA ORLA DE PONTA DE PEDRAS


AV. BEIRA MAR, S/N, PONTA DE PEDRAS, CEP:55.900-000
2. Ilha de Itamaracá

3.1. Meios de Hospedagem


3.1.1. HOTEL POUSADA VENTO LESTE
RODOVIA PE 01 - KM 04 - S/N - FORTE ORANGE
3.1.2. ORANGE PRAIA HOTEL

IV
ESTRADA DO FORTE ORANGE, 1301, PRAIA DO FORTE. CEP 53.900-000

3.1.3. POUSADA DE ITAMARACÁ


RUA FERNANDO LOPES, 205 A, PILAR. CEP 53.900-000

3.1.4. CIRANDA DE ITAMARACÁ


RUA CARUARU, 21, PRAIA DE SÃO PAULO CEP 53.900-000.

3.1.5. POUSADA CASA DA PRAIA


ESTRADA DO FORTE ORANGE, 3525, SÃO PAULO, CEP: 53.900-000.

3.1.6. POUSADA DO MAR


RUA BENIGNO CORDEIRO GALVÃO, N° 350. JAGUARIBE

3.1.7. POUSADA RECANTO DO SOSSEGO


RUA MISSISSIPI, N° 579. SOSSEGO.

3.1.8. REFÚGIO DO FORTE


RUA DES. ÂNGELO VASCONCELOS, 91, FORTE ORANGE, CEP 53.900-000.

3.1.9. RUÍNAS DO PILAR


PRAÇA JOÃO FELIPE DE BARROS DIAS, 16, CEP 53.900-000

3.2. Restaurantes
3.2.1. APETITOSA
ESTRADA FORTE ORANGE, 700, PRAIA DE SÃO PAULO,.CEP: 53.900-000

3.2.2. BEM AMADO


RUA BENIGNO CORDEIRO GALVÃO, 520, JAGUARIBE, CEP: 53.900-000

3.2.3. ESPAÇO CULTURAL ESTRELA DE LIA


RUA BENIGNO CORDEIRO GALVÃO, BL. 15 E 16, PRAIA DE JAGUARIBE

3.2.4. GALINHA CAIPIRA


AV. JOÃO PESSOA GUERRA, N°27. BAIRRO NOVO.

3.2.5. MARINAS
AV. BENIGNO CORDEIRO GALVÃO, 252, JAGUARIBE, CEP:53.900-000.

3.2.6. PALADAR CASEIRO

V
AV. PADRE TENÓRIO, N° 661. QUATRO CANTOS

3.2.7. PEIXADA DO FORTE


RODOVIA PE-01, 3400, PRAIA DE SÃO PAULO, CEP: 53.900-000

3.2.8. RONALDO'S BAR E RESTAURANTE


PE - 01, N° 40 - BAIRRO: FORNO DO CAL.

3.2.9. ACONCHEGO BAR


PRAIA DE ORANGE, CEP 53.900-000

3.2.10. BAR DA VÉIA


EXTREMO NORTE DO PONTAL DA ILHA, PRAIA DO PONTAL DA ILHA
,CEP: 53.900-000

3.2.11. BAR DO CORONEL


AV. BEIRA MAR, 295, FORTE ORANGE, CEP: 53.900-000

3.2.12. BAR DO FUSCA


AV. PADRE TENÓRIO. QUATRO CANTOS.

3.2.13. BAR DO GOLFINHO


ENSEADA DOS GOLFINHOS, CEP: 53.900-000

3.2.14. BAR DO RODOLFO


ENTRADA VILA VELHA, 37, VILA VELHA, CEP: 53.900-000

3.2.15. BAR DOS ARTISTAS


AV. BEIRA MAR, 193, PRAIA DO PILAR, CEP: 53.900-000

3.2.16. BAR E RESTAURANTE DO DODA


AV: JOÃO PESSOA GUERRA, N°1525.

3.2.17. BAR E RESTAURANTE MANG´S


PE 01, 110, FORTE ORANGE, CEP: 53.900-000

3.2.18. BAR E RESTAURANTE PAPO E REPAPO


AV. BEIRA MAR, 51, FORTE ORANGE, CEP: 53.900-000

3.2.19. BARES DA PRAIA DE JAGUARIBE

VI
AV. BEIRA MAR, S/N, PRAIA DE JAGUARIBE, CEP: 53.900- 000

3.2.20. BARES DO FORTE ORANGE


AV. BEIRA MAR, PRAIA DO FORTE ORANGE, CEP: 53.900- 000

3.2.21.CALDINHO DA ILHA
AV. JOÃO PESSOA GUERRA, 990, ÂMBAR, CEP: 53.900-000

3.2.22. CALDINHO DO BIU


PE 01, 2605, FORTE ORANGE, CEP: 53.900-000

3.2.23. CANTINA DO COMANDANTE


LOTEAMENTO PRAIA DO GALEÃO, S/N, QD H, CEP 53.900- 000

3.2.24. CASA NOVA


RUA FAFÁ BELÉM, 750. SOSSEGO.DE.

3.2.25. CAUANE
RUA GUARAPARI, 52, FORTE ORANGE, CEP: 53.900-000

3.2.26. COCO LOUCO


AV. BEIRA MAR, 250, FORTE ORANGE, CEP: 53.900-000

3.2.27. MESSIAS
AV. DO FORTE, 200, ORANGE - CEP 53.900-000

3.2.28. FINAL DO TREVO


PILAR

3.2.29. GUAIAMUM DO NECO


RUA EULINA GOMES DE BARROS, CASA 6, LOTEAMENTO
BOSQUE DAS MANGUEIRAS CEP: 53.900-000

3.2.30. ILHA MAR


AV. JOÃO PESSOA GUERRA, S/N, RIO ÂMBAR, CEP: 53.900-000

3.2.31. MANGUE SECO


BOCA DO RIO, 26, PRAIA DO SOSSEGO, CEP: 53.900-000

3.2.32. PARADA OBRIGATÓRIA

VII
AV: JOÃO PESSOA GUERRA, N° 3850.

3.2.33. PARAÍSO
RUA: SANTA MARIA DA BOA VISTA, 87 ENSEADA DOS GOLFINHOS

3.2.34. RAINHA DA CABIDELA


RODOVIA PE-01. FORTE ORANGE.

3.2.35. SERGIOS BAR E RESTAURANTE


RUA ANTÔNIO MORAIS CAVALACANTI, 156, AP 101, CEP 53.900-000

3.2.36. SOM DAS ONDAS


AV. BEIRA MAR, N° 138. SOSSEGO.

3.2.37. TOCA DO SIRI


SOSSEGO, S/Nº

VIII
ANEXO 02. RELAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES

MUNICÍPIO DE ITAMARACÁ
AS MAIS EXPRESSIVAS:

2.1 Colônia de Pescadores Z 11 de Itamaracá:

Endereço: Av. João Pessoa Guerra s/n, I Ilha de Itamaracá – PE,

Telefone: 81. 3544-4302.

Descrição: Associação legalizada, como mais de 50 anos de atuação, e que de


acordo com o último cadastramento no ano de 2009, conta com 1.300 associados.

2.1 Centro Marista Itamaracá:

Endereço: Av. Benigno Galvão, nº 10-A, Jaguaribe, Itamaracá–PE,

Telefone: 81.3544-3185.

Descrição: Entidade Legalizada, fundada em 20 de abril de 2004, atendendo cerca


200 adolescentes promovendo cursos profissionalizantes. Entidade cadastrada no
conselho municipal de assistência social.

2.1 Associação de Radiodifusão Comunitária Voz da Ilha:

Endereço :Av. João Pessoa Guerra, 575, Ilha de Itamaracá - PE,

Telefone: 81 3544-2323,

Descrição: Associação legalizada no ano de 2002, no momento conta com 30 associados,


atuando na radiodifusão.

2.1 Associação dos Jangadeiros da Praia do forte Orange:

Endereço: Avenida Forte Orange s/n, Forte Orange, Ilha de Itamaracá-PE,

Telefone: 81.3544-1622.

Descrição: Atuando a mais de 20 anos defendendo os interesses dos jangadeiros,


no momento conta com uma pequena sede própria e 37 associados.

2.1 AHITA- Associação dos Hoteleiros da Ilha de Itamaracá:

IX
Endereço: Rua caruaru, nº 21, Forte Orange, Ilha de Itamaracá-PE,

Telefone: 81.35441810.

Descrição: Entidade legalizada, fundada m 03 de agosto de 1996, conta com 14


meios de hospedagens associados, defendendo os interesse do setor de
hospedagem

OUTRAS ENTIDADES:

6.1 Associação das Mulheres Unidas da Ilha de Itamaracá,

Endereço: Av. João Pessoa Guerra, Ilha de Itamaracá – PE,

Telefone(s) 81-8729-0279, 81-8883-9185.

Descrição: A associação Legalizada no ano 1999, já contou com 1.200 associadas, atua
promovendo cursos e defendendo os direitos das mulheres, no momento passa por grande
dificuldade, encontra-se sem espaço físico e recursos para suas reuniões e
conseqüentemente para atuação. Entidade cadastrada no conselho municipal de assistência
social.

6.2 Associação dos Proprietários e Condutores de Bugguy da Ilha de


Itamaracá:

Endereço: Rua caruaru, nº 21, Forte Orange, Ilha de Itamaracá-PE,

Telefone: 81.35441810.

Descrição: Fundada no ano de 1998 com 15 associados, nunca conseguiram concretizar o


projeto da aquisição dos veículos, no momento encontra-se legalizada mais sem atuação.

6.3 Cem Mães para Cem Crianças:

Endereço: Rua Assunção, nº540, Forte Orange, Ilha de Itamaracá-PE,

Telefone: 81.87175504 / 81.35443284.

Descrição: Entidade legalizada, fundada em 14 de junho de 2006, atua com atendimento a


112 crianças do bairro do Pilar. Entidade cadastrada no conselho municipal de assistência
social.

6.4 Associação Unidas na Fé:

X
Endereço: Alto céu Azul,s/n, Forte Orange, Itamaracá-PE,

Telefone:81.35441816.

Descrição: Fundada em 11 de dezembro de 2006, atende 80 famílias e suas crianças na


área de Educação religiosa e encaminhamento aos programas sociais, a entidade está
terminando de construir a sua sede. Entidade cadastrada no conselho municipal de
assistência social.

6.5 Associação dos Agricultores e Criadores Rurais da Ilha de Itamaracá:

Endereço: Rua Otacílio Francisco, nº18, Alto da Felicidade, Ilha de Itamaracá-PE,

Telefone: 81. 87613032.

Descrição: Entidade legalizada, fundada em 08 de junho de 2003, atua diretamente com os


agricultores e criadores da Ilha de Itamaracá, defende os interesses dos associados. Com
dificuldades atuais para atuação. Entidade cadastrada no conselho municipal de assistência
social.

6.6 Associação Comunitária do Sossego:

Endereço: Rua Senegal, s/n, Praia do Sossego, Ilha de Itamaracá-PE,

Telefone: 81.35443683 / 81. 88929769.

Descrição:Entidade legalizada, fundada em 30 de novembro de 2001, promove cursos


profissionalizantes para os moradores da comunidade do Sossego. Com dificuldades atuais
para atuação. Entidade cadastrada no conselho municipal de assistência social.

6.7 Centro Social Santo Antônio:

Endereço: Sítio Sapezinho, s/n, Ilha de Itamaracá-PE,

Telefone: 81.35441174.

Descrição: Entidade legalizada, fundada em 13 de julho de 1983, oferece educação


religiosa para as 36 crianças e adolescente de Jaguaribe. Entidade cadastrada no conselho
municipal de assistência social.

6.8 Associação de Pescadores e Moradores da Ilha de Itamaracá:

Endereço: Praça Gonçalves Rufino, s/n, Quatro Cantos, Ilha de Itamaracá – PE,

XI
Telefone: 81. 88916046.

Descrição: Entidade Legalizada, fundada em 01 de junho de 1996, defendem os interesses


de 120 pescadores associados da Ilha de Itamaracá. Com dificuldades atuais para atuação.
Entidade cadastrada no conselho municipal de assistência social.

6.9 Associação Assistencial do Renascer:

Endereço: Rua Airton Senna, nº137, Pilar, Ilha de Itamaracá-PE,

Telefone: 81.92292835.

Descrição: Entidade Legalizada, Fundada em 26 de fevereiro de 2002, atua defendendo os


interesses da comunidade da Biquinha e encaminhado aos programas sociais da prefeitura.
Com dificuldades atuais para atuação devido a falta de sede. Entidade cadastrada no
conselho municipal de assistência social.

6.10 Associação dos Comerciantes Ambulantes do Pilar:

Endereço: Praça do Pilar,s/n,Ilha de Itamaracá-PE,

Telefone: 81. 35443568.

Descrição: Entidade Legalizada, fundada em 23 de novembro de 1999, atua com palestras


e cursos em parceria, não está funcionando a 2 anos. Entidade cadastrada no conselho
municipal de assistência social.

6.11 Associação Beneficente o Pequeno Nazareno:

Endereço: Engenho Amparo, s/n, Vila Velha,I lha de Itamaracá-PE,

Telefone: 81.99697473.

Descrição: Entidade Legalizada, fundada em 21 de agosto de 2003, abriga e oferece


educação infantil para crianças carentes da Ilha de Itamaracá. Entidade cadastrada no
conselho municipal de assistência social.

6.12 Centro de Desenvolvimento Humano Novos Horizontes:

Endereço: Rua da Comunidade, s/n, Roque Santeiro, Ilha de Itamaracá-PE,

Telefone: 81.96272395.

XII
Descrição: Entidade Legalizada, fundada em 31 de julho de 2003, oferece curso para
adolescente em situação de risco. Com dificuldades atuais para atuação. Entidade
cadastrada no conselho municipal de assistência social.

6.13 Associação dos Idosos Estrela do Mar:

Endereço: Av. Padre Tenório, nº420, Quatro Cantos, Ilha de Itamaracá-PE,

Telefone: 81.35443652.

Descrição: Entidade legalizada, fundada em 13 de setembro de 2002, atende 80 idosos


oferecendo terapia ocupacional e cursos. Entidade cadastrada no conselho municipal de
assistência social.

6.14 Associação dos Idosos Estrela Viva:

Endereço: Praça João Paulo II,s/n,Vila Velha,Ilha de Itamaracá-PE,

Telefone: 81.87841278.

Descrição: Fundada em 02 de janeiro de 2001, atua com cursos e palestras para 3ª idade.
Entidade cadastrada no conselho municipal de assistência social.

6.15 Associação Porto Brasilis:

Endereço: Av. Beira Mar, nº423, Pilar, Ilha de Itamaracá-PE,

Telefone: 81.92924020.

Descrição: Entidade legalizada, fundada em 18 de setembro de 2005, atua oferecendo


cursos profissionalizantes. Com dificuldades para atuação. Entidade cadastrada no conselho
municipal de assistência social.

6.16 Associação dos Moradores do Outeiro e Bela Vista:

Endereço: Rua Caravelas, nº 41, Outeiro, Ilha de Itamaracá – PE,

Telefone: 81. 87847036.

Descrição: Entidade legalizada, fundada em 19 de setembro de 2004, atua com cursos de


doceiras para mulheres da comunidade do Outeiro. Com dificuldades para atuação.
Entidade cadastrada no conselho municipal de assistência social.

6.17 Associação de Cultura e Arte Filadelfia:

XIII
Endereço: Rua Campo Alegre, nº 174, Alto da Felicidade, Ilha de Itamaracá – PE,

Telefone: 81. 92378538.

Descrição: Entidade Legalizada, fundada em 21 de janeiro de 2008, atua com artesãos e


grupos culturais da Ilha de Itamaracá. Com dificuldades para atuação. Entidade cadastrada
no conselho municipal de assistência social.

6.18 Grupo de Capoeira Pele Negra:

Endereço: Rua Joaquim Correia Santos, nº151, Quatro Cantos,Ilha de Itamaracá – PE,

Telefone: 81. 88709232.

Descrição: Entidade legalizada, fundada em 01 de março de 1997, oferece curso de


capoeira para crianças e adolescentes. Com dificuldades para atuação. Entidade cadastrada
no conselho municipal de assistência social.

6.19 Associação de Moradores de Roque Santeiro:

Endereço: Rua Joinvile, s/n, Ilha de Itamaracá-PE,

Telefone: 81. 35443066.

Descrição: Fundada em 03 de junho de 1989, atua promovendo cursos e defendendo o


interesse da comunidade. Entidade cadastrada no conselho municipal de assistência social.

6.20 Associação de moradores de Vila Velha:

Endereço: Praça João Paulo II, nº 57, Vila Velha, Itamaracá-PE,

Telefone: 81. 35443652.

Descrição: Fundada em 10 de setembro de 1988, oferece cursos e defende o interesse dos


moradores de Vila Velha. Com dificuldades atuais para atuação. Entidade cadastrada no
conselho municipal de assistência social.

6.21 Associação teatral ato-art`s ilha de Itamaracá.

Grupo informal, que atua com atividades teatrais em escolas e praças. Telefone: 81.88592908. Com
dificuldades para atuação.

Município: ITAPISSUMA

XIV
3 AS MAIS EXPRESSIVAS:

3.1. Colônia de Pescadores de Itapissuma Z 10:

Endereço: Rua Jose Gonçalves 87, Itapissuma-PE,

.Descrição: Entidade Legalizada Com 1.500 associados, foi fundada em de 10 de


novembro de 1927 e refundada no dia 02 de setembro de 1984, atua defendendo os
interesse da classe de pescadores de itapissuma.

3.2. Associação dos Artesãos de Itapissuma:

Endereço: Rua Manoel Borba, 399, Itapissuma-PE,

Telefone(s) 81-91249006, 81-99224305.

Descrição: Entidade cadastrada no conselho municipal de assistência social. Legalizada em


2003, conta com cerca 40 associados, grande dificuldade com o espaço físico para
comercialização.

3.3. ONG SOS VIDAS:

Endereço: av. Frei Serafim s/n, Itapissuma-PE,

Telefone: 81.99013494.

Descrição: Legalizada em 2008, atua no segmento de saúde, educação e meio ambiente e


conta com 25 associados.

4 OUTRAS ENTIDADES:

6.1 Associação de Pescadores Frei Alfredo:

Endereço: rua Taipu, nº 27, Itapissuma-PE,

Telefone: 81. 8825-9373.

Descrição: Entidade Legalizada atua defendendo os interesses de 150 pescadores


associados. Com dificuldades para atuação.

6.22 Associação de Bairros de Itapissuma:


XV
Endereço: Rua Alegria, nº 27, Itapissuma-PE,

Entidade legalizada atua oferecendo cursos. Com dificuldades para atuação.

6.23 Associação de Famílias Carentes de Itapissuma:

Endereço: Rua Palmeira, nº 11, Itapissuma-PE,

Descrição: Entidade Legalizada atua oferecendo cursos e palestras para as famílias


carentes de Itapissuma. Com dificuldades para atuação.

6.24 Serviço Médico Social Juvita Maria Rodrigues:

Entidade cadastrada no conselho municipal de assistência social. Atua promovendo assistência a


saúde as famílias carentes de Itapissuma.

6.25 Associação Loteamento Cidade Criança:

Entidade cadastrada no conselho municipal de assistência social. Atua na distribuição de


alimentos e defende os interesses dos moradores.

6.26 Associação Comunitária Mangabeira:

Entidade cadastrada no conselho municipal de assistência social. Atua na distribuição de


alimentos e defendendo os interesses dos moradores.

6.27 Associação Mães Carentes:

Atua promovendo cursos e palestras para as mães carentes de Itapissuma. Com dificuldades
para atuação.

6.28 Associação Comunitária da Área da Várzea de Itapissuma:

Entidade cadastrada no conselho municipal de assistência social. Atua na distribuição de


alimentos e defendendo os interesses dos moradores.

6.29 Associação Comunitária dos Moradores do Grêmio de Itapissuma:

Entidade cadastrada no conselho municipal de assistência social. Atua na distribuição de


alimentos e defendendo os interesses dos moradores.

XVI
6.30 Associação Comunitária Unidos do Grêmio de Itapissuma –

Entidade cadastrada no conselho municipal de assistência social. Atua na distribuição de


alimentos e defendendo os interesses dos moradores.

6.31 Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis Padre José Sevat


de Itapissuma:

Entidade cadastrada no conselho municipal de assistência social. Atua com catadores de


matérias recicláveis, promovendo palestras e na comercialização dos materiais recolhido.

6.32 Centro de Apoio Comunitário de Mangabeira:

Entidade cadastrada no conselho municipal de assistência social. Atua na distribuição de


alimentos e na defesa dos interesses dos moradores.

6.33 Espinheiro Futebol Clube:

Entidade cadastrada no conselho municipal de assistência social. Atua no segmento de esporte


promovem atividades esportivas para crianças e adolescente.

6.34 Grêmio Recreativo Escola de Samba Trivial de Itapissuma:

Entidade cadastrada no conselho municipal de assistência social. Promove a difusão cultural e


musical na comunidade.

6.35 Sociedade Musical 1º de Maio de Itapissuma:

Entidade cadastrada no conselho municipal de assistência social. Promove a difusão cultural e


musical no município de Itapissuma.

6.36 Veloz Futebol Clube:

Entidade cadastrada no conselho municipal de assistência social. Atua no segmento de esporte


promovem atividades esportivas para crianças e adolescente.

Município: GOIANA

XVII
5 AS MAIS EXPRESSIVAS:

6.1 Colônia de Pescadores Z14:

Endereço: Rua Baldo do Rio, nº 121, Goiana-PE,

Telefone: 81.92379987.

Descrição: Fundada em 05 de junho de 1955, conta com 210 associados e defende os


interesses dos pescadores.

6.2 Colônia de Pescadores Z 15:

Endereço: Rua do cemitério s/n Atapuz, Goiana-PE,

Telefone: 81.9199-9643.

Descrição: Fundada no ano 1979, conta com 170 associados e defende os interesses dos
pescadores.

6.3 Colônia de Pescadores do distrito de Tejucupapo Z 17:

Endereço: Sitio Ebeapiçu, s/n, Tejucupapo, Goiana-PE,

Telefones: 81.9463-9428. 81.3616-9333.

Descrição: Fundado em 08 de junho 1986, conta com 1.350 associados e defende os


interesses dos pescadores.

6.4 Colônia de Pescadores Z 3 :

Endereço: Rua Manoel Gadelha, s/n, Carne de Vaca, Goiana-PE,


Telefone: 81. 9256-2755.
Descrição: Fundada no ano de 2007, conta com 140 associados, a colônia defende os
interesses dos pescadores.

6.5 Associação dos Quilombolas São Lourenço:

Endereço: Rua nova, s/n, São Lourenço, Goiana-PE,


Telefone: 81.3616-3030.

XVIII
Descrição: Fundada em 04 abril de 2006, atende cerca de 370 famílias não possui sede, no
momento tentando se estruturar juridicamente com o apoio de entidades governamentais.
Entidade cadastrada no conselho municipal de assistência social.

6.6 Associação Casa de Apoio a Criança e Adolescente São Pedro:

Endereço: Rua Baldo do Rio Colônia Z14, Centro, Goiana-PE,


Telefone: 81.3626-2186.
Descrição: Fundada no ano de 1996, atua na área de educação (reforço escolar) com 60
crianças e adolescentes em situação de risco. Entidade cadastrada no conselho municipal
de assistência social.

6.7 Associação Maria José Pontes da Cunha:

Endereço: Rua Impoeira, s/n, centro, Goiana-PE,


Telefone: 81.3626-0886.
Descrição: Fundada no ano de 1995, promove cursos profissionalizantes (corte e costura,
bordado, cabeleireiro) para as mães de crianças carentes. Entidade cadastrada no conselho
municipal de assistência social.

6.8 Associação Comunitária dos Moradores de Flexeiras:

Endereço: engenho diamante, nº 65, Flexeiras, Goiana-PE,


Telefone: 81.3626-3204.
Descrição: Fundada em 23 de fevereiro de 1996, atua defendendo os interesses dos
moradores da comunidade de Flexeiras. A associação é entidade titular do conselho
Municipal de Assistência Social.
6.9 Círculo dos trabalhadores Cristão de Goiana:

Endereço: Rua nova, nº49, centro, Goiana-PE,


Telefone: 81.3626-1438.
Descrição: Fundada em 14 de novembro de 1938, uma das mais antigas entidades de
Goiana, atua promovendo cursos profissionalizantes aos moradores de Goiana. A
associação é entidade titular do conselho Municipal de Assistência Social.

6.10 Associação de Mães Vital Gonçalves:

Endereço: Rua do Arame, nº31, Centro, Goiana-PE.

XIX
Descrição: Fundada em 08 de julho de 2008, atua promovendo cursos de limpeza e
vendendo os produtos produzidos na entidade. A associação é entidade titular do conselho
Municipal de Assistência Social.

6.11 Casa de Caridade Nair Lourenço de Freitas:

Endereço: Rua Nova, s/n, Centro, Goina-PE,


Telefone: 81.8892-7262.
Descrição: Fundada em 24 de outubro de 2003, atende portadores de HIV. A associação é
entidade titular do conselho Municipal de Assistência Social.

6.12 Associação das mulheres Construtoras:

Endereço: Loteamento Osvaldo Rabelo, Conjunto Residencial Holandês QG, s/n, Nova
Goiana, Goiana-PE,
Telefone: 81. 9178-7073.
Descrição: Fundada em 16 de maio de 2006, atua provendo cursos com pequenos
trabalhos manuais, e articulando com artesãos feiras e eventos. A associação é entidade
titular do conselho Municipal de Assistência Social.

6 OUTRAS ENTIDADES:

6.1 AGPD-Associação Goianense dos Portadores de Deficiências:

Endereço: Rua do Arame, Centro, Goiana,

Telefone 81 3626-1576..

Descrição: Fundada em 20 de maio de 2001, atende os deficientes de Goiana Entidade


cadastrada no conselho municipal de assistência social.

6.2 Associação dos artesãos de Goiana – ASSAG:

Endereço: Rua Padre Batalha, nº 125, Centro, Goiana-PE,


Descrição: A entidade encontra-se sem atuação.
6.3 Grupo União dos artesãos de goiana,

Descrição: entidade em processo de legalização, com 50 artesãos cadastrados, já


participou de feiras e eventos, contato: Glaucia Ferreira,

Telefone: 81.94306661.

XX
6.4 Associação dos Caboclinhos de Goiana,

Descrição: Não tem sede, mais atua apenas nos pontos de cultura promovido pela
prefeitura de Goiana.

6.5 Pousada Infantil Nossa Senhora da Misericórdia:

Endereço: Rua da misericórdia, s/n, centro, Goiana-PE,

Telefone:81. 3636-5844.

Descrição: Fundada em 11 de outubro de 1989, atende 120 crianças. Entidade cadastrada


no conselho municipal de assistência social.

6.6 Centro espírita Caminho da Luz:

Endereço: Loteamento Rocha, lote 1, Q-E, Centro, Goiana-PE.

Descrição: Fundada em 02 de janeiro de 1988, atua promovendo cursos e caridades aos


mais carentes. Entidade cadastrada no conselho municipal de assistência social.

6.7 Associação Cristã São José:

Endereço: Rua Recanto Bom Tempo, Lote 28, Q-E, Centro, Goiana-PE,

Telefone: 81. 3626-2877.

Descrição: Fundada em 09 de setembro de 2000. A entidade encontra-se sem atuação.

6.8 Núcleo espírita Jesus Fonte de Luz:

Endereço: Rua estrada nova, nº 100, Centro, Goiana-PE,

Telefone: 81. 3626-1933. Fundada em 03 de setembro de 1991.

Descrição: Entidade cadastrada no conselho municipal de assistência social.

6.9 Associação Paroquial de Assistência pelo Abrigo dos Velhos São José:

Endereço: Rua da Soledade, nº 299, Centro, Goiana-PE.

Descrição: Fundada em 15 de agosto de 1966. Cadastrada no conselho municipal de


assistência social.

6.10 Desafio Jovem Penniel:

XXI
Endereço: PE 049, Km 01, Alecrim, Goina-PE,

Telefone: 81. 8822-9024.

Descrição: Fundada em 12 de junho de 1984. Entidade ligada a Igreja evangélica de


Recife. Cadastrada no conselho municipal de assistência social.

ASSENTAMENTOS:
1. Associação dos Pequenos Agricultores do Assentamento do Loteamento Bela Vista II:
Entidade cadastrada no conselho municipal de assistência social. Atua na defesa dos
interesses dos pequenos agricultores

Assentamento Ubú: Endereço: Engenho Ubú, Zona Rural, Goiana-PE. Representante:


João Luiz. O assentamento abrange a área dos municípios de Igarassu, Itapissuma e
Goiana.

Assentamento Florestan Fernandes: Endereço: engenho Muçubu, Zona Rural, Goiana-Pe.

Assentamento Diamante: Endereço: Engenho Diamante, Zona Rural, Goiana-PE.

XXII
ANEXO 03. MAPA GEOLÓGICO

XXIII
ANEXO 04. MAPA GEOMORFOLÓGICO

XXIV
ANEXO 05. MAPA HIDROLÓGICO

XXV
ANEXO 06: MAPA DE SOLOS

XXVI
ANEXO 07. MAPA DE APTIDÃO AGRÍCOLA

XXVII
ANEXO 08. MAPA DE SUSCETIBILIDADE À EROSÃO

XXVIII
ANEXO 09. MAPA DE VEGETAÇÃO, USO E OCUPAÇÃPO
DO SOLO

XXIX
ANEXO 10. MAPA DE DECLIVIDADE

XXX
ANEXO 11. MAPA DE POTENCIALIDADES

XXXI

Você também pode gostar